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Aula 04
Apresentação NBC TG Estrutura Conceitual, Resolução CFC
1.374/2011 – Parte II
Objetivos Específicos
• Conhecer a estrutura conceitual para a elaboração e a divulgação de Relatório
Contábil, determinada pelo Conselho Federal de Contabilidade mediante a
Resolução nº 1.374/2011.
Temas
Introdução
1 Estrutura conceitual para a elaboração e apresentação das demonstrações
contábeis: texto remanescente
Considerações finais
Referências
Professora
Alexandra Medeiros Escobar
Contabilidade
Introdução
Nesta aula daremos continuidade ao estudoo da Estrutura Conceitual para a Elaboração
e a Divulgação de Relatório Contábil, determinada pelo Conselho Federal de Contabilidade
mediante a Resolução nº 1.374/2011.
Também como já mencionamos em nossa aula anterior, vamos abordar agora o capítulo
4 da referida resolução, ou seja, o texto remanescente da Resolução nº 1.121/2008.
Este capítulo é de fundamental importância, pois nos fornece definições sobre o que
compõe as contas do patrimônio da entidade e quais as contas de resultado, pois, embora
os conceitos sejam antigos, sofreram suaves alterações em relação à adaptação às regras
internacionais de contabilidade.
Como podemos ver, a definição dada apresenta apenas as caracterísitcas essenciais das
contas dos grupo de ativo e passivo, sem colocar critérios específicos a serem observados
na elaboração da demonstração. Porém, algumas diretrizes ainda serão mencionadas pela
própria estrutura conceitual, para um melhor esclarecimento de itens que aparentemente
se encaixariam nesta definição e não devem fazer parte dos ativos ou passivos da empresa.
bem arrendado durante a maior parte da vida útil deste bem em troca do pagamento da
obrigação de um valor próximo ao seu valor justo somado aos encargos financeiros, como
ocorre em um financiamento; sendo assim, ele satisfaz a definição de ativo e passivo e deve
ser reconhecido desta forma no balanço patrimonial.
Com relação ao ativo, quando falamos em benefícios econômicos futuros, falamos da sua
possibilidade de contribuição para o fluxo de caixa da empresa. Essa contribuição pode ser de
forma direta ou indireta, já que alguns ativos contribuem na produção de outros ativos, que
se transformarão em caixa ou equivalente de caixa – normalmente, os ativos da empresa são
utilizados na produção de bens ou na prestação de serviços, sempre com o objetivo de suprir
as necessidades dos consumidores, caso contrário, o produto ou serviço não seria vendido.
Um outro ponto importante é que o direito de propriedade do bem não é mais essencial,
pois um bem de arrendamento mercantil, por exemplo, que trará benefícios econômicos
futuros para a entidade, também deve ser reconhecido em seu ativo.
É condição do ativo que o mesmo seja resultado de eventos passados, este meio
geralmente está relacionado à compra ou à produção do bem, porém, pode ser gerado, por
exemplo, por apoio governamental, por beneficio concedido pelo governo, com o objetivo
de crescimento econômico na região ou por doação de qualquer outra pessoa ou empresa –
porém, essa doação, compra, produção ou benefício sempre deve ter ocorrido no passado.
Fatos que ocorrerão no futuro não podem ser reconhecidos no ativo presente.
Senac São Paulo- Todos os Direitos Reservados 5
Contabilidade
Da mesma forma que uma doação que não impactou em gastos da empresa deve ser
reconhecida como ativo, um gasto que não tenha gerado bens ou direitos com evidência de
benefício econômico futuro não poderá ser considerado ativo.
Um detalhe importante é que, caso a empresa, por uma questão de zêlo pela marca ou
por práticas usuais do negócio, decida fazer uma correção em um produto, mesmo que isso
aconteça após o prazo de garantia – como por exemplo, o caso divulgado pela mídia em julho
de 2013, referente ao recall de cadeiras para automóveis Burigotto e Peg-Pérego (conceituada
marca de produtos infantis), solicitando que os consumidores de alguns de seus modelos
de cadeiras para automóveis comunicasse a empresa para, desta forma, receberem uma
nova fivela que deveria substituir uma fivela fornecida de fábrica com defeito, o que poderia
acarretar falha na retenção da criança em caso de acidente, ou seja, a falha no produto
podeira colocar em risco a vida da criança, logo era essencial para empresa se responsabilizar
pela correção do problema independentemente do produto estar na garantia ou não – neste
caso, as importâncias que a empresa espera gastar devem ser consideradas como passivo.
A entidade deve separar o que é obrigação presente e quais são os seus compromissos
futuros, pois a decisão administrativa de adquirir novos ativos futuramente não é uma
obrigação presente, esta só existirá quando, de fato, o ativo for adquirido.
• pagamento em caixa;
• prestação de serviços;
Com relação ao patrimônio líquido, mesmo que em sua definição ele seja considerado
“o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos”, ele
poderá apresentar subclassificações no balanço patrimonial da entidade. Estas subclassificações
são geradas devido à relevância da informação que pode impactar nas tomadas de decisão
dos usuários. Outros detalhes importantes, como a constituição de reservas nas empresas as,
podem estar determinados no estatuto da entidade ou em lei, como é o caso da reserva legal
determinada na Lei nº 6.404/76, em seu artigo 193. Já a existência de reservas estatutárias
ou fiscais, determinadas em estatuto, podem ser de grande importância nas tomadas de
decisão, logo, precisam ser demonstradas de forma clara. Também não se pode deixar de
mencionar que estas reservas de lucro não fazem parte das despesas da entidade.
Como fizemos em relação aos grupos do patrimônio, vamos partir da definição de receita
e despesa, dada pela Resolução nº 1.374/2011, como se segue:
• receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil, sob a
forma da entrada de recursos ou do aumento de ativos ou diminuição de passivos,
que resultam em aumentos do patrimônio líquido, e que não estejam relacionados
com a contribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais;
Com relação aos ganhos, este podem ou não ocorrer durante as atividades comuns
da empresa e representando aumento nos benefícios econômicos, logo, possuem a
mesma natureza das receitas e são considerados da mesma forma na estrutura conceitual.
São exemplos de ganhos o resultado da venda de ativos não circulante. Embora sejam
considerados como receita “normal” na estrutura conceitual, na Demonstração do Resultado
do Exercício serão apresentados de forma separada, geralmente dentro do grupo Receita/
Despesas operacionais.
A estrutura conceitual não separa estes dois grupos (perdas e custos), pois ambos se
tornam desembolso ou redução de ativo, logo, possuem a mesma natureza e por este motivo
são todos tratados como despesa.
O reconhecimento do item deve ser feito após ser enquadrado na definição de ativo,
passivo ou patrimônio líquido e apenas se:
• for provável que algum benefício econômico futuro associado ao item flua para a
entidade ou flua da entidade; e
• o item tiver custo ou valor que possa ser mensurado com confiabilidade (CFC,
Resolução nº 1.374/2011).
Quando for provável que uma conta a receber devida à entidade será paga pelo
devedor, é então justificável, na ausência de qualquer evidência em contrário,
reconhecer a conta a receber como ativo. Para uma ampla população de contas a
receber, entretanto, algum grau de inadimplência é normalmente considerado
provável; dessa forma, reconhece-se como despesa a esperada redução nos benefícios
econômicos.
Com relação aos itens que atendam às características essenciais de elemento e não possam
ser mensurados devido à falta de estimativa razoável, estes devem obrigatoriamente ser divulgados
em nota explicativa, pois toda a informação relevante deve ser passada aos usuários da informação.
Da mesma forma, os passivos devem ser reconhecidos apenas quando a saída de recursos
for provável e o seu custo/valor for mensurável.
Despesas, como nos demais casos, precisam ser mensuradas com confiabilidade e
terão seu reconhecimento vinculado ao fato de resultarem em redução dos benefícios
econômicos futuros. Outro fato de extrema importância em relação às despesas é que elas
devem, obrigatoriamente, ser reconhecidas de forma conjunta com suas respectivas receitas,
considerando a necessidade de contemplar o regime de competência.
Para os casos dos itens que geram, ou ao menos espera-se que gerem, resultados
econômicos em diversos períodos, fazendo com que sua associação com a receita só
seja possível de forma indireta, segundo a estrutura conceitual: “as despesas devem ser
reconhecidas na demonstração do resultado com base em procedimentos de alocação
sistemática e racional”, isto pode acontecer, por exemplo, com a despesa de depreciação de
máquinas utilizadas na produção dos produtos.
• Custo corrente, são os valores em caixa que teriam de ser pagos pelo item caso fosse
adquirido na data do balanço;
• Valor realizável é o valor que a empresa receberia pela venda do item em forma
ordenada ou o valor que pagaria para saldar uma obrigação no curso normal das
operações da entidade;
• Valor presente são os valores atuais, porém, descontados dos fluxos futuros de
entradas ou saída líquidas de caixa (dependendo se for item do ativo ou passivo) e
que se espera que sejam gerados pelo item ou necessários para a liquidação do item
no curso normal das operações.
Em geral, a base utilizada na mensuração dos itens é o custo histórico que, em alguns
casos, é combinado com outras bases. Isto ocorre, por exemplo, com o estoque, que para
cumprir a legislação contábil deve ser mantido pelo menor valor entre o custo histórico e o
valor de realização.
Como vimos, os conceitos de manutenção de capital e a forma de capital escolhido pela entidade
estão diretamente ligados. Esta opção também representará um elo com o conceito de lucro, pois,
como visto, o conceito de capital impacta diretamente a apuração do resultado da empresa.
Considerações finais
Nesta aula, concluímos nossos estudos em relação a Resolução nº 1.374/2011, Estrutura
Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil. A compreensão desta
resolução é fundamental para o bom desenvolvimento de nosso componente curricular, uma
vez que vamos estudar e aprender por meio dele a elaboração das demonstrações contábeis.
Para reforçarmos o estudado, vamos relembrar aqui os principais termos que utilizamos
em nossa aula:
• Ativo: são os recursos aplicados na organização que servirão para gerar novos
recursos, ou seja, benefícios econômicos futuros;
Referências
BORINELLI, M. L.; PIMENTEL, R. C. Curso de contabilidade para gestores, analistas e outros
profissionais. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Lex:
legislação federal, Brasília, DF, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
l6404consol.htm>. Acesso em: 29/08/2013.