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CONTABILIDADE GERAL

PARTE 3
Prof. Rodrigo Machado
Contabilidade Geral

ESTRUTURA CONCEITUAL PARA A ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS


DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: TEXTO REMANESCENTE

Conceitos de capital e de manutenção de capital

4.57. O conceito de capital financeiro (ou monetário) é adotado pela maioria das entidadesna
elaboração de suas demonstrações contábeis.
De acordo com o conceito de capital financeiro, tal como o dinheiro investido ou o seu poder
de compra investido, o capital é sinônimo de ativos líquidos ou patrimônio líquido da entidade.
Segundo o conceito de capital físico, tal como capacidade operacional, o capital é considerado como
a capacidade produtiva da entidade baseada, por exemplo, nas unidades de produção diária.
4.58. A seleção do conceito de capital apropriado para a entidade deve estar baseada nas
necessidades dos usuários das demonstrações contábeis.
Assim, o conceito de capital financeiro deve ser adotado se os usuários das demonstrações
contábeis estiverem primariamente interessados na manutenção do capital nominal investi-
do ou no poder de compra do capital investido.
Se, contudo, a principal preocupação dos usuários for com a capacidade operacional da en-
tidade, o conceito de capital físico deve ser adotado.
O conceito escolhido indica o objetivo a ser alcançado na determinação do lucro, mesmo que
possa haver algumas dificuldades de mensuração ao tornar operacional o conceito.

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Conceitos de manutenção de capital e determinação do lucro

Conceitos de capital e de manutenção de capital


4.61. O conceito de manutenção do capital físico requer a adoção do custo corrente como
base de mensuração.
O conceito de manutenção do capital financeiro, entretanto, não requer o uso de uma base
específica de mensuração. A escolha da base conforme este conceito depende do tipo de
capital financeiro que a entidade está procurando manter.

4.62. A principal diferença entre os dois conceitos de manutenção de capital está no tratamen-
to dos efeitos das mudanças nos preços dos ativos e passivos da entidade.
Em termos gerais, a entidade terá mantido seu capital se ela tiver tanto capital no fim do pe-
ríodo como tinha no início, computados os efeitos das distribuições aos proprietários e seus
aportes para o capital durante esse período.
Qualquer valor além daquele necessário para manter o capital do início do período é lucro.
4.63. De acordo com o conceito de manutenção do capital financeiro, por meio do qual o capi-
tal é definido em termos de unidades monetárias nominais, o lucro representa o aumento do
capital monetário nominal ao longo do período.
Assim, os aumentos nos preços de ativos mantidos ao longo do período, convencionalmente
designados como ganhos de estocagem, são, conceitualmente, lucros.

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Entretanto, eles podem não ser reconhecidos como tais até que os ativos sejam realizados
mediante transação de troca.
4.63. (...) Quando o conceito de manutenção do capital financeiro é definido em termos de
unidades de poder aquisitivo constante, o lucro representa o aumento no poder de compra
investido ao longo do período.
Assim, somente a parcela do aumento nos preços dos ativos que exceder o aumento no nível
geral de preços é considerada como lucro.
O restante do aumento é tratado como ajuste para manutenção do capital e, consequente-
mente, como parte integrante do patrimônio líquido.
4.64. De acordo com o conceito de manutenção do capital físico, quando o capital é definido
em termos de capacidade física produtiva, o lucro representa o aumento desse capital ao lon-
go do período.
Todas as mudanças de preços afetando ativos e passivos da entidade são vistas, nesse concei-
to, como mudanças na mensuração da capacidade física produtiva da entidade.
Assim sendo, devem ser tratadas como ajustes para manutenção do capital, que são par-
te do patrimônio líquido, e não como lucro.

TEORIA CONTÁBIL

Terminologias contábeis

•• Conjunto de Bens, Direitos e Obrigações é sinônimo de Patrimônio Líquido.


•• A peça contábil que apresenta de forma ordenada o conjunto de Bens, Direitos e Obriga-
ções é o Balanço Patrimonial;
•• Como forma de apresentação do Balanço Patrimonial, normalmente estabelece que o dos
bens e direitos, por ser algo positivo para a empresa, é denominado Ativo;
•• O lado das obrigações terá duas divisões distintas: as obrigações exigíveis (que são cobra-
das na data do vencimento), que é o Passivo e as não exigíveis, pois não há uma data de
pagamento especificada – o nosso Patrimônio Líquido;
•• A equação fundamental da contabilidade (A=P+PL) indica a situação líquida;
•• A parte líquida – situação líquida -, que sobra da empresa é sinônimo de Patrimônio Líquido;
•• Capital de Terceiros é uma maneira habitual de denominar o Passivo; e
•• Capital Próprio é sinônimo de Patrimônio Líquido.

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Sinônimos utilizados em provas de concursos

GRUPO DE CONTAS

Ativo
As contas do Ativo são agrupadas de acordo com sua rapidez de conversão em dinheiro, por-
tanto, de acordo com o seu grau de liquidez.
Em primeiro lugar agrupam-se as contas que já são dinheiro (caixa, bancos etc.) com as que se
converterão em dinheiro rapidamente (Títulos a receber, Estoques etc.). A esse grupo de contas
denominados Ativo Circulante. É o grupo de mais alto grau de liquidez.
Em segundo lugar são agrupadas as contas que se transformarão em dinheiro mais lentamente
(Valores a receber, mas que levam mais tempo para serem recebidos). Estas contas são deno-
minadas realizável a longo prazo, que faz parte de um grupo chamado Ativo Não Circulante.
Em terceiro lugar, são agrupados os itens que dificilmente serão transformados em dinheiro,
normalmente são itens não destinados a venda e empregados para o alcance dos objetivos
operacionais da entidade (gerar fluxo de caixa).
São itens com pouquíssima liquidez e normalmente usados pela entidade por vários anos –
vida útil longa (máquinas, prédios etc.).
Os itens dessa categoria tem características de permanente e são classificados no Ativo Não
Circulante.

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Passivo e Patrimônio Líquido


As contas do Passivo e do Patrimônio Líquido são agrupadas de acordo com o seu vencimento,
isto é, aquelas a serem liquidadas mais rapidamente serão destacadas daquelas a serem pagas
em um prazo mais longo.
Primeiro: as contas que serão pagas mais rapidamente são as primeiras a serem agrupadas
e as denominamos como Passivo Circulante.
Segundo: as contas que serão pagas em um prazo mais longo são classificadas em grupo distin-
to e, a esse grupo de contas damos o nome de Exigível a Longo Prazo e fazem parte do denomi-
nado Não Circulante.
Por fim, temos as contas que praticamente não serão pagas, são as obrigações com os proprie-
tários da empresa, são obrigações não exigíveis. A esse grupo damos o nome de Patrimônio
Líquido.

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Grau de Liquidez
Há uma analogia em termos de grupos de contas entre o lado do Ativo e o lado do Pas-
sivo e Patrimônio Líquido, que é o grau de liquidez decrescente.
No ativo aparecerão em primeiro lugar as contas que se converterão em dinheiro mais rapida-
mente e, a seguir, as contas mais lentas de realização em dinheiro. No Passivo e no Patrimônio
Líquido serão destacadas, em primeiro lugar, as contas deverão ser pagas mais rapidamente e, a
seguir, as que serão acertadas a Longo Prazo.

Esquematizando o grau de liquidez

Excepcionalmente a empresa vende bens de uso

Circulante e ciclo operacional


O primeiro grupo de contas, como já vimos, é o circulante, tanto para o Ativo, quanto para o
Passivo e, para melhor entendimento o caminho mais fácil é seguir um exemplo real. Portanto,
partiremos de uma indústria para exemplificar.
No processo de industrialização há compras de matéria-prima – comumente não são realizadas
com pagamento à vista. A obrigação de pagar é representada na contabilidade pela conta for-
necedores.
Em seguida, inicia-se o processo de industrialização, entrando no estágio de transformação de
matérias-primas em produtos em elaboração. Nesse estágio surgem outras obrigações a pagar,
tais como salários, aluguéis, outras despesas
A próxima fase do ciclo operacional é a conclusão da industrialização, situação na qual os
produtos acabados são representados pela conta de estoques de produtos acabados estando
prontos para serem vendidos.
Assim como as compras, as vendas habitualmente são realizadas a prazo, o que dá origem à conta
duplicatas a receber e em contrapartida, há o reconhecimento contábil dos custos dos estoques
portanto, qual a conclusão pode ser chegada após a análise de todas essas operações?

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É relevante observar que, nesse período, todas as contas envolvidas estiveram em constante
movimento, isso é, seus saldos são frequentemente alterados. São as contas em giro, em circu-
lação. Por isso, o grupo dessas contas é denominado Circulante.
A próxima fase do ciclo operacional é a conclusão da industrialização, situação na qual os pro-
dutos acabados são representados pela conta de estoques de produtos acabados estando
prontos para serem vendidos.
Assim como as compras, as vendas habitualmente são realizadas a prazo, o que dá origem à
conta duplicatas a receber e em contrapartida, há o reconhecimento contábil dos custos dos
estoques . Quando as duplicatas a receber são baixadas pelo recebimento dos valores, há au-
mento nos benefícios econômicos da entidade, pelo ingresso de dinheiro no caixa.
Esse processo repete-se constante e ininterruptamente, uma vez que a empresa está sempre
adquirindo matérias-primas, produzindo e vendendo seus produtos para alimentar seu proces-
so industrial.
O período desde a aquisição da matéria-prima (que entra no processo produtivo) até o recebi-
mento de duplicatas é denominado Ciclo Operacional.

CICLO OPERACIONAL

Circulante e ciclo operacional


É relevante observar que, nesse período, todas as contas envolvidas estiveram em constante
movimento, isso é, seus saldos são frequentemente alterados. São as contas em giro, em circu-
lação. Por isso, o grupo dessas contas é denominado Circulante.

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Contas do Circulante com maior incidência em questões

Conta Detalhamento
Matéria-prima, Produção em
Estoques
andamento, Produtos acabados
Fornecedores Compras a prazo
Salários a Pagar Obrigações decorrentes da folha de pagamento
Aluguel a pagar Despesa com locação de veículos, imóveis, etc.
Duplicatas a Receber,
Representa as vendas a prazo
Contas a receber ou Clientes
Empréstimos bancários, Empréstimos a pagar Recursos obtidos junto a instituições financeiras

Obrigações tributárias decorrentes das


Impostos a recolher ou Tributos a pagar
operações realizadas.

Caixa e Bancos Disponibilidades de recursos


Representa os bens destinados
Imobilizado
às operações da entidade

Ativo não circulante


É um grupo do Ativo que é exatamente o oposto do circulante. Divide-se em Realizável a Longo
Prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível. Representa bens de vida útil longa e são desti-
nados basicamente como meio para atingir seus objetivos sociais ou para renda.

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Curto e Longo Prazos

São considerados como realizáveis a longo prazo os bens e direitos que serão transformados
em dinheiro ou obrigações vencerão no longo prazo.
Para efeitos contábeis são considerados de longo prazo as operações com prazo de realização
superior a um ano ou ao ciclo operacional da entidade, caso esse seja superior ao um ano.
Por exemplo, um título que vencerá daqui a 300 dias será contabilizado como de curto prazo,
um que vencerá daqui a 400 dias será de longo prazo.
Há certos direitos a receber que, mesmo pressupondo-se recebimento no Curto Prazo, devem
ser classificados no Realizável a Longo Prazo. É o caso de empréstimos a diretores ou a empresas
coligadas. É um empréstimo de “pai para filho”, logo, a empresa não irá acionar seu diretor ou co-
ligada na data prefixada. Nesse caso, sugere-se certa dose de prudência, principalmente por parte
dos usuários dos relatórios contábil-financeiro, classificando-se o direito a Longo Prazo.

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O realizável a longo prazo, de maneira geral, é o grupo de contas cuja participação em relação
aos outros dois grupos já estudados (circulante e permanente) é bastante pequena, é o que
tem menor participação em termos de valores e importância.
O mesmo raciocínio deve ser aplicado ao Passivo: todas as obrigações vencíveis no prazo su-
perior um ano deverão ser classificadas no Exigível a Longo Prazo (exceto quando o ciclo ope-
racional for superior a um ano); no grupo Passivo não circulante, portanto, engloba obrigações
vencíveis em doze meses após a publicação dos relatórios contábil-financeiro.

Equação fundamental do patrimônio

(CESGRANRIO – Contador – INEA – 2008)


A empresa Mar Aberto Ltda. Adquiriu, em março de 2007, da Cia. Morro Azul, 120.000,00 em
mercadorias para revenda, a prazo. A conta fornecedores utilizada nessa transação será consi-
derada, na empresa Mar Aberto Ltda., como:
a) origem dos recursos.
b) aplicação dos recursos.
c) uma conta de compensação.
d) direito a receber de longo prazo.
e) passivo financeiro de longo prazo

FATOS CONTÁBEIS E VARIAÇÕES PATRIMONIAIS

Fato contábil é tudo aquilo que provoca modificação qualitativa ou quantitativa no patrimônio
de uma entidade, sendo, portanto, objeto de contabilização.

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Os fatos contábeis podem ser:

•• Permutativos – são aqueles que não alteram o Patrimônio Líquido;


•• Modificativos – são aqueles que alteram o Patrimônio Líquido;
•• Mistos ou compostos – são aqueles que envolvem um fato permutativo e um modificativo,
simultaneamente.
Fatos modificativos são os que produzem alterações na situação líquida, diminuindo ou aumen-
tando. Há diminuição na situação líquida quando um bem é consumido ou quando há gastos de-
correntes da atividade econômica, necessária para alcançar os fins da empresa. (Franco, Hilário)
Isso vem gerado muita confusão, pois há o entendimento que fatos modificativos estão sempre
vinculados à alteração da situação líquida decorrente do consumo de um bem e/ou de gastos
decorrentes da atividade econômica, necessária para alcançar os fins da empresa. A confusão
nasce quando vinculam fatos modificativos unicamente ligados a receitas e despesas.
Há fatos contábeis que são modificativos e não envolvem operações de receitas e despesas,
tais como:

Fato permutativo
Existem 05 (cinco) modalidades de fatos permutativos:

Primeira modalidade:

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Existem 05 (cinco) modalidades de fatos permutativos:

Segunda modalidade:

Existem 05 (cinco) modalidades de fatos permutativos:

Terceira modalidade:

Existem 05 (cinco) modalidades de fatos permutativos:

Quarta modalidade:

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Existem 05 (cinco) modalidades de fatos permutativos:

Quinta modalidade:

Esquematizando fatos permutativos

Fato modificativo diminutivo

Existem 02 (duas) modalidades de fatos modificativos diminutivos:


Primeira modalidade:

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Existem 02 (duas) modalidades de fatos modificativos diminutivos:
Segunda modalidade:

Fato modificativo aumentativo


Existem 02 (duas) modalidades de fatos modificativos aumentativos:
Primeira modalidade:

Existem 02 (duas) modalidades de fatos modificativos aumentativos:


Segunda modalidade:

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Fatos mistos
Existem 03 (três) modalidades de fatos mistos diminutivos:
Primeira modalidade:

Existem 03 (três) modalidades de fatos mistos diminutivos:


Segunda modalidade:

Existem 03 (três) modalidades de fatos mistos diminutivos:


Terceira modalidade:

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Existem 03 (três) modalidades de fatos mistos aumentativos:
Primeira modalidade:

Existem 03 (três) modalidades de fatos mistos aumentativos:


Segunda modalidade:

Existem 03 (três) modalidades de fatos mistos aumentativos:


Terceira modalidade:

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(SEFAZ-RS – AFRE – CESPE – 2019)


Se uma entidade adquirir, à vista, ações da própria entidade pelo valor de mercado, então, para
a entidade essa operação representará um fato contábil
a) modificativo aumentativo.
b) permutativo.
c) misto aumentativo.
d) misto diminutivo.
e) modificativo diminutivo.

SISTEMA DE CONTAS

Introdução
Vimos ao longo do curso que o objeto da contabilidade é o patrimônio das entidades (conjuntos
de bens, direitos e obrigações) e por objetivo temos o controle desse patrimônio.
O controle que a contabilidade realiza é feito através do registro – lançamento contábil -, dos
fatos contábeis que representam os bens, direitos, obrigações, patrimônio líquido, receitas e
despesas da entidade.
Dessa forma, o controle é realizado sob a forma de contas patrimoniais, que representam os
bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido e de contas de resultado, que representam as
receitas e despesas da entidade.

Esquematizando conceitos

O que são contas?


São nomes, títulos que qualificam os elementos patrimoniais (bens, direitos, obrigações, patri-
mônio líquido, despesas e receitas) e quantificam os mesmos através de saldos devedores ou
credores.

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O que é natureza da conta?
As contas do Ativo são de natureza devedora. Isso significa que para aumentar o saldo de uma
conta do Ativo temos que debitar e para reduzir temos que creditar.
As contas retificadoras do Ativo são de natureza credora. Sua função é reduzir um saldo de um
bem ou de um direito, tal como a depreciação acumulada, que representa a diminuição de um
ativo em gerar benefícios econômicos para a entidade. As contas redutoras do Ativo com maior
incidência em provas de concursos são:

•• Ajuste a Valor Presente de Clientes;


•• Provisão para Ajustes a Valor de Mercado;
•• Provisão para Devedores Duvidosos;
•• Depreciação Acumulada;
•• Amortização Acumulada;
•• Exaustão Acumulada;
•• Provisão para Perdas Prováveis na Realização de Investimentos.

As contas do Passivo são de natureza devedora. Isso significa que para aumentar o saldo de
uma conta do Passivo temos que creditar e para reduzir temos que debitar.

As contas retificadoras do Passivo são de natureza devedora, sendo as principais delas:

•• Ajuste a Valor Presente de Fornecedores;


•• Deságio a Amortizar (emissão de debêntures abaixo do par);
•• Capital a Realizar ou Capital a Integralizar;
•• Ajustes de Avaliação Patrimonial (somente quando apresentar saldo devedor);
•• Ajustes Acumulados de Conversão (somente quando apresentar saldo devedor);
•• Gastos com emissão de ações;
•• Ações em Tesouraria;
•• Prejuízos Acumulados; e
•• Dividendos Antecipados.

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Esquematizando

Método das partidas dobradas ou digrafia


O método das partidas dobradas ou digrafia remonta ao frade franciscano Luca Pacioli que es-
creveu o “Tratadus de Computis et Scripturis” (Contabilidade por Partidas Dobradas ou Digra-
fia), publicado em 1.494, enfatizando que à teoria contábil do débito e do crédito corresponde
à teoria dos números positivos e negativos.
Luca Pacioli, apesar de ser considerado o pai da contabilidade, não foi o criador das Partidas
Dobradas (a todo crédito corresponde um ou mais crédito, sendo o total de débito é exata-
mente igual ao total de crédito), pois o método já era utilizado em Toscana, na Itália, desde o
século XIV.
O método das partidas dobradas ou digrafia remonta ao frade franciscano Luca Pacioli que es-
creveu o “Tratadus de Computis et Scripturis” (Contabilidade por Partidas Dobradas ou Digra-
fia), publicado em 1.494, enfatizando que à teoria contábil do débito e do crédito corresponde
à teoria dos números positivos e negativos.
Luca Pacioli, apesar de ser considerado o pai da contabilidade, não foi o criador das Partidas
Dobradas (a todo crédito corresponde um ou mais crédito, sendo o total de débito é exata-
mente igual ao total de crédito), pois o método já era utilizado em Toscana, na Itália, desde o
século XIV.

Teoria das Contas

Teoria Personalista
Como nos primórdios a Contabilidade do comerciante (pessoa física) se confundia com a Con-
tabilidade da empresa (pessoa jurídica), para que fosse possível existir o controle do patrimô-
nio do comerciante, surgiu a Teoria Personalista. De acordo com essa teoria, cada conta rece-
beria o papel de uma pessoa na relação com a empresa.
A Teoria Personalista entende que o patrimônio é o objeto a ser administrado; assim, essa te-
oria separou as contas que representam a situação estática (Bens, Direitos, Obrigações e Patri-
mônio Líquido) das contas que representam a situação dinâmica (Receitas e Despesas).

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Assim, a Teoria Personalista dividiu as contas em pessoas na forma de:
•• Agentes consignatários: representam as pessoas a quem os proprietários confiam a guar-
da dos bens;
•• Agentes Correspondentes: representam as pessoas de fora da empresa com as quais os
proprietários se relacionam e que resultam nos direitos e obrigações da empresa; e
•• Proprietários: representam os sócios, que são os titulares do Patrimônio Líquido, das re-
ceitas e das despesas da empresa.

Teoria Personalista – esquematizada

Teoria Materialista
As contas só devem existir enquanto existirem os elementos materiais (bens, direitos, obriga-
ções, patrimônio líquido, despesas e receitas) por ela representados na entidade.

São classificadas em:

•• Contas Integrais: são as representativas de bens, direitos e obrigações; e


•• Contas Diferenciais: são as representativas de despesas, receitas e patrimônio líquido.

Teoria Materialista – esquematizada

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Teoria Patrimonialista
É a teoria utilizada atualmente pela Contabilidade. A Teoria Patrimonialista divide as contas em:

•• Contas patrimoniais: representam os Ativos, Passivos Exigíveis, Patrimônio Líquido e Contas


Retificadoras do Ativo e do Passivo;
•• Contas de Resultado: são as que representam as receitas e as despesas.

Teoria das Contas – esquematizada

Teoria das Patrimônio Receitas e


Bens Direitos Obrigações
Contas Líquido Despesas
Personalista Agentes consignatários Agentes correspondentes Proprietários
Materialista Contas integrais Contas diferenciais
Contas de
Patrimonialista Contas patrimoniais
Resultado

ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL

Escrituração contábil é uma técnica que consiste em registrar todos os fatos contábeis que
alteram de forma qualitativa ou quantitativa o patrimônio, sendo que esses registros são ex-
postos nos relatórios contábil-financeiros.
A escrituração contábil é obrigatória?

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A obrigatoriedade da escrituração contábil encontra-se na Lei n° 10.406/02 (Código Civil Brasi-
leiro):

CAPÍTULO IV
DA ESCRITURAÇÃO
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabi-
lidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência
com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado
econômico.
Os livros contábeis obrigatórios são: (a) o Livro Diário e (b) o Livro Razão, tanto para a escritu-
ração tradicional quanto para a escrituração digital.

Livro Razão
Por muito tempo foi facultativo, hoje é obrigatório. É indispensável em qualquer tipo de em-
presa: é o instrumento mais valioso para o desempenho da contabilidade.
Consiste no agrupamento de contas da mesma natureza e de forma sistemática e racional. Em
outras palavras, o registro do Razão é realizado em contas individualizadas; assim teremos um
controle por conta.
Por exemplo, abrimos a conta Caixa e nela registraremos todas as operações que, evidente-
mente, afetam o Caixa físico da empresa, seja entrando recursos (débito) seja saindo recursos
(crédito).
Pela descrição apresentada podemos concluir que o Razão e o Razonete são a mesma coisa. Na
realidade o razonete deriva do Livro Razão; o razonete é uma forma simplificada e didática do
Razão.
No início, o Livro Razão só existia em forma de livros, em que, para cada página, se atribuía o
título de uma conta. Com o passar do tempo, as folhas avulsas foram substituindo as páginas
dos livros. O uso das folhas Razão foi muito comum, dado o aspecto prático exigido pela conta-
bilidade informatizada, portanto, para conta deverá haver pelo menos uma folha do Livro Razão.
De acordo com a Instrução Técnica Geral – ITG (2000), caso seja adotado esse sistema, as fo-
lhas devem ser numeradas mecânica ou tipograficamente e encadernadas em forma de livro.

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Livro Diário
É um livro obrigatório, principal e cronológico. Sendo:
•• Obrigatório: exigido por lei, estando sujeito por este motivo às formalidades intrínsecas e
extrínsecas;
•• Principal: registra todos os fatos contábeis; e
•• Cronológico: os fatos contábeis são registrados em ordem cronológica.

Formalidades extrínsecas
•• Ser encadernado com costura e páginas numeradas;
•• Possuir termos de abertura e encerramento lavrados por ocasião do seu registro;
•• Ser registrado na repartição competente: junta comercial, para empresas comerciais e car-
tório de registro de títulos e documentos, para empresas civis;
•• Estar rubricado em todas as páginas, por funcionário da junta comercial ou cartório, com
competência para tal fim.

Formalidades intrínsecas
São formalidades que estão relacionadas com o lançamento contábil, que deve ser feito:
•• Sem rasura, borrões ou emendas;
•• Não pode conter registro nas entrelinhas e nas margens;

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•• Deve obedecer a rigorosa ordem cronológica;
•• Deve ser feita em língua e moedas nacionais.

Elementos essenciais do lançamento contábil


•• Local e data;
•• Conta(s) debitada(s);
•• Conta(s) creditada(s);
•• Histórico; e
•• Valor.

Exemplo de um lançamento manual:


Em 31 de janeiro de 2019 a empresa Mundial localizada em Belo Horizonte realizou compras
de mercadorias a prazo no valor de R$ 100.000,00 (desconsidere a incidência de tributos). O
contador registrou corretamente a aquisição no Livro Diário por meio do seguinte lançamento:

Lançamento manual – detalhe importante:

Débito a Crédito

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Exemplo de um lançamento mecanizado:


Em 31 de janeiro de 2019 a empresa Mundial localizada em Belo Horizonte realizou compras
de mercadorias a prazo no valor de R$ 100.000,00 (desconsidere a incidência de tributos). O
contador registrou corretamente a aquisição no Livro Diário por meio do seguinte lançamento:

Erros de lançamento:
Umas das formalidades intrínsecas da escrituração do Livro Diário é, de forma abrangente, a
ausência de erros. Os erros mais comuns que podem ocorrer na escrituração são relacionados ao:
•• Título;
•• Valor;
•• Inversão;
•• Duplo Registro;
•• Omissão; e
•• Histórico incorreto.

Correção de erros de lançamento:


→ Título: registra-se a operação corretamente (débito e crédito), mas em outra conta. A corre-
ção é realizada através de transferência ou estorno de lançamento incorreto, seguido do lança-
mento correto.

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1ª Forma: transferência
Duplicas a Pagar
a Duplicatas a Receber 100.000,00

2ª Forma: estorno do lançamento errado


Duplicas a Pagar
a Banco conta movimento. 100.000,00

Lançamento correto
Banco conta movimento
a Duplicatas a Receber 100.000,00

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