Você está na página 1de 13

DISSERTAÇÃO SOBRE O BALANÇO PATRIMONIAL

Dissertação sobre as características de um balanço, e todos os elementos de um balanço, conceito e as


principais funções de um balanço de uma empresa CONCEITO, OBJETIVO E IMPORTÂNCIA

O Balanço patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar qualitativa e quantitativamente em


uma mesma data a posição patrimonial e financeira da entidade permitindo a quem a analisa uma visualização
precisa da posição econômica e financeira da empresa naquela data.

É a demonstração que encerra a seqüência dos procedimentos contábeis, apresentando de forma ordenada os três
elementos componentes do patrimônio: Ativo - Passivo - Patrimônio líquido. Obter dados do ativo, passivo e do
patrimônio líquido, analisar suas variações durante determinado período de tempo, através da verificação direta
dos registros contábeis, é tarefa demais trabalhosa.

O Balanço patrimonial representa uma fotografia da empresa em determinada data, expressa em valores
monetários. Balanços patrimoniais podem ser levantados para qualquer data desejada. Entretanto, o balanço
patrimonial que as empresas devem levantar na data de encerramento de seus respectivos exercícios sociais é
aquele considerado como o oficial do exercício, para todos os efeitos, inclusive os legais.

O Balanço patrimonial é demonstrado em duas partes: ativo e passivo.

No ativo são classificadas todas as contas que representam bens, diretos e valores a receber, ou seja, aquelas
contas representativas dos ativos propriamente ditos da companhia.

No passivo são classificadas as contas que representam os dois outros componentes básicos da contabilidade:
passivo exigível e patrimônio líquido.

PREPARAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL

Em virtude da importância que é atribuída ao balanço, são consideradas particularidades técnicas-legais cujo
conhecimento é indispensável para o seu levantamento.

As etapas para a elaboração do balanço são as seguintes:

1- Levantamento do balancete de verificação do razão do último mês;

2- Ajustes das contas;

3- Encerramento das contas de receitas e de despesas;

4- Elaboração das demonstrações financeiras e das notas explicativas.

O levantamento do balancete de verificação do razão do último mês é o ponto de partida e consiste na


verificação da exatidão matemática dos saldos das contas e elaboração do balancete de verificações do razão.

O balancete preliminar é levantado com base nos saldos respectivos de todas as contas da contabilidade. Para
facilitar os trabalhos de fechamento, o balancete pode ter formato semelhante ao de um balanço, ou seja, as
contas são classificadas nos grupos em que deverão ser apresentados no balanço definitivo.

Esse balancete é chamado de preliminar porque, na maioria das vezes, ainda existem diversos lançamentos a
serem efetuados, e que dependem de um levantamento inicial dos saldos, os lançamentos efetuados após o
levantamento do balancete preliminar são chamados de ajustes.

Ajustes representam lançamentos contábeis efetuados após o levantamento de um balanceie preliminar, para
fazer com que todos os eventos e transações referentes ao período contábil que se encerra sejam registradas
dentro do mesmo. Existe uma infinidade de tipos diferentes de ajustes, desde que qualquer lançamento
efetuado após o balancete preliminar representa um ajuste. Temos aqui alguns exemplos de ajustes mais
encontrados.

- Contabilização de provisões para redução do ativo;


- Contabilização de provisões para despesas certas e conhecidas;

- Contabilização de receitas não registradas;

- Ajustes de correção de saldos;

- Contabilização das provisões para imposto de renda e para participações e contribuições;

- Apropriação do resultado.

Efetuados todos os lançamentos de ajustes, é levantado, então, o balancete final, apresentando apenas o
resultado acumulado, com base nos novos das contas que sofreram movimentação, e que representam os
números finais. O próximo passo é o agrupamento das contas que vão aparecer no balanço patrimonial.

Os principais requisitos para o agrupamento de contas são:

- O título que aparece no balanço deve ser indicativo da natureza das contas englobadas, ou seja, estas não
podem ter designações genéricas, como por exemplo "contas-correntes", "diversas contas" etc. e também não
devem, individualmente, possuir saldos elevados, de forma a impedir que o total apresentado sob um mesmo
título atinja mais de 10% do valor do respectivo grupo de contas.

As contas de resultado começam cada exercício social com saldo nulo, como se a conta ainda não tivesse sido
movimentada. Para que essas contas comecem cada exercício com saldo nulo é necessário que no último dia do
exercício anterior o saldo existente seja encerrado. As contas de resultado movimentadas em determinado
exercício comporão o que chamamos demonstração do resultado do exercício. O encerramento das contas
consiste na transferência dos saldos das contas de resultados para a conta resultado do exercício, onde é apurado
o resultado daquele exercício. O resultado de um exercício poderá ser positivo (lucro), negativo (prejuízo) ou
nulo, dependendo do saldo da conta ser respectivamente credor, devedor ou nulo.

A elaboração das demonstrações financeiras e das notas explicativas é a última etapa do levantamento do
balanço e consequentemente da seqüência dos procedimentos contábeis. As demonstrações financeiras são
complementadas por NOTAS EXPLICATIVAS, de forma descritiva ou através de quadros, necessárias para
esclarecer as demonstrações financeiras e facilitar as análises da situação da empresa e do resultado do período.

As causas e os efeitos, dos registros e do saldo, da conta lucros ou prejuízos acumulados são de grandes
importância para as pessoas interessadas na empresa, daí a obrigatoriedade de elaboração da demonstração dessa
conta, desde o saldo inicial até o saldo final, apresentando sucintamente as operações registradas no exercício.

A demonstração do resultado do exercício é um relatório constituído basicamente de contas de resultado, que


demonstra os recursos obtidos pela empresa em suas operações normais e extraordinárias, os recursos aplicados
para obter tais receitas e o resultado apurado pela diferença entre os resultados obtidos e aplicados naquele
exercício.

As demonstrações financeiras devem ser complementadas com notas explicativas, que em muitos casos exigem
quadros demonstrativos auxiliares para melhor esclarecer aos interessados pelo balanço da empresa, as notas
explicativas são elaboradas para destacar e interpretar detalhes relevantes, informações adicionais sobre fatos
passados, presentes e futuros, significativos nos negócios, e resultados da empresa, de importância para as
pessoas nela interessadas.

CONTEÚDO DO BALANÇO

As contas do balanço classificam-se em dois grandes grupos e vários subgrupos.

ATIVO
PASSIVO
Ativo Circulante
Passivo Circulante

Ativo Realizável a Longo Prazo


Passivo Exigível a Longo Prazo

Ativo Permanente

- Investimentos

- Imobilizado

- iferido
Resultados de Exercícios Futuros

Patrimônio Líquido

- Capital Social

- Reservas de Capital

- Reservas de reavaliação

- Reservas de Lucro

Lucros ou Prejuízos Acumulados

ATIVO CIRCULANTE

O ativo circulante é o conjunto formado por dinheiro (em caixa ou em bancos) e por bens, direitos e valores a
receber que deverão ser convertidos em dinheiro no prazo máximo de um ano. Esse prazo de um ano, na
realidade, representa uma convenção, baseada no fato de que, na maioria

absoluta das empresas, o ciclo operacional se completa dentro desse prazo máximo.

O ciclo operacional da empresa, por sua vez, pode ser entendido como o período compreendido entre o momento
da aplicação de recursos de qualquer tipo no processo produtivo e/ou comercial, até a ocasião do recebimento do
numerário proveniente da venda do bem ou serviço originado do referido processo.

No ativo circulante são classificadas as contas representativas de:

- Disponibilidades
- Direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente

- Aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte.

I- Disponibilidades: Disponibilidades representam o numerário à disposição da companhia a qualquer


tempo, sob a forma de dinheiro em poder da empresa ou em poder de bancos.

1.1-Caixa: Caixa é utilizado para registrar a movimentação de dinheiro em espécie realizada pela companhia.

1.2- Bancos c/ movimento: São contas de movimentação livre da empresa com depósitos sem limites onde
há uma movimentação imediata dentro dos interesses da empresa.

1.3- Numerário em trânsito: A empresa pode ter também, como disponibilidade, numerário em trânsito
decorrente de remessas para filiais, depósitos ou semelhantes, através de cheques, ordem de pagamentos,
recebimentos dessa mesma espécie, ou ainda de clientes ou terceiros, quando conhecidos até a data do balanço.

1.4- Aplicações de liquidez imediata, As aplicações de curtíssimo prazo no mercado financeiro também são
consideradas como disponível, enquadram-se neste grupo as chamadas aplicações em open market e overnight.

2- Direitos realizáveis: Direitos realizáveis compreendem as contas representativas de bens, direitos ou


valores a receber que, embora não representam dinheiro disponível em determinada data, serão convertidos em
dinheiro de um maior ou menor prazo. Em outras palavras, as contas classificadas nesse grupo devem
representar ativos realizáveis. As duplicatas que uma companhia tem a receber representam valores que serão
convertidos em dinheiro, as empresas que mantêm estoque de mercadorias destinadas à venda possuem ativos
realizáveis, visto que essas mercadorias, quando vendidas, transformar-se-ão em dinheiro.

2.1 - Duplicatas descontadas: Quando uma companhia efetua uma venda a prazo, fica estabelecido que o
recebimento do valor somente se realizará na data do vencimento da duplicata.

2.2 - Provisão -P/ credores duvidosos: São parcelas consideradas, despesas destinadas a cobrir perdas prováveis
ou estimadas por não realização de valores registrados em contas de ativo, ou representam obrigações específicas
a serem cumpridas no futuro.

23 - Títulos a receber: Podem originar-se das próprias contas normais a receber de clientes, as quais, quando
vencidas e não pagas, são passíveis de renegociação mediante troca por títulos a receber (notas promissórias),
com novos prazos de vencimento, normalmente acrescido de juros.

2.4- Aplicações: Os investimentos temporários em ações deveriam ter o mesmo critério do ouro: custo
corrigido ou mercado, dos dois o menor. Infelizmente não há legislação que obrigue ao registro de correção
monetária dos investimentos temporários em ações, com isso, acaba ficando custo histórico ou mercado, dos dois
o menor.

2.4- Imposto de renda: O imposto de renda retido na fonte sobre aplicações financeiras tem sido objeto de
constantes alterações quanto ao seu tratamento fiscal, ora sendo considerado como compensável na
correspondente declaração de rendimentos, ora definido como despesa (custo financeiro).

2.5-Juros a receber: O objetivo dessa conta é o de registrar os juros a receber de terceiros relativos a
diversas operações, tais com de empréstimos feitos a terceiros, juros sobre empréstimos à Eletrobrás, juros das
aplicações em títulos de emissão do governo e outras operações nas quais os juros não sejam agregados aos
próprios títulos.

2.6- Créditos de financeiros: Esse agrupamento deve englobar todas as operações de créditos de
funcionários por adiantamentos concedidos por conta de salário, por conta de despesas, empréstimos e outros.

2.7- Impostos a recuperar: Há diversas operações que podem gerar valores a recuperar de impostos, tais
com saldos devedores de ICMS e IPI,

imposto de renda retido na fonte e outros. Tais impostos devem ser registrados nessa conta que, face à natureza
variada dessas operações, deve ter segregação em subcontas, inclusive para melhoria e facilidade de controles.

2.8- Estoques: Os estoques representam um dos ativos mais importantes do capital circulante e da posição
financeira da maioria das companhias industriais e comerciais. A sua correta determinação no inicio e no fim do
período contábil é essencial para uma apuração adequada do lucro líquido do exercício. Os estoques estão
intimamente ligados às principais áreas de operação dessas companhias e envolvem problemas de administração,
controle, contabilização e principalmente de avaliação. Essa conta credora, que deve ser classificada com
redução do grupo de estoques, destina-se a registrar o valor dos itens de estoques, que estiveram a um custo
superior ao valor do mercado. Essa conta destina-se a registrar as perdas conhecidas em estoques e calculadas
por estimativa, relativas a estoques morosos ou obsoletos e, mesmo, para dar cobertura a diferenças físicas,
quando tais perdas não puderam ser baixadas das próprias contas, pelo fato de não estarem identificadas os itens
específicos e por constituírem estimativas, tal provisão não é dedutível para fins fiscais.

2.9- Aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte: As aplicações de recursos em despesas do


exercício seguinte são classificadas no ativo circulante e geralmente representam uma parcela não muito
significativa, em comparação com os demais ativos, motivo pelos quais, no balanço, são normalmente
apresentadas pelo seu valor total. Esses ativos representam pagamentos antecipados, cujos benefícios ou
prestação de serviço a empresa se farão durante o exercício segumte, pelo conceito de liquidez, é o último item
apresentado no ativo circulante. As despesas do exercício seguinte pagas antecipadamente são: prêmios de
seguro a apropriar, encargos financeiros a apropriar, assinaturas e anuidades a apropriar, comissões e prêmios
pagos antecipadamente e outros custos e despesas pagos antecipadamente. Os exemplos mais comuns de
despesas do exercício seguinte, como prêmios de seguros, despesas com descontos de duplicatas, assinaturas
anuais de publicações técnicas, comissões, prêmios e outros custos e despesas pagos antecipadamente, devem ser
apresentados no balanço, de forma a obedecer adequadamente ao regime de competência.

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

Contas de dois tipos distintos são classificadas no grupo do ativo realizável a longo prazo. Direitos realizáveis
após o término do exercício social subseqüente e direitos realizáveis derivados de venda, adiantamentos ou
empréstimos às sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da
companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia.
ATIVO PERMANENTE

-Investimentos: As contas representativas dos bens e direitos por participações permanentes em outros
sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à
manutenção da atividade da companhia ou da empresa. Também chamada de provisão para desvalorização de
investimentos, essa e uma provisão para redução ou retificação de ativo. Deve ser constituída sempre que, na
data do balanço, for previsível uma possível perda na realização do valor pelo qual um investimento está
registrado na contabilidade. Neste caso, o investimento em questão deve ser em outras participações societárias
ou em direitos de qualquer natureza, já que, como vimos, as participações revelantes em sociedades controladas
ou coligadas devem ser avaliadas pelo valor de equivalência patrimonial.

-Imobilizado : Os direitos que tenham por objeto bens destinados àmanutenção das atividades da companhia e da
empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de propriedades industrial ou comercial. Desta
definição, subentende-se que neste grupo de contas do balanço são incluídos todos os bens de permanência
duradoura, destinados ao funcionamento normal da sociedade.

Os itens classificados na categoria de ativo imobilizado incluem:

Bens tangíveis, que têm um corpo fisico, tais como terrenos, obras civis, máquinas, móveis,, veículos,
benfeitorias em propriedades arrendadas, direitos sobre recursos naturais etc.

b) Bens intangíveis , cujo valor reside não em qualquer propriedade fisica, mas nos direitos de propriedade que
são legalmente conferidos aos seus possuidores, tais como patentes, direitos autorais, marcas etc.

Integram o imobilizado os recursos aplicados ou já destinados a bens da natureza citada, mesmo que ainda não
em operação, mas que se destinam a tal finalidade, tais como construções em andamento, importações em
andamento, adiantamentos para inversões fixas etc. As contas do ativo imobilizado são contas que devem ter
seus saldos corrigidos monetariamente, de acordo com índices de desvalorização da moeda nacional. Deve-se
observar que o saldo resultante da correçao monetária não representa o valor atual de mercado do bem, mas
apenas o seu valor corrigido, em função da desvalorização do poder aquisitivo da moeda nacional.

c) Depreciação , quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos
a desgastes ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência.

d) Amortização , quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos da


propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo
objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado.

e) Exaustão , quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua exploração, de direitos cujo objeto
sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.

- Diferido: As contas representativas das aplicações de recursos em despesas que contribuirão para a formação
do resultado de mais de um exercício social, inclusíve os juros pagos ou creditados aos acionistas durante o
período que anteceder o início das operações sociais. Os ativos diferidos caracterizam-se por serem ativos
intangíveis, que serão amortizados por apropriação às despesas operacionais, no período de tempo em que
estiverem contribuindo para a formação do resultado da empresa. Compreendem despesas incorridas durante o
período de desenvolvimento, construção e implantação de projetos, anterior ao seu início de operação, aos quaís
tais despesas estão associadas, bem como as incorridas com pesquisas e desenvolvimento de produtos, com
implantação de projetos mais amplos de sistemas e métodos, com reorganização da empresa e outros, desde que,
sempre, haja razoável segurança da realização futura desses saldos diferidos através de receitas que venham
cobrir custos e despesas futuras e gerem margem para atender a amortização desses diferidos e a depreciação dos
bens do imobilizado correspondente.

a) Gastos de implantação e pré-operacionais: Esse agrupamento de contas deverá ser utilizado para novos
empreendimentos, tais como a organização, construção e implantação de uma nova fábrica, e abrigará todos os
gastos incorridos antes do início das suas operações, abrangendo ainda o período de testes iniciais de produção
da fábrica.

b) Pesquisa e desenvolvimento de produtos: Este grupo normalmente inclui os seguintes custos relativos a
pesquisa e desenvolvimento de produtos; salários, encargos, materiais e serviços consumidos, depreciação de
equipamentos e instalações, gastos gerais apropriados em relação ao projeto, outros custos como por exemplo
amortização de patentes e licenças.

c) Gastos de implantação de sistemas e métodos: esses tipos de gastos

são freqüentemente registrados como despesas operacionais, em face do conservadorismo e da sua grande
dificuldade de conexão com os benefícios futuros. Todavia, em certas circunstâncias, representam um gasto que
irá beneficiar diversos exercícios no futuro.

d) Gastos de reorganização: Os gastos realizados com a reorganização de setores ou da totalidade da


empresa podem ser registrados no ativo diferido para serem amortizados nos exercícios em que a companhia
usufruir dos resultados dessa reorganização. Um exemplo é o da aquisição de uma empresa em situação
precária, quando é necessário reorganízá-la, para que possa operar eficientemente.

PASSIVO CIRCULANTE E EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

Passivo circulante e exigível a longo prazo: As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para
aquisição de direitos do ativo permanente, serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no
exercício seguinte, e no passivo exigível a longo prazo, se tiverem vencimento em prazo maior. O passivo
circulante é representado pelas obrigações da companhia cuja liquidação se espera que ocorra dentro do
exercício social seguinte, ou de acordo com o ciclo operacional da empresa, se este for superior a esse prazo.
Estas obrigações podem representar valores fixos ou variáveis, vencidos ou a vencer, em uma data ou em
diversas datas futura. No passivo exigível alongo prazo serão registradas as obrigações da companhia cuja
liquidação deverá ocorrer em prazo superior a seu ciclo operacional, ou após o exercício social seguinte.

No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os seguintes critérios:

a) As obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive imposto de renda a pagar com base no
resultado do exercício, serão computados pelo valor atualizado até a data do balanço;

b) As obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial, serão convertidas em moeda nacional
à taxa de câmbio em vigor na data do balanço;

c) As obrigações sujeitas a, correção monetária serão atualizadas até a data do balanço.

1.1 - Empréstimos e financiamentos: As contas desses empréstimos podem ser subdivididas entre as em moeda
nacional e as em moeda estrangeira, para facilitar o controle e determinar as contas sujeitas a atualização por
correção monetária ou variação cambial. Essas contas registram as obrigações da empresa junto às instituições
financeiras do país e do exterior, cujos recursos podem estar destinados tanto para financiar imobilizações como
para capital de giro.

1.2- Títulos a Pagar: As obrigações resultantes de financiamentos obtidos junto a pessoas físicas ou outras
empresas que não sejam instituições financeiras são registradas nesta conta. Os critérios de avaliação
observarão as condições estabelecidas por ocasião do financiamento, atualizando a obrigação, se for o caso, até a
data do balanço.

1.3- Debêntures: As debêntures são títulos a longo prazo emitidos pela companhia com garantia de certas
propriedades, bens ou aval do emitente. São negociáveis e conferem aos seus titulares direito de crédito contra a
companhia emitente, nas condições constantes da escritura de emissão e do certificado. As debêntures, como as
ações, fornecem para companhia recursos a longo prazo para financiar suas atividades. A diferença é que,
enquanto as ações são títulos de participação, as debêntures são títulos que deverão ser liquidados quando do seu
vencimento, podendo a companhia emitente reservar-se o direito de resgate antecipado.

1.4- Fornecedores: Normalmente, neste grupo deve ser feita a separação em fornecedores "Nacionais" e
"Estrangeiro" , conforme o credor esteja sediado no país ou no exterior, incluindo o registro das notas fiscais ou
faturas provenientes da compra de matérias-primas, mercadorias e outros materiais. A contabilização das
compras e o registro do passivo devem ser feitos em função da data da transmissão do direito de propriedade,
que usualmente corresponde à data do recebimento da mercadoria. Quando existirem obrigações, junto a
fornecedores, que devam ser pagas em moeda estrangeira, a dívida deverá ser atualizada com base na taxa
cambial da data do balanço, sendo a variação cambial considerada com despesa.

1.5- ICMS a recolher: Este imposto é apurado pelo valor incidente sobre as vendas, deduzido do imposto sobre
as compras em determinado período (mês), representando a obrigação da companhia de pagar em meses
subseqüentes, dependendo dos prazos concedidos pelo governo federal.

1.6- IPI a recolher: O valor do imposto calculado sobre as vendas efetuadas, deduzido do valor pago por
ocasião das compras com direito a

crédito, representa a obrigação da companhia.

1.7- Imposto de renda a pagar e provisão para imposto de renda: A conta imposto de renda a pagar
deve consignar o valor do imposto devido pela empresa e acusado na declaração de rendimentos. Representa,
portanto, uma obrigação efetiva junto ao governo federal. Por ocasião do balanço, e com bases no lucro
tributável do exercício, a empresa deve constituir a provisão para imposto de renda numa base de estimativa e,
por ocasião da elaboração e apresentação da declaração de rendimentos, o valor do imposto a pagar ali declarado
será transferido dessa provisão para a conta imposto de renda a pagar.

1.8- Contribuição social a recolher: Os valores registrados nesta conta representam a obrigação da
companhia referente à contribuição social, criada pela Lei número 7.689, de 15/12/88. A base de cálculo dessa
contribuição é o resultado contábil do exercício, antes da constituição de provisão para imposto de renda,
computados os ajustes previstos na legislação pertinente, sobre essa base é aplicado o percentual estabelecido

(atualmente 10%).

1.9- ISS a recolher: O saldo dessa representa a obrigação da

companhia, junto ao governo municipal, relativa ao imposto incidente sobre

os serviços prestados, que deve ser apurado e contabilizado pela competência.

1.10- PIS a recolher: Essa conta representa o saldo a recolher do PIS (Programa de Integração Social),, que é
calculado na base de um percentual sobre o faturamento. Nesse caso, tal saldo deve abranger o PIS relativo ao
faturamento dos últimos seis meses, jà que a base de cálculo do PIS relativo a dezembro (a pagar em janeiro) é o
faturamento de outubro.
1.11 - Adiantamentos de clientes: Nos casos de empresas fornecedoras de bens, usualmente equipamentos, ou
serviços, tais como os de empreiteiros de obras, transporte a executar e outros, é comum o recebimento, dos
clientes que contrataram os bens ou serviços, de parcelas em dinheiro antecipadamente à produção dos bens ou
execução de tais serviços. Essas antecipações recebidas devem ser registradas como um passivo classificado
nessa conta.

1.12- Contas a pagar- São registradas nessa conta as obrigações decorrentes do fornecimento de utilidades e da
prestação de serviços, tais como de energia elétrica, água, telefone, propaganda, honorários profissionais de
terceiros, aluguéis, e todas as outras contas a pagar.

1.13- Ordenados e salários a pagar: Os salários e ordenados, quando pagos no mês seguinte ao qual forem
incorridos, devem ser provisionadosb. Esta provisão deve incluir todos os benefícios aos quais o empregado
tenha direito, como horas extras adicionais, prêmios etc., e a contabilização deve ser feita com base na folha de
paga-mentos do mês.

1. 14- Encargos sociais a pagar e FGTS a recolher: As obrigações de previdência social resultantes dos salários
pagos ou creditados pela sociedade deverão ser registradas nessa conta, com base nas taxas de encargos
incidentes. Tais encargos englobam principalmente as contribuições ao IAPAS e ao FGTS, calculadas com base
na folha de pagamento e recolhidas por meio de guias específicas.

1. 1 5- Dividendos: A conta de dividendos a pagar terá lançamentos pelos dividendo aprovados pela assembléia
e, muitas vezes, já creditados aos acionistas correspondentes. São valores líquidos e certos. A conta dividendos
propostos será registrado pelo valor proposto pela administração da empresa na data do balanço, como parte da
destinação proposta para os lucros. Segundo a lei 6404, a administração deverá determinar sua proposição de
destinação do resultado, inclusive dividendos, destinação essa que deverá ser contabilizada no próprio balanço,
no pressuposto de sua aprovação pela assembléia.

1. 16- Provisões: Os subgrupos anteriores são compostos por obrigações definidas e normalmente suportadas
por documentação que explícita seu valor e data de pagamento. Todavia, há inúmeros passivos que podem ser
registrados, apesar de não terem data fixada de pagamento ou mesmo não conterem expressão exata de seus
valores. Isto porque no exigível devem estar contabilizadas todas as obrigações, encargos e riscos, conhecidos e
calculáveis. As provisões são normalmente encargos e riscos já conhecidos, e seus valores são calculáveis,
mesmo por estimativas. Dentro dessas conceituações tal subgrupo é composto por:

· Provisões:

- Dividendos propostos

- Gratificação e participações a empregados e administradores

- Férias

RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS


1- Resultado de exercícios futuros: Esse grupo consta no balanço entre o passivo exigível e o patrimônio líquido
e o seu objetivo é abrigar receitas já recebidas que efetivamente devem ser reconhecidas em resultados em anos
futuros, daí a sua intitulação, sendo que já devem estar deduzidas dos custos e despesas correspondentes,
incorridas ou a incorrer. Todavia, somente deve englobar tais receitas menos despesas, ou seja, resultados
futuros recebidos, mas para os quais não haja qualquer tipo de obrigação de devolução por parte da empresa.
Pode-se perceber que o grupo resultado de exercícios futuros é de utilização muito restrita, pois só deverão nele
constar valores recebidos que não serão em hipótese alguma, devolvidos pela empresa nem representam
obrigação qualquer de sua parte de entregar bens ou serviços.

1.1 - Aluguel recebido antecipadamente: Um exemplo seria um caso de aluguel recebido antecipadamente, mas
cujo contrato estabelece que não haverá reembolso, mesmo que locatário devolva antes o imóvel ou o bem.
Nesse caso, tal valor deve ser lançado na conta do grupo receita de exercícios futuros, a ser apropriado aos
resultados efetivos à medida do transcurso do prazo de locação.

1.2- Recebimento de uma comissão: Se uma instituição financeira cobra comissão pela concessão de um
empréstimo. Ao recebê-lo totalmente na abertura do crédito, fará sua contabilização como receitas de exercícios
futuros e procederá à sua apropriação como receita propriamente dita pelo transcorrer do tempo do empréstimo.

PATRIMÔNIO LÍOUIDO

Patrimônio líquido: No balanço patrimonial, a diferença entre o valor dos ativos e dos passivos e resultado de
exercícios futuros representa o patrimônio líquido, que é o valor contábil pertencente aos acionistas ou sócios de
acordo com a lei 6.404/96.

Capital social ,

Reservas de capital,

Reservas de reavaliação ,

Reservas de lucros ,

Lucros ou prejuízos acumulados .

1.1 - Capital social: O investimento efetuado na companhia pelos acionistas é representado pelo capital social,
este abrange não só as parcelas entregues pelo acionistas como também os valores obtidos pela sociedade e que,
por decisão dos proprietários, se incorporam ao capital social, representando uma espécie de renúncia à sua
distribuição na forma de dinheiro ou de outros bens. O valor que deve constar do patrimônio líquido no
subgrupo de capital é o do capital realizado, ou seja, o total efetivamente integralizado pelos acionistas.

1.2- Reservas de capital: As reservas de capital são constituídas com valores recebidos pela companhia e que não
transitam pelo resultado como receitas, por se referirem a valores destinados a reforço de seu capital, sem terem
com contrapartida qualquer esforço da empresa em termos de entrega de bens ou de prestação de serviços.
a) Alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição: As partes beneficiárias e os bônus de subscrição são
valores mobiliários que podem ser alienados e, neste caso, o produto de alienação é contabilizado em reserva de
capital específica. Se forem emitidos gratuitamente, não haverá contabilização. Caberia aí, apenas, no caso elas
partes beneficiarias, a menção em nota explicativa da sua existência e do direito que lhes foi atribuído. Aliás,
essa menção deve ser feita mesmo que tais partes beneficiarias sejam alienadas.

b) Prêmio na emissão de debêntures: Tecnicamente, conforme já discutido, seria mais correto tratar esse item
como receita diferida a ser apropriada proporcionalmente até o vencimento da debêntures, para reduzir o efetivo
valor das despesas financeiras. O seu registro direto como reserva de capital, todavia, é determinado pela lei e, se
assim efetuado, poderá ainda a companhia beneficiar-se pela sua não tributação.

c) Doações e subvenções para investimento: O valor das doações recebidas pela companhia constituirá reserva
de capital. Essas doações poderão ser em dinheiro ou em bens imóveis, móveis ou direitos. Os ativos recebidos
em doação devem ser contabilizados pelo valor de mercado. Há diversos casos de subvenções, sendo mais
comuns aquelas concedidas às empresas pelo governo (federal, estadual ou municipal) como incentivo ou ajuda
a setores econômicos o regiões em cujo desenvolvimento haja interesse especial.

1.3- Reservas de reavaliação- Na primeira subconta estariam classificadas as reavaliações feitas pela
empresa de seus próprios bens, pela parcela da nova avaliação ao preço de mercado que exceder o valor líquido
contábil anterior dos bens. Essa conta deverá estar segregada e ter controles por natureza dos ativos a que se
refere, para registros das baixas, quando ocorrerem. Na segunda conta devem ser registradas as contrapartidas
relativas aos débitos feitos na conta de investimentos em coligadas e controladas avaliados pelo método da
equivalência patrimonial, quando tais débitos forem oriundos de reavaliações feitas pelas coligadas e
controladas. A baixa posterior dessa conta de reserva de reavaliação deverá ser feita à medida da realização dos
ativos correspondentes na coligada ou controlada pela baixa dos ativos ou sua depreciação e amortização.

1.4- Reservas de lucros: Reservas de lucros são as contas de reservas constituídas pela apropriação de lucros da
companhia, conforme também

previsto pelo quarto do art. 182 da lei 6.404/96. Tendo em vista o seu conceito e as definições da própria lei das
S.A., podemos ter as seguintes reservas de lucro:

Reserva legal,

Reservas estatutárias,

Reservas para contingências,

Reserva de lucros a realizar,

Reserva de lucros para expansão,

Reserva especial para dividendo obrigatório não distribuído.

Reserva legal: Essa reserva basicamente instituída para dar proteção ao credor, é tratada no art. 193 da Lei
6.404/76 e deverá ser constituída com a destinação de 5% do lucro líquido do exercício. Esta reserva será
constituída obrigatoriamente, pela companhia, até que o seu valor atinja 20% do capital social realizado, quando
então poderá deixar de ser acrescida, ou, então, poderá, a critério da companhia, deixar de receber créditos,
quando o saldo desta reserva, somado ao montante das reservas de capital atinge 30% do capital social.

b) Reservas estatutárias. As reservas estatutárias são constituídas por determinação do estatuto da companhia,
como destinação de uma parcela dos lucros do exercício. Para cada reserva estatutária, todavia, a empresa terá
de, no seu estatuto: definir sua finalidade de modo preciso e completo, fixar os critérios para determinar a
parcela anual do lucro líquido a ser utilizada,

estabelecer o seu limite máximo.

c) Reservas para contingências: O objetivo da constituição dessa reserva é segregar uma parcela de lucros,
inclusive com a finalidade de não distribuí--la como dividendo, correspondente a prováveis perdas
extraordinárias futuras, que acarretarão diminuição dos lucros em exercício futuros. Dessa forma, com sua
constituição, está se fortalecendo a posição da sociedade para fazer frente à situação prevista.
d) Reserva de lucro a realizar: Esta reserva é constituída como uma destinação dos lucros do exercício, sendo,
todavia, optativa ou não sua constituição. O objetivo de constituir esta reserva é evidenciar a parcela de lucros
ainda não realizada financeiramente pela companhia e também não distribuir dividendo obrigatório, fixado como
porcentagens do lucro do exercício, sobre essa mesma parcela.

e) Reserva de lucros para expansão: Para atender a projeto de investimento, a companhia poderá reter
parte dos lucros do exercício, conforme disciplinado pelo Art. 196,da Lei 6.404/76, que trata da reserva de
retenção de lucros. Essa retenção deverá estar justificada com o orçamento de capital da companhia, ser
proposta pela administração e aprovada pela assembléia geral. Entretanto, esta reserva também não pode ser
constituída em detrimento do pagamento do dividendo obrigatório. Sua finalidade é justificar a não distribuição
de dividendos adicionais aos obrigatórios.

f) Reserva especial para dividendo obrigatório não distribuído: A companhia deverá constituir essa reserva de
lucros quando tiver dividendo obrigatório a distribuir, mas se nao tiver condições financeiras para seu
pagamento, situação em que se utilizará do expediente previsto nos parágrafos 4 e 5 do artigo 202, da Lei das
S.A.

1.5- Lucros ou prejuízos acumulados: Essa conta representa o saldo remanescente dos lucros (ou prejuízos)
líquidos das apropriações para reservas de lucros e dos dividendos distribuídos, saldo esse que faz parte do
patrimônio líquido na data do balanço. Essa conta representa a interligação

entre o balanço e a demonstração do resultado do exercício. O plano de contas apresenta tal conta com as
subcontas lucros acumulados (credora) e prejuízos acumulados (devedora), mas que podem ser mantidas em uma
só conta. O importante é que, mesmo sendo devedor o seu saldo, ou seja, quando há prejuízos
acumulados, deverá estar classificada no patrimônio líquido. As destinações normais do lucro líquido do
exercício são:

- para as reservas de lucros,

- para pagamentos de dividendos, inclusive complementares ao mínimo obrigatório e finalmente,

- para retenção de lucros, via reserva de lucros específica.

1. Nessas condições, a existência de saldo final em lucros acumulados somente se justifica quando decorrente
de:

- saldo já existente, anterior a vigência da Lei 6.404/76,

- frações de centavos, não computados na declaração do dividendo por ação.

Na hipótese da ocorrência de prejuízo, este será obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas
reservas de lucros e pela reserva legal, nessa ordem. Se, ainda assim, remanescer saldo sua absorção poderá ser
feita com reservas de capital, exceto a de correção monetária do capital.

1.6- Dividendos: Os dividendos representam uma destinação do lucro do exercício, dos lucros acumulados
ou de reservas de lucros aos acionistas da companhia. Em casos especiais é que poderão ser utilizadas as
reservas de capital para o pagamento de dividendos às ações preferenciais.
BIBLIOGRAFIA

MANUAL DE CONTABILIDADE DAS SOCIEDADES POR AÇÕES

Martins, Eliseu

Gelbcke, Ernesto Rubens

ludícibus, Sérgio De

Editora: Atlas - 3 edição

CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA

Equipe de Professores da USP 7

Editora: Atlas - 7 edição

CONTABILIDADE BÁSICA

Gouveia, Nelson

Editora: McGraw- Hill

NORMAS E PRÁTICAS CONTÁBEIS NO BRASIL

- Anderson, Arthur

Editora: Atlas

Você também pode gostar