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Para atingir uma perfeita compreensão das Demonstrações Financeiras, que constitui a
pretensão final deste módulo, importa efectuar breves referências sobre o âmbito das Contas do
Balanço e da Demonstração de Resultados, identificar detalhadamente os critérios da sua
movimentação, ilustrar a relação entre as diversas contas e efectuar um estudo aprofundado
sobre as características e particularidades de cada uma das contas integrantes do Plano Geral de
Contabilidade.
Assim, começamos por mencionar que, quer se use na execução da contabilidade, processos
manuais ou métodos baseados no processamento computadorizado das transacções o conceito
de conta é fundamental. Efectivamente o património de uma entidade é constituído por um
grande número de elementos diferentes. Estes elementos têm como característica comum serem
traduzidos em valores monetários o que torna possível o trabalho contabilístico. Contudo, o
processo de registo, classificação e resumo das transacções seria impossível se se fizesse em
relação a cada elemento patrimonial, individualmente.
As contas definem-se pelo seu título, que resume o âmbito dos elementos patrimoniais por elas
abrangidas. Este âmbito, pode ser mais alargado ou mais restrito podendo contas de âmbito mais
restrito serem agrupadas em contas com âmbito mais alargado.
Temos assim contas elementares, e contas complexas, colectivas ou gerais. As contas que são
sub-divisões de contas chamam-se sub-contas ou contas divisionárias. Por vezes a relação
entre as contas mais gerais, e as elementares exprime-se pelo grau. Assim dizem-se contas do
segundo grau e, sucessivamente, terceiro, quarto, etc.
Por vezes, a existência de contas com âmbito muito vasto exige, por uma necessidade de análise
que se criem contas do mesmo nível ou grau, onde se registam originariamente as transacções e
que depois se transferem, para a chamada conta principal. Estas contas denominam-se contas
subsidiárias. Por exemplo a conta Resultados do Exercício, tem como contas subsidiárias as
contas de Vendas onde se registam as vendas realizadas, Despesas com o pessoal, onde se
registam os custos com o pessoal, e muitas outras que opurtunamente serão estudadas.
As contas são utilizadas para registar todos os elementos patrimoniais, quer sejam Activos,
temos então contas do Activo, quer sejam do Passivo, contas do Passivo, ou da Situação
Líquida, contas da Situação Líquida. Estas últimas poderão ainda subdividir-se em contas de
Capital, Reservas e Resultados.
De acordo com o Plano Geral de Contabilidade as contas integradas nas Classes 1, 2 e 3 são
consideradas Contas do Activo, a classe 4 pertence às contas do Activo e Passivo
simultaneamente e a Classe 5 às contas dos Fundos Próprios ou Situação Líquida, sendo estas
no seu conjunto, que constituem o Balanço de uma empresa. As contas da Classe 6 e 7
representam as Contas de Custos e Contas de Proveitos respectivamente e são representadas na
Demonstração de Resultados em conjugação com a classe 8. Contas de Resultados, a fim de
diferenciar os diversos resultados obtidos pela empresa, (operacionais, correntes, financeiros,
extraordinários e líquido do exercício).
Em termos de movimentação, recordar apenas, que os registos das transacções efectua-se nas
contas, debitando-as e creditando-as, mas de tal modo que a equação do balanço permaneça
válida. Para isso é necessário que os movimentos a débito sejam iguais aos movimentos a
crédito, e esta é a essência do chamado método digráfico cuja autoria é atribuída ao frade
franciscano Luca Paccioli que o teria descrito numa obra publicada no século XV.
As regras de movimentação de contas são em resumo:
Contas do Activo
Contas do Passsivo
Para a obtenção de um conhecimento mais sólido, que garanta a elaboração das Demonstrações
Financeiras de acordo com os requisitos exigidos, iremos efectuar o estudo detalhado das
diversas contas constantes no Plano Geral de Contabilidade.
1.2 Disponibilidades
Uma característica dos activos das empresas é a sua liquidez, ou seja, o período de tempo
necessário para que se convertam em dinheiro. Quanto maior for a susceptibilidade de
conversão, num pressuposto de continuidade, mais líquido é o activo. Isto significa que o Caixa
e os Depósitos Bancários à ordem constituem os activos mais líquidos existentes numa empresa,
traduzidos em valores disponíveis ou disponibilidades.
Frequentemente, o conceito de Caixa engloba não apenas o numerário mas também os próprios
depósitos à ordem e outros imediatamente disponíveis. Nesta ordem, o âmbito de caixa
contempla o numerário e os depósitos bancários imediatamente mobilizáveis.
1.2.1 Caixa
Esta conta enquadra-se na classe 1 - Contas de Meios Circulantes Financeiros, que abrange os
meios monetários da empresa e os créditos que a empresa detem relativamento a terceiros e
títulos negociáveis realizados a curto prazo. Devem considerar-se como Caixa os valores em
numerário ou em cheque, de acordo com o Plano Geral de contabilidade.
A conta Caixa é uma conta do Activo, pelo que se debita pelos aumentos ou seja os
recebimentos e se credita pelas diminuições ou seja pagamentos. Embora não directamente
prevista no Plano Geral de Contabilidade, pode esta conta subdividir-se em sub - contas
destinadas a controlar mais eficazmente os meios monetários existentes. Por exemplo nas
empresas, consoante as necessidades de informação e de adopção de controlos apropriados,
podemos ter esta conta subdividida em várias contas divisionárias, com a finalidade de
controlar o dinheiro existente. Por Exemplo:
11. Caixa
11.1 Caixa A
11.2 Caixa B
11.3 Caixa C
11.4 ....
11.5 ....
11.6 Caixa Pequena
A Caixa Pequena, representa os meios monetários atribuídos a secções ou pessoas, com a
finalidade de suprir pequenas despesas. Embora seja mais conhecida frequentemente por Fundo
de Maneio, esta designação não é correcta. O seu controlo pode ser atribuído a empregados sem
qualificações contabilísticas, tais como porteiro, telefonista ou secretária.
A documentação de suporte para os movimentos verificados nesta Caixa é verificada após a sua
ocorrência (transporte, notário, encomendas postais, etc.). A caixa pequena é reforçada
periodicamente pela apresentação, junto da caixa principal, dos documentos comprovativos das
despesas efectuadas.
O saldo da conta Caixa é sempre devedor e corresponde ao dinheiro em cofre. Para efeitos de
controlo devem efectuar-se contagens no final do período contabilístico, cujo resultado deve ser
comparado com o respectivo saldo. As diferenças se existirem deverão ser investigadas.
Normalmente o dinheiro em Caixa está à guarda de um caixa ou tesoureiro que responde pela
sua integridade. Nestes casos a cada responsável deverá responder uma sub - conta para permitir
este controlo. Adicionalmente o próprio caixa ou tesoureiro deve dispor de um razão auxiliar
onde registará detalhadamente todos os recebimentos e pagamentos evidenciando,
periodicamente, por exemplo no fim do dia ou semana, o respectivo saldo que compara, para
efeitos de controlo, com o dinheiro existente em cofre.
Estes razões auxiliares revestem normalmente a forma de folhas de caixa com dispositivos
adequados às necessidades particulares de cada empresa. As disposições mais vulgares são:
200 2000
0
1 Saldo de 1999 500.000 Jan. 2 Compra mat.escrit 1 22.000
Jan.
2 Vendas a dinheiro 3 50.000 Compra de selos 2 5.000
Despesas de envio
de encomenda 4 10.000
550.000 550.000
3 Saldo do dia 413.000
anterior
Este dispositivo corresponde ao dispositivo da conta com colunas triplas, débito ( entradas),
créditos (saídas) e o respectivo saldo, sendo as colunas de datas, descrição de movimentos e
numeração de documentos únicos.
Caixa
2000
550.000 550.000
3 Saldo do dia anterior 413.000 413.000
Caixa
2000
478.000
Compra de Selos 2 5.000
473.000
Vendas a Dinheiro 3 50.000
523.000
Despesas de envio de encomenda 4 10.000
513.000
Depósito no Banco 5 100.000
413.000
Na prática, este dispositivo consiste em duas folhas de Caixa: uma para recebimentos e outra
para pagamentos. O saldo é apurado pela diferença entre o Caixa Recebimentos e o Caixa
Pagamentos. Para além das colunas comuns às restantes folhas anteriormente vistas, este
dispositivo apresenta também várias colunas para o registo dos valores das contas
movimentadas em contrapartida.
Caixa - Recebimentos
Contas Valor
Caixa - Pagamentos
Contas Valor
As folhas de controlo de caixa servem igualmente, muitas vezes como controlo inicial dos
documentos a serem lançados no Diário. Nesses casos as folhas de Caixa utilizadas são
completadas com uma coluna adicional, onde se inscreve a contrapartida de caixa e que será
tomada como origem dos lançamentos a efectuar, servindo como diário originário em especial
no chamado sistema centralizador.
A passagem das operações normalmente registadas no diário auxiliar de Caixa, passa para o
Diário geral através do lançamento de resumo da segunda fórmula para os recebimentos e da
terceira fórmula para os pagamentos, conforme segue:
O aumento do volume das transacções provocado pelo aumento de dimensão das unidades
económicas, leva muitas vezes à necessidade de autonomizar completamente os movimentos
de entradas em Caixa e os movimentos de saída. No primeiro caso, que se pode exemplificar
com o que se passa nas grandes lojas a retalho, por exemplo nos supermercados e
hipermercados, os recebimentos são controlados através de caixas registadoras, que são
posteriormente centralizadas num Caixa Central. As entradas de fundos depois de
devidamente controladas, são depositadas nas contas bancárias da empresa, não chegando a
haver qualquer registo na conta Caixa, debitando-se directamente a conta de Depósitos a
Ordem por contrapartida de Vendas.
Fundo Fixo de Caixa
Quando se utiliza uma folha de Caixa, e uma correspondente subconta para fazer unicamente
pagamentos, estamos normalmente utilizando o chamado Fundo Fixo de Caixa. Esta técnica
de controlo de fundos de caixa consiste na atribuição de uma determinada quantia fixa em
dinheiro, ao responsável pelo Caixa, que é calculada de acordo com os pagamentos que serão
necessários fazer num determinado período. O Caixa vai procedendo aos pagamentos
registando-os numa folha de Caixa adequada, normalmente de tipo vertical ou em escada.
Quando o fundo se encontra esgotado, procede-se ao apuramento do total dos pagamentos
efectuados, procedendo-se à emissão de um cheque para levantamento da referida
importância que será utilizada para repor o saldo de caixa novamente no valor estabelecido
para o fundo fixo, iniciando-se novo ciclo de pagamentos.
A folha de caixa e os documentos comprovativos dos pagamentos vão servir para efectuar os
lançamentos nas respectivas contas. Esta técnica permite mesmo que não se chegue a
efectuar qualquer movimento na conta Caixa, lançando-se os movimentos nas contas
respectivas, por contrapartida da conta de Depósitos a Ordem pelo valor correspondente ao
cheque levantado. Neste caso a conta Caixa tem permanentemente um saldo igual ao Fundo
Fixo.
Uma prática adoptada muitas vezes, embora seja de evitar, consiste na retirada de dinheiro de
caixa sem proceder ao seu registo contabilístico, procedendo à sua substituição pelos
chamados “vales”. Embora por vezes necessária para retiradas momentâneas relacionadas
com pequenas despesas, pelo tempo estritamente necessário entre a saída do dinheiro para o
pagamento e a obtenção do respectivo recibo, esta situação deve ser completamente abolida
para tratar adiantamentos ou empréstimos por tempos prolongados.
Nestes casos a saída do dinheiro deve ser registada creditando Caixa e debitando uma conta
de terceiros, geralmente a conta 45. Outros Devedores, no âmbito da qual se deverá proceder
nominalmente ao controlo do adiantamento ou empréstimo.
Conferência de Saldo
Existe dinheiro a mais no cofre: (valor real superior ao valor contabilistico), o que pode
ser devido a recebimento de importâncias superiores às debitadas ou a pagamentos
menores do que as creditadas;
Existe dinheiro a menos no cofre: (valor real inferior ao valor contabilístico), o que
pode dever-se ao recebimento de importâncias menores do que as debitadas ou a
pagamentos de importâncias superiores as creditadas.
Pelo ganho resultante da diferença apurada na conferência dos saldos, o registo que se
efectua é o seguinte:
X X
Existindo perda resultante da diferença apurada na conferência dos saldos, o registo que se
efectua é o seguinte:
X X
Para suprir as diferenças de Caixa, é comum atribuir-se aos Caixas e/ou Tesoureiros, para além
do ordenado, um subsídio mensal designado subsídio de falha, com o qual deverá cobrir as
falhas ou faltas que se verificam nos valores a sua guarda.
X X
Depósitos à Ordem
Esta conta regista os meios monetários que a entidade mantém nas instituições bancárias e
que pode movimentar sem qualquer restrição. São portanto valores equivalentes a dinheiro e
que podem ser utilizados para os mesmos fins.
A utilização das verbas disponíveis nestas contas faz-se essencialmente através do cheque e da
ordem de transferência. Nesta última, o titular de uma conta solicita por escrito ao Banco,
onde a mesma se encontra aberta, para este proceder a colocação da importância pretendida
na conta de outra entidade aberta no mesmo Banco ou noutro diferente. O cheque cumpre a
mesma função mas de uma forma diferente e sujeito a garantias e requisitos específicos.
Quando tal situação se mantém no final do ano, aquando da elaboração o Balanço, o saldo
credor deverá ser transferido para a conta do Passivo 43.1 Empréstimos bancários.
Por vezes as contas de Depósitos à Ordem vencem juros. Quando tal sucede o montante dos
juros recebidos deve ser debitado na própria conta por contrapartida da conta 78.
Rendimentos e Ganhos Financeiros. No caso dos descobertos bancários, os juros vencidos a
pagar ao banco, são debitados na conta 69. Gastos e Perdas Financeiras, creditando-se a
correspondente conta de Depósitos à Ordem.
Em resumo teríamos:
Debitada Creditada
Estes depósitos têm como característica o facto de, para serem levantados, necessitarem de
uma comunicação prévia ao banco com uma antecedência acordada no momento da sua
efectivação. Por exemplo 5 dias, 15 dias, 1 mês são pré-avisos possíveis.
A movimentação desta conta é igual à da conta de depósitos à Ordem, com duas diferenças
fundamentais: a liquidez, que não é imediatamente mobilizável; e a remuneração, em que o
juro é relativamente mais alto.
Depósitos a prazo
Estes depósitos são registados na conta 12.3 Depósitos a Prazo, e têm como característica
fundamental, o facto de só poderem ser movimentados, isto é, levantados após o decurso do
prazo, para que foram constituídos, como por exemplo 15 dias, 1 mês, 6 meses, um ano, etc.
X X
Os juros são contabilizados debitando a conta 12.1 Depósitos à Ordem, e 44.2 Retenções na
Fonte – Terceira categoria (pela retenção do imposto sobre o rendimento, conforme a
legislação em vigor), mantida no mesmo banco e creditando a conta 78. Proveitos e Ganhos
Financeiros.
Embora a regra seja não ser possível o levantamento antes de decorrido o prazo, a
generalidade dos bancos permite o seu levantamento antecipado, mas com penalizações
acentuadas da taxa de juro inicialmente acordada, chegando mesmo em casos extremos à
perda total dos juros entretanto corridos.
Conferência de Saldos
Dado que normalmente uma mesma entidade mantém contas abertas em diversos bancos, a
conta de Depósitos a Ordem deve ser subdividida em sub - contas, uma para cada conta
bancária, que deverão ser cuidadosamente controladas num razão auxiliar, no sentido de se
conhecer a cada instante o seu saldo de modo a evitar a emissão de cheques sem adequada
provisão - cheques sem cobertura - e gerir da maneira mais eficaz os fundos disponíveis.
Um formato muito utilizado para o controlo das contas de Depósitos à Ordem é a disposição
em escada, em tudo semelhente ao que vimos para a conta Caixa.
A cada conta bancária aberta pela empresa, corresponde no banco uma conta de sinal
contrário. Periodicamente, o banco remete ao respectivo titular o extracto bancário, que
deverá ser conferido, comparando os seus movimentos e saldo respectivo com os registos
internos. Em virtude do desfasamento entre os movimentos, o saldo apresentado pelo banco e
o existente na empresa normalmente não coincidem. Neste caso a diferença deve ser
justificada enumerando exaustivamente os movimentos que se encontram na escrita do banco
e não se encontram na escrita da empresa e vice-versa. Esta enumeração deverá ser efectuada
num documento adequado chamado Mapa de Reconciliação Bancária, que pode ser
analisado no documento abaixo:
Data Descrição
9.812.604.50
Data Descrição
237.515.50
Todos os movimentos que não apareçam devido a erro ou omissão deverão ser corrigidos de
imediato, só devendo ficar em aberto aqueles cuja natureza o justifique, e que geralmente se
reduzem a cheques emitidos e que ainda não foram apresentados no banco.
Existem três formas de preparar uma reconciliação bancária, para uma determinada data:
Referimo-nos assim a conta 13. Outros instrumentos financeiros, que engloba as aplicações
de tesouraria, isto é, de excedentes de caixa, em títulos de crédito, transaccionáveis com
facilidade, em virtude da existência de um mercado organizado, normalmente através de uma
Bolsa de Valores. Para além desta possibilidade de transacção deverá existir a intenção de
converter estas aplicações em numerário, a curto prazo, isto é, dentro de menos de 1 ano, pois
caso contrário deverão ser incluídos na conta 31. Investimentos financeiros.
Estas aplicações como se disse, muito vulgares nas economias mais desenvolvidas, são
alternativas, para aplicação dos excedentes de tesouraria, normalmente mais compensadoras,
que os depósitos a prazo. No entanto exigem cuidados muito maiores na sua gestão em
especial quando se trata de aplicações em acções.
Como conta do Activo, é debitada pelos aumentos (subscrição e compra dos títulos) e
creditada pelas diminuições (venda dos títulos). O saldo desta conta, sempre devedor ou nulo,
corresponde ao valor dos títulos detidos pela empresa.
Os rendimentos produzidos por estas aplicações devem ser creditados na conta 78. Proveitos
e Ganhos Financeiros, em subconta adequada, por contrapartida da conta 12.1 Depósitos a
Ordem ou 11. Caixa consoante a forma de recebimento.
A aquisição destes títulos deve ser registada na conta respectiva, por contrapartida de 11.
Caixa ou 12.1 Depósitos a Ordem, consoante as circunstâncias, ao custo respectivo o qual deve
incluir quaisquer custos adicionais de corretagens ou comissões pagas.
Na venda, o valor de venda deve ser confrontado com o custo respectivo para se apurar o
ganho ou a perda. No caso de haver ganho este deverá ser registado na conta 78..1.4 outras
Aplicações de tesouraria . No caso de perda esta deverá ser registada na conta 69. Gastos e
Perdas Financeiras, em subconta adequada.
No Balanço a valorização dos títulos negociáveis deverá ser mantida ao custo de aquisição. No
entanto no momento do encerramento anual de contas deverá fazer-se o confronto do preço
de mercado no final do ano com o correspondente custo existente nas contas.
As diferenças de câmbio apuradas são contabilizadas nas contas 69.4 Gastos e Perdas
Financeiras – diferenças de Câmbio desfavoráveis ou 78.4 Rendimentos e ganhos Financeiros –
Diferenças de câmbio favoráveis.
Relativamente a cada um dos elementos específicos dos títulos negociáveis e das outras
aplicações de tesouraria, serão utilizados os critérios definidos para as existências, na medida
em que lhes sejam aplicáveis.
A contabilização das diferenças de câmbio apuradas no âmbito da conta caixa, no final do
exercício, processa-se da seguinte forma:
X X
X X
Quanto aos títulos negociáveis e outras aplicações de tesouraria , a sua valorização faz-se em
obediência ao seguinte:
a) A valorização será ao preço de aquisição, considerado este como o preço de compra
acrescido das despesas acessórias suportadas na mesma.
b) Se o preço de aquisição for superior ao preço de mercado, será este o utilizado. Neste
caso, a diferença será expressa na conta de provisão para aplicações de tesouraria, a
qual será traduzida ou anulada quando deixarem de existir os motivos que originaram.
c) Como método de custeio das saídas adoptam-se os seguintes:
Custo específico
Custo médio ponderado
FIFO (First in first out)
LIFO (Last in first out)
As contas da classe 1, onde se integram as disponibilidades, são contas de balanço pelo que,
apresentando saldo na data de elaboração do balanço, serão evidenciadas no Activo, integradas
no grupo dos meios circulantes financeiros.
As provisões para títulos negociáveis são inscritas na coluna reservada às Amortizações e
Provisões, deduzindo-se ao preço de custo das respectivas aplicações, por forma a evidenciar o
valor líquido, ou seja, o que corresponde ao preço de mercado ou ao valor de realização.
Portanto, sendo estas contas do balanço, as mesmas não serão explicitadas em qualquer quadro
demonstrativo dos resultados da empresa, embora a detenção de disponibilidades poderá
originar a realização de ganhos e perdas, custos e proveitos, que serão mencionados nas
respectivas contas das classes 6 e 7. Estas por sua vez, irão integrar as correspondentes
demonstrações dos resultados, de acordo com a sua natureza.
1.3. Terceiros
1.3.1 Introdução
a) Contas de terceiros que registam todas as dívidas a receber e a pagar pela empresa
(dívidas activas e dívidas passivas, respectivamente);
A nota de encomenda é emitida pelo comprador, sendo nela especificada a mercadoria que este
pretende adquirir, assim como os prazos de entrega e pagamento desejáveis, as quantidades
pretendidas, os preços (quando conhecidos) e outras indicações que se considerem úteis. Muitas
vezes, a nota de encomenda pode ser substituída por uma requisição, com menores
formalidades, mas com o mesmo efeito prático.
A factura constitui o documento base de compra e venda a crédito. Emitida pelo vendedor, nela
são exarados todos os elementos ligados à transacção efectuada, nomeadamente, o nº da
encomenda do comprador, o nº da guia de remessa, as quantidades, designações, preços
unitários e totais das mercadorias, os descontos efectuados, os encargos debitados, o imposto
sobre o valor acrescentado e, muitas vezes, o prazo e condições de pagamento.
Nas vendas a dinheiro, a factura poderá assumir a forma de factura-recibo, isto é, serve
simultaneamente de factura e de recibo.
Como documentos complementares da compra e venda aparecem-nos as notas de débito e as
notas de crédito.
A nota de débito, serve para uma entidade debitar um certo valor a outrém, originando um
aumento da dívida. É utilizada para debitar encargos de compras, despesas com serviços
bancários, juros, descontos, etc., aos devedores, quando são de sua conta.
A nota de crédito, tem função inversa da nota de débito. Creditando uma certa importância ao
devedor, este vê o seu débito reduzido, sendo usada normalmente na devolução de vendas.
Deste modo, diremos que a Letra é um título de crédito negociável, à ordem, pelo qual uma
pessoa (sacador) dá ordem à outra (sacado), que pague a si ou a outrém (tomador) uma
determinada importância num prazo fixado.
O Aceite é o acto pelo qual o sacado, através de assinatura efectuada em lugar apropriado,
O sacado aceita a ordem dada pelo sacador e passa a ser aceitante a partir do momento em
que se obriga ao pagamento do “efeito”.
O Aval é o escrito na própria letra ou folha anexa e exprime-se pelas palavras «Bom para Aval»
ou por qualquer forma equivalente e é assinado pelo dador do aval. O aval considera-se como
resultando da simples assinatura do dador aposta na face anterior da letra, salvo se se trata
das assinaturas do sacado ou do sacador. O aval deve indicar a pessoa por quem se dá. Na falta
de indicação entender-se-á ser pelo sacador.
total ou parcial das obrigações contratuais. Nestes casos, o problema resolve-se por mútuo
consentimento das partes (sacador e sacado) as quais acordam negociar novos prazos e / ou
Estas negociações designam-se simplesmente por “ Reforma de Letras” que pode ser total ou
parcial.
Nas operações com letras acontecem com frequência, situações em que o sacado ou se recusa
a fazer o aceite ou pura e simplesmente não paga nas datas de vencimento. Isto pode dar
origem ao que se designa por “ protesto por falta de aceite” ou “protesto por falta de
pagamento”.
Registo contabilístico
A conta de Letras a Receber (subconta de Clientes) é debitada pelo valor nominal das letras
entradas, ou seja, pelos saques feitos pela empresa e pelos endossos feitos por terceiros a
favor da empresa. É creditada pelo valor nominal das letras saídas, ou seja, pelos endossos
que a empresa faz a favor de terceiros, pelas anulações, devoluções e cobranças. O saldo da
conta representa o valor nominal das letras em carteira.
Exemplo:
a) Saque de uma letra feito pela empresa Alfa sobre o seu cliente X, no valor
de 1.200 Mt pagável a 180 dias.
41. Clientes
a 41. Clientes
n/ saque nº 1
______________ ,, ______________
b) A empresa Alfa precisou de dinheiro antes da data de vencimento, pelo
que negociou a letra, no seu banco, que cobrou juros de 10 Mt.
12. Bancos
Negociação do n/ saque nº 1
______________ ,, ______________
1.200
Letras Descontadas
a 1.200
Credores p/ Letras Descontadas
______________ ,, ______________
41. Clientes
a 12. Bancos
______________ ,, ______________
41. Clientes
1.200
41.1 Clientes c/ Corrente
a
41. Clientes
1.200
41.2 Clientes c/ Títulos a Receber
Anulação do saque nº 1
______________ ,, ______________
41. Clientes 15
Juros de Mora
______________ ,, ______________
n/ saque nº 2
a Letras Descontadas
Anulação do saque nº 1
______________ ,, ______________
4.1. Clientes
12. Bancos
41. Clientes
41.1 Clientes c/ corrente
______________ ,, ______________
41. Clientes
a Juros de Mora
______________ ,, ______________
11. Caixa
______________ ,, ______________
41. Clientes
a n/ saque nº 2
______________ ,, ______________
Anulação do saque nº 1
a ______________ ,, ______________
______________ ,, ______________
______________ ,, ______________
Despesas de Protesto
______________ ______________
1.3.4 Clientes
A conta 41. Clientes é utilizada para registar os movimentos relacionados com a venda de
produtos ou serviços, que não seja efectuada a pronto pagamento. Como já foi frizado
anteriormente, não é relevante a personalidade do comprador (sócio, pessoal, estado,
terceiro, etc.), mas tão somente a natureza da operação que é efectuada, donde podemos
afirmar que esta conta está intimamente ligada às contas de vendas e prestação de serviços.
Quanto maior for o valor destas últimas, tanto maior se deverá prever o saldo da primeira.
As necessidades do comércio exigem muitas vezes que os saldos em dívida sejam titulados
através da emissão de letras. Nestas circunstâncias é fundamental controlar essas letras
sacadas autonomamente. Para isso exige-se a criação de subcontas específicas para o controle
das seguintes situações:
Debita-se:
Pelas Facturas emitidas, Notas de débito (encargos não incluídos na factura: juros,
custos de transporte, etc.), Anulação de letras anteriormente emitidas
(transferência da conta 41.2 Clientes conta Letras )
Credita-se:
O controlo da conta clientes, como a generalidade das contas de terceiros exige a utilização de
uma subconta por cada entidade, podendo nalguns casos estas contas elementares serem
agrupadas por regiões ou outra característica comum merecedora de análise.
O Razão auxiliar de Clientes é também chamado muitas vezes livro de Contas Correntes ou
Ficheiro de clientes, uma vez que manualmente os movimentos nas contas individuais de
clientes podem ser efectuados em fichas apropriadas denominadas contas - correntes.
Quando uma empresa vende a crédito é quase certo que nem todos os seus clientes pagarão
pontualmente as suas dívidas.
Haverá mesmo alguns que acabarão por não pagar traduzindo-se isso por um prejuízo ou custo
relacionado com a actividade da empresa. A existência de incobráveis deve portanto ser
levada em conta na preparação das contas das empresas, logo que o crédito está em risco,
passando nesse momento a ser considerado Débito ( ou cliente ) de cobrança duvidosa.
De facto só será evidente que esta perda se vai dar, passado um período razoável de tempo, as
vezes mais de um ano, quando as diligências para cobrar a dívida se revelam totalmente
infrutíferas. Assim, para permitir, tanto quanto possível, que o princípio da correspondência
custos-proveitos se cumpra é necessário que o reconhecimento das perdas por incobráveis se
faça tão cedo quanto possível, no mesmo período em que a venda é efectuada. Para isso
utiliza-se a técnica da constituição de Provisões, mediante uma estimativa adequada, no final
de cada período contabilístico, do total das dívidas que no futuro não serão eventualmente
recebidas. Esta estimativa pode basear-se na análise dos incobráveis havidos no passado,
relativamente ao total das vendas a crédito ou então mediante uma análise específica dos
saldos que se encontram em mora em determinado momento, nomeadamente através da
análise dos mesmos por idades, isto é, quais os montantes com atrasos superiores a 3 meses, 6
meses, 9 meses, um ano ou mais, complementados com outras informações sobre a situação
do cliente.
Para a escrituração desta estimativa deve criar-se uma conta própria que apresentará saldo
credor, e será considerada como uma subconta da conta 41. Clientes.
O Plano Geral de Contabilidade prevê a existência desta conta, para registar a diminuição que
é necessário efectuar para que o saldo final da conta Clientes corresponda ao valor que se
espera vir a receber dos mesmos. A conta prevista Provisão para cobranças duvidosas, será:
O seu saldo será portanto, sempre credor ou nulo e destina-se a corrigir o valor do
Activo. Deverá a mesma apresentar-se como conta de redução do Activo, de modo
que o seu valor corresponda efectivamente a bens e direitos efectivos.
Aos movimentos nesta conta, quer da sua constituição ou reforço devem corresponder
movimentos a débito em conta adequada da classe de custos, 66.6 Provisões do periodo –
para cobranças duvidosas, a qual será debitada pelos aumentos da referida provisão.
A constituição de provisões não é uma retenção de lucros mas muito pelo contrário o registo
de custos efectivamente incorridos no exercício da actividade. A sua constituição e reforço
deverá ocorrer sempre que os clientes entram em situação de mora independente de se
apurarem lucros ou prejuízos no exercício.
A letra é um título de crédito através do qual uma determinada pessoa ou entidade (sacador),
ordena a outrém (sacado) o pagamento de uma certa importância (valor nominal da letra) a si
ou a outra pessoa (tomador) numa determinada data (vencimento).
Esta matéria já foi abordada, aquando do estudo das letras, no ponto 1.3.3, importanto
recordar apenas que esta conta debita-se pelos aumentos e credita-se pelas diminuições ou
seja:
1.3.5 Fornecedores
Refira-se que sendo uma certa entidade simultaneamente compradora e vendedora de bens e
serviços da (ou à) empresa, deverão ser abertas contas diferenciadas para cada uma das
situações: em clientes, no primeiro caso e, em Fornecedores no segundo.
O seu saldo é geralmente credor, sendo representado no Passivo dentro da rúbrica de Dívidas
a Terceiros. No entanto, acontece muitas vezes algumas das suas contas divisionárias
apresentarem saldos devedores, devendo deste caso, serem representadas no Activo na
correspondente rubrica de Dívidas de Terceiros.
Fornecedores c/ Corrente
Assim, em esquema:
42.1 Fornecedores c/ Corrente
Pagamentos Saldo inicial
Notas de crédito de fornecedores Facturas de fornecedores
Devoluções de compras Notas de débito de fornecedores
Aceite de letras e outros títulos Anulação de letras e outros títulos
Anulação de adiantamentos
Fornecedores c/ Títulos a Pagar
Inclui as dívidas a fornecedores que se encontram representadas por letras ou outros títulos
de crédito.
O movimento das letras a pagar deve ser registado num livro próprio – registo de letras a
pagar – onde serão indicados entre outros: data e nº do aceite, sacador, data do saque, valor
nominal do aceite, vencimento e outros elementos de interesse informativo.
Genericamente podem resumir-se a três, as fases de movimento das letras e outros títulos a
pagar:
1. Aceite
Credita-se a conta 42.2 em contrapartida na conta corrente de Fornecedores, pelo
valor nominal da letra aceite.
X X
2. Pagamento (cobrança)
Anula-se a conta de Letras a pagar, debitando-se em contrapartida uma conta de
meios monetários
X X
3. Reforma
A reforma ocorre sempre que não haja disponibilidade financeira para liquidação
total (ou parcial) da letra aceite, no seu vencimento. Normalmente a reforma é
parcial, sendo esta que tomaremos como base para as três fases sucessivas desta
operação contabilística:
a) Anulação da letra a reformar
X X
c) X X
d)
C1) Encargos não incluídos no valor nominal da nova letra, sendo suportados
separadamente:
X X
E E
X+E X+E
X X
Adiantamentos a Fornecedores
Regista as entregas feitas pela empresa com relação a fornecimentos a efectuar por terceiros,
cujo preço não esteja previamente fixado. Pela recepção da factura estas verbas serão
transferidas para as respectivas contas na rubrica 42.1 Fornecedores c/ Corrente.
X X
X X
Exemplo:
Contracção de empréstimo de um determinado montante:
X X
X X
X X
Devedor Estado
Esta conta representa operações em que a empresa assume uma posição credora em relação
ao Estado, desde que esre não se apresente como mero cliente, isto é, não se consideram
débitos ou créditos do Estado os que resultem de factos em que os órgãos ou instituições do
Estado intervêm como qualquer entidade particular (neste caso, será incluído na conta 41.
Clientes). A empresa reflecte os seus créditos sobre o Estado, quando esses créditos
resultarem da acção do Estado como poder político e titular. Por exemplo no caso de
impostos, segurança social e subsídios a preços.
O saldo desta conta só pode ser devedor ou nulo. De uma forma geral, esta conta é
movimentada da seguinte forma:
44.Estado
Debitada Creditada
Reembolsos a efectuar pelo Estado Recebimento de excedentes de
devido ao pagamento do imposto em impostos pagos ao Estado
excesso Recebimento de verbas relativas ao
Subsídios que hão-de ser recebidos subsídio do estado
pelo Estado Pelo imposto liquidado
Pagamento por conta e PEC-IRPC
Retenções efectuadas por Terceiros –
IRPC
O imposto é uma prestação pecuniária, unilateral, a pagar ao Estado, por força da lei, para
fazer face às despesas públicas e outros objectivos de carácter económico e social.
As relações de uma empresa com o Estado que se inscrevem nesta conta têm como origem a
tributação. Uma classificação vulgar dos impostos agrupa-os em dois grandes subconjuntos:
1) Impostos Directos: incidem sobre o rendimento, caso do IRPS (Imposto sobre o
rendimento das pessoas singulares) e IRPC (Imposto sobre o rendimento das pessoas
colectivas)
2) Impostos indirectos: incidem sobre bens e serviços, caso so IVA (Imposto sobre o valor
acrescentado)
O estudo destas contas irá incidir sobre o registo da aplicação dos impostos sobre o
rendimento, tanto da empresa como de terceiros que com ela se relacionam, e do IVA.
Com entrada em vigor dos novos impostos sobre rendimentos – IRPC e IRPS – houve a
necessidade de se fazer reflectir no PGC contas por forma a acomodar estes impostos.
A utilização destas contas decorre da aplicação do código de IRPC, pois são sujeitos deste
imposto as sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, as cooperativas, as empresas
públicas e demais pessoas colectivas de direito público e privado com sede ou direcção em
território Moçambicano, que pagarão um imposto que incidirá sobre o lucro dessas entidades.
O lucro tributável das pessoas colectivas é constituído pela soma algébrica do resultado líquido
do exercício e das variações patrimoniais positivas e negativas verificadas no mesmo período e
não reflectidas naquele resultado, determinados com base na contabilidade.
A contabilidade deverá estar organizada de acordo com o respectivo PGC e outras disposições
legais para o respectivo sector de actividade.
A conta 44.1 imposto sobre o rendimento é utilizada para registar todoas as operações
relativas ao imposto sobre o rendimento da própria empresa.
De acordo co o código do IRPC, as empresas são obrigadas a efctuar alguns pagamentos ao
longo do ano por conta do IRPC que será apurado no final do ano.
Como constituem um adiantamento efectuado ao Estado, esta conta serve para evidenciar os
pagamentos por conta efectuados, com referência ao ano em que respeita o lucro tributável,
nos termos do art. 70 do código do IRPC, registam-se a débito da conta Devedor Estado:
X X
Sem prejuizo de pagamentos por conta efectuados, os sujeitos passivos ficam sujeitos a um
pagamento especial por conta (PEC), que é um mecanismo de pagamento antecipado dirigido
aos sujeitos passivos que por falta da colecta de referência (exercício anterior) não efectuem
pagamentos por conta previstos no artigo 70 do CIRPC, ou os efectuem em montantes muito
baixos.
Os sujeitos passivos são obrigados a efectuar o pagamento do PEC em três prestações durante
o sexto, oitavo e décimo mês do exercício fiscal a que respeita.
O montante do pagamento especial por conta será a diferença entre o valor correspondente a
0,5% do respectivo volume de negócios, com um limite mínimo de 30.000,00 Mt e máximo de
100.000,00 Mt, e o montante dos pagamentos por conta efectuados no ano anterior.
PEC = VN n-1 x 0,5% - PC n-1
VN x 0,5% = X
X (≥ 30.000,00, ≤ 100.000,00) – PC de n-1=Y
Como constituem um adiantamento efectuado ao Estado, esta conta serve para evidenciar os
pagamentos especial por conta efectuados, com referência ao ano a que respeita o lucro
tributável, nos termos dos artigos 71 do código do IRPC, registando-se a débito da conta
Devedor Estado.
X X
Esta conta é debitada pelos pagamementos efectuados a longo do exercício por contrapartida
de uma conta de disponibilidades. É creditada pelo valor do imposto liquidado. O saldo, se
houver lugar a pagamento do imposto, deve ser transferido para uma conta 44. Credor Estado.
Esta conta tem em vista dar a conhecer os quantitativos que foram retidos por terceiros
relativamente a rendimentos de que a empresa é titular, isto é, a parte do rendimento da
empresa que a empresa não chega a recebê-la para ser entregue ao Estado, pois é imposto.
As subcontas que o PGC sugere que sejam abertas, dependerão de tipos de rendimentos
envolvidos. Os rendimentos sujeitos a retenção na fonte estão mencionados no artigo 67 do
código do IRPC, onde encontramos:
Rendimentos prediais, tal como definidos para efeitos de IRPS e rendimentos de
aplicação de capitais;
Rendimentos obtidos por entidades não residentes em território nacional, quando o
devedor dos mesmos seja sujeito passivo do IRPC;
Remuneração auferidas na qualidade de membro de órgãos estatutários de pessoas
colectivas e prémios de jogo, lotarias e rifas, e ainda rendimentos provenientes da
intermediação na celebração de contratos.
Remunerações provenientes da propriedade intelectual ou industrial.
Todavia, há casos em que não é obrigatório para a entidade devedora dos rendimentos
efectuar as retenções na fonte. Tais situações encontram-se enunciadas no artigo 68 do código
do IRPC e são, na generalidade:
Juros decorentes de mútuos, abertura de crédito ou mora de pagamento, quando as
entidades titulares sejam instituições bancárias;
Lucros a que seja aplicável os princípios da eliminação da dupla tributação económica.
O saldo desta conta, no final do exercício, reflecte as retenções na fonte efectuadas por
terceiros e deve ser transferido para a conta IRPC apuramento, quando se proceder ao
apuramento do imposto.
A exemplo da conta de pagamentos por conta, as retenções na fonte, são dedutíveis ao lucro
tributável, salvo nos casos em que a retenção na fonte tenha carácter definitivo (rendimentos
sujeitos a taxa liberatória).
Exemlo:
Recebimento de juros de um depósito a prazo, no valor total de 8.000, sujeitos a retenção na
fonte do IRPC à taxa de 20%.
1.600,00
O mecanismo de contabilização nos demais rendimentos objectos de retenção é similar ao
exemplo anterior, vg., retenção nas comissões recebidas, arrendamentos de imóveis, etc.
IRPC a Recuperar
Esta conta é debitada por transferência do saldo devedor da conta IRPC Apuramento e
representa o crédito sobre o Estado.
O reembolso mencionado no artigo 69 do código do IRPC, será efectuado pelos serviços ao
contribuinte, quando o valor líquido das deduções apurado na declaração for negativo, for
inferior ao valor dos pagamentos por conta, pela respectiva diferença.
O reembolso será efectuado até ao fim do terceiro mês, após a apresentação da declaração se
esta for entregue dentro do prazo legal.
Esuqematicamente, temos:
IRPC a Recuperar
Debitada Creditada
Pelo saldo devedor da conta IRPC Pelo valor entregue pelo Estado a
Apuramento título de reembolso.
Credor Estado
Consideram-se como Credor Estado os créditos que resultem de factos em que este intervenha
enquanto tal, como por exemplo nos casos de impostos.
O saldo desta conta representa as quantias a pagar ao Estado a título de impostos ou outras
obrigações legais.
IRPC estimado
A subconta 44.1. IRPC estimado destina-se a acolher, a crédito, por contrapartida da conta 85.
Impostos sobre o rendimento, o valor previsível de IRPC, calculado com base nos elementos
disponíveis a 31 de dezembro e que será devido no exercício seguinte áquele a que o resultado
contabilístico respeita.
A abertura desta conta é facultativa, pois também se pode fazer a estimativa directamente
para a conta de Apuramento (44.1.).
O saldo credor desta conta deve ser transferido para a conta 44.1.2 IRPC Apuramento.
IRPC Apuramento
IRPC a Pagar
A conta 44.1. IRPC a Pagar evidencia o valor a pagar ao Estado atítulo de IRPC, por operações
realizadas no ano anterior. É creditada pelo saldo da conta 44.1. IRPC Apuramento pelo
montante a pagar pelo contribuinte e debitada quando se efctuar o pagamento por
contrapartida de uma conta de disponibilidades.
Este pagamento deve ser efectuado até ao último dia útiç do 5º mês do exercício seguinte a
que respeita os rendimentos, data fixada para apresentação da declaração periódica. (Atrigo
69 do código do IRPC).
Resumidamente,
Esquema de movimentação das contas do IRPC
44.1.2/3 PC / PEC
44.1.1 IRPC Estimado
1
44.1.2 IRPC Apuramento 3
44.2. Retenções na Fonte
1
2 2 3
4 5 44.1.3 IRPC a Recuperar
5
44.1.3 IRPC a Pagar
1. Transferência dos valores dos pagamentos por cont a/especial por conta para a conta de apuramento
2. Transferência dos valores correspondentes às retenções na fonte efectuadas por terceiros para a conta de
Apuramento
3. Transferência do valor do imposto estimado para a conta de apuramento.
4. Se o saldo da conta apurameto for credor, deve ser transferido para a conta de IRPC a pagar
5. Se o saldo da conta apuramento for devedor, deve ser transferido para a conta de IRPC a recuperar.
O Imposto sobre o rendimento das Pessoas singulares – IRPS – é um imposto directo que
incide sobre o valor global dos rendimentos, mesmo quando proveniente de actos ilícitos (art.
1 do código IRPS).
As quantias retidas deverão ser entregues nas Direcções de àrea Fiscal do contribuinte, até ao
dia 20 do mês seguinte àquele em que foram deduzidas.
Para o apuramento à disposição dos respectivos titulares, são utilizadas tabelas apropriadas.
Contabilização do IRPS
A contabilização do IRPS comporta apenas dois momentos: a dedução dos impostos no salário
do trabalhador no acto do processamento do salário; e o pagamento nos dias subsequentes,
como ilustram os esquemas abaixo:
Pelo Processamento:
Restantes Impostos
A conta 44.4 Restantes impostos recolhe outros impostos não abrangidos nas rubricas
anteriores. São contabilizados nesta conta quando devidos, o imposto de selo, imposto
autárquico, imposto sobre o consumo específico, imposto sobre combustíveis, etc.
Por exemplo, no caso da empresa pagar o imposto de selo por meio de guia, deve criar-se
subconta própria para o seu registo. Que será creditada pelo valor mensal do imposto (por
contrapartida da conta 68. Impostos e Taxas – imposto de selo) e debitada pelo seu
pagamento (por contrapartida da conta de disponibilidades).
Na conta 44.9 Contribuição para a Segurança Social, são registadas as contribuições para a
segurança social descontadas ao trabalhador e a parte correspondente da contribuição da
responsabilidade da entidade patronal. Debita-se pelas deduções efectuadas nas
remunerações pagas ao pessoal e pelas contribuições da responsabilidade da empresa para a
Segurança Social. Debita-se pelo pagamento efectuado à Segurança social, por anulação ou
correcção das deduções efectuadas à segurança social.
O IVA é um imposto geral sobre o consumo, que incide sobre todas as fases do circuito
económico. Genericamente é um imposto sobre vendas com deduções à montante. Em última
instância quem suporta este imposto é o consumidor final.
As empresas têm em geral, o direito de deduzir o IVA sobre os bens e serviços adquiridos para
o desenvolvimento das suas actividades. Quando não têm esse direito, funcionam como
consumidor final, sendo o IVA não dedutível um custo por elas suportado.
O imposto sobre o valor acrescentado, vulgo IVA, foi introduzido em Moçambique através do
Decreto 51/98 de 20 de Setembro em substituição dos impostos de circulação e de consumo
então vigentes.
Desde a data da sua introdução até aos dias de hoje, foram publicados várias legislações
relacionadas com o IVA, tendo muito recentemente sido revogado o Decreto 51/98 com a
aprovação da Lei 32/2007 de 31 de Dezembro de 2007, e a aprovação do Regulamento do
código do IVA através do Decreto no 7/2008 de 16 de Abril.
Outros impostos e taxas estabelecidas pela lei ( Imposto de Turismo, SISA, Imposto
Sucessório, Imposto de selo, etc. )
Apesar deste imposto estar a vigorar há mais de 10 anos no nosso país, na prática ainda
estamos num processo de aprendizagem no que diz respeito ao seu tratamento contabilístico,
razão pela qual, este manual irá dedicar atenção especial a este assunto.
De um modo geral todas as pessoas colectivas e singulares são sujeitos passivos do IVA com
excepção do Estado quando realiza operações no âmbito dos seus poderes de autoridade. Mas
quando o mesmo está no exercício de actividades económicas, tais como telecomunicações,
distribuição de água e de electricidade, etc., sujeitas a este imposto torna-se sujeito passivo.
f) Taxa do imposto:
Regime Geral
h) Isenções:
Existem dois tipos de isenções previstos pelo código do IVA, nomeadamente: Isenções
completas e Isenções simples.
Isenções completas – o sujeito passivo não liquida o IVA nas vendas ou prestações de
serviços, que efectua, mas tem direito a dedução do IVA suportado nas aquisições,
(exportações, bens da primeira necessidade identificados por lei
Isenções simples – São aqueles por força das quais o Sujeiro Passivo não liquida IVA
nas transmissões de bens de serviços apesar de ter suportado IVA nas aquisições e não
tem direito a dedução.
Apuramento do Imposto
Regularizações do Imposto
Imposto Imposto
- - ± +/- Imposto= = Apurado
Liquidado redutível
Quando bens e serviços são vendidos, o IVA recebido pelo contribuinte chama-se IVA
Liquidado.
Imposto Liquidado ( IVA Liquidado):
Nas vendas de produtos e na prestação de serviços;
Nos adiantamentos para vendas futuras.
Quando o contribuinte compra bens e serviços, o IVA incluído nas facturas de compra, chama-
se IVA suportado.
Imposto dedutível - IVA dedutível
Nas compras de mercadorias, matérias primas e auxiliares e outros meios materiais;
Nas compras de bens imobilizados;
Noutros consumos e serviços correntes
Nos pagamentos antecipados de compras e consumos de serviços
Regularizações:
Erros e omissões;
Devoluções, descontos e abatimentos
Anulações de recebimentos antecipados
Créditos incobráveis
Anulação de pagamentos antecipados
Notas:
1. Na formação do preço de venda o IVA suportado deve ser deduzido (para
evitar IVA sobre IVA, aumento dos preços e incompetitividade dos
vendedores);
2. O Iva é calculado sobre o custo de produção ou de compra mais as margens de
venda;
3. O IVA total originado desde a produção e nas margens de todos os
distribuidores é suportado (pago) pelo consumidor final do produto ou serviço.
Organização da Contabilidade
Assim no âmbito da introdução do IVA, foram feitas algumas alterações no PGC que se
circunscreveu na criação de contas divisionárias das contas colectivas Devedor e Credor
Estado. Estas contas permitem o registo do imposto suportado, dedutível, liquidado,
regularizações do mesmo, o apuramento do valor a pagar ou a recuperar, bem como as
liquidações oficiosas.
O PGC, comporta as seguintes contas divisionárias destinadas aos registos dos moviemntos do
IVA:
Esta conta é debitada pelo imposto suportado em todas as aquisições efectuadas pela
empresa, discriminadas nas diferentes subcontas de acorco dom a sua origem.
É creditada das correspondentes subcontas da conta 4.4 e o saldo, quando exista, será
creditado por contrapartida das contas inerentes às respectivas aquisições, ou da
conta 68.2.2, excepto para as compras de meios imobilizados em que o imposto
suportado não poderá ser deduzido e deverá afectar o valor de aquisição dos bens a
que se refere.
Esta conta é debitada pelas correcções a favor da empresa, distribuídas pelas subcontas
respectivas como se indica:
44.3.4 Mensais a favor do sujeito passivo: Se as regularizações forem motivada por
erro no apuramento do imposto, devoluções de clientes, reduções, rescisões e
anulações de contratos por parte de clientes, créditos incobráveis, etc.
44.3.4.3 Anuais por cálcula do pro rata definitivo: Se as regularizações forem
motivadas pele determinação de um pro rata definitivo superior ao que
provisoriamente foi utilizado durante o ano. O valor debitado nesta conta terá como
contrapartida a movimentação a crédito das contas inerentes às respectivas
aquisições, excepto para as regularizações relativas a meios imobilizados, em que a
correcção a que haja lugar deverá afectar o valor de aquisição dos bens a que se
refere.
Regista a débito, por transferência da conta 44.3.5, o saldo nela existente, sempre que
o mesmo se traduza num crédito de imposto sobre o estado no período de tributação
em referência.
Aquando da remessa da declaração, se for efectuado qualquer pedido de reembolso,
será creditada, na parte correspondente a tal pedido, por contrapartida da conta
44.3.9. O excedente, ou a totalidade do saldo inicial se não houver reembolsos pedidos
será de novo transferido, com a referência ao período seguinte, para débito da conta
443.5.
Revela o montante dos créditos sobre o Estado relativamente aos quais foi
apresentado um pedido de reembolso.
Nesta conta regista-se a débito, por transferência da conta 44.3.8, todo ou parte do
crédito de imposto sobre o Estado de que se pretende a restituição. È creditada, por
contrapartida de conta adequada de meios circulantes financeiros, aquando do seu
recebimento dos cofres públicos.
69.7 Regularizações do IVA a favor do Estado por cálculo do pro rata definitivo
Regista no fim do ano, o valor das correcções que devem ser efectuadas,
resultantes da variação ocorrida entre a percentagem de dedução provisoriamente
utilizada e a percentagem definitiva que foi determinada no fim do ano.
É debitada por contrapartida da subconta 44.4.2 IV regularizações: anuais por cálculo
do pro rata definitivo.
79.7 Regularizações do IVA a favor do sujeito passivo por cálculo do pro rata
definitivo
O PGC, considera que a conta 45. Devedores Sócios, Accionistas ou Proprietários, traduz os
créditos que a empresa tem relativamente àquelas entidades, que não resultem de operações
efectuadas no âmbito da sua actividade normal, ou de transacções relacionadas com meios
imobilizados.
A designação accionistas utiliza-se nas sociedades cujo capital está representado por acções,
sendo a de sócios reservada para s restantes tipos de sociedades. A movimentação desta
conta, tem especial relevância no registo da subscrição e realização do capital, quer no
momento da constituição inicial, quer em aumentos posteriores. Estudaremos com algum
detalhe estes movimentos quando analizarmos a conta 51. Capital.
1.3.9 Outros Devedores e Credores
Respeita a movimentos com terceiros que não estejam abrangidos por qualquer das contas
precedentes desta classe. Apresenta esta conta um vasto âmbito dado o número e natureza
das subcontas que engloba. À semelhança de contas anteriores, também este é mista, visto
agrupar elementos activos e passivos, ou seja, subcontas de natureza activa e de natureza
passiva.
Fornecedores de Imobilizado
A segunda é creditada pelas letras aceites e debitada pelo seu pagamento ou anulação.
Pessoal
Para além das operações relativas ao pessoal, esta conta abrange as que se
reportam aos órgãos sociais, entende-se que estes são constituídos pela mesa da assembleia
geral, administração, fiscalização ou outros corpos com funções equiparadas.
1ª fase: Pelo processamento dos ordenados, salários e outras remunerações, dentro do mês a
que respeitam: débito das respectivas subcontas de 62. Custos com pessoal por crédito de
46.2.1 ou 46.2.2, pelos valores líquidos apurados no processamento, e normalmente das
contas 44. Credor estado, nas respectivas subcontas, consoante as entidades credoras dos
descontos efectuados, parte do pessoal.
2ª fase: Pelo processameto dos encargos sobre remunerações (parte patronal), dentro do mês
a que repeitem: débito da respectiva conta 62. Custos com pessoal, por crédito das subcontas
de 44. Credor Estado, a que respeitem as contribuições patronais.
Subscritores de Capital
A subscrição traduz o compromisso que o subscritor (futuro accionista ou sócio) assume para
com a empresa em pagar as partes sociais que subscreveu, tornando-se desta forma, seus
devedores.
O saldo desta conta, sempre devedor ou nulo, assinala o valor ainda não liberado, ou seja, o
capital social subscrito e ainda não realizado.
X X
X X
1.3.10 Acréscimos e Diferimentos
Acontece que por vezes, existe discrepância temporal entre o custo e a despesa ou entre o
proveito e a receita. Acréscimo de proveitos e custos diferidos e 49. Acréscimo de custos e
proveitos diferidos, cuja utilização permite registar os custos e proveitos no exercício em que
ocorrem, independentemente de a receita ou a despesa ocorrer ou não no mesmo exercício.
Para controlo adequado das situações incluídas nesta conta deverão ser criadas subcontas, em
função das necessidades de cada empresa.
O custo é todo o facto patrimonial que se traduz por uma diminuição do valor do património.
Por outro lado, o proveito é um facto patrimonial quantitativo positivo, ou seja, que aumenta
o valor do património.
Desfasamento temporal
Acréscimo de Custos
Para os consumos de água e luz e para as contas de telefone de dezembro, por exemplo, os
seus documentos só são geralmente recebidos no ano seguinte, altura em que normalmente
são pagos.
Mesmo sem documentos vinculativos, todos esses custos devem ser debitados nas contas de
custos (classe 6) no final do ano. Em contrapartida desses débitos temos que creditar a conta
49. Acréscimo de Custos e proveitos diferidos, de modo a evidenciar claramente que as
despesas relativas àqueles custos só se verificam no exercíco ou exercícios futuros.
Acréscimo de Proveitos
O registo imediato destas despesas como custos do exercício, implicará o débito das
respectivas contas de custos. No entanto os consumos só se verificam no exercício seguinte.
Deste modo, estará a evitar o registo nas contas de custos que não dizem respeito ao
exercício.
Proveitos diferidos
Assim, as provisões para cobranças duvidosas representam meios contabilísticos com vista a
cobrir eventuais prejuízos de montante incerto, resultantes de falta de recebimento das
dívidas.
O artigo 28 do código do IRPC reconhece as provisões como custo para efeitos fiscais com
algumas restrições. Neste grupo, as provisões dividem-se em provisões para cobranças
duvidosas e provisões para outros riscos e encargos.
As provisões para cobranças duvidosas são valores que se destinam a fazer face a possíveis
prejuízos resultantes de falta de pagamento dos créditos correntes (falta de liquidez dos
clientes).
Em regra, a provisão que se constitui é genérica, obedecendo a limites legais de taxa e bases
de cálculo. De acordo com a legislação fiscal em vigor, só são consideradas como custo as
provisões calculadas de acordo com os seguintes limites: dotação anual de 1,5% e limite
acumulado de 6%.
Para a base de cálculo, deverão ser considerados os créditos normais existentes no final do
exercício.
As empresa poderão constituir ou reforçar provisões ultrapassando as taxas máximas fixadas
pela Administração fiscal, mas esse valor não será aceite como custo, para efeitos fiscais. Para
este caso, as provisões constituídas em excesso serão objecto de adicionamento à matéria
colectável aquando do preenchimento da Declaração Anual de rendimentos ou ainda,
alternativamente, a sua constituição por excesso deverá ser após o apuramento do resultado
líquido do exercício por contrapartida da conta 88. Resultados líquidos do exercício (embora
não seja o mais usual).
A constituição ou reforço da provisão verifica-se sempre que o seu saldo é nulo. O reforço tem
lugar quando os saldos das provisões são inferiores aos limites legais. Uma provisão poder-se-á
constituir ou reforçar devido a perdas futuras, consideradas custos correntes da empresa, ou
devido a perdas extraordinárias.
Utilização da Provisão
A utilização de uma provisão tem lugar quando tenha ocorrido o evento para o qual foi
constituída a provisão. A provisão só pode ser utilizada até ao limite da sua constituição.
A reposição ou anulação da provisão tem lugar sempre que o seu valor ultrapassa os limites
legais ou a situação que ditou a sua constituição tenha-se alterado.
Esta conta serve para registar as responsabilidades derivadas dos riscos de natureza específica
e provável (contingências). Será debitada na medida em que se reduzam ou cesses os riscos
previstos.
As provisões para riscos e encargos têm como objectivo anteciparem a contabilização dum
custo correspondente a uma despesa a pagar de ocorrência provável e de montante, em geral,
incerto. Sendo assim, estas provisões, não representam perdas prováveis em activos, como
acontece com as provisões estudadas anteriormente, mas sim encargos a pagar, pelo que
representam valores passivos.
Estudamos até aqui, contas pertencentes a classe 1. Meios circulantes Financeiros, onde
destacámos as Disponibilidades e as Contas de Terceiros. Estas últimas aliadas também com as
contas de Credores.
As contas da classe 1. Meios Circulantes Financeiros, pertencem na sua generalidade ao Activo
e as contas da classe 4. Credores pertencem na sua generalidade ao Passivo, sendo assim
portanto conta que figuram no Balanço.
De acordo com estudo efectuado verificamos que algumas contas de Terceiros, podem a nível
das suas contas divisionárias apresentarem saldos contrários a sua natureza, isto é, podem exitir
subcontas de Clientes com saldo credor, como o caso da conta de Adiantamentos de Clientes e
subcontas de Fornecedores com saldo devedor, como é o caso de Adiantamento a Fornecedores.
Nestas circusnstãnicas, na representação do balanço e por forma a cumprir o princípio da não
compensação de saldos, estas contas devem ser apresentadas de acordo com os saldos
apresentados no final do exercício, isto é. Se devedor será apresentado no Activo e se Credor
será apresentada no Passivo.
As provisões para cobranças duvidosas e outros riscos e encargos são inscritas na coluna
reservada às Amortizações e Provisões, deduzindo-se aos valores em dívida das das respectivas
contas a elas associadas, por forma a evidenciar o valor líquido, ou seja, o que corresponde ao
provável valor de realização.
No balanço também devem ser apresentados os valores líquidos de todas as contas pertencentes
a classe 1 e 4 (já estudadas) relativas ao ano anterior, para garantir uma avaliação comparativa
dos dados.
Portanto, sendo estas contas do balanço, as mesmas não serão explicitadas em qualquer quadro
demonstrativo dos resultados da empresa, embora a detenção das mesmas poderá originar a
realização de ganhos e perdas, custos e proveitos, que serão mencionados nas respectivas contas
das classes 6 e 7. Estas por sua vez, irão integrar as correspondentes demonstrações dos
resultados, de acordo com a sua natureza.