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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO CATÓLICO DE BENGUELA – LUONGO

APONTAMENTOS DE AUDITORIA E REVISÃO DE


CONTAS I

Docente: Lic. Filipe Tchilembo


CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO
1.1. Definição de auditoria
Auditoria é o conjunto de operações sistematicas que comprovam a credibilidade das
demonstrações financeiras, comprovando se foram elaboradas de acordo com os
princípios contabilisticos geralmente aceites.

De acordo com alguns autores, como, (Almeida, 2014), a auditoria é “um processo
objectivo e sistematico, efectuado por um terceiro independente, de obetenção e avaliação
de prova em relação às asserções sobre acções e eventos económicos, para verificar o
grau de correspondência entre essas asserções e os critérios estabelecidos, comunicando
os resultados aos utilizadores da informação financeira”.

Também podemos definir auditoria como análise sistematizada dos procedimentos de


gestão e contabilisticos com o objectivo de expressão uma opinião limpa sobre a situação
da organização.

1.2. Objectivos e tipos de auditoria


e na detecção de fraudes. O grande objectivo de auditoria singe-se na credibilidade das
demonstrações financeiras

De acordo com (Marques, 1996), os tipos de auditoria são:


 Auditoria externa é a auditoria cujo objectivo principal consiste em verificar se
as demonstrações financeiras apresentam ou não, de forma verdadeira e
apropriada, a situação financeira e os resultados das operações do periodo a que
respeitam de acordo com as normas e principios contabilisticos geralmente
aceites.
 Auditoria interna é aquela que tem como objectivo auxiliar os órgãos de gestão
da empresa ao bom desempenho das atribuições de responsabilidades.
 Auditoria forence, de acordo com (Almeida, 2014) é o processo de detecção de
fraude perpetradas pelo órgão de gestão ou por terceiro.
 Auditoria operacional envolve uma revisão sistematica de parte ou de todo o
processo operacional de uma empresa, avaliando se os recursos estão a ser
utilizados tendo em conta a eficiência e a eficácia.
1.3. Evolução da auditoria
Se partimos do pressuposto que a informação deve ser credível, este facto fica em maior
evidencia quando estamos a falar de informação financeira produzidas pelas empresas.

Apreciado por (Almeida, 2014), durante a fase inicial e a mais longa fase do seu
desenvolvimento, a principal area de actuação da auditoria eram as contas da
administração pública. A auditoria já era utilizada pelas civilizações egipicias, gregas e
romanas como forma de controlo dos oficiais aos quais eram confiados os dinheiros
públicos.

Antes da revolução industrial a aplicação da auditoria em termos comerciais não era


frequente. A industria era baseada em quintas e pequenos moinhos localizados perto de
cursos de água. Esses negócios eram normalmente propriedade de quem explorava, não
havendo necessidade de elaborar relatório a terceiros e por conseguinte serem auditados.

Durante este periodo a preocupação estava centrada na utilização honesta e apropriada de


fundos. Assim, o principal objectivo da auditoria era a detecção de fraudes na utilização
desses fundos. Para a realização deste objectivo, as contas auditadas eram sujeitas a um
detalhado exame, baseado na exactidão aritmética e na cordância com a autorização dada
para a custodia dos fundos.

Após 1884 a detecção de fraude é aceite como objectivo primário da auditoria. Este facto
pode ser constatado nos textos da época, ao afirmarem que o ojectivo da auditoria é
decomposto na detecção de fraude e de erros técnicos. Salienta-se que a procura do
auditor por fraudes deve ser incansável e constante, devendo este ser o objectivo básico
de uma auditoria.

Após 1920 os profissionais de auditora foram reconhecendo cada vez menos


responsabilidade na detecção de fraudes, argumentando que a prevenção e detecção de
fraudes eram responsabilidades dos gestores da empresa e que o objectivo da auditoria é
a credibilização dos relatórios financeiros. A prevenção para a ocorrência de fraudes
pressupõe dotar a empresa de um bom sistema de controlo interno.
CAPÍTULO II. AUDITORIA AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
De acordo com o PGC (2001), entende-se por Demonstrações financeiras, o conjunto de
componentes capazes de dar resporta às necessidades de informação, para efeitos
externos, referidas anteriormente.

Demonstrações financeiras também pode ser definida como o conjunto de rubricas ou


indicadores que relatam a posição financeira da empresa e o seu desempenho económico
a longo do exercício.

Bases de apresentação das demonstrações financeiras

De acordo com Lousã & Salgueirinho (2015), o plano geral de contabilidade integra uma
estrutura conceptual para a preparação e apresentação da informação financeira contida
nas Demonstrações financeiras.

Assim, a Estrutura conceptual tem como finalidade estabelecer conceitos que estão
subjacentes à preparação das demonstrações financeiras, que têm como objectivo
proporcionar informação clara, precisa e concisa sobre a posição financeira de uma
entidade e que seja útil a todos os utentes nela interessados.

No processo de preparação das demonstrações financeiras deve-se ter em conta os


princípios contabilisticos, a fim de não influenciar uma gestão financeira baseada em
erros.

Utentes da informação financeira


A nível externo os principais utentes da informação financeira:
Investidores: Avaliar o retorno do investimento. Auxiliar na tomada de decisão
(comprar, deter ou vender). Determinar a capacidade da empresa de pagar dividendos.

Empregado: Avaliar a capacidade da entidade proporcionar emprego, remuneração e


benefícios de reforma.

Financiadores: Determinar a capacidade da entidade em solver, dentro do prazo, os


compromissos em eles assumidos: emprestimos e juros.

Fornecedores e outros credores: Determinar se as quaintias que lhes são devidas serão
pagas dentro do prazo. Avaliar a capacidade da entidade em operar de forma continuada,
caso estejam dependentes da entidade.
Clientes: Avaliar a capacidade da entidade em operar de forma continuada, caso hajam
assumido compromissos de longo prazo com a entidade ou dela estejam dependentes.

Governo e seus departamentos: Avaliar a capacidade de alocação de recursos.


Regulamentar a actividade das entidades. Estabelecer políticas de tributação. Servir de
base ao apuramento do rendimento nacional e de estatísticas semelhantes.

Público: Ajudar a avaliar a utilidade da entidade em diversos níveis, como por exemplo
a capacidade de emprego e de desenvolvimento de nogócios como cliente.

A nível interno, o maior utente da informação financeira são os órgão de gestão:

Gestão: Auxiliar o cumprimento das suas responsabilidades de planeamento, tomada de


decisão e controlo.

2.1. Balanço patrimonial financeiro


Apreciado por Tavares (1970) diz que o termo “balanço” deriva da palavra latina bilanx,
bilancis, que significa balança de dois pratos.
Pela sua origem etimológica logo se apercebe que, no domínio contabilístico, o balanço
não pode deixar de traduzir a expressão do equilibrio resultante da acção de duas forças
iguais e contrárias: o Activo e o Passivo.

Várias têm sido a definição de balanço propostas por diversos contabilista.

Para L. Pavés, balanço é um estado que reflecte a situação de uma empresa em


determinado momento.

Batardon, define o balanço como o quadro sintético que contém, sob uma mesma
denominação, todos os elementos do inventário apresentados sob forma conveniente para
facilitar a sua leitura.

No balanço constam três massas patrimoniais:

 Activo: recursos (bens e direitos) controlados por uma entidade como resultados
de acontecimentos passados e dos quais se espera que fluam para a entidade benfícios
económicos futuros. Este está dividido em duas categorias:
a) Activo não corrente: que se espera que permaneçam na entidade por um periodo
superior a um ano.
b) Activos correntes: que se espera que permaneçam na entidade por um periodo até
um ano.
 Passivo: Obrigações presentes da entidade provenientes de acontecimentos
passados, do pagamento, dos quais se esperam que resultem exfluxos de recursos da
empresa incorporando benefícios económicos. Estas obrigações podem dividir-se em
duas categorias principais:
a) Passivo não corrente: que se espera que venham ser pagos pela entidade num
periodo superior a um ano.
b) Passivo corrente: que se espera que venham a ser liquidados pela entidade num
periodo até um ano.
 Capital próprio: é o valor residual do activo depois de ser descontado o passivo
exigível (Passivo).

O balanço mostra a posição financeira da entidade. É através dele que se faz a análise
financeira da empresa relacionando os indicadores financeiros.
Designação Notas Exercícios
N N-1
ACTIVO
Activos não corrente:
Imobilizações Corporeas 4
Imobilizações Incorporeas 5
Investimentos em subsidiárias e associadas 6
Outros activos financeiros 7
Outros activos não corrente 9
Activos Correntes:
Existências 8
Contas a receber 9
Disponibilidades 10
Outros activos correntes 11
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO
Capital Prórprio:
Capital 12
Reservas 13
Resultados transitados 14
Resultados do exercício
Passivo não corrente:
Emprestimo de médio e longo prazo 15
Impostos diferidos 16
Provisões para pensões 17
Provisões para outros riscos e encargos 18
Outros passivos não correntes 19
Passivo Corrente:
Contas a pagar 19
Emprestimos de curto prazo 20
Parte cor. Dos empr. a médio e longo prazos 15
Outros passivos correntes 21

2.2. Demonstração de resultados


Para Lousã & Salgueirinho (2015), demonstração de resultados é o modelo contabilistico
destinado a evidenciar a composição do resultado obtido num determinado periodo de
actividade de uma entidade.

A demonstração de resultados é um documento que espelha os proveitos e os custos de


uma entidade num periodo de tempo, normalmente anual, trimestral e semestral.

A Demonstração de Resultados é um documento contabilístico que fornece um resumo


financeiro dos resultados das operações financeiras da empresa durante um determinado
período específico, o qual pretende retratar os proveitos e custos desse mesmo período
de exercício. Em suma, trata-se de um mapa financeiro que permite a avaliação do
desempenho da empresa no ano e face ao ano anterior. Ao somatório da facturação do
período, isto é, ao valor total das vendas do período, e de outros eventuais proveitos,
relativos ao mesmo período, subtraem-se todos os custos imputáveis ao mesmo período.
Assim, o saldo final desta aritmética contabilística é o Resultado Líquido do Exercício,
no caso de se terem também deduzido os custos com os impostos.

Custos: podemos definir custos como a soma dos encargos que a empresa suportou para
obter periodo.

Proveitos: são ganhos ou beneficios da empresa como resultado da sua actividade.

A diferença entre proveitos e custos é que chamamos de Resultados. Eles podem ser:
Resultados Operacionais: reflecte os ganhos ou as perdas resultantes da actividade
principal da empresa. Trata-se dum conceito muito importante para a análise económico-
financeira da empresa na medida em que ele representa a capacidade do negócio principal
da empresa para gerar excedentes. Diz-se frequentemente que os resultados operacionais
são uma consequência das decisões dos “operacionais” da empresa (comerciais,
produção, etc.)
Resultados Financeiros: visa apurar os ganhos ou perdas resultantes das decisões
financeiras da empresa, englobando todos os custos suportados pela utilização de recursos
financeiros e os proveitos resultantes de aplicações financeiras, quer de curto, quer de
médio e longo prazo.

Resultados Correntes: este resultado consiste na soma dos dois anteriores e traduz os
resultados da actividade normal da empresa, ou seja, das decisões relacionadas com a
exploração corrente. Contabilisticamente poderemos dizer que traduzem o resultado dos
factores patrimoniais normais, os quais se contrapões aos factos ocasionais ou acidentais.

Resultados Extraordinários: são os resultantes de factos ocasionais ou acidentais, que


traduzem os ganhos ou perdas alheios à exploração, logo, com carácter de eventualidade.
Este resultado torna-se interessante para efeitos de avaliação económico-financeira da
empresa, na medida em que nunca se deve esquecer da sua eventualidade e, como tal, não
constituir um elemento normativo da análise.

Resultados antes de Impostos: este resultado tem a finalidade de evidenciar os


resultados globais, antes de deduzida a estimativa para impostos sobre o rendimento (II).
A sua utilização é facultativa, na medida em que aquela informação será obtida pela
leitura das demonstrações financeiras.

Resultados Líquidos do Exercício: é o apuramento do resultado líquido de cada


exercício económico, ou seja, é o valor que ficou depois de termos abatidos os custos
necessários e os impostos sobre os lucros. Este valor será depois distribuído de acordo
com a decisão dos sócios/accionistas.

Resultados Brutos: é o apuramento do resultado bruto de cada exercício económico, ou


seja, é o valor que apenas engloba as vendas e prestações de serviços às quais são
subtraídas os custos directos das vendas e das prestações de serviços tendo em
consideração os impostos inerentes.
CONTAS DESIGNAÇÃO VALOR
61 Vendas
62 Prestação de serviços
63 Outros proveitos operacionais
(A) = (61+62+63)
64 Variação dos produtos acabados e em via de
fabrico
65 Trabalhos para a propria empresa
71 Custo das mercadorias vendidas e materias
consumidas
72 Custo com o pessoal
73 Amorizações
75 Outros custos e perdas operacionais
(B) =(72+73+75)
81 Resultados operacionais: =((A)+64+65)-(B))

83 Resultados Financeiros
84 Resultados de filiais e associadas
85 Resultados Não operacionais

(C) Resultado antes do imposto: =81+83+85

(D) Imposto sobre o rendimento =(C)*taxa

(E) Resultado Líquido das actividades correntes: =(C)-(D)


86 Resultados extraordinários
(F) Imposto sobre o rendimento =86*taxa

(G) Resultado liquido do exercício =(E)+(86-(F))


A demonstração de resultados é importante porque permite a gestão financeira uma
análise económica mais aprofundada a partir dos indicadores económicos-financeiros.
CAPÍTULO III – PLANEAMENTO DE AUDITORIA
3.1. Fases do planeamento de auditoria
O planeamento de auditoria consite em definir os passos para a realização da auditoria.
As fases do planeamento de auditoria são:
a) Condições de compromisso: uma das decisões com que o auditores se deparam
é a de aceitarem ou não um cliente. Os normativos de auditoria requerem que as
empresas de auditoria definam políticas e procedimentos a serem seguidos na
aceitação de novos clientes e na manutenção de actuais clientes. O objectivo é
minimizar a possibilidade do auditor ser associado a clientes em relação ais quais
pode ser colocada em causa sua independência e de diminuir as possibilidades de
distorções materiais não serem detectadas.

b) Determinar o risco de auditoria: o risco é a probabilidade de um determinado


relatório ou uma auditoria não detectar distorções materiais, noutras palavras, é a
margem de erro, de o auditor emitir um relatório falso sobre as demonstrações
financeiras.

c) Compreender o controlo interno: toda empresa deve possuir um manual de


controlo interno, e é tarefa do auditor avaliar a eficiência desse controlo interno,
se o mesmo é forte, fraco, precisa ser melhorado ou se compromete o futuro da
empresa. No processo de avaliação o auditor deve evidenciar os pontos fortes e
fracos e colocar as sugestões de melhoria.

d) Avaliar o risco de distorções materiais: é a possibilidade de haver uma diferença


significativa entres os dados da auditoria e da empresa e a possibilidade dessa
distorção influenciar negativamente as demonstrações financeiras.

e) Determinar a materialidade: a materialidade é a importância que um


determinante montante tem, relativamente a uma quantia sobre as demonstrações
financeiras. O calculo da materialidade serve para estimar a influência do desvio
relativamente aos dados da empresa e do auditor.

f) Alocar a materialidade às rubricas: depois de calcular a materialidade é


importante o auditor avaliar os desvios decorridos nas classes que compõem as
demonstraçõe financeiras.
g) Definir a estratégia e os programas de auditoria: Depois de auditor passar por
todos processos anteriormente descritos é ncessário desenhar o modo como que a
auditoria seja realizada.

3.3. Risco em auditoria


O risco é a probabilidade de um determinado relatório ou uma auditoria não detectar
distorções materiais, noutras palavras, é a margem de erro, de o auditor emitir um relatório
falso sobre as demonstrações financeiras. Os riscos em auditoria podem agrupar-se em 3
(três): risco inerente, risco de controlo e risco de detecção.

Risco inerente: é a possibilidade de um saldo de conta ou classe conter uma distorção


que possa ser materialmente relevante, quando não se assume um controlo interno.

Risco de controlo: é a possibilidade de uma distorção que possa ocorrer num saldo de
conta ou classe, que possa ser materialmente relevante não vir a ser detectada, previda ou
corrigida atempadamente.

Risco de detecção: é a possibilidade de os procedimentos de auditoria não detectarem


uma distorção que exista num saldo de conta ou classe que possa ser materialmente
relevante.

A formula para calcular o risco de auditoria é:

RA= Ri*Rc*Rd

Interpretação do risco: A cada 100 relatórios de auditoria emitidos, o auditor o auditor


está disposto a correr o risco de X não corresponderem a realidade.

2.1. Conceito de materialidade


A informação é materialmente relevante quando a sua omissão influenciar a decisão
económica dos utilizadores da informação financeira.

_O conceito da materialidade não é concensual.

_A materialidade da informação financeira muda em função de cada realidade.

Procedimentos para calcular a materialidade:


a) Método do valor absoluto

Entidade Materialidade

Entidades com fins lucrativos 3% a 5% do lucro antes de imposto ou 0,5% a


1% do volume de negócios.
Entidades sem fins lucrativos 0,5% do total de gastos ou de rendimentos.

Outras entidades 0,5% do activo liquido.

b) Método da escala movel: (Consultar tabela anexa).


c) Método da base multipla:
𝑚𝑎𝑡.=(1% 𝐴𝑐𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑙𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜+1% 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑛𝑒𝑔ó𝑐𝑖𝑜+7% 𝑅𝐿𝐸)/3.
3.4. Asserções das demonstrações financeiras
Asserçar as demonstrações financeiras significa estudar a veracidade ou a falsidade das
demonstrações financeiras, testando o cumprimentos dos princípios contabilisticos a
asserção das demonstrações financeiras atesta informações relativamente a classe das
transações, saldos finais e relativamente à apresentação e divulgação.

Asserções relativas a classes das transações:


 Ocorrência: os acontecimentos registados devem fazer parte da entidade. Quando
é realizada a revisão de contas o auditor deve certificar-se de que todas as
operações lançadas no diario fazem parte da empresa, um método viavel de atestar
a ocorrência é a confromtação entre o extrato da contabilidade e o extracto da
conferência por facturas e documentos equivalentes.

 Plenitude: todas os factos patrimoniais estão registados. Esta asserção parece-se


com ocorrência mudando apenas o facto de na plenitude deve ser verificado se
todos os factos patrimoniais foram registados.

 Rigor: levou-se em conta princípios contabilisticos e normas de contabilidade.

 Corte: os registos contabilisticos correspondem ao ano N. Por exemplo, não deve


ser registado em no diario do exercício de 2020, acontecimentos de 2019 ou 2021,
podendo sobrevalorizar ou subvalorizar os resultados.

 Classificação: os factos patrimoniais foram registados nas contas próprias.


Asserções relativas aos saldos finais:
 Existência: os elementos patrimoniais e os interesses do capital existem.
 Direitos e obrigações: a entidade controla os direitos sobre os activos e os
passivos são elementos da empresa.
 Plenitude: todos elementos patrimoniais foram registados.
 Valorização e imputação: os elementos patrimoniais estão registados nas
demonstrações financeiras pela quantia apropriada.

Asserções relativas à apresentação e divulgação:


 Ocorrência: factos patrimoniais divulgados ocorreram.
 Direitos e obrigações: os eventos divulgados estão relacionados com a entidade.
 Plenitude: tudo que devia ser divulgado, foi de facto divulgado.
 Rigor e valorização: a informação está correctamente divulgada pelas quantias
certas.
 Classificação e compreensibilidade: a informação divulgada foi clara.

3.5. Procedimentos de auditoria


Procedimentos de auditoria, é o conjuntos métodos e técnicas desenhadas para se realizar
o trabalho da auditoria, e estes procedimentos variam em função da tipologia do tipo de
auditoria.
Tipos de procedimentos de auditoria
1) Avaliação do risco do cliente: o primeiro passo para se realizar uma auditoria é
estudar o cliente que está sendo auditado. O auditor antes de mais, deve inquirir
sobre todas as possibilidade de não serem detectadas distorções materiais. Neste
passo uma das ferramentas fundamentais é conhecer o controlo interno
implementado pela empresa
2) Testes aos controlos: Uma vez estudado o controlo interno da empresa, o auditor
deve saber sobre a sua fiabilidade e até que ponto salvaguarda os activos da
empresa, ou, até que ponto é que o mesmo salvaguarda o activo da empresa.
3) Procedimentos substantivos: os procedimentos substantivos têm como foco
fundamental detectar as distorções que não puderam ser detectadas pelo controlo
interno. Entende-se, pois que, avaliação do controlo interno por si só não é capaz
de assegurar a credibilidade das demonstrações financeiras. Os procedimentos
Procedimentos substantivos
substantivos dividem-se em: procedimentos analíticos, teste de detalhe aos
saldos, testes de detalhe às transacções, apresentação e divulgação.
Procedimentos analíticos: Teste de detalhe as Teste de detalhe a
* Análise de tendências; transacções e aos saldos: apresentação e
* Verificar os documentos divulgação:
* Análise dos rácios;
de suporte contabilistico; * Verificar os documentos
* Modelos matemáticos contabilisticos e extra-
(modelo de regressão * Circularização de
terceiros; contabilisticos.
linear).
* Inventário.
3.6. Papeis de trabalho
Papeis de trabalho é a prova de como foi realizada a auditoria, este documento demonstra
a história da auditoria. Estes documentos servem de suporte para o relatória de auditoria
e revisão de contas. É um documento que mostra como foi realizada a auditoria.

Principais objectivos:
o Auxiliar a equipa de auditoria no planeamento e na execução de auditoria (serve
de arquivo de memória);
o Ajudar na coordenação, supervisão e análise no trabalho de auditoria;
o Registar a prova de auditoria resultante do trabalho executado;
o Assistir o controlo interno, o controlo de qualidade e o auditor sucessor na
realização de tarefas.

Tipos de papeis de trabalho


 Papeis de trabalho administrativo: planeamento, supervisão, coordenação e
controlo.
 Demonstrações financeiras ajustadas/reclassificações: DF’s empresa vs. DF’s
Auditor.
 Programas de trabalho: lista dos procedimentos de auditoria a serem efectuados.
 Etc…
CAPÍTULO V. CONTROLO INTERNO
Para gerir qualquer organização é necessário que se criem políticas organizativas para
fazer face aos problemas da mesma. É necessário criar medidas para os decisores das
organizações poderem acudir de uma forma mais fiável, eficaz e eficiente os itens do
relato financeiro, sendo que, estes são os principais indicadores de desenvolvimento de
qualquer organização.

O controlo interno é o conjunto de planos da organização e o conjunto de métodos e


medidas adoptadas pela empresa para proteger seu património verificando a exatidão e o
grau de confiança de seus dados contabilístico. O controlo interno precisa ter qualidade
já que, dentre suas funções, está a de prevenção contra possíveis erros e fraudes.

O primeiro organismo a definir controlo interno foi o AICPA em 1934, citado por Morais
& Martins (2007), define que “Controlo interno compreende um plano de organização e
coordenação de todos os métodos e medidas adaptadas num negócio a fim de garantir a
salvaguarda de activos, verificar a adequação e fiabilidade dos dados contabilísticos,
promover a eficiência operacional e encorajar a adesão às políticas estabelecidas pela
gestão”.

Para Pinto (2004), “corresponde ao plano da organização e dos métodos e medidas


adoptadas com vista a salvaguardar os activos, a verificar a exactidão e a fidedignidade
dos dados contabilísticos, a promover a eficácia operacional e a estimular o cumprimento
das políticas prescritas pelos gestores”.

5.1. Tipos de controlo interno

De acordo com com (Costa C. B., 2010) existem dois tipos de controlo interno,
nomeadamente: Administrativos e Contabilisticos.

Conforme (Costa C. B., 2010) o controlo interno administrativo inclui todos os planos da
organização e os métodos relacionados com os processos de decisão que conduzem à
autorização das transacções pelo órgão da administração. Este tipo de controlo abrange
todas as actuações e os procedimentos implementados pela administração que visam uma
realização eficiente de todas as operações da entidade.

Segundo o mesmo autor o controlo interno administrativo constitui o ponto de partida


para o controlo interno contabilístico. Isso acontece porque só a partir do planeamento e
da autorização de transacções que se pode efectuar os seus registos e fazer uma
fiscalização de forma apropriada. Ou seja é após a realização dos factos e não só que
afectam o controlo do património. Alguns exemplos deste tipo de controlo:

 Controlo de qualidade;
 Treinamento de pessoal;
 Estudo de tempos e movimentos;
 Análise de variações entre os valores orçamentados e os ocorridos;
 Análise estatística de rentabilidade.
O controlo interno administrativo adopta métodos que permitem de certa forma que todas
as operações das entidades sejam executadas de forma eficiente. O propósito deste tipo
de controlo é o cumprimento na íntegra, do regulamento interno na realização das
actividades da organização.

De acordo com o autor acima mencionado (Costa C. B., 2010), o controlo interno
contabilístico compreende o plano de organização, os registos e processos relativos a
salvaguarda do património da entidade, a confiança e integridade das informações
financeiras. Tudo isso de modo que facultem uma segurança razoável de que:

 As operações sejam realizadas conforme a autorização do órgão da gestão;

 Os factos acorridos sejam registados de modo que a preparação das


demonstrações financeiras estejam em conformidade com os princípios
geralmente aceites;

 O acesso aos activos acontece quando for autorizado pelo órgão competente.
Efectivamente, o controlo interno contabilístico abarca todos processos e sistemas
utilizados em diversos sectores nos quais permitem a eficiente custódia de património da
entidade e de fazer com que as transacções ocorridas sejam registadas devidamente
correctas. Como por exemplo:

 Controlo físico sobre os activos;

 Segregações de funções;

 Auditoria interna;

 Sistemas de conferência, aprovação e autorização.


O controlo interno contabilístico ao contrário do administrativo pode significativamente
afectar os registos e consequentemente as demonstrações financeiras, logo, é preciso ter
bastante atenção neste tipo de controlo e ter uma atenção ponderação especial quer do
auditor interno quer externo.
Tanto o controlo interno administrativo como o contabilístico encontra-se em todos os
departamentos da entidade. Apesar de algumas semelhanças entre eles, diferem-se uma
da outra em alguns aspectos.

Enquanto o controlo interno administrativo busca pela obtenção de resultado eficiente e


eficaz, o controlo interno contabilístico zela apenas na consecução de informações
financeiras credíveis. Pois, o controlo interno administrativo está mais relacionado com
os objectivos de estímulo a eficiência operacional e da aderência as políticas vigentes. E
o controlo interno contabilístico por sua vez procura alcançar as seguintes finalidades: e
salvaguarda do património e a confiabilidade das informações financeiras.

Portanto, pode-se dizer que o controlo interno contabilístico é um dos meios para o
alcance dos objectivos do controlo interno administrativo, embora que este último seja o
ponto de partida do controlo interno contabilístico. Pois, a partir da obtenção de
informações verídicas, fornecidas pelo controlo interno contabilístico, os gestores podem
basear as suas decisões em fundamentos sustentáveis.

5.2. Componentes do controlo interno


De acordo com Inácio (2014), a estrutura de controlo interno do COSO identifica cinco
componentes e seus princípios, interrelacionados necessários para os objectivos do
sistema de controlo interno. Estes componentes são:
 Envolventes de controlo;
 Avaliação do risco;
 Actividades de controlo;
 Informação e comunicação;

 Actividades de monitorização.
Almeida (2014), concordante com as ideias de COSO, citas por Inácio (2014), debruça-
se dos mesmos, na medida em que:

Ambiente de Controlo – O núcleo de qualquer negócio é os seus recursos humanos (os


atributos e particularidade dos indivíduos, a integridade pessoal, ética e competência) e o
ambiente em que estes trabalham. O ambiente de controlo deve determinar quais os
conceitos básicos sobre qual a forma como os riscos e os controlos são vistos e abordados
pelos ativos humanos da organização. É responsabilidade da administração atribuição de
autoridade e responsabilidade, assim como geri-los.
Avaliação de Risco – A entidade deverá conhecer e antecipar os riscos que enfrenta, e
deverá estabelecer:
o Objetivos, integrados com as suas atividades para que a organização opere de
forma concertada;
o Mecanismos para identificar, analisar e gerir os riscos relacionados com as suas
operações.
Actividades de Controlo – Políticas e procedimentos deverão ser estabelecidos e
implementados de forma a garantir a observância das orientações identificadas pela
gestão, com intuito de mitigar os riscos. Este componente deverá englobar as aprovações,
autorizações, reconciliação, avaliações de desempenho, segurança dos ativos e a
segregação de funções.

Informação e Comunicação – Estes sistemas permitem que as informações pertinentes


sejam identificadas e comunicadas de forma coerente e num período considerado
adequado. A comunicação ocorre a todos os níveis da organização, todos os
colaboradores tem-lhes atribuído responsabilidades de forma a estas contribuírem para o
alcance dos objetivos da entidade. A comunicação deverá fluir de forma clara e precisa,
de forma os colaboradores cumprirem as suas responsabilidades adequadamente.

Monitorização – O processo, na sua globalidade, deverá ser controlado, devendo ser


efetuadas as modificações necessárias sempre que se justifique, o que irá permitir que o
sistema reaja de forma dinâmica sempre que as condições o exigem.

5.3. Avaliação do controlo interno


A avaliação do controlo interno tem como finalidade saber a eficiência e eficácia do
controlo na prevenção de fraldes. O auditor utiliza um processo de três fases: 1.º
Compreender e documentar o controlo interno implementado pela empresa; 2.º efectuar
uma avaliação preliminar do risco de controlo; 3.º realizar testes ao controlo.

Compreender e documentar o controlo interno


A compreensão do controlo interno acontece numa fase inicial da auditoria, ou seja, o
auditor deve avaliar se os controlos que a organização tem implementado sobre as
asserções relevantes, relacionados com os saldos, com as transacções e com a
apresentação e a divulgação, estão em funcionamento e são eficientes na prevenção e e
deteção de distorções materiais.

Avaliação preliminar do risco de controlo


Após reunir documentação sobre o controlo interno, o auditor decide se vai efectuar ou
não testes aos controlos. Se o auditor concluir que os controlos são ineficientes na
prevenção e deteção de distorções materiais, ou seja, se avalia o risco de controlo como
o mais alto possível, a sua estratégia de auditoria será uma estratégia
predominantemente substantiva.

Realizar testes aos controlos


Os testes aos controlo são efectuados com base em amostras de transacções e de controlos
efectuados durante o exercício, permitindo ao auditor concluir se o controlo está a
funcionar ao longo deste periodo.

5.4. Comunicação com o órgão de gestão


Apesar da responsabilidade pela implementação e eficiência do controlo interno ser do
órgão de gestão, o auditor pode ajudar o órgão de gestão nesta função comunicando as
deficiências detetadas no controlo interno durante a auditoria e propondo recomendações
para as ultrapassar.

De acordo ISA 265 existe uma deficiência no controlo interno quando um controlo é
concebido, implementado ou operado de tal forma que não consegue evitar, ou detetar e
corrigir em tempo oportuno, distorções nas demonstrações financeiras.
O auditor deve comunicar por escrito ao órgão de gestão, em tempo oportuno, as
deficiências significativas no controlo interno identificadas durante a auditoria. Nessa
comunicação deve incluir os seguintes aspectos:
o Uma descrição das deficiências e uma explicação dos seus efeitos potenciais;
o Informação suficiente para que o órgão de gestão possa compreender o contexto
da comunicação. Em particular, o auditor deve explicar que:
a) A finalidade da auditoria foi a de expressar uma opinião sobre as
demonstrações financeiras;
b) A auditoria incluiu a consideração do controlo interno relevante para a
preparação das demonstrações financeiras a fim de conceber procedimentos
de auditoriaque sejam apropriados nas circunstâncias, mas não com a
finalidade de expressar uma opinião sobre a eficácia do controlo interno;
c) As matérias relatadas limitam-se às deficiências que o auditor tenha
identificado durante a auditoria e que concluiu assumirem suficiente
importância para merecerem ser relatadas aos encarregados da governação.

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