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PARTE 3
Prof. Rodrigo Machado
Contabilidade Geral
4.57. O conceito de capital financeiro (ou monetário) é adotado pela maioria das entidadesna
elaboração de suas demonstrações contábeis.
De acordo com o conceito de capital financeiro, tal como o dinheiro investido ou o seu poder
de compra investido, o capital é sinônimo de ativos líquidos ou patrimônio líquido da entidade.
Segundo o conceito de capital físico, tal como capacidade operacional, o capital é considerado como
a capacidade produtiva da entidade baseada, por exemplo, nas unidades de produção diária.
4.58. A seleção do conceito de capital apropriado para a entidade deve estar baseada nas
necessidades dos usuários das demonstrações contábeis.
Assim, o conceito de capital financeiro deve ser adotado se os usuários das demonstrações
contábeis estiverem primariamente interessados na manutenção do capital nominal investi-
do ou no poder de compra do capital investido.
Se, contudo, a principal preocupação dos usuários for com a capacidade operacional da en-
tidade, o conceito de capital físico deve ser adotado.
O conceito escolhido indica o objetivo a ser alcançado na determinação do lucro, mesmo que
possa haver algumas dificuldades de mensuração ao tornar operacional o conceito.
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Conceitos de manutenção de capital e determinação do lucro
4.62. A principal diferença entre os dois conceitos de manutenção de capital está no tratamen-
to dos efeitos das mudanças nos preços dos ativos e passivos da entidade.
Em termos gerais, a entidade terá mantido seu capital se ela tiver tanto capital no fim do pe-
ríodo como tinha no início, computados os efeitos das distribuições aos proprietários e seus
aportes para o capital durante esse período.
Qualquer valor além daquele necessário para manter o capital do início do período é lucro.
4.63. De acordo com o conceito de manutenção do capital financeiro, por meio do qual o capi-
tal é definido em termos de unidades monetárias nominais, o lucro representa o aumento do
capital monetário nominal ao longo do período.
Assim, os aumentos nos preços de ativos mantidos ao longo do período, convencionalmente
designados como ganhos de estocagem, são, conceitualmente, lucros.
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Entretanto, eles podem não ser reconhecidos como tais até que os ativos sejam realizados
mediante transação de troca.
4.63. (...) Quando o conceito de manutenção do capital financeiro é definido em termos de
unidades de poder aquisitivo constante, o lucro representa o aumento no poder de compra
investido ao longo do período.
Assim, somente a parcela do aumento nos preços dos ativos que exceder o aumento no nível
geral de preços é considerada como lucro.
O restante do aumento é tratado como ajuste para manutenção do capital e, consequente-
mente, como parte integrante do patrimônio líquido.
4.64. De acordo com o conceito de manutenção do capital físico, quando o capital é definido
em termos de capacidade física produtiva, o lucro representa o aumento desse capital ao lon-
go do período.
Todas as mudanças de preços afetando ativos e passivos da entidade são vistas, nesse concei-
to, como mudanças na mensuração da capacidade física produtiva da entidade.
Assim sendo, devem ser tratadas como ajustes para manutenção do capital, que são par-
te do patrimônio líquido, e não como lucro.
TEORIA CONTÁBIL
Terminologias contábeis
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Sinônimos utilizados em provas de concursos
GRUPO DE CONTAS
Ativo
As contas do Ativo são agrupadas de acordo com sua rapidez de conversão em dinheiro, por-
tanto, de acordo com o seu grau de liquidez.
Em primeiro lugar agrupam-se as contas que já são dinheiro (caixa, bancos etc.) com as que se
converterão em dinheiro rapidamente (Títulos a receber, Estoques etc.). A esse grupo de contas
denominados Ativo Circulante. É o grupo de mais alto grau de liquidez.
Em segundo lugar são agrupadas as contas que se transformarão em dinheiro mais lentamente
(Valores a receber, mas que levam mais tempo para serem recebidos). Estas contas são deno-
minadas realizável a longo prazo, que faz parte de um grupo chamado Ativo Não Circulante.
Em terceiro lugar, são agrupados os itens que dificilmente serão transformados em dinheiro,
normalmente são itens não destinados a venda e empregados para o alcance dos objetivos
operacionais da entidade (gerar fluxo de caixa).
São itens com pouquíssima liquidez e normalmente usados pela entidade por vários anos –
vida útil longa (máquinas, prédios etc.).
Os itens dessa categoria tem características de permanente e são classificados no Ativo Não
Circulante.
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Grau de Liquidez
Há uma analogia em termos de grupos de contas entre o lado do Ativo e o lado do Pas-
sivo e Patrimônio Líquido, que é o grau de liquidez decrescente.
No ativo aparecerão em primeiro lugar as contas que se converterão em dinheiro mais rapida-
mente e, a seguir, as contas mais lentas de realização em dinheiro. No Passivo e no Patrimônio
Líquido serão destacadas, em primeiro lugar, as contas deverão ser pagas mais rapidamente e, a
seguir, as que serão acertadas a Longo Prazo.
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É relevante observar que, nesse período, todas as contas envolvidas estiveram em constante
movimento, isso é, seus saldos são frequentemente alterados. São as contas em giro, em circu-
lação. Por isso, o grupo dessas contas é denominado Circulante.
A próxima fase do ciclo operacional é a conclusão da industrialização, situação na qual os pro-
dutos acabados são representados pela conta de estoques de produtos acabados estando
prontos para serem vendidos.
Assim como as compras, as vendas habitualmente são realizadas a prazo, o que dá origem à
conta duplicatas a receber e em contrapartida, há o reconhecimento contábil dos custos dos
estoques . Quando as duplicatas a receber são baixadas pelo recebimento dos valores, há au-
mento nos benefícios econômicos da entidade, pelo ingresso de dinheiro no caixa.
Esse processo repete-se constante e ininterruptamente, uma vez que a empresa está sempre
adquirindo matérias-primas, produzindo e vendendo seus produtos para alimentar seu proces-
so industrial.
O período desde a aquisição da matéria-prima (que entra no processo produtivo) até o recebi-
mento de duplicatas é denominado Ciclo Operacional.
CICLO OPERACIONAL
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Contas do Circulante com maior incidência em questões
Conta Detalhamento
Matéria-prima, Produção em
Estoques
andamento, Produtos acabados
Fornecedores Compras a prazo
Salários a Pagar Obrigações decorrentes da folha de pagamento
Aluguel a pagar Despesa com locação de veículos, imóveis, etc.
Duplicatas a Receber,
Representa as vendas a prazo
Contas a receber ou Clientes
Empréstimos bancários, Empréstimos a pagar Recursos obtidos junto a instituições financeiras
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São considerados como realizáveis a longo prazo os bens e direitos que serão transformados
em dinheiro ou obrigações vencerão no longo prazo.
Para efeitos contábeis são considerados de longo prazo as operações com prazo de realização
superior a um ano ou ao ciclo operacional da entidade, caso esse seja superior ao um ano.
Por exemplo, um título que vencerá daqui a 300 dias será contabilizado como de curto prazo,
um que vencerá daqui a 400 dias será de longo prazo.
Há certos direitos a receber que, mesmo pressupondo-se recebimento no Curto Prazo, devem
ser classificados no Realizável a Longo Prazo. É o caso de empréstimos a diretores ou a empresas
coligadas. É um empréstimo de “pai para filho”, logo, a empresa não irá acionar seu diretor ou co-
ligada na data prefixada. Nesse caso, sugere-se certa dose de prudência, principalmente por parte
dos usuários dos relatórios contábil-financeiro, classificando-se o direito a Longo Prazo.
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O realizável a longo prazo, de maneira geral, é o grupo de contas cuja participação em relação
aos outros dois grupos já estudados (circulante e permanente) é bastante pequena, é o que
tem menor participação em termos de valores e importância.
O mesmo raciocínio deve ser aplicado ao Passivo: todas as obrigações vencíveis no prazo su-
perior um ano deverão ser classificadas no Exigível a Longo Prazo (exceto quando o ciclo ope-
racional for superior a um ano); no grupo Passivo não circulante, portanto, engloba obrigações
vencíveis em doze meses após a publicação dos relatórios contábil-financeiro.
Fato contábil é tudo aquilo que provoca modificação qualitativa ou quantitativa no patrimônio
de uma entidade, sendo, portanto, objeto de contabilização.
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Fato permutativo
Existem 05 (cinco) modalidades de fatos permutativos:
Primeira modalidade:
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Existem 05 (cinco) modalidades de fatos permutativos:
Segunda modalidade:
Terceira modalidade:
Quarta modalidade:
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Quinta modalidade:
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Existem 02 (duas) modalidades de fatos modificativos diminutivos:
Segunda modalidade:
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Fatos mistos
Existem 03 (três) modalidades de fatos mistos diminutivos:
Primeira modalidade:
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Existem 03 (três) modalidades de fatos mistos aumentativos:
Primeira modalidade:
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SISTEMA DE CONTAS
Introdução
Vimos ao longo do curso que o objeto da contabilidade é o patrimônio das entidades (conjuntos
de bens, direitos e obrigações) e por objetivo temos o controle desse patrimônio.
O controle que a contabilidade realiza é feito através do registro – lançamento contábil -, dos
fatos contábeis que representam os bens, direitos, obrigações, patrimônio líquido, receitas e
despesas da entidade.
Dessa forma, o controle é realizado sob a forma de contas patrimoniais, que representam os
bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido e de contas de resultado, que representam as
receitas e despesas da entidade.
Esquematizando conceitos
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O que é natureza da conta?
As contas do Ativo são de natureza devedora. Isso significa que para aumentar o saldo de uma
conta do Ativo temos que debitar e para reduzir temos que creditar.
As contas retificadoras do Ativo são de natureza credora. Sua função é reduzir um saldo de um
bem ou de um direito, tal como a depreciação acumulada, que representa a diminuição de um
ativo em gerar benefícios econômicos para a entidade. As contas redutoras do Ativo com maior
incidência em provas de concursos são:
As contas do Passivo são de natureza devedora. Isso significa que para aumentar o saldo de
uma conta do Passivo temos que creditar e para reduzir temos que debitar.
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Esquematizando
Teoria Personalista
Como nos primórdios a Contabilidade do comerciante (pessoa física) se confundia com a Con-
tabilidade da empresa (pessoa jurídica), para que fosse possível existir o controle do patrimô-
nio do comerciante, surgiu a Teoria Personalista. De acordo com essa teoria, cada conta rece-
beria o papel de uma pessoa na relação com a empresa.
A Teoria Personalista entende que o patrimônio é o objeto a ser administrado; assim, essa te-
oria separou as contas que representam a situação estática (Bens, Direitos, Obrigações e Patri-
mônio Líquido) das contas que representam a situação dinâmica (Receitas e Despesas).
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Assim, a Teoria Personalista dividiu as contas em pessoas na forma de:
•• Agentes consignatários: representam as pessoas a quem os proprietários confiam a guar-
da dos bens;
•• Agentes Correspondentes: representam as pessoas de fora da empresa com as quais os
proprietários se relacionam e que resultam nos direitos e obrigações da empresa; e
•• Proprietários: representam os sócios, que são os titulares do Patrimônio Líquido, das re-
ceitas e das despesas da empresa.
Teoria Materialista
As contas só devem existir enquanto existirem os elementos materiais (bens, direitos, obriga-
ções, patrimônio líquido, despesas e receitas) por ela representados na entidade.
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Teoria Patrimonialista
É a teoria utilizada atualmente pela Contabilidade. A Teoria Patrimonialista divide as contas em:
ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL
Escrituração contábil é uma técnica que consiste em registrar todos os fatos contábeis que
alteram de forma qualitativa ou quantitativa o patrimônio, sendo que esses registros são ex-
postos nos relatórios contábil-financeiros.
A escrituração contábil é obrigatória?
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A obrigatoriedade da escrituração contábil encontra-se na Lei n° 10.406/02 (Código Civil Brasi-
leiro):
CAPÍTULO IV
DA ESCRITURAÇÃO
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabi-
lidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência
com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado
econômico.
Os livros contábeis obrigatórios são: (a) o Livro Diário e (b) o Livro Razão, tanto para a escritu-
ração tradicional quanto para a escrituração digital.
Livro Razão
Por muito tempo foi facultativo, hoje é obrigatório. É indispensável em qualquer tipo de em-
presa: é o instrumento mais valioso para o desempenho da contabilidade.
Consiste no agrupamento de contas da mesma natureza e de forma sistemática e racional. Em
outras palavras, o registro do Razão é realizado em contas individualizadas; assim teremos um
controle por conta.
Por exemplo, abrimos a conta Caixa e nela registraremos todas as operações que, evidente-
mente, afetam o Caixa físico da empresa, seja entrando recursos (débito) seja saindo recursos
(crédito).
Pela descrição apresentada podemos concluir que o Razão e o Razonete são a mesma coisa. Na
realidade o razonete deriva do Livro Razão; o razonete é uma forma simplificada e didática do
Razão.
No início, o Livro Razão só existia em forma de livros, em que, para cada página, se atribuía o
título de uma conta. Com o passar do tempo, as folhas avulsas foram substituindo as páginas
dos livros. O uso das folhas Razão foi muito comum, dado o aspecto prático exigido pela conta-
bilidade informatizada, portanto, para conta deverá haver pelo menos uma folha do Livro Razão.
De acordo com a Instrução Técnica Geral – ITG (2000), caso seja adotado esse sistema, as fo-
lhas devem ser numeradas mecânica ou tipograficamente e encadernadas em forma de livro.
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Livro Diário
É um livro obrigatório, principal e cronológico. Sendo:
•• Obrigatório: exigido por lei, estando sujeito por este motivo às formalidades intrínsecas e
extrínsecas;
•• Principal: registra todos os fatos contábeis; e
•• Cronológico: os fatos contábeis são registrados em ordem cronológica.
Formalidades extrínsecas
•• Ser encadernado com costura e páginas numeradas;
•• Possuir termos de abertura e encerramento lavrados por ocasião do seu registro;
•• Ser registrado na repartição competente: junta comercial, para empresas comerciais e car-
tório de registro de títulos e documentos, para empresas civis;
•• Estar rubricado em todas as páginas, por funcionário da junta comercial ou cartório, com
competência para tal fim.
Formalidades intrínsecas
São formalidades que estão relacionadas com o lançamento contábil, que deve ser feito:
•• Sem rasura, borrões ou emendas;
•• Não pode conter registro nas entrelinhas e nas margens;
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•• Deve obedecer a rigorosa ordem cronológica;
•• Deve ser feita em língua e moedas nacionais.
Débito a Crédito
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Erros de lançamento:
Umas das formalidades intrínsecas da escrituração do Livro Diário é, de forma abrangente, a
ausência de erros. Os erros mais comuns que podem ocorrer na escrituração são relacionados ao:
•• Título;
•• Valor;
•• Inversão;
•• Duplo Registro;
•• Omissão; e
•• Histórico incorreto.
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1ª Forma: transferência
Duplicas a Pagar
a Duplicatas a Receber 100.000,00
Lançamento correto
Banco conta movimento
a Duplicatas a Receber 100.000,00
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