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CURSO DE

CONTABILIDADE FINANCEIRA

MÓDULO II

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MÓDULO II

8 INTRODUÇÃO- DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

As demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre a


empresa, de acordo com regras contábeis. A análise patrimonial transforma esses
dados em informações e será tanto mais eficientes quanto melhores informações
produzir.
É importante a distinção entre dados e informações.
Dados são números ou descrições de objetos ou eventos que,
isoladamente, não provocam nenhuma reação no leitor.
Informações representam, para quem as recebe uma comunicação que
pode produzir reação ou decisão, freqüentemente acompanhada de um efeito
surpresa.
As demonstrações financeiras mostram, por exemplo, que a empresa tem
$Y milhares de dívidas. Isto é um dado. A conclusão de que a dívida é excessiva ou
é normal, de que a empresa pode ou não pagá-la, é uma informação. O objetivo da
análise das demonstrações é produzir informação.
As S.A´s (Sociedades Anônimas de Capital Aberto) são aquelas entidades
que têm a autorização para negociar seus títulos no mercado de capitais, e são
obrigadas a publicar nos jornais de maior circulação, anualmente, os seus
resultados. Assim, as demonstrações de cada exercício devem ser publicadas com
indicação dos valores correspondentes às demonstrações do exercício anterior.
A empresa, independentemente de seu porte ou natureza jurídica, tem de
manter escrituração contábil completa, no Livro Diário, para controlar o seu
patrimônio e gerenciar adequadamente os seus negócios. Não se trata
exclusivamente de uma necessidade gerencial, o que já seria uma importante
justificativa. A escrituração contábil consta como exigência expressa em diversas
legislações.

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A obrigatoriedade da escrituração contábil respalda-se no Código Comercial
(Lei n 556, de 25-06-1850):
 Todos os comerciantes são obrigados a seguir uma ordem uniforme de
escrituração e a ter os livros necessários a esse fim e encerrar anualmente um
balanço patrimonial (art. 10).
 A escrituração deve ser realizada de forma regular, alcançando todas
as operações, que devem ser registradas no Livro Diário (art. 11) com individuação e
clareza (art. 12), em forma mercantil e seguida a ordem cronológica de dia, mês e
ano, sem intervalo em branco, nem entrelinhas, borraduras, raspaduras ou emendas
(art. 14).

9 BALANÇO PATRIMONIAL

O Balanço Patrimonial é uma demonstração destinada a evidenciar,


resumidamente, o Patrimônio da entidade, quantitativa e qualitativamente. Deve
compreender todos os Bens e Direitos, tanto tangíveis (materiais) como intangíveis
(imateriais), as Obrigações e o Patrimônio Líquido da entidade, levantados a partir
dos resultados contábeis no seu livro razão.
O Balanço Patrimonial reflete a posição financeira em determinado
momento, normalmente no fim do ano ou de um período prefixado, e é constituído
de duas colunas: a coluna de lado direito, denominada de Passivo e Patrimônio
Líquido; a coluna do lado esquerdo denominada de Ativo.

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO BALANÇO


BALANÇO PATRIMONIAL

PASSIVO
ATIVO PATRIMÔNIO
LÍQUIDO

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O Ativo são todos os bens e direito de propriedade da empresa,
mensuráveis monetariamente, que representam benefícios presentes ou benefícios
para a empresa.
O Passivo evidencia toda a obrigação (dívida) que a empresa tem com
terceiros. O passível é uma obrigação exigível, isto é, no momento em que a dívida
vencer, será exigida (reclamada) a liquidação da mesma. Por isso é mais adequado
denominá-lo Passivo Exigível.
O Patrimônio Líquido evidencia recursos dos proprietários aplicados no
empreendimento. A aplicação inicial dos proprietários (a primeira aplicação)
denomina-se, contabilmente de capital.
Em linhas gerais, podem-se listar as seguintes informações produzidas pela
Análise de Balanços:

 Situação Financeira.
 Situação Econômica.
 Desempenho.
 Eficiência na utilização dos recursos.
 Pontos fortes e fracos.
 Tendências e perspectivas.
 Quadro evolutivo.
 Adequação das formas às aplicações de recursos.
 Causas das alterações na situação financeira.
 Causas das alterações na rentabilidade.
 Evidência de erros da administração.
 Providências que deveriam ser tomadas e não foram.
 Avaliação de alternativas econômico-financeiras futuras.

A legislação estabelece que, no ativo, as contas serão dispostas em ordem


de liquidez, e, dentro desse conceito, as contas de disponibilidades são as primeiras
a serem apresentadas no balanço, dentro do ativo circulante, em seguida os direitos
realizáveis no curso do exercício social subseqüente e aplicações de recursos em
despesas do exercício seguinte.

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A Análise de Balanços surgiu e desenvolveu-se dentro do sistema bancário
que foi até hoje o seu principal usuário. Seu início remonta ao final do século
passado, quando os banqueiros americanos passaram a solicitar balanços às
empresas tomadoras de empréstimos.

ANALOGIA ENTRE O ATIVO E PASSIVO

Segue abaixo a divisão do ATIVO e a finalidade de cada conta:

I – CIRCULANTE

a) Disponível – São os recursos financeiros que se encontram à disposição


imediata da entidade, compreendendo os meios de pagamento em moeda e em
outras espécies, os depósitos bancários à vista e os títulos de liquidez imediata.

b) Créditos - São os títulos de crédito, quaisquer valores mobiliários e os


outros direitos. Esses direitos representam, normalmente, um dos mais importantes
ativos das empresas em geral. Decorrem de vendas a prazo, de mercadorias e
serviços a clientes ou são oriundos de outras transações que geram valores a
receber.

c) Estoques – São os valores referentes às existências de produtos


acabados, produtos em elaboração, matérias-primas, mercadorias, materiais de
consumo, serviços em andamento e outros valores relacionados às atividades-fins
da entidade. Representam também um dos ativos mais importantes do capital

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circulante e da posição financeira da maioria das companhias industriais e
comerciais.

d) Despesas Antecipadas – São as aplicações em gastos que tenham


realização no curso do período subseqüente à data do balanço patrimonial. Nesse
subgrupo são registrados os ativos que representam pagamentos antecipados de
despesas, cujos benefícios ou prestação de serviços à empresa se farão durante o
exercício seguinte. Os prêmios de seguros, quando parcelados ou financiados, e as
despesas financeiras são exemplos de despesas pagas antecipadamente.

e) Outros Valores e Bens - Estabelece a identificação das transações reais


relacionadas com as atividades-fins da empresa. Devem ser usadas as mesmas
contas já prevista nos grupos anteriores. São exemplos: Bens Não Destinados ao
Uso, Imóveis Recebidos em Garantia para Revenda, etc.

II – REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

Serão classificadas contas da mesma natureza das do ativo circulante,


porém realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de
vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas,
diretores, acionistas ou participantes no lucro, que não constituíram negócios usuais
na exploração do objeto da companhia.

III – PERMANENTE

São bens de permanência duradoura, destinados ao funcionamento normal


da sociedade e do seu empreendimento, assim como os direitos exercidos com essa
finalidade. Não estão destinados à transformação direta em meios de pagamento e
sua perspectiva de permanência na entidade ultrapassa um exercício. É constituído
pelos seguintes subgrupos:
a) Investimentos - São as participações permanentes em outras sociedades
e os bens e direitos que não se destinem à manutenção das atividades da
companhia ou empresa.

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b) Imobilizado - São os bens e direitos, tangíveis e intangíveis, utilizados na
consecução das atividades-fins da entidade.
Bens Tangíveis - aqueles que têm corpo físico, tais como terrenos,
máquinas, veículos, benfeitorias em propriedades arrendadas, direitos sobre
recursos naturais, etc.
Bens Intangíveis - aqueles cujo valor reside não em qualquer propriedade
física, mas nos direitos de propriedade legalmente conferidos aos seus possuidores,
tais como: patentes, direitos autorais, marcas, etc.

c) Diferido – são classificadas, as aplicações de recursos em despesas que


contribuirão para a formação do resultado de mais de um exercício social, inclusive
os juros pagos ou creditados aos acionistas durante o período que anteceder ao
início das operações sociais.

Abaixo segue a divisão do PASSIVO e a finalidade de cada conta:

I – CIRCULANTE

São as obrigações conhecidas e os encargos estimados da empresa cuja


liquidação se espera que ocorra dentro do exercício social seguinte, ou de acordo
com o ciclo operacional da empresa, se esse for superior a esse prazo.

II – PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

São as obrigações conhecidas e os encargos estimados da empresa cuja


liquidação deverá ocorrer em prazo superior ao seu ciclo operacional, ou após o
exercício social seguinte.

III – PATRIMÔNIO LÍQUIDO

O patrimônio líquido representa os recursos próprios da entidade, e seu


valor é a diferença entre o valor do Ativo e o valor do Passivo (Ativo - Passivo).

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Desta forma, o valor do patrimônio líquido pode ser positivo, negativo ou nulo. E
pode ser dividido em:

Capital – São os investimentos efetuados na empresa pelos proprietários e


os decorrentes de incorporação de reservas e lucros.

Reservas - Representam valores decorrentes de reavaliação de ativos,


retenções de lucros e de outros fatores.

Lucros ou Prejuízos Acumulados - representam o saldo remanescente dos


lucros (ou prejuízos) líquidos, esses apresentados como parcela redutora do
Patrimônio Líquido. Essa conta representa a interligação entre o Balanço Patrimonial
e a Demonstração de Resultado do Exercício.

A Análise de Balanços permite uma visão da estratégia e dos planos da


empresa analisada; permite estimar o seu futuro, suas limitações e suas
potencialidades. É de primordial importância, portanto, para todos que pretendam
relacionar-se com uma empresa, quer como fornecedores, financiadores, acionistas
e até como empregados.
Por meio da Análise de Balanços dos últimos anos, pode-se prever alguma
coisa para os anos seguintes, como: manter a rentabilidade, suportar o crescimento
da taxa anual, sem ter de recorrer a uma nova emissão de capital.

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MODELO DE BALANÇO PATRIMONIAL

BALANÇO PATRIMONIAL
Em: 31/12/2009
(Em milhares de Reais)
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE

Caixa 742 Fornec 830


edores
Contas a Receber 1.380 Obriga 18
ções
Tributárias
Adiantamento a - Impost 542
Fornecedores os e
Contribuições
Estoques 1.836 Obriga -
ções
Trabalhistas
Tributos a Recuperar 837 Parcela -
mentos
Dividendos a Dividen -
Receber dos a distribuir

NÃO CIRCULANTE NÃO


CIRCULANTE
Realizável a Longo Exigíve
Prazo l a Longo Prazo
Depósitos Judiciais 3 Parcela 3721
mentos a LP

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Tributos a Recuperar 226 Provisões e 34.232
Continências
Outros Ativos -

PERMANENTE PATRI
MÔNIO
LÍQUIDO
Investimento - Capital 5834
Social
Imobilizado 1.110 Reserv -
as de Capital
Diferido - Reserv -
a de
Reavaliação
Reserv
a de Lucro (39.042)
TOTAL 6.134 TOTAL 6.134

10. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

O exercício social terá duração de um ano e a cada exercício será apurado o


resultado do período, isto é, se deu lucro ou prejuízo. Portanto, em cada final de
período todas as despesas e receitas são transferidas para a Demonstração do
Resultado do Exercício, sendo que, no próximo período apurarão despesa e receita
começando-se do zero, ou seja, não se acumulam despesa e receita de um ano
para o outro.
Ao fim de cada exercício social, a contabilidade da empresa elabora, entre
outras demonstrações, a DRE, onde observamos o grande indicador global de
eficiência: o retorno resultante do investimento dos donos da empresa (lucro ou
prejuízo).

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O objetivo de uma entidade econômica é o Lucro, que remunere
condignamente o capital investido pelos proprietários da empresa. E na
administração dos recursos escassos disponíveis na empresa, a gerência pode ou
não ser eficiente, o sucesso dessa gestão, sem dúvida, será medido comparando-se
o resultado do exercício (obtido pela DRE), com o montante aplicado no Ativo e/ou
com o capital investido pelos proprietários (Patrimônio Líquido).
O resultado do exercício pode ser lucro ou prejuízo, o prejuízo é uma
situação efêmera, passageira (ninguém sobrevive muito tempo com constantes
prejuízos), enquanto o lucro assume característica permanente.
O Lucro é uma terminologia bastante ampla, e é encontrada na DRE em
vários tipos de lucro e estudaremos cada um individualmente, são eles:
 Lucro Operacional Bruto ou Lucro Bruto.
 Lucro Operacional Líquido ou Lucro Operacional.
 Lucro antes do Imposto de Renda.
 Lucro depois do Imposto de Renda.
 Lucro Líquido.
A DRE é iniciada com o valor total da receita apurada em suas operações de
vendas, da qual é deduzido o custo total correspondente a essas vendas, apurando-
se a margem bruta, ou seja, o lucro bruto.
São, então, apresentadas as despesas operacionais segregadas por
subtotais, conforme sua natureza, quais são:
 Despesas com vendas.
 Despesas financeiras deduzidas das receitas financeiras.
 Despesas gerais e administrativas.
 Outras despesas e receitas operacionais.
Assim, deduzindo-se as despesas operacionais totais do lucro bruto,
apresenta-se o lucro operacional, outro dado importante na análise das operações
da empresa. Após o lucro operacional, apresentam-se as receitas e despesas
operacionais, que são transações realizadas no período, não vinculadas à
exploração do objeto da empresa, apurando-se então o resultado antes do imposto
de renda.
Deduz-se, a seguir, a provisão para o imposto de renda e contribuição
social, e finalmente, as participações de terceiros, não na forma de acionistas,

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calculáveis sobre o lucro, tais como empregados, administradores, partes
beneficiárias, debênture e contribuições para fundos de benefícios a empregados,
chegando-se, assim, ao lucro (ou prejuízo) líquido do exercício, que é o valor final da
Demonstração.
Abaixo segue a descrição de cada conta apresentada na DRE:

I - RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVIÇOS


É o total de receitas.

II - DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA


Impostos e abatimentos sobre a receita bruta.

III - RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS E SERVIÇOS


Obtidas pela subtração das Deduções (II) da Receita Bruta (I).

IV - CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS E DOS SERVIÇOS


PRESTADOS
Deve receber contrapartidas das baixas dos estoques de produtos acabados
ou de mercadorias para revenda, além da carga dos custos dos serviços prestados,
quando ocorrer.

V - LUCRO BRUTO
Obtido pela diferença entre a Receita Líquida (III) e o Custo dos Produtos
Vendidos (IV).

VI - DESPESAS OPERACIONAIS
• DE VENDAS.
• ADMINISTRATIVAS.
• ENCARGOS FINANCEIROS LÍQUIDOS.
• OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS.

VII - RESULTADO (LUCRO/PREJUÍZO) OPERACIONAL


Obtido após a dedução das Despesas Operacionais (IV) do Lucro Bruto (V).

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VIII - RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS

IX - RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO


SOCIAL E PARTICIPAÇÕES
Apurado após a soma (ou deduções) dos Resultados não operacionais (VIII)
ao Resultado Operacional (VII).

X - PROVISÃO PARA O IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL

XI - PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES

XII RESULTADO (LUCRO/PREJUÍZO) DO EXERCÍCIO.


Apuram-se, deduzindo-se do Resultado antes do Imposto de Renda (IX), as
Provisões (X) e Participações e Contribuições (XI).

MODELO DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


Em: 31/12/2009
(Em milhares de Reais)

RECEITA BRUTA DE VENDAS


Mercado Interno 288.491
Imposto sobre Vendas (serviços) (77.676)
RECEITA LÍQUIDA DAS VENDAS 210.815
Custos dos Produtos Vendidos (124.505)
LUCRO BRUTO 86.311
Despesas (receitas) operacionais
Vendas (5.296)
Gerais e Administrativas (51.999)
Outras Receitas Operacionais 20.652
Outras Despesas Operacionais (12.720)
LUCRO/PREJUÍZO OPERACIONAL (antes das
participações societárias e do resultado 36.949
financeiro)
Resultado de Participações Societárias

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Equivalência Patrimonial 30.679
Amortização de Ágio 151
LUCRO/PREJUÍZO OPERACIONAL 30.830
RESULTADO FINANCEIRO
Receitas Financeiras 5.150
Despesas Financeiras (9.439)
Variação Monetária e Cambial (752)
LUCRO/PREJUÍZO OPERACIONAL (a 62.738
transportar)
Receitas (despesas) não operacionais -
LUCRO/PREJUÍZO (antes do imposto de renda 62.738
e contribuição social)
Imposto de Renda (1.291)
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 61.447
Ações em circulação no final do exercício 25.167
LUCRO LÍQUIDO 2.44

11. DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS

Esta demonstração possibilita a evidenciação clara do lucro do período, sua


distribuição e movimentação ocorrida no saldo da conta de Lucros ou Prejuízos
Acumulados.
Apenas uma parte do Lucro Líquido é distribuída para os proprietários da
empresa em forma de dividendos. A maior parcela, normalmente, é retida na
empresa e reinvestida no negócio.
A destinação (canalização) do Lucro Líquido para os proprietários
(distribuição de dividendos) ou o reinvestimento na própria empresa (retenção de
lucros) serão evidenciados na Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados,
antes de serem indicados no Balanço Patrimonial.
Após o encerramento da DRE com a apuração do Lucro Líquido, em
seguida, este lucro é transportado para a DLPA, para que seja efetuada sua
distribuição.

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É uma demonstração obrigatória para as sociedades limitadas e outros tipos
de sociedades, conforme a legislação do Imposto de Renda, e descrimina:
 O saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a
correção monetária do saldo inicial;
 As reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;
 As transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros
incorporados ao capital e o saldo ao final do período;
Essa demonstração só deve ser feita, após ajustes finais, ou seja, após o
levantamento do Balanço Patrimonial no final do período.
O tratamento contábil dado a essa demonstração é que o lucro líquido do
ano não deve estar influenciado por efeitos que, na verdade, não pertencem ao
exercício, para que o resultado do ano não reflita um valor que possa ser comparado
com o de outros anos em bases similares. Daí decorre a importância da consistência
na aplicação dos critérios contábeis.

MODELO DA DEMONSTRAÇÃO DE LUCRO OU PREJUÍZOS


ACUMULADOS

DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS


Em: 31/12/2009
(Em milhares de Reais)

SALDO EM 31.12.09 950

(+-) Ajustes de exercícios -


anteriores

Reversões de Reservas 280

Lucro Líquido do Exercício 3.000

Saldo Disponível 4.230

Proposta da Administração
p/destinação do Lucro

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Reserva Legal (150)

Reserva Estatutária (300)

Reserva para Contingência (255)

Reserva Orçamentária (para (180)


expansão)

Reserva de Lucros a Realizar (95)

Dividendos (900)

SALDO FINAL 2.350

12 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Mostra as variações ocorridas nas Contas do Patrimônio Líquido,


evidenciando os saldos iniciais, os ajustes de exercícios anteriores, a correção
monetária, os aumentos do capital, as reversões de reservas, o lucro líquido do
exercício e sua destinação, além dos saldos finais das respectivas contas que
compõem o Patrimônio Líquido da empresa.
È uma demonstração de muita utilidade, pois faz clara indicação do fluxo de
uma conta para outra e indica a origem de cada acréscimo ou diminuição no
Patrimônio Líquido durante o exercício. Tratam-se, portanto, de informações que
complementa os demais dados do Balanço Patrimonial e da DRE; é particularmente
importante para as empresas que tenham seu Patrimônio Líquido formado por
diversas contas e mantenham com elas inúmeras transações.
As mutações no Patrimônio Líquido podem sofrer variações por inúmeros
motivos, tais como:

a) Itens que afetam o patrimônio total:


• Acréscimo pelo lucro ou redução pelo prejuízo do exercício.
• Redução por dividendos.
• Redução por pagamento ou crédito de juros sobre o capital próprio.

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• Acréscimo por reavaliação de ativos.
• Acréscimo por doações e subvenções para investimentos recebidos.
• Acréscimo por subscrição e integralização de capital.
• Acréscimo pelo recebimento de valor que exceda o valor nominal das
ações integralizadas ou o preço de emissão das ações sem valor nominal.
• Acréscimo pelo valor da alienação de partes beneficiárias e bônus de
subscrição.
• Acréscimo por prêmio recebido na emissão de debêntures.
• Redução por ações próprias adquiridas ou acréscimo por sua venda.
• Acréscimo ou redução por ajustes de exercícios anteriores.

b) Itens que não afetam o total do patrimônio:


• Aumento de capital com utilização de lucros e reservas.
• Apropriação do lucro líquido do exercício, reduzindo a conta de Lucros
Acumulados para a formação de reservas, como Reserva Legal, Reserva de Lucros
a Realizar, Reserva para Contingência e outras.
• Reversões de reservas patrimoniais para a conta de Lucros ou
Prejuízos Acumulados.
• Compensação de Prejuízos com Reservas etc.
Ao contrário da DLPA (Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados)
que fornece a movimentação, basicamente, de uma única conta do Patrimônio
Líquido (Lucros Acumulados), a DMPL (Demonstração das Mutações do Patrimônio
Líquido), evidencia a movimentação de diversas (todas) contas do PL ocorrida
durante o exercício. Assim, todo acréscimo e diminuição do Patrimônio Líquido são
evidenciados por meio desta demonstração, bem como a formação e utilização das
reservas (inclusive aquelas não originadas por lucro).
Embora não seja uma demonstração obrigatória a DMPL é muito mais
completa e abrangente que a DPLA. É consideravelmente relevante para as
empresas (investidoras) que avaliam seus investimentos permanentes em coligadas
ou controladas pelo Método da Equivalência Patrimonial.
A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) deverá ser
apresentada pelas empresas em conjunto com as outras Demonstrações
Financeiras (Balanço Patrimonial, Demonstração de Origens e Aplicações de

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Recursos e Demonstração do Resultado do Exercício). A Demonstração das
Mutações do PL (DMPL) é facultativa (exceto para as Cias. Abertas). No entanto, a
apresentação da DMPL desobriga a publicação da DLPA.

MODELO DA DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO


LÍQUIDO

13 DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÃO DE RECURSOS (DOAR)

Como o próprio nome indica, tem por objetivo apresentar de forma


ordenada, principalmente as informações relativas às operações de financiamento e
investimentos da empresa durante o exercício, e evidenciar as alterações na posição
financeira da empresa.
Os financiamentos estão representados pelas origens de recursos, e os
investimentos pelas aplicações de recursos, sendo que o significado de recursos

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não é simplesmente o de dinheiro, ou de disponibilidades, pois abrange um conceito
mais amplo; representa capital de giro líquido que é Capital Circulante Líquido
representado pelo Ativo Circulante (Disponível, Contas a Receber, Investimentos
Temporários, Estoques e Despesas Pagas Antecipadamente) menos o Passivo
Circulante (Fornecedores, Contas a Pagar e outras exigibilidades do exercício
seguinte.
Dessa forma, essa demonstração não deve ser confundida com as
demonstrações que visam somente ao fluxo das disponibilidades, como o Fluxo de
Caixa. E essa visa tão somente mostrar as entradas e saídas de dinheiro, ao passo
que a DOAR é mais abrangente, não só por ter as variações em função de Capital
Circulante Líquido, em vez de Caixa, mas por representar uma demonstração das
mutações na posição financeira em sua totalidade.

13.1 CONCEITO DE ORIGEM E APLICAÇÃO

As origens de recursos são representadas pelos aumentos no Capital


Circulante Líquido. A obtenção de recursos de Financiamento em longo prazo, o
aumento de Capital em dinheiro e vendas de itens do Permanente (Investimento e
Imobilizado) e de itens do Realizável em Longo Prazo são exemplos de Origens de
Recursos.
A redução do Capital Circulante Líquido geralmente decorre de uma
aplicação de recursos no Não Circulante. A aquisição de bens ou direitos que
venham integrar o Permanente ou Realizável em Longo Prazo, distribuição de
Dividendos, redução de Exigibilidades em Longo Prazo e etc. A redução do ativo
circulante, geralmente ocorre por meio de um pagamento (redução do disponível).

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13.2 DESCRIÇÃO DAS ORIGENS

As origens de recursos são representadas pelos aumentos no Capital


Circulante Líquido, e as comuns são:
a) Das próprias operações – quando as receitas (que geram ingressos
de capital circulante líquido) do exercício são maiores que as despesas (que geram
aplicações ou reduções de capital circulante líquido). Assim, ignorando as despesas
ou receitas que não afetam o capital circulante líquido, temos simplesmente que:
• Se houver lucro, teremos uma origem de recursos;
• Se houver prejuízo, teremos uma aplicação de recursos.

b) Dos acionistas – pelos aumentos de capital integralizados por estes


no exercício, já que tais recursos aumentam as disponibilidades da empresa e,
consequentemente, seu capital circulante líquido.

c) De terceiros – por empréstimos obtidos pela empresa, pagáveis em


longo prazo, bem como dos recursos oriundos da venda a terceiros de bens do Ativo
Permanente, ou de transformação do Realizável em Longo Prazo em Ativo
Circulante.

Os empréstimos feitos e pagáveis em curto prazo não são considerados


como origem de recursos, para fins dessa demonstração, pois não alteram o Capital
Circulante Líquido. De fato, nesse caso há um aumento de disponibilidade, ao
mesmo tempo do Passivo Circulante.
Essa demonstração é apresentada com os seguintes grandes títulos:

I – ORIGENS DOS RECURSOS


Onde são discriminadas as origens, por natureza, e apurado o valor total dos
recursos obtidos no exercício.

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II – APLICAÇÃO DOS RECURSOS
Onde são relacionadas às aplicações, também por natureza, e evidenciado
seu valor total.

III – AUMENTO OU REDUÇÃO NO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO


Representa a diferença entre o total das origens e o total das aplicações.

IV – SALDO INICIAL E FINAL DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO E


VARIAÇÃO
Onde são evidenciados o Ativo e Passivo Circulantes do início e do fim do
exercício e respectivo aumento ou redução.
Resumindo, a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos mostra a
procedência de novos recursos que ingressaram na empresa durante o período
contábil e que afetaram o seu Capital Circulante. Mostra também, a aplicação
desses novos recursos aplicados de diferentes maneiras pela empresa em
determinado período.

MODELO DA DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E APLICAÇÕES DE


RECURSOS

DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS


Em: 31/12/2009
(Em milhares de Reais)

Origens de Recursos

Das Operações

Lucro Líquido 611

Depreciação 96

Lucro do Exercício Anterior 150 457

Participações (Equivalência Patrimonial) (400)

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Dos Acionistas

Aumento de Capital em Moeda 1.074

De terceiros

Recebimento de Empréstimos a 100


Coligadas

Total das Origens 1.631

Aplicações de Recursos

Aquisições de Novos Investimentos 700

Aquisições de Novos Imobilizados 100

Dividendos Propostos 621

Total de Aplicações 1.421

Aumento do Capital Circulante 210


Líquido

14 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA - DFC

O objetivo primário da Demonstração dos Fluxos de Caixa é prover


informações relevantes sobre os pagamentos e recebimentos, em dinheiro, de uma
empresa, ocorridos durante um determinado período.
A finalidade da DFC é permitir aos investidores, credores e outros usuários
avaliarem:
 A capacidade de a empresa gerar futuros fluxos líquidos positivos de
caixa;
 A capacidade de a empresa honrar seus compromissos, pagar
dividendos e retornar empréstimos obtidos;
 A liquidez, solvência e flexibilidade financeira da empresa;
 A taxa de conversão de lucro em caixa;

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 A performance operacional de diferentes empresas, por eliminar os
efeitos de distintos tratamentos contábeis para as mesmas transações e eventos;
 O grau de precisão das estimativas passadas de fluxos futuros de
caixa;
 Os efeitos, sobre a posição financeira da empresa, das transações de
investimentos e de financiamento etc.;

Para o cumprimento de sua finalidade, a DFC deve atender aos seguintes


requisitos:
 Evidenciar o efeito periódico das transações de caixa segregadas por
atividades operacionais, atividades de investimento e atividades de financiamento,
nesta ordem;
 Evidenciar separadamente, em Notas Explicativas que façam
referências à DFC, as transações de investimento e financiamento que afetam a
posição patrimonial da empresa, mas não impactam diretamente os fluxos de caixa
do período;
 Reconciliar o resultado líquido (lucro/prejuízo) com o caixa líquido
gerado ou consumido nas atividades operacionais.

MODELO DA DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA

DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA


Em: 31/12/2009
(Em milhares de Reais)

SALDO INICIAL 1.500

(+) Entradas (fontes)

Recebimentos de 9.500
Vendas

Empréstimos Bancários 470

Integralização de Capital 1.500

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Total de Entradas 11.470

(-) saídas (Aplicações)

Aquisições de móveis e (300)


Utensílios

Aquisição de Terrenos (1.000)

Aquisição de Novas (2.140)


Ações

Pagamento de Compras (5.000)

Despesas de Vendas (500)

Despesas (380)
Administrativas

Despesas Financeiras (500)

Dividendos (850)

Total de Saídas 10.670

SALDO FINAL 2.300

15 NOTAS EXPLICATIVAS

São informações complementares às demonstrações contábeis,


representando parte integrante das mesmas. Podem estar expressas tanto na forma
descritiva como na forma de quadros analíticos, ou mesmo englobar outras
demonstrações contábeis que forem necessárias ao melhor e mais completo
esclarecimento dos resultados e da situação financeira da empresa.
Podem ser usadas para descrever práticas contábeis utilizadas pela
empresas, para explicações adicionais sobre determinadas contas ou operações
específicas e ainda para composição e detalhes de certas contas. A utilização de
notas para dar composição de contas auxilia também à estética do Balanço, pois se

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pode fazer constar dele determinada conta por seu total, com os detalhes
necessários expostos por meio de uma nota explicativa, como no caso de Estoques,
Ativo Imobilizado, Investimentos, Empréstimos e Financiamentos e outras contas.
Para que os analistas e demais usuários das demonstrações contábeis
possam melhor avaliar a situação da empresa e seus resultados, bem como julgar a
razoabilidade de índices de rentabilidade, de liquidez e outros, é muito importante
que se conheça qual o objetivo social da empresa, ou seja, qual é a sua atividade,
suas bases de operações e mercado e qual o estágio do empreendimento, se a
empresa estiver em implantação ou expansão.
Conforme imposição legal, as Notas Explicativas deverão indicar:

a) Os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais,


especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de
constituição de provisões para encargos ou riscos e dos ajustes para atender a
perdas prováveis na realização de elementos do Ativo.
Expressar as principais práticas contábeis (critérios) significa informar aos
usuários das Demonstrações Financeiras o modo operacional da contabilidade, o
que propicia uma melhor abordagem da situação econômico-financeira da empresa,
como:
 ESTOQUES – os critérios de avaliação são: Preço Médio; UEPS
(último que entra, primeiro que sai); PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai);

 DEPRECIAÇÃO – os critérios utilizados para determinação da vida útil,


as taxas utilizadas por classes principais do Ativo, o método de depreciação utilizado
(linha reta, taxas decrescentes e etc.);

 AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO – os critérios utilizados para


determinação de vida útil, o método de amortização e exaustão, os critérios
adotados para fazer amortização de gasto de implantação, reorganização e outros
diferidos;

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 PROVISÃO PARA ENCARGOS – a base de contabilização da
Provisão para o Imposto de Renda, a base de constituição para Provisão de Férias,
a base de constituição da Provisão para gratificação a empregados e etc.

 PROVISÃO PARA RISCO – a base de constituição da Provisão para


devedores duvidosos;

 AVALIAÇÃO DOS ELEMENTOS PATRIMONIAIS – critério de


avaliação dos Investimentos, registros dos Passivos e etc.;

b) Os investimentos em outras sociedades quando relevantes;


c) O aumento de valor de elementos do Ativo resultante de Novas
Avaliações;
d) Os ônus reais constituídos sobre elementos do Ativo, as garantias
prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes;
e) O número, as espécies e as classes das Ações do Capital Social;
f) As operações de compra de ações outorgadas exercidas no exercício.

Como verificamos, a gama de informações que devem constar de Notas


Explicativas, não se restringe apenas aos requisitos legais, mas necessárias a um
melhor esclarecimento da posição patrimonial, financeira e operacionais da
empresa, particularmente no que se refere às práticas contábeis específicas no
ramo de atividades da empresa.

16 CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A consolidação das demonstrações contábeis é evidenciar a posição


financeira e o resultado das operações de sociedades controladas e coligadas.
Sendo que o objetivo é apresentar aos leitores, principalmente acionistas e credores,
os resultados das operações e a posição financeira da sociedade controladora e de
suas controladas, como o grupo fosse uma única empresa que tivesse uma ou mais

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filiais ou divisões. Isso permite uma visão mais geral e abrangente e melhor
compreensão do que inúmeros balanços isolados de cada empresa.
A leitura de demonstrações contábeis não consolidadas de uma empresa
que tenha investimentos relevantes em outras perde muito de sua significação, pois
essas demonstrações não fornecem elementos completos para o real conhecimento
e entendimento da situação financeira em sua totalidade e do volume total das
operações.
Nesse sentido, deve prevalecer o conceito de controle ao efetuar-se a
consolidação. Esse controle não abrange apenas o acionário, mas também o da
decisão em relação a políticas a serem seguidas pelas empresas, mais conhecido
como “influência sobre administração”.
Efetivamente, a análise individual das diversas demonstrações financeiras
faz perder a visão do conjunto, do desempenho global do grupo. As inúmeras
transações realizadas entre empresas pertencentes a um mesmo grupo econômico
necessitam ser eliminadas das demonstrações consolidadas, obtendo-se assim,
apenas os valores apurados em função de operações efetuadas com terceiros
alheios ao grupo. E a consolidação, de acordo com a legislação, é obrigatória
somente para:

a) Companhias abertas – que tiverem mais de 30% de seu patrimônio líquido


representado por investimentos em controladas;

b) Grupos empresariais – que se constituírem formalmente em Grupos de


sociedades independentes de serem ou não companhias abertas. Será aplicável
mesmo que a sociedade de comando não seja S.A.

Como já comentado, o objetivo básico da consolidação é apresentar a


posição financeira e os resultados das operações das diversas empresas do grupo,
como se fosse uma única empresa. Assim, tendo em mãos as demonstrações
contábeis das empresas que serão consolidadas, a técnica básica é, primeiramente,
somar os saldos das contas.

FIM DO MÓDULO II

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