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Contabilidade

Básica I
Módulo de Estudo 2
DISCIPLINA
Normas e práticas em contabilidade –
Aula 5
PROFESSORA
Camila Nunes

METODOS DAS PARTIDAS DOBRADAS

A contabilidade evolui no processo de escrituração contábil os registros de


receitas e impostos eram feitos em tábua e fichas de barro. Em 1494, Luca
Pacioli, criou o método das partidas dobradas que utilizando da aritmética,
geometria e da proporcionalidade. A técnica de escrituração está inserida no
processo contábil como procedimento básico que irá resultar na consecução do
principal objetivo da contabilidade que é gerar informações uteis para a tomada
de decisão.

Critérios de Escrituração

A escrituração contábil, deverá ser mantida em registros permanentes, em


idioma do país de origem e moeda corrente nacional. Deve ser observado
métodos e critérios contábeis uniformes no tempo, em obediência às normas
contábeis. Os registros ou lançamentos contábeis devem ser feitos
individualmente, de acordo com as características dos documentos ou papéis
que originaram o fato contábil.

Vejam a ilustração demonstrando o caminho da escrituração Contábil

Figura 1 – Imagem – Roteiro Básico Escrituração


Fatos contábeis

Fatos contábeis são eventos que provocam alterações no patrimônio da entidade


e, devem ser escriturados, classificados como fatos permutativos, modificativos
ou mistos. A classificação dos fatos contábeis esta diretamente relacionada às
variações patrimoniais.

Documentos: Os documentos contábeis são a base para o registro de


atividades importantes de uma empresa. Eles servem como comprovação de
movimentos financeiros e lançamentos que podem ser auditados por órgãos
regulatórios e fiscalizadores, como a Receita Federal e a Secretaria da Fazenda.

Escrituração: Veja Figura 2 – Esquema Contábil

Livro Diário
O livro Diário é utilizado para registrar os lançamentos contábeis de todos os
fatos contábeis, em ordem estritamente cronológica (dia, mês e ano),
observando os seguintes elementos essenciais:

 Local e data da ocorrência do fato;

 Conta debitada;

 Conta creditada;

 Histórico citando as características da operação;

 Valor da operação $;

Livro Razão

Na contabilidade, o Livro Razão é um registro de escrituração que tem a


finalidade de coletar dados cronológicos de todas as transações registradas no
Livro Diário e organizá-las por contas individualizadas.

Com o Livro Razão, é possível controlar o movimento de todas as contas


contábeis separadamente. Esse controle individual permite apurar saldos e seus
resultados (por exemplo, saldo de uma determinada despesa ou da receita de
vendas).

Dessa forma, o Livro Razão fornece um histórico detalhado de transações e


o saldo atual de cada conta do sistema contábil, durante o período selecionado.

Lançamento Contábil

É o meio pelo qual se processa a escrituração, de preferência, os lançamentos


contábeis que comprovem a legitimidade da operação. Após o registro contábil
é comum haver erros, os tipos mais comuns de erros são: erros de redação,
borrões, rasuras, saltos de linhas ou páginas, valores lançados a maior ou a
menor, troca ou inversão de contas, omissão de lançamentos.

Métodos de Partidas

Dentre os métodos existentes, partiremos para a citação dos mais usuais:


Partidas Simples e Partidas Dobradas.

O método de partidas simples consiste no registro de operações específicas que


envolvem o controle patrimonial de apenas um elemento, sendo este incompleto
para o controle patrimonial, é utilizado para escriturar o Livro Caixa.

O método de partidas dobradas consiste no fato de que para qualquer operação


sempre haverá um débito igual ao um crédito ou vários débitos com vários
créditos de mesmo valor.

Razonete

O razonete é uma representação gráfica em forma de T, muito comum e


utilizadas pelos estudantes de contabilidade. Cada razonete representa uma
conta contábil, logo o razonete é um derivado do livro Razão. Sua aplicação
didática tem como objetivo facilitar o desenvolvimento do raciocínio contábil.

Assim como o Balanço Patrimonial que possui dois lados (ativo e passivo), o
razonete também tem dois lados, sendo que o lado esquerdo representa o Débito
e o lado direito representa o Crédito
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BALANCETE E APURAÇÃO RESULTADO EXERCICIO

Balancete de Verificação

O balancete de verificação é um demonstrativo contábil que reúne todas as


contas em movimento na empresa e seus respectivos saldos (saldos de
débito/saldos devedores e saldos de crédito/saldos credores).

Através do balancete é possível chegar a vários resultados importantes para a


Contabilidade de uma empresa num dado período de tempo, bem como elaborar
outros demonstrativos contábeis importantes, como por exemplo, Demonstração
do Resultado do Exercício (DRE) e Balanço Patrimonial (BP).

É a relação de Contas extraídas do livro Razão (razonetes) da empresa, ou seja,


é o conjunto de todas as contas (patrimonias e de resultado) dos razonetes com
seus respectivos saldos finais. O saldo de cada conta é representado de acordo
com sua natureza (devedora ou credora), e não apenas de acordo com o grupo
a que pertence.

Ou seja, para elaborar um balancete, cada onta será transferida do razonete


para ele, com seu respectivo saldo. Assim, se a Conta no razonete apontar saldo
final devedor (lado esquerdo), este saldo será transportado para a coluna do
saldo devedor do balancete. Se a Conta apresentar no razonete saldo final
credor (lado direito), este saldo será transportado para a coluna do saldo credor
do balancete.
Importante: a soma dos saldos devedores deve ser igual à soma dos saldos
credores. Se houver desigualdade, é sinal de que há erros na Contabilidade da
empresa.

Há várias maneiras de se apresentar um Balancete de Verificação. Em todos


eles deve existir o cabeçalho onde se indica o nome da empresa e a data do
balancete. É possível representá- lo com os saldos iniciais de cada conta
(devedor ou credor) e com os respectivos movimentos no período (débitos e
créditos), ou simplesmente com os saldos finais das contas (devedor ou credor).

Analisando o Balancete de verificação

Para que se saiba como analisar um balancete de verificação, é preciso entender


o que consta nesse relatório. Normalmente, boa parte dos balancetes possuem
os seguintes elementos:

 Cabeçalho
 Ativo
 Saldo anterior
 Débitos
 Créditos
 Saldo final

Vamos detalhar o que cada um desses elementos representa.

Primeiramente, o que temos em um balancete, é o cabeçalho. O cabeçalho é a


parte superior do balancete de verificação que possui o nome e as
informações da empresa.

Ainda no cabeçalho, tem-se o período referente àquele balancete. Esse período


pode variar de acordo com o objetivo que se pretende atingir com este relatório.
Pode ser mensal, trimestral ou anual.
O ativo é a parte do balancete de verificação que demonstra todas as contas
que a empresa possui, incluindo seus bens e direitos.

Logo após o ativo, está descrito o saldo anterior, referente ao saldo disponível
ao final do último balancete realizado.

A parte de débitos e créditos retratam todas as movimentações que ocorreram


durante o período do balancete de verificação.

E, o saldo final se refere ao saldo que restou depois que as devidas


movimentações foram realizadas.

ARE – Apuração Resultado do Exercício

Agora vamos iniciar os estudos sobre Apuração do Resultado do Exercício, nas


próximas aulas nos aprofundaremos mais neste assunto

Esta apuração está atrelada à realização do DRE – Demonstração do Resultado


de Exercício que é uma obrigação anual, de acordo com a Lei 6 404 de 15 de
dezembro de 1976.

No Art. 187 da lei em questão, são definidas algumas regras referente às


informações a serem apresentadas na Demonstração.

O ARE – Apuração do Resultado do Exercicio que nada mais é do que o


resultado final apresentado pela DRE.

É importante lembrar que, segundo o CPC “00” – estrutura conceitual básica –,


os elementos diretamente relacionados com a mensuração do resultado do
exercício são as receitas e as despesas; e o resultado do exercício é usado como
medida de desempenho econômico, que independe da entrada ou saída de
dinheiro; o que importa é a geração de receitas e o reconhecimento das
despesas.
O objetivo da declaração, além de apresentar a real situação financeira do
negócio ao governo e demais interessados, é acompanhar e saber se a empresa
está tendo lucro.

O ARE reúne diversas informações referentes à Receitas e Despesas com o


intuito de coletar os dados para a DRE.

O ARE pode ser então definido como uma reunião de informações para a DRE.
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VARIAÇÕES DO PATRIMONIO I

Você perceberá as diferenças entre as contas que embora possuam


similaridades, carregam intrinsecamente conceitos próprios, como o que é
receita operacional e receita de ganhos. A relação entre custos e despesas, e
como são realizados os confrontos para consequente reconhecimento do
resultado.

Principais Grupos de Contas: Variações do Patrimônio Líquido

Despesas, Receita e Resultados

As principais causam de variações do patrimônio podem surgir tanto no


investimento (capital social) ou através do confronto existente entre receitas e
despesas.

Receitas

Receitas compreendem a soma dos esforços que resultam na entrada de ativos


para a entidade, e podem ser expressos em dinheiro ou contas a receber.

Para resumir melhor toda essa definição, podemos tratar como: as Receitas se
referem a composição das vendas operacionais realizadas pela entidade, sendo
composto também pelos rendimentos obtidos em aplicações financeiras e até
mesmo de aluguéis.
A geração de receita tende a produzir o aumento do patrimônio, todavia quando
a receita é inferior aos gastos, estes poderão representar a redução patrimonial.

Receita Operacional

É a receita resultante da atividade principal da entidade.

Receitas Financeiras

São as receitas provenientes de aplicações financeiras como rendimentos e


juros recebidos e que aumentam o saldo da conta Caixa e Equivalentes de Caixa
da entidade.

Receitas não operacionais

Decorrem da atividade da organização, e serão denominadas de ganhos, sem


que haja eventual caráter operacional, como por exemplo: venda de imobilizado.

Gastos

É o dispêndio e todo sacrifício atribuído para que a entidade detem como forma
de obter gerando receita futura. Os gastos podem ocorrer a partir do saída de
dinheiro imediata ou ainda através de obrigações futuras. Os gastos
compreendem: Custos, Despesas, Investimentos e Perdas.

Custos

Corresponde a todo gasto necessário para a produção de bem ou serviço da


entidade.

Despesas
As despesas constituem o sacrifício financeiro para a geração de receitas, em
outras palavras, as despesas compreendem o consumo que direta ou
indiretamente são necessários para que haja a existência das receitas.

Despesas Operacionais

Uma despesa é considerada operacional quando decorrer da realização das


atividades para as quais a entidade foi criada – negócio da empresa.

Despesas financeiras

São aquelas que decorrem dos juros ou multas provenientes das obrigações da
entidade.

Investimentos

É o gasto que traz benefício futuro, como um ativo para a entidade, antes que
se transforme em custo ou despesa. Exemplo: Estoques e Imobilizado.

Perdas

As despesas que não decorrerem da atividade da organização, e que possuírem


eventos de caráter anormal em na operação da entidade, são consideradas
perdas. Exemplo: Estoque de produtos armazenados inadequadamente.

Resultados

O resultado é composto pelo confronto aplicado entre as receitas e a dedução


das despesas, originadas dentro do um determinando período independente de
que estas tenham sido pagas ou recebidas, baseado no regime da competência.
O resultado apurado entre as contas de receitas e despesas é denominado
Lucro, quando a receita supera o valor das despesas; ou Prejuízo, quando a
receita é inferior ao valor das despesas.

Período Contábil
A contabilidade estuda o patrimônio das entidades abrangendo três
perspectivas:

 Econômica  Relaciona-se com o confronto entre as receitas e


despesas;
 Financeira  relaciona-se com a movimentação sofrida no Caixa e
Equivalentes de caixa;
 Patrimonial relaciona-se as mutações geradas no patrimônio da
entidade, oriundas das perspectivas econômica e/ ou financeira.

A contabilidade limita-se sempre em um período do tempo, Logo, o resultado de


uma entidade geralmente é medido em um determinando período, objetivando a
verificação e a composição das contas envolvidas observadas num determinado
espaço de tempo escolhido pela entidade, a fim de medir a situação patrimonial.
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VARIAÇÕES DO PATRIMONIO II

Para compreendermos melhor as variações que ocorrem no patrimônio líquido


das entidades, vejamos alguns exemplos de movimentações para cada tipo de
acontecimento:

Exemplo 1:

Formação da empresa ABC Ltda Em 12/03/2020, a empresa ABC Ltda é


constituída com entrada de R$ 45.000,00 para formação do capital social:

A Escrituração deste fato ficará assim:

Débito) Caixa = R$ 45.000,00

Crédito) Capital Social = R$ 45.000,00

Demonstração do Balanço Patrimonial da empresa com os lançamentos


realizados.

Figura 1 – Balanço Patrimonial

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO

Caixa 45.000,00

Patrimonio liquido 45.000,00


Informações sobre a operação contábil:

Quando uma empresa é constituída ela sempre deterá uma importância no


capital social. O valor do capital social é sempre levado a crédito, enquanto que
sua contrapartida – débito – representará a conta caixa.

Na apresentação do Balanço Patrimonial os totais do Ativo e Passivo são


idênticos, isso ocorre porque é realizado o lançamento utilizando do método de
partidas dobradas.

Vamos analisar mais um exemplo

Exemplo 2:

Compra de Móveis e utensílios, compra de veículos e compra de mercadorias


para formação do estoque, pagamento à vista (dinheiro).

Em 23/03/2020, a empresa ABC adquiri Móveis, no valor de R$ 2.200,00;


Veículo para entrega aos clientes, no valor de R$ 19.000,00; Mercadorias no
valor de R$ 17.000,00; pagamento realizado à vista (dinheiro).

Como será o lançamento de cada um desses fatos:

Escrituração:

Débito) Móveis e Utensílios = R$2.200,00

Débito) Veículos = R$19.000,00

Débito) Mercadorias = R$ 17.000,00

Crédito) Caixa = R$ 38.200,00 Demonstração do Balanço Patrimonial da


empresa com os lançamentos realizados.

Figura 2 – Balanço após lançamentos

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO

Caixa 6.800,00
Mercadorias 17.000,00

Não circulante
Moveis e Utensílios 2.200,00 Patrimonio liquido 45.000,00
Veículos 19.000,00

Total Ativo 45.000,00 Total Passivo 45.000,00


Informações sobre a operação contábil:

Após a constituição da empresa ABC Ltda, era necessário que os seus


gestores adquirissem elementos para que a empresa tenha condições de
operar. Para isso, a empresa adquiriu móveis, como exemplo: mesa, cadeira,
balcão, prateleiras. A empresa optou pela compra de um veículo que servirá
para que as vendas possam ser entregues aos clientes, e adquiriu mercadorias
para comercialização.

Na apresentação do Balanço Patrimonial os totais do Ativo e Passivo não


foram alterados, isso se dá porque os fatos envolvidos permutativos, ou seja,
envolveram contas entre o Ativo.

Analisaremos as contas

Exemplo 3:

Venda de 50% das Mercadorias existentes no estoque, para o cliente RS Ltda.


Em 28/03/X1, a empresa ABC Ltda realiza Venda de parte do seu estoque de
mercadorias ao cliente RS Ltda no valor de R$ 15.300,00; recebimento à prazo;

Escrituração

1º registro – da venda realizada

Débito) Clientes = R$ 15.300,00

Crédito) Receitas de Vendas = R$15.300,00

2º registro – da baixa do estoque de mercadorias

Débito) Custo de Mercadorias Vendidas = R$ 8.500,00

Crédito) Mercadorias = R$ 8.500,00

Elaboração da Demonstração do Resultado do Exercício

A partir das vendas realizadas e reconhecimentos dos custos e despesas, a


empresa deverá elaborar a DRE – Demonstração do Resultado do Exercício, a
fim de apurar o resultado do período.

Figura 3 – DRE apurado


Demonstração do Resultado do Exercicio - DRE

Receita de vendas 15.300,00


(-) Custos mercadorias
Vendidas - 8.500,00
Lucro Bruto 6.800,00

O lucro bruto é apresentado por não ter ocorrido nenhuma dedução no período,
como despesas ou impostos. O resultado apurado na DRE deve ser
transportado para o grupo de conta do Patrimônio Líquido, pois trata-se de uma
conta patrimonial.

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