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Material Teórico
Fundamentos da Teoria Contábil
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Fundamentos da Teoria Contábil
• Introdução;
• A Estrutura Patrimonial;
• O Ativo e sua Mensuração;
• O Passivo e sua Mensuração;
• Receitas e Ganhos;
• Período Contábil;
• Encerramento das Contas de Receita e Despesa.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Apresentar os conceitos sobre a estrutura patrimonial e do resultado
do exercício da empresa.
ORIENTAÇÕES
Nesta Unidade veremos um pouco mais sobre um importante tema:
fundamentos da teoria contábil.
Contextualização
O estudo do patrimônio de uma entidade é um dos principais assuntos tratados na
teoria da Contabilidade, visto que após a conceituação da história da Contabilidade,
os princípios e convenções que regem a Ciência contábil, a essência e prática
contábil encontram-se na estrutura patrimonial.
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Introdução
Para iniciarmos, vamos ao conceito de patrimônio:
Ainda sobre bens, pode-se destacar o conceito jurídico que se relaciona a valores
materiais ou imateriais que podem ser objeto de uma relação de direito.
Direitos são todos os valores que a empresa tem a receber de terceiros, por
exemplo: a organização vendeu mercadorias para pagamento por parte do cliente
no prazo de sessenta dias. O recebimento do valor devido pelo cliente é um direito
da empresa.
Obrigações são todos os valores que a empresa tem a pagar para terceiros, por
exemplo: para produzir as mercadorias que foram vendidas ao cliente, conforme
exemplo apresentado acima, a organização comprou matéria-prima para a
produção da mencionada mercadoria. Logo, tal matéria-prima foi comprada de
um determinado fornecedor para pagamento no prazo de trinta dias. Esse evento
gerou uma obrigação para a empresa, compromisso esse que será liquidado quando
do pagamento da dívida.
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A Estrutura Patrimonial
Ativo
Pode-se dizer que a “espinha dorsal” da teoria da Contabilidade é o ativo,
o passivo e o patrimônio líquido. Esses três itens formam o patrimônio
da entidade (IUDÍCIBUS et al., 2009).
Passivo
Passivo é uma obrigação presente da entidade, que se originou de eventos já
ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de
gerar benefícios econômicos (MARION, 2011).
Patrimônio Líquido
Patrimônio líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos
todos os seus passivos. Pode-se defini-lo também como a diferença entre o ativo e
passivo de uma entidade, em determinado momento.
Para melhor entendimento, imaginemos que uma entidade tenha um ativo,
composto por bens e direitos no valor de R$ 9.000,00 e um passivo, composto
de obrigações no valor de R$ 5.000,00. Qual é o valor do patrimônio líquido
dessa organização?
O valor do patrimônio líquido da empresa em questão é de R$ 4.000,00.
Em todas as empresas existem bens, direitos e obrigações. Em uma
representação gráfica simplificada, pode-se apresentar contas de ativo à esquerda
e de passivo à direita, apresentando, por exemplo, o patrimônio de uma entidade
da seguinte forma:
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Quadro 1
Ativo (bens mais direitos) Passivo (obrigações com terceiros)
Bens: Obrigações:
• Dinheiro; • Fornecedores – duplicatas a pagar;
• Estoque; • Empréstimos a pagar;
• Imóveis; • Salários a pagar;
• Máquinas; • Financiamentos a pagar;
• Ferramentas; • Impostos a recolher;
• Móveis e utensílios; • Encargos sociais a recolher;
• Veículos; • Aluguéis a pagar;
• Marcas e patentes. • Provisão de férias a pagar;
• Provisão de 13º salário a pagar;
• Contas a pagar.
Patrimônio líquido –
Direitos:
obrigações com os proprietários:
• Depósitos em bancos; • Capital social;
• Duplicatas a receber; • Reservas de capital;
• Títulos a receber; • Ajustes de avaliação patrimonial;
• Aluguéis a receber; • Reservas de lucros;
• Investimentos. • Ações em tesouraria;
• Prejuízos acumulados.
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Medidas de Entrada
As medidas de entrada são transações em dinheiro, ou um valor de alguma outra
forma de compensação, operações que entram na empresa e são originadas de
vendas de produtos ou serviços (HENDRIKSEN; BREDA, 1999).
Medidas de Saída
As medidas de saída representam os valores de venda de ativos em mercados
organizados. Pressupõe-se que os ativos vendidos ou trocados pela entidade são
avaliados por um preço de mercado próximo do preço de venda em um curto
prazo (HENDRIKSEN; BREDA, 1999).
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As medidas de mensuração para a saída de ativos são: valores realizáveis
líquidos, equivalentes correntes de caixa, valores de liquidação e valores des-
contados de fluxos de caixa ou capacidade de geração de serviços futuros:
Especificando-as, temos:
• Valores realizáveis líquidos: são definidos como o preço corrente de saída
menos o valor corrente de todos os custos e despesas incrementais esperados,
relacionados à conclusão, à venda e à entrega da mercadoria (HENDRIKSEN;
BREDA, 1999);
• Equivalentes correntes de caixa: o método de mensuração pelo equivalente
corrente de caixa considera que todos os itens do ativo possuem um valor
presente de mercado e aqueles que não o possuem seriam descarregados do
ativo no ato da compra. Assim, os preços de saída correspondem a preços
normais de mercado. Trata-se de um conceito de difícil aplicação, pois excluiria
do ativo todos os itens que não tivessem um valor de mercado, refletindo
inclusive na demonstração de posição financeira da empresa (HENDRIKSEN;
BREDA, 1999);
• Valores de liquidação: o conceito de valor de liquidação prevê uma venda
forçada com preços abaixo do custo ou reduzido. Hendriksen e Breda (1999)
afirmam que a venda por liquidação geralmente resulta na reavaliação para
menos dos ativos, bem como seu reconhecimento como perdas. Segundo esses
autores, os ativos mensurados pelos valores de liquidação não são considerados
dentro de condições realistas em circunstâncias normais, de modo que devem
ser mensurados por esse critério quando:
• Mercados ou ativos tenham perdido sua utilidade normal, por obsolescência
ou outro motivo qualquer, e tenham perdido o seu mercado normal;
• A entidade espera ser desativada em futuro próximo, de modo que não
poderá vender seus ativos em seu mercado normal.
• Valores descontados de entradas de caixa futuro – fluxo de caixa
descontado: o conceito de fluxo de caixa descontado está relacionado ao
valor presente de um fluxo de caixa futuro, descontado a uma determinada
taxa e tempo. Porém, o desconto compreende não apenas um estimado
interesse verdadeiro, que é o custo de oportunidade do dinheiro, mas também
um estimado da probabilidade de cobrar o valor previsto. É importante
ressaltar que a utilização de uma taxa de desconto a valor presente somente
pode ser validada quando os recebimentos futuros de dinheiro ou equivalente
forem conhecidos, ou quando os valores estimados garantirem um alto grau de
certeza (HENDRIKSEN; BREDA, 1999). Para a aplicação deste método são
necessárias as seguintes informações:
• Importância ou montante que será recebido;
• Fator de desconto – taxa de juros;
• Tempo ou período compreendido para pagamento.
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Encerramento de Passivos
Uma vez reconhecido e mensurado um passivo, após o seu pagamento ou
liquidação, pode-se, na contabilidade, encerrar essa obrigação.
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Pode-se afirmar, portanto, que o lucro obtido na empresa de João e José foi de
R$ 20.000,00.
Importante! Importante!
Receitas e Ganhos
Hendriksen e Breda (1999, p. 223) asseveram que receitas podem ser definidas
como o produto gerado por uma empresa, de modo que são medidas em termos
de preços correntes de troca.
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Despesas e Perdas
Despesas
Entende-se por despesa o consumo de bens ou serviços que, direta ou indi-
retamente, contribuem para a realização de uma receita. Diminuindo o ativo ou
aumentando o passivo, uma despesa é realizada com a finalidade de se obter uma
receita, cujo valor se espera superior à diminuição que provoca no patrimônio lí-
quido (IUDÍCIBUS, 2010).
Perdas
O sentido de despesa inclui as perdas cuja definição do autor está relacionada
ao efeito líquido desfavorável e que não surge das operações normais da empresa.
“As perdas incluem outros itens que também impactam Ativo e Patrimônio Líquido
da mesma forma que as Despesas” (IUDÍCIBUS, 2010).
Resultado
Caso as receitas obtidas superem as despesas incorridas, o resultado do período
contábil será positivo – lucro –, provando, assim, um aumento no patrimônio líquido.
Se as despesas forem maiores que as receitas, tal fato ocasionará um prejuízo que
diminuirá o patrimônio líquido.
Quadro 2
Receitas Despesas
Venda de serviços Aluguel
Venda de mercadorias Salários
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Receitas Despesas
Comissões Telefonia
Aplicações financeiras Combustível
Juros – quando a empresa recebe juros Juros – quando a empresa paga juros
Período Contábil
Período contábil é o espaço de tempo escolhido para que a contabilidade mostre
a situação patrimonial e financeira na evolução dos negócios da empresa. Quando
esse período corresponde a um ano, é também chamado de exercício social.
Para finalidades externas, o período é normalmente de um ano e, muitas vezes,
corresponde ao ano-calendário.
Regime Contábil
É o período utilizado obrigatoriamente pela contabilidade. Segundo os princípios
contábeis, os mais utilizados são o regime de competência e o regime de caixa.
Regime de Competência
No regime de competência as receitas e despesas devem ser contabilizadas no
momento de cada ocorrência, tal procedimento segue a norma estabelecida no
Artigo 9º da Resolução do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) n.º 750/93.
Regime de Caixa
Neste regime são consideradas como receitas e despesas do exercício aquelas
efetivamente recebidas ou pagas dentro desse período e recebidas pelo caixa
da empresa.
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Encerramento das Contas de Receita
e Despesa
No encerramento do exercício social da empresa as contas de receitas e despesas
com seus respectivos saldos são transferidas para o resultado do exercício, ou seja,
obtém-se o lucro ou prejuízo de um exercício.
Quadro 3
Receitas operacionais
(-) deduções de receitas
= receitas operacionais líquidas
(-) custo das vendas
= resultado em vendas
(-) despesas operacionais
= resultado operacional
+/- receitas e despesas não operacionais
(incluindo ganhos e perdas)
= resultado antes do imposto de renda
(-) imposto de renda e contribuição social
= resultado líquido
Fonte: Marion (2011, p. 98).
Explor
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Patrimônio Líquido
Em termos gerais, o patrimônio líquido pode ser considerado a diferença entre
o valor do ativo e do passivo de uma entidade em um determinado momento.
No entanto, esse conceito se restringe à teoria do proprietário, na qual o patrimônio
líquido da empresa pertence somente ao proprietário.
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• Reservas de capital: constituídas com valores recebidos e que não transitam
pelo resultado como receitas;
• Ajustes de avaliação patrimonial: aumentos ou diminuições de valor atri-
buído a elementos do ativo e do passivo em decorrência de sua avaliação a
preço de mercado;
• Reservas de lucros: partes retiradas do lucro para finalidades legais e
societárias de provisão;
• Ações em tesouraria: tratam-se das ações da companhia que forem adquiridas
pela própria sociedade;
• Prejuízos acumulados: resultados obtidos sobre a aplicação do capital total
da empresa no mercado.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Teoria da Contabilidade
IUDÍCIBUS, S. de. Teoria da Contabilidade. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010. cap. 2.
Sites
NPC - Normas e Procedimentos de Contabilidade
NORMAS e Procedimentos Contábeis (NPC) para receitas e despesas. Pronunciamento
do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), n. 14, 18 jan. 2001.
https://goo.gl/NdZw91
Leitura
Mensuração e Avaliação do Ativo: Uma Revisão Conceitual e uma Abordagem do Goodwill e do Ativo Intelectual
ALMEIDA, A. G. M.; HAJJ, Z. S. El. Mensuração e avaliação do ativo: uma revisão
conceitual e uma abordagem do Goodwill e do ativo intelectual. Cad. Estud. São Paulo,
n. 16, jul./dez. 1997.
https://goo.gl/WZ2F0K
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Referências
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução n.º 750, princípios
fundamentais de Contabilidade. Brasília, DF, 1993.
IUDÍCIBUS, S. de. Teoria da Contabilidade. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
_______. et al. Introdução à teoria da Contabilidade. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
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