Hoje o objetivo aqui é falar sobre a Classificação das contas Contábeis. E porque falar
sobre isso?
Muitos alunos, no exame, tem dificuldade para resolver aquelas questões que mencio-
nam uma relação de contas contábeis, e pedem para efetuar a classificação.
Essas dúvidas ficam sempre na cabeça do aluno, e por isso resolvi fazer esse post, essa
videoaula, para poder ajudar.
A primeira coisa que temos que pensar é o seguinte: Não tem como decorar um plano
de contas, não dá pra decorar todas as contas. O que precisamos fazer é entender a
definição das contas, e entender as operações contábeis que estão sendo registradas.
A partir do momento que você entende a natureza das contas e entende que operação é
aquela que está sendo contabilizada, você consegue classificar as contas envolvidas de
uma maneira muito simples, muito fácil.
Para resolver isso o que precisamos fazer é ir para o conceito, e esse conceito está lá na
NBC TG Estrutura Conceitual para a Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Fi-
nanceiro. Isso mesmo, precisa entender a NBC TG, não tem outro jeito.
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Na verdade, em contabilidade não tem como você decorar nada, você precisa entender
os conceitos, e esses conceitos estão no conjunto s de Normas Contábeis, por isso é
extremamente importante a leitura e compreensão das NBC TGs.
O item fala também sobre as contas que representam o desempenho da empresa, ou seja,
as Receitas e Despesas. Estas contas são classificadas na Demonstração do Resultado do
Exercício, e são conhecidas como contas de Resultado.
Coisas importantes que foram ditas neste item: Todas as Contas Patrimoniais serão divi-
didas em dois grandes grupos: Contas Patrimoniais e Contas de Resultado.
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A partir deste item nós devemos entender o que vamos considerar como contas do Ativo,
contas do Passivo e Contas do Patrimônio Líquido
Normalmente aprendemos da faculdade que Ativo são Bens e Direitos, Passivo são Obri-
gações e Patrimônio Líquido é a diferença entre Ativos e Passivos.
Isso não está errado obviamente, mas é uma definição muito simplória. As vezes essa
definição muito simples pode nos levar a algum equívoco (vamos ver mais a frente),
então é importante entender as definições exatamente como estão na NBC TG.
ATIVO
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itens que não são reconhecidos como ativos ou como passivos no balanço patrimonial
em função de não satisfazerem os critérios de reconhecimento discutidos nos itens
4.37 a 4.53. Especificamente, a expectativa de que futuros benefícios econômicos
fluam para a entidade ou saiam da entidade deve ser suficientemente certa para que
seja observado o critério de probabilidade do item 4.38, antes que um ativo ou um pas-
sivo seja reconhecido.
Neste momento a NBC TG está dando a definição e as características do que são os ele-
mentos patrimoniais, Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, mas está deixando claro que
não está esclarecendo sobre o reconhecimento. O que isso quer dizer? Quer dizer que um
item pode ser definido, identificado como Passivo por exemplo, mas pode não ter todos
os requisitos para ser reconhecido no Balanço Patrimonial como Passivo, por exemplo:
uma contingência, é uma possível obrigação proveniente de evento passado, mas ainda
falta algum acontecimento para termos a certeza de que necessitará a saída de recursos
para a sua liquidação.
Resumindo este item, você pode identificar um item, uma conta como sendo Ativo ou
Passivo, mas para reconhecê-los, contabilizá-los é necessário que tenhamos certeza abso-
luta da entrada ou saída de recursos econômicos futuros.
Um adendo neste item, a partir de 01.01.2019 não existe mais a separação do Arrenda-
mento Mercantil em Operacional e Financeiro. A partir de 2019, para o arrendatário, só
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Aqui a norma está apenas esclarecimento que o benefício futuro de que se refere a defini-
ção de ativo, não necessariamente é dinheiro. O benefício pode vir através da produção,
se estivermos falando de uma máquina (ativo) por exemplo.
Esclarecendo o item:
Na letra “b”, podemos imaginar um Contas a Receber, que na sequência é trocado por um
caixa (dinheiro).
Na letra “c” o beneficio do ativo é a diminuição de uma dívida, como o pagamento atra-
vés da entrega de dinheiro, ou até mesmo a entrega de duplicatas a receber a um fornece-
dor para pagamento da dívida.
Na letra “d” quando da saída de um sócio por exemplo, podemos pagá-lo entregando
bens do ativo
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4.11. Muitos ativos, como, por exemplo, itens do imobilizado, têm forma física. Entre-
tanto, a forma física não é essencial para a existência de ativo. Assim sendo, as paten-
tes e os direitos autorais, por exemplo, são considerados ativos, caso deles sejam espe-
rados que benefícios econômicos futuros fluam para a entidade e caso eles sejam por
ela controlados.
Quando falamos de Ativo, que a gente não pense somente em ativo fixo, imobilizado, mas
sim em um item que traga beneficio futuro, que não necessariamente seja um item que
tenha obrigatoriamente forma física.
4.12. Muitos ativos, como, por exemplo, contas a receber e imóveis, estão associados a
direitos legais, incluindo o direito de propriedade. Ao determinar a existência do ativo,
o direito de propriedade não é essencial. Assim, por exemplo, um imóvel objeto de
arrendamento mercantil será um ativo, caso a entidade controle os benefícios econômi-
cos que são esperados que fluam da propriedade.
As transações passadas de que trata o item, não quer dizer apenas compra e produção
mas pode ser outros eventos tais como doação por exemplo, porém se for apenas uma
intenção de doação, não podemos considerar como ativo ainda.
PASSIVO
4.15. Uma característica essencial para a existência de passivo é que a entidade tenha
uma obrigação presente. Uma obrigação é um dever ou responsabilidade de agir ou de
desempenhar uma dada tarefa de certa maneira. As obrigações podem ser legalmente
exigíveis em consequência de contrato ou de exigências estatutárias. Esse é normal-
mente o caso, por exemplo, das contas a pagar por bens e serviços recebidos. Entre-
tanto, obrigações surgem também de práticas usuais do negócio, de usos e costumes e
do desejo de manter boas relações comerciais ou agir de maneira equitativa. Desse
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modo, se, por exemplo, a entidade que decida, por questão de política mercadológica
ou de imagem, retificar defeitos em seus produtos, mesmo quando tais defeitos tenham
se tornado conhecidos depois da expiração do período da garantia, as importâncias que
espera gastar com os produtos já vendidos constituem passivos.
Primeiro ponto importante neste item é que o Passivo deve ser obrigatoriamente uma
Obrigação Presente.
Quando, neste item, é dito que “Uma obrigação é um dever ou responsabilidade de agir
ou de desempenhar uma dada tarefa de certa maneira“, deixa claro que uma obrigação
não gera necessariamente ou obrigatoriamente o dever de pagamento, pois uma obriga-
ção pode ser liquidada pela entrega de um bem apenas, como por exemplo um adianta-
mento feito por um cliente (Adiantamento de Clientes – Passivo) para a construção de
uma máquina, a liquidação deste passivo será feita através da entrega da máquina.
Outro ponto importante neste item é com relação ao Passivo não ser obrigatoriamente
uma obrigação de forma legal, mas pode ser gerado um Passivo por uma política merca-
dológica adotada pela empresa por exemplo.
4.16. Deve-se fazer uma distinção entre obrigação presente e compromisso futuro. A
decisão da administração de uma entidade para adquirir ativos no futuro não dá ori-
gem, por si só, a uma obrigação presente. A obrigação normalmente surge somente
quando um ativo é entregue ou a entidade ingressa em acordo irrevogável para adqui-
rir o ativo. Nesse último caso, a natureza irrevogável do acordo significa que as conse-
quências econômicas de deixar de cumprir a obrigação, como, por exemplo, em função
da existência de penalidade contratual significativa, deixam a entidade com pouca,
caso haja alguma, liberdade para evitar o desembolso de recursos em favor da outra
parte.
Importante neste item: Intenção não gera nada na contabilidade, o que gera lançamentos
contábeis são ações, eventos, ou seja, algo concretizado, por isso tanto na definição de
Ativo quanto de Passivo menciona “eventos Passados”, lembrando que passado pode ser a
um minuto atrás.
4.18. Passivos resultam de transações ou outros eventos passados. Assim, por exem-
plo, a aquisição de bens e o uso de serviços dão origem a contas a pagar (a não ser que
pagos adiantadamente ou na entrega) e o recebimento de empréstimo bancário resulta
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4.19. Alguns passivos somente podem ser mensurados por meio do emprego de signifi-
cativo grau de estimativa. No Brasil, denominam-se esses passivos de provisões. A defi-
nição de passivo, constante do item 4.4, segue uma abordagem ampla. Desse modo,
caso a provisão envolva uma obrigação presente e satisfaça os demais critérios da defi-
nição, ela é um passivo, ainda que seu montante tenha que ser estimado. Exemplos
concretos incluem provisões para pagamentos a serem feitos para satisfazer acordos
com garantias em vigor e provisões para fazer face a obrigações de aposentadoria.
A provisão é uma obrigação presente, fruto de um evento passado, cujo valor ou data de
liquidação ainda não temos certeza. Nós gravamos algumas videoaulas sobre conceitos,
contabilizações e exemplos de Provisão, veja aqui
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
4.20. Embora o patrimônio líquido seja definido no item 4.4 como algo residual, ele
pode ter subclassificações no balanço patrimonial. Por exemplo, na sociedade por
ações, recursos aportados pelos sócios, reservas resultantes de retenções de lucros e
reservas representando ajustes para manutenção do capital podem ser demonstrados
separadamente. Tais classificações podem ser relevantes para a tomada de decisão dos
usuários das demonstrações contábeis quando indicarem restrições legais ou de outra
natureza sobre a capacidade que a entidade tem de distribuir ou aplicar de outra forma
os seus recursos patrimoniais. Podem também refletir o fato de que determinadas par-
tes com direitos de propriedade sobre a entidade têm direitos diferentes com relação
ao recebimento de dividendos ou ao reembolso de capital.
Resumidamente Patrimônio Líquido é tudo o que devemos para os sócios, ou seja, o Capi-
tal social mais tudo o que foi gerado de resultado durante a sua existência.
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No Curto prazo vamos classificar tudo o que vence até o final do exercício seguinte ou o
ciclo operacional, dos dois o maior.
No Longo Prazo será tudo o que vence após o exercício seguinte ou ciclo operacional dos
dois o maior.
(Q.9 – 01/11)
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a) R$24.300,00.
b) R$25.000,00.
c) R$27.200,00.
d) R$27.600,00.
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(Q.03 – 01/12)
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Apenas para melhorar a explicação, vamos comentar algumas contas, em relação a sua
classificação, a saber:
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PERFOMANCE
(a)receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil, sob a
forma da entrada de recursos ou do aumento de ativos ou diminuição de passivos, que
resultam em aumentos do patrimônio líquido, e que não estejam relacionados com a
contribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais;
(b)despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil, sob
a forma da saída de recursos ou da redução de ativos ou assunção de passivos, que
resultam em decréscimo do patrimônio líquido, e que não estejam relacionados com
distribuições aos detentores dos instrumentos patrimoniais.
Receita tem relação com a definição de Ativo. Lá dizíamos que ativo tem a característica
de trazer benefício futuro. Quando esses benefícios se realizam, ou seja, quando entram
na sociedade, aumenta o seu Patrimônio, dando origem a receita. Por outro lado uma
receita também pode provocar um aumento do ativo, quando por exemplo é feita uma
venda a prazo, gerando um contas a receber. A redução do Passivo também pode gerar
uma receita, quando por exemplo uma obrigação é anistiada.
Na última frase “…que não estejam relacionados com a contribuição dos detentores dos
instrumentos patrimoniais“, pode gerar alguma dúvida, mas aqui está explicando a afir-
mação anterior de que toda receita aumenta o Patrimônio Líquido, mas nem todo
aumento de Patrimônio Líquido é uma receita. Se os sócios aumentarem o Capital (con-
tribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais), estaremos aumentando o
Patrimônio Líquido, mas aumento de Capital Social não é receita.
Análogo a Receita, toda Despesa reduz o Patrimônio Líquido, mas nem toda redução de
Patrimônio Líquido é uma despesa, haja vista a distribuição de dividendos (que não
estejam relacionados com distribuições aos detentores dos instrumentos patrimoniais.)
que reduz o Patrimônio Líquido aumentando o Passivo
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Para exemplificar o que está sendo dito neste item, vamos olhar abaixo uma DRE
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