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Aula 12

Opinião do auditor, responsabilidade do auditor


e relatório de auditoria

Auditoria para Auditor da Receita Federal

Prof. Eduardo Newman


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Aula 12: Opinião do auditor, responsabilid...

Sumário
.......................................................................................................................................................................................

NBC TA 701 ................................................................................................................................................... 4

OBJETIVO..................................................................................................................................................... 7

DEFINIÇÕES IMPORTANTES.......................................................................................................................... 7

DETERMINAÇÃO DOS PRINCIPAIS ASSUNTOS DE AUDITORIA ....................................................................... 7

COMUNICAÇÃO DOS PRINCIPAIS ASSUNTOS DE AUDITORIA ........................................................................ 13

PRINCIPAIS ASSUNTOS DE AUDITORIA NÃO SUBSTITUEM A EMISSÃO DE OPINIÃO MODIFICADA.................. 14

DESCRIÇÃO INDIVIDUALIZADA DOS PRINCIPAIS ASSUNTOS DE AUDITORIA.................................................. 14

CIRCUNSTÂNCIAS EM QUE O ASSUNTO, CONSIDERADO COM 19

INTERAÇÃO ENTRE AS DESCRIÇÕES DOS PRINCIPAIS ASS 20

FORMA E CONTEÚDO DA SEÇÃO “PRINCIPAIS ASSUNTOS DE AUDITORIA” EM OUTRAS CIRCUNSTÂNCIAS ... 21

COMUNICAÇÃO AOS RESPONSÁVEIS PELA GOVERNANÇA............................................................................ 22

DOCUMENTAÇÃO......................................................................................................................................... 23

NBC TA 705 ............................................................................................................................................................................................................ 24

TIPOS DE OPINIÃO MODIFICADA................................................................................................................... 24

OBJETIVO..................................................................................................................................................... 24

DEFINIÇÕES IMPORTANTES.......................................................................................................................... 25

CIRCUNSTÂNCIAS EM QUE É NECESSÁRIO MODIFICAR A OPINIÃO DO AUDITOR............................................ 25

DETERMINAÇÃO DO TIPO DE MODIFICAÇÃO NA OPINIÃO DO AUDITOR......................................................... 28

CONSEQUÊNCIA DA IMPOSSIBILIDADE DE SE OBTER EVID 28

OUTRAS CONSIDERAÇÕES RELATIVAS À “OPINIÃO ADVERSA” OU “ABSTENÇÃO DE OPINIÃO”..................... 30

FORMA E CONTEÚDO DO RELATÓRIO DO AUDITOR COM OPINIÃO MODIFICADA........................................... 30

DESCRIÇÃO DA RESPONSABILIDADE PELA AUDITORIA DAS 32

CONSIDERAÇÕES QUANDO O AUDITOR SE ABSTÉM DE EXPR 33

COMUNICAÇÃO COM OS RESPONSÁVEIS PELA GOVERNANÇA...................................................................... 34

NBC TA 720 ................................................................................................................................................... 35

OBJETIVOS................................................................................................................................................... 35

DEFINIÇÕES IMPORTANTES.......................................................................................................................... 36

OBTENÇÃO DAS OUTRAS INFORMAÇÕES...................................................................................................... 38

LEITURA E CONSIDERAÇÃO DAS OUTRAS INFORMAÇÕES............................................................................. 41

RESPOSTA QUANDO PARECE EXISTIR INCONSISTÊNCIA RE 46

RESPOSTA QUANDO O AUDITOR CONCLUIR QUE EXISTE DI 48

RESPOSTA QUANDO EXISTE DISTORÇÃO RELEVANTE NAS D 50

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RELATÓRIO.................................................................................................................................................. 50

APRESENTAÇÃO DO RELATÓRIO CONFORME LEI OU REGULAMENTO........................................................... 52

DOCUMENTAÇÃO......................................................................................................................................... 53

NBC TA 706 .................................................................................................................................................. 53

OBJETIVO..................................................................................................................................................... 53

DEFINIÇÕES IMPORTANTES.......................................................................................................................... 54

PARÁGRAFOS DE ÊNFASE NO RELATÓRIO DO AUDITOR INDEPENDENTE...................................................... 54

PARÁGRAFOS DE OUTROS ASSUNTOS NO RELATÓRIO DO AUDITOR INDEPENDENTE.................................. 57

COMUNICAÇÃO COM OS RESPONSÁVEIS PELA GOVERNANÇA...................................................................... 60

NBC TA 710 (R1) ............................................................................................................................................ 61

NATUREZA DAS INFORMAÇÕES COMPARATIVAS .............................................................................................................................................. 61

OBJETIVOS .................................................................................................................................................. 61

DEFINIÇÕES IMPORTANTES.......................................................................................................................... 61

PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA ................................................................................................................. 62

RELATÓRIO DE AUDITORIA .......................................................................................................................... 63

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DO PERÍODO ANTERIOR AUDI 64

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DO PERÍODO ANTERIOR NÃO AUDITADAS ................................................... 64

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS COMPARATIVAS .......................................................................................... 65

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DO PERÍODO ANTERIOR EXAM 65

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DO PERÍODO ANTERIOR NÃO AUDITADAS ................................................... 66

CADERNO DE QUESTÕES.............................................................................................................................. 67

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NBC TA 701
A NBC TA 701 trata da responsabilidade do auditor de comunicar os principais assuntos de auditoria em seu relatório
sobre as demonstrações contábeis. Ela visa abordar o julgamento exercido pelo auditor sobre o que comunicar em seu
relatório e também a forma e o conteúdo de tal comunicação.
A comunicação dos principais assuntos de auditoria visa tornar o relatório de auditoria mais informativo, ao dar maior
transparência sobre a auditoria realizada. A comunicação dos principais assuntos de auditoria fornece informações
adicionais aos usuários previstos das demonstrações contábeis, para auxiliá-los a entender os assuntos que, segundo o
julgamento profissional do auditor, foram os de maior importância na auditoria das demonstrações contábeis do
período corrente. A comunicação dos principais assuntos de auditoria também pode ajudar os usuários previstos das
demonstrações contábeis a entender a entidade e as áreas que envolveram julgamento significativo da administração
nas demonstrações contábeis auditadas.

Significância pode ser descrita como a importância relativa de um assunto tomado em seu contexto. O auditor julga
a significância do assunto no contexto em que ele está sendo considerado. A significância pode ser considerada no
contexto de fatores quantitativos e qualitativos, como a magnitude relativa, a natureza e o efeito do assunto, bem
como os interesses manifestados dos usuários previstos ou destinatários das demonstrações contábeis. Essa
consideração requer uma análise objetiva dos fatos e circunstâncias, inclusive a natureza e a extensão da
comunicação com os responsáveis pela governança.

Usuários das demonstrações contábeis têm manifestado interesse naqueles assuntos sobre os quais o auditor
manteve robusto diálogo com os responsáveis pela governança, como parte da comunicação recíproca requerida
pela NBC TA 260 – Comunicação com os Responsáveis pela Governança e têm solicitado maior transparência na
comunicação desses assuntos. A título de exemplo, os usuários têm manifestado interesse especial em entender os
julgamentos significativos feitos pelo auditor para formar sua opinião sobre as demonstrações contábeis tomadas
em conjunto, porque muitas vezes esses julgamentos têm relação com as áreas de julgamento significativo da
administração na elaboração das demonstrações contábeis.

A exigência de que os auditores comuniquem os principais assuntos de auditoria em seu relatório também pode
melhorar a comunicação entre o auditor e os responsáveis pela governança, além de aumentar a atenção da
administração e dos responsáveis pela governança às divulgações nas demonstrações contábeis sobre as quais é
feita referência no relatório dos auditores.

A NBC TA 320 – Materialidade no Planejamento e na Execução da Auditoria, item 4, explica que é razoável que o
auditor assuma que os usuários das demonstrações contábeis:

(a) possuam conhecimento razoável de negócios, atividades econômicas e contabilidade, além da disposição de
estudar as informações das demonstrações contábeis com razoável diligência;

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(b) entendam que as demonstrações contábeis são elaboradas, apresentadas e auditadas, considerando níveis de
materialidade;

(c) reconheçam as incertezas inerentes à mensuração de valores com base no uso de estimativas, julgamentos e a
consideração sobre eventos futuros; e

(d) tomem decisões econômicas razoáveis com base nas informações das demonstrações contábeis.

Como o relatório do auditor acompanha as demonstrações contábeis auditadas, considera-se que os usuários do
relatório do auditor são os mesmos usuários previstos das demonstrações contábeis

A comunicação dos principais assuntos de auditoria no relatório do auditor também pode fornecer aos usuários
previstos das demonstrações contábeis uma base para obtenção de informações adicionais com a administração e com
os responsáveis pela governança sobre determinados assuntos relacionados à entidade, às demonstrações contábeis
auditadas ou à auditoria realizada.
A comunicação dos principais assuntos de auditoria no relatório do auditor ocorre no contexto em que o auditor formou
sua opinião sobre as demonstrações contábeis tomadas em conjunto. A comunicação dos principais assuntos de
auditoria no relatório do auditor:
(a) não substitui a divulgação, nas demonstrações contábeis, que a estrutura aplicável de relatórios financeiros exige
que a administração faça ou que são necessárias para atingir o objetivo de apresentação adequada;
(b) não substitui a emissão de opinião modificada por parte do auditor, quando exigido nas circunstâncias de trabalho
de auditoria, de acordo com a NBC TA 705 – Modificações na Opinião do Auditor Independente;
(c) não substitui a apresentação de relatório, de acordo com a NBC TA 570 – Continuidade Operacional, itens 22 e 23,
quando existe incerteza relevante em relação a fatos ou condições que podem levantar dúvida significativa quanto à
capacidade de continuidade operacional da entidade; ou
(d) não é uma opinião separada sobre os assuntos tomados individualmente.

A NBC TA 700, itens 10 a 15 e A1 a A15, estabelece os requisitos e fornece orientação sobre a formação da opinião
sobre as demonstrações contábeis. A comunicação dos principais assuntos de auditoria não substitui as divulgações
requeridas da administração nas demonstrações contábeis, de acordo com a estrutura de relatório financeiro
aplicável ou necessárias para atingir o objetivo da apresentação adequada.

A NBC TA 705, item A7, trata das circunstâncias em que o auditor conclui que existe distorção relevante referente às
divulgações nas demonstrações contábeis.

Quando o auditor emite opinião com ressalva ou adversa de acordo com a NBC TA 705, o assunto que deu origem à
opinião modificada deve ser explicitado na seção Base da opinião com ressalva ou opinião adversa, contribuindo
para que os usuários previstos entendam e identifiquem tais circunstâncias quando elas ocorrem. A apresentação
separada desse assunto em relação à comunicação dos outros principais assuntos de auditoria, descritos em seção

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específica do relatório com o título “Principais assuntos de auditoria”, proporciona ao primeiro assunto (que
requereu modificação na opinião) o destaque adequado no relatório.

O Apêndice da NBC TA 705 inclui exemplos ilustrativos da forma como a redação da introdução na seção “Principais
assuntos de auditoria” é afetada na situação em que o auditor emite opinião com ressalva ou adversa e o seu
relatório apresenta também os principais assuntos de auditoria. O item A58 ilustra de que forma a seção “Principais
assuntos de auditoria” é apresentada quando o auditor tiver concluído que não existem outros principais assuntos de
auditoria a serem comunicados no seu relatório, além daqueles tratados na seção “Base da opinião com ressalva ou
adversa” ou na seção “Incerteza relevante quanto à continuidade operacional” do seu relatório.

Quando o auditor emite uma opinião com ressalva ou adversa, a comunicação dos outros principais assuntos de
auditoria continua sendo importante para aumentar o entendimento da auditoria pelos usuários previstos e,
portanto, aplicam-se os requisitos para determinar os principais assuntos de auditoria. No entanto, como uma
opinião adversa é emitida nos casos em que o auditor tiver concluído que as distorções, individualmente ou em
conjunto, são relevantes e generalizadas nas demonstrações contábeis:
- dependendo da importância do assunto que tiver dado origem à opinião adversa, o auditor pode determinar que
nenhum outro assunto é principal assunto de auditoria. Nesses casos, aplica-se o requisito do item 15 (ver item A58);

- se ficar determinado que um ou mais assuntos, além daquele que deu origem à opinião adversa, são principais
assuntos de auditoria, é particularmente importante que a descrição desses outros principais assuntos de auditoria
não implique que as demonstrações contábeis tomadas em conjunto sejam mais fidedignas com relação a esses
assuntos do que seria apropriado às circunstâncias, tendo em conta a opinião adversa.

A NBC TA 706 – Parágrafos de Ênfase e Parágrafos de Outros Assuntos no Relatório do Auditor Independente
estabelece diretrizes para o auditor de demonstrações contábeis de todas as entidades incluir, quando considerar
necessário, outras comunicações em seu relatório, por meio do uso de parágrafos de ênfase e ou de outros assuntos.
Nesses casos, esses parágrafos são apresentados separadamente da seção “Principais assuntos de auditoria” no
relatório do auditor.

Quando for concluído que o assunto é principal assunto de auditoria, o uso de tais parágrafos não substitui a
descrição de cada principal assunto de auditoria.

A NBC TA 701 se aplica à auditoria de conjuntos completos de demonstrações contábeis para fins gerais de entidades
listadas e às circunstâncias nas quais o auditor decide comunicar os principais assuntos de auditoria em seu relatório.
Esta norma também se aplica quando o auditor é obrigado, por lei ou regulamento, a comunicar os principais assuntos
de auditoria em seu relatório sobre as demonstrações contábeis. No entanto, a NBC TA 705, item 29, proíbe o auditor
de comunicar os principais assuntos de auditoria quando ele se abstém de expressar opinião sobre as demonstrações
contábeis, a menos que a apresentação dessas informações seja exigida por lei ou regulamento.

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Objetivo
Os objetivos do auditor são determinar os principais assuntos de auditoria e, tendo formado uma opinião sobre as
demonstrações contábeis, comunicar os referidos assuntos, descrevendo-os no seu relatório.

Definições importantes
Para fins da NBC TA 701, a expressão abaixo tem o seguinte significado:

- Principais assuntos de auditoria são assuntos que, segundo o julgamento profissional do auditor, foram os mais
significativos na auditoria das demonstrações contábeis do período corrente. Os principais assuntos de auditoria são
selecionados entre os assuntos comunicados aos responsáveis pela governança.

Determinação dos principais assuntos de auditoria


O auditor deve determinar quais assuntos, entre aqueles comunicados aos responsáveis pela governança, exigiram
atenção significativa na realização da auditoria. Para fazer tal determinação, o auditor deve levar em consideração o
seguinte:

O processo de decisão do auditor para determinar os principais assuntos de auditoria visa selecionar um número
menor de assuntos entre aqueles comunicados aos responsáveis pela governança e tem por base o julgamento do
auditor sobre quais assuntos foram os de maior importância na auditoria das demonstrações contábeis do período
corrente.

A determinação dos principais assuntos de auditoria pelo auditor se limita aos assuntos de maior importância na
auditoria das demonstrações contábeis do período corrente, mesmo quando são apresentadas demonstrações
contábeis comparativas e a opinião do auditor se refere a cada um dos períodos para os quais foram apresentadas
demonstrações contábeis.

Não obstante o fato de que a determinação pelo auditor dos principais assuntos de auditoria se refere às
demonstrações contábeis do período corrente e de que esta norma não requer que o auditor atualize os principais
assuntos de auditoria constantes do relatório de auditoria do período anterior, pode ser importante para o auditor
avaliar se o assunto que era um principal assunto de auditoria na auditoria das demonstrações contábeis do período
anterior continua sendo na auditoria das demonstrações contábeis do período corrente.

Assuntos que exigem atenção significativa do auditor

O conceito de atenção significativa do auditor reconhece que a auditoria de demonstrações contábeis se baseia em
risco e se concentra na identificação e na avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis,
estabelecendo e executando procedimentos de auditoria que respondam a esses riscos e obtendo evidências de
auditoria suficientes e apropriadas para fundamentar a opinião do auditor. Para determinado saldo de conta, tipo de
transação ou divulgação, quanto maior for o risco de distorção relevante no nível das afirmações, maior será o

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julgamento envolvido no planejamento e na execução de procedimentos de auditoria e avaliação de seus resultados.


O auditor deve obter evidência de auditoria mais persuasiva quanto maior for o risco avaliado.

Ao obter evidência de auditoria mais persuasiva devido à avaliação de risco alto, o auditor pode aumentar a
quantidade de evidências ou obter evidência mais relevante ou confiável, como, por exemplo, dando maior ênfase
na obtenção de evidências de terceiros ou mediante a obtenção de evidências de suporte de várias fontes
independentes.

Dessa forma, assuntos que representam desafios na obtenção de evidências de auditoria suficientes e apropriadas
ou na formação da opinião sobre as demonstrações contábeis podem ser de particular relevância na determinação
dos principais assuntos de auditoria.

As áreas de atenção significativa para o auditor referem-se, muitas vezes, às áreas complexas e que envolvem
julgamento significativo da administração e, portanto, muitas vezes envolvem, também, julgamentos difíceis ou
complexos por parte do auditor. Isso, por sua vez, frequentemente afeta a estratégia geral da auditoria, a alocação
de recursos e a extensão do esforço de auditoria com relação a esses assuntos. Esses efeitos podem incluir, por
exemplo, a extensão do envolvimento de pessoal de nível sênior no trabalho de auditoria ou o envolvimento de
especialista ou pessoas, da própria firma ou contratados, com conhecimento em área específica de contabilidade ou
auditoria para auxiliar o auditor nessas áreas.

Diversas normas de auditoria requerem comunicações específicas com os responsáveis pela governança e outros,
que podem ter relação com áreas de atenção significativa do auditor. Por exemplo:

- A NBC TA 260, itens 16(b) e A21, requer que o auditor comunique aos responsáveis pela governança eventuais
dificuldades significativas encontradas no decorrer da auditoria. As normas de auditoria reconhecem potenciais
dificuldades em relação a, por exemplo:

- transações com partes relacionadas (NBC TA 550 – Partes Relacionadas, item A42), em particular, limitações à
capacidade do auditor em obter evidências de auditoria de que todos os aspectos da transação com parte
relacionada (além do preço) são equivalentes aos de transação similar sob condições usuais de mercado;

- limitações à auditoria do grupo, por exemplo, quando o acesso da equipe encarregada do trabalho do grupo pode
ter sido restringido (NBC TA 600 – Considerações Especiais – Auditorias de Demonstrações Contábeis de Grupos,
Incluindo o Trabalho dos Auditores dos Componentes, item 49 (d)).

- A NBC TA 220 – Controle de Qualidade da Auditoria de Demonstrações Contábeis, item 18, estabelece os requisitos
aplicáveis ao sócio do trabalho com relação à realização de consultas apropriadas sobre assuntos difíceis ou
controversos. Por exemplo, o auditor pode ter consultado outras pessoas dentro ou fora da firma sobre um assunto

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técnico significativo, o que pode ser um indicador de que se trata de um principal assunto de auditoria. O sócio
responsável pelo trabalho também deve discutir com o revisor do controle de qualidade do trabalho, entre outros
temas, os assuntos significativos surgidos no decorrer do trabalho de auditoria.

Considerações para determinar os assuntos que exigiram atenção significativa do auditor

O auditor pode, na etapa do planejamento, formar uma visão preliminar a respeito de assuntos que podem ser
considerados áreas de atenção significativa do auditor e, portanto, serem considerados principais assuntos de
auditoria. De acordo com a NBC TA 260, o auditor, ao discutir o alcance e a época planejados da auditoria, pode
comunicar esses assuntos aos responsáveis pela governança. No entanto, a determinação dos principais assuntos de
auditoria pelo auditor baseia-se nos resultados da auditoria ou nas evidências obtidas ao longo de toda a auditoria.

As considerações relativas à identificação dos assuntos que requerem atenção significativa na realização da auditoria
são voltadas para a natureza dos assuntos comunicados aos responsáveis pela governança, que frequentemente
estão relacionadas com assuntos divulgados nas demonstrações contábeis e destinam-se a refletir áreas da auditoria
que podem ser de particular interesse para os usuários previstos. O fato de tais considerações serem requeridas não
significa que os assuntos relacionados com tais considerações sejam sempre principais assuntos de auditoria; em vez
disso, os assuntos relacionados a essas considerações específicas somente são principais assuntos de auditoria
somente se for determinado que eles são os de maior importância na auditoria.

Como as considerações podem ser inter-relacionadas, a aplicabilidade de mais de uma das considerações a
determinado assunto comunicado aos responsáveis pela governança pode aumentar a probabilidade de o auditor vir
a identificar esse assunto como principal assunto de auditoria.

Ademais, podem existir outros assuntos comunicados aos responsáveis pela governança que exigiram atenção
significativa do auditor e que, portanto, podem ser considerados como principais assuntos de auditoria. Tais
assuntos podem incluir, por exemplo, aspectos relevantes para a auditoria realizada, cuja divulgação pode não ser
requerida nas demonstrações contábeis. Por exemplo, a implementação de novo sistema de TI (ou mudanças
significativas no sistema de TI já existente) durante o período pode ser uma área de atenção significativa do auditor,
sobretudo se tal mudança tiver efeito significativo sobre a estratégia geral da auditoria ou se estiver relacionada com
risco significativo (por exemplo, mudança em sistema que afeta o reconhecimento de receitas).

(a) áreas avaliadas como de maior risco de distorção relevante ou riscos significativos identificados, de acordo com a
NBC TA 315 – Identificação e Avaliação dos Riscos de Distorção Relevante por meio do Entendimento da Entidade e
do seu Ambiente;
O item 15 da NBC TA 260 requer que o auditor comunique os riscos significativos identificados aos responsáveis pela
governança, e o item A13 dessa mesma norma explica que o auditor também pode comunicar aos responsáveis pela
governança como ele planeja abordar as áreas avaliadas como de maior risco de distorção relevante.

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A NBC TA 315 define risco significativo como risco de distorção relevante identificado e avaliado que, no julgamento
do auditor, requer consideração especial na auditoria. As áreas de julgamento significativo da administração e as
transações significativas e não usuais podem, frequentemente, ser identificadas como riscos significativos. Riscos
significativos, portanto, são áreas que frequentemente exigem atenção significativa do auditor.

Contudo, esse pode não ser o caso de todos os riscos significativos. A NBC TA 240 – Responsabilidade do Auditor em
Relação a Fraude, no Contexto da Auditoria de Demonstrações Contábeis, itens 26 e 27, por exemplo, presume que
existem riscos de fraude no reconhecimento de receitas e exige que o auditor trate esses riscos avaliados de
distorção relevante devido à fraude como riscos significativos, enquanto que o item 31 dessa mesma norma explica
que, pelo fato de os controles poderem ser burlados de maneira imprevisível pela administração, trata-se de risco de
distorção relevante decorrente de fraude e, portanto, risco significativo. Dependendo de sua natureza, esses riscos
podem não exigir atenção significativa do auditor e, portanto, podem não ser considerados quando o auditor
determinar os principais assuntos de auditoria.

A NBC TA 315, item 31, explica que a avaliação do auditor dos riscos de distorção relevante no nível da afirmação
pode mudar durante o curso da auditoria, à medida que evidências adicionais de auditoria são obtidas. Como
resultado da revisão, pelo auditor, da avaliação de riscos e da reavaliação dos procedimentos de auditoria planejados
com respeito a uma dada área das demonstrações contábeis, pode-se vir a determinar que a área exija atenção
significativa do auditor (por exemplo, pode-se ter uma mudança significativa na abordagem de auditoria, se a
avaliação de riscos do auditor tiver tido por base a expectativa de que determinados controles estivessem operando
com eficácia e o auditor tiver obtido evidências de que eles não operaram com eficácia durante todo o período da
auditoria, principalmente, em área avaliada como de maior risco de distorção relevante).

(b) julgamentos significativos do auditor relativos às áreas das demonstrações contábeis que também envolveram
julgamento significativo por parte da administração, inclusive estimativas contábeis identificadas que apresentam alto
grau de incerteza na estimativa;

A NBC TA 260, item 16(a), requer que o auditor comunique aos responsáveis pela governança sua visão sobre
aspectos qualitativos significativos das práticas contábeis da entidade, incluindo políticas, estimativas contábeis e
divulgações nas demonstrações contábeis. Em muitos casos, isso se refere às estimativas contábeis críticas e às
correspondentes divulgações, que, provavelmente, são áreas de atenção significativa do auditor e também podem
ser identificadas como riscos significativos.

No entanto, usuários das demonstrações contábeis têm ressaltado seu interesse nas estimativas contábeis que estão
sujeitas a alto grau de incerteza na estimativa (itens 16 e 17 da NBC TA 540 – Auditoria de Estimativas Contábeis e
Divulgações Relacionadas) e que podem não ter sido avaliadas como riscos significativos. Entre outros aspectos,
essas estimativas dependem fortemente do julgamento da administração e frequentemente são as áreas mais

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complexas das demonstrações contábeis, podendo exigir o envolvimento tanto de especialista da administração
como de especialista do auditor. Os usuários também ressaltaram que as políticas contábeis com efeito significativo
sobre as demonstrações contábeis (e mudanças significativas nessas políticas) são relevantes para o entendimento
das demonstrações contábeis, principalmente nos casos em que as práticas da entidade não são condizentes com as
de outras entidades do mesmo setor.

(c) efeito sobre a auditoria de fatos ou transações significativos ocorridos durante o período.

Eventos ou transações que tiverem tido efeito significativo sobre as demonstrações contábeis ou sobre a auditoria
podem ser áreas de atenção significativa do auditor e podem ser identificados como riscos significativos. A título de
exemplo, o auditor pode ter mantido extensas discussões com a administração e os responsáveis pela governança
em diversas etapas da auditoria acerca do efeito sobre as demonstrações contábeis de transações significativas com
partes relacionadas ou transações significativas fora do curso normal dos negócios da entidade ou que pareçam não
ser usuais. A administração pode ter feito julgamentos difíceis ou complexos em relação ao reconhecimento, à
mensuração, à apresentação ou à divulgação dessas transações, que podem ter tido efeito significativo sobre a
estratégia geral do auditor.

Eventos significativos de ordem econômica, contábil, regulatória, ou de outra natureza, que tiverem afetado as
premissas ou julgamentos da administração também podem afetar a abordagem geral da auditoria e resultar em
assunto que exige atenção significativa do auditor.

O auditor deve determinar quais assuntos, entre aqueles determinados de acordo com o item 9, foram mais
significativos na auditoria das demonstrações contábeis do período corrente para serem, portanto, os principais
assuntos de auditoria.

Os assuntos que exigiram atenção significativa do auditor também podem ter resultado em interação significativa
com os responsáveis pela governança. A natureza e a extensão das comunicações com os responsáveis pela
governança sobre esses assuntos muitas vezes constituem uma indicação de quais assuntos são de maior
importância na auditoria. O auditor, por exemplo, pode ter tido interações mais aprofundadas, frequentes ou
substanciais com os responsáveis pela governança a respeito de assuntos mais difíceis ou complexos, como a
aplicação das principais políticas contábeis que tiverem sido objeto de julgamento significativo do auditor ou da
administração.

O conceito de assuntos de maior importância aplica-se no contexto da entidade e da auditoria realizada. Como tal, a
determinação e a comunicação, pelo auditor, dos principais assuntos de auditoria destina-se a identificar assuntos
específicos da auditoria e envolve julgamento quanto à sua importância em relação a outros assuntos da auditoria.

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Outras considerações, que podem ser relevantes para determinar a importância relativa de assunto comunicado aos
responsáveis pela governança e se ele é um principal assunto de auditoria, são:

- a importância do assunto para o entendimento por parte dos usuários previstos das demonstrações contábeis
tomadas em conjunto e, em particular, a sua relevância para as demonstrações contábeis;

- a natureza da política contábil relativa ao assunto, a complexidade ou a subjetividade envolvida na seleção, pela
administração, da política adequada em comparação com outras entidades de seu setor;

- a natureza e a relevância, quantitativa ou qualitativa, de distorções corrigidas e distorções acumuladas que não
foram corrigidas, em decorrência de fraude ou erro relacionados ao assunto, quando aplicáveis;

- a natureza e a extensão do esforço de auditoria necessário para tratar do assunto, incluindo:

- o grau de habilidade ou conhecimento especializado necessário para aplicar procedimentos de auditoria para tratar
do assunto ou avaliar os resultados desses procedimentos, se aplicável;

- a natureza de consultas fora da equipe de trabalho sobre o assunto;

- a natureza e a gravidade das dificuldades na aplicação de procedimentos de auditoria, na avaliação dos resultados
desses procedimentos e na obtenção de evidências pertinentes e confiáveis para fundamentar a opinião de
auditoria, principalmente quando os julgamentos do auditor passam a ser mais subjetivos;

- a gravidade das deficiências de controle identificadas com respeito ao assunto;

- se o assunto envolveu diversas considerações de auditoria separadas, porém relacionadas, como, por exemplo,
contratos de longo prazo, que podem envolver atenção significativa do auditor com respeito ao reconhecimento de
receitas, litígios ou outras contingências e podem afetar outras estimativas contábeis.

A determinação de quais e quantos desses assuntos, que exigiram atenção significativa do auditor são de maior
importância na auditoria das demonstrações contábeis do período corrente, é assunto de julgamento profissional. A
quantidade de principais assuntos de auditoria a serem incluídos no relatório do auditor pode ser impactada pelo
porte e complexidade da entidade, natureza de seus negócios e ambiente, bem como fatos e circunstâncias do
trabalho de auditoria. Em geral, quanto maior for a quantidade de assuntos inicialmente considerados como sendo
principais assuntos de auditoria, mais o auditor pode precisar reconsiderar se realmente cada um deles se enquadra
na definição de principal assunto de auditoria. Listas extensas de principais assuntos de auditoria podem ser
contrárias ao objetivo de destacar no relatório do auditor os assuntos de maior importância na auditoria.

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Comunicação dos principais assuntos de auditoria


O auditor deve descrever cada um dos principais assuntos de auditoria, utilizando um subtítulo adequado para cada um
deles, em seção separada do relatório, sob o título “Principais assuntos de auditoria”, a menos que o assunto,
considerado como principal assunto de auditoria, não seja comunicado no relatório do auditor. O texto de introdução
dessa seção do relatório deve afirmar que:
(a) os principais assuntos de auditoria são aqueles que, segundo o julgamento profissional do auditor, foram os mais
significativos na auditoria das demonstrações contábeis do período corrente; e
(b) esses assuntos foram abordados no contexto da auditoria das demonstrações contábeis tomadas em conjunto e, ao
formar sua opinião sobre elas, o auditor não fornece uma opinião separada sobre os referidos assuntos.

A colocação da seção separada dos “Principais assuntos de auditoria” próxima da opinião do auditor pode destacar
essas informações e reconhecer o valor de informações específicas do trabalho para os usuários previstos.

A ordem de apresentação de cada assunto na seção dos “Principais assuntos de auditoria” é questão de julgamento
profissional. Para exemplificar, essas informações podem ser organizadas por ordem de importância, de acordo com
o julgamento do auditor, ou podem corresponder à maneira como esses assuntos são divulgados nas demonstrações
contábeis.

Quando são apresentadas informações contábeis comparativas, o texto de introdução da seção “Principais assuntos
de auditoria” é adaptado para chamar a atenção para o fato de que os principais assuntos de auditoria descritos se
referem somente à auditoria das demonstrações contábeis do período corrente e pode fazer referência ao período
específico abrangido por essas demonstrações contábeis (por exemplo, para o exercício findo em 31 de dezembro de
20X1).

Principais assuntos de auditoria não substituem a


emissão de opinião modificada
O auditor não deve comunicar um assunto na seção “Principais assuntos de auditoria” do relatório quando, em
conformidade com a NBC TA 705, ele deveria emitir opinião modificada em decorrência desse assunto.

Descrição individualizada dos principais assuntos de


auditoria
A descrição de cada um dos principais assuntos de auditoria na seção “Principais assuntos de auditoria” do relatório do
auditor deve fazer referência às correspondentes divulgações, se houver, nas demonstrações contábeis e abordar o
seguinte:

A adequação da descrição de um principal assunto de auditoria é uma questão de julgamento profissional. A


descrição de um principal assunto de auditoria visa fornecer uma explicação sucinta e balanceada para permitir que
os usuários previstos das demonstrações contábeis entendam por que o assunto foi de maior importância na

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auditoria e de que maneira ele foi tratado na auditoria. Limitar o uso de termos altamente técnicos de auditoria
também ajuda os usuários previstos, sem conhecimento razoável de auditoria, a entenderem a base do foco do
auditor em determinados assuntos durante a auditoria. A natureza e a extensão das informações fornecidas pelo
auditor devem ser balanceadas no contexto das responsabilidades de cada parte (por exemplo, para que o auditor
forneça informações úteis de maneira concisa e compreensível, sem assumir incorretamente a função de fornecedor
das informações originais sobre a entidade).

Informações originais são todas as informações sobre a entidade que ainda não estão disponíveis publicamente (por
exemplo, informações não incluídas nas demonstrações contábeis ou em outras informações disponíveis na data do
relatório do auditor, assim como aquelas não abordadas em outras comunicações verbais ou escritas da
administração ou dos responsáveis pela governança, como no caso de anúncio preliminar de informações contábeis
ou comunicações a investidores). Essas informações são de responsabilidade da administração e dos responsáveis
pela governança da entidade.

O auditor deve evitar descrever de forma inapropriada um principal assunto de auditoria, fornecendo informações
originais sobre a entidade. A descrição de um principal assunto de auditoria geralmente não é, por si mesma, uma
informação original sobre a entidade, já que descreve o assunto no contexto da auditoria. No entanto, o auditor
pode considerar necessário incluir informações adicionais para explicar por que o assunto foi considerado de maior
importância na auditoria e, dessa forma, considerado como principal assunto de auditoria, e como ele foi abordado
na auditoria, desde que a divulgação dessas informações não seja proibida por lei ou regulamento. Se o auditor
determinar que essas informações são necessárias, ele pode recomendar que a administração ou os responsáveis
pela governança divulguem mais informações, em vez de ele fornecer informações originais em seu relatório.
A administração ou os responsáveis pela governança podem decidir incluir, nas demonstrações contábeis ou no
relatório anual, divulgações novas ou aprimoradas relativas a um principal assunto de auditoria, tendo em vista que o
assunto será comunicado no relatório do auditor. Essas divulgações novas ou aprimoradas podem ser apresentadas,
por exemplo, para fornecer informações mais robustas sobre a sensibilidade das principais premissas usadas nas
estimativas contábeis ou sobre a justificativa da entidade para adotar determinada prática ou política contábil
quando há alternativas aceitáveis de acordo com a estrutura aplicável de relatórios financeiros.

A NBC TA 720 – Responsabilidade do Auditor em Relação a Outras Informações, itens 12(a) e A1 a A3, define o termo
“relatório anual” e explica que documentos como o relatório da administração, o comentário da administração, a
revisão operacional e financeira ou os relatórios de natureza semelhante dos responsáveis pela governança (por
exemplo, relatório do conselho de administração), a mensagem do presidente, a mensagem da governança
corporativa, ou os relatórios de controles internos e de avaliação de risco podem fazer parte do relatório anual.

A mesma NBC TA 720 trata das responsabilidades do auditor relacionadas com as outras informações incluídas no
relatório anual. Embora a opinião do auditor sobre as demonstrações contábeis não cubra as outras informações, o

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auditor pode considerar essas informações, bem como outras comunicações disponibilizadas para o público pela
entidade ou por outras fontes confiáveis, ao elaborar a descrição de um principal assunto de auditoria.

A documentação preparada durante a auditoria também pode ser útil para o auditor elaborar a descrição de um
principal assunto de auditoria. Por exemplo, comunicações por escrito, ou a documentação do auditor de
comunicações verbais com os responsáveis pela governança e outros documentos de auditoria proporcionam uma
base útil para a comunicação do auditor em seu relatório. Isso ocorre porque a documentação de auditoria, de
acordo com a NBC TA 230, visa tratar de assuntos significativos que surgiram durante a auditoria; das conclusões
alcançadas a respeito delas; e dos julgamentos profissionais significativos exercidos para chegar a essas conclusões.
Além disso, serve como registro da natureza; da época e da extensão dos procedimentos de auditoria executados;
dos resultados desses procedimentos; e das evidências de auditoria obtidas. Essa documentação pode ajudar o
auditor a elaborar a descrição dos principais assuntos de auditoria que explique a importância do assunto.

Referência ao local onde o assunto está divulgado nas demonstrações contábeis

A descrição de cada principal assunto de auditoria deve detalhar cada detalhe por que o auditor considerou aquele
assunto como de maior importância na auditoria e como o assunto foi tratado durante a auditoria. Dessa forma, a
descrição dos principais assuntos de auditoria não é mera reiteração do que foi divulgado nas demonstrações
contábeis. Entretanto, a referência às divulgações relacionadas permite aos usuários previstos entenderem melhor
como a administração tratou o assunto ao elaborar as demonstrações contábeis.

Adicionalmente à referência à divulgação relacionada, o auditor pode chamar a atenção para os principais aspectos.
A extensão da divulgação pela administração de aspectos ou fatores específicos relacionados a como determinado
assunto impacta as demonstrações contábeis do período corrente pode ajudar o auditor a ressaltar aspectos
específicos da maneira como o assunto foi tratado na auditoria, de tal forma que os usuários possam entender por
que o assunto é um principal assunto de auditoria. Por exemplo:

- quando a entidade faz divulgação detalhada sobre as estimativas contábeis, o auditor pode chamar a atenção para
a divulgação das principais premissas, bem como o alcance dos possíveis resultados e de outras divulgações
qualitativas e quantitativas relativas às principais fontes de incerteza de estimativa ou às estimativas contábeis
críticas, dentro de sua explicação da razão de aquele assunto figurar entre os de maior importância e como foi
tratado na auditoria;

- quando o auditor conclui, de acordo com a NBC TA 570, que não existe incerteza relevante a respeito de fatos ou
condições capazes de levantar dúvida significativa quanto à capacidade de a entidade manter sua continuidade
operacional, o auditor pode, mesmo assim, determinar que um ou mais assuntos relativos a essa conclusão,
decorrentes dos procedimentos aplicados, de acordo com a NBC TA 570, são principais assuntos de auditoria. Nesses
casos, a descrição dos principais assuntos de auditoria no relatório do auditor pode incluir aspectos dos eventos

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identificados ou condições divulgadas nas demonstrações contábeis, tais como prejuízos operacionais relevantes,
linhas de crédito disponíveis e possível refinanciamento da dívida, ou não cumprimento de contratos de empréstimo,
e os correspondentes fatores de mitigação.

(a) o motivo pelo qual o assunto foi considerado como um dos mais significativos na auditoria e, portanto, determinado
como principal assunto de auditoria;

A descrição de um principal assunto de auditoria no relatório do auditor destina-se a fornecer esclarecimentos sobre
por que o assunto foi considerado um principal assunto de auditoria. Consequentemente, os requisitos dos itens 9 e
10 e a aplicação dos itens A12 a A29, relativos à determinação dos principais assuntos de auditoria, também podem
ser úteis para o auditor, ao considerar de que maneira esses assuntos devem ser comunicados em seu relatório. Por
exemplo, é provável que seja de interesse dos usuários previstos a explicação dos fatores que levaram o auditor a
concluir que determinado assunto exigiu atenção significativa e foi da maior importância na auditoria.

A relevância das informações para os usuários previstos é uma consideração que o auditor deve fazer ao determinar
o que incluir na descrição de um principal assunto de auditoria. Essa consideração pode incluir se a descrição
permitiria um melhor entendimento da auditoria e dos julgamentos do auditor.

Relacionar um assunto diretamente a circunstâncias específicas da entidade pode ajudar a minimizar a possibilidade
de que essas descrições fiquem excessivamente padronizadas e se tornem menos úteis com o tempo. Por exemplo,
pode-se determinar que alguns assuntos são os principais assuntos de auditoria para certa atividade entre entidades
de determinado setor devido às circunstâncias desse setor ou à complexidade dos relatórios financeiros. Ao
descrever por que considerou o assunto como de maior importância, pode ser útil para o auditor ressaltar aspectos
específicos da entidade (por exemplo, circunstâncias que influenciaram os julgamentos exercidos nas
demonstrações contábeis do período corrente) para tornar a descrição mais relevante para os usuários previstos.
Isso também pode ser importante ao descrever um principal assunto de auditoria que se repete de um período para
outro.

As descrições também podem fazer referência às principais considerações que levaram o auditor, nas circunstâncias
da auditoria, a determinar que o assunto é da maior importância, por exemplo:

- condições econômicas que afetaram a capacidade do auditor na obtenção de evidências de auditoria, como, por
exemplo, mercados sem liquidez para alguns instrumentos financeiros;

- políticas contábeis novas ou emergentes, envolvendo, por exemplo, assuntos específicos da entidade ou do seu
setor, sobre as quais a equipe de trabalho fez consultas dentro da firma;

- mudanças na estratégia ou no modelo de negócios que tiveram efeito relevante sobre as demonstrações contábeis

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(b) como o assunto foi tratado na auditoria das demonstrações contábeis.

A quantidade de detalhes a ser fornecida no relatório do auditor para descrever o tratamento dado a um principal
assunto de auditoria é questão de julgamento profissional. Para explicar como o assunto foi tratado na auditoria, , o
auditor pode descrever:

- os aspectos mais relevantes da resposta ou abordagem do auditor ao assunto ou específicos ao risco avaliado de
distorção relevante;

- a visão geral dos procedimentos executados;

- a indicação do resultado dos procedimentos do auditor; ou

- as principais observações relativas ao assunto, ou alguma combinação desses elementos.

Lei ou regulamento pode prescrever a forma ou o conteúdo específico para a descrição do assunto ou
especificar a inclusão de um, ou mais, dos elementos

Para que os usuários previstos entendam a importância de um principal assunto de auditoria no contexto da
auditoria das demonstrações contábeis tomadas em conjunto, bem como a relação entre os principais assuntos de
auditoria e outros elementos do relatório do auditor, inclusive a opinião, pode ser necessário atentar para que a
redação desses assuntos:
- não implique que o assunto não tenha sido apropriadamente solucionado pelo auditor ao formar sua opinião sobre
as demonstrações contábeis;

- mencione diretamente as circunstâncias específicas da entidade, evitando redação genérica ou padronizada;

- leve em conta como o assunto foi divulgado nas demonstrações contábeis, se divulgado;

- não contenha nem implique opiniões distintas sobre elementos separados das demonstrações contábeis.

A descrição de aspectos da resposta do auditor ou da sua abordagem ao assunto, sobretudo quando tiver exigido
significativa adaptação aos fatos e circunstâncias da entidade, pode ajudar os usuários previstos a entenderem
circunstâncias não usuais e julgamentos significativos do auditor exigidos para responder ao risco de distorção
relevante. Além disso, a abordagem de auditoria em período específico pode ter sido influenciada por circunstâncias
específicas aplicáveis à entidade, condições econômicas ou eventos no setor. Também pode ser útil ao auditor fazer
referência à natureza e à extensão das comunicações com os responsáveis pela governança sobre o assunto.

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Para exemplificar, na descrição da abordagem de auditoria para estimativa contábil que apresenta alta incerteza de
estimativa, como a avaliação de instrumentos financeiros complexos, o auditor pode querer ressaltar que contratou
especialista. Essa referência ao uso de especialista não diminui a responsabilidade do auditor pela opinião sobre as
demonstrações contábeis e, portanto, não entra em conflito com os itens 14 e 15 da NBC TA 620 – Utilização do
Trabalho de Especialistas.

Ao descrever os procedimentos de auditoria, principalmente em áreas complexas e que exijam julgamento, pode ser
difícil resumir os procedimentos executados de maneira sucinta, comunicando adequadamente a natureza e a
extensão da resposta do auditor aos riscos avaliados de distorção relevante. Não obstante, o auditor pode considerar
necessário descrever alguns procedimentos executados para comunicar como o assunto foi tratado na auditoria.
Essa descrição pode ser tipicamente em nível elevado, sem incluir detalhes dos procedimentos.

O auditor também pode fornecer indicação do resultado dos seus procedimentos na descrição do principal assunto
de auditoria no seu relatório. Contudo, se isso for feito, é preciso tomar cuidado para evitar que se dê a impressão de
que a descrição transmite opinião separada sobre um principal assunto de auditoria específico ou que coloque em
dúvida, sob qualquer aspecto, a opinião do auditor sobre as demonstrações contábeis tomadas em conjunto.

Circunstâncias em que o assunto, considerado como


principal assunto de auditoria, não é comunicado no
relatório do auditor
O auditor deve descrever cada um dos principais assuntos de auditoria em seu relatório, a menos que:

É extremamente raro um assunto considerado principal assunto de auditoria não ser comunicado no relatório do
auditor. Isso ocorre porque se supõe que seja de interesse público dar maior transparência sobre a auditoria aos
usuários previstos. Assim, a decisão de não comunicar um principal assunto de auditoria somente é apropriada
quando as consequências adversas para a entidade ou para o público, como resultado dessa comunicação, forem
consideradas tão significativas que superariam os benefícios de interesse público da comunicação do assunto.

A decisão de não comunicar um principal assunto de auditoria leva em conta os fatos e circunstâncias relacionados
ao assunto. A comunicação à administração e aos responsáveis pela governança ajuda o auditor a entender a visão
da administração sobre a importância das consequências adversas que poderiam advir da comunicação de
determinado assunto. Em particular, a comunicação à administração e aos responsáveis pela governança contribui
para fundamentar o julgamento do auditor ao decidir se comunica, ou não, o assunto, na medida em que:

- ajuda o auditor a entender por que a entidade não divulgou publicamente o assunto (por exemplo, se lei,
regulamento ou estrutura de relatórios financeiros permitirem a divulgação posterior ou a não divulgação do

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assunto) e, também, a visão da administração sobre as eventuais consequências adversas da divulgação. A


administração pode chamar a atenção para alguns aspectos da lei ou de regulamentos que podem ser relevantes
para a consideração das consequências negativas (por exemplo, que podem incluir prejuízos às negociações
comerciais ou à posição competitiva da entidade). No entanto, a visão da administração isoladamente não elimina a
necessidade de que o auditor determine se seria possível esperar, dentro do razoável, que as consequências adversas
superariam os benefícios de interesse público da comunicação, de acordo com o item 14(b);

- destaca se houve comunicações com as autoridades competentes sobre o assunto, sobretudo se tais comunicações
parecerem confirmar a afirmação da administração quanto à não adequação da divulgação pública do assunto;

- possibilita ao auditor, quando apropriado, estimular a administração e os responsáveis pela governança a


divulgarem publicamente informações pertinentes ao assunto. Em particular, isso pode ser possível se as
preocupações da administração e dos responsáveis pela governança quanto à comunicação se limitarem a aspectos
específicos do assunto, de tal forma que algumas informações podem ser menos sensíveis e poderiam ser
comunicadas.

O auditor também pode considerar necessário obter representação por escrito da administração explicitando por
que a divulgação do assunto não é apropriada, incluindo a visão da administração sobre a importância das
consequências adversas que podem advir dessa comunicação.

Também pode ser necessário que o auditor considere as implicações da comunicação do assunto considerado como
principal assunto de auditoria em vista dos requisitos éticos relevantes pertinentes. Além disso, o auditor pode ser
obrigado, por lei ou regulamento, a comunicar às autoridades competentes o assunto, independentemente de ser
ou não comunicado no relatório do auditor. Essa comunicação também pode ser útil para fundamentar a
consideração, pelo auditor, das consequências adversas que podem advir da comunicação do assunto.

A decisão de não comunicar o assunto é complexa e envolve julgamento significativo do auditor. Dessa forma, ele
pode julgar apropriado obter opinião legal

(a) lei ou regulamento proíba a divulgação pública do assunto; ou

Lei ou regulamento pode proibir a divulgação pública, pela administração ou pelo auditor, de assunto específico
considerado um principal assunto de auditoria. Por exemplo, lei ou regulamento pode proibir, especificamente,
qualquer comunicação pública capaz de prejudicar a investigação da autoridade competente sobre ato ilegal real ou
suspeita de ato ilegal (por exemplo, assuntos que são ou aparentam ser relacionados com lavagem de dinheiro).

(b) nos casos extremamente raros, em que o auditor conclua que o assunto não deva ser comunicado no seu relatório
porque as consequências negativas de tal divulgação poderiam, dentro de uma perspectiva razoável, superar os

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benefícios da comunicação para o interesse público. Essa conclusão não se aplica se a entidade tiver prestado
informações públicas sobre o assunto.

Interação entre as descrições dos principais assuntos de


auditoria e outros elementos, cuja inclusão no relatório
do auditor é requerida
O assunto que dê origem à opinião modificada, de acordo com a NBC TA 705, ou a uma incerteza relevante relativa a
fatos ou a condições capazes de levantar dúvida significativa quanto à capacidade de continuidade operacional da
entidade, de acordo com a NBC TA 570, são, por natureza, principais assuntos de auditoria. No entanto, nessas
circunstâncias, tais assuntos não devem ser descritos na seção “Principais assuntos de auditoria” do relatório do
auditor. Em vez disso, o auditor deve:
(a) relatar os assuntos de acordo com as NBCs TA aplicáveis; e

(b) incluir, na seção “Principais assuntos de auditoria”, uma referência à seção “Base para opinião com ressalva (ou
adversa)” ou à seção “Incerteza relevante quanto à continuidade operacional”.

Quando o auditor emite opinião com ressalva ou adversa de acordo com a NBC TA 705, o assunto que deu origem à
opinião modificada deve ser explicitado na seção Base da opinião com ressalva ou opinião adversa, contribuindo
para que os usuários previstos entendam e identifiquem tais circunstâncias quando elas ocorrem. A apresentação
separada desse assunto em relação à comunicação dos outros principais assuntos de auditoria, descritos em seção
específica do relatório com o título “Principais assuntos de auditoria”, proporciona ao primeiro assunto (que
requereu modificação na opinião) o destaque adequado no relatório.

O Apêndice da NBC TA 705 inclui exemplos ilustrativos da forma como a redação da introdução na seção “Principais
assuntos de auditoria” é afetada na situação em que o auditor emite opinião com ressalva ou adversa e o seu
relatório apresenta também os principais assuntos de auditoria. O item A58 ilustra de que forma a seção “Principais
assuntos de auditoria” é apresentada quando o auditor tiver concluído que não existem outros principais assuntos de
auditoria a serem comunicados no seu relatório, além daqueles tratados na seção “Base da opinião com ressalva ou
adversa” ou na seção “Incerteza relevante quanto à continuidade operacional” do seu relatório.

Quando o auditor emite uma opinião com ressalva ou adversa, a comunicação dos outros principais assuntos de
auditoria continua sendo importante para aumentar o entendimento da auditoria pelos usuários previstos e,
portanto, aplicam-se os requisitos para determinar os principais assuntos de auditoria. No entanto, como uma
opinião adversa é emitida nos casos em que o auditor tiver concluído que as distorções, individualmente ou em
conjunto, são relevantes e generalizadas nas demonstrações contábeis:
- dependendo da importância do assunto que tiver dado origem à opinião adversa, o auditor pode determinar que
nenhum outro assunto é principal assunto de auditoria. Nesses casos, aplica-se o requisito do item 15 (ver item A58);

- se ficar determinado que um ou mais assuntos, além daquele que deu origem à opinião adversa, são principais
assuntos de auditoria, é particularmente importante que a descrição desses outros principais assuntos de auditoria

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não implique que as demonstrações contábeis tomadas em conjunto sejam mais fidedignas com relação a esses
assuntos do que seria apropriado às circunstâncias, tendo em conta a opinião adversa.

Forma e conteúdo da seção “Principais assuntos de


auditoria” em outras circunstâncias
Se o auditor determinar, dependendo dos fatos e circunstâncias pertinentes à entidade e à auditoria, que não existem
assuntos a serem reportados como “Principais assuntos de auditoria” ou que os únicos principais assuntos de auditoria
comunicados são aqueles que determinam a mudança da opinião do auditor, ele deve incluir uma declaração nesse
sentido em seção separada do seu relatório, sob o título “Principais assuntos de auditoria”.

Quando o auditor tiver concluído que não há principais assuntos de auditoria a serem comunicados, a seguinte
redação pode ser utilizada em seu relatório:

Com exceção do assunto descrito na seção Base para opinião com ressalva (adversa ou incerteza relevante quanto à
continuidade operacional), não existem [outros] principais assuntos de auditoria a comunicar em nosso relatório.

A determinação dos principais assuntos de auditoria envolve julgamento sobre a importância relativa dos assuntos
que exigiram atenção significativa do auditor. Portanto, pode ser raro que o auditor de entidade listada não
identifique pelo menos um assunto que seja considerado como principal assunto de auditoria, entre os assuntos
comunicados aos responsáveis pela governança, a ser incluído no relatório do auditor. Contudo, em alguns poucos
casos (por exemplo, entidade listada com operações muito reduzidas), o auditor pode determinar que não há
principais assuntos de auditoria de acordo com o item 10, porque nenhum assunto exigiu sua atenção significativa.

Comunicação aos responsáveis pela governança


O auditor deve comunicar aos responsáveis pela governança:

(a) os assuntos que ele tiver considerado como sendo principais assuntos de auditoria; ou

(b) se aplicável, dependendo dos fatos e circunstâncias pertinentes à entidade e à auditoria, a determinação do auditor
de que não existem principais assuntos de auditoria a serem comunicados no seu relatório sobre as demonstrações
contábeis.

Requer-se que o auditor se comunique em tempo hábil com os responsáveis pela governança. A época apropriada
para comunicações sobre os principais assuntos de auditoria varia de acordo com as circunstâncias do trabalho. No
entanto, o auditor pode comunicar seu entendimento preliminar sobre os principais assuntos de auditoria ao discutir
o alcance planejado e a época da auditoria e pode voltar a discutir esses assuntos ao comunicar as suas conclusões.
Esse procedimento pode ajudar a minimizar os desafios práticos de manter uma comunicação robusta e recíproca
sobre os principais assuntos de auditoria quando as demonstrações contábeis estiverem finalizadas para emissão.

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A comunicação com os responsáveis pela governança permite tomar conhecimento dos principais assuntos de
auditoria que o auditor pretende comunicar em seu relatório, além de proporcionar a oportunidade de obter maiores
esclarecimentos, quando necessário. O auditor pode considerar útil fornecer aos responsáveis pela governança uma
minuta do seu relatório para facilitar essa discussão. A comunicação com os responsáveis pela governança
reconhece o papel importante que eles exercem na supervisão do processo de relatórios financeiros e proporciona a
oportunidade de entender a base das decisões do auditor relacionadas aos principais assuntos de auditoria e de que
maneira tais assuntos serão descritos no relatório do auditor. Essa comunicação também permite que os
responsáveis pela governança avaliem se divulgações novas ou aprimoradas seriam úteis, tendo em vista que os
assuntos serão comunicados no relatório do auditor.

A comunicação com os responsáveis pela governança requerida pelo item 17(a) também aborda os casos
extremamente raros nos quais um assunto considerado como principal assunto de auditoria não é comunicado no
relatório do auditor.

A comunicação com os responsáveis pela governança, requerida no item 17(b), quando o auditor tiver concluído que
não existem principais assuntos de auditoria a serem comunicados em seu relatório pode constituir uma
oportunidade para que o auditor mantenha discussões adicionais com outras pessoas familiarizadas com a auditoria
e com assuntos significativos que possam ter surgido (incluindo o revisor de controle de qualidade do trabalho, se
tiver sido nomeado). Essas discussões podem levar o auditor a reavaliar sua conclusão de que não existem principais
assuntos de auditoria.

Documentação
Nos termos da NBC TA 230 – Documentação de Auditoria, o auditor deve incluir na documentação da auditoria:

Requer-se que o auditor elabore documentação de auditoria suficiente para permitir que um auditor experiente, sem
envolvimento anterior com a auditoria, entenda, entre outros aspectos, os julgamentos profissionais significativos.
No contexto dos principais assuntos de auditoria, esses julgamentos profissionais incluem a determinação, entre os
assuntos comunicados aos responsáveis pela governança, daqueles que exigiram atenção significativa do auditor,
bem como dos que são, ou não, um principal assunto de auditoria. Os julgamentos do auditor a esse respeito
provavelmente serão suportados pela documentação de suas comunicações aos responsáveis pela governança e
pela documentação de auditoria relativa a cada assunto individualmente, bem como por outras documentações de
auditoria de assuntos significativos que surgiram durante a auditoria (por exemplo, memorando de finalização do
trabalho). No entanto, esta norma não exige que o auditor documente a razão pela qual outros assuntos
comunicados aos responsáveis pela governança não eram assuntos que exigissem atenção significativa do auditor.

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(a) a descrição dos assuntos que exigiram atenção significativa do auditor, de acordo com o item 9, e a justificativa da
sua conclusão quanto ao fato de esses assuntos serem, ou não, considerados como “principal assunto de auditoria”;
(b) quando aplicável, a justificativa da conclusão do auditor de que não existem principais assuntos de auditoria a
comunicar no seu relatório ou de que os principais assuntos de auditoria deem origem a uma opinião modificada; e
(c) quando aplicável, a justificativa da conclusão do auditor de não comunicar, em seu relatório, um assunto
considerado como sendo principal assunto de auditoria.

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NBC TA 705
A NBC TA 701 trata da responsabilidade do auditor de emitir um relatório apropriado nas circunstâncias em que, ao
formar uma opinião sobre as demonstrações contábeis de acordo com a NBC TA 700 – Formação da Opinião e Emissão
do Relatório do Auditor Independente sobre as Demonstrações Contábeis, o auditor conclui que é necessária uma
modificação em sua opinião sobre as demonstrações contábeis.
A NBC TA 701 também trata de como a forma e o conteúdo do relatório do auditor são afetados quando o auditor
expressa uma opinião modificada. Em todos os casos, os requisitos de apresentação de relatórios referidos na NBC TA
700 se aplicam e não estão repetidos nesta norma a menos que estejam explicitamente tratados ou sejam alterados
pelos requisitos desta norma.

Tipos de opinião modificada


A NBC TA 701 estabelece três tipos de opiniões modificadas, a saber: “Opinião com ressalva”, “Opinião adversa” e
“Abstenção de opinião”. A decisão sobre que tipo de opinião modificada é apropriada depende:
(a) da natureza do assunto que deu origem à modificação, ou seja, se as demonstrações contábeis apresentam
distorção relevante ou, no caso de impossibilidade de se obter evidência de auditoria apropriada e suficiente, podem
apresentar distorção relevante; e
(b) do julgamento do auditor sobre a disseminação de forma generalizada dos efeitos ou possíveis efeitos do assunto
nas demonstrações contábeis.
A Tabela a seguir mostra como o julgamento do auditor sobre a natureza do assunto que dá origem à modificação e à
disseminação de forma generalizada dos seus efeitos ou possíveis efeitos sobre as demonstrações contábeis afeta o
tipo de opinião a ser expressa:

Objetivo
O objetivo do auditor é expressar claramente uma “Opinião modificada” de forma apropriada sobre as demonstrações
contábeis, que é necessária quando o auditor:
(a) conclui, com base em evidência de auditoria obtida, que as demonstrações contábeis como um todo apresentam
distorções relevantes; ou
(b) não consegue obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para concluir que as demonstrações contábeis
como um todo não apresentam distorções relevantes.

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Definições importantes
Para fins das normas de auditoria, os termos a seguir têm os seguintes significados a eles atribuídos:

(a) Generalizado é o termo usado, no contexto de distorções, para descrever os efeitos de distorções sobre as
demonstrações contábeis ou os possíveis efeitos de distorções sobre as demonstrações contábeis, se houver, que não
são detectados devido à impossibilidade de se obter evidência de auditoria apropriada e suficiente. Efeitos
generalizados sobre as demonstrações contábeis são aqueles que, no julgamento do auditor:
(i) não estão restritos aos elementos, contas ou itens específicos das demonstrações contábeis;

(ii) se estiverem restritos, representam ou poderiam representar parcela substancial das demonstrações contábeis; ou

(iii) em relação às divulgações, são fundamentais para o entendimento das demonstrações contábeis pelos usuários;

(b) Opinião modificada compreende “Opinião com ressalva”, “Opinião adversa” ou “Abstenção de opinião” sobre as
demonstrações contábeis.

Circunstâncias em que é necessário modificar a opinião


do auditor
O auditor deve modificar a opinião no seu relatório quando:

(a) conclui, com base na evidência de auditoria obtida, que as demonstrações contábeis como um todo apresentam
distorções relevantes; ou

Requer-se que o auditor, ao formar uma opinião sobre as demonstrações contábeis, conclua se foi obtida segurança
razoável de que as demonstrações contábeis, como um todo, estão livres de distorções relevantes. Essa conclusão
leva em consideração a avaliação do auditor de distorções não corrigidas, se houver, nas demonstrações contábeis.

A NBC TA 450 define distorção como a diferença entre o valor, a classificação, a apresentação ou a divulgação de
item informado nas demonstrações contábeis e o valor, a classificação, a apresentação ou a divulgação necessários
para que o item esteja de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. Consequentemente, pode surgir
distorção relevante nas demonstrações contábeis em relação à:

(a) adequação das políticas contábeis selecionadas;

(b) aplicação das políticas contábeis selecionadas; ou

(c) adequação das divulgações nas demonstrações contábeis.

Adequação das políticas contábeis selecionadas

Em relação à adequação das políticas contábeis selecionadas pela administração, podem surgir distorções relevantes
nas demonstrações contábeis, por exemplo, quando:

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(a) as políticas contábeis selecionadas não são consistentes com a estrutura de relatório financeiro aplicável;

(b) as demonstrações contábeis não descrevem corretamente a política contábil relativa a item significativo no
balanço patrimonial, nas demonstrações do resultado, do resultado abrangente, das mutações do patrimônio líquido
ou dos fluxos de caixa; ou

(c) as demonstrações contábeis não representam ou não divulgam as transações e eventos subjacentes de modo a
alcançar uma apresentação adequada.

As estruturas de relatório financeiro incluem, frequentemente, requisitos para a contabilização e a divulgação de


mudanças nas políticas contábeis. Se a entidade mudou políticas contábeis significativas, uma distorção relevante
nas demonstrações contábeis pode surgir quando a entidade não tiver cumprido esses requisitos.

Aplicação de políticas contábeis selecionadas

Em relação à aplicação das políticas contábeis selecionadas, podem surgir distorções relevantes nas demonstrações
contábeis:
(a) quando a administração não tiver aplicado as políticas contábeis selecionadas de maneira consistente com a
estrutura de relatório financeiro, incluindo quando a administração não tiver aplicado as políticas contábeis
selecionadas de maneira consistente entre períodos ou para transações e eventos similares (consistência na
aplicação); ou

(b) devido ao método de aplicação das políticas contábeis selecionadas (por exemplo, erro não intencional na
aplicação).

Adequação da divulgação nas demonstrações contábeis

Em relação à adequação das divulgações nas demonstrações contábeis, podem surgir distorções relevantes nas
demonstrações contábeis quando:

(a) as demonstrações contábeis não incluem todas as divulgações exigidas pela estrutura de relatório financeiro
aplicável;

(b) as divulgações nas demonstrações contábeis não estão apresentadas de acordo com a estrutura de relatório
financeiro aplicável; ou

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(c) as demonstrações contábeis não fornecem as divulgações adicionais necessárias para alcançar uma apresentação
adequada, além das divulgações especificamente exigidas pela estrutura de relatório financeiro aplicável.

(b) não consegue obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para concluir que as demonstrações contábeis
como um todo não apresentam distorções relevantes.

A impossibilidade do auditor de se obter evidência de auditoria apropriada e suficiente (também denominada


limitação no alcance da auditoria) pode ser decorrente de:

(a) circunstâncias que estão fora do controle da entidade;

(b) circunstâncias relacionadas com a natureza ou a época do trabalho do auditor; ou

(c) limitações impostas pela administração.

A impossibilidade de executar procedimento específico não constitui limitação no alcance da auditoria se o auditor
conseguir obter evidência de auditoria apropriada e suficiente por meio de procedimentos alternativos. As limitações
impostas pela administração podem ter outras implicações para a auditoria, como, por exemplo, para a avaliação do
auditor sobre riscos de fraude e sua consideração sobre a continuação do trabalho.

Exemplos de circunstâncias que estão fora do controle da entidade incluem:

- registros contábeis da entidade que tenham sido destruídos;

- registros contábeis de componente significativo que tenham sido apreendidos indefinidamente por autoridades
governamentais.
Exemplos de circunstâncias relacionadas com a natureza ou a época do trabalho do auditor incluem quando:

- a entidade deve usar o método da equivalência patrimonial para entidade coligada e o auditor não consegue obter
evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre as informações contábeis dessa coligada para avaliar se o
método da equivalência patrimonial foi aplicado de forma adequada;

- a nomeação do auditor é feita na época em que o auditor não consegue acompanhar a contagem física dos
estoques;

- o auditor determina que somente a execução de procedimentos substantivos não é suficiente, porém os controles
da entidade não são eficazes.

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Exemplos de impossibilidade de se obter evidência de auditoria apropriada e suficiente decorrente de limitação no


alcance da auditoria imposta pela administração incluem quando:

- a administração não permite que o auditor acompanhe a contagem física dos estoques;

- a administração não permite que o auditor solicite confirmação externa de saldos contábeis específicos.

Determinação do tipo de modificação na opinião do


auditor
Opinião com ressalva
O auditor deve expressar uma “Opinião com ressalva” quando:

(a) ele, tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou em
conjunto, são relevantes, mas não generalizadas nas demonstrações contábeis; ou
(b) não é possível para ele obter evidência apropriada e suficiente de auditoria para fundamentar sua opinião, mas ele
conclui que os possíveis efeitos de distorções não detectadas sobre as demonstrações contábeis, se houver, poderiam
ser relevantes, mas não generalizados.

Opinião adversa
O auditor deve expressar uma “Opinião adversa” quando, tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente,
conclui que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes e generalizadas para as demonstrações
contábeis.

Abstenção de opinião
O auditor deve se abster de expressar uma opinião quando não consegue obter evidência de auditoria apropriada e
suficiente para fundamentar sua opinião e ele concluir que os possíveis efeitos de distorções não detectadas sobre as
demonstrações contábeis, se houver, poderiam ser relevantes e generalizados.
O auditor deve se abster de expressar uma opinião quando, em circunstâncias extremamente raras envolvendo diversas
incertezas, concluir que, independentemente de ter obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre cada
uma das incertezas, não é possível expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis devido à possível
interação das incertezas e seu possível efeito cumulativo sobre essas demonstrações contábeis.

Consequência da impossibilidade de se obter evidência de


auditoria apropriada e suficiente devido à limitação
imposta pela administração depois da aceitação do
trabalho pelo auditor
Se, depois de aceitar o trabalho, o auditor tomar conhecimento que a administração impôs uma limitação ao alcance da
auditoria que tem, segundo ele, probabilidade de resultar na necessidade de expressar uma “Opinião com ressalva” ou
abster-se de expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis, o auditor deve solicitar que a administração
retire a limitação.

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No caso de a administração se recusar a retirar a limitação mencionada no item 11, o auditor deve comunicar o assunto
aos responsáveis pela governança, a menos que todos os responsáveis pela governança estejam envolvidos na
administração da entidade, assim como determinar se é possível executar procedimentos alternativos para obter
evidência de auditoria apropriada e suficiente.
Se o auditor não conseguir obter evidência de auditoria apropriada e suficiente, ele deve determinar as implicações
como segue:
(a) se concluir que os possíveis efeitos de distorções não detectadas sobre as demonstrações contábeis, se houver,
poderiam ser relevantes, mas não generalizados, o auditor deve emitir uma “Opinião com ressalva”; ou
(b) se concluir que os possíveis efeitos de distorções não detectadas sobre as demonstrações contábeis, se houver,
poderiam ser relevantes e generalizados de modo que uma ressalva na opinião seria inadequada para comunicar a
gravidade da situação, o auditor deve:
(i) renunciar ao trabalho de auditoria, quando praticável e possível de acordo com leis ou regulamentos aplicáveis; ou

A viabilidade de renunciar ao trabalho de auditoria pode depender do estágio de execução do trabalho na época em
que a administração impõe a limitação de alcance. No caso de o auditor ter concluído parte significativa da auditoria,
ele pode decidir concluir a auditoria na medida do possível, abster-se de expressar uma opinião e explicar a limitação
de alcance na seção “Base para abstenção de opinião” em vez de renunciar.

(ii) se a renúncia ao trabalho de auditoria antes da emissão do seu relatório não for praticável ou possível, abster-se de
expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis.

Em certas circunstâncias, pode não ser possível ao auditor renunciar ao trabalho de auditoria, se for exigido por lei
ou regulamento que ele continue esse trabalho. Esse pode ser o caso do auditor nomeado para auditar as
demonstrações contábeis de entidade do setor público. Pode também ser o caso em situações em que o auditor é
nomeado para auditar as demonstrações contábeis que cobrem um período específico, ou em que é nomeado por
período específico e seja proibido renunciar antes da conclusão da auditoria dessas demonstrações contábeis, ou
antes do final do referido período, respectivamente. O auditor pode também considerar necessário incluir um
parágrafo de outros assuntos no relatório do auditor.

Se o auditor renunciar ao trabalho de auditoria, antes da renúncia, ele deve comunicar aos responsáveis pela
governança quaisquer assuntos relativos a distorções identificadas durante a auditoria que dariam origem a uma
opinião modificada.

Quando o auditor concluir que a renúncia ao trabalho de auditoria é necessária em decorrência de limitação no
alcance, pode haver exigência profissional, legal ou regulatória para que o auditor comunique os assuntos
relacionados à renúncia ao trabalho de auditoria às agências reguladoras ou aos proprietários da entidade.

Outras considerações relativas à “Opinião adversa” ou


“Abstenção de opinião”

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Quando o auditor considera necessário expressar uma “Opinião adversa” ou abster-se de expressar opinião sobre as
demonstrações contábeis como um todo, o seu relatório não deve incluir, também, uma opinião não modificada com
relação à mesma estrutura de relatório financeiro sobre quadro isolado das demonstrações contábeis ou sobre um ou
mais elementos, contas ou itens específicos da demonstração contábil.
A inclusão de uma opinião não modificada no mesmo relatório, nessas circunstâncias, contrariaria a “Opinião adversa”
ou a “Abstenção de opinião” do auditor sobre as demonstrações contábeis como um todo.
A NBC TA 805 – Considerações Especiais – Auditoria de Quadros Isolados das Demonstrações Contábeis e de
Elementos, Contas ou Itens Específicos das Demonstrações Contábeis trata das circunstâncias em que o auditor é
contratado para expressar uma opinião separada sobre um ou mais elementos, contas ou itens específicos de
demonstração contábil.

Forma e conteúdo do relatório do auditor com opinião


modificada
Opinião do auditor
Quando o auditor modifica sua opinião, ele deve usar, na seção “Opinião”, o título “Opinião com ressalva”, “Opinião
adversa” ou “Abstenção de opinião”, conforme apropriado.

Opinião com ressalva


Quando o auditor expressa uma “Opinião com ressalva” devido à distorção relevante nas demonstrações contábeis, ele
deve especificar que, em sua opinião, exceto pelos efeitos dos assuntos descritos na seção “Opinião com ressalva”:
(a) as demonstrações contábeis estão apresentadas adequadamente, em todos os aspectos relevantes (ou apresentam
uma visão verdadeira e justa) [...], de acordo com [a estrutura de relatório financeiro aplicável], quando o relatório é
emitido de acordo com uma estrutura de apresentação adequada; ou
(b) as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com [a estrutura de
relatório financeiro aplicável], quando o relatório é emitido de acordo com uma estrutura de conformidade.
Quando a modificação é decorrente da impossibilidade de se obter evidência de auditoria apropriada e suficiente, o
auditor deve usar a correspondente frase “exceto pelos possíveis efeitos dos assuntos...” para a opinião modificada.

Quando o auditor expressa uma “Opinião com ressalva”, não é apropriado usar frases, como “com a explicação
acima” ou “sujeito a” na seção “Opinião”, pois elas não são suficientemente claras ou enfáticas.

Opinião adversa
Quando o auditor expressa uma “Opinião adversa”, ele deve especificar que, em sua opinião, devido à relevância dos
assuntos descritos na seção “Base para opinião adversa”:
(a) as demonstrações contábeis não estão apresentadas adequadamente (ou não apresentam uma visão verdadeira e
justa) [...], de acordo com [a estrutura de relatório financeiro aplicável], quando o relatório é emitido de acordo com
uma estrutura de apresentação adequada; ou
(b) as demonstrações contábeis não foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com [a estrutura de
relatório financeiro aplicável], quando o relatório é emitido de acordo com uma estrutura de conformidade.

Abstenção de opinião

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Quando o auditor se abstém de expressar uma opinião devido à impossibilidade de se obter evidência de auditoria
apropriada e suficiente, ele deve:
a) especificar que ele não expressa opinião sobre as demonstrações contábeis;

(b) especificar que, devido à relevância dos assuntos descritos na seção “Base para abstenção de opinião”, o auditor não
conseguiu obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar sua opinião de auditoria sobre as
demonstrações contábeis; e
(c) alterar a declaração requerida pelo item 24(b) da NBC TA 700, que indica que as demonstrações contábeis foram
auditadas, para especificar que o auditor foi contratado para auditar as demonstrações contábeis.

Base para opinião


Quando o auditor modifica a opinião sobre as demonstrações contábeis, ele deve, além dos elementos específicos
requeridos pela NBC TA 700:

A consistência no relatório do auditor ajuda a promover o entendimento dos usuários e a identificar circunstâncias
não usuais quando elas ocorrem. Consequentemente, embora a uniformidade na redação de uma opinião
modificada e na descrição das razões para a modificação possa não ser possível, é necessário que haja consistência
na forma e no conteúdo do relatório do auditor.

(a) alterar o título “Base para opiniãopara “Base para opinião com ressalva”, “Base para opinião adversa” ou “Base para
abstenção de opinião”, conforme apropriado; e
(b) nessa seção, incluir a descrição do assunto que deu origem à modificação.

Se houver distorção relevante nas demonstrações contábeis relacionada a valores específicos nessas demonstrações
contábeis (incluindo divulgações quantitativas), o auditor deve incluir na seção “Base para opinião” a descrição e a
quantificação dos efeitos financeiros da distorção, a menos que seja impraticável. Se não for praticável quantificar os
efeitos financeiros, o auditor deve especificar isso na referida seção.

Um exemplo dos efeitos financeiros de distorções relevantes que o auditor pode descrever na seção “Base para
opinião” do seu relatório é a quantificação dos efeitos sobre imposto de renda, lucro antes dos impostos, lucro
líquido e patrimônio líquido, no caso de os estoques estarem superavaliados.

Se houver distorção relevante nas demonstrações contábeis relacionada com as divulgações qualitativas, o auditor
deve incluir na seção “Base para opinião” a explicação sobre como as divulgações estão distorcidas.
Se houver distorção relevante nas demonstrações contábeis relacionada com a não divulgação de informações que
devem ser divulgadas, o auditor deve:
(a) discutir a não divulgação com os responsáveis pela governança;

(b) descrever a natureza da informação omitida na seção “Base para opinião”; e

(c) a menos que proibido por lei ou regulamento, incluir as divulgações omitidas, desde que praticável e que o auditor
tenha obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre a informação omitida.

A divulgação de informações omitidas na seção “Base para opinião” seria impraticável se:

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(a) as divulgações não tiverem sido elaboradas pela administração ou não estiverem prontamente disponíveis para o
auditor; ou
(b) no julgamento do auditor, as divulgações tiverem uma quantidade excessiva de informações em relação ao seu
relatório.

Se a modificação for decorrente da impossibilidade de se obter evidência de auditoria apropriada e suficiente, o auditor
deve incluir as razões dessa impossibilidade na seção “Base para opinião”.
Quando o auditor expressa uma opinião com resalva ou adversa, ele deve alterar a declaração relativa a se a evidência
de auditoria é suficiente e adequada para fundamentar sua opinião, para incluir o termo “com ressalva” ou “adversa”,
conforme apropriado.
Quando o auditor se abstém de expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis, ele não deve incluir os
seguintes elementos:
(a) referência à seção do seu relatório em que são descritas as responsabilidades do auditor; e

(b) declaração quanto a se a evidência de auditoria obtida é apropriada e suficiente para fundamentar a sua opinião.

Mesmo que o auditor tenha emitido uma “Opinião adversa” ou tenha se abstido de expressar uma opinião sobre as
demonstrações contábeis, ele deve descrever na seção “Base para opinião” as razões para quaisquer outros assuntos
que ele está ciente que teriam requerido uma modificação da opinião, assim como os seus respectivos efeitos.

A “Opinião adversa” ou a “Abstenção de opinião” relativa a assunto específico descrito na seção “Base para opinião”
não justifica a omissão da descrição de outros assuntos identificados que teriam, de outra forma, requerido uma
modificação da opinião do auditor. Nesses casos, a divulgação desses outros assuntos que o auditor tem
conhecimento pode ser relevante para os usuários das demonstrações contábeis.

Descrição da responsabilidade pela auditoria das


demonstrações contábeis quando o auditor se abstém de
expressar uma opinião
Quando o auditor se abstém de expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis devido à impossibilidade de
se obter evidência de auditoria apropriada e suficiente, ele deve alterar a descrição das responsabilidades do auditor
requerida pelos itens 39 a 41 da NBC TA 700 para incluir apenas declaração:

Quando o auditor se abstém de expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis, é mais adequado
considerar as seguintes declarações na seção “Responsabilidades do auditor pela auditoria das demonstrações
contábeis” no seu relatório:
declaração alterada para especificar que a responsabilidade do auditor é a de conduzir uma auditoria das
demonstrações contábeis de acordo com as normas de auditoria; e
declaração sobre a independência do auditor e outras responsabilidades éticas

(a) de que a sua responsabilidade é a de conduzir uma auditoria das demonstrações contábeis da entidade de acordo
com as normas de auditoria e a de emitir um relatório de auditoria;

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(b) de que, em decorrência dos assuntos descritos na seção “Base para a abstenção de opinião”, não foi possível obter
evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar uma opinião de auditoria sobre as demonstrações
contábeis; e
(c) sobre a independência do auditor e outras responsabilidades éticas.

Considerações quando o auditor se abstém de expressar


uma opinião sobre as demonstrações contábeis
Exceto se requerido por lei ou regulamento, quando o auditor se abstém de expressar uma opinião sobre as
demonstrações contábeis, o seu relatório não deve incluir a seção “Principais assuntos de auditoria” ou a seção “Outras
informações”.

A indicação das razões para a impossibilidade do auditor de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente na
seção “Base para abstenção de opinião” do seu relatório proporciona informações úteis para que os usuários
entendam por que ele se absteve de expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis e pode também
evitar o uso inapropriado dessas demonstrações. Entretanto, a comunicação de qualquer dos principais assuntos de
auditoria que não sejam os assuntos que dão origem à “Abstenção de opinião” pode sugerir que as demonstrações
contábeis como um todo são mais confiáveis em relação a esses assuntos do que seria apropriado nas circunstâncias
e seria inconsistente com a “Abstenção de opinião” sobre as demonstrações contábeis como um todo.
Da mesma forma, não é apropriado incluir uma seção de “Outras informações”, tratando da consideração do auditor
sobre a consistência das outras informações com as demonstrações contábeis. Dessa forma, o item 29 proíbe que a
seção de “Principais assuntos de auditoria” ou a seção de “Outras informações” seja incluída no relatório do auditor
quando ele se abstém de expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis, a menos que o auditor seja, de
outra forma, requerido por lei ou regulamento a comunicar os principais assuntos de auditoria ou a relatar as outras
informações.

Comunicação com os responsáveis pela governança


Quando o auditor prevê modificar a opinião no seu relatório, ele deve comunicar aos responsáveis pela governança as
circunstâncias que levaram à modificação prevista e o texto proposto da modificação.

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Comunicar aos responsáveis pela governança as circunstâncias que levam a uma modificação prevista na opinião do
auditor e o texto proposto da modificação permite que:
(a) o auditor comunique aos responsáveis pela governança as modificações pretendidas e as razões (ou
circunstâncias) para as modificações;
(b) o auditor busque a concordância dos responsáveis pela governança em relação aos fatos dos assuntos que deram
origem às modificações previstas, ou confirme assuntos que estejam em desacordo com a administração; e
(c) os responsáveis pela governança tenham a oportunidade, quando apropriado, de fornecer ao auditor informações
e explicações adicionais sobre os assuntos que deram origem às modificações previstas.

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NBC TA 720
A NBC TA 720 trata das responsabilidades do auditor relacionadas com as outras informações, sejam elas financeiras ou
não financeiras (que não as demonstrações contábeis e o relatório do auditor independente sobre as demonstrações
contábeis), incluídas no relatório anual da entidade. O relatório anual da entidade pode ser um único documento ou um
conjunto de documentos que servem à mesma finalidade.
A própria NBC TA 720 foi redigida no contexto da auditoria de demonstrações contábeis por auditor independente.
Portanto, os objetivos do auditor nesta norma devem ser compreendidos no contexto dos objetivos gerais do auditor.
Os requisitos das normas de auditoria (NBCs TA) visam permitir que o auditor alcance os objetivos especificados nas
normas de auditoria (NBCs TA) e, portanto, os objetivos gerais do auditor. A opinião do auditor sobre as demonstrações
contábeis não cobrem as outras informações, e esta norma também não requer que o auditor obtenha evidência de
auditoria além daquela exigida para formar uma opinião sobre as demonstrações contábeis.
A NBC TA 720 ainda requer que o auditor leia e considere as outras informações porque as outras informações que
apresentam inconsistência relevante com as demonstrações contábeis ou com o conhecimento do auditor obtido na
auditoria podem indicar que há distorção relevante das demonstrações contábeis ou que existe distorção relevante das
outras informações, o que pode prejudicar a credibilidade das demonstrações contábeis e do relatório do auditor
independente sobre as demonstrações contábeis. Essas distorções relevantes também podem, de maneira
inapropriada, influenciar as decisões econômicas dos usuários para os quais o relatório do auditor independente é
elaborado.
A mesma NB TA 720 também pode auxiliar o auditor no cumprimento dos requisitos éticos relevantes, que requerem
que o auditor evite estar, conscientemente, associado com informações que, segundo ele, contêm declaração
relevantemente falsa ou enganosa ou declarações ou informações fornecidas de maneira imprudente, ou omitem ou
ocultam informações que devam ser incluídas nos casos em que essa omissão ou ocultação seja enganosa.
Outras informações podem incluir valores ou outros itens que devem ser os mesmos que os valores ou outros itens das
demonstrações contábeis e outros valores ou itens dos quais o auditor obteve conhecimento na auditoria ou devem
resumi-los ou fornecer detalhes adicionais referentes a eles. Outras informações também podem incluir outras
questões.
As responsabilidades do auditor, relacionadas com as outras informações (que não as responsabilidades de
apresentação de relatório aplicáveis), se aplicam independentemente se as outras informações foram obtidas pelo
auditor antes ou depois da data do seu relatório.
A NBC TA 720 não se aplica a:

(a) divulgações preliminares de informações financeiras; ou

(b) documentos de oferta de títulos, incluindo prospectos.

As responsabilidades do auditor nos termos desta norma não constituem trabalho de asseguração sobre outras
informações nem impõem obrigação ao auditor de obter asseguração sobre as outras informações.
Leis ou regulamentos podem impor obrigações adicionais ao auditor em relação a outras informações que vão além do
alcance desta norma.

Objetivos
Os objetivos do auditor, após ter lido as outras informações, são:

(a) considerar se há inconsistência relevante entre as outras informações e as demonstrações contábeis;

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(b) considerar se há inconsistência relevante entre as outras informações e o seu conhecimento obtido na auditoria;

(c) responder apropriadamente quando identificar a existência de inconsistências relevantes ou quando, de outra
forma, tomar conhecimento de que as outras informações parecem apresentar distorções relevantes; e
(d) apresentar o relatório de acordo com esta norma.

Definições importantes
Para fins das normas de auditoria, os termos abaixo têm os seguintes significados:

(a) Relatório anual – Um documento, ou um conjunto de documentos, geralmente elaborado anualmente pela
administração ou pelos responsáveis pela governança de acordo com leis, regulamentos ou práticas, cuja finalidade é a
de fornecer para os proprietários (ou partes interessadas semelhantes) informações sobre as operações da entidade e
sobre os resultados financeiros e a posição patrimonial e financeira da entidade, conforme apresentadas nas
demonstrações contábeis. O relatório anual contém ou acompanha as demonstrações contábeis e o relatório do auditor
sobre as demonstrações contábeis e, geralmente, inclui informações sobre o desenvolvimento da entidade, sua
perspectiva futura e os riscos e as incertezas, uma declaração do órgão administrativo da entidade e relatórios sobre
questões de governança.

Leis, regulamentos ou práticas podem definir o conteúdo do relatório anual, e o nome pelo qual ele deve ser
denominado, para entidades em jurisdições específicas. Entretanto, o conteúdo e o nome podem variar de uma
jurisdição para outra.
O relatório anual é, geralmente, elaborado em base anual. Entretanto, quando as demonstrações contábeis que
estão sendo auditadas são elaboradas para um período menor ou maior do que um ano, o relatório anual também
pode ser elaborado cobrindo o mesmo período que as demonstrações contábeis.

Em alguns casos, o relatório anual da entidade pode ser um único documento e ser chamado de “relatório anual” ou
de outro nome. Em outros casos, leis, regulamentos ou práticas podem exigir que a entidade apresente para os
proprietários (ou partes interessadas semelhantes) informações sobre as operações da entidade e sobre os
resultados financeiros e a posição patrimonial e financeira da entidade, conforme apresentadas nas demonstrações
contábeis (por exemplo, relatório anual), por meio de um único documento ou por dois ou mais documentos
separados que, em conjunto, servem à mesma finalidade. Por exemplo, dependendo de leis, regulamentos ou
práticas em jurisdição específica, um ou mais dos documentos a seguir podem fazer parte do relatório anual:

- relatório da administração, comentário da administração, ou relatório de revisão operacional e financeira ou


relatórios de natureza semelhante dos responsáveis pela governança (por exemplo, relatório da diretoria);

- mensagem do presidente;

- mensagem da governança corporativa;

- relatórios de controle interno e de avaliação de risco.

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O relatório anual pode ser disponibilizado aos usuários em documento físico ou documento eletrônico disponível no
sítio eletrônico da entidade. O documento (ou a combinação de documentos) pode atender a definição de relatório
anual, independente da forma em que é disponibilizado aos usuários.

O relatório anual é diferente em natureza, propósito e conteúdo de outros relatórios, como, por exemplo, o relatório
elaborado para atender à necessidade de informação de grupo específico de partes interessadas ou o relatório
elaborado para cumprir com objetivo regulatório específico (mesmo quando tal relatório tenha divulgação pública).
Exemplos de relatórios que, quando emitidos como documento individual, não são tipicamente parte da
combinação de documentos que compreendem o relatório anual (sujeito a leis, regulamentos ou práticas), e que,
portanto, não são outras informações no alcance desta norma, incluem:

- relatório separado de indústria ou regulatório (por exemplo, relatório de adequação de capital), tal como os
elaborados pelos bancos, seguradoras e planos de pensão;

- relatórios de responsabilidade social corporativa;

- relatórios de sustentabilidade;

- relatórios de diversidade e igualdade;

- relatórios de responsabilidade pelo produto;

- relatórios de práticas trabalhistas e condições de trabalho;

- relatórios de direitos humanos.

(b) Distorção das outras informações – Existe distorção das outras informações quando elas estão apresentadas de
maneira incorreta ou são, de outra forma, enganosas (inclusive porque omitem ou ocultam informações necessárias
para o entendimento adequado de questão divulgada nas outras informações).

Quando uma questão em particular é divulgada em Outras informações, as outras informações podem omitir ou
ocultar as informações necessárias para o entendimento correto dessa questão. Por exemplo, se as outras
informações pretendem tratar dos indicadores-chave de desempenho usados pela administração, então, a omissão
do indicador-chave de desempenho usado pela administração pode indicar que as outras informações são
enganosas.

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O conceito de relevância pode ser discutido na estrutura aplicável às outras informações e, nesse caso, essa
estrutura pode fornecer um quadro de referência para o auditor no julgamento de relevância nos termos desta
norma. Em muitos casos, entretanto, pode não haver nenhuma estrutura aplicável que inclua a discussão do
conceito de relevância aplicável às outras informações. Nesses casos, as seguintes características fornecem ao
auditor um quadro de referência para determinar se a distorção das outras informações é relevante:

A relevância é considerada no contexto das necessidades comuns de informação dos usuários como grupo. Espera-
se que os usuários das outras informações sejam os mesmos das demonstrações contábeis e que esses usuários
leiam as outras informações para fornecer contexto para as demonstrações contábeis.

Julgamentos quanto à relevância levam em consideração as circunstâncias específicas da distorção, considerando se


os usuários seriam influenciados pelo efeito da distorção não corrigida. Nem toda distorção influencia as decisões
econômicas dos usuários.
Julgamentos quanto à relevância envolvem tanto considerações qualitativas como quantitativas. Assim, esses
julgamentos podem levar em consideração a natureza ou a magnitude dos itens tratados nas outras informações no
contexto do relatório anual da entidade.

(c) Outras informações – Informações financeiras e não financeiras (que não as demonstrações contábeis e o relatório
do auditor sobre as demonstrações contábeis) incluídas no relatório anual da entidade.

Em alguns casos, a estrutura de relatório financeiro aplicável pode exigir divulgações específicas, mas permite que
elas sejam feitas fora das demonstrações contábeis (por exemplo, a NBC TG 40 – Instrumentos Financeiros:
Evidenciação permite que certas divulgações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil sejam incluídas
nas demonstrações contábeis ou incorporadas nessas demonstrações contábeis por referências cruzadas para
alguma outra demonstração, tal como o comentário da administração ou o relatório de risco, que estão disponíveis
aos usuários nos mesmos termos e na mesma data das demonstrações contábeis). Como essas divulgações são
exigidas pela estrutura de relatório financeiro aplicável, elas são parte das demonstrações contábeis. Portanto, elas
não constituem outras informações para fins desta norma.

Relatórios de taxonomia (eXtensible Business Reporting Language-XBRL) não representam outras informações,
conforme definidas na NBC TA 720.

Obtenção das outras informações


O auditor deve:

A determinação dos documentos que são ou compõem o relatório anual é geralmente evidente com base nas leis,
regulamentos ou práticas. Em muitos casos, a administração ou os responsáveis pela governança podem ter

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emitido, como fazem habitualmente, um pacote de documentos que, conjuntamente, compõem o relatório anual ou
podem ter se comprometido a fazê-lo. Em alguns casos, entretanto, pode não ser evidente quais documentos são ou
compõem o relatório anual. Nesses casos, a data e a finalidade dos documentos (e para quem eles são emitidos) são
questões que podem ser relevantes para a determinação, pelo auditor, de quais documentos são ou compõem o
relatório anual.

Quando o relatório anual é traduzido para outros idiomas, nos termos de lei ou de regulamento (como pode ocorrer
quando a jurisdição tem mais de um idioma oficial), ou quando múltiplos “relatórios anuais” são elaborados nos
termos de legislação diferente (por exemplo, quando a entidade é listada em mais de uma jurisdição), deve-se
considerar se um ou mais do que um dos “relatórios anuais” são parte das outras informações. Lei ou regulamento
local pode fornecer orientação adicional a esse respeito.

A administração, ou os responsáveis pela governança, é responsável pela elaboração do relatório anual. O auditor
pode comunicar à administração ou aos responsáveis pela governança:

- suas expectativas com relação à obtenção da versão final do relatório anual (incluindo a combinação de
documentos que juntos compõem o relatório anual) de forma tempestiva antes da data do seu relatório, de modo
que o auditor possa concluir os procedimentos exigidos por esta norma antes da data do seu relatório ou, se isso não
for possível, tão logo quanto praticável e, em qualquer caso, antes da emissão dessas informações pela entidade;

- as possíveis implicações quando as outras informações são obtidas após a data do seu relatório.

As comunicações mencionadas acima podem ser particularmente apropriadas, por exemplo:

- na contratação inicial de auditoria;

- quando tiver havido mudança na administração ou nos responsáveis pela governança;

- quando se espera que as outras informações sejam obtidas após a data do relatório do auditor.

Quando os responsáveis pela governança forem os aprovadores das outras informações antes da sua emissão pela
entidade, a versão final dessas outras informações é aquela que foi aprovada para emissão pelos responsáveis pela
governança.

Em alguns casos, o relatório anual da entidade pode ser um único documento a ser divulgado, de acordo com leis ou
regulamentos ou com a prática de apresentação de relatório da entidade, pouco depois do período de apresentação
do relatório financeiro da entidade, de modo que ele esteja disponível para o auditor antes da data do seu relatório.
Em outros casos, a divulgação desse documento pode não ser exigida até tempos depois ou em momento escolhido

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pela entidade. Pode também haver circunstâncias em que o relatório anual da entidade é um conjunto de
documentos, sendo cada um deles sujeito a diferentes requisitos ou práticas de apresentação de relatório pela
entidade com relação à data de sua divulgação.

Pode haver circunstâncias em que, na data do relatório do auditor, a entidade esteja considerando o
desenvolvimento de documento que pode ser parte do relatório anual da entidade (por exemplo, relatório voluntário
para partes interessadas), mas a administração não pode confirmar para o auditor a finalidade ou a data desse
documento. Se o auditor não pode assegurar a finalidade ou a data desse documento, o documento não é
considerado outras informações para fins desta norma.

A obtenção das outras informações de forma tempestiva, antes da data do relatório do auditor, permite que
quaisquer revisões que sejam consideradas necessárias sejam feitas nas demonstrações contábeis, no relatório do
auditor ou nas outras informações antes de suas emissões. A carta de contratação de auditoria (NBC TA 210 –
Concordância com os Termos do Trabalho de Auditoria, item A24) pode fazer referência a acordo com a
administração para disponibilizar para o auditor as outras informações de maneira tempestiva e, se possível, antes
da data do relatório do auditor.

Quando as outras informações são disponibilizadas para os usuários somente por meio do sítio eletrônico da
entidade, a versão das outras informações obtida da entidade, em vez de diretamente do seu sítio eletrônico, é o
documento relevante no qual o auditor realiza os procedimentos de acordo com esta norma. O auditor não tem
nenhuma responsabilidade, nos termos desta norma, de procurar outras informações, incluindo outras informações
que podem estar no sítio eletrônico da entidade, nem de realizar quaisquer procedimentos para confirmar que as
outras informações estão apresentadas de forma apropriada nesse sítio da entidade ou que, de outra forma, foram
transmitidas ou apresentadas eletronicamente de forma apropriada.

O auditor não está impedido de datar ou emitir o seu relatório, se ele não tiver obtido algumas das outras
informações ou todas elas.
Quando as outras informações são obtidas após a data do seu relatório, o auditor não tem que atualizar os
procedimentos realizados.

A NBC TA 580 – Representações Formais estabelece requisitos e fornece orientação sobre o uso de representações
formais. A representação formal exigida, conforme o item 13(c), referente às outras informações que estarão
disponíveis somente após a data do relatório do auditor, visa apoiar a capacidade do auditor de concluir os
procedimentos exigidos por esta norma com relação a essas informações. Além disso, o auditor pode considerar útil
solicitar outras representações formais, como, por exemplo, de que:
- a administração informou ao auditor sobre todos os documentos que ela espera emitir que podem conter outras
informações;

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- as demonstrações contábeis e as outras informações obtidas pelo auditor antes da data do seu relatório são
consistentes entre si e as outras informações não contêm nenhuma distorção relevante; e

- com relação às outras informações que não foram obtidas pelo auditor antes da data do seu relatório, a
administração pretende elaborar e emitir essas outras informações e a data esperada dessa emissão.

(a) determinar, por meio de discussão com a administração, quais documentos compõem o relatório anual e a maneira
e a data planejadas pela entidade para a emissão desses documentos;
(b) estabelecer entendimentos apropriados com a administração para obter tempestivamente, e, se possível, antes da
data do seu relatório, a versão final dos documentos que façam parte do relatório anual; e
(c) quando alguns ou todos os documentos determinados na alínea (a) não estiverem disponíveis até a data do relatório
do auditor, solicitar à administração o fornecimento de uma representação por escrito de que a versão final dos
documentos será fornecida para o auditor quando estiver disponível e antes da sua emissão pela entidade, de forma
que o auditor possa concluir os procedimentos exigidos por esta norma.

Leitura e consideração das outras informações


O auditor deve ler as outras informações e, ao fazê-lo, ele deve:

Segundo a NBC TA 200, item 15, o auditor deve planejar e realizar a auditoria com ceticismo profissional. Manter o
ceticismo profissional ao ler e considerar as outras informações inclui, por exemplo, reconhecer que a administração
pode estar excessivamente otimista sobre o sucesso de seus planos e estar atento a informações que podem estar
inconsistentes com:

(a) as demonstrações contábeis; ou

(b) o conhecimento do auditor obtido na auditoria.

Segundo a NBC TA 220 – Controle de Qualidade da Auditoria de Demonstrações Contábeis, o sócio encarregado
deve assumir responsabilidade pela direção, supervisão e execução do trabalho de auditoria de acordo com as
normas profissionais e os requisitos legais e regulatórios aplicáveis. No contexto desta norma, fatores que podem ser
levados em consideração para determinar os membros apropriados da equipe de trabalho para tratar dos requisitos
relevantes do trabalho incluem:

- a experiência relativa dos membros da equipe de trabalho;

- se os membros da equipe de trabalho a serem incumbidos das tarefas têm conhecimento relevante obtido na
auditoria para identificar inconsistências entre as outras informações e esse conhecimento;

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- o nível de julgamento envolvido no tratamento das questões objeto de análise. Por exemplo, os procedimentos
para avaliar a consistência dos valores nas outras informações, que devem ser os mesmos valores das
demonstrações contábeis, podem ser realizados por membros menos experientes da equipe de trabalho;

- se, no caso de auditoria de grupo, é necessário fazer indagações ao auditor de componente no tratamento das
outras informações relacionadas com esse componente

(a) considerar se há inconsistência relevante entre as outras informações e as demonstrações contábeis. Como base
para essa consideração, o auditor deve, para avaliar sua consistência, comparar os valores ou outros itens selecionados
das outras informações (que devem ser os mesmos que os valores ou outros itens das demonstrações contábeis, de
forma resumida ou fornecendo detalhes adicionais a respeito deles) com os valores ou outros itens das demonstrações
contábeis; e

As outras informações podem incluir valores ou outros itens que devem ser os mesmos que os valores ou outros
itens das demonstrações contábeis ou devem resumi-los ou fornecer detalhes adicionais a respeito deles. Exemplos
desses valores ou outros itens podem incluir:

- tabelas, quadros ou gráficos contendo extratos das demonstrações contábeis;

- divulgação que forneça detalhes adicionais sobre o balanço ou conta apresentada nas demonstrações contábeis,
como, por exemplo, “A receita de 20X1 inclui XXX milhões do produto X e YYY milhões do produto Y”;

- descrições de rubricas da demonstração de resultado, como, por exemplo, “A despesa total com pesquisa e
desenvolvimento foi de XXX em 20X1”.

Ao avaliar a consistência dos valores ou outros itens selecionados das outras informações com as demonstrações
contábeis, o auditor não é exigido a comparar todos os valores ou outros itens das outras informações, que devem
ser os mesmos, de forma resumida ou de forma mais detalhada, com os valores ou outros itens das demonstrações
contábeis.

Selecionar os valores ou outros itens para comparação é uma questão de julgamento profissional. Fatores relevantes
para esse julgamento incluem:

- a importância do valor ou do outro item no contexto no qual ele é apresentado, que pode afetar a importância que
os usuários dariam ao valor ou ao outro item (por exemplo, indicador ou valor-chave);

- se quantitativo, o tamanho relativo do valor comparado com contas ou itens das demonstrações contábeis ou com
as outras informações com as quais eles se relacionam; e

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- a sensibilidade do valor ou outro item em particular das outras informações, como, por exemplo, pagamentos
baseados em ações para a alta administração.

Determinar a natureza e a extensão dos procedimentos para tratar do requisito no item 14(a) é questão de
julgamento profissional, reconhecendo que as responsabilidades do auditor nos termos desta norma não constituem
trabalho de asseguração sobre as outras informações nem impõem obrigação de obter asseguração sobre as outras
informações. Exemplos desses procedimentos incluem:

- para informações que devem ser as mesmas que as informações nas demonstrações contábeis, comparar as
informações com as demonstrações contábeis;

- para as informações que devem transmitir o mesmo significado que as divulgações nas demonstrações contábeis,
comparar os termos utilizados e considerar a importância das diferenças do texto utilizado e se essas diferenças
implicam significados diferentes;
- obter a conciliação entre o valor das outras informações e o das demonstrações contábeis na administração e:

> comparar itens na conciliação das demonstrações contábeis e das outras informações; e

> verificar se os cálculos na conciliação são aritmeticamente precisos.

Avaliar a consistência dos valores ou outros itens selecionados das outras informações com as demonstrações
contábeis inclui, quando relevante, dada a natureza das outras informações, a maneira de sua apresentação
comparada com as demonstrações contábeis

(b) considerar se há inconsistência relevante entre as outras informações e o conhecimento do auditor obtido na
auditoria no contexto da evidência de auditoria obtida e das conclusões alcançadas na auditoria.

As outras informações podem incluir valores ou itens que estão relacionados com o conhecimento do auditor obtido
na auditoria (outros que não aqueles do item 14(a)). Exemplos desses valores ou itens podem incluir:

- divulgação das unidades produzidas ou tabela resumindo essa produção por região geográfica;

- declaração de que “A companhia introduziu o produto X e o produto Y durante o exercício”;

- resumo dos locais das principais operações da entidade, como, por exemplo, “o principal centro de operações da
entidade é no país X e também há operações nos países Y e Z”.

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O conhecimento do auditor obtido na auditoria inclui o seu entendimento a respeito da entidade e do seu ambiente,
incluindo os controles internos da entidade. A NBC TA 315 estabelece o entendimento exigido do auditor, que inclui
questões como a obtenção de entendimento:

(a) de fatores do setor de atividades, regulamentares e outros fatores externos relevantes;

(b) da natureza da entidade;

(c) da seleção e aplicação das políticas contábeis da entidade;

(d) dos objetivos e estratégias da entidade;

(e) da mensuração e revisão do desempenho financeiro da entidade; e

(f) dos controles internos da entidade.

O conhecimento do auditor obtido na auditoria também pode incluir questões que são prospectivas por natureza.
Essas questões podem incluir, por exemplo, prospecções comerciais e fluxos de caixa futuros que o auditor
considerou ao avaliar as premissas usadas pela administração na realização de testes de recuperabilidade
(impairment) dos ativos intangíveis, como o ágio, por exemplo, ou ao analisar a avaliação da administração da
capacidade da entidade de manter sua continuidade operacional.

Ao considerar se há inconsistência relevante entre as outras informações e o conhecimento do auditor obtido na


auditoria, o auditor pode se concentrar naquelas questões das outras informações que são tão importantes ao ponto
de que uma distorção das outras informações em relação a essa questão pode ser relevante.

Com relação a muitas questões das outras informações, a lembrança do auditor sobre a evidência de auditoria
obtida e as conclusões alcançadas na auditoria podem ser suficientes para permitir que ele considere se há
inconsistência relevante entre as outras informações e o conhecimento do auditor obtido na auditoria. Quanto mais
experiente e mais familiarizado com os aspectos-chave da auditoria o auditor estiver, maior é a probabilidade de que
a lembrança do auditor das questões relevantes seja suficiente. Por exemplo, o auditor pode estar apto a considerar
se há inconsistência relevante entre as outras informações e o conhecimento do auditor, obtido na auditoria, com
base na lembrança do auditor de discussões mantidas com a administração ou com os responsáveis pela governança
ou de descobertas a partir de procedimentos conduzidos durante a auditoria, como, por exemplo, a leitura das atas
da reunião do conselho de administração, sem precisar tomar medidas adicionais.

O auditor pode determinar que a referência à documentação de auditoria relevante ou a indagações aos membros
relevantes da equipe de trabalho ou aos auditores de componentes relevantes seja apropriada como base para a

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consideração do auditor quanto à existência de inconsistência relevante. Por exemplo:

- Quando as outras informações descrevem a descontinuação planejada de importante linha de produto e, embora o
auditor esteja ciente da descontinuação planejada, o auditor puder fazer indagações ao membro relevante da equipe
de trabalho que realizou os procedimentos de auditoria nessa área para apoiar a consideração do auditor quanto a se
a descrição é relevantemente inconsistente com o conhecimento do auditor obtido durante a auditoria.

- Quando as outras informações descrevem detalhes importantes de processo judicial tratado na auditoria, mas o
auditor não consegue se lembrar deles adequadamente, pode ser necessário remeter à documentação de auditoria
na qual esses detalhes estão resumidos, para apoiar a lembrança do auditor.

Se o auditor vai remeter à documentação de auditoria relevante, ou indagar aos membros relevantes da equipe de
trabalho ou aos auditores de componentes relevantes, e em qual extensão, é questão de julgamento profissional.
Entretanto, pode não ser necessário ao auditor referir-se à documentação de auditoria relevante nem fazer
indagações aos membros relevantes da equipe de trabalho ou aos auditores de componentes relevantes sobre
qualquer questão incluída nas outras informações.

Enquanto analisa as outras informações, o auditor deve ficar atento a indícios de que as outras informações não
relacionadas com as demonstrações contábeis, ou o conhecimento do auditor obtido na auditoria pareçam apresentar
distorções relevantes.

As outras informações podem incluir a discussão de questões que não estão relacionadas com as demonstrações
contábeis e também podem ir além do conhecimento do auditor obtido na auditoria. Por exemplo, as outras
informações podem incluir declarações sobre as emissões de gases do efeito estufa da entidade.

Permanecer atento a outros indícios de que as outras informações não relacionadas com as demonstrações
contábeis ou com o conhecimento do auditor obtido na auditoria parecem apresentar distorção relevante ajuda o
auditor a cumprir com os requisitos éticos relevantes, que requerem que o auditor evite estar, conscientemente,
associado com as outras informações que, segundo acredita o auditor, contêm declaração relevantemente falsa ou
enganosa ou declaração fornecida de forma imprudente, ou omitem ou ocultam informações necessárias de forma
que as outras informações sejam enganosas. Permanecer atento a outros indícios de que as outras informações
parecem apresentar distorção relevante pode, potencialmente, resultar na identificação, por parte do auditor, de
questões como:

- diferenças entre as outras informações e o conhecimento geral, além do conhecimento obtido na auditoria, do
membro da equipe de trabalho que lê as outras informações e leva o auditor a acreditar que as outras informações
parecem apresentar distorção relevante; ou

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- inconsistência interna nas outras informações, que leva o auditor a acreditar que as outras informações parecem
apresentar distorção relevante

Resposta quando parece existir inconsistência relevante


ou quando outras informações parecem apresentar
distorções relevantes
Se o auditor identificar que parece existir inconsistência relevante (ou tomar conhecimento de que as outras
informações parecem apresentar distorção relevante), o auditor deve discutir a questão com a administração e, se
necessário, realizar outros procedimentos para concluir se:

A discussão do auditor com a administração sobre inconsistência relevante (ou outras informações que parecem
apresentar distorção relevante) pode incluir a solicitação à administração de fornecimento de suporte para a base
das declarações da administração nas outras informações. Com base em informações ou explicações adicionais da
administração, o auditor pode ficar satisfeito que as outras informações não apresentam distorção relevante. Por
exemplo, as explicações da administração podem indicar base razoável e suficiente para diferenças válidas de
julgamento.

Por outro lado, a discussão com a administração pode fornecer informações adicionais que servem de base para a
conclusão do auditor de que existe distorção relevante nas outras informações.

Pode ser mais difícil para o auditor questionar a administração em questões de julgamento do que em questões de
natureza mais fatual. Entretanto, pode haver circunstâncias em que o auditor conclui que as outras informações
contêm declaração que não é consistente com as demonstrações contábeis ou com o conhecimento do auditor
obtido na auditoria. Essas circunstâncias podem levantar dúvidas sobre as outras informações, as demonstrações
contábeis ou o conhecimento do auditor obtido na auditoria.

Como há vasta gama de distorções relevantes possíveis das outras informações, a natureza e a extensão dos outros
procedimentos que o auditor pode realizar para concluir se existe distorção relevante das outras informações são
questões de julgamento profissional do auditor nas circunstâncias.

Quando o assunto não está relacionado com as demonstrações contábeis ou com o conhecimento do auditor obtido
na auditoria, ele pode não estar apto a avaliar por completo as respostas da administração às suas indagações. Não
obstante, com base em informações ou explicações adicionais da administração, ou após alterações feitas pela
administração nas outras informações, o auditor pode ficar satisfeito de que a inconsistência relevante não mais
pareça existir ou que as outras informações não mais pareçam apresentar distorção relevante.

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Quando o auditor não está apto a concluir que a inconsistência relevante não mais pareça existir ou que as outras
informações não mais pareçam apresentar distorção relevante, ele pode solicitar que a administração consulte um
terceiro qualificado (por exemplo, perito da administração ou consultor jurídico). Em alguns casos, após considerar
as respostas da consulta da administração, o auditor pode não estar apto a concluir se existe distorção relevante nas
outras informações ou não. As medidas que o auditor pode tomar incluem uma ou mais das que seguem:

- obter aconselhamento com o seu assessor jurídico;

- considerar as implicações para o relatório do auditor, por exemplo, se deve descrever as circunstâncias em que há
limitação imposta pela administração; ou

- retirar-se da auditoria quando for possível de acordo com lei ou regulamento aplicável

(a) existe distorção relevante nas outras informações;

(b) existe distorção relevante nas demonstrações contábeis; ou

(c) o entendimento do auditor sobre a entidade e seu ambiente precisa ser atualizado.

Resposta quando o auditor concluir que existe distorção


relevante nas outras informações
Se o auditor concluir que existe distorção relevante nas outras informações, o auditor deve requerer à administração a
sua correção. Se a administração:
(a) concordar em fazer a correção, o auditor deve verificar se a correção foi feita; ou

(b) recusar em fazer a correção, o auditor deve comunicar o assunto aos responsáveis pela governança e solicitar a sua
correção.
Se o auditor concluir que existe distorção relevante nas outras informações obtidas antes da data do seu relatório, e
essas outras informações não foram corrigidas depois de comunicadas aos responsáveis pela governança, o auditor
deve tomar ações apropriadas, que incluem:

As medidas que o auditor toma se as outras informações não são corrigidas após a comunicação aos responsáveis
pela governança são questão de julgamento profissional. O auditor pode levar em conta se o raciocínio apresentado
pela administração e pelos responsáveis pela governança para a não realização da correção levanta dúvidas quanto à
integridade ou honestidade da administração ou dos responsáveis pela governança, como por exemplo, quando o
auditor suspeita da intenção de enganar. O auditor também pode considerar apropriado buscar assessoria jurídica.
Em alguns casos, o auditor pode ser forçado por lei, regulamento ou outras normas profissionais a comunicar a
questão ao órgão regulador ou órgão profissional competente.

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a) considerar as implicações no seu relatório e comunicar aos responsáveis pela governança sobre como planeja
endereçar essa distorção relevante em seu relatório; ou

Em raras circunstâncias, a abstenção de opinião sobre as demonstrações contábeis pode ser apropriada quando a
recusa de corrigir a distorção relevante das outras informações levanta tamanha dúvida quanto à integridade da
administração e dos responsáveis pela governança que coloca em questão a confiabilidade da evidência de auditoria
em geral.

b) se retirar do trabalho, quando permitido por lei ou regulamento aplicável.

Retirar-se do trabalho, quando for possível nos termos da lei ou do regulamento aplicável, pode ser apropriado
quando as circunstâncias em torno da recusa de corrigir a distorção relevante das outras informações levantam
tamanha dúvida quanto à integridade da administração e dos responsáveis pela governança que coloca em questão
a confiabilidade das representações obtidas deles durante a auditoria.

No setor público, a retirada do trabalho pode não ser possível. Nesses casos, o auditor pode emitir um relatório para
os legisladores fornecendo detalhes sobre a questão ou pode tomar outras medidas apropriadas.

Se o auditor concluir que existe distorção relevante nas outras informações obtidas após a data do seu relatório, ele
deve:
(a) executar procedimentos necessários às circunstâncias, se as outras informações tiverem sido corrigidas; ou

Se o auditor concluir que existe distorção relevante nas outras informações obtidas, após a data do seu relatório, e
que essa distorção relevante foi corrigida, os procedimentos necessários do auditor nas circunstâncias incluem a
determinação de que a correção foi feita e podem incluir a revisão dos passos seguidos pela administração para
comunicar àqueles que receberam as outras informações, se previamente emitidas, para informá-los sobre a revisão.

(b) tomar ação apropriada considerando os seus direitos e obrigações, para, apropriadamente, levar ao conhecimento
dos usuários do seu relatório, se as outras informações não tiverem sido corrigidas após a comunicação aos
responsáveis pela governança.

Se os responsáveis pela governança não concordarem em revisar as outras informações, tomar as medidas
apropriadas para fazer com que a distorção não corrigida seja levada, de maneira apropriada, à atenção dos usuários
para os quais o relatório do auditor é elaborado requer o exercício de julgamento profissional e pode ser afetado por
lei ou regulamento relevante na jurisdição. Da mesma forma, o auditor pode considerar apropriado buscar assessoria
jurídica quanto aos direitos e obrigações legais do auditor.

Quando a distorção relevante das outras informações continua sem ser corrigida, as medidas apropriadas que o
auditor pode tomar para fazer com que a distorção relevante não corrigida seja levada, de maneira apropriada, à

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atenção dos usuários para os quais o relatório do auditor é elaborado, quando permitido por lei ou regulamento,
incluem, por exemplo:

- fornecer para a administração relatório do auditor novo ou alterado e solicitar à administração o fornecimento
desse relatório do auditor novo ou alterado para os usuários para os quais o relatório do auditor é elaborado. Ao
fazer isso, o auditor pode precisar considerar o efeito, se houver, na data do seu relatório novo ou alterado, devido
aos requisitos das normas de auditoria ou da lei ou do regulamento aplicável. O auditor também pode revisar os
passos seguidos pela administração para fornecer o relatório do auditor novo ou alterado para esses usuários;

- levar a distorção relevante das outras informações à atenção dos usuários para os quais o seu relatório é elaborado
(por exemplo, tratando da questão em assembleia geral dos acionistas);

comunicar ao órgão regulador ou órgão profissional competente sobre a distorção relevante não corrigida; ou
- considerar as implicações para a continuação do trabalho

Resposta quando existe distorção relevante nas


demonstrações contábeis ou o entendimento do auditor
sobre a entidade e seu ambiente precisa ser atualizado
Se, como resultado de procedimentos executados, o auditor concluir que existe distorção relevante ou que o seu
entendimento sobre a entidade e seu ambiente precisa ser atualizado, ele deve responder apropriadamente de acordo
com outras normas de auditoria.
Ao ler as outras informações, o auditor pode tomar conhecimento de novas informações que têm implicações para:

- o entendimento do auditor da entidade e de seu ambiente que pode, portanto, indicar a necessidade de revisão da
avaliação de risco do auditor;
- a responsabilidade do auditor para avaliar o efeito das distorções identificadas na auditoria e das distorções não
corrigidas, se houver, nas demonstrações contábeis; e
- as responsabilidades do auditor relacionadas com eventos subsequentes

Relatório
O auditor deve incluir no seu relatório uma seção separada com o título “Outras informações”, ou outro título
apropriado, quando, na data do seu relatório:
(a) na auditoria das demonstrações contábeis de entidade listada, o auditor obteve ou espera obter as outras
informações; ou
(b) na auditoria de demonstrações contábeis de uma entidade não listada, o auditor obteve alguma ou todas as outras
informações.

Para a auditoria das demonstrações contábeis de outra entidade que não entidade listada, o auditor pode considerar
que a identificação no seu relatório das outras informações que ele espera obter após a data do seu relatório é

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apropriada para fornecer transparência adicional sobre as outras informações que estão sujeitas às
responsabilidades do auditor nos termos desta norma. O auditor pode considerar apropriado fazê-lo, por exemplo,
quando a administração puder representar para o auditor que essas outras informações serão emitidas após a data
do relatório do auditor.

Quando for requerido incluir a seção de Outras informações no relatório do auditor, essa seção deve incluir:

(a) declaração que a administração é responsável por essas outras informações;

(b) identificação que:

(i) outras informações, se houver, foram obtidas pelo auditor antes da data do seu relatório; e

(ii) para a auditoria de demonstrações contábeis de entidade listada, for esperado que outras informações, se houver,
sejam obtidas após a data do relatório do auditor;
(c) declaração que a opinião do auditor não abrange as outras informações e, consequentemente, que o auditor não
expressa (ou não irá expressar) uma opinião ou qualquer outra forma de conclusão de auditoria sobre essas outras
informações;
(d) descrição das responsabilidades do auditor relacionadas à leitura, consideração e apresentação no relatório das
outras informações, conforme requerido por esta norma; e
(e) quando as outras informações forem obtidas antes da data do relatório do auditor:

(i) declaração que o auditor não tem nada a relatar; ou

(ii) declaração que descreva a distorção relevante não corrigida nas outras informações, se o auditor concluir que existe
distorção relevante não corrigida nessas outras informações.
Quando o auditor expressar opinião modificada ou opinião adversa de acordo com a NBC TA 705 – Modificações na
Opinião do Auditor Independente, ele deve considerar as implicações do assunto que deu origem a essa modificação.

Implicações para o relatório quando a opinião do auditor sobre as demonstrações contábeis contém ressalva ou
é adversa

Uma opinião com ressalva ou adversa do auditor sobre as demonstrações contábeis pode não ter impacto se a
questão com relação a qual a opinião do auditor foi modificada não é incluída ou, de outra forma, tratada nas outras
informações, e a questão não afeta nenhuma parte das outras informações. Por exemplo, uma opinião com ressalva
sobre as demonstrações contábeis devido à não divulgação da remuneração do pessoal-chave da administração,
conforme exigida pela estrutura de relatório financeiro aplicável, pode não ter implicações para o relatório nos
termos desta norma. Em outras circunstâncias, pode haver implicações para esse relatório.

Opinião com ressalva devido à distorção relevante nas demonstrações contábeis

Nas circunstâncias em que a opinião do auditor é qualificada, pode-se considerar se as outras informações também
apresentam distorção relevante pela mesma questão que deu origem à opinião com ressalva sobre as

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demonstrações contábeis ou por questões relacionados com ela.

Opinião com ressalva devido à limitação de alcance

Quando há limitação de alcance com relação a item relevante nas demonstrações contábeis, o auditor não obtém
evidência de auditoria suficiente e apropriada sobre essa questão. Nessas circunstâncias, o auditor pode não estar
apto a concluir se os valores ou outros itens das outras informações relacionados com essa questão resultam em
distorção relevante das outras informações ou não. Portanto, o auditor pode precisar modificar a declaração exigida
pelo item 22(e) para se referir a sua incapacidade de considerar a descrição da administração da questão nas outras
informações com relação a qual a opinião do auditor sobre as demonstrações contábeis contém ressalva, conforme
explicado na seção “Base para opinião com ressalva”. Não obstante, o auditor tem que relatar qualquer distorção
relevante não corrigida das outras informações que foram identificadas.

Opinião adversa

Uma opinião adversa sobre as demonstrações contábeis, relacionada com uma ou mais questões descritas na seção
“Base para opinião adversa”, não justifica a omissão de relatar distorções relevantes das outras informações que o
auditor identificou no seu relatório. Quando uma opinião adversa foi expressa sobre as demonstrações contábeis, o
auditor pode precisar modificar, de maneira apropriada, a declaração sobre outras informações, por exemplo, para
indicar que valores ou itens das outras informações apresentam distorção relevante pela mesma questão que deu
origem à opinião adversa sobre as demonstrações contábeis ou por questão relacionada com ela.

Abstenção de opinião

Quando o auditor se abstém de opinar sobre as demonstrações contábeis, fornecer detalhes adicionais sobre a
auditoria, incluindo uma seção para tratar das outras informações, pode obscurecer a abstenção de opinião sobre as
demonstrações contábeis como um todo. Portanto, nessas circunstâncias, o relatório do auditor não deve incluir
uma seção tratando dos requisitos de apresentação de relatório nos termos desta norma;

Apresentação do relatório conforme lei ou regulamento


Se o auditor é requerido por lei ou regulamento de jurisdição específica a se referir a outras informações no seu
relatório, utilizando modelo específico ou texto padrão, o relatório do auditor deve fazer referência às normas de
auditoria (NBCs TA) somente se o seu relatório incluir, no mínimo:

A NBC TA 200, item A57, explica que o auditor pode ter que cumprir com requisitos legais ou regulatórios além das
normas de auditoria. Nesse caso, o auditor pode ser obrigado a usar formato ou texto específico no seu relatório
diferente daquele descrito nesta norma. A consistência no relatório do auditor, quando a auditoria for conduzida de

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acordo com as normas de auditoria, proporciona credibilidade no mercado global ao tornar essas auditorias,
conduzidas de acordo com normas reconhecidas mundialmente, mais prontamente identificáveis.

Quando as diferenças entre os requisitos legais ou regulatórios de apresentação de relatório com relação às outras
informações e esta norma referem-se somente ao formato e ao texto do relatório do auditor e quando, no mínimo,
cada um dos elementos identificados no item 24 da NBC TA 720 está incluído no relatório do auditor, o relatório do
auditor pode fazer referência às normas de auditoria. Consequentemente, nessas circunstâncias, considera-se que o
auditor cumpriu com os requisitos desta norma, mesmo quando o formato e o texto usados no seu relatório são
especificados pelos requisitos legais ou regulatórios de apresentação de relatório

(a) identificação das outras informações obtidas pelo auditor antes da data do seu relatório;

(b) descrição das responsabilidades do auditor em relação às outras informações; e

(c) declaração explícita endereçando o resultado do trabalho do auditor para esse propósito.

Documentação
O auditor deve incluir, em sua documentação de auditoria:

(a) documentação dos procedimentos executados nos termos desta norma; e

(b) a versão final das outras informações em que o auditor executou os trabalhos requeridos nos termos desta norma.

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NBC TA 706
A NBC TA 706 trata de comunicações adicionais incluídas no relatório do auditor independente, quando este as
considerar necessárias para:
(a) chamar a atenção dos usuários para um assunto ou assuntos apresentados ou divulgados nas demonstrações
contábeis, de tal importância que sejam fundamentais para o entendimento das demonstrações contábeis; ou
(b) chamar a atenção dos usuários para quaisquer assuntos que não os apresentados ou divulgados nas demonstrações
contábeis e que sejam relevantes para os usuários entenderem a auditoria, as responsabilidades do auditor ou o seu
relatório.
A NBC TA 701 – Comunicação dos Principais Assuntos de Auditoria no Relatório do Auditor Independente estabelece
requisitos e fornece orientação quando o auditor determina os principais assuntos de auditoria e os comunica no seu
relatório. Quando o auditor inclui a seção de “Principais assuntos de auditoria” em seu relatório, esta norma trata da
relação entre os principais assuntos e qualquer comunicação adicional no relatório do auditor de acordo com esta
norma.
A NBC TA 570 – Continuidade Operacional e a NBC TA 720 – Responsabilidade do Auditor em Relação a Outras
Informações estabelecem requisitos e fornecem orientação sobre a comunicação no relatório do auditor relacionada
com a continuidade operacional e as outras informações, respectivamente.
Os Apêndices 1 e 2 da NBC TA 706 identificam as normas de auditoria que contêm exigências específicas para que o
auditor inclua parágrafos de ênfase ou parágrafos de outros assuntos no relatório do auditor. Nessas circunstâncias, as
exigências nesta norma referentes à forma de tais parágrafos são aplicáveis.
O Apêndice 1 da NBC TA 706 identifica as normas de auditoria que contêm exigências específicas para o auditor incluir
parágrafos de ênfase no seu relatório em certas circunstâncias. Essas circunstâncias incluem:

- quando a estrutura de relatório financeiro aplicável prevista por lei ou regulamento seria inaceitável exceto pelo
fato de ser prevista por lei ou regulamento;

- alertar os usuários de que as demonstrações contábeis foram elaboradas de acordo com estrutura de relatório
financeiro para propósitos especiais;

- quando fatos chegam ao conhecimento do auditor após a data do seu relatório e o auditor fornece um relatório
novo ou modificado (ou seja, eventos subsequentes)

Objetivo
O objetivo do auditor, depois de ter formado opinião sobre as demonstrações contábeis, é chamar a atenção dos
usuários, quando necessário, de acordo com o seu julgamento, por meio de comunicação adicional clara no relatório,
para:
(a) um assunto que, apesar de apropriadamente apresentado ou divulgado nas demonstrações contábeis, tem tal
importância que é fundamental para o entendimento das demonstrações contábeis pelos usuários; ou
(b) quando apropriado, qualquer outro assunto que seja relevante para os usuários entenderem a auditoria, as
responsabilidades do auditor ou o seu relatório.

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Definições importantes
Para fins das normas de auditoria, os termos a seguir possuem os significados a eles atribuídos:

(a) Parágrafo de ênfase é o parágrafo incluído no relatório do auditor referente a um assunto apropriadamente
apresentado ou divulgado nas demonstrações contábeis que, de acordo com o julgamento do auditor, é de tal
importância que é fundamental para o entendimento pelos usuários das demonstrações contábeis.
(b) Parágrafo de outros assuntos é o parágrafo incluído no relatório do auditor que se refere a um assunto não
apresentado ou não divulgado nas demonstrações contábeis e que, de acordo com o julgamento do auditor, é relevante
para os usuários entenderem a auditoria, as responsabilidades do auditor ou o seu relatório.

Parágrafos de ênfase no relatório do auditor


independente
Se o auditor considera necessário chamar a atenção dos usuários para um assunto apresentado ou divulgado nas
demonstrações contábeis que, segundo seu julgamento, é de tal importância que é fundamental para o entendimento
pelos usuários das demonstrações contábeis, ele deve incluir parágrafo de ênfase no seu relatório, desde que:

Exemplos de circunstâncias em que o auditor pode considerar necessário incluir um parágrafo de ênfase são:

- existência de incerteza relativa ao desfecho futuro de litígio excepcional ou ação regulatória;

- evento subsequente significativo ocorrido entre a data das demonstrações contábeis e a data do relatório do
auditor;

- aplicação antecipada (quando permitida) de nova norma contábil com efeito relevante sobre as demonstrações
contábeis;

- grande catástrofe que tenha tido, ou continue a ter, efeito significativo sobre a posição patrimonial e financeira da
entidade.

Entretanto, o uso generalizado de parágrafos de ênfase diminui a eficácia da comunicação de tais assuntos pelo
auditor.

(a) como resultado desse assunto, não fosse exigido que o auditor modificasse a opinião, de acordo com a NBC TA 705 –
Modificações na Opinião do Auditor Independente; e
(b) quando a NBC TA 701 se aplica, o assunto não tenha sido determinado como um principal assunto de auditoria a ser
comunicado no relatório do auditor.

Os principais assuntos de auditoria são definidos na NBC TA 701 como aqueles que, no julgamento profissional do
auditor, foram os mais significativos na auditoria das demonstrações contábeis do período corrente. Os principais
assuntos de auditoria são selecionados de assuntos comunicados aos responsáveis pela governança, que incluem

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constatações significativas decorrentes da auditoria das demonstrações contábeis do período corrente (NBC TA 260
– Comunicação com os Responsáveis pela Governança, item 16).

A comunicação dos principais assuntos de auditoria fornece informações adicionais aos usuários previstos para
auxiliá-los a entender os assuntos, que, no julgamento profissional do auditor, foram os de maior importância na
auditoria, e também pode auxiliá-los a entender a entidade e as áreas nas demonstrações contábeis auditadas que
envolveram julgamento significativo da administração. Quando a NBC TA 701 se aplica, o uso de parágrafos de
ênfase não substitui a descrição de cada um dos principais assuntos de auditoria.

Assuntos determinados como sendo principais assuntos de auditoria de acordo com a NBC TA 701 podem também
ser, de acordo com o julgamento do auditor, fundamentais para o entendimento das demonstrações contábeis pelos
usuários. Nesses casos, ao comunicar o assunto como principal assunto de auditoria de acordo com a NBC TA 701, o
auditor pode querer destacar ou chamar mais atenção à sua importância relativa. O auditor pode fazer isso
apresentando esse assunto de forma mais destacada que os outros assuntos na seção “Principais assuntos de
auditoria” (por exemplo, como o primeiro assunto), ou incluindo informações adicionais na descrição desse principal
assunto de auditoria para indicar sua importância para o entendimento das demonstrações contábeis pelos usuários.

Pode haver um assunto não determinado como principal assunto de auditoria de acordo com a NBC TA 701 (por
exemplo, que não exigiu atenção significativa do auditor), mas que, de acordo com o julgamento do auditor, é
fundamental para o entendimento das demonstrações contábeis pelos usuários (por exemplo, evento subsequente).
Se o auditor considera necessário chamar a atenção dos usuários para esse assunto, ele é incluído em parágrafo de
ênfase no relatório do auditor, de acordo com esta norma.

Quando o auditor incluir um parágrafo de ênfase no seu relatório, ele deve:

(a) incluir o parágrafo em seção separada do relatório do auditor, com título apropriado que inclua o termo “Ênfase”;

(b) incluir no parágrafo uma referência clara ao assunto enfatizado e à nota explicativa que descreva de forma completa
o assunto nas demonstrações contábeis. Tal parágrafo deve referir-se apenas a informações apresentadas ou
divulgadas nas demonstrações contábeis; e
(c) indicar que a opinião do auditor não se modifica no que diz respeito ao assunto enfatizado.

A inclusão de parágrafo de ênfase no relatório do auditor não afeta a sua opinião. Um parágrafo de ênfase não
substitui:

(a) uma opinião modificada, de acordo com a NBC TA 705, quando exigido pelas circunstâncias de trabalho de
auditoria específico;

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(b) as divulgações nas demonstrações contábeis exigidas da administração de acordo com a estrutura de relatório
financeiro aplicável ou que são, de outra forma, necessárias para alcançar uma apresentação adequada; ou

(c) a apresentação de relatório de acordo com a NBC TA 570, itens 22 e 23, quando existe incerteza relevante em
relação a eventos ou condições que podem levantar dúvida significativa quanto à capacidade da entidade de manter
sua continuidade operacional.
A localização do parágrafo de ênfase ou do parágrafo de outros assuntos no relatório do auditor depende da
natureza das informações a serem comunicadas e do julgamento do auditor sobre a relevância dessas informações
para os usuários previstos em comparação com outros elementos que devam ser incluídos no relatório, de acordo
com a NBC TA 700. Por exemplo:

Parágrafos de Ênfase

- Quando o parágrafo de ênfase se refere à estrutura de relatório financeiro aplicável, incluindo circunstâncias em
que o auditor determina que a estrutura de relatório financeiro prescrita por lei ou regulamento seria de outra forma
inaceitável, o auditor pode considerar necessário incluir o parágrafo imediatamente após a seção “Base para
opinião” para fornecer o contexto apropriado à opinião do auditor.

- Quando a seção “Principais assuntos de auditoria” é apresentada no relatório do auditor, um parágrafo de ênfase
pode ser apresentado antes ou depois dessa seção, com base no julgamento do auditor quanto a relevância dessas
informações incluídas no parágrafo de ênfase. O auditor pode também adicionar algum contexto ao título “Ênfase”,
como “Ênfase – Evento subsequente”, para diferenciar o parágrafo de ênfase dos assuntos individuais descritos na
seção “Principais assuntos de auditoria”.

Parágrafo de outros assuntos

- Quando a seção “Principais assuntos de auditoria” é apresentada no relatório do auditor e um parágrafo de outros
assuntos é também considerado necessário, o auditor pode adicionar algum contexto ao título “Outros assuntos”,
como “Outros assuntos – Alcance da auditoria”, para diferenciar o parágrafo de outros assuntos dos assuntos
individuais descritos na seção “Principais assuntos de auditoria”.

- Quando um parágrafo de Outros assuntos é incluído para chamar a atenção dos usuários para um assunto relativo a
outras responsabilidades tratadas no relatório do auditor, o parágrafo pode ser incluído na seção “Relatório sobre
outras exigências legais e regulatórias”.

- Quando relevante para todas as responsabilidades do auditor ou para o entendimento do relatório do auditor pelos
usuários, o parágrafo de outros assuntos pode ser incluído como seção separada após as seções “Relatório do
auditor sobre as demonstrações contábeis” e “Relatório sobre outros requisitos legais e regulatórios”.

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O Apêndice 3 da NBC TA 706 é um exemplo da interação entre a seção “Principais assuntos de auditoria”, um
parágrafo de ênfase e um parágrafo de outros assuntos quando todos estão apresentados no relatório do auditor. O
exemplo de relatório no Apêndice 4 inclui um parágrafo de ênfase no relatório do auditor de entidade não listada em
bolsa de valores, que contém uma opinião com ressalva e para a qual não foram comunicados os principais assuntos
de auditoria

Parágrafos de outros assuntos no relatório do auditor


independente
Se o auditor considera necessário comunicar outro assunto, não apresentado nem divulgado nas demonstrações
contábeis, e que de acordo com seu julgamento é relevante para o entendimento, pelos usuários, da auditoria, das
responsabilidades do auditor ou do seu relatório, o auditor deve incluir um parágrafo de outros assuntos no seu
relatório, desde que:
(a) não seja proibido por lei ou regulamento; e

(b) quando a NBC TA 701 se aplica, o assunto não tenha sido determinado como um principal assunto de auditoria a ser
comunicado no relatório do auditor.

A NBC TA 260, item 15, exige que o auditor comunique aos responsáveis pela governança o alcance e a época
planejados da auditoria, que inclui a comunicação de riscos significativos identificados pelo auditor. Embora
assuntos relacionados com riscos significativos possam ser determinados como principais assuntos de auditoria, é
improvável que outros assuntos referentes a planejamento e determinação do alcance (por exemplo, o alcance
planejado da auditoria ou a aplicação de materialidade no contexto da auditoria) sejam principais assuntos de
auditoria, considerando as definições de principais assuntos de auditoria constantes na NBC TA 701. Contudo, leis ou
regulamentos podem exigir que o auditor comunique assuntos referentes ao planejamento e à determinação do
alcance no seu relatório, ou o auditor pode considerar necessário comunicá-los em parágrafo de outros assuntos.

Nas raras circunstâncias em que não é possível ao auditor renunciar ao trabalho, embora o possível efeito da
incapacidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente esteja disseminado de forma generalizada,
devido à limitação ao alcance da auditoria imposta pela administração, o auditor pode considerar necessário incluir
um parágrafo de outros assuntos no seu relatório para explicar por que não é possível renunciar ao trabalho.

Assuntos relevantes para o entendimento pelos usuários das responsabilidades do auditor ou do seu relatório

Lei, regulamento ou prática geralmente aceita pode exigir ou permitir que o auditor detalhe assuntos que forneçam
explicação adicional de suas responsabilidades na auditoria das demonstrações contábeis ou do respectivo relatório
do auditor. Quando a seção “Outros assuntos” inclui mais de um assunto que, de acordo com o julgamento do
auditor, é relevante para os usuários entenderem a auditoria, as responsabilidades do auditor ou o seu relatório,
pode ser útil usar subtítulos diferentes para cada assunto.

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O parágrafo de outros assuntos não trata de circunstâncias em que o auditor tem outras responsabilidades além da
sua responsabilidade segundo as normas de auditoria, ou em que o auditor foi solicitado a executar e a apresentar
relatório sobre procedimentos adicionais específicos, ou expressar uma opinião sobre assuntos específicos.

Emissão de relatório sobre mais de um conjunto de demonstrações contábeis

A entidade pode elaborar um conjunto de demonstrações contábeis de acordo com uma estrutura de relatório
financeiro para fins gerais (por exemplo, práticas contábeis adotadas no Brasil que tomam por base a NBC TG
ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro
aprovada pelo CFC) e outro conjunto de demonstrações de acordo com outra estrutura de relatório financeiro,
também, para fins gerais (por exemplo, normas contábeis norte-americanas).
A entidade pode contratar o auditor para apresentar relatório de auditoria sobre ambos os conjuntos de
demonstrações contábeis. Se o auditor determinou que as estruturas de relatório financeiro são aceitáveis nas
respectivas circunstâncias, ele pode incluir um parágrafo de outros assuntos no relatório, referindo-se ao fato de que
outro conjunto de demonstrações contábeis foi elaborado pela mesma entidade de acordo com outra estrutura de
relatório e que emitiu um relatório de auditoria sobre essas demonstrações contábeis.

Restrição à distribuição ou ao uso do relatório do auditor

Demonstrações contábeis elaboradas para uma finalidade específica podem ser elaboradas em conformidade com a
estrutura de relatório financeiro para fins gerais porque os usuários previstos determinaram que tais demonstrações
contábeis atendem às suas necessidades de informação contábil. Como o relatório do auditor destina-se a usuários
específicos, o auditor pode considerar necessário nas circunstâncias incluir um parágrafo de outros assuntos,
declarando que o relatório do auditor destina-se unicamente aos usuários previstos e não deve ser distribuído ou
utilizado por outras partes.

O parágrafo de outros assuntos, quando incluído pelo auditor, deve ficar em seção separada do relatório com o título
“Outros assuntos” ou outro título apropriado.

O conteúdo do parágrafo de outros assuntos reflete claramente que não há exigência de que esse outro assunto seja
apresentado e divulgado nas demonstrações contábeis. O parágrafo de outros assuntos não inclui informações que o
auditor esteja proibido de fornecer por lei, regulamento ou outras normas profissionais, por exemplo, normas éticas
relativas à confidencialidade das informações. O parágrafo de outros assuntos também não inclui informações cujo
fornecimento pela administração seja exigido.

Localização dos parágrafos de ênfase e parágrafos de outros assuntos no relatório do auditor independente

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A localização do parágrafo de ênfase ou do parágrafo de outros assuntos no relatório do auditor depende da


natureza das informações a serem comunicadas e do julgamento do auditor sobre a relevância dessas informações
para os usuários previstos em comparação com outros elementos que devam ser incluídos no relatório, de acordo
com a NBC TA 700. Por exemplo:

Parágrafos de Ênfase

- Quando o parágrafo de ênfase se refere à estrutura de relatório financeiro aplicável, incluindo circunstâncias em
que o auditor determina que a estrutura de relatório financeiro prescrita por lei ou regulamento seria de outra forma
inaceitável, o auditor pode considerar necessário incluir o parágrafo imediatamente após a seção “Base para
opinião” para fornecer o contexto apropriado à opinião do auditor.

- Quando a seção “Principais assuntos de auditoria” é apresentada no relatório do auditor, um parágrafo de ênfase
pode ser apresentado antes ou depois dessa seção, com base no julgamento do auditor quanto a relevância dessas
informações incluídas no parágrafo de ênfase. O auditor pode também adicionar algum contexto ao título “Ênfase”,
como “Ênfase – Evento subsequente”, para diferenciar o parágrafo de ênfase dos assuntos individuais descritos na
seção “Principais assuntos de auditoria”.

Parágrafo de outros assuntos

- Quando a seção “Principais assuntos de auditoria” é apresentada no relatório do auditor e um parágrafo de outros
assuntos é também considerado necessário, o auditor pode adicionar algum contexto ao título “Outros assuntos”,
como “Outros assuntos – Alcance da auditoria”, para diferenciar o parágrafo de outros assuntos dos assuntos
individuais descritos na seção “Principais assuntos de auditoria”.

- Quando um parágrafo de Outros assuntos é incluído para chamar a atenção dos usuários para um assunto relativo a
outras responsabilidades tratadas no relatório do auditor, o parágrafo pode ser incluído na seção “Relatório sobre
outras exigências legais e regulatórias”.

- Quando relevante para todas as responsabilidades do auditor ou para o entendimento do relatório do auditor pelos
usuários, o parágrafo de outros assuntos pode ser incluído como seção separada após as seções “Relatório do
auditor sobre as demonstrações contábeis” e “Relatório sobre outros requisitos legais e regulatórios”.

O Apêndice 3 da NBC TA 706 é um exemplo da interação entre a seção “Principais assuntos de auditoria”, um
parágrafo de ênfase e um parágrafo de outros assuntos quando todos estão apresentados no relatório do auditor. O
exemplo de relatório no Apêndice 4 inclui um parágrafo de ênfase no relatório do auditor de entidade não listada em

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bolsa de valores, que contém uma opinião com ressalva e para a qual não foram comunicados os principais assuntos
de auditoria

Comunicação com os responsáveis pela governança


Se o auditor espera incluir um parágrafo de ênfase ou parágrafo de outros assuntos no seu relatório, ele deve
comunicar-se com os responsáveis pela governança no que se refere a essa expectativa e à redação proposta desse
parágrafo.

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NBC TA 710 (R1)


A NBC TA 710 trata da responsabilidade do auditor independente relacionadas às informações comparativas na
auditoria de demonstrações contábeis. Quando as demonstrações contábeis do período anterior foram ou não
auditadas por auditor independente antecessor, os requisitos e a orientação da NBC TA 510 referentes a saldos iniciais
também se aplicam.

Natureza das informações comparativas


A natureza das informações comparativas que são apresentadas nas demonstrações contábeis da entidade depende
dos requisitos da estrutura de relatório financeiro aplicável. Existem duas abordagens diferentes para a
responsabilidade do auditor em relação a relatório referente a essas informações comparativas: valores
correspondentes e demonstrações contábeis comparativas. A abordagem a ser adotada é frequentemente especificada
por lei ou regulamentação, mas também pode ser especificada nos termos do trabalho.
No Brasil, o item 42 da Estrutura Conceitual para Elaboração e Apresentação de Demonstrações Contábeis para fins
gerais já destaca a importância de que as informações contábeis do ano corrente apresentem as correspondentes
informações de períodos anteriores, de forma consistente com a Lei das Sociedades Anônimas, que requer a
apresentação dos valores correspondentes do exercício anterior. Adicionalmente, o item 38 da NBC TG 26 –
Apresentação das Demonstrações Contábeis requer que valores e informações narrativas e descritivas correspondentes
ao ano anterior sejam apresentadas quando forem relevantes para a compreensão das demonstrações contábeis do
período corrente. Desta forma, as normas de auditoria que tratam da emissão de relatórios adotam a abordagem de
valores correspondentes, ou seja, expressando opinião somente sobre o ano corrente, de forma consistente com o
enfoque já adotado internacionalmente para demonstrações contábeis elaboradas de acordo com as normas
internacionais de relatórios financeiros (IFRS).
As diferenças básicas dos relatórios de auditoria entre as abordagens são:

(a) para valores correspondentes, a opinião do auditor sobre as demonstrações contábeis refere-se somente ao período
corrente;
(b) para demonstrações contábeis comparativas, a opinião do auditor refere-se a cada período para o qual as
demonstrações contábeis são apresentadas.
A NBC TA 710 trata separadamente das exigências de apresentação de relatórios de auditoria para cada abordagem.

Objetivos
Os objetivos do auditor são:

(a) obter evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre se as informações comparativas incluídas nas
demonstrações contábeis foram apresentadas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com os requisitos para
informações comparativas na estrutura de relatório financeiro aplicável; e
(b) emitir relatório de acordo com as responsabilidades do auditor relacionadas com essa emissão.

Definições importantes
Para fins das normas de auditoria, os termos a seguir possuem os seguintes significados:

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(a) Informações comparativas compreendem os valores e as divulgações incluídas nas demonstrações contábeis
referentes a um ou mais períodos anteriores de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável.
(b) Valores correspondentes são informações comparativas onde os valores e outras divulgações do período anterior
são parte integrante das demonstrações contábeis do período corrente e devem ser lidas somente em relação aos
valores e outras divulgações relacionados ao período corrente (denominados “valores do período corrente”). O nível de
detalhes dos valores e das divulgações correspondentes apresentados é determinado principalmente por sua relevância
em relação aos valores do período corrente.
(c) Demonstrações contábeis comparativas são informações comparativas onde os valores e outras divulgações do
período anterior estão incluídos para fins de comparação com as demonstrações contábeis do período corrente, mas, se
auditadas, são mencionadas na opinião do auditor. O nível de informações incluídas nessas demonstrações contábeis
comparativas é comparável com o das demonstrações contábeis do período corrente.
Para fins da NBC TA 710, as referências a “período anterior” devem ser lidas como “períodos anteriores” quando as
informações comparativas incluem valores e divulgações para mais de um período.

Procedimentos de auditoria
O auditor deve determinar se as demonstrações contábeis incluem as informações comparativas requeridas pela
estrutura de relatório financeiro aplicável e se essas informações estão classificadas adequadamente e, para tanto, o
auditor deve avaliar se:
(a) as informações comparativas compreendem os valores e outras divulgações apresentados no período anterior ou,
quando apropriado, se foram retificadas; e
(b) as políticas contábeis refletidas nas informações comparativas são consistentes com as aplicadas no período
corrente ou, se houve mudanças nas políticas contábeis, se essas mudanças foram registradas de maneira apropriada e
adequadamente apresentadas e divulgadas.
Se o auditor toma conhecimento de uma possível distorção relevante nas informações comparativas durante a
execução da auditoria do período corrente, o auditor deve executar os procedimentos adicionais de auditoria
necessários nas circunstâncias para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para determinar se existe
distorção relevante. Se o auditor examinou as demonstrações contábeis do período anterior, ele deve cumprir também
os requisitos relevantes da NBC TA 560 – Eventos Subsequentes, itens 14 a 17. Se as demonstrações contábeis do
período anterior forem alteradas, o auditor deve determinar que as informações do período anterior apresentadas para
fins de comparação correspondem às demonstrações contábeis alteradas.
O auditor deve solicitar representações formais para todos os períodos mencionados na opinião do auditor
independente. O auditor deve obter, também, uma representação formal específica sobre qualquer atualização feita
para corrigir distorção relevante nas demonstrações contábeis do período anterior que afeta as informações
comparativas.

No caso de demonstrações contábeis comparativas, são requeridas representações formais para todos os períodos
mencionados na opinião do auditor porque a administração precisa reafirmar que as representações formais que fez
referentes ao período anterior continuam apropriadas. No caso de valores correspondentes, as representações
formais são requeridas somente para o período corrente porque o auditor emite a opinião sobre essas
demonstrações contábeis, que incluem os valores correspondentes. Entretanto, o auditor solicita uma
representação formal específica sobre qualquer retificação feita para corrigir distorção relevante nas demonstrações
contábeis do período anterior que afeta as informações comparativas.

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Relatório de auditoria
Valores correspondentes
Quando são apresentados valores correspondentes, a opinião do auditor não deve mencionar os valores
correspondentes exceto se:
- Se o relatório do auditor independente no período anterior, conforme emitido anteriormente, incluiu uma opinião com
ressalva, adversa ou abstenção de opinião e o assunto que gerou a modificação não está resolvido;
- Se o auditor obtém evidência de auditoria de que existe distorção relevante nas demonstrações contábeis do período
anterior sobre as quais foi emitida anteriormente uma opinião sem modificação e os valores correspondentes não
foram adequadamente ajustados ou não foram feitas divulgações apropriadas;
- Se as demonstrações contábeis do período anterior não foram auditadas.

A opinião do auditor não menciona os valores correspondentes porque o auditor emite uma opinião sobre as
demonstrações contábeis como um todo, incluindo os valores correspondentes.

Se o relatório do auditor independente no período anterior, conforme emitido anteriormente, incluiu uma opinião com
ressalva, adversa ou abstenção de opinião e o assunto que gerou a modificação não está resolvido, o auditor deve
incluir modificação na sua opinião sobre as demonstrações contábeis do período corrente. No parágrafo sobre a base
para a modificação no relatório do auditor independente, o auditor deve:
(a) mencionar os valores do período corrente e os valores correspondentes na descrição do assunto que gerou a
modificação quando os efeitos ou possíveis efeitos do assunto sobre os valores do período corrente são relevantes; ou
(b) em outros casos, explicar que a opinião da auditoria contém modificação em decorrência dos efeitos ou possíveis
efeitos do assunto não resolvido sobre a comparabilidade dos valores do período corrente e dos valores
correspondentes.

Quando o relatório do auditor independente no período anterior, conforme emitido anteriormente, incluiu uma
modificação (opinião com ressalva, adversa ou abstenção de opinião) e o assunto que gerou a modificação está
resolvido e adequadamente registrado ou apresentado nas demonstrações contábeis de acordo com a estrutura de
relatório financeiro aplicável, a opinião do auditor sobre o período corrente não precisa mencionar a modificação
anterior.

Quando a opinião do auditor sobre o período anterior, conteve modificação conforme expressa anteriormente, o
assunto não resolvido que gerou a modificação pode não ser relevante para os valores do período corrente. Contudo,
pode ser necessária uma opinião com ressalva, adversa ou abstenção de opinião (conforme aplicável) sobre as
demonstrações contábeis do período corrente, em decorrência dos efeitos ou possíveis efeitos do assunto não
resolvido sobre a comparabilidade dos valores atuais e valores correspondentes.

Se o auditor obtém evidência de auditoria de que existe distorção relevante nas demonstrações contábeis do período
anterior sobre as quais foi emitida anteriormente uma opinião sem modificação e os valores correspondentes não
foram adequadamente ajustados ou não foram feitas divulgações apropriadas, o auditor deve expressar uma opinião
com ressalva ou uma opinião adversa no seu relatório sobre as demonstrações contábeis do período corrente. Essa

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opinião com ressalva ou adversa é sobre o efeito na comparação dos valores correntes com relação aos valores
correspondentes nelas incluídos.

Quando as demonstrações contábeis do período anterior contendo distorção não foram alteradas e não foi
reemitido o relatório do auditor independente, mas os valores correspondentes foram adequadamente retificados
ou foram feitas divulgações apropriadas nas demonstrações contábeis do período corrente, o relatório do auditor
independente pode incluir um parágrafo de ênfase. Esse parágrafo de ênfase descreve as circunstâncias e menciona,
quando relevante, que as divulgações que descrevem totalmente o assunto podem ser encontradas nas
demonstrações contábeis.

Demonstrações contábeis do período anterior auditadas


por auditor independente antecessor
Se as demonstrações contábeis do período anterior foram examinadas por auditor independente antecessor e o auditor
atual não está proibido por lei ou regulamento de mencionar o relatório do auditor independente antecessor sobre os
valores correspondentes e decide fazer isso, ele deve especificar em um parágrafo de Outros Assuntos no seu relatório
de auditoria independente:
(a) que as demonstrações contábeis do período anterior foram examinadas por um auditor independente antecessor;

(b) o tipo de opinião expressa pelo auditor independente antecessor e, se essa opinião conteve modificação, as razões
para a modificação; e
(c) a data desse relatório.

Demonstrações contábeis do período anterior não


auditadas
Se as demonstrações contábeis do período anterior não foram auditadas, o auditor deve especificar em um parágrafo
de Outros Assuntos no relatório do auditor independente que os valores correspondentes não foram auditados. Essa
declaração, contudo, não isenta o auditor do requisito de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre se
os saldos iniciais contêm distorções que afetam de forma relevante as demonstrações contábeis do período corrente.
Se as demonstrações contábeis do período anterior não foram auditadas, o auditor deve especificar no parágrafo de
Outros assuntos no relatório do auditor independente que os valores correspondentes não foram auditados. Essa
declaração, contudo, não isenta o auditor do requisito de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre se
os saldos iniciais contêm distorções que afetam de forma relevante as demonstrações contábeis do período corrente.

Se o auditor não conseguir obter evidência de auditoria apropriada e suficiente com relação aos saldos iniciais, ele
deve expressar uma Opinião com ressalva ou abstenção de opinião sobre as demonstrações contábeis, conforme
apropriado, de acordo com a NBC TA 705. Se o auditor encontrar dificuldade significativa na obtenção de evidência
de auditoria apropriada e suficiente de que os saldos iniciais não contêm distorções relevantes que afetem de forma
relevante as demonstrações contábeis do período corrente, o auditor pode determinar que este seja um principal
assunto de auditoria.

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Demonstrações contábeis comparativas


Quando são apresentadas demonstrações contábeis comparativas, a opinião do auditor deve referir-se a cada período
para o qual as demonstrações contábeis são apresentadas, ou seja, a opinião cobre os dois períodos.

Considerando que o relatório do auditor independente sobre demonstrações contábeis comparativas é aplicado para
as demonstrações contábeis de cada um dos períodos apresentados, o auditor pode expressar uma opinião com
ressalva, adversa ou abster-se de expressar uma opinião, assim como incluir parágrafo de ênfase relacionado a um
ou mais períodos, apesar de expressar uma opinião diferente sobre as demonstrações contábeis do outro período.

Ao emitir relatório sobre demonstrações contábeis cobrindo, também o período anterior, em conexão com a auditoria
do período corrente, se a opinião atual (do mesmo auditor) sobre as demonstrações do período anterior for diferente da
opinião expressa anteriormente, o auditor deve divulgar as razões substanciais para a opinião diferente em um no
parágrafo de Outros Assuntos.

Ao incluir, no relatório atual, opinião sobre as demonstrações contábeis do período anterior em conexão com a
auditoria do período corrente, a opinião (do mesmo auditor) sobre as demonstrações contábeis do período anterior
pode ser diferente da opinião expressa anteriormente, se o auditor tomar conhecimento de circunstâncias ou
eventos que afetam as demonstrações contábeis de período anterior de forma relevante no decurso da auditoria do
período corrente. Em algumas jurisdições, o auditor pode ter responsabilidades adicionais estabelecidas para evitar
confiança futura no relatório do auditor independente emitido anteriormente sobre as demonstrações contábeis de
períodos anteriores.

Ao emitir relatório sobre demonstrações contábeis cobrindo também o período anterior, em conexão com a auditoria
do período corrente, se a opinião atual (do mesmo auditor) sobre as demonstrações do período anterior for diferente da
opinião expressa anteriormente, o auditor deve divulgar as razões substanciais para a opinião diferente no parágrafo de
Outros assuntos, de acordo com a NBC TA 706.

Demonstrações contábeis do período anterior


examinadas por auditor independente antecessor
Se as demonstrações contábeis do período anterior foram auditadas por um auditor independente antecessor e, a
menos que o relatório desse auditor independente antecessor sobre as demonstrações contábeis do período anterior
seja reemitido com as demonstrações contábeis, além de expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis do
período corrente, o auditor deve especificar em um parágrafo de Outros Assuntos:
(a) que as demonstrações contábeis do período anterior foram examinadas por auditor independente antecessor;

(b) o tipo de opinião expressa pelo auditor independente antecessor e, se a opinião conteve modificação, as razões para
a modificação; e
(c) a data desse relatório.

Se o auditor (atual) conclui que existe distorção relevante que afeta as demonstrações contábeis do período anterior
sobre as quais o auditor independente antecessor emitiu anteriormente relatório sem modificação, o auditor (atual)
deve comunicar a distorção para o nível apropriado da administração e, a menos que todos os responsáveis pela

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governança estejam envolvidos na administração da entidade, para os responsáveis pela governança, e solicitar que o
auditor independente antecessor seja informado.
Se as demonstrações contábeis do período anterior forem alteradas, e o auditor independente antecessor concordar
em emitir novo relatório sobre as demonstrações contábeis alteradas do período anterior, o auditor (atual) deve emitir
relatório somente sobre o período corrente.

O auditor independente antecessor pode não ter condição ou não querer reemitir o relatório de auditoria
independente sobre as demonstrações contábeis do período anterior. A inclusão de parágrafo de Outros Assuntos no
relatório do auditor independente (atual) pode indicar que o auditor independente antecessor emitiu relatório sobre
as demonstrações contábeis do período anterior antes da alteração. Além disso, se o auditor (atual) é contratado e
obtém evidência de auditoria apropriada e suficiente para se satisfazer quanto à adequação da alteração, o seu
relatório pode, também, incluir o seguinte parágrafo:

“Como parte de nossos exames das demonstrações contábeis de 20X2, examinamos também os ajustes descritos na
Nota Explicativa X que foram efetuados para alterar as demonstrações contábeis de 20X1. Em nossa opinião, tais ajustes
são apropriados e foram corretamente efetuados. Não fomos contratados para auditar, revisar ou aplicar quaisquer
outros procedimentos sobre as demonstrações contábeis da Companhia referentes ao exercício de 20X1 e, portanto, não
expressamos opinião ou qualquer forma de asseguração sobre as demonstrações contábeis de 20X1 tomadas em
conjunto”.

Demonstrações contábeis do período anterior não


auditadas
Se as demonstrações contábeis do período anterior não foram auditadas, o auditor deve especificar em um parágrafo
de Outros Assuntos que as demonstrações contábeis comparativas não foram auditadas. Essa declaração, contudo, não
isenta o auditor do requisito de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre se os saldos iniciais contêm
distorções que afetam de forma relevante as demonstrações contábeis do período corrente.
Se as demonstrações contábeis do período anterior não foram auditadas, o auditor deve especificar no parágrafo de
Outros assuntos que as demonstrações contábeis comparativas não foram auditadas. Essa declaração, contudo, não
isenta o auditor do requisito de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre se os saldos iniciais contêm
distorções que afetam de forma relevante as demonstrações contábeis do período corrente.

Se o auditor não conseguir obter evidência de auditoria apropriada e suficiente com relação aos saldos iniciais, ele
deve expressar uma Opinião com ressalva ou abstenção de opinião sobre as demonstrações contábeis, conforme
apropriado, de acordo com a NBC TA 705. Se o auditor encontrar dificuldade significativa na obtenção de evidência
de auditoria apropriada e suficiente de que os saldos iniciais não contêm distorções relevantes que afetam de forma
relevante as demonstrações contábeis do período corrente, o auditor pode determinar que este seja um principal
assunto de auditoria.

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Caderno de Questões
1. FGV-Auditor- Hemocentro-SP/2013

O trabalho de auditoria concluiu que as demonstrações contábeis consolidadas não representaram adequadamente a
situação patrimonial, econômica e financeira da entidade controladora auditada, por deixar de contemplar os
demonstrativos de uma de suas controladas com a qual mantém operações e apresenta saldos não realizados de lucros
e de estoques. Essa conclusão resultou na emissão de um parecer
(A) com ressalva relevante.

(B) com ressalva simples.

(C) não modificado.

(D) adverso.

(E) abstenção de opinião.

Resolução:

Com base no esquema abaixo, já eliminamos as letras A e B, pois, a norma não prevê essa subdivisão para as ressalvas.
Logo, não há que se falar em ressalva simples e relevante.

O segundo ponto a analisar é: o auditor conseguiu reunir evidências para opinar? Sim, pois o enunciado indica que a
“auditoria concluiu...”. Sendo assim, não cabe abster-se. Será necessário emitir alguma opinião, seja ela qual for.
Eliminamos a letra E.

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Como sabemos que há distorções, incabível também é um relatório não modificado (sem ressalvas). Eliminamos a letra
C.
Concluindo então que há distorções, a opinião será adversa ou com ressalvas, conforme sejam os efeitos das distorções.
A única alternativa possível é a letra D, embora, tecnicamente seja possível também a ressalva, a depender das
generalizações dessas distorções.
Resposta D

2. FGV-SEFAZ-RJ-Analista Controle interno/2010

Qual das situações abaixo impede que o auditor emita um parecer sem ressalva?

(A) O auditado efetuar os ajustes recomendados pelo auditor.

(B) Chance remota de determinado ativo não ser realizado.

(C) Incapacidade de a entidade auditada continuar suas operações.

(D) Discordância junto à administração quanto a procedimentos contábeis de efeitos relevantes nas demonstrações.

(E) Ausência de limitação da extensão do seu trabalho.

Resolução:

Letra A: Falso. Se o auditado corrigir conforme solicitação, não haverá discordâncias em relação ao auditor quanto a
possíveis distorções.
Letra B: Falso. Por si só, não é motivo, exceto se o auditado não evidenciar isso em suas DC.

Letra C: Falso. Por si só, não é motivo, exceto se as demonstrações contábeis não evidenciarem essa realidade.

Letra D: Verdadeiro. Possíveis distorções relevantes não corrigidas geram modificação de opinião.

Letra E: Falso. Se fosse a “existência” de limitação, poderia estar correto.

Resposta D

3. FGV-SEFAZ-RJ-Analista Controle interno/2010

A auditoria das demonstrações financeiras de sociedades controladas, avaliadas pelo método de equivalência
patrimonial, por outros auditores independentes, implica a seguinte obrigação para o auditor da sociedade
controladora:
(A) emitir parecer com abstenção de opinião ou adverso.

(B) emitir parecer com parágrafo de ênfase, em virtude dessa incerteza.

(C) emitir um parecer com ressalvas, em virtude dessa situação.

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(D) desconsiderar essa situação em seu relatório.

(E) destacar esse fato em seu parecer.

Resolução:

Este é o caso que outras empresas componentes do grupo são auditadas por auditor diferente do auditor do grupo.
Nessas situações o auditor do grupo, precisa definir se há evidência apropriada e suficiente que a auditoria no
componente foi conduzida conforme os requisitos éticos e NBC TAs e que não há riscos de distorção.
Se o auditor do grupo concluir que o trabalho do auditor do componente é insuficiente, ela deve determinar quais
procedimentos adicionais devem ser executados e se estes devem ser executados pelo auditor do componente ou por
ela mesma.
Concluindo pela adequação e suficiência das evidências, o seu relatório será não modificado.

Caso contrário, aplicará a modificação de opinião conforme as circunstâncias: Com ressalva, abstenção, adverso.

Destaque-se que embora os auditores de componentes possam realizar trabalhos sobre as informações contábeis dos
componentes para a auditoria do grupo e, como tais, serem responsáveis pelas suas constatações, conclusões ou
opiniões globais, é o auditor do grupo que é responsável pela opinião de auditoria do grupo.
A questão não indica que há distorções, logo não há que se falar em ressalvas ou opinião adversa. O auditor mencionará
que a auditoria das demais empresas foi conduzida por outros auditores.
A melhor resposta, extrairíamos da revogada NBC T11, que tem linguagem bem simples. Apesar de revogada,
mantemos seu valor doutrinário. Corrobora esse entendimento, o fato de alguns autores, a exemplo de CREPALDI
(Silvio, A. Auditoria Contábil,8 ed. 2012), que repete o ensinamento desta norma revogada desde jan/2010 como válidos
em sua obra com edição em 2012.
“Quando houver participação de outros auditores independentes no exame das demonstrações contábeis das
controladas e/ou coligadas, relevantes, o auditor da controladora/investidora deve destacar esse fato em seu parecer.”
(Crepaldi, 2012).
Atualmente (2021...), poderíamos destacar o fato na seção “principais assuntos de auditoria” por exemplo,
oportunidade para o auditor destacar de que forma o assunto influenciou a auditoria. por exemplo.
Resposta E

4. FGV-SEFAZ-RJ-Analista Controle interno/2010

O auditor, durante a aplicação dos testes, identificou a existência de fraudes envolvendo montante significativo,
situação que, se não fosse ajustada, demandaria a emissão de parecer adverso. Após reunião com os gestores, recebeu
as demonstrações contábeis devidamente ajustadas, tendo sido acatadas todas as recomendações que havia feito.
Nesse caso, o parecer a ser emitido é
(A) sem ressalva.

(B) com ressalva ou com parágrafo de ênfase.

(C) adverso ou com ressalva.

(D) com abstenção de opinião ou com ressalva.

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(E) com limitação de opinião ou adverso.

Resolução:

As DC precisam retratar a real situação da entidade. O auditor não faz a auditoria para indicar que a entidade vai bem
financeiramente, terá lucros ou algo equivalente. Se a empresa “vai mal das pernas” e as demonstrações contábeis
retratam adequadamente essa realidade, só resta ao auditor indicar em seu relatório que as DC representam com
fidedignidade a situação patrimonial e financeira da entidade. Logo, não há ressalvas a se fazer.
Resposta A

5. FGV-Auditor do tesouro municipal-Recife/2014

O auditor, ao expressar opinião de que as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos
relevantes, em conformidade com uma estrutura de relatório financeiro aplicável, produz o seguinte efeito:
(A) revela as distorções do planejamento da auditoria das demonstrações contábeis.

(B) reduz os riscos de auditoria das demonstrações contábeis o que gera segurança para os usuários.

(C) proporciona o aumento de evidências de auditoria das demonstrações contábeis.

(D) aumenta o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários.

(E) assegura que os objetivos operacionais desejados pela administração foram alcançados.

Resolução:

NBC TA 200 (2016) ,3

O objetivo da auditoria é aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários. Isso é
alcançado mediante a expressão de uma opinião pelo auditor sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em
todos os aspectos relevantes, em conformidade com uma estrutura de relatório financeiro aplicável.
Resposta D

6. FGV- SEFAZ-Cuiabá – Auditor Fiscal/2014

Uma empresa auditada, após a divulgação de suas demonstrações contábeis, obteve a confirmação de que seu
principal cliente não honraria seus compromissos, o que representava saldo significante do ativo. Se o fato fosse do
conhecimento do auditor na data do relatório, este teria diferente opinião sobre as demonstrações contábeis. A
administração da empresa decidiu alterar as demonstrações contábeis já divulgadas, de modo a não incluir o valor a
receber do cliente. Nesse caso, o auditor
(A) deve emitir um relatório sem ressalvas.

(B) deve incluir em seu relatório parágrafo de ênfase com referência à nota explicativa, esclarecendo a razão da
alteração.
(C) deve incluir em seu relatório parágrafo de ênfase clarificando que os outros clientes irão honrar seus compromissos.

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(D) deve comunicar o fato ao órgão regulador.

(E) não deve se pronunciar, já que as demonstrações já estavam divulgadas.

Resolução:

O auditor não tem obrigação de executar nenhum procedimento de auditoria em relação às demonstrações contábeis
após a data do seu relatório e antes da divulgação das demonstrações contábeis. Mas se tomar conhecimento de
eventos subsequentes que poderiam ter levado a modificar seu relatório deve discutir com a administração e
determinar se devem ser alteradas as demonstrações contábeis. Se sim, deve indagar a administração como pretende
tratar o assunto.
Observe que é a administração quem decide se vai refazer as demonstrações contábeis, exceto se houver determinação
legal. Se a administração refizer as demonstrações contábeis o auditor aplica novos procedimentos e emite novo
relatório de auditoria sobre as demonstrações já alteradas.
Quando não há exigência legal, a administração da entidade pode desejar restringir a alteração das demonstrações aos
efeitos dos eventos subsequentes. Neste caso, o auditor deve alterar o relatório para incluir data adicional.
Adicionalmente:

NBC TA 560 (2016),16

O auditor independente deve incluir no seu relatório, novo ou reemitido, Parágrafo de Ênfase com referência à nota
explicativa que esclarece mais detalhadamente a razão da alteração das demonstrações contábeis emitidas anteriormente
e do relatório anterior fornecido pelo auditor independente.
Resposta B

7. FGV- SEFAZ-Cuiabá – Auditor Fiscal/2014

Em 31/12/2013, uma empresa de patrimônio líquido de R$ 400.000,00 possuía financiamentos no valor de R$


500.000,00. Estes tinham como data de vencimento 31/12/2012, mas a empresa não tinha saldo para pagar os
financiamentos e não conseguiu renegociá-los. Por isso, estava considerando declarar falência. As notas explicativas e
as demonstrações contábeis não refletiam a incerteza em relação à capacidade de funcionamento da empresa. Na
data, o auditor deve
(A) apresentar um relatório com opinião com ressalva.

(B) apresentar um relatório com opinião adversa.

(C) expressar uma opinião sem ressalvas e incluir um parágrafo de ênfase em seu relatório.

(D) abster-se de emitir sua opinião.

(E) denunciar a empresa ao órgão regulador.

Resolução: A empresa não identificou adequadamente sua base contábil de continuidade operacional. Isso implica que
as demonstrações contábeis não representam adequadamente a situação financeira e patrimonial da entidade e a
distorção ou possível distorção é generalizada, cabe a opinião adversa.
Resposta B

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8. FGV – Auditor Fiscal – Cuiabá/2016

A Cia. W é auditada pelo auditor independente João. A Cia. W publicou suas demonstrações contábeis, em 05/03/2016,
com relatório sem ressalva assinado por João. Em 10/03/2016, João tomou conhecimento de que o principal cliente da
Cia. W havia pedido concordata em dezembro e não pagaria sua dívida. João discutiu o assunto com a administração da
Cia. W e determinou que as demonstrações fossem alteradas, o que foi feito.
Assinale a opção que indica o procedimento de João em seu relatório reemitido.

(A) Manter o relatório sem ressalva.

(B) Adicionar um parágrafo de ênfase.

(C) Adicionar uma ressalva em relação à concordata do cliente.

(D) Adicionar uma ressalva em relação à omissão da informação pela Cia W.

(E) Abster-se de dar uma opinião.

Resolução:

Estamos diante de um evento subsequente. O auditor concluiu que o evento merecia divulgação o que foi prontamente
atendido pela empresa W. Logo, a situação está devidamente divulgada nas demonstrações contábeis o que impede a
emissão de opinião com ressalvas ou adversa. Entretanto, por se tratar de fato que merece destaque, apesar de
devidamente divulgado, o auditor emite a opinião sem ressalvas e adiciona um parágrafo de ênfase.
A questão destaca ainda que o relatório foi reemitido, ou seja, foi feito um novo relatório e não um relatório com dupla
data. Caso fosse um relatório com dupla data, teríamos:
NBC TA 560 (2016) 16.

O auditor independente deve incluir no seu relatório, novo ou reemitido, Parágrafo de Ênfase com referência à nota
explicativa que esclarece mais detalhadamente a razão da alteração das demonstrações contábeis emitidas anteriormente
e do relatório anterior fornecido pelo auditor independente.
Resposta B

9. FGV – APF - Sepog-RO/2017

No relatório do auditor independente sobre as demonstrações contábeis, a ordem de apresentação de cada assunto na
seção dos “Principais Assuntos de Auditoria” deve ser determinada de acordo com
a) a liquidez das transações.

b) o julgamento do auditor.

c) os montantes envolvidos.

d) a ordem cronológica dos fatos de origem.

e) a ordem como estão divulgados os fatos nas demonstrações contábeis.

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Resolução:

Ao inserir a seção principais assuntos de auditoria no relatório, o auditor deverá descrever (dentro desta seção) cada um
dos principais assuntos de auditoria. O auditor deverá encontrar a melhor forma de fazê-lo, de modo a contextualizar o
assunto e tornar o relatório inteligível. Sendo assim, não há lugar “fixo” para inserir a seção PAA, tampouco ordem
“fixa” para descrever os assuntos dentro desta seção. Deve ser observado, contudo, que a primeira seção do relatório
será a opinião; a segunda será a base para opinião. O resto é livre.
Resposta: B

10. FGV – APF - Sepog-RO/2017

As situações a seguir são exemplos de circunstâncias em que o auditor, de acordo com as normas vigentes, considera
necessário incluir um parágrafo de ênfase, à exceção de uma. Assinale-a.
a) Existência de incerteza relativa ao desfecho futuro de litígio excepcional.

b) Existência de incerteza relativa ao desfecho futuro de ação regulatória.

c) Aplicação antecipada de nova norma contábil com efeito disseminado de forma generalizada nas demonstrações
contábeis, antes da sua data de vigência, quando permitido.
d) Grande catástrofe que tenha tido, ou continue a ter, efeito significativo sobre a posição patrimonial e financeira da
entidade.
e) Descumprimento de norma contábil com efeito relevante no resultado.

A alternativa E traz situação que nos leva à modificação de opinião (ressalva/adversa), logo não deve constar em
parágrafo de ênfase já que será um dos fundamentos da opinião modificada descritos na seção “base para opinião”
Resposta: E

11. FGV - Auditor Fiscal-Sefin-RO/2018

Ao auditar uma sociedade empresária, o auditor independente concluiu que os estoques estão superavaliados. A
distorção é considerada relevante, no entanto não é generalizada para as demonstrações contábeis. Nesse caso, o
auditor independente deve emitir um relatório com:
a) opinião sem ressalva.

b) opinião com ressalva.

c) opinião adversa.

d) abstenção de opinião.

e) parágrafo de ênfase.

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Resposta: A

12. Técnico NS – ciências contábeis – Pref. Salvador/2017

Um auditor independente concluiu que o uso do pressuposto de continuidade operacional, em determinada empresa
auditada, é apropriado, mas que há incerteza significativa. Ele verificou que as demonstrações contábeis descrevem
adequadamente os principais eventos que podem levantar dúvida quanto à capacidade de continuidade; avaliou os
planos da administração para esses eventos e que há divulgação clara sobre essa incerteza.
Em seu relatório o auditor deve

(A) expressar uma opinião sem ressalva e sem parágrafo de ênfase para tratar do assunto.

(B) expressar uma opinião sem ressalva e incluindo a seção “incertezas relevantes a sobre a continuidade operacional”

(C) expressar uma opinião com ressalva.

(D) expressar uma opinião adversa.

(E) abster-se de expressar sua opinião.

Resolução:

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Em seu gabarito original, a questão considerou que correto a opinião sem ressalva + parágrafo de ênfase, pois era o que
previa as normas antes da alteração do formato do relatório do auditor, assim, foi preciso adaptar a questão para
aproveitá-la. Sob a vigência das novas normas, ao invés do parágrafo de ênfase, teremos a inserção de uma nova seção,
criada para ser aplicada nas auditorias finalizadas a partir de 31/12/2016. Trata-se da seção denominada “incerteza
relevante sobre a continuidade operacional – IRCO”. Teremos as seguintes formas de relatório, conforme seja a Base
Contábil de Continuidade Operacional – BCCO – adotada pela entidade:

A letra B está correta e a letra A também ficaria, pois não é caso de exigir o parágrafo de ênfase, mas a seção IRCO.
Assim, em 2022, a resposta correta seria A+B.
Resposta: A e B

13. FGV – PROCEMPA-contador/2014

Um auditor planejava entregar um parecer com opinião sem ressalvas em relação à auditoria de 2010 de determinada
entidade, em 01 de fevereiro de 2011. Essa entidade costuma gerar uma receita substancial no mercado externo. No
mês de janeiro, houve uma elevada valorização do real em relação ao dólar. No entanto, não havia risco de
descontinuidade da empresa. Nesse caso, em relação às demonstrações contábeis de 2010, o auditor
(A) deve propor um ajuste na conta de Desvalorização Cambial.

(B) deve propor que a entidade evidencie o fato em notas explicativas.

(C) deve propor um ajuste na conta de Provisão para Contingências.

(D) não deve fazer sugestões à entidade e emitir um parecer com parágrafo de ênfase.

(E) não deve fazer sugestões à entidade e emitir um parecer com opinião com ressalva.

Resolução:

Estamos diante de um evento subsequente ocorrido entre as DC’s e a data do relatório. O auditor deve executar
procedimentos de auditoria desenhados para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente de que todos os
eventos ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a data do relatório do auditor independente que
precisam ser ajustados ou divulgados nas demonstrações contábeis foram identificados. O auditor deve determinar se

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cada um desses eventos está refletido de maneira apropriada nas referidas demonstrações contábeis, de acordo com a
estrutura conceitual aplicável.
Como se trata de eventos ocorridos em 2011, não cabe efetuar lançamentos contábeis em 2010 como os propostos em
A e C. A forma de divulgá-los seria nas notas explicativas. O auditor poderia então adicionar a seção “incertezas
relevantes sobre a continuidade operacional” de acordo com as normas vigentes atualmente. Ressalte-se que, sendo
adequadamente divulgado esse evento subsequente, a opinião permanece sem ressalvas.
Resposta B

14. FGV - IMBEL - Supervisor – Auditor/2021

Em seu relatório, o auditor incluiu um parágrafo que trata de um assunto não apresentado e nem divulgado nas
demonstrações contábeis da empresa. De acordo com seu julgamento, o assunto é relevante para o entendimento dos
usuários em relação às suas responsabilidades. Assinale a opção que indica o parágrafo incluído pelo auditor.
A. Negativa de parecer.

B. Ressalva.

C. Opinião.

D. Outros assuntos.

E. Considerações especiais.

Resolução:

Temos dois parágrafos especiais no relatório: o parágrafo de ênfase e o parágrafo de outros assuntos. O primeiro tem
cabimento apenas para enfatizar assuntos devidamente divulgados; o segundo, o inverso.
Resposta: D

15. FGV - IMBEL - Supervisor – Auditor/2021

O auditor deve incluir em seu relatório uma seção com o título “Responsabilidades do auditor pela auditoria das
demonstrações contábeis”. Assinale a opção que indica o objetivo que o auditor deve declarar nessa seção.
A. Verificar todos os saldos das demonstrações contábeis da entidade auditada.

B. Conduzir a auditoria em conformidade com as normas internacionais de contabilidade.

C. Emitir um relatório que inclua a opinião do auditor.

D. Garantir que as demonstrações contábeis tomadas em conjunto estão livres de distorção relevante causadas por
fraude.
E. Garantir que as demonstrações contábeis tomadas em conjunto estão livres de distorção relevante causadas por
erro.
Resolução:

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A – Errado. geralmente auditoria se vale da amostragem, logo não há exame 100%.

B – Errado. a condução é de acordo com as normas de auditoria.

C – Certo.

D – Errado. a garantia é razoável e abrange as distorções relevantes, independentemente de serem causadas por fraude
ou por erro.
E – Errado. mesmo fundamento anterior.

Resposta: C

16. FGV - IMBEL - Supervisor – Auditor/2021

O auditor conclui que não é possível obter evidência apropriada e suficiente de auditoria para fundamentar sua opinião
e que os possíveis efeitos de distorções não detectadas sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes,
mas não generalizados.
Nesse caso o auditor deve expressar

A. uma opinião sem ressalva.

B. uma opinião com ressalva.

C. uma opinião adversa.

D. uma abstenção de opinião.

E. uma opinião não qualificada.

Resolução:

Estamos diante de uma distorção potencial que apesar de ser relevante, não está generalizada. Assim, é possível isolá-
la por meio de uma ressalva.
Resposta: A

17. FGV - IMBEL - Supervisor – Auditor/2021

De acordo com a NBC TA 700 – Formação da Opinião e Emissão do Relatório do Auditor Independente sobre as
Demonstrações Contábeis, o relatório do auditor deve ser por escrito. No relatório, a seção “Base para Opinião” deve
conter
A. a declaração de que o trabalho foi conduzido em conformidade com as normas de auditoria.

B. a identificação da entidade cujas demonstrações contábeis foram auditadas.

C. a identificação do título de cada demonstração que compõe o conjunto das demonstrações contábeis.

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D. a descrição das notas explicativas, incluindo o resumo das principais políticas contábeis.

E. a especificação da data ou o período de cada demonstração que compõe o conjunto das demonstrações contábeis.

Resolução:

Conforme a norma, esta seção contém:

(a) declare que a auditoria foi conduzida em conformidade com as normas de auditoria (ver item A33);

(b) referencie a seção que descreve as responsabilidades do auditor, segundo as normas de auditoria;

(c) inclua a declaração de que o auditor é independente da entidade de acordo com as exigências éticas relevantes
relacionadas com a auditoria e que ele atendeu às outras responsabilidades éticas do auditor de acordo com essas
exigências. A declaração deve identificar a jurisdição de origem das exigências éticas relevantes ou referir-se ao Código
de Ética do International Ethics Standards Board for Accountants (Iesba) da Federação Internacional de Contadores
(Ifac) (ver itens A34 a A39); e
(d) declare se o auditor acredita que a evidência de auditoria obtida por ele é suficiente e apropriada para fundamentar
sua opinião.
Uma forma prática de resolver essa questão é pensar que a base para opinião procura justificar a opinião. Logo,
especificará os parâmetros que levaram à opinião. Entre esses parâmetros, está a indicação da legislação que foi
utilizada como baliza.
Resposta: A

18. FGV-FUNSAÚDE – CE- Auditor Administrativo/2021

Um relatório de auditoria com opinião modificada compreende um relatório com opinião

A. com ressalva, somente.

B. com ressalva ou adversa, somente.

C. adversa ou abstenção de opinião, somente.

D. com ressalva ou abstenção de opinião, somente.

E. com ressalva, adversa ou abstenção de opinião.

Resolução:

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Resposta: E

19. FGV-TCE-PI - Auditor de Controle Externo/2021

Em geral, os relatórios de auditoria apresentam a opinião do auditor. Quando o relatório é utilizado para transmitir o
nível de asseguração, a opinião deve ser apresentada em um formato padronizado.
Assim, quando o auditor for incapaz de obter evidência de auditoria suficiente e apropriada acerca de certos itens do
objeto auditado, que podem ser relevantes, mas não generalizados, ele deve emitir uma opinião:
A. modificada adversa;

B. modificada com abstenção;

C. modificada qualificada (exceto por);

D. não modificada;

E. não modificada qualificada.

Resolução:

Diante de distorções efetivas (comprovadas) ou potenciais ( não confirmadas em razão da falta de evidências),
deveremos avaliar o impacto: generalizado ou não-generalizado?
Se não-generalizado, é possível utilizar uma opinião com ressalva, cujo texto se caracteriza pelo uso do “exceto por...”.
Assim, como o item com distorção não prejudica o restante da interpretação das DC, conseguimos isolá-lo com a
ressalva.

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A opinião seria algo como “tudo está certo, exceto o item X”.

A opinião com ressalva é um tipo de opinião modificada (as outras são adversa e abstenção) A opinião modificada
também é chamada de opinião qualificada. Concluímos pela letra C.
A opinião “sem modificação” ou “não qualificada” corresponde à opinião “sem ressalvas”, cabível quando tudo está
certo.
Resposta: C

20. FGV-TCE-AM-Auditor Técnico de Controle Externo/2021

A estrutura do Relatório do auditor independente abordada na NBC TA 700 especifica a apresentação em seções que
incluem título, destinatário, opinião do auditor, base para opinião, principais assuntos de auditoria, responsabilidades
pelas demonstrações contábeis e responsabilidades do auditor.
Na seção que trata da opinião do auditor, é dispensável:

A. afirmar que as demonstrações contábeis foram auditadas;

B. especificar a data ou o período de cada demonstração que compõe as demonstrações contábeis;

C. fazer referência às notas explicativas, incluindo o resumo das principais políticas contábeis;

D. identificar a entidade cujas demonstrações contábeis foram auditadas;

E. identificar a moeda de apresentação das demonstrações contábeis auditadas.

Resolução:

Para não precisar recorrer ao decoreba, a lógica a ser utilizada seria concluir que as demonstrações contábeis no Brasil
são expressas em (R$) Reais.
Recorrendo se às normas, temos:

A seção “Opinião” do relatório do auditor também deve:

(a) identificar a entidade cujas demonstrações contábeis foram auditadas;

(b) afirmar que as demonstrações contábeis foram auditadas;

(c) identificar o título de cada demonstração que compõe as demonstrações contábeis;

(d) fazer referência às notas explicativas, incluindo o resumo das principais políticas contábeis; e

(e) especificar a data ou o período de cada demonstração que compõe as demonstrações contábeis (ver itens A22 e
A23).
Resposta: E

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21. FGV-SEFAZ-ES/2021

Em uma auditoria de grupo econômico, foi constatado que as demonstrações contábeis consolidadas apresentavam
distorções, devido à não consolidação de uma controlada. A distorção foi considerada relevante e generalizada, de
modo que não foi praticável determinar seus efeitos. Ainda, o auditor concluiu que não havia incerteza em relação à
capacidade de continuidade operacional da entidade e determinou que não havia outros assuntos de auditoria a serem
comunicados no relatório. Assinale a opção que indica o relatório emitido pelo auditor independente.
A. Opinião sem ressalva.

B. Opinião com ressalva.

C. Opinião adversa.

D. Abstenção de opinião.

E. Opinião não qualificada.

Resolução:

Independentemente de se tratar de grupo econômico ou demonstrações consolidadas ou qualquer outra situação que o
examinador queira “florear”, pelo simples fato de haver distorção relevante e generalizada, já exige a opinião adversa.
A regra geral é: distorção relevante e generalizada cabe opinião adversa; distorção relevante e não-generalizada cabe à
opinião com ressalva.
Resposta: C

22. FGV-SEFAZ-ES/2021

No processo de auditoria de uma entidade em que o estoque é relevante, o acompanhamento da contagem física dos
estoques é impraticável, devido à sua localização. O auditor considera que os possíveis efeitos de distorções não
detectados poderiam ser relevantes, mas não generalizados. No caso, o auditor independente deve
A. emitir um relatório com abstenção de opinião.

B. utilizar os dados fornecidos pela empresa para realizar a contagem física dos estoques.

C. omitir o fato em seu relatório, porque as distorções localizadas não devem ser consideradas.

D. usar procedimentos alternativos, como a inspeção da documentação da venda de itens específicos adquiridos antes
da contagem física dos estoques.
E. comunicar aos responsáveis as distorções identificadas durante a auditoria, que dariam origem a uma opinião
modificada, e renunciar ao trabalho.
Resolução:

Sempre que um procedimento se revelar infrutífero em razão de qualquer limitação, a resposta padrão do auditor será
tentar conseguir as evidências através de procedimentos alternativos De auditoria.
A modificação de opinião teria cabimento quando os procedimentos alternativos também não fornecerem evidências
adequadas e suficientes e o assunto for relevante.
Resposta: D

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23. O auditor independente de uma companhia aberta declarou em seu relatório, na seção “Outros Assuntos”, que
submeteu aos procedimentos de auditoria executados, a demonstração
A. dos Fluxos de Caixa.

B. do Valor Adicionado.

C. do Resultado Abrangente.

D. das Despesas Operacionais.

E. das Mutações do Patrimônio Líquido.

Resolução:

A DVA não faz parte do conjunto obrigatório de demonstrações contábeis, sendo obrigatória apenas para as
companhias abertas. Isso motiva a sua abordagem em sessão separada das demais, no caso a sessão “outros assuntos”.
Resposta: B

24. FGV-SEFAZ-ES/2021

Com relação a um trabalho de auditoria inicial, em que as demonstrações contábeis do período anterior não foram
auditadas, analise as situações a seguir.
I. O auditor concluiu que os saldos iniciais contêm distorção que afeta de forma relevante as demonstrações contábeis
do período corrente e o efeito da distorção não é devidamente registrado.
II. O auditor concluiu que políticas contábeis do período corrente não estão aplicadas de maneira uniforme em relação
aos saldos iniciais, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável.
III. O auditor concluiu que uma mudança nas políticas contábeis não está devidamente registrada, de acordo com a
estrutura de relatório financeiro aplicável.
Assinale a opção que indica as situações em que o auditor deve expressar opinião com ressalva ou adversa.

A. I, apenas

B. I e II, apenas.

C. I e III, apenas.

D. II e III, apenas.

E. I, II e III.

Resolução:

Uma vez que eu saldo final de X0 é o saldo inicial de X1, uma distorção em X0 estará refletida nos relatórios de X1 já que
os saldos patrimoniais são cumulativos (passam de 1 ano para o outro).

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Se há distorções em X1, a opinião deve ser com ressalva ou adversa conforme seja o grau de tais distorções. Logo, todos
os itens estão corretos.
A questão poderia ser respondida também com base na literalidade da NBC TA 510:

10. Se o auditor não conseguir obter evidência de auditoria apropriada e suficiente com relação aos saldos iniciais, ele
deve expressar a opinião com ressalva ou abstenção de opinião sobre as demonstrações contábeis, conforme
apropriado, de acordo com a NBC TA 705.
11. Se o auditor concluir que os saldos iniciais contêm distorção que afeta de forma relevante as demonstrações
contábeis do período corrente e, se o efeito da distorção não é devidamente registrado ou adequadamente
apresentado ou divulgado, o auditor deve expressar a opinião com ressalva ou opinião adversa, conforme apropriado,
de acordo com a NBC TA 705.
Uniformidade de política contábil

12. O auditor deve expressar uma opinião com ressalva ou adversa, conforme apropriado, de acordo com a NBC TA 705,
se ele concluir que:
(a) as políticas contábeis do período corrente não estão aplicadas de maneira uniforme em relação aos saldos iniciais de
acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável; ou
(b) uma mudança nas políticas contábeis não está devidamente registrada, adequadamente apresentada ou divulgada,
de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável.
Resposta E

25. FGV – SEFAZ-AM/2021

No relatório do auditor independente, uma demonstração contábil deve ser mencionada no parágrafo de Outros
Assuntos. Assinale a opção que indica, de acordo com as normas de auditoria, a demonstração contábil e o motivo para
a apresentação.
(A) Demonstração do Valor Adicionado, por ter obrigatoriedade recente no Brasil.

(B) Demonstração do Valor Adicionado, por não ser obrigatória de acordo com as normas internacionais.

(C) Demonstração do Resultado Abrangente, por ter obrigatoriedade recente no Brasil.

(D) Demonstração do Resultado Abrangente, por poder ser apresentada em conjunto com outras demonstrações

contábeis.

(E) Demonstração dos Fluxos de Caixa, por ter substituído a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos.

Resolução:

A Demonstração de Valor Adicionado-DVA é uma exigência do mercado para as companhias abertas no Brasil. Assim,
como as regras internacionais não tratam da DVA, uma auditoria Brasileira de empresa S/A no Brasil ao mencionar a
DVA, deverá fazê-lo no em “outros assuntos”. Essa é a solução para conciliar uma exigência Brasileira com as normas
internacionais
Resposta: B

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26. FCC-ICMS-BA/2019

De acordo com a NBC TA 230 (R1), a documentação de auditoria, também conhecida como papéis de trabalho,

I. permite a condução de inspeções externas em conformidade com as exigências legais, regulamentares e outras
exigências aplicáveis.
II. fornece evidência da base do auditor para uma conclusão quanto ao cumprimento do objetivo global do auditor.

III. permite que a equipe de trabalho possa ser exonerada de responsabilidade por seu apresentadas tiverem tido a
participação de mais de um especialista do auditor. trabalho, quando as conclusões
IV. fornece evidência de que a auditoria foi planejada e executada em conformidade com as normas de auditoria e
exigências legais e regulamentares aplicáveis.
Está correto o que se afirma APENAS em:

A. II e IV.

B. I, II e IV.

C .II e III .

D. I e III .

E. I, III e IV.

Resolução:

I - Certo. O registro dos trabalhos pode ser utilizado para fins de fiscalização profissional pelo órgão de classe ( CFC). É
também a partir dos papeis de trabalhos (PT) que são feitas as revisões do controle de qualidade interna e externa.
II – Certo. A evidência acumulada e documentada é que fornece a persuasão necessária para concluir sobre um objeto.
Para os PTs, convergem todas as evidências acumuladas e assim, permitem concluir sobre o objetivo geral ou
específico.
III – Errado. Os PTs vinculam os registros aos seus executores, de modo que permitem a responsabilização do auditor.
Ainda que sejam utilizados especialistas, a responsabilidade do auditor não se modifica, pois ele deve avaliar a
objetividade e a competência desse especialista, se tomar seus dados como evidência.
IV – Certo. As evidências são acumuladas nos PTs. Desde o planejamento da auditoria até a sua conclusão.

Resposta: B

27. FCC – ACE – TCM-GO/2015

O auditor, quando obtida evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou
em conjunto, são relevantes e generalizadas para as demonstrações contábeis, deve expressar-se por meio de
(A) opinião sem ressalva.

(B) renúncia do trabalho.

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(C) opinião com parágrafo de ênfase.

(D) abstenção de opinião.

(E) opinião adversa.

Resolução:

Vejamos os relatórios exigidos conforme às circunstâncias:

Resposta E

28. FCC – DPE-RR – contador/2015

A firma de auditoria UAXM − Auditores Independentes foi contratada para realizar a auditoria das demonstrações
contábeis referente ao exercício de 2014, de determinada empresa estatal do Estado. Finalizados os trabalhos de
auditoria, o Auditor deve formar uma opinião e emitir o relatório. O Auditor expressa uma opinião não modificada
quando
(A) obtém evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou em conjunto,
são relevantes, mas não generalizadas nas demonstrações contábeis.
(B) não obtém evidência de auditoria apropriada e suficiente para suportar sua opinião, mas conclui que os possíveis
efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes e
generalizadas.
(C) conclui que as demonstrações contábeis são elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a
estrutura do relatório financeiro aplicável.
(D) obtém evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou em conjunto,
são relevantes e generalizadas para as demonstrações contábeis.
(E) não obtém evidência apropriada e suficiente de auditoria para suportar sua opinião, mas conclui que os possíveis
efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes, mas não
generalizados.
Resolução:

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Letra A – Errado. Esse é o caso de opinião modificada (com ressalvas)

Letra B – Errado. Esse é o caso de opinião modificada (abstenção)

Letra C – Certo. Opinião não modificada é o mesmo que opinião sem ressalvas. Isso significa que, na opinião do auditor,
as demonstrações contábeis representam adequadamente a situação patrimonial e financeira da entidade.
Letra D – Errado. Esse é o caso de opinião modificada (adversa)

Letra E – Errado. Esse é o caso de opinião modificada (ressalva)

Resposta C

29. FCC – DPE-SP – Contador/2015

Nas auditorias realizadas das demonstrações contábeis, conforme as evidências de auditoria obtidas, o auditor
independente deve expressar a seguinte opinião, EXCETO:
(A) opinião adversa.

(B) opinião sem ressalvas.

(C) abstenção de opinião.

(D) opinião com ressalva.

(E) opinião pela irregularidade.

Resolução:

A opinião pode ser modificada (ressalva, abstenção e adverso); ou poderá ser não modificada ( sem ressalvas). As
nomenclaturas “certificado de regularidade” ou de “irregularidade” são utilizadas no âmbito das auditorias do setor
público, não se relacionam à auditoria de demonstrações contábeis.
Resposta E

30. FCC – TCM-GO - Conselheiro substituto/2015

O Auditor deve formar sua opinião sobre se as demonstrações contábeis são elaboradas, em todos os aspectos
relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. O Auditor deve concluir que as demonstrações
contábeis não apresentam distorções relevantes. Essa conclusão deve considerar, se
(A) foi obtida evidência de auditoria apropriada e suficiente.

(B) as demonstrações contábeis, incluindo as notas explicativas, representam as transações e eventos de modo a
revelar uma apresentação exata.
(C) a terminologia usada nas demonstrações contábeis, incluindo o título de cada demonstração contábil, é
padronizada.
(D) as informações apresentadas nas demonstrações contábeis são importantes, fidedignas e inteligíveis.

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(E) as demonstrações contábeis tomadas em conjunto apresentam distorções relevantes ajustadas, com base em
evidência de auditoria obtida.
Resolução:

NBC TA 700

11. Para formar essa opinião, o auditor deve concluir se obteve segurança razoável sobre se as DC tomadas em conjunto não
apresentam distorções relevantes, independentemente se causadas por fraude ou erro. Essa conclusão deve levar em
consideração:
(a) a conclusão do auditor, de acordo com a NBC TA 330, sobre se foi obtida evidência de auditoria apropriada e suficiente
(item 26);
(b) a conclusão do auditor, de acordo com a NBC TA 450, sobre se as distorções não corrigidas são relevantes,
individualmente ou em conjunto ; e
(c) as avaliações requeridas pelos itens 12 a 15.(*citados abaixo))

(*)NBC 700

12. O auditor deve avaliar se as DC são elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com os requisitos da
estrutura de relatório financeiro aplicável. Essa avaliação deve incluir a consideração dos aspectos qualitativos das práticas
contábeis da entidade, incluindo indicadores de possível tendenciosidade nos julgamentos da administração.
13. O auditor especificamente deve avaliar se, segundo os requisitos da estrutura de relatório financeiro aplicável:

a) as DC divulgam apropriadamente as principais políticas contábeis selecionadas e aplicadas. Ao realizar essa avaliação, o
auditor deve considerar a relevância das políticas contábeis para a entidade e se elas foram elaboradas de forma
compreensível;
b) as políticas contábeis selecionadas e aplicadas são consistentes com a estrutura de relatório financeiro aplicável e se são
apropriadas;
c) as estimativas contábeis e divulgações relacionadas feitas pela administração são razoáveis;

d) as informações apresentadas nas DC são relevantes, confiáveis, comparáveis e compreensíveis. Ao realizar essa
avaliação, o auditor deve considerar se:
-- as informações que deveriam ter sido incluídas foram incluídas e se essas informações estão adequadamente
classificadas, individualmente ou em conjunto, e caracterizadas;
-- a apresentação geral das DC foi prejudicada pela inclusão de informações que não são relevantes ou que obscurecem o
devido entendimento dos assuntos divulgados;
e) as DC fornecem divulgações adequadas para permitir que os usuários previstos entendam o efeito de transações e
eventos relevantes sobre as informações incluídas nas demonstrações contábeis; e
f) a terminologia utilizada nas DC , incluindo o título de cada demonstração contábil, é apropriada

14. Quando as demonstrações contábeis são elaboradas de acordo com a estrutura de apresentação adequada, a avaliação
requerida pelos itens 12 e 13 deve incluir, também, se as demonstrações contábeis propiciam uma apresentação adequada.
A avaliação do auditor sobre se as demonstrações contábeis propiciam uma apresentação adequada deve incluir
considerações sobre:
(a) a apresentação geral, a estrutura e o conteúdo das demonstrações contábeis; e

(b) se as demonstrações contábeis, incluindo as notas explicativas, representam as transações e eventos subjacentes de
modo a alcançar uma apresentação adequada.

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15. O auditor deve avaliar se as demonstrações contábeis fazem referência ou descrevem adequadamente a estrutura de
relatório financeiro aplicável (ver itens A5 a A10).
Resposta A

31. FCC – TCM-GO - Conselheiro substituto/2015

O Auditor, tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou
em conjunto, são relevantes, mas não generalizadas nas demonstrações contábeis, deve expressar-se por meio de
(A) opinião sem ressalva.

(B) opinião com ressalva.

(C) opinião adversa.

(D) abstenção de opinião.

(E) renúncia do trabalho.

Resolução:

NBC TA 705

7. O auditor deve expressar uma opinião com ressalva quando:

(a) ele, tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou em
conjunto, são relevantes, mas não generalizadas nas demonstrações contábeis; ou
(b) ele não consegue obter evidência apropriada e suficiente de auditoria para suportar sua opinião, mas ele conclui que os
possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes, mas
não generalizados.
Resposta B

32. FCC- TCM-GO- Auditor Controle externo/2015

O auditor, quando obtida evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou
em conjunto, são relevantes e generalizadas para as demonstrações contábeis, deve expressar-se por meio de
(A) opinião sem ressalva.

(B) renúncia do trabalho.

(C) opinião com parágrafo de ênfase.

(D) abstenção de opinião.

(E) opinião adversa.

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Resolução:

NBC TA 705,8

O auditor deve expressar uma opinião adversa quando, tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui
que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes e generalizadas para as demonstrações contábeis.
Resposta E

33. FCC- SEFAZ-PI – Auditor/2015

O auditor, quando, não consegue obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para suportar sua opinião,
concluindo que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis
poderiam ser relevantes e generalizadas, deverá expressar sua opinião por meio de
(A) Relatório com Abstenção de opinião.

(B) Certificado de Regularidade com Ressalva.

(C) Parecer Adverso.

(D) Parecer Limpo com parágrafo de ênfase.

(E) Certificado de Regularidade.

Resolução:

A questão é bem interessante porque quando há evidências de distorções relevantes e generalizadas cabe a opinião
adversa. Entretanto, aqui, o auditor não “consegue obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para suportar sua
opinião”. Logo, em sendo assim, não pode opinar, seja pela presença de distorções ou pela adequação das
demonstrações contábeis.
Resposta A

34. FCC – ACE – TCM-GO/2015

O auditor, quando obtida evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou
em conjunto, são relevantes e generalizadas para as demonstrações contábeis, deve expressar-se por meio de
(A) opinião sem ressalva.

(B) renúncia do trabalho.

(C) opinião com parágrafo de ênfase.

(D) abstenção de opinião.

(E) opinião adversa.

Resolução:

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Resposta E

35. FCC – ACE- TCE-CE/2015

Na auditoria das demonstrações contábeis do exercício de 2014 da Companhia de Distribuição de Águas e Limpeza de
Mananciais do Estado, o auditor constatou diversas distorções. Tendo o auditor obtido evidência de auditoria
apropriada e suficiente, concluiu que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes, mas não
generalizadas nas demonstrações contábeis. Nestas condições, de acordo com as Normas de Auditoria NBC TAs, deve o
auditor
(A) considerar as demonstrações contábeis irregulares.

(B) expressar uma opinião adversa.

(C) considerar as demonstrações contábeis regulares, com ressalvas.

(D) expressar uma opinião sem ressalva, mas com recomendação.

(E) expressar uma opinião com ressalva.

Resolução:

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Resposta E

36. FCC - ANALISTA DO CNMP/2015

Na realização dos trabalhos de auditoria das demonstrações contábeis do exercício de 2014 da Indústria de Calças e
Camisas do Sul S/A, o auditor não conseguiu obter evidência apropriada e suficiente de auditoria para suportar sua
opinião, mas concluiu que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações
contábeis poderiam ser relevantes, mas não generalizados. Nestas condições, o auditor deve
(A) expressar uma opinião sem ressalvas, apenas para os itens examinados.

(B) comunicar ao conselho fiscal da empresa e adotar novos procedimentos de auditoria.

(C) abster-se de expressar uma opinião.

(D) considerar as demonstrações contábeis irregulares.

(E) expressar uma opinião, com ressalvas.

Resolução:

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Resposta E

37. FCC – ALMS – Contador/2016

Concluída a auditoria das demonstrações contábeis, caso o auditor não esteja convencido de que a entidade elaborou
as demonstrações contábeis de acordo com as normas de auditoria aplicável, na emissão do relatório deverá expressar
uma opinião modificada. Segundo a NBC TA 705, a opinião modificada compreende:
a) opinião com ressalva, opinião adversa ou abstenção de opinião.

b) opinião sem ressalva, opinião com ressalva ou opinião adversa.

c) opinião com ressalva, opinião pela irregularidade com recomendação ou abstenção de opinião.

d) opinião com recomendação, opinião pela irregularidade ou abstenção de opinião.

e) opinião com ressalva, opinião adversa ou opinião pela irregularidade.

Resolução:

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Resposta: A

38.FCC-TRT 20-Analista Jud.- contabilidade/2016

Contratado para realizar a auditoria das demonstrações contábeis do exercício de 2015, da Companhia de Limpeza
Urbana e Higienização, o auditor independente deve expressar uma opinião não modificada quando
a) tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou em
conjunto, são relevantes e generalizadas para as demonstrações contábeis.
b) concluir com base em evidência de auditoria obtida, que as demonstrações contábeis tomadas em conjunto
apresentam distorções relevantes.
c) tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou em
conjunto, são relevantes, mas não generalizadas nas demonstrações contábeis.
d) concluir que as demonstrações contábeis são elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a
estrutura de relatório financeiro aplicável.
e) não conseguir obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para concluir se as demonstrações contábeis
tomadas em conjunto não apresentam distorções relevantes.
Resolução:

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Resposta: D

39.FCC – Copergás - Analista Contador/2016

Na auditoria independente das demonstrações contábeis do exercício de 2015 de determinada empresa estatal do
Governo do Estado, o auditor constatou que na conta de “Duplicatas a Receber”, há uma diferença de R$ 2.596.000,00
a maior no saldo contábil. A diferença refere-se a duas duplicatas pagas, mediante cheques, por determinado cliente no
mês de dezembro e depositado no mês fevereiro do ano subsequente. Em seu julgamento o Auditor considerou que as
demonstrações contábeis apresentam distorções relevantes, mas não generalizadas. Assim, segundo as NBC 705, deve
o Auditor
a) emitir uma opinião adversa.

b) abster-se de emitir uma opinião.

c) emitir uma opinião pela regularidade, com recomendação.

d) emitir uma opinião com ressalva.

e) considerar o saldo da conta “Duplicatas a Receber” irregular no exercício de 2015.

Resolução:

Quando há distorções relevantes cabe a modificação de opinião. Se são disseminados os efeitos das distorções, caberá
a opinião adversa; se não estão disseminados, utilizaremos a ressalva. Observe que não é necessário considerar o valor
monetário citado na questão, apenas o fato de ser relevante ou não; generalizado ou não.
Resposta: D

40. FCC - Auditor Fiscal - Sefaz-MA/2016

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O auditor considerou que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes, mas não generalizadas nas
demonstrações contábeis. Nestas condições, o auditor deve
a) considerar as demonstrações contábeis regulares, com recomendação.

b) expressar uma opinião com ressalvas.

c) expressar uma opinião pela regularidade, com ressalvas.

d) considerar as demonstrações contábeis regulares, após ajustes.

e) expressar uma opinião adversa.

Natureza do assunto que gerou modificação Efeitos

Relevante mas não Relevante


generalizado generalizado

As DC's apresentam distorções relevantes Opinião com ressalva Opinião adversa

Impossibilidade de obter evidências apropriada e


Opinião com ressalva Abstenção de opinião
suficiente

Resposta: B

41. FCC - PGE-MT - Contador/2016

De acordo com a Norma Brasileira de Contabilidade do Trabalho de Auditoria (NBC TA 701), os principais assuntos de
auditoria são aqueles que
a) foram abordados no contexto da auditoria das demonstrações contábeis tomadas em conjunto e, ao formar sua
opinião sobre elas, o auditor não fornece uma opinião separada sobre os referidos assuntos.
b) devem ser destacados no relatório final de seu trabalho, indicando aos acionistas da empresa auditada se devem ou
não continuar investindo em seu capital, segundo a formação profissional do auditor.
c) devem ser tratados de forma extraordinária nos relatórios da empresa de auditoria, impondo os riscos ao Estado em
permitir que as empresas continuem operando, em conformidade com a Legislação Societária em vigor.
d) devem ser considerados no relatório do auditor por terem tomado mais o seu tempo de trabalho ou aqueles que lhes
exigiram maior grau de conhecimento técnico na identificação e elaboração das provas de auditoria.
e) permitem aos gestores da companhia avaliar os riscos econômicos do negócio que gerenciam e permitem fazer a
melhor escolha quanto aos caminhos estratégicos que devem empreender.
Resolução:

Principais assuntos de auditoria (PAA) são assuntos que, segundo o julgamento profissional do auditor, foram os mais
significativos na auditoria das demonstrações contábeis do período corrente. Os principais assuntos de auditoria são
selecionados entre os assuntos comunicados aos responsáveis pela governança.

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Os PAA’s serão descritos numa seção específica do relatório do auditor com o mesmo nome (PAA). Isso não modifica a
opinião, apenas permite que o usuário entenda como o auditor tratou certos assuntos ditos “principais”.
O relatório poderá ter outras seções como a seção denominada “incerteza relevante sobre as DC’s”, ou um parágrafo de
ênfase também, por exemplo. Nada disso, igualmente, se comunica com a opinião a ponto de modificá-la. São seções
que possuem outras finalidades.
Acrescente-se que o auditor não emite sugestões subjetivas sobre investir ou não, na entidade etc. o relatório é
objetivo e destina-se aos usuários, que tomarão suas decisões de forma autônima.
Resposta: A

42. FCC – ARSETE – Assistente - Pref Teresina/2016

O Auditor se concluir que as demonstrações contábeis tomadas em conjunto apresentam distorções relevantes, deve
modificar a opinião em seu relatório de auditoria. A NBC TA 705 estabelece os tipos de opinião modificada na seguinte
ordem:
a) opinião sem ressalva, opinião com ressalva e opinião adversa.

b) opinião com ressalva, opinião adversa e abstenção de opinião.

c) opinião sem ressalva, opinião com recomendação e opinião pela irregularidade.

d) opinião pela regularidade, opinião com ressalva e opinião pela irregularidade.

e) opinião com ressalva, opinião pela irregularidade e abstenção de opinião.

Resolução:

São três tipos de opinião modificada:

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Resposta: B

43. FCC- AFAP- Analista de Fomento – Contador/2019

A empresa Controla tudo S.A., detentora de 100% do total das ações da empresa Controlada S.A., decidiu por publicar
somente as demonstrações individuais das empresas. Nesse caso, o Auditor
A. está obrigado a não emitir opinião, exigindo que o conglomerado publique as demonstrações consolidadas, de
acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.
B. deve emitir relatório de auditoria com opinião restrita e exigindo a publicação das demonstrações consolidadas.

C. deve emitir relatório de auditoria sem ressalvas, identificando que as demonstrações que estão sendo apresentadas
referem-se a demonstrações separadas e que estão em conformidade com as normas contábeis brasileiras.
D. fica impossibilitado de emitir uma opinião sem ressalvas sobre as demonstrações individuais, de acordo com as
práticas contábeis adotadas no Brasil.
E. estabelece limite de escopo e emite relatório de auditoria sem ressalvas, identificando que as demonstrações
contábeis não atendem às normas contábeis brasileiras vigentes.
Resolução:

A controlada deve consolidar as demonstrações contábeis. Ao não fazer isso, acaba divulgando uma informação
incompleta e que pode afetar sobremaneira a decisão dos usuários dessas demonstrações. Assim, poderia ser o caso de
o auditor é emitir uma opinião modificada ( abstenção, com ressalvas, ou adversa) conforme seja o efeito dessa
potencial distorção.

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Assim já conseguiríamos resolver, apenas com o conhecimento básico de contabilidade + o conhecimento básico de
auditoria quando há ausência de evidências ou inadequação em relação a uma situação qualquer.
Fundamenta e corrobora esse entendimento prático, o Comunicado técnico 12 do CFC que assim diz:

9. ... a não apresentação de demonstrações contábeis consolidadas por grupo econômico de entidades sob o controle
da controladora que não se enquadra na exceção prevista pelo item 10 da NBC TG 36, lado a lado com as
demonstrações individuais ou em conjunto separado, impossibilita, ao auditor, emitir uma opinião sem ressalvas
sobre as demonstrações individuais, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e com as normas
internacionais de relatório financeiro (IFRS).
Resposta: D

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