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Noção básica de contabilidade

Toda a empresa possui um patrimônio. A definição mais comum de patrimônio


(entre os contabilistas) é que patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações
pertencentes a uma entidade.

Bens, são imóveis, veículos, equipamentos administrativos, equipamentos de


transporte, e outros elementos tangíveis que pertencem a empresa.

Direitos podemos ver como tudo aquilo que está em posse de outros mas
pertence a nossa empresa. Os direitos também incluem as dívidas e outras obrigações
que os outros têm com a nossa empresa. Ex: Dívida do cliente.

Obrigações, como o nome indica, são todas as obrigações que temos com os
terceiros. Pagamento de dívidas, impostos, salários, conta de energia, internet etc.

Podem pesquisar mais a fundo sobre a diferença entre os 3, a ideia é terem


uma noção do que é um patrimônio no contexto da contabilidade.

E onde é que entra a contabilidade nisso tudo? A contabilidade é uma técnica


ou ferramenta que controla todas as alterações feitas no patrimônio.

Na prática, a contabilidade é responsável por registar todas as operações que


a empresa realiza que causam uma alteração no patrimônio, isso pode ser o registo
de uma venda de mercadoria, de uma compra de mercadoria, de pagamento de
salário, do empréstimo que pedimos ao banco ou que pagamos, o desconto que o
fornecedor nos deu ou que demos ao cliente, o pagamento de impostos, tudo isso e
muito mais é registado seguindo regras específicas que vamos ver noutro dia.

Esses registos nos permitem ter um controle sobre de onde vem e onde é que
vai o nosso capital, além disso, esses registos depois servem para elaborar
documentos mais resumidos que são as chamadas demonstrações financeiras. Essas
demonstrações financeiras são úteis para fazer uma análise e tomar decisões.

Olhando para um balanço ou uma demonstração de resultados, um gestor já


consegue ter uma noção de como está a situação patrimonial da empresa. A partir
das informações dessas demonstrações financeiras é possível fazer alguns cálculos
para achar alguns indicadores (Rácios) que também vão nos ajudar a medir a situação
da empresa de uma forma mais precisa.

Por exemplo, existe o rácio de autonomia financeira, que nos permite verificar
em percentagens quanto do capital da empresa pertence realmente à empresa e
quanto é que é externo (de empréstimos por exemplo). Mas esse cálculo, apesar de
ser importante os contabilistas saberem, provavelmente não vai ser estudado na
cadeira de contabilidade, isso já entra para a área de análise econômica e financeira.
Mas com isso vocês conseguem ter uma noção do que é a contabilidade e para
que serve: Fazer registos das alterações no patrimônio e elaborar demonstrações
financeiras com base nesses registos.

ATIVO, PASSIVO E CAPITAL PRÓPRIO.

Ativos, passivos e capital próprio são conceitos fundamentais para a compreensão da contabilidade.
São os principais componentes do balanço e também são importantes para compreender melhor as
regras para registar as operações contabilísticas.

Já vimos o que são bens, direitos e obrigações. Para facilitar a compreensão de ativo e passivo,
devemos ter em mente que bens e direitos constituem ativos e as obrigações constituem passivo.

Estes são os conceitos apresentados pelo Plano Geral de Contabilidade:

Activo: Recursos (bens e direitos) controlados por uma entidade como resultado de acontecimentos
passados e dos quais se espera que fluam para a entidade benefícios económicos futuros.

Passivo: Obrigações presentes da entidade provenientes de acontecimentos passados, do


pagamento dos quais se espera que resultem exfluxos (saída) de recursos da empresa incorporando
benefícios económicos.

Tanto o ativo como o passivo, podem ser classificados em corrente (ou circulante) e não corrente
( não circulante).

Essa classificação diz respeito ao tempo que esses elementos permanecem ou espera-se que
permaneçam na empresa. Os circulantes ou correntes são os de curto prazo, os que permanecem
por um período inferior a um ano. Para os ativos temos como exemplo as mercadorias, quando a
empresa compra mercadorias a intenção é que elas sejam vendidas num prazo não tão longo e não
que fiquem durante vários anos paradas no stock. Para os passivos podemos usar como exemplo as
dívidas de curto prazo, dívidas que temos que pagar num período inferior a um ano.

Já os não correntes ou não circulantes são aqueles que espera-se que permaneçam por um período
superior a um ano, ou seja, longo prazo. Para os ativos temos o exemplo do edifício de uma
empresa, o edifício da Academia BAI/ ISAF por exemplo, é um bem (ativo) que a empresa mantém
por vários anos intencionalmente, logo é um ativo não corrente. Para passivo temos como exemplo
as dívidas de longo prazo.

No balanço, o ativo é organizado do menos líquido ao mais líquidos. Os ativos não correntes são os
menos líquidos e os correntes mais líquidos. O passivo é organizado do menos exigível (passivo não
corrente) ao mais exigível (passivo corrente).

Exemplo de ativo: Exemplo de passivo:


Edifícios Dívida ao fornecedor
Viaturas Impostos a pagar
Equipamento administrativo Empréstimo/ financiamento do banco
Dívida do cliente Salários dos funcionários
Mercadorias Etc
Etc
Capital próprio: é a diferença entre o ativo e o passivo, ou seja, Ativo – passivo. É o valor do
patrimônio.

CP = A - P

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