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Aula 6

Planejamento da auditoria, identificação e


avaliação dos riscos de distorção relevante,
materialidade e resposta do auditor aos ri...

Auditoria para Auditor da Receita Federal

Prof. Eduardo Newman


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Aula 6: Planejamento da auditoria, identi...

Sumário
.......................................................................................................................................................................................

NBC TA 300 – PLANEJAMENTO DA AUDITORIA DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS......................................... 4

PAPEL E OPORTUNIDADE DO PLANEJAMENTO............................................................................................. 4

OBJETIVO..................................................................................................................................................... 5

REQUISITOS DO PLANEJAMENTO................................................................................................................. 5

ENVOLVIMENTO DE MEMBROS-CHAVE DA EQUIPE DE TRABALHO................................................................................................................... 5

ATIVIDADES PRELIMINARES DO TRABALHO DE AUDITORIA.............................................................................................................................. 5

ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO......................................................................................................................................................................... 6

DOCUMENTAÇÃO................................................................................................................................................................................................. 8

CONSIDERAÇÕES ADICIONAIS EM AUDITORIA INICIAL....................................................................................................................................... 9

QUESTÃO PARA FIXAR: ........................................................................................................................................................................................ 9

NBC TA 315 (R2) – IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS RISCOS DE DISTORÇÃO RELEVANTE ........................... 11

PRINCIPAIS CONCEITOS ............................................................................................................................... 11

ESCALABILIDADE.......................................................................................................................................... 12

OBJETIVO DO AUDITOR................................................................................................................................ 13

DEFINIÇÕES.................................................................................................................................................. 13

REQUISITOS................................................................................................................................................. 16

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO DE RISCOS E ATIVIDADES RELACIONADAS................................................................................................. 16

OBTENÇÃO DE ENTENDIMENTO DA ENTIDADE, DO SEU AMBIENTE, DA 23

IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS RISCOS DE DISTORÇÃO RELEVANTE......................................................................................................... 31

DOCUMENTAÇÃO................................................................................................................................................................................................. 34

QUESTÕES PARA FIXAR:....................................................................................................................................................................................... 35

NBC TA 320 (R1) – MATERIALIDADE NO PLANEJAMENTO E NA EXECUÇÃO DA AUDITORIA.............................. 39

MATERIALIDADE NO CONTEXTO DE AUDITORIA........................................................................................... 39

OBJETIVO DO AUDITOR................................................................................................................................ 42

DETERMINAÇÃO DA MATERIALIDADE NO PLANEJAMENTO E PARA A EXECUÇÃO DA AUDITORIA.................. 42

REVISÃO DA MATERIALIDADE NO DECORRER DA AUDITORIA....................................................................... 43

DOCUMENTAÇÃO DA MATERIALIDADE......................................................................................................... 44

QUESTÕES PARA FIXAR................................................................................................................................ 44

NBC TA 330 (R1) – RESPOSTA DO AUDITOR AOS RISCOS AVALIADOS............................................................. 46

OBJETIVO DO AUDITOR................................................................................................................................ 47

RESPOSTAS GERAIS...................................................................................................................................... 47

PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA EM RESPOSTA AOS RISCO 48

TESTES DE CONTROLE......................................................................................................................................................................................... 50

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PROCEDIMENTOS SUBSTANTIVOS...................................................................................................................................................................... 53

ADEQUAÇÃO DA APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS......................................................... 56

AVALIAÇÃO DA SUFICIÊNCIA E ADEQUAÇÃO DA EVIDÊNCIA DE AUDITORIA.................................................. 56

DOCUMENTAÇÃO......................................................................................................................................... 57

QUESTÕES PARA FIXAR:....................................................................................................................................................................................... 58

CADERNO DE QUESTÕES.............................................................................................................................. 60

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NBC TA 300 – Planejamento da auditoria de


demonstrações contábeis
A NBC TA 300 trata da responsabilidade do auditor no planejamento da auditoria das demonstrações contábeis. Esta
Norma está escrita no contexto de auditorias recorrentes. Outras considerações da auditoria inicial são apresentadas
separadamente.

Papel e oportunidade do planejamento


O planejamento da auditoria envolve a definição de estratégia global para o trabalho e o desenvolvimento de plano de
auditoria. Um planejamento adequado é benéfico para a auditoria das demonstrações contábeis de várias maneiras,
inclusive para:

A natureza e a extensão das atividades de planejamento variam conforme o porte e a complexidade da entidade, a
experiência anterior dos membros-chave da equipe de trabalho com a entidade e as mudanças nas circunstâncias
que ocorrem durante o trabalho de auditoria.
Planejamento não é uma fase isolada da auditoria, mas um processo contínuo e iterativo, que muitas vezes começa
logo após (ou em conexão com) a conclusão da auditoria anterior, continuando até a conclusão do trabalho de
auditoria atual. Entretanto, o planejamento inclui a consideração da época de certas atividades e procedimentos de
auditoria que devem ser concluídos antes da realização de procedimentos adicionais de auditoria. Por exemplo, o
planejamento inclui a necessidade de considerar, antes da identificação e avaliação pelo auditor dos riscos de
distorções relevantes, aspectos como:
(a) os procedimentos analíticos a serem aplicados como procedimentos de avaliação de risco;
(b) obtenção de entendimento global da estrutura jurídica e o ambiente regulatório aplicável à entidade e como a
entidade cumpre com os requerimentos dessa estrutura;
(c) a determinação da materialidade;
(d) o envolvimento de especialistas;
(e) a aplicação de outros procedimentos de avaliação de risco.
O auditor pode optar por discutir esses elementos do planejamento com a administração da entidade, de forma a
facilitar a condução e o gerenciamento do trabalho de auditoria (por exemplo, coordenar alguns dos procedimentos
de auditoria planejados com o trabalho do pessoal da entidade). Apesar de normalmente essas discussões
ocorrerem, a estratégia global de auditoria e o plano de auditoria continuam sendo de responsabilidade do auditor.
Na discussão de temas incluídos na estratégia global de auditoria ou no plano de auditoria deve-se atentar para não
comprometer a eficácia dessa auditoria. Por exemplo, a discussão com a administração da natureza e da época de
procedimentos de auditoria detalhados pode comprometer a eficácia da auditoria ao tornar tais procedimentos
demasiadamente previsíveis

- Auxiliar o auditor a dedicar atenção apropriada às áreas importantes da auditoria;

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- Auxiliar o auditor a identificar e resolver tempestivamente problemas potenciais;

- Auxiliar o auditor a organizar adequadamente o trabalho de auditoria para que seja realizado de forma eficaz e
eficiente;
- Auxiliar na seleção dos membros da equipe de trabalho com níveis apropriados de capacidade e competência para
responderem aos riscos esperados e na alocação apropriada de tarefas;
- Facilitar a direção e a supervisão dos membros da equipe de trabalho e a revisão do seu trabalho;

- Auxiliar, se for o caso, na coordenação do trabalho realizado por outros auditores e especialistas.

Objetivo
O objetivo do auditor é planejar a auditoria de forma a realizá-la de maneira eficaz.

Requisitos do planejamento
Envolvimento de membros-chave da equipe de trabalho
O sócio do trabalho e outros membros-chave da equipe de trabalho devem ser envolvidos no planejamento da
auditoria, incluindo o planejamento e a participação na discussão entre os membros da equipe de trabalho.

O envolvimento do sócio do trabalho e de outros membros-chave da equipe de trabalho no planejamento da


auditoria incorpora a sua experiência e seus pontos de vista, otimizando assim a eficácia e a eficiência do processo de
planejamento. A NBC TA 315, item 10, estabelece requisitos e oferece orientação para a discussão pela equipe de
trabalho da susceptibilidade da entidade a distorções relevantes nas demonstrações contábeis.
Destaque-se que a NBC TA 240 – Responsabilidade do Auditor em Relação a Fraude, no Contexto da Auditoria de
Demonstrações Contábeis orienta sobre a ênfase dada durante essa discussão à exposição das demonstrações
contábeis da entidade a distorções relevantes devido a fraude.

Atividades preliminares do trabalho de auditoria


O auditor deve realizar as seguintes atividades no início do trabalho de auditoria corrente:

(a) realizar os procedimentos exigidos pela NBC TA 220 – Controle de Qualidade da Auditoria de Demonstrações
Contábeis;
(b) avaliação da conformidade com os requisitos éticos, inclusive independência; e

(c) estabelecimento do entendimento dos termos do trabalho.

Realizar as atividades preliminares do trabalho de auditoria especificadas no item 5 no início do trabalho de auditoria
corrente auxilia o auditor na identificação e avaliação de eventos ou situações que possam afetar adversamente a
capacidade do auditor de planejar e realizar o trabalho de auditoria.
A realização dessas atividades preliminares permite ao auditor planejar o trabalho de auditoria para o qual, por
exemplo:

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(a) o auditor mantém a necessária independência e capacidade para realizar o trabalho;


(b) não há problemas de integridade da administração que possam afetar a disposição do auditor de continuar o
trabalho;
(c) não há desentendimentos com o cliente em relação aos termos do trabalho.
A avaliação pelo auditor da continuidade do relacionamento com o cliente e de requisitos éticos, incluindo
independência, ocorre ao longo do trabalho de auditoria à medida que mudam as circunstâncias e as condições. A
aplicação de procedimentos iniciais sobre a continuidade do cliente e a avaliação de requisitos éticos (inclusive
independência) no início do trabalho de auditoria corrente significa que estes devem estar concluídos antes da
realização de outras atividades importantes para esse trabalho. No caso de trabalhos de auditoria recorrentes, esses
procedimentos iniciais devem ser aplicados logo após (ou em conexão com) a conclusão da auditoria anterior.

Atividades de planejamento
O auditor deve estabelecer uma estratégia global de auditoria que defina o alcance, a época e a direção da auditoria,
para orientar o desenvolvimento do plano de auditoria.
Ao definir a estratégia global, o auditor deve:

(a) identificar as características do trabalho para definir o seu alcance;

(b) definir os objetivos do relatório do trabalho de forma a planejar a época da auditoria e a natureza das comunicações
requeridas;
(c) considerar os fatores que no julgamento profissional do auditor são significativos para orientar os esforços da equipe
do trabalho;
(d) considerar os resultados das atividades preliminares do trabalho de auditoria e, quando aplicável, se é relevante o
conhecimento obtido em outros trabalhos realizados pelo sócio do trabalho para a entidade; e
(e) determinar a natureza, a época e a extensão dos recursos necessários para realizar o trabalho.

O processo de definição da estratégia global auxilia o auditor a determinar, dependendo da conclusão dos
procedimentos de avaliação de risco, temas como:
(a) os recursos a serem alocados em áreas de auditoria específicas, tais como membros da equipe com experiência
adequada para áreas de alto risco ou o envolvimento de especialista em temas complexos;
(b) os recursos a alocar a áreas de auditoria específicas, tais como o número de membros da equipe alocados para
observar as contagens de estoque em locais relevantes, a extensão da revisão do trabalho de outros auditores no
caso de auditoria de grupo de empresas ou o orçamento de horas de auditoria a serem alocadas nas áreas de alto
risco;
(c) quando esses recursos devem ser alocados, por exemplo, se em etapa intermediária de auditoria ou em
determinada data-base de corte; e
(d) como esses recursos são gerenciados, direcionados e supervisionados, por exemplo, para quando estão previstas
as reuniões preparatórias e de atualização, como devem ocorrer as revisões do sócio e do gerente do trabalho (por
exemplo, em campo ou fora dele) e se devem ser realizadas revisões de controle de qualidade do trabalho.

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Uma vez definida a estratégia global de auditoria, pode ser desenvolvido plano de auditoria para tratar dos diversos
temas identificados na estratégia global de auditoria, levando-se em conta a necessidade de atingir os objetivos da
auditoria por meio do uso eficiente dos recursos do auditor. A definição da estratégia global de auditoria e o plano de
auditoria detalhado não são necessariamente processos isolados ou sequenciais, estando intimamente relacionados,
uma vez que as mudanças em um podem resultar em mudanças no outro

O auditor deve desenvolver o plano de auditoria, que deve incluir a descrição de:

(a) a natureza, a época e a extensão dos procedimentos planejados de avaliação de risco, conforme estabelecido na
NBC TA 315 – Identificação e Avaliação dos Riscos de Distorção Relevante por meio do Entendimento da Entidade e de
seu Ambiente;
(b) a natureza, a época e a extensão dos procedimentos adicionais de auditoria planejados no nível de afirmação;

(c) outros procedimentos de auditoria planejados e necessários para que o trabalho esteja em conformidade com as
normas de auditoria.

O plano de auditoria é mais detalhado que a estratégia global de auditoria visto que inclui a natureza, a época e a
extensão dos procedimentos de auditoria a serem realizados pelos membros da equipe de trabalho. O planejamento
desses procedimentos de auditoria ocorre no decurso da auditoria, à medida que o plano de auditoria para o
trabalho é desenvolvido. Por exemplo, o planejamento dos procedimentos de avaliação de riscos ocorre na fase
inicial de auditoria. Entretanto, o planejamento da natureza, da época e da extensão de procedimentos específicos
adicionais de auditoria depende do resultado dessa avaliação de riscos. Além disso, o auditor pode iniciar a execução
de procedimentos adicionais de auditoria para alguns tipos de operação, saldos de conta e divulgação antes de
planejar todos os procedimentos adicionais de auditoria.
A determinação da natureza, da época e da extensão dos procedimentos de avaliação de risco, e dos procedimentos
de auditoria adicionais, à medida que eles se relacionam com as divulgações, é importante, considerando tanto a
ampla gama de informações quanto o nível de detalhes que possam estar incluídos nessas divulgações. Além disso,
certas divulgações podem conter informações obtidas fora do razão geral e dos razões auxiliares, que também
podem afetar os riscos avaliados e a natureza, a época e a extensão dos procedimentos de auditoria para tratar
desses riscos

O auditor deve atualizar e alterar a estratégia global de auditoria e o plano de auditoria sempre que necessário no curso
da auditoria.

Em decorrência de imprevistos, mudanças nas condições ou na evidência de auditoria obtida na aplicação de


procedimentos de auditoria, o auditor pode ter que modificar a estratégia global e o plano de auditoria e, portanto, a
natureza, a época e a extensão dos procedimentos adicionais de auditoria planejados, considerando a revisão dos
riscos avaliados. Pode ser o caso de informação identificada pelo auditor que difere significativamente da
informação disponível quando o auditor planejou os procedimentos de auditoria. Por exemplo, evidência de

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auditoria obtida por meio da aplicação de procedimentos substantivos pode ser contraditória à evidência de
auditoria obtida por meio de testes de controle.

O auditor deve planejar a natureza, a época e a extensão do direcionamento e supervisão da equipe de trabalho e a
revisão do seu trabalho

A natureza, a época e a extensão do direcionamento e da supervisão dos membros da equipe e a revisão do seu
trabalho podem variar dependendo de diversos fatores, incluindo:
(a) o porte e a complexidade da entidade;
(b) a área da auditoria;
(c) os riscos de distorções relevantes (por exemplo, um aumento no risco de distorções relevantes para uma dada
área de auditoria costuma exigir um correspondente aumento na extensão e no direcionamento e supervisão
tempestiva por parte dos membros da equipe e uma revisão mais detalhada do seu trabalho);
(d) a capacidade e a competência dos membros individuais da equipe que realiza o trabalho de auditoria.

Documentação
O auditor deve documentar:

(a) a estratégia global de auditoria;

(b) o plano de auditoria; e

(c) eventuais alterações significativas ocorridas na estratégia global de auditoria ou no plano de auditoria durante o
trabalho de auditoria, e as razões dessas alterações.

A documentação da estratégia global de auditoria é o registro das decisões-chave consideradas necessárias para
planejar adequadamente a auditoria e comunicar temas importantes à equipe de trabalho. Por exemplo, o auditor
pode resumir a estratégia global de auditoria na forma de memorando contendo as decisões-chave relativas ao
alcance global, a época e a condução da auditoria.
A documentação do plano de auditoria é o registro da natureza, época e extensão planejadas dos procedimentos de
avaliação de risco e dos procedimentos adicionais de auditoria no nível da afirmação, em resposta aos riscos
avaliados. Também serve para registrar o apropriado planejamento dos procedimentos de auditoria que podem ser
revisados e aprovados antes da sua aplicação. O auditor pode utilizar programas de auditoria padrão ou listas de
verificação de conclusão da auditoria, adaptados de forma a refletirem as circunstâncias particulares do trabalho.
O registro das mudanças significativas na estratégia global de auditoria e no plano de auditoria, e respectivas
mudanças na natureza, época e extensão planejadas dos procedimentos de auditoria explica o motivo de mudanças
significativas, a estratégia global e o plano de auditoria adotado para a auditoria. Também reflete a resposta
apropriada a mudanças significativas ocorridas no decurso da auditoria.

Considerações adicionais em auditoria inicial

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O auditor deve realizar as seguintes atividades antes de começar os trabalhos de auditoria inicial:

(a) aplicar procedimentos relativos à aceitação do cliente e do trabalho de auditoria específico; e

(b) entrar em contato com o auditor antecessor, caso haja mudança de auditores, de acordo com os requisitos éticos
pertinentes.

A finalidade e o objetivo do planejamento da auditoria não mudam caso a auditoria seja inicial ou em trabalho
recorrente. Entretanto, no caso de auditoria inicial, o auditor pode ter a necessidade de estender as atividades de
planejamento por falta da experiência anterior que é normalmente utilizada durante o planejamento dos trabalhos.
Para a auditoria inicial, o auditor pode considerar os seguintes temas adicionais na definição da estratégia global e
do plano de auditoria:
- exceto se for proibido por lei ou norma, manter contato com o auditor antecessor, por exemplo, para conduzir a
revisão de seus papéis de trabalho;
- quaisquer assuntos importantes (inclusive a aplicação de princípios contábeis ou de auditoria e normas de
elaboração de relatórios) discutidos com a administração e relacionados à escolha do auditor, a comunicação desses
temas aos responsáveis pela governança e como eles afetam a estratégia global de auditoria e o plano de auditoria;
- os procedimentos de auditoria necessários para obter evidência de auditoria suficiente e apropriada relativa aos
saldos iniciais;
- outros procedimentos exigidos pelo sistema de controle de qualidade da firma para trabalhos de auditoria inicial
(por exemplo, esse sistema pode exigir o envolvimento de outro sócio ou profissional experiente para a revisão da
estratégia global de auditoria antes de iniciar procedimentos de auditoria significativos ou de revisão dos relatórios
antes da sua emissão)

Questão para Fixar:


(VUNESP – Contador – Companhia Docas/PB – 2022) Um planejamento de auditoria adequado para a auditoria das
demonstrações contábeis é benéfico porque:

a. facilita a elaboração de políticas contábeis na empresa auditada, uma vez que os auditores podem elaborar
as políticas que serão utilizadas nas demonstrações contábeis.
b. facilita a direção e supervisão dos membros da controladoria da entidade auditada pela firma de auditoria,
com vistas a evitar erros na elaboração das demonstrações contábeis.
c. evita a necessidade de realizar circularização em bancos e tribunais, o que diminui o custo dos honorários de
auditoria.
d. auxilia o auditor na seleção dos membros da equipe de trabalho com membros apropriados de capacidade e
competência.
e. ajuda a diminuir os custos dos serviços de auditoria, uma vez que o auditor pode utilizar todos os trabalhos já
realizados pelo auditor interno.

Resolução: dentre as alternativas, apenas a alternativa “d” veicula um dos benefícios decorrentes do planejamento da
auditoria.
Gabarito: D

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(CFC – CAI – CFC – 2021) Analisando as disposições da norma sobre ‘Planejamento de auditoria’, examine as afirmações
abaixo e assinale a resposta INCORRETA:

a. Ao definir a estratégia global de auditoria, o auditor deve identificar as características do trabalho depois de
ter definido o seu alcance.
b. Ao definir a estratégia global de auditoria, o auditor deve definir os objetivos do relatório do trabalho, de
forma a planejar a época da auditoria e a natureza das comunicações requeridas.
c. Ao definir a estratégia global de auditoria, o auditor deve considerar os fatores que, no julgamento
profissional do auditor, são significativos para orientar os esforços da equipe do trabalho.
d. Ao definir a estratégia global de auditoria, o auditor deve considerar os resultados das atividades
preliminares do trabalho de auditoria e, quando aplicável, se é relevante o conhecimento obtido em outros
trabalhos realizados pelo sócio do trabalho para a entidade.

Resolução: a alternativa “a” veicula afirmação incorreta, pois o auditor deve inicialmente identificar as características
do trabalho para, na sequência, definir o seu alcance. As demais alternativas veiculam afirmações corretas.
Gabarito: A

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NBC TA 315 (R2) – Identificação e Avaliação dos Riscos de


Distorção Relevante
A NBC 315 trata da responsabilidade do auditor na identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante nas
demonstrações contábeis.

Principais conceitos
A NBC TA 200 - Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução da Auditoria em Conformidade com Normas de
Auditoria trata dos objetivos gerais do auditor na condução da auditoria de demonstrações contábeis, inclusive para
obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para reduzir o risco de auditoria a um nível baixo aceitável. O risco
de auditoria é uma função dos riscos de distorção relevante e do risco de detecção. A NBC TA 200, ainda, explica que os
riscos de distorção relevante podem existir em dois níveis: no nível geral das demonstrações contábeis e no nível da
afirmação para classes de transações, saldos contábeis e divulgações.
A mesma NBC TA 200 requer que o auditor exerça julgamento profissional no planejamento e execução da auditoria e
para planejar e executar a auditoria com ceticismo profissional, reconhecendo que pode haver circunstâncias que
causam distorção relevante nas demonstrações contábeis.
Os riscos no nível geral da demonstração contábil referem-se às demonstrações contábeis como um todo e que afetam
potencialmente muitas afirmações. Os riscos de distorção relevante no nível da afirmação consistem em dois
componentes: risco inerente e risco de controle:
- O risco inerente é descrito como sendo a suscetibilidade de uma afirmação a respeito de uma classe de transação,
saldo contábil ou divulgação, a uma distorção que pode ser relevante, individualmente ou em conjunto com outras
distorções, antes da consideração de quaisquer controles relacionados.
- O risco de controle é descrito como sendo o risco de que uma distorção que pode ocorrer em uma afirmação a respeito
de uma classe de transação, saldo contábil ou divulgação e que pode ser relevante, individualmente ou em conjunto
com outras distorções, não seja prevenida, detectada e corrigida tempestivamente pelos controles internos da
entidade.
Vamos a dois quadros-resumo do acima exposto:

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A mesma NBC TA 200 explica que os riscos de distorção relevante são avaliados no nível da afirmação para que se
determine a natureza, a época e a extensão dos procedimentos adicionais de auditoria necessários para a obtenção de
evidência de auditoria apropriada e suficiente. Para os riscos identificados de distorção relevante no nível de afirmação,
uma avaliação separada do risco inerente e do risco de controle é exigida por esta Norma. Conforme explicado na
própria NBC TA 200, o risco inerente é maior para algumas afirmações e classes relacionadas de transações, saldos
contábeis e divulgações do que para outras. A extensão na qual o risco inerente varia é chamada nesta Norma de
"spectrum do risco inerente".
Os riscos de distorção relevante identificados e avaliados pelo auditor incluem tanto aqueles causados por erro como
aqueles causados por fraude. Embora ambos sejam abordados pela NBC TA 200, a importância da fraude é tamanha
que requisitos e orientações adicionais estão incluídos em NBC TA específica (NBC TA 240).
O processo de identificação e avaliação de riscos por parte do auditor é interativo e dinâmico. O entendimento do
auditor da entidade e do seu ambiente, da estrutura de relatório financeiro aplicável e do seu sistema de controles
internos são interdependentes dos conceitos dos requisitos para identificar e avaliar os riscos de distorção relevante. Na
obtenção do entendimento requerido por esta Norma, as expectativas iniciais dos riscos podem ser desenvolvidas e
podem ser mais refinadas à medida que o auditor evolui por meio do processo de identificação e avaliação dos riscos.
Ademais, as normas de auditoria requerem que o auditor revise as avaliações de riscos e modifique as respostas gerais
adicionais e os procedimentos adicionais de auditoria, com base em evidência de auditoria obtida a partir da realização
de procedimentos adicionais de auditoria ou se novas informações forem obtidas.
A NBC TA 330 requer que o auditor planeje e implemente respostas gerais para tratar dos riscos avaliados de distorção
relevante no nível das demonstrações contábeis. A mesma NBC TA 330 explica ainda que:
i) a avaliação dos riscos de distorção relevante no nível das demonstrações contábeis por parte do auditor e as
respostas gerais do auditor são afetadas pelo seu entendimento do ambiente de controle;
ii) o auditor deve planejar e realizar procedimentos adicionais de auditoria cuja natureza, época e extensão se baseiem
nos riscos avaliados de distorção relevante no nível da afirmação e respondam a eles.

Escalabilidade
A NBC TA 200 afirma que algumas normas incluem considerações de escalabilidade que ilustram a aplicação dos
requisitos para todas as entidades independentemente de se sua natureza e circunstâncias forem menos ou mais

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complexas. A NBC TA 315 é direcionada à auditoria de todas as entidades, independentemente do porte ou da


complexidade e o material de aplicação inclui considerações específicas tanto para entidades menos complexas quanto
para entidades mais complexas, conforme apropriado. Embora o porte de uma entidade possa ser um indicativo de sua
complexidade, algumas entidades menores podem ser complexas e algumas entidades maiores podem ser menos
complexas.

A natureza e a extensão dos procedimentos de avaliação de riscos variam com base na natureza e nas circunstâncias
da entidade (por exemplo, a formalidade das políticas e procedimentos, e os processos e sistemas da entidade). O
auditor usa o julgamento profissional para determinar a natureza e a extensão dos procedimentos de avaliação de
riscos a serem realizados para atender aos requisitos da NBC TA 315.
A natureza e a extensão dos procedimentos de avaliação de riscos a serem realizados na primeira vez que o trabalho
é realizado podem ser mais amplas do que os procedimentos realizados para trabalho recorrente. Em períodos
subsequentes, o auditor pode se concentrar nas mudanças que ocorreram desde o período anterior.

Objetivo do auditor
O objetivo do auditor é identificar e avaliar os riscos de distorção relevante independentemente de se causados por
fraude ou erro, nos níveis das demonstrações contábeis e da afirmação, proporcionando assim uma base para o
planejamento e a implementação das respostas aos riscos avaliados de distorção relevante.
Vamos a um quadro resumo sintético de ambos os riscos:

Definições
Para fins das normas de auditoria, os termos abaixo têm os seguintes significados:

(a) Afirmações são representações, explícitas ou de outra forma, relacionadas com o reconhecimento, a mensuração, a
apresentação e a divulgação de informações nas demonstrações contábeis que são inerentes à representação da
administração de que as demonstrações contábeis são elaboradas de acordo com a estrutura de relatório financeiro
aplicável. As afirmações são utilizadas pelo auditor para considerar os diferentes tipos de distorções potenciais que
podem ocorrer na identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante e na resposta aos mesmos.

Categorias de afirmações são utilizadas pelos auditores para considerar os diferentes tipos de distorções potenciais
que podem ocorrer na identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante e na resposta aos mesmos. As

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afirmações diferem das representações formais exigidas pela NBC TA 580 – Representações Formais para confirmar
certos assuntos ou suportar outra evidência de auditoria.

(b) Risco de negócio – um risco que resulta de condições, eventos, circunstâncias, ações ou falta de ações significativas
que podem afetar adversamente a capacidade da entidade de alcançar seus objetivos e executar suas estratégias, ou do
estabelecimento de objetivos ou estratégias inapropriadas.
(c) Controles – políticas ou procedimentos que uma entidade estabelece para alcançar os objetivos de controle da
administração ou dos responsáveis pela governança. Nesse contexto:

Controles estão embutidos nos componentes do sistema de controles internos da entidade.


Políticas são implementadas por meio de ações do pessoal da entidade ou por meio da restrição do pessoal para
tomar medidas que poderiam conflitar com essas políticas.
Procedimentos podem ser autorizados por meio de documentação formal ou outra comunicação da administração
ou dos responsáveis pela governança ou podem resultar de comportamentos que não são autorizados, mas
condicionados pela cultura da entidade. Os procedimentos podem ser impostos por meio de ações permitidas pelos
aplicativos de TI usados pela entidade ou por outros aspectos do ambiente de TI da entidade.
Controles podem ser diretos ou indiretos. Os controles diretos são aqueles que são precisos o suficiente para tratar
dos riscos de distorção relevante no nível da afirmação. Os controles indiretos são aqueles que suportam os
controles diretos

(i) políticas são declarações do que deve, ou não deve, ser feito em uma entidade para se efetuar o controle. Essas
declarações podem ser documentadas, explicitamente apresentadas em comunicados, ou implícitas em ações e
decisões
(ii) procedimentos são ações para implementar as políticas.

(d) Controles gerais de tecnologia da informação (TI) são os controles sobre os processos de TI da entidade que
suportam a operação adequada contínua do ambiente de TI, incluindo o funcionamento efetivo continuado dos
controles de processamento de informações e a integridade das informações (ou seja, a integridade, a precisão e a
validade das informações) no sistema de informações da entidade.
(e) Controles de processamento de informações são os controles relacionados com o processamento das informações
em aplicativos de TI ou processos manuais de informações no sistema de informação da entidade que abordam
diretamente os riscos à integridade das informações (ou seja, a integridade, a precisão e a validade das transações e
outras informações).

Os riscos à integridade das informações decorem da suscetibilidade à implementação ineficaz das políticas de
informações da entidade, que são políticas que definem os fluxos de informações, registros e processos de
apresentação de relatórios no sistema de informação da entidade. Os controles de processamento de informações
são procedimentos que suportam a implementação efetiva das políticas de informações da entidade. Os controles
de processamento de informações podem ser automatizados (isto é, embutidos nos aplicativos de TI) ou manuais
(por exemplo, controles de entrada ou de saída) e podem contar com outros controles, incluindo outros controles de
processamento de informações ou controles gerais de TI.

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(f) Fatores de risco inerentes são características de eventos ou condições que afetam a suscetibilidade à distorção,
independentemente de se causada por fraude ou erro, de uma afirmação relevante sobre uma classe de transações,
saldo contábil ou divulgação, antes da consideração dos controles. Esses fatores podem ser qualitativos ou
quantitativos e incluem complexidade, subjetividade, mudanças, incertezas ou susceptibilidade à distorção devido à
tendência da administração ou a outros fatores de risco de fraude na medida em que eles afetam o risco inerente.
(g) Ambiente de TI são aplicativos de TI e a infraestrutura de suporte de TI, assim como os processos de TI e o pessoal
envolvido nesses processos, que uma entidade utiliza para suportar as operações comerciais e alcançar estratégias de
negócios. Para fins da NBC TA 315:
(i) aplicativo de TI é um programa ou um conjunto de programas que é utilizado na iniciação, no processamento, no
registro e na divulgação de transações ou informações. Os aplicativos de TI incluem depósitos de dados e geradores de
relatórios;
(ii) a infraestrutura de TI inclui a rede, os sistemas operacionais e os bancos de dados e seus respectivos hardwares e
softwares;
(iii) processos de TI são os processos da entidade para gerenciar o acesso ao ambiente de TI, gerenciar alterações nos
programas ou alterações no ambiente de TI e gerenciar operações de TI.
(h) Afirmações relevantes – Uma afirmação sobre uma classe de transações, saldo contábeis ou divulgação é relevante
quando ela tem um risco identificado de distorção relevante. A determinação de se uma afirmação é uma afirmação
relevante é feita antes da consideração de quaisquer controles relacionados (ou seja, o risco inerente).

Um risco de distorção relevante pode estar relacionado com mais de uma afirmação e, nesse caso, todas as
afirmações com as quais esse risco se relaciona são afirmações relevantes. Se uma afirmação não tem um risco
identificado de distorção relevante, então ela não é uma afirmação relevante.

(i) Riscos oriundos do uso de TI é a susceptibilidade dos controles de processamento de informações ao desenho ou à
operação ineficiente, ou os riscos à integridade das informações (ou seja, a integridade, a precisão e a validade das
transações e outras informações) no sistema de informação da entidade, devido ao desenho ou à operação ineficiente
de controles nos processos de TI da entidade.
(j) Procedimentos de avaliação de riscos são procedimentos de auditoria planejados e realizados para identificar e
avaliar os riscos de distorção relevante independentemente de se causados por fraude ou erro nos níveis das
demonstrações contábeis e da afirmação.
(k) Classe significativa de transações, saldo contábil ou divulgação é a classe de transações, saldo contábil ou divulgação
para a qual há apenas uma ou mais afirmações relevantes.
(l) Risco significativo é o risco identificado de distorção relevante:

A importância pode ser descrita como a importância relativa de um assunto e é julgada pelo auditor no contexto no
qual o assunto está sendo considerado. Para o risco inerente, a importância pode ser considerada no contexto de
como, e no grau em que, os fatores de risco inerentes afetam a combinação da probabilidade de uma distorção
correr com a magnitude da distorção potencial caso ela ocorra.

(i) para o qual a avaliação do risco inerente está próxima ao limite superior do spectrum de risco inerente devido à
extensão na qual os fatores de risco inerentes afetam a combinação de probabilidade de ocorrência da distorção e a
magnitude da distorção potencial caso ocorra a distorção; ou
(ii) ele deve ser tratado como risco significativo de acordo com os requisitos de outras normas de auditoria.

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(m) Sistema de controle interno é o sistema planejado, implementado e mantido pelos responsáveis pela governança,
pela administração e por outros empregados para fornecer segurança razoável quanto ao alcance dos objetivos da
entidade no que se refere à confiabilidade dos relatórios financeiros, à efetividade e eficiência das operações e à
conformidade com leis e regulamentos aplicáveis. Para fins das normas de auditoria, o sistema de controles internos
consiste de cinco componentes inter-relacionados:
(i) ambiente de controle;

(ii) processo de avaliação de riscos da entidade;

(iii) processo da entidade para monitorar o sistema de controles internos;

(iv) sistema de informação e comunicação; e

(v) atividades de controle.

Requisitos
Procedimentos de avaliação de riscos e atividades relacionadas
O auditor deve planejar e realizar procedimentos de avaliação de riscos para obter evidência de auditoria que forneça
uma base adequada para:

Os riscos de distorção relevante a serem identificados e avaliados incluem tanto aqueles causados por fraude como
aqueles causados por erro e ambos são cobertos por esta Norma. Entretanto, a importância da fraude é tamanha
que requisitos e orientações adicionais estão incluídos na NBC TA 240, itens de 13 a 28, com relação aos
procedimentos de avaliação de riscos e atividades relacionadas para se obter informações que são utilizadas na
identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante devido a fraude.
Destaque-se que o ceticismo profissional é necessário para a avaliação crítica de evidência de auditoria obtida na
realização dos procedimentos de avaliação de riscos e auxilia o auditor a permanecer atento à evidência de auditoria
que não é tendenciosa no sentido de comprovar a existência de riscos ou que possam ser contraditórias à existência
de riscos. O ceticismo profissional é uma postura que é aplicada pelo auditor ao fazer julgamentos profissionais que
então fornecem a base para as suas ações. O auditor aplica o julgamento profissional ao determinar quando ele tem
evidência de auditoria que fornece uma base apropriada para a avaliação de risco.
A aplicação do ceticismo profissional pelo auditor pode incluir:
- questionamento de informações contraditórias e a confiabilidade dos documentos;
- consideração de respostas a indagações e outras informações obtidas da administração e dos responsáveis pela
governança;
- atenção a condições que podem indicar uma distorção possível devido a fraude ou erro; e
- consideração de se a evidência de auditoria obtida suporta a identificação e a avaliação do auditor dos riscos de
distorção relevante à luz da natureza e das circunstâncias da entidade.

(a) a identificação e a avaliação dos riscos de distorção relevante, independentemente de se causados por fraude ou
erro, nos níveis das demonstrações contábeis e da afirmação; e

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(b) o planejamento de procedimentos adicionais de auditoria.

Vamos a uma representação gráfica da lógica e classificação dos procedimentos de auditoria:

Destaque-se que não podemos confundir a classificação dos procedimentos de auditoria acima expressa com as
modalidades de testes de auditoria que podem ser realizados pelo auditor. A seguir, vamos ilustrar quais são tais testes
e expressar, em figuras, a característica principal de cada qual:

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Agora, voltamos ao estudo da NBC TA 315.

O auditor deve planejar e realizar procedimentos de avaliação de riscos de forma não tendenciosa em relação à
obtenção de evidência de auditoria que possa ser comprobatória ou em relação à exclusão de evidência de auditoria
que possa ser contraditória.

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O planejamento e a realização de procedimentos de avaliação de riscos para obter evidência de auditoria para
suportar a identificação e a avaliação dos riscos de distorção relevante de forma não tendenciosa podem auxiliar o
auditor na identificação de informações potencialmente contraditórias, que pode auxiliar o auditor no exercício do
ceticismo profissional na identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante.
O planejamento e a realização de procedimentos de avaliação de riscos para obter evidência de auditoria de forma
não tendenciosa pode envolver a obtenção de evidência de diversas fontes de dentro e de fora da entidade.

Os procedimentos de avaliação de riscos devem incluir:

A natureza, a época e a extensão dos procedimentos de auditoria podem ser afetadas pelo fato de que alguns dados
contábeis e outras evidências podem estar disponíveis apenas em formato eletrônico ou apenas em determinados
momentos.
O auditor pode realizar procedimentos substantivos ou testes de controles concomitantemente com procedimentos
de avaliação de riscos quando isso for eficiente. A evidência de auditoria obtida que suporta a identificação e a
avaliação dos riscos de distorção relevante também pode suportar a detecção de distorções no nível da afirmação ou
a avaliação da efetividade operacional dos controles.
Embora o auditor seja requerido a realizar todos os procedimentos de avaliação de riscos previstos na NBC TA 315
para obter o entendimento necessário da entidade e do seu ambiente, da estrutura de relatório financeiro aplicável e
do seu sistema de controles internos, ele não tem que realizar todos eles para cada aspecto desse entendimento.
Outros procedimentos podem ser realizados quando as informações a serem obtidas podem ser úteis na
identificação dos riscos de distorção relevante.
Ao utilizar ferramentas e técnicas automatizadas, o auditor pode realizar os procedimentos de avaliação de riscos
em grandes volumes de dados (do razão geral, dos razões auxiliares ou outros dados operacionais), incluindo para
análise, recálculos, reexecução ou conciliações.

(a) indagações junto à administração e a outros indivíduos apropriados da entidade, incluindo indivíduos da função de
auditoria interna (caso essa função exista);

As indagações junto à administração e aos responsáveis pelos relatórios financeiros e a outros indivíduos
apropriados da entidade e outros empregados com diferentes níveis de autoridade, podem oferecer para o auditor
diferentes perspectivas na identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante. Veja que indagações dirigidas
aos responsáveis pela governança podem auxiliar o auditor a entender a extensão da supervisão por parte dos
responsáveis pela governança sobre a elaboração das demonstrações contábeis pela administração.
Se uma entidade tem uma função de auditoria interna, as indagações junto aos indivíduos apropriados do
departamento podem auxiliar o auditor no entendimento da entidade, do seu ambiente e do seu sistema de
controles internos na identificação e avaliação de riscos.

(b) procedimentos analíticos;

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Os procedimentos analíticos podem auxiliar a identificar inconsistências, transações ou eventos não usuais, valores,
índices e tendências que indicam assuntos que possam ter implicações na auditoria. As relações não usuais ou
inesperadas que são identificadas podem auxiliar o auditor a identificar riscos de distorção relevante, especialmente
riscos de distorção relevante devido à fraude.
Os procedimentos analíticos realizados como procedimentos de avaliação de riscos podem, portanto, auxiliar na
identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante ao identificar aspectos da entidade dos quais o auditor não
tinha conhecimento ou entendimento como os fatores de risco inerentes, como mudanças, afetam a
susceptibilidade das afirmações à distorção.
Os procedimentos analíticos realizados como procedimentos de avaliação de riscos podem:
- Incluir tanto informações financeiras como não financeiras, como, por exemplo, a relação entre as vendas e a
metragem do espaço para vendas ou o volume de bens vendidos (não financeira).
- Usar dados agregados em alto nível. Consequentemente, os resultados desses procedimentos analíticos podem
fornecer uma indicação inicial ampla sobre a probabilidade de distorção relevante.

(c) observação e inspeção.

Quando as políticas ou os procedimentos não são documentados, ou quando a entidade tem controles menos
formalizados, o auditor ainda pode obter alguma evidência de auditoria para suportar a identificação e a avaliação
dos riscos de distorção relevante por meio da observação ou inspeção da realização do controle. Assim, por exemplo,
o auditor pode obter um entendimento dos controles da contagem de estoque, mesmo que eles não tenham sido
documentados pela entidade, por meio de observação direta.

Na obtenção de evidência de auditoria, o auditor deve considerar as informações de:

(a) procedimentos do auditor com relação à aceitação ou à continuação da relação com o cliente ou do trabalho de
auditoria; e
(b) quando aplicável, outros trabalhos realizados pelo sócio do trabalho para a entidade.

As informações obtidas de outras fontes podem ser relevantes para a identificação e avaliação dos riscos de
distorção relevante mediante o fornecimento de informações e opiniões sobre:
- a natureza da entidade e seus riscos do negócio e o que pode ter mudado em relação aos períodos anteriores;
- a integridade e os valores éticos da administração e dos responsáveis pela governança que também podem ser
relevantes para o entendimento do auditor do ambiente de controle;
- a estrutura de relatório financeiro aplicável e sua aplicação à natureza e às circunstâncias da entidade.
Outras fontes de informações relevantes incluem:
- procedimentos do auditor com relação à aceitação ou à continuação da relação com o cliente ou do trabalho de
auditoria, incluindo as conclusões alcançadas a respeito;

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- outros trabalhos realizados para a entidade pelo sócio do trabalho. O sócio do trabalho pode ter obtido
conhecimento relevante para a auditoria, inclusive sobre a entidade e o seu ambiente, na realização de outros
trabalhos para a entidade. Esses trabalhos podem incluir trabalhos de procedimentos pré- acordados ou outros
trabalhos de auditoria ou asseguração, incluindo trabalhos que tratam dos requisitos adicionais para a apresentação
de relatórios na jurisdição.

Quando o auditor pretende usar as informações obtidas a partir da experiência anterior do auditor com a entidade e de
procedimentos de auditoria realizados em auditorias anteriores, o auditor deve avaliar se essas informações continuam
sendo relevantes e confiáveis como evidência de auditoria para a auditoria atual;

A experiência anterior do auditor com a entidade e com procedimentos de auditoria realizados em auditorias
anteriores podem fornecer para o auditor informações que são relevantes para a determinação pelo auditor da
natureza e da extensão dos procedimentos de avaliação de riscos e para a identificação e avaliação dos riscos de
distorção relevante.
O auditor tem que determinar se as informações obtidas à partir da experiência anterior do auditor com a entidade e
de procedimentos de auditoria realizados em auditorias anteriores continuam sendo relevantes e confiáveis, se ele
pretende usar essas informações para fins da auditoria atual. Se a natureza ou as circunstâncias da entidade
mudaram, ou novas informações foram obtidas, as informações de períodos anteriores podem não ser mais
relevantes para a auditoria atual. Para determinar se ocorreram mudanças que podem afetar a relevância ou a
confiabilidade dessas informações, o auditor pode ter que fazer indagações e realizar outros procedimentos de
auditoria apropriados, como um “passo a passo” dos sistemas relevantes. Se as informações não forem confiáveis, o
auditor pode considerar a realização de procedimentos adicionais que são apropriados nas circunstâncias.

O sócio do trabalho e outros membros-chave da equipe encarregada do trabalho devem discutir a aplicação da
estrutura de relatório financeiro aplicável e a suscetibilidade das demonstrações contábeis da entidade à distorção
relevante.

O ceticismo profissional é necessário para a avaliação crítica da evidência de auditoria e uma robusta e aberta
discussão da equipe encarregada do trabalho, incluindo para auditorias recorrentes, pode levar à melhor
identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante. Outro resultado da discussão pode ser que o auditor
identifique áreas específicas da auditoria para as quais o exercício do ceticismo profissional pode ser particularmente
importante e pode levar ao envolvimento de membros mais experientes da equipe encarregada do trabalho que são
adequadamente capacitados para estarem envolvidos na realização dos procedimentos de auditoria relacionados
com essas áreas.

Quando um trabalho é realizado por uma grande equipe de trabalho, como para a auditoria de demonstrações
contábeis de um grupo, nem sempre é necessário ou prático que a discussão inclua todos os membros em uma única
discussão (por exemplo, em uma auditoria em diversos locais), nem é necessário que todos os membros da equipe
encarregada do trabalho sejam informados de todas as decisões tomadas na discussão. O sócio do trabalho pode

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discutir assuntos com membros-chave da equipe encarregada do trabalho, incluindo, se considerado apropriado,
aqueles com habilidades ou conhecimentos específicos, e aqueles responsáveis pelas auditorias de componentes,
enquanto delega discussões com outros, levando em consideração a extensão da comunicação considerada
necessária com toda a equipe encarregada do trabalho. Um plano de comunicação, acordado pelo sócio do
trabalho, pode ser útil.
Como parte da discussão entre a equipe encarregada do trabalho, a consideração dos requisitos de divulgação da
estrutura de relatório financeiro aplicável auxilia na identificação antecipada na auditoria de onde pode haver riscos
de distorção relevante em relação às divulgações, mesmo em circunstâncias em que a estrutura de relatório
financeiro aplicável exige somente divulgações simplificadas.

Quando houver membros da equipe não envolvidos na discussão com o time de auditoria, o sócio do trabalho deve
determinar quais assuntos devem ser comunicados a esses membros.

Obtenção de entendimento da entidade, do seu ambiente, da estrutura de


relatório financeiro aplicável e do seu sistema de controles internos
O auditor deve realizar procedimentos de avaliação de riscos para obter entendimento:

(a) dos seguintes aspectos da entidade e do seu ambiente:

(i) a estrutura organizacional, de propriedade e de governança da entidade e do seu modelo de negócio, incluindo a
extensão na qual o modelo de negócio integra a utilização de TI;
(ii) setor de atividade, regulamentares e outros fatores externos; e

(iii) as medidas utilizadas, internamente e externamente, para avaliar o desempenho financeiro da entidade;

(b) a estrutura de relatório financeiro aplicável, e as políticas contábeis da entidade e as razões para qualquer mudança
nessas políticas; e

A obtenção de entendimento da entidade e do seu ambiente pode auxiliar o auditor a considerar quando mudanças
nos relatórios financeiros da entidade (por exemplo, em relação a períodos anteriores) podem ser esperadas. Assim,
por exemplo, se a entidade teve uma combinação de negócios significativa no período, o auditor provavelmente
esperaria mudanças nas classes de transações, saldos contábeis e divulgações associadas com essa combinação de
negócios. Alternativamente, se não houve mudanças significativas na estrutura de relatório financeiro durante o
período, o entendimento do auditor pode ajudar a confirmar que o entendimento obtido no período anterior ainda é
aplicável.

(c) como os fatores de risco inerentes afetam a suscetibilidade das afirmações à distorção, e o grau em que isso
acontece, na elaboração das demonstrações contábeis de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável, com
base no entendimento obtido na entidade.

O entendimento da entidade e do seu ambiente e da estrutura de relatório financeiro aplicável auxilia o auditor a
identificar eventos ou condições cujas características podem afetar a suscetibilidade de afirmações sobre classes de

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transações, saldos contábeis ou divulgações à distorção. Essas características são fatores de risco inerentes.
Os fatores de risco inerentes podem afetar a suscetibilidade de afirmações à distorção influenciando a probabilidade
de ocorrência de distorção ou a magnitude da distorção caso ocorra. O entendimento de como os fatores de risco
inerentes afetam a suscetibilidade de afirmações à distorção pode auxiliar o auditor no entendimento preliminar da
probabilidade ou magnitude de distorções, o que o auxilia a identificar os riscos de distorção relevante no nível da
afirmação.
O entendimento do grau em que os fatores de risco inerentes afetam a suscetibilidade de afirmações à distorção
também auxilia o auditor na avaliação da probabilidade e da magnitude de possíveis distorções ao avaliar o risco
inerente. Consequentemente, o entendimento dos fatores de risco inerentes também pode auxiliar o auditor no
planejamento e na realização de procedimentos adicionais de auditoria.
A identificação pelo auditor dos riscos de distorção relevante no nível da afirmação e a avaliação do risco inerente
também podem ser influenciadas pela evidência de auditoria obtida por ele na realização de outros procedimentos
de avaliação de risco, de procedimentos adicionais de auditoria ou no cumprimento de outros requisitos das normas
de auditoria.
Quanto maior a extensão em que uma classe de transações, saldo contábil ou divulgação é suscetível à distorção
devido a complexidade ou subjetividade, maior a necessidade do auditor de aplicar ceticismo profissional. Além
disso, quando uma classe de transações, saldo contábil ou divulgação é suscetível à distorção devido à
complexidade, subjetividade, mudança ou incerteza, esses fatores de risco inerentes podem criar a oportunidade
para o viés da administração, seja não intencional ou intencional, e afetar a suscetibilidade à distorção devido ao viés
da administração.

O auditor deve avaliar se as políticas contábeis da entidade são apropriadas e consistentes com a estrutura de relatório
financeiro aplicável.
O auditor deve obter entendimento do ambiente de controles relevante para a preparação das demonstrações
contábeis por meio da realização de procedimentos de avaliação de riscos, mediante:

A natureza do ambiente de controle em entidade menos complexa tende a ser diferente do ambiente de controle
em entidade mais complexa. Adicionalmente, a evidência de auditoria para elementos do ambiente de controle em
entidades menos complexas pode não estar disponível em forma documental, em particular quando a comunicação
entre a administração e outros profissionais é informal, mas a evidência ainda pode ser adequadamente relevante e
confiável nas circunstâncias

(a) entendimento do conjunto de controles, processos e estruturas que endereçam:

A evidência de auditoria para o entendimento do ambiente de controle pelo auditor pode ser obtida por meio da
combinação de indagações e outros procedimentos de avaliação de risco (isto é, corroborando as indagações por
meio de observação ou inspeção de documentos).

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Ao considerar a extensão em que a administração demonstra compromisso com integridade e valores éticos, o
auditor pode obter entendimento por meio de indagações à administração e aos empregados e considerando
informações de fontes externas sobre:
- como a administração comunica aos empregados suas visões sobre práticas de negócios e comportamento ético; e
- inspeção do código de conduta por escrito da administração e observação se a administração atua de maneira a
suportar esse código

(i) como as responsabilidades de supervisão da administração são desempenhadas, tais como a cultura da entidade e o
compromisso da administração com valores de integridade e éticos;
(iii) quando os responsáveis pela governança estão separados da administração, a independência dos responsáveis pela
governança e a supervisão do sistema de controles internos da entidade realizada por eles;
(iii) a atribuição de autoridade e responsabilidade da entidade;

(iv) como a entidade atrai, desenvolve e retém indivíduos competentes; e

(v) como a entidade responsabiliza os indivíduos pelos seus deveres na busca pelos objetivos do sistema de controles
internos;
(b) avaliação se:

A avaliação do auditor de como a entidade demonstra comportamento consistente com o compromisso da entidade
com integridade e valores éticos, se o ambiente de controle fornece fundamento apropriado para os outros
componentes do sistema de controles internos da entidade, e se quaisquer deficiências de controle identificadas
prejudicam os outros componentes do sistema de controles internos, auxilia o auditor a identificar potenciais
problemas nos outros componentes do sistema de controles internos. Isso porque o ambiente de controle é
fundamental para os outros componentes do sistema de controles internos da entidade. Essa avaliação também
pode auxiliar o auditor a entender os riscos a que a entidade está exposta e, portanto, a identificar e avaliar os riscos
de distorção relevante nos níveis das demonstrações contábeis e da afirmação.
Destaque-se que, embora o ambiente de controle possa fornecer fundamento apropriado para o sistema de
controles internos e possa ajudar a reduzir o risco de fraude, ambiente de controle adequado não é necessariamente
um inibidor de fraude eficaz.

(i) administração, com a supervisão dos responsáveis pela governança, criou e manteve uma cultura de honestidade e
comportamento ético;
(ii) o ambiente de controle fornece uma base apropriada para os outros componentes do sistema de controles internos
da entidade considerando a natureza e a complexidade da entidade; e
(iii) deficiências nos controles identificadas no ambiente de controle enfraquecem os outros componentes do sistema
de controles internos da entidade.
O auditor deve obter entendimento do processo de avaliação de riscos da entidade relevante para a preparação das
demonstrações contábeis por meio da realização de procedimentos de avaliação de risco mediante:
(a) entendimento do processo da entidade para:

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(i) identificar os riscos do negócio relevantes para os objetivos dos relatórios financeiros;

É relevante relembrar que nem todos os riscos de negócio geram riscos de distorção relevante. Ao entender como a
administração e os responsáveis pela governança identificaram os riscos do negócio relevantes para a elaboração
das demonstrações contábeis e como decidiram sobre as ações para tratar esses riscos, os assuntos que o auditor
pode considerar incluem como a administração ou, conforme apropriado, os responsáveis pela governança:
- especificaram os objetivos da entidade com precisão e clareza suficientes para possibilitar a identificação e
avaliação dos riscos relacionados aos objetivos;
- identificaram os riscos para cumprir os objetivos da entidade e analisaram os riscos como base para determinar
como eles devem ser tratados; e
- consideraram o potencial para fraude ao considerar os riscos para atingir os objetivos da entidade (NBC TA 240,
item 18).
O auditor pode considerar as implicações desses riscos do negócio para a elaboração das demonstrações contábeis
da entidade e outros aspectos do sistema de controles internos

(ii) avaliar a importância desses riscos, incluindo a probabilidade de sua ocorrência; e

(iii) endereçar esses riscos; e

(b) análise se o processo de avaliação de riscos da entidade é apropriado para as circunstâncias da entidade,
considerando a sua natureza e a complexidade.

A análise do processo de avaliação de riscos da entidade pelo auditor pode auxiliá-lo a entender onde a entidade
identificou riscos que podem ocorrer, e como a entidade respondeu a esses riscos. A avaliação do auditor sobre como
a entidade identifica os riscos de seu negócio e como ela avalia e trata esses riscos auxilia o auditor a entender se os
riscos a que a entidade está exposta foram identificados, avaliados e tratados, conforme apropriado, de acordo com
a natureza e a complexidade da entidade. Essa avaliação também pode auxiliar o auditor a identificar e a avaliar os
riscos de distorção relevante nos níveis das demonstrações contábeis e da afirmação.
Destaque-se que apurar se o processo de avaliação de riscos da entidade é adequado às circunstâncias da entidade,
considerando a natureza e complexidade da entidade, é uma questão de julgamento profissional do auditor.

Se o auditor identificar riscos de distorção relevante que a administração deixou de identificar, ele deve:

(a) determinar se esses riscos são do tipo que o auditor espera que tivessem sido identificados pelo processo de
avaliação de riscos da entidade e, caso afirmativo, obter entendimento do motivo pelo qual o processo de avaliação de
riscos da entidade deixou de identificar esses riscos de distorção relevante; e
(b) considerar as implicações para a avaliação do auditor.

O auditor deve obter entendimento do processo da entidade para monitorar o sistema de controles internos relevante
para a preparação das demonstrações contábeis por meio da realização de procedimentos de avaliação de risco,
mediante:
(a) entendimento desses aspectos do processo da entidade que tratam:

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(i) das avaliações contínuas e separadas para monitorar a efetividade dos controles e a identificação e correção das
deficiências dos controles identificadas; e
(ii) da função de auditoria interna da entidade, se houver, incluindo sua natureza, suas responsabilidades e suas
atividades;

As indagações do auditor junto aos indivíduos apropriados da função de auditoria interna o auxiliam a obter
entendimento da natureza das responsabilidades da função de auditoria interna. Se o auditor determinar que tais
responsabilidades da função de auditoria interna estão relacionadas com a elaboração do relatório financeiro da
entidade, ele pode obter entendimento adicional das atividades realizadas, ou a serem realizadas, pela função de
auditoria interna por meio da revisão do plano de auditoria interna para o período, se houver, e discutir esse plano
com os indivíduos apropriados da auditoria interna. Esse entendimento, juntamente com as informações obtidas
pelas indagações do auditor, pode também fornecer informações diretamente relevantes para a sua identificação e
avaliação dos riscos de distorção relevante. Se, com base no entendimento preliminar do auditor independente
sobre a função de auditoria interna, ele espera utilizar o trabalho da auditoria interna para modificar a natureza ou a
época, ou reduzir a extensão dos procedimentos de auditoria a serem realizados, a NBC TA 610 – Utilização do
Trabalho de Auditoria Interna é aplicável.

(b) entendimento das fontes das informações usadas no processo da entidade para monitorar o sistema de controles
internos e o embasamento sobre o qual a administração considera as informações suficientemente confiáveis para esse
propósito;

As atividades de monitoramento da administração podem usar informações de comunicações de partes externas,


tais como reclamações de clientes ou comentários de reguladores que podem indicar problemas ou destacar áreas
que necessitam de melhorias.
O entendimento pelo auditor das fontes de informação usadas pela entidade para o monitoramento do seu sistema
de controles internos, incluindo se as informações usadas são relevantes e confiáveis, o auxilia a avaliar se o processo
da entidade para monitorar o sistema de controles internos é apropriado. Se a administração assumir que as
informações usadas para o monitoramento são relevantes e confiáveis sem ter uma base para essa premissa, erros
que podem existir nas informações podem potencialmente levar a administração a tirar conclusões incorretas com
base em suas atividades de monitoramento.

(c) avaliação de se o processo da entidade para monitorar o sistema de controles internos é apropriado para as
circunstâncias da entidade, considerando a natureza e a complexidade da entidade.

A avaliação do auditor sobre como a entidade realiza avaliações contínuas e separadas para monitorar a efetividade
dos controles o auxilia a entender se os outros componentes do sistema de controles internos da entidade estão
presentes e em funcionamento e, portanto, auxilia no entendimento dos outros componentes do sistema de
controles internos da entidade.

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O auditor deve obter entendimento do sistema de informação e comunicação relevante para a elaboração das
demonstrações contábeis por meio da realização de procedimentos de avaliação de risco mediante:

O sistema de informações e os processos de negócio relacionados, em entidades menos complexas, são


provavelmente menos sofisticados do que em entidades maiores e tendem a envolver um ambiente de TI menos
complexo. Entretanto, o papel do sistema de informações é igualmente importante.

(a) entendimento das atividades de processamento das informações da entidade, incluindo seus dados e informações,
dos recursos a serem usados nessas atividades e das políticas que definem, para as classes significativas de transações,
saldos contábeis e divulgações:
(i) como as informações fluem por meio do sistema de informação da entidade, incluindo como:

a. transações são iniciadas e as informações a seu respeito são registradas, processadas, corrigidas conforme
necessário, incorporadas no razão geral e apresentadas nas demonstrações contábeis; e
b. informações sobre eventos e condições, exceto transações, são capturadas, processadas e divulgadas nas
demonstrações contábeis;
(ii) os registros contábeis, as contas específicas nas demonstrações contábeis e outros registros de suporte relacionados
com os fluxos de informações no sistema de informação;
(iii) o processo de apresentação de relatórios financeiros usado para preparar as demonstrações contábeis da entidade,
incluindo divulgações; e
(iv) os recursos da entidade, incluindo o ambiente de TI;

(b) entendimento de como a entidade comunica assuntos importantes que suportam a elaboração das demonstrações
contábeis e as respectivas responsabilidades de apresentação de relatório no sistema de informação e em outros
componentes do sistema de controles internos:
(i) entre as pessoas na entidade, incluindo como os papéis e as responsabilidades de apresentação de relatório são
comunicados;
(ii) entre a administração e os responsáveis pela governança; e

(iii) com partes externas, como com autoridades reguladoras; e

(c) avaliação de se o sistema de informação e comunicação da entidade suporta, de maneira apropriada, a elaboração
das demonstrações contábeis da entidade de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável.
O auditor deve obter entendimento do componente das atividades de controle, por meio da realização de
procedimentos de avaliação de riscos, mediante:

O componente de atividades de controle inclui controles planejados para assegurar a devida aplicação de políticas
(que também são controles) em todos os outros componentes do sistema de controles internos da entidade, e inclui
controles diretos e indiretos. Assim, por exemplo, os controles estabelecidos pela entidade para assegurar que seu
pessoal faça a contagem e o registro anual do estoque físico de maneira adequada estão relacionados diretamente
com os riscos de distorção relevante importantes para as afirmações de existência e integridade do saldo contábil do
estoque.

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Exemplos de controles no componente de atividades de controle incluem autorizações e aprovações, conciliações,


verificações (tais como verificações de edição e validação ou cálculos automatizados), segregação de funções e
controles físicos e lógicos, incluindo aqueles que tratam de salvaguarda de ativos.
Os controles no componente de atividades de controle também podem incluir controles estabelecidos pela
administração que tratam os riscos de distorção relevante para divulgações não elaboradas de acordo com a
estrutura de relatório financeiro aplicável. Esses controles podem estar relacionados com informações nas
demonstrações contábeis que são obtidas do razão geral e dos razões auxiliares.

(a) identificação de controles que tratam dos riscos de distorção relevante no nível de afirmação no componente das
atividades de controle, como segue:
(i) controles que tratam de um risco que é determinado como sendo risco significativo;

Independentemente de se o auditor planeja testar a efetividade operacional de controles que endereçam riscos
significativos, o entendimento obtido sobre a abordagem da administração para tratar esses riscos pode fornecer
uma base para o planejamento e a realização de procedimentos substantivos em resposta a riscos significativos.
A NBC TA 240, itens 28 e A33, requer que o auditor entenda os controles relacionados com os riscos avaliados de
distorção relevante decorrentes de fraude (que são tratados como riscos significativos), e explica mais
detalhadamente que é importante que o auditor obtenha entendimento dos controles que a administração planejou,
implementou e manteve para prevenir e detectar fraude.

(ii) controles sobre lançamentos no livro diário, inclusive lançamentos no livro diário não rotineiros usados para registrar
transações ou ajustes não usuais;

Os controles que tratam os riscos de distorção relevante no nível da afirmação que se espera identificar em todas as
auditorias são os controles dos lançamentos no livro diário porque o modo como a entidade incorpora as
informações do processamento de transações no razão geral geralmente envolve o uso de lançamentos no livro
diário, sejam eles padrão ou fora do padrão, automatizados ou manuais.
Em sistemas manuais de razão geral, lançamentos no livro diário fora de padrão podem ser identificados por meio
de inspeção de livros razão, livros diários e documentação de suporte. Quando são usados procedimentos
automatizados para manter o razão geral e elaborar as demonstrações contábeis, esses lançamentos podem existir
apenas em formato eletrônico e serem, portanto, mais facilmente identificados por meio de técnicas automatizadas.

(iii) controles para os quais o auditor planeja testar a efetividade operacional para determinar a natureza, a época e a
extensão do teste substantivo, que deve incluir os controles que tratam dos riscos para os quais somente os
procedimentos substantivos não fornecem evidência de auditoria apropriada e suficiente; e

O auditor determina se existem riscos de distorção relevante no nível da afirmação para os quais não é possível obter
evidência de auditoria apropriada e suficiente por meio de procedimentos substantivos isoladamente. O auditor
deve planejar e realizar testes de controles que tratam esses riscos de distorção relevante quando os procedimentos

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substantivos isoladamente não conseguem fornecer evidência de auditoria apropriada e suficiente no nível da
afirmação. Como resultado, quando existem esses controles para tratar esses riscos, eles devem ser identificados e
avaliados.
Em outros casos, quando o auditor planeja levar em consideração a efetividade operacional dos controles para
determinar a natureza, a época e a extensão dos procedimentos substantivos, esses controles também devem ser
identificados, pois será necessário que que o auditor planeje e realize testes desses controles.
Os planos do auditor de testar a efetividade operacional dos controles também podem ser influenciados pelos riscos
identificados de distorção relevante a nível das demonstrações contábeis. Por exemplo, se forem identificadas
deficiências relacionadas com o ambiente de controle, isso pode afetar as expectativas gerais do auditor sobre a
efetividade operacional de controles diretos.

(iv) outros controles que o auditor considera como sendo apropriados para permitir que ele atenda aos seus objetivos
com relação aos riscos no nível da afirmação com base no seu julgamento profissional;

Outros controles que o auditor pode considerar apropriado identificar, avaliar o planejamento e determinar a
implementação podem incluir:
- controles que tratam riscos avaliados como altos no spectrum de risco inerente, mas que não foram determinados
como sendo riscos significativos;
- controles relacionados com registros detalhados de conciliações com o razão geral.

(b) com base nos controles identificados na alínea (a), identificação dos aplicativos de TI e de outros aspectos do
ambiente de TI da entidade que estão sujeitos aos riscos decorrentes do uso de TI;
(c) para esses aplicativos de TI e outros aspectos do ambiente de TI identificados na alínea (b), a identificação:

(i) dos riscos relacionados decorrentes do uso de TI; e

(ii) dos controles gerais de TI da entidade que tratam desses riscos; e

(d) para cada controle identificado como relevante:

(i) avaliar se o controle é efetivamente planejado para tratar do risco de distorção relevante no nível da afirmação ou
efetivamente planejado para suportar a operação de outros controles; e
(ii) determinar se o controle foi implementado mediante a realização de procedimentos além da indagação junto ao
pessoal da entidade.
Com base na avaliação do auditor de cada um dos componentes do sistema de controles internos da entidade, o
auditor deve determinar se uma ou mais deficiências de controle foram identificadas.

Ao realizar as avaliações de cada um dos componentes do sistema de controles internos da entidade, o auditor pode
determinar que certas políticas da entidade em componente não são adequadas para a natureza e as circunstâncias
da entidade. Essa determinação pode ser um indicador que auxilia o auditor a identificar deficiências de controle. Se

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o auditor identificou uma ou mais deficiências de controle, ele pode considerar o efeito dessas deficiências de
controle no planejamento de procedimentos adicionais de auditoria.

Se o auditor identificou uma ou mais deficiências de controle, a NBC TA 265 – Comunicação de Deficiências de
Controle Interno requer que o auditor determine se elas constituem, individualmente ou em combinação,
deficiências significativas. O auditor usa julgamento profissional para determinar se uma deficiência representa
deficiência significativa de controle.

As circunstâncias que podem indicar a existência de deficiência significativa de controle incluem assuntos tais como:
- a identificação de fraude de qualquer magnitude que envolve a alta administração;
- processos internos identificados que são inadequados com relação a relatórios e comunicações de deficiências
observadas pela auditoria interna;
- deficiências comunicadas anteriormente que não foram corrigidas pela administração tempestivamente;
- falha da administração em responder a riscos significativos, por exemplo, deixando de implementar controles dos
riscos significativos; e
- a reapresentação de demonstrações contábeis emitidas anteriormente.

Identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante


O auditor deve identificar os riscos de distorção relevante e determinar se eles existem:

Os riscos de distorção relevante são identificados e avaliados pelo auditor para determinar a natureza, a época e a
extensão dos procedimentos adicionais de auditoria necessários para obter evidência de auditoria apropriada e
suficiente. Essa evidência possibilita ao auditor expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis em nível
aceitavelmente baixo de risco de auditoria.
A identificação dos riscos de distorção relevante é feita antes da consideração de quaisquer controles relacionados
(isto é, risco inerente), e é baseada na consideração preliminar pelo auditor de distorções com possibilidade razoável
decorrerem e, caso ocorram, de serem relevantes.
A identificação dos riscos de distorção relevante também fornece a base para a determinação do auditor de
afirmações relevantes, que auxiliam sua determinação das classes de transações, saldos contábeis e divulgações
significativas.

(a) no nível das demonstrações contábeis; ou

O auditor identifica os riscos de distorção relevante no nível das demonstrações contábeis para determinar se os
riscos têm efeito generalizado sobre as demonstrações contábeis e se, portanto, precisariam de resposta geral.

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Os riscos de distorção relevante no nível das demonstrações contábeis referem-se a riscos relacionados de maneira
generalizada com as demonstrações contábeis como um todo e, potencialmente, afetam muitas afirmações. Os
riscos dessa natureza não são necessariamente riscos identificáveis com afirmações específicas no nível de classes de
transações, saldos contábeis ou divulgações (por exemplo, risco de que a administração transgrida os controles). Em
vez disso, eles representam circunstâncias que podem aumentar de forma generalizada os riscos de distorção
relevante no nível da afirmação.
Vamos a um exemplo de risco de distorção relevante no nível das demonstrações contábeis: a entidade enfrenta
perdas operacionais e problemas de liquidez e baseia-se na captação de recursos que ainda não está garantida;
nessas circunstâncias, o auditor pode determinar que a base de continuidade operacional gera risco de distorção
relevante no nível das demonstrações contábeis; nessa situação, a estrutura contábil pode precisar ser aplicada
usando uma base de liquidação, que provavelmente afetaria todas as afirmações de forma generalizada.
Destaque-se que os riscos de distorção relevante decorrente de fraude podem ser particularmente relevantes para a
consideração pelo auditor dos riscos de distorção relevante no nível das demonstrações contábeis,
A avaliação do auditor de se os riscos identificados se relacionam de forma generalizada com as demonstrações
contábeis suporta a sua avaliação dos riscos de distorção relevante no nível das demonstrações contábeis. Em outros
casos, diversas afirmações podem ser identificadas como sendo suscetíveis ao risco e podem, portanto, afetar a
identificação e avaliação pelo auditor dos riscos de distorção relevante no nível da afirmação.
Além disso, os riscos de distorção relevante no nível das demonstrações contábeis também podem afetar as
afirmações individuais, e a identificação desses riscos pode auxiliar o auditor a avaliar os riscos de distorção relevante
no nível da afirmação e a planejar procedimentos adicionais de auditoria para tratar os riscos identificados.

(b) no nível da afirmação para classes de transações, saldos contábeis e divulgações.

As informações coletadas por meio dos procedimentos de avaliação de risco realizados são usadas como evidência
de auditoria para fornecer a base para a identificação e a avaliação dos riscos de distorção relevante. Por exemplo, a
evidência de auditoria, obtida na avaliação do planejamento de controles identificados e na determinação de se
esses controles foram implementados no componente de atividades de controle, é usada como evidência de
auditoria para suportar a avaliação de risco. Essa evidência também fornece uma base para o auditor planejar
respostas gerais para tratar os riscos avaliados de distorção relevante no nível das demonstrações contábeis, bem
como planejar e realizar procedimentos adicionais de auditoria, cuja natureza, época e extensão respondam aos
riscos avaliados de distorção relevante no nível da afirmação.
Ao identificar e avaliar os riscos de distorção relevante, o auditor usa afirmações para considerar os diferentes tipos
de possíveis distorções que podem ocorrer. As afirmações para as quais o auditor identificou riscos de distorção
relevante relacionados são afirmações relevantes.

O auditor deve determinar as afirmações relevantes e as respectivas classes de transações, saldos contábeis e
divulgações significativas.

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Para os riscos identificados de distorção relevante no nível das demonstrações contábeis, o auditor deve avaliar os
riscos e:
(a) determinar se esses riscos afetam a avaliação dos riscos no nível da afirmação; e

(b) avaliar a natureza e a extensão de seu efeito generalizado nas demonstrações contábeis.

Para os riscos identificados de distorção relevante no nível da afirmação, o auditor deve avaliar o risco inerente
mediante a avaliação da probabilidade e da magnitude da distorção. Ao fazê-lo, o auditor deve levar em consideração o
modo e o grau em que:
(a) fatores de risco inerentes afetam a suscetibilidade das afirmações relevantes à distorção; e

(b) os riscos de distorção relevante no nível das demonstrações contábeis afetam a avaliação do risco inerente para os
riscos de demonstrações contábeis no nível da afirmação
Ao avaliar os riscos identificados de distorção relevante no nível da afirmação, o auditor pode concluir que alguns riscos
de distorção relevante estão relacionados de maneira mais generalizada com as demonstrações contábeis como um
todo e potencialmente afetam muitas afirmações, caso em que ele pode atualizar a identificação dos riscos de distorção
relevante no nível das demonstrações contábeis.
Nas circunstâncias em que os riscos de distorção relevante são identificados como riscos no nível das demonstrações
contábeis devido a seu efeito generalizado sobre diversas afirmações, e são identificáveis com afirmações específicas, o
auditor deve levar em consideração esses riscos ao avaliar o risco inerente para riscos de distorção relevante no nível da
afirmação.
O auditor deve determinar se qualquer um dos riscos avaliados de distorção relevante são riscos significativos.

A determinação dos riscos significativos permite ao auditor focar mais a atenção nos riscos situados no limite
superior do spectrum de risco inerente.
Ao determinar os riscos significativos, o auditor pode primeiro identificar os riscos avaliados de distorção relevante
que podem ter sido avaliados como mais altos no spectrum de risco inerente para formar a base para considerar
quais riscos podem estar próximos do limite superior. Estar próximo do limite superior do spectrum de risco inerente
é diferente de uma entidade para outra, e não será necessariamente a mesma coisa para uma entidade em períodos
diferentes. Pode depender da natureza e das circunstâncias da entidade para a qual o risco está sendo avaliado.

O auditor deve determinar se somente os procedimentos substantivos não conseguem fornecer evidência de auditoria
apropriada e suficiente para qualquer um dos riscos de distorção relevante no nível da afirmação.
Se o auditor planeja testar a efetividade operacional dos controles, ele deve avaliar o risco de controle. Se o auditor não
planeja testar a efetividade operacional dos controles, a sua avaliação do risco de controle é tal que a avaliação do risco
de distorção relevante é a mesma que a avaliação do risco inerente.

Os planos do auditor de testar a efetividade operacional dos controles são baseados na expectativa de que os
controles estejam operando efetivamente, e isso forma a base da avaliação do risco de controle pelo auditor. A
expectativa inicial da efetividade operacional dos controles é baseada na avaliação pelo auditor do planejamento dos
controles identificados no componente de atividades de controle e na determinação da sua implementação. Uma
vez que o auditor tenha testado a efetividade operacional dos controles, ele pode confirmar a expectativa inicial

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sobre a efetividade operacional dos controles. Se os controles não estiverem operando efetivamente conforme
esperado, o auditor precisa revisar a avaliação do risco de controle.

O auditor deve avaliar se a evidência de auditoria obtida a partir dos procedimentos de avaliação de riscos fornece uma
base apropriada para a identificação e a avaliação dos riscos de distorção relevante. Se não, ele deve realizar
procedimentos adicionais de avaliação de riscos até que a evidência de auditoria tenha sido obtida para fornecer tal
base. Ao identificar e avaliar os riscos de distorção relevante, o auditor deve levar em consideração toda a evidência de
auditoria obtida a partir dos procedimentos de avaliação de riscos, independentemente de se ela corrobora ou
contradiz as afirmações feitas pela administração

A evidência de auditoria obtida da realização dos procedimentos de avaliação de risco fornece a base para a
identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante. Isso fornece a base para o planejamento do auditor da
natureza, época e extensão de procedimentos adicionais de auditoria que respondam aos riscos avaliados de
distorção relevante no nível da afirmação. Consequentemente, a evidência de auditoria obtida dos procedimentos
de avaliação de riscos fornece a base para a identificação e a avaliação de riscos de distorção relevante,
independentemente se causada por fraude ou erro, nos níveis das demonstrações contábeis e da afirmação.
Ao avaliar a evidência de auditoria obtida dos procedimentos de avaliação de risco, o auditor considera se foi obtido
entendimento suficiente sobre a entidade e seu ambiente, a estrutura de relatório financeiro aplicável e o sistema de
controles internos da entidade para poder identificar os riscos de distorção relevante, bem como se existe evidência
contraditória que possa indicar risco de distorção relevante.

Para classes de transações, saldos contábeis ou divulgações relevantes que não foram determinados como sendo
classes de transações, saldos contábeis ou divulgações significativas, o auditor deve avaliar se a sua determinação ainda
é apropriada.

a materialidade e o risco de auditoria são considerados na identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante
em classes de transações, saldos contábeis e divulgações. A determinação de materialidade pelo auditor é uma
questão de julgamento profissional e é afetada pela sua percepção das necessidades de informações financeiras dos
usuários das demonstrações contábeis.

Se o auditor obtém novas informações que não são consistentes com a evidência de auditoria sobre a qual ele
originalmente baseou a identificação ou avaliação dos riscos de distorção relevante, ele deve rever a identificação ou a
avaliação.

Documentação
O auditor deve incluir na documentação de auditoria:

(a) a discussão entre a equipe encarregada do trabalho e as decisões significativas alcançadas;

(b) elementos-chave do entendimento do auditor, as fontes de informações a partir das quais o entendimento do
auditor foi obtido e os procedimentos de avaliação de riscos realizados;
(c) a avaliação do plano dos controles identificados e a determinação de se esses controles foram implementados
adequadamente; e

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(d) a identificação e a avaliação dos riscos de distorção relevante nos níveis das demonstrações contábeis e da
afirmação, incluindo os riscos significativos e os riscos para os quais somente os procedimentos substantivos não
conseguem fornecer evidência de auditoria apropriada e suficiente, e a lógica utilizada para os julgamentos
significativos feitos.
[ UFG – Contador da Assembleia Legislativa de Goiás – 2015 ] De acordo com a NBC TA 315, os riscos de distorção
relevante no nível da afirmação para classes de transações, saldos de contas e divulgações precisam ser considerados,
porque auxiliam diretamente na determinação da
a) política contábil da entidade compatível com estrutura do relatório financeiro aplicável.

b) natureza, época e extensão de procedimentos adicionais de auditoria.

c) atividade de controles com probabilidade de impedir ou detectar as distorções.

d) postura e ação da administração para com as demonstrações contábeis.

Resolução: segundo a NBC TA 315, por conta de os riscos mencionados no enunciado auxiliarem o auditor a determinar
a natureza, a época e a extensão de procedimentos adicionais de auditoria.
Gabarito: B

Questões para fixar:


(FEPESE – Controlador Interno de São Carlos – 2021) Segundo a NBC TA 315 (R1), o Controle Interno é o:

a. conjunto de procedimentos, métodos ou rotinas de trabalho com o objetivo de proteger patrimônio de


investidores e produzir informações confiáveis para ajudá-los no processo de decisão de investimentos.
b. processo de planejamento, execução e monitoramento da entidade revestido de confiabilidade para
assegurar a proteção do patrimônio de proprietários, credores, investidores e demais usuários das
informações administrativas da entidade.
c. processo planejado, implementado e mantido pelos responsáveis pela governança, administração e outros
empregados para fornecer segurança razoável quanto à realização dos objetivos da entidade no que se
refere à confiabilidade dos relatórios financeiros, efetividade e eficiência das operações e conformidade com
leis e normas.
d. programa de governança corporativa destinado a garantir informações contábeis, financeiras, econômicas e
operacionais relevantes para o processo de tomada de decisão do Conselho de Administração, do Comitê
Estatuário de Auditoria e da Comissão de Valores Mobiliários.
e. mecanismo de monitoramento de atividades de trabalho para detectar riscos, falhas e irregularidades, a fim
de possibilitar ações corretivas e de punição de colaboradores operacionais, gestores e diretores da entidade
para o alcance dos objetivos da entidade.

Resolução: segundo a NBC TA 315, controle interno é “processo planejado, implementado e mantido pelos
responsáveis pela governança, administração e outros empregados para fornecer segurança razoável quanto à
realização dos objetivos da entidade no que se refere à confiabilidade dos relatórios financeiros, efetividade e eficiência
das operações e conformidade com leis e normas”.
Gabarito: C

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(UFG – Contador da Assembleia Legislativa de Goiás – 2015) De acordo com a NBC TA 315, os riscos de distorção
relevante [ FEPESE – Controlador Interno de São Carlos – 2021 ] Segundo a NBC TA 315 (R1), o Controle Interno é o:

a. conjunto de procedimentos, métodos ou rotinas de trabalho com o objetivo de proteger patrimônio de


investidores e produzir informações confiáveis para ajudá-los no processo de decisão de investimentos.
b. processo de planejamento, execução e monitoramento da entidade revestido de confiabilidade para
assegurar a proteção do patrimônio de proprietários, credores, investidores e demais usuários das
informações administrativas da entidade.
c. processo planejado, implementado e mantido pelos responsáveis pela governança, administração e outros
empregados para fornecer segurança razoável quanto à realização dos objetivos da entidade no que se
refere à confiabilidade dos relatórios financeiros, efetividade e eficiência das operações e conformidade com
leis e normas.
d. programa de governança corporativa destinado a garantir informações contábeis, financeiras, econômicas e
operacionais relevantes para o processo de tomada de decisão do Conselho de Administração, do Comitê
Estatuário de Auditoria e da Comissão de Valores Mobiliários.
e. mecanismo de monitoramento de atividades de trabalho para detectar riscos, falhas e irregularidades, a fim
de possibilitar ações corretivas e de punição de colaboradores operacionais, gestores e diretores da entidade
para o alcance dos objetivos da entidade.

Resolução: segundo a NBC TA 315, controle interno é “processo planejado, implementado e mantido pelos
responsáveis pela governança, administração e outros empregados para fornecer segurança razoável quanto à
realização dos objetivos da entidade no que se refere à confiabilidade dos relatórios financeiros, efetividade e eficiência
das operações e conformidade com leis e normas”.
Gabarito: C

(FUNDATEC – Auditor de Porto Alegre – 2021) De acordo com as NBC TA, o auditor deve aplicar procedimentos de
avaliação de riscos para fornecer uma base para a identificação e avaliação de riscos de distorção relevante nos níveis
das demonstrações contábeis e das afirmações. Com base na NBC TA 315 (R1), analise as assertivas abaixo, quanto aos
procedimentos de avaliação de riscos:
I. Os procedimentos de avaliação de riscos por si só fornecem evidências de auditoria apropriada e suficiente para
suportar a opinião da auditoria.
II. Os procedimentos de avaliação de riscos incluem procedimentos analíticos, bem como indagações à administração.

III. Os procedimentos de avaliação de riscos incluem indagações a outras pessoas na entidade que, no julgamento do
auditor, possam ter informações com possibilidade de auxiliar na identificação de riscos de distorção relevante
causados por fraude ou erro.
Quais estão corretas?

a. Apenas I.

b. Apenas II.

c. Apenas I e II.

d. Apenas II e III.

e. I, II e III.

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Resolução: a assertiva I está errada, pois o auditor não pode expressar a sua opinião apenas com a realização de
procedimentos de avaliação de riscos. As assertivas II e III estão corretas, pois correspondem à literalidade da NBC TA
315.
Gabarito: D

(CESPE/CEBRASPE – Auditor Fiscal da SEFAZ/RS – 2019) Em seus trabalhos, o auditor deve aplicar procedimentos de
avaliação de riscos para identificar a possibilidade de distorção relevante nas demonstrações contábeis. Nesse
contexto, a utilização do procedimento de indagação aos responsáveis pela governança permite ao auditor:

a. identificar o envolvimento dos responsáveis com a revisão e avaliação dos controles internos, as conclusões
atingidas, os tipos de relatórios emitidos, assim como a reação dos órgãos diretivos e de governança em
relação aos assuntos levantados pelos auditores internos.
b. avaliar o nível de cumprimento de leis, normas e regulamentos pela entidade, bem como identificar relações
não usuais ou inesperadas e eventuais problemas que sejam úteis para a identificação de riscos.
c. compreender a existência de compromissos e contingências e outras preocupações de natureza legal, como
as relativas ao cumprimento de leis e regulamentos.
d. entender o ambiente e a cultura da entidade no que tange aos aspectos de ética, competência, estilo
operacional e demais componentes do controle interno.
e. avaliar a adequação da seleção e a aplicação de certas políticas contábeis, mediante a verificação de
documentos e relatórios e pelo acompanhamento de transações.

Resolução: segundo a literalidade da NBC TA 315, a utilização do procedimento de indagação aos responsáveis pela
governança permite ao auditor entender o ambiente e a cultura da entidade no que tange aos aspectos de ética,
competência, estilo operacional e demais componentes do controle interno.
Gabarito: D

(FUNDEP – Auditor do INB – 2018) Considerando os preceitos da NBC TA 315 (R1) sobre a identificação e avaliação de
riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis, é incorreto afirmar:

a. Um risco de negócio pode ter uma consequência imediata para o risco de distorção relevante em classes de
transação, saldos de conta e divulgações no nível de afirmação ou no nível das demonstrações contábeis.
b. O entendimento dos riscos de negócio enfrentados pela entidade aumenta a probabilidade de identificação
de riscos de distorção relevante, já que a maioria dos riscos de negócio acabará por ter consequências.
c. As atividades de monitoramento contínuo que visam reduzir riscos de distorção não podem estar embutidas
nas atividades recorrentes normais da entidade, mas podem incluir atividades de administração e supervisão
regulares.
d. As atividades de monitoramento da administração podem incluir o uso de informação de comunicações de
partes externas, como comentários de reguladores, que podem ressaltar áreas com necessidade de
aprimoramento.

Resolução: apenas a alternativa “c” veicula afirmação incorreta, pois as atividades de monitoramento devem restar
inseridas nas recorrentes normais da entidade.
Gabarito: C

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(FUNDATEC – Auditor de Porto Alegre – 2021) A NBC TA 315 (R1) trata da responsabilidade do auditor na identificação
e avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis por meio do entendimento da entidade e do
seu ambiente, inclusive do controle interno da entidade. Com base nesta norma, analise as assertivas abaixo,
assinalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas.
( ) O auditor deve buscar entender se a entidade tem processo para identificar riscos de negócio relevantes que afetam
as demonstrações contábeis.
( ) O auditor deve buscar entender se a entidade tem processo para estimar a significância dos riscos, avaliar a
probabilidade de sua ocorrência e decidir sobre ações em resposta a esses riscos.
( ) O auditor tem responsabilidade de identificar ou avaliar todos os riscos de negócio porque todos os riscos de negócio
dão origem a riscos de distorções relevantes.
( ) O auditor deve obter entendimento do processo de avaliação de risco da entidade e de seus resultados.

( ) É uma questão de julgamento determinar se o processo de avaliação de riscos da entidade é apropriado às


circunstâncias.

a. V – V – F – V – V.

b. F – V – V – F – F.

c. V – F – F – F – V.

d. V – F – V – V – F.

e. F – V – F – V – V.

Resolução: apenas a terceira assertiva veicula afirmação incorreta, pois o auditor não tem o dever de avaliar todos os
riscos do negócio, vez que nem todos dão origem a riscos de distorção relevante.
Gabarito: A

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NBC TA 320 (R1) – Materialidade no planejamento e na


execução da auditoria
A NBC TA 320 trata da responsabilidade do auditor independente de aplicar o conceito de materialidade no
planejamento e na execução de auditoria de demonstrações contábeis. A NBC TA 450 – Avaliação das Distorções
Identificadas durante a Auditoria explica como a materialidade é aplicada na avaliação do efeito de distorções
identificadas durante a auditoria e de distorções não corrigidas, se houver, nas demonstrações contábeis.

Materialidade no contexto de auditoria


A estrutura de relatórios financeiros frequentemente discute o conceito de materialidade no contexto da elaboração e
apresentação de demonstrações contábeis. Embora a estrutura de relatórios financeiros discuta materialidade em
termos diferentes, ela em geral explica que:
- distorções, incluindo omissões, são consideradas relevantes quando for razoavelmente esperado que essas possam,
individualmente ou em conjunto, influenciar as decisões econômicas de usuários tomadas com base nas demonstrações
contábeis;
- julgamentos sobre materialidade são feitos à luz das circunstâncias envolvidas, e são afetados pela magnitude e
natureza das distorções, ou a combinação de ambos; e
- julgamentos sobre quais assuntos são relevantes para usuários das demonstrações contábeis são baseados em
considerações sobre as necessidades de informações financeiras comuns a usuários como um grupo. Não é considerado
o possível efeito de distorções sobre usuários individuais específicos, cujas necessidades podem variar
significativamente.
A NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação de Demonstrações
Contábeis indica que, para entidade com fins lucrativos, considerando que são os investidores que fornecem o capital
de risco para o empreendimento, o fornecimento de demonstrações contábeis que atendam suas necessidades atende,
também, a maioria das necessidades dos outros usuários das demonstrações contábeis.
A determinação de materialidade pelo auditor é uma questão de julgamento profissional e é afetada pela percepção do
auditor das necessidades de informações financeiras dos usuários das demonstrações contábeis. Neste contexto, é
razoável que o auditor assuma que os usuários:
(a) possuem conhecimento razoável de negócios, atividades econômicas, de contabilidade e a disposição de estudar as
informações das demonstrações contábeis com razoável diligência;
(b) entendem que as demonstrações contábeis são elaboradas, apresentadas e auditadas considerando níveis de
materialidade;
(c) reconhecem as incertezas inerentes à mensuração de valores baseados no uso de estimativas, julgamento e a
consideração sobre eventos futuros; e
(d) tomam decisões econômicas razoáveis com base nas informações das demonstrações contábeis.

O conceito de materialidade é aplicado pelo auditor no planejamento e na execução da auditoria (e, de certa forma, até
no relatório de auditoria), e na avaliação do efeito de distorções identificadas na auditoria e de distorções não
corrigidas, se houver, sobre as demonstrações contábeis e na formação da opinião no relatório do auditor
independente.

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Ao conduzir a auditoria de demonstrações contábeis, os objetivos globais do auditor são obter segurança razoável
de que as demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorções relevantes, devido a fraude ou erro,
possibilitando dessa maneira ao auditor expressar uma opinião sobre se as demonstrações contábeis foram
elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável, assim
como, reportar os assuntos identificados.
O auditor obtém segurança razoável mediante a obtenção de evidência de auditoria suficiente e apropriada para
reduzir o risco de auditoria a um nível aceitavelmente baixo. Risco de auditoria é o risco de o auditor expressar uma
opinião de auditoria inadequada quando as demonstrações contábeis apresentam distorções relevantes.
O risco de auditória é derivado da combinação entre os riscos de distorção relevante e de detecção. A materialidade
e os riscos de auditoria são levados em consideração durante a auditoria, especialmente na:
(a) identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante;
(b) determinação da natureza, época e extensão de procedimentos adicionais de auditoria; e
(c) avaliação do efeito de distorções não corrigidas, se houver, sobre as demonstrações contábeis e na formação da
opinião no relatório do auditor independente.

Vamos a uma figura ilustrativa das fases da auditoria e o impacto da materialidade para o auditor:

É interessante destacar que a materialidade também é objeto do CPC 00, sendo relevante fazermos o seguinte paralelo
entre a materialidade em tal normativo e a materialidade para fins da auditoria (NBC TA 230):

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Ao planejar a auditoria, o auditor exerce julgamento sobre as distorções que são consideradas relevantes. Esses
julgamentos fornecem a base para:
(a) determinar a natureza, a época e a extensão de procedimentos de avaliação de risco;

(b) identificar e avaliar os riscos de distorção relevante; e

(c) determinar a natureza, a época e a extensão de procedimentos adicionais de auditoria.

A materialidade determinada no planejamento da auditoria não estabelece necessariamente um valor abaixo


do qual as distorções não corrigidas, individualmente ou em conjunto, serão sempre avaliadas como não
relevantes.
As circunstâncias relacionadas a algumas distorções podem levar o auditor a avaliá-las como relevantes mesmo
que estejam abaixo do limite de materialidade.
Não é praticável definir procedimentos de auditoria para detectar todas as distorções que poderiam ser
relevantes somente por sua natureza. No entanto, a consideração da natureza das potenciais distorções nas
divulgações é relevante para o planejamento dos procedimentos de auditoria para tratar os riscos de distorção
relevante. Adicionalmente, ao avaliar o efeito de todas as distorções não corrigidas sobre as demonstrações
contábeis, o auditor deve considerar não apenas a magnitude, mas, também, a natureza de distorções não
corrigidas, e as circunstâncias específicas de sua ocorrência.

A identificação e a avaliação dos riscos de distorção relevante envolvem o uso de julgamento profissional para
identificar as classes de transações, os saldos contábeis e as divulgações, incluindo divulgações qualitativas, cuja
distorção pode ser relevante (ou seja, em geral, distorções são consideradas relevantes se puder ser razoavelmente
esperado que elas influenciem as decisões econômicas de usuários tomadas com base nas demonstrações contábeis
como um todo). Ao considerar se distorções em divulgações qualitativas podem ser relevantes, o auditor pode
identificar fatores relevantes, tais como:
- as circunstâncias da entidade para o período (por exemplo, a entidade pode ter se envolvido na combinação de
negócios significativa durante o período);

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- a estrutura de relatório financeiro aplicável, incluindo mudanças nessa estrutura (por exemplo, nova norma para
apresentação de relatório financeiro pode exigir novas divulgações qualitativas que sejam significativas para a
entidade);
- divulgações qualitativas que são importantes para os usuários das demonstrações contábeis devido à natureza da
entidade (por exemplo, divulgações de risco de liquidez podem ser importantes para os usuários das demonstrações
contábeis de instituição financeira).

Objetivo do auditor
O objetivo do auditor é aplicar o conceito de materialidade adequadamente no planejamento e na execução da
auditoria.

Para fins das normas de auditoria, materialidade para execução da auditoria significa o valor ou valores fixados
pelo auditor, inferiores ao considerado relevante para as demonstrações contábeis como um todo, para
adequadamente reduzir a um nível baixo a probabilidade de que as distorções não corrigidas e não detectadas
em conjunto, excedam a materialidade para as demonstrações contábeis como um todo. Se aplicável,
materialidade para execução da auditoria refere-se, também, ao valor ou valores fixados pelo auditor inferiores
ao nível ou níveis de materialidade para classes específicas de transações, saldos contábeis e divulgações.

Determinação da materialidade no planejamento e para a


execução da auditoria
Ao estabelecer a estratégia global de auditoria, o auditor deve determinar a materialidade para as demonstrações
contábeis como um todo. Se, nas circunstâncias específicas da entidade, houver uma ou mais classes específicas de
transações, saldos contábeis ou divulgação para as quais se poderia razoavelmente esperar que distorções de valores
menores que a materialidade para as demonstrações contábeis como um todo influenciem as decisões econômicas dos
usuários tomadas com base nas demonstrações contábeis, o auditor deve determinar, também, o nível ou níveis de
materialidade a serem aplicados a essas classes específicas de transações, saldos contábeis e divulgações.

No caso de entidade do setor público, os legisladores e reguladores são freqüentemente os principais usuários das
demonstrações contábeis. Além disso, as demonstrações contábeis podem ser utilizadas para se tomar outras
decisões que não sejam econômicas. A determinação da materialidade para as demonstrações contábeis como um
todo (e, se aplicável, o nível ou níveis de materialidade para classes específicas de transações, saldos contábeis ou
divulgação) em uma auditoria das demonstrações contábeis de entidade do setor público é, portanto, influenciada
por lei, regulamentação ou outra autoridade e pelas necessidades de informações financeiras de legisladores e do
público em relação a programas do setor público.
A determinação da materialidade para o planejamento envolve o exercício de julgamento profissional. Aplica-se
frequentemente uma porcentagem a um referencial selecionado como ponto de partida para determinar a
materialidade para as demonstrações contábeis como um todo. Os fatores que podem afetar a identificação de
referencial apropriado incluem:

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(a) os elementos das demonstrações contábeis (por exemplo, ativo, passivo, patrimônio líquido, receita, despesa);
(b) se há itens que tendem a atrair a atenção dos usuários das demonstrações contábeis da entidade específica (por
exemplo, com o objetivo de avaliar o desempenho das operações, os usuários tendem a focar sua atenção em lucro,
receita ou patrimônio líquido);
(c) a natureza da entidade, a fase do seu ciclo de vida, o seu setor e o ambiente econômico em que atua;
(d) a estrutura societária da entidade e como ela é financiada (por exemplo, se a entidade é financiada somente por
dívida em vez de capital próprio, os usuários dão mais importância a informações sobre os ativos, e processos que os
envolvam, do que nos resultados da entidade); e
(e) a volatilidade relativa do referencial.
Em relação ao referencial escolhido, os dados relevantes normalmente incluem resultados e posições financeiras de
períodos anteriores e do período corrente, acumulados até o último mês disponível e orçamentos ou previsões para
o período corrente, ajustados pelas mudanças significativas nas circunstâncias da entidade (por exemplo, uma
aquisição significativa) e mudanças relevantes das condições no setor ou ambiente econômico em que a entidade
atua.
A materialidade refere-se às demonstrações contábeis sobre as quais o auditor está emitindo um relatório. Quando
as demonstrações contábeis são elaboradas para período de apresentação de mais ou menos doze meses, como
seria o caso de nova entidade ou mudança no período de apresentação, a materialidade refere-se às demonstrações
contábeis elaboradas para aquele período de apresentação.

O auditor deve determinar a materialidade para execução da auditoria com o objetivo de avaliar os riscos de distorções
relevantes e determinar a natureza, a época e a extensão de procedimentos adicionais de auditoria.

Planejar a auditoria somente para detectar distorção individualmente relevante negligencia o fato de que as
distorções individualmente irrelevantes em conjunto podem levar à distorção relevante das demonstrações
contábeis e não deixa margem para possíveis distorções não detectadas.
A materialidade para execução da auditoria (que, conforme definição, é um ou mais valores) é fixada para reduzir a
um nível adequadamente baixo a probabilidade de que as distorções não corrigidas e não detectadas em conjunto
nas demonstrações contábeis excedam a materialidade para as demonstrações contábeis como um todo. Da mesma
forma, a materialidade para execução da auditoria relacionada a um nível de materialidade determinado para classe
específica de transações, saldos contábeis ou divulgação é fixada para reduzir a um nível adequadamente baixo a
probabilidade de que as distorções não corrigidas e não detectadas em conjunto nessa classe específica de
transações, saldos contábeis ou divulgação excedam o nível de materialidade para essa classe específica de
transações, saldos contábeis ou divulgação.
A determinação de materialidade para execução de testes não é um cálculo mecânico simples e envolve o exercício
de julgamento profissional. É afetado pelo entendimento que o auditor possui sobre a entidade, atualizado durante
a execução dos procedimentos de avaliação de risco, e pela natureza e extensão de distorções identificadas em
auditorias anteriores e, dessa maneira, pelas expectativas do auditor em relação a distorções no período corrente.

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Revisão da materialidade no decorrer da auditoria


O auditor deve revisar a materialidade para as demonstrações contábeis como um todo (e, se aplicável, o nível ou níveis
de materialidade para classes específicas de transações, saldos contábeis ou divulgação) no caso de tomar
conhecimento de informações durante a auditoria que teriam levado o auditor a determinar inicialmente um valor (ou
valores) diferente.

A materialidade das demonstrações contábeis como um todo (e, se aplicável, o nível ou níveis de materialidade para
classes específicas de transações, saldos contábeis ou divulgação) pode precisar ser revista em decorrência de
mudança nas circunstâncias que ocorreram durante a auditoria (por exemplo, decisão de alienar grande parte dos
negócios da entidade), novas informações, ou mudança no entendimento do auditor sobre a entidade e suas
operações em decorrência da execução de procedimentos adicionais de auditoria. Por exemplo, se durante a
auditoria existem indícios de que o resultado efetivo será substancialmente diferente do resultado previsto para o
final do período, que foi usado inicialmente para determinar a materialidade para as demonstrações contábeis como
um todo, o auditor deve revisar essa materialidade.

Se o auditor concluir que é apropriada a materialidade mais baixa para as demonstrações contábeis tomadas em
conjunto (e, se aplicável, o nível ou níveis de materialidade para classes específicas de transações, saldos contábeis ou
divulgação) do que inicialmente determinado, o auditor deve determinar se é necessário revisar a materialidade para
execução da auditoria e se a natureza, a época e a extensão dos procedimentos adicionais de auditoria continuam
apropriados.

Documentação da materialidade
O auditor deve incluir na documentação de auditoria os seguintes valores e fatores considerados em sua determinação:

(a) materialidade para as demonstrações contábeis como um todo;

(b) se aplicável, o nível ou níveis de materialidade para classes específicas de transações, saldos contábeis ou
divulgação;
(c) materialidade para execução da auditoria; e

(d) qualquer revisão da materialidade no decorrer da auditoria.

Questões para fixar

(FGV – Auditor da IMBEL – 2021) De acordo com a NBC TA 320 (R1) - Materialidade no Planejamento e na Execução da
Auditoria, a estrutura de relatórios financeiros discute com frequência o conceito de materialidade, no contexto da
elaboração e da apresentação de demonstrações contábeis.
Nesse sentido, assinale a afirmativa correta.

a) As distorções são consideradas relevantes quando é certo que elas podem influenciar as decisões econômicas de
usuários tomadas com base nas demonstrações contábeis.

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b) Os julgamentos sobre materialidade são feitos à luz das circunstâncias envolvidas, e são afetados pela magnitude e
natureza das distorções, ou a combinação de ambas.
c) Os julgamentos sobre quais assuntos das demonstrações contábeis são relevantes baseiam-se em considerações
sobre o possível efeito de distorções sobre os usuários primários das demonstrações contábeis.
d) A determinação de materialidade pelo auditor deve ser baseada em critérios objetivos e não deve ser afetada por seu
julgamento.
e) A materialidade para as demonstrações contábeis, uma vez definida no planejamento, não deve ser modificada para
a execução da auditoria.
Resolução: a alternativa “a” veicula afirmação incorreta, pois distorções, incluindo omissões, são consideradas
relevantes quando for razoavelmente esperado que essas possam, individualmente ou em conjunto, influenciar as
decisões econômicas de usuários tomadas com base nas demonstrações contábeis. A alternativa “c” veicula afirmação
incorreta, vez que julgamentos sobre quais assuntos são relevantes para usuários das demonstrações contábeis são
baseados em considerações sobre as necessidades de informações financeiras comuns a usuários como um grupo (não
é considerado o possível efeito de distorções sobre usuários individuais específicos, cujas necessidades podem variar
significativamente). A alternativa “d” veicula afirmação incorreta, pois a determinação da materialidade para o
planejamento envolve o exercício de julgamento profissional. A alternativa “e” veicula afirmação incorreta, vez que
inexiste qualquer restrição à modificação da materialidade.
Gabarito: B

(FUNDATEC – Auditor – 2021) O auditor deve aplicar o conceito de materialidade adequadamente para o
planejamento e para a execução da auditoria. A NBC TA 320 (R1) trata da Materialidade no Planejamento e na Execução
da Auditoria. Com base nos termos desta NBC TA, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Ao estabelecer a estratégia global de auditoria, o auditor deve determinar a materialidade para as demonstrações
contábeis como um todo.
b) A materialidade determinada no planejamento da auditoria estabelece necessariamente um valor acima do qual as
distorções não corrigidas, individualmente ou em conjunto, serão sempre avaliadas como não relevantes.
c) O auditor deve determinar a materialidade para execução da auditoria com o objetivo de avaliar os riscos de
distorções relevantes e determinar a natureza, a época e a extensão de procedimentos adicionais de auditoria.
d) Ao planejar a auditoria, o auditor exerce julgamento sobre as distorções que são consideradas relevantes.

e) A determinação da materialidade para o planejamento envolve o exercício de julgamento profissional.

Resolução: apenas a alternativa “b” veicula asserção incorreta, pois, segundo a NBC TA 320, “a materialidade
determinada no planejamento da auditoria não estabelece necessariamente um valor abaixo do qual as distorções não
corrigidas, individualmente ou em conjunto, serão sempre avaliadas como não relevantes”.
Gabarito: B

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NBC TA 330 (R1) – Resposta do auditor aos riscos


avaliados
A NBC TA 330 trata da responsabilidade do auditor ao planejar e implementar respostas aos riscos de distorção
relevante, identificados e avaliados pelo auditor, de acordo com a NBC TA 315 – Identificação e Avaliação dos Riscos de
Distorção Relevante, na auditoria de demonstrações contábeis.
Antes de analisarmos os objetivos do auditor, vamos qualificar os procedimentos substantivos e os testes de controle:

(a) Procedimento substantivo é o procedimento de auditoria planejado para detectar distorções relevantes no nível de
afirmações. Os procedimentos substantivos incluem:
(i) testes de detalhes (de classes de transações, de saldos de contas e de divulgações); e

(ii) procedimentos analíticos substantivos.

(b) Teste de controle é o procedimento de auditoria planejado para avaliar a efetividade operacional dos controles na
prevenção ou detecção e correção de distorções relevantes no nível de afirmações.
Vamos a uma figura afeta à classificação dos procedimentos de auditoria e há dois quadro relativos aos procedimentos
substantivos e aos testes de controle:

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Objetivo do auditor
O objetivo do auditor é o de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente relacionada aos riscos avaliados de
distorção relevante por meio do planejamento e da implementação de respostas apropriadas a esses riscos.

Respostas gerais
O auditor deve planejar e implementar respostas gerais para tratar dos riscos avaliados de distorção relevante no nível
das demonstrações contábeis.

As respostas gerais para tratar dos riscos avaliados de distorção relevante no nível das demonstrações contábeis
podem incluir:
- enfatizar para a equipe de auditoria a necessidade de manter o ceticismo profissional;
- designar pessoal mais experiente ou aqueles com habilidades especiais ou usar especialistas;
- alterações na natureza, na época e na extensão do direcionamento e da supervisão da equipe encarregada do
trabalho e da revisão do trabalho realizado;
- incorporar elementos adicionais de imprevisibilidade na seleção dos procedimentos adicionais de auditoria a serem
realizados;
- alterações na estratégia global de auditoria ou nos procedimentos de auditoria planejados, podendo incluir
alterações:
- na determinação pelo auditor de materialidade para realização da auditoria;
* nos planos do auditor de testar a efetividade operacional dos controles e a capacidade de persuasão da evidência
de auditoria necessária para suportar a confiança planejada sobre a efetividade operacional dos controles, em
especial quando são identificadas deficiências no ambiente de controle ou nas atividades de monitoramento da
entidade;

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* na natureza, na época e na extensão dos procedimentos substantivos. Por exemplo, pode ser apropriado realizar
procedimentos substantivos na data das demonstrações contábeis ou em uma data próxima a ela quando o risco de
distorção relevante for avaliado como alto.

A avaliação dos riscos de distorção relevante no nível das demonstrações contábeis e, consequentemente, as
respostas gerais do auditor, são afetadas pelo entendimento do auditor do ambiente de controle. Um ambiente de
controle eficaz pode permitir que o auditor tenha mais confiança no controle interno e a confiabilidade da evidência
de auditoria gerada internamente na entidade pode, portanto, permitir que o auditor execute alguns procedimentos
de auditoria em data intermediária ao invés de no final do período, por exemplo. Deficiências no ambiente de
controle, entretanto, têm o efeito oposto, por exemplo, o auditor pode responder a um ambiente de controle
ineficaz mediante:
- execução de mais procedimentos de auditoria no final do período ao invés de em data intermediária;
- obtenção de evidência de auditoria mais extensiva dos procedimentos substantivos;
- aumento do número de locais a serem incluídos no alcance da auditoria.
Essas considerações têm, portanto, influência na abordagem geral do auditor, como por exemplo, uma ênfase nos
procedimentos substantivos (abordagem substantiva) ou uma abordagem que utiliza testes de controle, assim como
procedimentos substantivos (abordagem combinada

Procedimentos de auditoria em resposta aos riscos


avaliados de distorção relevante no nível de afirmações
O auditor deve planejar e realizar procedimentos adicionais de auditoria, cuja natureza, época e extensão se baseiam e
respondem aos riscos avaliados de distorção relevante no nível da afirmação.

A avaliação do auditor dos riscos identificados de distorção relevante no nível da afirmação fornece base para a
consideração da abordagem de auditoria apropriada para planejar e realizar procedimentos adicionais de auditoria.
A natureza do procedimento de auditoria se refere à sua finalidade (isto é, teste de controle ou procedimento
substantivo) e ao seu tipo (isto é, inspeção, observação, indagação, confirmação, recálculo, reexecução ou
procedimento analítico). A natureza dos procedimentos de auditoria é de suma importância na resposta aos riscos
avaliados.
A época do procedimento de auditoria se refere ao momento em que ele é executado ou ao período ou, ainda, a data
em que a evidência de auditoria se aplica.
A extensão do procedimento de auditoria se refere à quantidade a ser realizada, por exemplo, o tamanho da
amostra ou a quantidade de observações de um controle.
O planejamento e a execução de procedimentos adicionais de auditoria, cuja natureza, época e extensão se baseiam
nos riscos avaliados de distorção relevante no nível de afirmações e que respondem a eles, fornecem um claro
relacionamento entre os procedimentos adicionais de auditoria e a avaliação de risco.

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Ao planejar procedimentos adicionais de auditoria a serem realizados, o auditor deve:

(a) considerar as razões para a avaliação atribuída ao risco de distorção relevante no nível da afirmação para cada classe
de transações, saldo contábil e divulgação significativa, incluindo:
(i) a probabilidade e magnitude da distorção devido às características particulares da classe de transações, saldo
contábil ou divulgação significativa (isto é, risco inerente); e
(ii) se a avaliação de risco leva em consideração os controles que tratam do risco de distorção relevante (isto é, risco de
controle), exigindo assim que o auditor obtenha evidência de auditoria para determinar se os controles estão operando
efetivamente (isto é, o auditor planeja testar a efetividade operacional dos controles para determinar a natureza, a
época e a extensão dos procedimentos substantivos); e

A NBC TA 315 requer que a avaliação dos riscos de distorção relevante no nível da afirmação pelo auditor seja
realizada avaliando-se o risco inerente e o risco de controle. O auditor avalia o risco inerente analisando a
probabilidade e magnitude de uma distorção levando em consideração a maneira e o grau em que os fatores de risco
inerente afetam a suscetibilidade à distorção de afirmações relevantes.
Os riscos avaliados pelo auditor, incluindo as razões desses riscos avaliados, podem afetar tanto os tipos de
procedimentos de auditoria a serem realizados como sua combinação. Por exemplo, quando um risco avaliado é
alto, o auditor pode confirmar a integridade dos termos de um contrato com a contraparte, além de inspecionar o
documento.
Além disso, certos procedimentos de auditoria podem ser mais apropriados para algumas afirmações do que para
outras. Por exemplo, com relação à receita, os testes de controle podem fornecer mais respostas ao risco avaliado
de distorção relevante da afirmação de integridade, enquanto que os procedimentos substantivos podem fornecer
mais respostas ao risco avaliado de distorção relevante da afirmação de ocorrência.
As razões para a avaliação atribuída a um risco são relevantes para determinar a natureza dos procedimentos de
auditoria.
O auditor pode executar testes de controles ou procedimentos substantivos em data intermediária ou no final do
período. Quanto maior for o risco de distorção relevante, maior é a probabilidade de que o auditor decida que é mais
eficaz executar procedimentos substantivos próximo do final ou no final do período, ao invés de em uma data
intermediária ou aplicar os procedimentos de auditoria em épocas não anunciadas ou imprevistas (por exemplo,
realizar os procedimentos de auditoria em locais selecionados não anunciados). Isso é particularmente relevante
quando se considera a resposta aos riscos de fraude.
Por outro lado, a execução dos procedimentos de auditoria antes do final do período pode auxiliar o auditor a
identificar assuntos significativos na fase inicial da auditoria e, consequentemente, resolvê-los com a ajuda da
administração ou desenvolver uma abordagem de auditoria eficaz para tratar desses assuntos.
A extensão de procedimento de auditoria considerado necessário é determinada após a consideração da
materialidade, do risco avaliado e do grau de segurança que o auditor planeja obter. Quando um único propósito é
alcançado por uma combinação de procedimentos, a extensão de cada procedimento é considerada
separadamente. Em geral, a extensão dos procedimentos de auditoria aumenta à medida que o risco de distorção
relevante aumenta. Por exemplo, em resposta ao risco identificado de distorção relevante devido a fraude, o
aumento dos tamanhos de amostra ou a execução de procedimentos analíticos substantivos em nível mais

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detalhado pode ser apropriado. Entretanto, o aumento da extensão de procedimento de auditoria é eficaz somente
se o procedimento de auditoria em si é relevante para o risco específico.

(b) obter evidência de auditoria mais persuasiva quanto maior for a avaliação de risco do auditor

Ao obter evidência de auditoria mais persuasiva devido a uma avaliação de risco alto, o auditor pode aumentar a
quantidade de evidências, ou obter evidência mais relevante ou confiável como, por exemplo, maior ênfase na
obtenção de evidências de terceiros ou mediante a obtenção de evidências de suporte de várias fontes
independentes.

Testes de controle
O auditor deve planejar e realizar testes de controle para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente quanto à
efetividade operacional dos controles se:
(a) a avaliação de riscos de distorção relevante no nível da afirmação pelo auditor inclui a expectativa de que os
controles estão operando efetivamente (isto é, o auditor planeja testar a efetividade operacional dos controles para
determinar a natureza, a época e a extensão dos procedimentos substantivos); ou
(b) somente os procedimentos substantivos não conseguem fornecer evidência de auditoria apropriada e suficiente no
nível da afirmação.
Os testes de controles são realizados somente para aqueles controles que o auditor determinou serem devidamente
planejados para evitar, detectar e corrigir distorção relevante em afirmação relevante e que o auditor planeja testar. Se
controles substancialmente diferentes foram usados em épocas diferentes durante o período de auditoria, cada um é
considerado separadamente.
Testar a efetividade operacional dos controles é diferente de obter entendimento e avaliação do planejamento de
controles. Entretanto, são utilizados os mesmos tipos de procedimentos de auditoria. O auditor pode, portanto, decidir
que é eficiente testar a efetividade operacional dos controles e, ao mesmo tempo, avaliar seu planejamento e
determinar que eles foram implementados.
Além disso, embora alguns procedimentos de avaliação de risco possam não ser especificamente planejados como
testes de controle, eles podem, não obstante, fornecer evidência de auditoria da efetividade operacional dos controles
e, consequentemente, servir como testes de controle.
O auditor pode planejar um teste de controle a ser executado simultaneamente com um teste de detalhes da mesma
transação. Embora a finalidade de um teste de controle seja diferente da finalidade de um teste de detalhes, ambas
podem ser alcançadas simultaneamente mediante a execução de teste de controle e de detalhes da mesma transação,
também conhecido como teste de duplo-propósito. Por exemplo, o auditor pode planejar e avaliar os resultados de um
teste para examinar uma nota fiscal para determinar se ela foi aprovada e fornecer uma evidência de auditoria
substantiva da transação. Um teste de duplo-propósito é planejado e avaliado mediante a consideração de cada
finalidade do teste separadamente.
Em alguns casos, o auditor pode achar impossível planejar procedimentos substantivos efetivos que, por si só,
forneçam evidência de auditoria apropriada e suficiente no nível da afirmação. Isso pode ocorrer quando a entidade
conduz seus negócios usando Tecnologia da Informação (TI) e nenhuma documentação das transações é produzida ou
mantida que não aquelas do sistema de TI. Nesses casos, requer-se que o auditor realize testes dos controles que
tratam do risco de somente os procedimentos substantivos não conseguirem fornecer evidência de auditoria
apropriada e suficiente.

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Um nível mais alto de segurança pode ser obtido sobre a efetividade operacional dos controles quando a abordagem
adotada consiste principalmente em testes de controle, em particular quando não é possível nem praticável obter
evidência de auditoria apropriada e suficiente somente de procedimentos substantivos.
Ao planejar e realizar os testes de controle, o auditor deve:

(a) realizar outros procedimentos de auditoria juntamente com indagação para obter evidência de auditoria sobre a
efetividade operacional dos controles, incluindo:
(i) o modo como os controles foram aplicados ao longo do período;

(ii) a consistência como eles foram aplicados; e

(iii) por quem ou por quais meios eles foram aplicados;

A indagação somente não é suficiente para testar a efetividade operacional dos controles. Assim sendo, outros
procedimentos de auditoria são executados em conjunto com a indagação. Nesse aspecto, a indagação combinada
com a inspeção ou reexecução pode proporcionar mais segurança do que a indagação e a observação, uma vez que a
observação é pertinente somente no momento em que ela é realizada.
Quando evidência de auditoria mais persuasiva é necessária com relação à efetividade de um controle, pode ser mais
apropriado aumentar a extensão do teste do controle.
Devido à consistência inerente do processamento da Tecnologia da Informação (TI), pode não ser necessário
aumentar a extensão do teste de controle automatizado. Pode-se esperar que o controle automatizado funcione de
forma consistente, a menos que o aplicativo de TI (incluindo tabelas, arquivos e outros dados permanentes usados
pelo aplicativo de TI) seja alterado. Uma vez que o auditor determina que o controle automatizado está funcionando
conforme pretendido (o que pode ser feito no momento em que o controle é inicialmente implementado ou em
alguma outra data), o auditor pode considerar a realização de testes para determinar que esse controle continua
funcionando efetivamente. Esses testes podem incluir testar os controles gerais de TI relacionados com o aplicativo
de TI.
Da mesma forma, o auditor pode realizar testes de controles que tratam dos riscos de distorção relevante
relacionados com a integridade dos dados da entidade ou com a integridade e exatidão de relatórios da entidade
gerados por sistema, ou para tratar dos riscos de distorção relevante para os quais somente os procedimentos
substantivos não conseguem fornecer evidência de auditoria apropriada e suficiente.

(b) na medida em que ainda não tenham sido tratados, determinar se os controles a serem testados dependem de
outros controles (controles indiretos) e, caso afirmativo, se é necessário obter evidência de auditoria que suporte a
operação efetiva desses controles indiretos.
O auditor deve testar os controles para uma data específica ou ao longo do período no qual o auditor pretende confiar
nesses controles para fornecer base apropriada para a confiança pretendida pelo auditor.
Se o auditor obtém evidência de auditoria sobre a efetividade operacional dos controles durante período intermediário,
o auditor deve:
(a) obter evidência de auditoria das alterações significativas nesses controles após o período intermediário; e

(b) determinar a evidência de auditoria adicional a ser obtida para o período remanescente.

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Para determinar se é apropriado usar evidência de auditoria da efetividade operacional dos controles obtida em
auditorias anteriores e, caso afirmativo, a duração do período de tempo que pode decorrer antes de testar novamente o
controle, o auditor deve considerar o seguinte:
(a) a efetividade dos outros componentes do sistema de controles internos da entidade, incluindo o ambiente de
controle, o processo de monitoramento do sistema de controles internos pela entidade e o seu processo de avaliação
de risco;
(b) os riscos decorrentes das características do controle, incluindo se ele é manual ou automatizado;

(c) a efetividade dos controles gerais de tecnologia da informação (TI);

(d) a efetividade do controle e sua aplicação pela entidade, incluindo a natureza e a extensão de desvios na aplicação do
controle observados nas auditorias anteriores e se houve mudanças de pessoal que afetaram de forma significativa a
aplicação do controle;
(e) se a falta de alteração em um controle em particular oferece risco devido às mudanças de circunstâncias; e

(f) os riscos de distorção relevante e a extensão da confiança no controle.

Em algumas circunstâncias, a evidência de auditoria obtida em auditorias anteriores pode fornecer evidência de
auditoria quando o auditor realiza os procedimentos de auditoria para estabelecer que os controles continuam
relevantes e confiáveis. Por exemplo, na realização da auditoria anterior, o auditor pode ter determinado que um
controle automatizado estava funcionando conforme pretendido. O auditor pode obter evidência de auditoria para
determinar se foram efetuadas alterações no controle automatizado que afetam seu funcionamento efetivo e
contínuo por meio, por exemplo, de indagações à administração e à inspeção de registros para indicar quais
controles foram alterados. A consideração da evidência de auditoria dessas alterações pode corroborar o aumento
ou a redução da evidência de auditoria da efetividade operacional dos controles que se espera obter no período
corrente.

Se o auditor planeja usar a evidência de auditoria da auditoria anterior a respeito da efetividade operacional de
controles específicos, o auditor deve estabelecer se essa evidência continua relevante e confiável mediante a obtenção
de evidência de auditoria quanto à ocorrência, ou não, de alterações significativas nesses controles após a auditoria
anterior. O auditor deve obter essa evidência mediante indagação, juntamente com observação ou inspeção, para
confirmar o entendimento desses controles específicos, e:
(a) se houve alterações (nos controles) que afetam a continuidade da relevância da evidência de auditoria de trabalho
anterior, o auditor deve testar os controles na auditoria corrente;

As alterações podem afetar a relevância e a confiabilidade da evidência de auditoria obtida em trabalhos anteriores
de forma que não haja mais base para continuar a confiar.

(b) se não houve essas alterações, o auditor deve testar os controles pelo menos uma vez a cada três auditorias e deve
testar alguns desses controles em todas as auditorias, a fim de evitar a possibilidade de testar todos os controles nos
quais o auditor pretende confiar em um único período de auditoria e não testar os controles nos dois períodos de
auditoria subsequentes;

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A decisão do auditor de confiar na evidência de auditoria obtida em auditorias anteriores é uma questão de
julgamento profissional para controles que:
(a) não mudaram desde a última vez em que foram testados; e
(b) não são controles que mitigam risco significativo.
Em geral, quanto maior for o risco de distorção relevante ou quanto mais alta for a confiança nos controles, menor
deve ser o lapso de tempo transcorrido, se houver.
Quando há uma série de controles para os quais o auditor pretende confiar na evidência de auditoria obtida em
auditorias anteriores, o teste de alguns desses controles em cada auditoria fornece informações de suporte sobre a
contínua efetividade do ambiente de controle. Isso contribui para a decisão do auditor se é apropriado confiar na
evidência de auditoria obtida em auditorias anteriores.

Se o auditor pretende confiar em controles de um risco determinado como significativo, o auditor deve testar esses
controles no período corrente.
Ao avaliar a efetividade operacional dos controles nos quais o auditor pretende confiar, o auditor deve avaliar se as
distorções que foram detectadas pelos procedimentos substantivos indicam que os controles não estão operando
efetivamente. A ausência de detecção de distorções por procedimentos substantivos, entretanto, não fornece evidência
de auditoria de que os controles relacionados com a afirmação que está sendo testada são efetivos.

Uma distorção relevante detectada pelos procedimentos de auditoria é um forte indicador da existência de
deficiência significativa no controle interno.

Quando são detectados desvios de controles nos quais o auditor pretende confiar, o auditor deve fazer indagações
específicas para entender esses assuntos e suas potenciais consequências e deve determinar se:
(a) os testes de controle realizados fornecem uma base apropriada para se confiar nos controles;

(b) são necessários testes adicionais de controle; ou

(c) os riscos de distorção relevante precisam ser tratados usando procedimentos substantivos.

Procedimentos substantivos
Independentemente dos riscos identificados de distorção relevante, o auditor deve planejar e executar procedimentos
substantivos para cada classe de transações, saldo de contas e divulgações significativas.

Nem todas as afirmações em uma classe de transações, saldo contábil ou divulgação devem ser testadas. Em vez
disso, ao planejar procedimentos substantivos a serem realizados, a consideração do auditor sobre as afirmações nas
quais, caso uma distorção fosse ocorrer, há uma possibilidade razoável de a distorção ser relevante pode ajudar a
identificar a natureza, a época e a extensão apropriadas dos procedimentos a serem realizados.
Dependendo das circunstâncias, o auditor pode determinar que:
- executar somente procedimentos analíticos substantivos é suficiente para reduzir o risco de auditoria para um nível
baixo aceitável. Por exemplo, quando a avaliação de risco do auditor é suportada por evidência de auditoria dos

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testes de controles;
- somente os testes de detalhes são apropriados;
- combinação de procedimentos substantivos analíticos e testes de detalhes responde melhor aos riscos
identificados.
Os procedimentos analíticos substantivos são geralmente mais aplicáveis a grandes volumes de transações que
tendem a ser previsíveis com o tempo.
A avaliação do risco ou a natureza da afirmação é relevante para o planejamento dos testes de detalhes. Por
exemplo, os testes de detalhes relacionados com afirmação de existência ou de ocorrência podem envolver a
seleção a partir de itens incluídos em um saldo da demonstração contábil e a obtenção da evidência relevante de
auditoria. Por outro lado, os testes de detalhes relacionados com a afirmação de integridade podem envolver a
seleção a partir de itens que devem ser incluídos no valor relevante da demonstração contábil e a investigação
quanto à sua inclusão.
Como a avaliação de risco de distorção relevante leva em consideração os controles que o auditor planeja testar, a
extensão dos procedimentos substantivos pode precisar ser aumentada quando os resultados dos testes de controle
são insatisfatórios. Entretanto, o aumento da extensão de um procedimento de auditoria é apropriado somente se o
procedimento de auditoria em si é relevante para o risco específico.
Ao planejar os testes de detalhes, a sua extensão é geralmente considerada em termos do tamanho da amostra.
Entretanto, outros assuntos são também relevantes, incluindo se é mais eficaz usar outros meios seletivos de teste.

O auditor deve considerar se procedimentos de confirmação externa devem ser executados como procedimentos
substantivos.

Procedimentos de confirmação externa são frequentemente relevantes quando cobrem as afirmações relacionadas
com os saldos das contas e seus elementos, mas não podem ser restritos a estes itens. Por exemplo, o auditor pode
solicitar confirmação externa de condições de acordos, contratos ou de transações entre a entidade e outras partes.
Procedimentos de confirmação externa também podem ser executados para obter evidência sobre a ausência de
certas condições. Por exemplo, uma solicitação pode especificamente procurar confirmação de que um acordo
paralelo (side agreeement) existe e pode ser relevante para a afirmação de corte de receita da entidade.
Embora as confirmações externas possam fornecer evidência de auditoria relevante sobre certas afirmações,
existem algumas afirmações para as quais as confirmações externas fornecem evidência de auditoria menos
relevante. Por exemplo, confirmações externas fornecem evidência menos relevante de auditoria sobre a realização
do saldo de contas a receber do que sobre a sua existência.
O auditor pode determinar que os procedimentos de confirmação externa para um propósito fornecem
oportunidade para obter evidência de auditoria sobre outros assuntos. Por exemplo, pedidos de confirmação de
saldos bancários geralmente incluem solicitação de informações relevantes para outras afirmações das
demonstrações contábeis. Essas considerações podem influenciar a decisão do auditor sobre a execução dos
procedimentos de confirmação externa.

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Os procedimentos substantivos do auditor devem incluir os seguintes procedimentos de auditoria relacionados com o
processo de encerramento das demonstrações contábeis:
(a) confrontar ou conciliar as informações nas demonstrações contábeis com os registros contábeis que as suportam,
incluindo confrontar ou conciliar as informações nas divulgações, independentemente dessas informações terem sido
obtidas dentro ou fora do razão geral e dos razões auxiliares; e
(b) examinar lançamentos relevantes de diário e outros ajustes efetuados durante a elaboração das demonstrações
contábeis.

A natureza e a extensão dos procedimentos substantivos do auditor relacionados com o processo de encerramento
das demonstrações contábeis dependem da natureza e da complexidade do processo de elaboração das
demonstrações contábeis e dos respectivos riscos de distorção relevante

Se o auditor determinar que um risco identificado de distorção relevante no nível de afirmações é significativo, o
auditor deve executar procedimentos substantivos que respondem especificamente a esse risco. Quando a abordagem
a um risco significativo consiste somente em procedimentos substantivos, esses procedimentos devem incluir testes de
detalhes.

O item 21 da NBC TA 330 requer que o auditor execute procedimentos substantivos que respondem especificamente
aos riscos que o auditor definiu serem significativos.
Evidência de auditoria na forma de confirmações externas recebidas diretamente pelo auditor das partes
apropriadas para as quais foram solicitadas as confirmações podem auxiliá-lo a obter evidência de auditoria com alto
grau de confiabilidade que o auditor requer para responder aos riscos significativos de distorção relevante,
independentemente se causada por fraude ou erro. Por exemplo, se o auditor identifica que a administração está sob
pressão para atender às expectativas de lucros, pode haver o risco de que a administração esteja superavaliando as
vendas mediante o reconhecimento indevido da receita relativa aos contratos de venda com termos que impedem o
reconhecimento de receita ou emissão de notas fiscais antes do despacho das mercadorias. Nessas circunstâncias, o
auditor pode, por exemplo, planejar procedimentos de confirmação externa não só para confirmar os valores em
aberto, como também para confirmar os detalhes dos contratos de venda, incluindo a data, quaisquer direitos de
devolução e os termos de entrega. Além disso, o auditor pode determinar como eficaz a complementação desses
procedimentos de confirmação externa com indagações de pessoal não financeiro da entidade com relação a
quaisquer alterações nos contratos de venda e termos de entrega

Se os procedimentos substantivos forem executados em data intermediária, o auditor deve cobrir o período
remanescente mediante a execução de:
(a) procedimentos substantivos, combinados com testes de controle para o período desde a data intermediária até o
encerramento; ou
(b) se o auditor determinar que é suficiente, apenas procedimentos substantivos adicionais, que forneçam base
razoável para estender as conclusões de auditoria da data intermediária até o final do período.

Em algumas circunstâncias, o auditor pode determinar que a execução de procedimentos substantivos em data
intermediária e a comparação, assim como a conciliação das informações referentes ao saldo no final do período

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com as informações comparáveis na data intermediária é eficaz para:


(a) identificar valores que parecem não usuais;
(b) investigar esses valores; e
(c) executar procedimentos analíticos substantivos ou testes de detalhes para testar o período desde a data
intermediária.
A realização de procedimentos substantivos em data intermediária sem a realização de procedimentos adicionais
em data posterior aumenta o risco de que o auditor não detecte distorção que possa existir no final do período. Esse
risco aumenta à medida que o período remanescente é maior.

Se forem detectadas distorções que o auditor não esperava na avaliação de riscos de distorção relevante em data
intermediária, o auditor deve avaliar se a respectiva avaliação de risco e a natureza, época e extensão planejadas dos
procedimentos substantivos que cobrem o período remanescente precisam ser modificadas.

Quando o auditor conclui que a natureza, época e extensão planejadas dos procedimentos substantivos que cobrem
o período remanescente precisam ser modificadas como resultado de distorções inesperadas detectadas em data
intermediária, essa modificação pode incluir a extensão ou a repetição dos procedimentos executados em data
intermediária no final do período.

Adequação da apresentação das demonstrações contábeis


O auditor deve executar procedimentos de auditoria para avaliar se a apresentação das demonstrações contábeis como
um todo está de acordo com a estrutura de relatórios financeiros. Ao fazer essa avaliação, o auditor deve considerar se
as demonstrações contábeis estão apresentadas de forma a refletir a adequada:
- classificação e descrição de informações financeiras e de transações, eventos e condições subjacentes; e

- apresentação, estrutura e conteúdo das demonstrações contábeis.

A avaliação da apresentação, da organização e do conteúdo adequados das demonstrações contábeis, inclui, por
exemplo, a consideração da terminologia utilizada, conforme exigida pela estrutura de relatório financeiro aplicável,
o nível de detalhes fornecidos, a agregação e a desagregação de valores e as bases dos valores estabelecidos

Avaliação da suficiência e adequação da evidência de


auditoria
Com base nos procedimentos de auditoria executados e na evidência de auditoria obtida, o auditor deve avaliar, antes
da conclusão da auditoria, se as avaliações de riscos de distorção relevante no nível de afirmações continuam
apropriadas.

A auditoria das demonstrações contábeis é um processo acumulativo e contínuo. À medida que o auditor realiza
procedimentos planejados de auditoria, a evidência de auditoria obtida pode fazer com que ele modifique a

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natureza, a época ou a extensão de outros procedimentos planejados de auditoria. Informações que diferem
significativamente das informações nas quais a avaliação de risco se baseou podem chamar a atenção do auditor.
O auditor não pode assumir que um caso de fraude ou erro é uma ocorrência isolada. Portanto, a consideração do
modo como a detecção de distorção afeta os riscos avaliados de distorção relevante é importante para determinar
se a avaliação continua apropriada.

O auditor deve concluir se foi obtida evidência de auditoria apropriada e suficiente. Para formar uma opinião, o auditor
deve considerar todas as evidências de auditoria relevantes, independentemente do fato dela parecer corroborar ou
contradizer as afirmações nas demonstrações contábeis.

A opinião do auditor quanto ao que constitui evidência de auditoria apropriada e suficiente é influenciada por fatores
como os que seguem:
- importância da distorção potencial na afirmação e a probabilidade de que ela tenha efeito relevante,
individualmente ou em conjunto com outras distorções em potencial, nas demonstrações contábeis;
- efetividade das respostas e controles da administração para enfrentar os riscos;
- experiência adquirida durante auditorias anteriores com relação a potenciais distorções semelhantes;
- resultados dos procedimentos de auditoria realizados, incluindo se esses procedimentos de auditoria identificaram
casos específicos de fraude ou erro;
- fonte e confiabilidade das informações disponíveis;
- persuasividade da evidência de auditoria;
- entendimento da entidade e do seu ambiente, da estrutura de relatório financeiro aplicável e de seu sistema de
controles internos

Se o auditor não obteve evidência de auditoria apropriada e suficiente relacionada com uma afirmação relevante sobre
uma classe de transações, saldo contábil ou divulgação, o auditor deve tentar obter evidência adicional de auditoria. Se
o auditor não conseguir obter evidência apropriada e suficiente, o auditor deve expressar opinião com ressalva ou
abster-se de opinar sobre as demonstrações contábeis.

Documentação
O auditor deve incluir na documentação de auditoria:

(a) as respostas gerais para tratar dos riscos avaliados de distorção relevante no nível das demonstrações contábeis e a
natureza, a época e a extensão dos procedimentos adicionais de auditoria realizados;
(b) o relacionamento desses procedimentos com os riscos avaliados no nível da afirmação; e

(c) os resultados dos procedimentos de auditoria, incluindo as conclusões nos casos em que eles não estiverem de outra
forma claros.

A forma e a extensão da documentação de auditoria são uma questão de julgamento profissional e são influenciadas
pela natureza, porte e complexidade da entidade e por seu sistema de controles internos, disponibilidade das
informações da entidade e metodologia de auditoria e tecnologia usadas na auditoria;

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Se o auditor planeja usar evidência de auditoria a respeito da efetividade operacional dos controles obtida em
auditorias anteriores, o auditor deve incluir na documentação de auditoria as conclusões alcançadas sobre a confiança
naqueles controles testados na auditoria anterior.
A documentação do auditor deve demonstrar que as informações nas demonstrações contábeis estão de acordo ou
foram conciliadas com os registros contábeis que as suportam, incluindo confrontar ou conciliar as informações nas
divulgações, independentemente dessas informações terem sido obtidas dentro ou fora do razão geral e dos razões
auxiliares.

Questões para fixar:


(CESPE/CEBRASPE – CGE/CE – 2019) Segundo a NBC TA 330, para detectar distorções relevantes no nível de
afirmações, são utilizados, entre outros, os procedimentos e testes que avaliam informações contábeis por meio de
análise das relações plausíveis entre dados financeiros e não financeiros e são examinadas relações identificadas que
sejam inconsistentes com outras informações relevantes ou difiram significativamente dos valores esperados.
Tais procedimentos ou testes são denominados:

a. testes de controle.

b. testes de detalhes.

c. testes de observância.

d. procedimentos analíticos substantivos.

e. procedimentos de avaliação de riscos.

Resposta: o enunciado da questão trata da definição dos procedimentos analíticos substantivos.

Gabarito: D

(FGV – Contador CONDER – 2013) O procedimento de auditoria que somente pode ser realizado no final do período ou
após ele, segundo a NBC TA 330, é:

a. a contagem física de inventário.

b. o confronto das demonstrações contábeis com seus registros.

c. o teste de superavaliação de contas de natureza devedora.

d. o teste de subavaliação de contas de natureza credora.

e. a verificação de informações comparáveis de períodos anteriores.

Resposta: apenas a alternativa veicula um procedimento de auditoria que somente pode ser realizado após o término
do período, vez que as demonstrações contábeis somente são passíveis de elaboração após o término do período ao
qual se referem.
Gabarito: B

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(FUNDATEC – Auditor Fiscal da Receita Municipal de Porto Alegre – 2019) Em relação ao que estabelece a NBC TA
330 (R1) a respeito dos Procedimentos de Auditoria, analise as assertivas a seguir:
I. Os Procedimentos Substantivos incluem: testes de detalhes (de classes de transações, de saldos de contas e de
divulgações) e procedimentos analíticos substantivos.
II. Procedimento Substantivo é o procedimento de auditoria planejado para avaliar a efetividade operacional dos
controles na prevenção ou detecção e correção de distorções relevantes no nível de afirmações.
III. Teste de Controle é o procedimento de auditoria planejado para detectar distorções relevantes no nível de
afirmações.
Quais estão corretas?

a. Apenas I.

b. Apenas II.

c. Apenas III.

d. Apenas I e II.

e. I, II e III.

Resposta: a alternativa “a” veicula afirmação correta, conforme vimos no decorrer desta aula. A alternativa “b” veicula
afirmação incorreta, pois a definição se refere aos testes de controle (e não aos procedimentos substantivos). A
alternativa “c” veicula afirmação incorreta, pois os procedimentos substantivos (e não os testes de controle) são
elaborados para detectar distorções relevantes no nível das afirmações.
Gabarito: A

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Caderno de Questões

1.FGV-Auditor- Hemocentro-SP/2013

Quanto ao risco e à relevância em auditoria, analise as afirmativas a seguir.

I. Risco é a possibilidade de o auditor expressar uma opinião tecnicamente inadequada sobre as demonstrações
contábeis com distorções relevantes.
II. O componente de risco de controle é a possibilidade de ocorrência de erros ou irregularidades relevantes antes de
conhecer‐se a eficácia dos sistemas de controle, normalmente relacionado com a atividade operacional da entidade.
III. Para determinar o risco de auditoria, o auditor deve avaliar o ambiente de controle da entidade, compreendendo,
por exemplo, as políticas de pessoal e a segregação de funções.
Assinale:

a. se somente a afirmativa I estiver correta.

b. se somente a afirmativa II estiver correta.

c. se somente a afirmativa III estiver correta.

d. se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

e. se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

Resolução:

Item I- Define o risco de auditoria.

Item II-Seria o risco inerente

Item III- Os dois elementos citados dizem respeito aos controles, logo serão avaliados para definir o risco de controle. O
risco de controle, por sua vez, influencia o risco de auditoria, uma vez que é um dos elementos que o compõe (RA=RC x
RI x RD)
Resposta: E

2.FGV - Auditor - IMBEL - 2021

De acordo com a NBC TA 320 (R1) - Materialidade no Planejamento e na Execução da Auditoria, a estrutura de relatórios
financeiros discute com frequência o conceito de materialidade, no contexto da elaboração e da apresentação de
demonstrações contábeis.
Nesse sentido, assinale a afirmativa correta.

a. As distorções são consideradas relevantes quando é certo que elas podem influenciar as decisões
econômicas de usuários tomadas com base nas demonstrações contábeis.

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b. Os julgamentos sobre materialidade são feitos à luz das circunstâncias envolvidas, e são afetados pela
magnitude e natureza das distorções, ou a combinação de ambas.
c. Os julgamentos sobre quais assuntos das demonstrações contábeis são relevantes baseiam-se em
considerações sobre o possível efeito de distorções sobre os usuários primários das demonstrações
contábeis.
d. A determinação de materialidade pelo auditor deve ser baseada em critérios objetivos e não deve ser
afetada por seu julgamento.
e. A materialidade para as demonstrações contábeis, uma vez definida no planejamento, não deve ser
modificada para a execução da auditoria.

Resolução:

Questão fácil de ser resolvida identificando os erros das demais alternativas.

Letra A: As distorções são consideradas relevantes quando é certo que elas podem influenciar as decisões econômicas
de usuários tomadas com base nas demonstrações contábeis.
- As distorções são consideradas relevantes quando for razoavelmente esperado que efeito das distorções influencie
as decisões econômicas de usuários das demonstrações contábeis.
Letra B: CORRETA. Item perfeito. Ver item 2 da NBC TA 320, abaixo.

Letra C: Os julgamentos sobre quais assuntos das demonstrações contábeis são relevantes baseiam-se em
considerações sobre o possível efeito de distorções sobre os usuários primários das demonstrações contábeis.
- Não é sobre os usuários primários apenas, mas sobre os usuários em geral como um grupo. Segundo a NBC TA 300:
Julgamentos sobre quais assuntos são relevantes para usuários das demonstrações contábeis são baseados em
considerações sobre as necessidades de informações financeiras comuns a usuários como um grupo. Não é
considerado o possível efeito de distorções sobre usuários individuais específicos
Letra D: A determinação de materialidade pelo auditor deve ser baseada em critérios objetivos e não deve ser
afetada por seu julgamento.
- A materialidade envolve o julgamento profissional do auditor, não sendo um critério objetivo apenas, mas também
subjetivo.
Letra E: A materialidade para as demonstrações contábeis, uma vez definida no planejamento, não deve ser
modificada para a execução da auditoria.
- A materialidade deve ser revista após o planejamento, no caso de tomar conhecimento de informações durante a
auditoria que teriam levado o auditor a determinar inicialmente um valor (ou valores) diferente.
Por fim, vejamos o conceito de materialidade e distorção relevante, segundo a NBC TA 320, item 2:

“A estrutura de relatórios financeiros frequentemente discute o conceito de materialidade no contexto da elaboração e


apresentação de demonstrações contábeis. Embora a estrutura de relatórios financeiros discuta materialidade em
termos diferentes, ela em geral explica que:
- Distorções, incluindo omissões, são consideradas relevantes quando for razoavelmente esperado que essas
possam, individualmente ou em conjunto, influenciar as decisões econômicas de usuários tomadas com base nas
demonstrações contábeis;
- julgamentos sobre materialidade são feitos à luz das circunstâncias envolvidas, e são afetados pela magnitude e
natureza das distorções, ou a combinação de ambos; e
- Julgamentos sobre quais assuntos são relevantes para usuários das demonstrações contábeis são baseados em
considerações sobre as necessidades de informações financeiras comuns a usuários como um grupo. Não é

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considerado o possível efeito de distorções sobre usuários individuais específicos, cujas necessidades podem variar
significativamente. “
Segundo a NBC TA 320, item 12.

“O auditor deve revisar a materialidade para as demonstrações contábeis como um todo (e, se aplicável, o nível ou
níveis de materialidade para classes específicas de transações, saldos contábeis ou divulgação) no caso de tomar
conhecimento de informações durante a auditoria que teriam levado o auditor a determinar inicialmente um valor (ou
valores) diferente (ver item A14).”
Resposta: B

3.FGV - Auditor Fiscal e Tributário - Prefeitura de Paulínia – SP - 2021

De acordo com a NBC TA 320 (R1) – Materialidade no Planejamento e na Execução da Auditoria, a determinação de
materialidade pelo auditor é uma questão de julgamento profissional e é afetada pela percepção do auditor das
necessidades de informações financeiras dos usuários das demonstrações contábeis.
Neste contexto, o auditor assume os fatos em relação aos usuários apresentados a seguir, à exceção de um. Assinale-o.

a. Tomam decisões econômicas razoáveis com base nas informações das demonstrações contábeis.

b. Possuem conhecimento razoável das atividades econômicas, de contabilidade e a disposição de estudar as


informações das demonstrações contábeis com razoável diligência.
c. Têm experiência em análise de demonstrações contábeis.

d. Reconhecem as incertezas inerentes à mensuração de valores baseados no uso de estimativas, julgamento e


a consideração sobre eventos futuros.
e. Entendem que as demonstrações contábeis são elaboradas, apresentadas e auditadas considerando níveis
de materialidade.

Resolução:

A questão pode ser resolvida com conhecimento da norma NBC TA 320, mas também com um o “bom senso” de
auditor, com base na lógica das normas.
Veja todos os itens “parecem” ser lógicos de serem consideradas pelo Auditor, menos a letra C, uma vez que os usuários
das demonstrações contábeis são usuários comuns, não são contadores ou auditores com experiência de análise das
DCs. Logo a letra C é a alternativa errada
Mas vendo pela literalidade a questão não deixa dúvida. Segundo o item 4 da NBC TA 320:

A determinação de materialidade pelo auditor é uma questão de julgamento profissional e é afetada pela percepção do
auditor das necessidades de informações financeiras dos usuários das demonstrações contábeis. Neste contexto, é razoável
que o auditor assuma que os usuários:
(a) possuem conhecimento razoável de negócios, atividades econômicas, de contabilidade e a disposição de estudar as
informações das demonstrações contábeis com razoável diligência; Letra B:
(b) entendem que as demonstrações contábeis são elaboradas, apresentadas e auditadas considerando níveis de
materialidade; Letra E
(c) reconhecem as incertezas inerentes à mensuração de valores baseados no uso de estimativas, julgamento e a
consideração sobre eventos futuros; e Letra D:

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(d) tomam decisões econômicas razoáveis com base nas informações das demonstrações contábeis. Letra A

Resposta: C

4.FGV - Auditor de Controle Externo- TCE-PI - 2021

O planejamento das atividades de auditoria requer a definição de algumas informações acerca do objeto a ser auditado.

São consideradas informações essenciais, EXCETO:

a. escopo do trabalho;

b. local de realização dos trabalhos de auditoria;

c. avaliação sumária do risco inerente ao objeto a ser auditado;

d. faixas de remuneração do pessoal que compõe a equipe de trabalho;

e. cronograma com definição de data de início e término dos trabalhos.

Resolução:

PLANEJAR é pensar o modo de se realizar a auditoria, de acordo com os meios disponíveis, em tempo, pessoal,
recursos financeiros, a fim de se alcançar os objetivos definidos para o trabalho.
Planejar a auditoria inclui a NATUREZA, a ÉPOCA e a EXTENSÃO [N.E.E.] dos PROCEDIMENTOS de auditoria a
serem realizados pelos membros da equipe de trabalho.
ESCOPO é a profundidade e amplitude do trabalho para alcançar o objetivo da fiscalização.

- É definido em função do tempo e dos recursos humanos e materiais disponíveis.

Questão simples de ser resolvida sem precisar de literalidade ou decoreba. Veja a questão pergunta sobre os fatores são
ESSENCIAIS PARA O PLANEJAMENTO e pergunta a exceção. Tente se colocar na posição de quem precisa planejar o
trabalho de auditoria. Veja que todas as outras alternativas falam sobre o trabalho (escopo – letra A), o local de
realização (se na unidade auditada, ou remotamente – Letra B), qual a avaliação de risco (vimos que se deve levar em
conta o risco avaliado para planejar a natureza, época e extensão dos testes- Letra C) e por fim o cronograma (tempo e
prazos definidos no contrato do trabalho de auditoria). A única letra destoante é a letra D
Letra A: escopo do trabalho 🡪 Delimitar o objeto da auditoria

Letra B: local de realização dos trabalhos de auditoria 🡪 Definir o local (se remoto ou local) influencia na natureza do
teste e obviamente no seu planejamento.
Letra C: avaliação sumária do risco inerente ao objeto a ser auditado 🡪 Quanto maiores os riscos, em tese maior a
robustez dos testes aplicados.
Letra D: Errada. A faixa de remuneração não é essencial! A faixa de remuneração do pessoal da equipe de auditoria não
se trata de uma informação relacionada à entidade auditada e sim ao auditor. Sendo assim, não devem sequer constar
nos papeis de trabalho do planejamento da auditoria.
Letra E: cronograma com definição de data de início e término dos trabalhos 🡪 O tempo disponível e prazos acertados
para o trabalho.
Resposta: D

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5. FGV - Auditor de Controle Externo - TCE-TO - 2022

As normas de auditoria exigem que o trabalho do auditor seja adequadamente planejado.

Um dos objetivos principais do planejamento da auditoria é auxiliar o auditor:

a. quanto a forma e conteúdo de sua opinião no relatório de auditoria das demonstrações contábeis;

b. a uma efetiva comunicação com os responsáveis pela governança e identificar alguns assuntos específicos a
serem comunicados a eles;
c. a avaliar o efeito de distorções identificadas durante a auditoria;

d. a avaliar o efeito de distorções não corrigidas nas demonstrações contábeis;

e. a conhecer a natureza das operações e dos negócios da organização para definir o alcance, a época e a
direção da auditoria.

Resolução:

Questão bem “cara-crachá”.

Segundo a NBC TA 300:

Item 7 - O auditor deve estabelecer uma ESTRATÉGIA GLOBAL de auditoria que defina:

- o alcance, a época e a direção da auditoria, para orientar o desenvolvimento do plano de auditoria.

Item 9 - O auditor deve desenvolver o PLANO DE AUDITORIA, que deve incluir a descrição de:

(a) a natureza, a época e a extensão dos procedimentos planejados de avaliação de risco, conforme estabelecido na
NBC TA 315 –Identificação e Avaliação dos Riscos de Distorção Relevante por meio do Entendimento da Entidade e de
seu Ambiente;
(b) a natureza, a época e a extensão dos procedimentos adicionais de auditoria planejados no nível de afirmação,
conforme previsto na NBC TA 330 – Resposta do Auditor aos Riscos Avaliados;
(c) outros procedimentos de auditoria planejados e necessários para que o trabalho esteja em conformidade com as
normas de auditoria (ver item A12).
Esquematizando as palavras-chaves do planejamento da auditoria:

ESTRATÉGIA GLOBAL DE AUDITORIA 🡪 Mais geral (define alcance, recursos e objeto)

- define o ALCANCE, a ÉPOCA e a DIREÇÃO [E.A.D.] da AUDITORIA (OBJETO/ESCOPO e OBJETIVO)

- determina NATUREZA, a ÉPOCA e a EXTENSÃO [N.E.E.] dos RECURSOS

- para orientar o desenvolvimento do PLANO DE AUDITORIA.

O PLANO DE AUDITORIA 🡪 É mais detalhado que a estratégia global de auditoria, visto que

- inclui a NATUREZA, a ÉPOCA e a EXTENSÃO [N.E.E.] dos PROCEDIMENTOS de auditoria a serem realizados pelos
membros da equipe de trabalho.

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Veja com a letra E está perfeita na definição:

Letra E: a conhecer a natureza das operações e dos negócios da organização para definir o alcance, a época e a direção
da auditoria
Resposta: E

06.FGV - ISS Cuiabá – AFTRM – 2016)

O planejamento da auditoria deve definir a estratégia do trabalho e desenvolver o plano de auditoria. Sobre o
planejamento da auditoria, assinale a afirmativa correta.

a. O planejamento é uma fase isolada, que termina com o início do trabalho de auditoria.

b. A experiência anterior dos membros-chave da equipe de trabalho com a entidade não influencia a natureza e
a extensão das atividades de planejamento.
c. A estratégia global e o plano de auditoria são de responsabilidade do auditor e da administração da entidade
auditada.
d. A estratégia global deve definir o alcance, a época e a direção da auditoria, para orientar o desenvolvimento
do plano.
e. Uma vez iniciada a auditoria, devem permanecer inalterados a estratégia global e o plano de auditoria.

Resolução:

Vejamos por alternativa:

Letra A: O planejamento é uma fase isolada, que termina com o início do trabalho de auditoria. ERRADA. o
planejamento da auditoria NÃO é uma fase isolada, mas um processo contínuo e iterativo que vai da conclusão da
auditoria anterior até o fechamento da auditoria atual – item A2, NBC TA 300.
Letra B: A experiência anterior dos membros-chave da equipe de trabalho com a entidade não influencia a natureza e a
extensão das atividades de planejamento. 🡪 ERRADA. A experiência anterior dos membros-chave da equipe de
trabalho com a entidade influencia – item A1, NBC TA 300.
Letra C: A estratégia global e o plano de auditoria são de responsabilidade do auditor e da administração da entidade
auditada. 🡪 ERRADA. A responsabilidade pelo planejamento é do auditor / equipe de auditoria.
Letra D: A estratégia global deve definir o alcance, a época e a direção da auditoria, para orientar o desenvolvimento do
plano. 🡪 CORRETO. Segundo a NBC TA 300 Item 7:
O auditor deve estabelecer uma ESTRATÉGIA GLOBAL de auditoria que defina:

- ALCANCE, a ÉPOCA e a DIREÇÃO [E.A.D.] da AUDITORIA, para orientar o desenvolvimento do plano de auditoria.

Letra E: Uma vez iniciada a auditoria, devem permanecer inalterados a estratégia global e o plano de auditoria. 🡪
ERRADA. O planejamento e os programas de trabalho devem ser revisados sempre que novos fatos o
recomendarem.
NBC TA 300:

Aplicação e outros materiais explicativos

Papel e época do planejamento (ver item 2)

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A1. A natureza e a extensão das atividades de planejamento variam conforme o porte e a complexidade da entidade, a
experiência anterior dos membros-chave da equipe de trabalho com a entidade e as mudanças nas circunstâncias que
ocorrem durante o trabalho de auditoria.
A2. Planejamento não é uma fase isolada da auditoria, mas um processo contínuo e iterativo, que muitas vezes começa
logo após (ou em conexão com) a conclusão da auditoria anterior, continuando até a conclusão do trabalho de auditoria
atual. Entretanto, o planejamento inclui a consideração da época de certas atividades e procedimentos de auditoria que
devem ser concluídos antes da realização de procedimentos adicionais de auditoria. Por exemplo, o planejamento inclui a
necessidade de considerar, antes da identificação e avaliação pelo auditor dos riscos de distorções relevantes, aspectos
como:
(a) os procedimentos analíticos a serem aplicados como procedimentos de avaliação de risco;

(b|) obtenção de entendimento global da estrutura jurídica e o ambiente regulatório aplicável à entidade e como a entidade
cumpre com os requerimentos dessa estrutura;
(c) a determinação da materialidade;

(d) o envolvimento de especialistas;

(e) a aplicação de outros procedimentos de avaliação de risco.

Esquematizando:

O PLANEJAMENTO é um processo CONTÍNUO e ITERATIVO,

Muitas vezes começa logo após (ou em conexão com) a conclusão da auditoria anterior,

Continuando até a conclusão do trabalho de auditoria atual.

O planejamento e os programas de trabalho devem ser revisados sempre que novos fatos o recomendarem.

Resposta: D

07.FGV - Auditor – CGU- 2022

Ao planejar a auditoria das demonstrações financeiras de uma empresa pública, o auditor, com base em seu
conhecimento sobre a entidade e na natureza e extensão das distorções identificadas em auditorias anteriores, irá fixar
a materialidade para execução dos testes.
O auditor deve:

a. fixar materialidade superior à das auditorias anteriores caso tenha expectativa de encontrar distorções
maiores que as dos exercícios passados;
b. revisar a materialidade caso ocorra mudança nas circunstâncias durante a execução da auditoria que
justifique a alteração;
c. fixar a materialidade em nível igual ou superior ao definido em leis ou regulamentos;

d. abster-se de emitir opinião caso ocorra mudança nas circunstâncias durante a execução da auditoria que
torne inadequada a materialidade fixada;
e. buscar obter consenso com a alta administração da entidade a respeito da materialidade a ser fixada.

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Resolução:

A questão pode ser respondida com os conhecimentos doutrinários e/ou pelo conhecimento da NBC TA 320, que
também se aplica à Auditoria do Setor Público. Vejamos por alternativa
Letra A: fixar materialidade superior à das auditorias anteriores caso tenha expectativa de encontrar distorções
maiores que as dos exercícios passados 🡪 ERRADA. O nível de materialidade fixado deveria ser menor, com um
limite de materialidade mais baixo, a auditoria se torna mais sensível às distorções.
Letra B: revisar a materialidade caso ocorra mudança nas circunstâncias durante a execução da auditoria que justifique
a alteração 🡪 CORRETO. Perfeito. Conforme o item A14 da NBC TA 320:
Revisão no decorrer da auditoria (ver item 12)

A14. A materialidade das demonstrações contábeis como um todo (e, se aplicável, o nível ou níveis de materialidade
para classes específicas de transações, saldos contábeis ou divulgação) pode precisar ser revista em decorrência de
mudança nas circunstâncias que ocorreram durante a auditoria (por exemplo, decisão de alienar grande parte dos
negócios da entidade), novas informações, ou mudança no entendimento do auditor sobre a entidade e suas
operações em decorrência da execução de procedimentos adicionais de auditoria. Por exemplo, se durante a auditoria
existem indícios de que o resultado efetivo será substancialmente diferente do resultado previsto para o final do período,
que foi usado inicialmente para determinar a materialidade para as demonstrações contábeis como um todo, o auditor deve
revisar essa materialidade.
Letra C: fixar a materialidade em nível igual ou superior ao definido em leis ou regulamentos .ERRADA. Similar ao
raciocínio da letra A, o nível de materialidade fixado deveria ser menor, com um limite de materialidade mais baixo, a
auditoria se torna mais sensível às distorções.
Ainda assim, nivelar a materialidade com o definido em Leis ou regulamentos (ainda que igual ou menor) não resolveria
a questão. A Materialidade deve ser feita de acordo com o julgamento profissional do auditor, segundo o Item A13 da
NBC TA 320.
A13.A determinação de materialidade para execução de testes não é um cálculo mecânico simples e envolve o exercício de
julgamento profissional. É afetado pelo entendimento que o auditor possui sobre a entidade, atualizado durante a execução
dos procedimentos de avaliação de risco, e pela natureza e extensão de distorções identificadas em auditorias
anteriores e, dessa maneira, pelas expectativas do auditor em relação a distorções no período corrente.
Letra D: abster-se de emitir opinião caso ocorra mudança nas circunstâncias durante a execução da auditoria que torne
inadequada a materialidade fixada 🡪ERRADA. Conforme visto na Letra B, nesse caso, a materialidade deveria ser
revisada.
Letra E: buscar obter consenso com a alta administração da entidade a respeito da materialidade a ser fixada. A
responsabilidade do planejamento e da determinação da materialidade é do auditor. Segundo o item 4 da NBC TA 320:
4. A determinação de materialidade pelo auditor é uma questão de julgamento profissional e é afetada pela percepção do
auditor das necessidades de informações financeiras dos usuários das demonstrações contábeis.
Resposta: B

08.FGV - Auditor Fiscal do Tesouro Estadual- SEFAZ-AM- 2022

Em relação ao planejamento de uma auditoria, analise as afirmativas a seguir.

I. O planejamento de auditoria é um processo pontual que ocorre no início da auditoria, quando há a análise das
circunstâncias, condições e mudanças ocorridas no período anterior e são definidos, com a administração da entidade
auditada, os termos da auditoria.

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II. O planejamento, operacionalmente, estabelece um cronograma para a auditoria e define a natureza, época e
extensão dos procedimentos de auditoria, designando os membros de suas equipes e identificando os recursos que
podem ser necessários.
III. O planejamento, estrategicamente, deve definir o escopo, os objetivos e a abordagem da auditoria; o escopo diz
respeito aos critérios que os auditores utilizarão para avaliar e relatar acerca do objeto; os objetivos dizem respeito
àquilo que a auditoria pretende alcançar e, a abordagem, à natureza e à extensão dos procedimentos a serem
aplicados.
Está correto o que se afirma em:

a. I, somente.

b. I e II, somente.

c. I e III, somente.

d. II e III, somente.

e. I, II e III.

Resolução:

De forma objetiva, vejamos os erros encontrados e

Item I: O planejamento de auditoria é um processo pontual que ocorre no início da auditoria, quando há a análise das
circunstâncias, condições e mudanças ocorridas no período anterior e são definidos, com a administração da entidade
auditada, os termos da auditoria. 🡪 ERRADO.
O planejamento da auditoria NÃO é um processo pontual, mas um processo contínuo e iterativo que vai da conclusão
da auditoria anterior até o fechamento da auditoria atual – item A2, NBC TA 300.
Observe: aqui a questão já está resolvida! Gabarito letra D. Mas vamos comentar os outros itens:

Item II: O planejamento, operacionalmente, estabelece um cronograma para a auditoria e define a natureza, época e
extensão dos procedimentos de auditoria, designando os membros de suas equipes e identificando os recursos que
podem ser necessários. 🡪 CORRETA.
Item III: O planejamento, estrategicamente, deve definir o escopo, os objetivos e a abordagem da auditoria; o escopo
diz respeito aos critérios que os auditores utilizarão para avaliar e relatar acerca do objeto; os objetivos dizem respeito
àquilo que a auditoria pretende alcançar e, a abordagem, à natureza e à extensão dos procedimentos a serem
aplicados. 🡪 CORRETA.
Segundo a NBC TA 300:

Item 7 - O auditor deve estabelecer uma ESTRATÉGIA GLOBAL de auditoria que defina:

o alcance, a época e a direção da auditoria, para orientar o desenvolvimento do plano de auditoria.

Item 8 - Ao definir a estratégia global, o auditor deve:

(a) identificar as características do trabalho para definir o seu alcance;

(b) definir os objetivos do relatório do trabalho de forma a planejar a época da auditoria e a natureza das comunicações
requeridas;

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(c) considerar os fatores que no julgamento profissional do auditor são significativos para orientar os esforços da equipe do
trabalho;
(d) considerar os resultados das atividades preliminares do trabalho de auditoria e, quando aplicável, se é relevante o
conhecimento obtido em outros trabalhos realizados pelo sócio do trabalho para a entidade; e
(e) determinar a natureza, a época e a extensão dos recursos necessários para realizar o trabalho (ver itens A8 a A11).

Item 9 - O auditor deve desenvolver o PLANO DE AUDITORIA, que deve incluir a descrição de:

(a) a natureza, a época e a extensão dos procedimentos planejados de avaliação de risco, conforme estabelecido na NBC
TA 315 –Identificação e Avaliação dos Riscos de Distorção Relevante por meio do Entendimento da Entidade e de seu
Ambiente;
(b) a natureza, a época e a extensão dos procedimentos adicionais de auditoria planejados no nível de afirmação,
conforme previsto na NBC TA 330 – Resposta do Auditor aos Riscos Avaliados;
(c) outros procedimentos de auditoria planejados e necessários para que o trabalho esteja em conformidade com as
normas de auditoria (ver item A12).
Esquematizando as palavras-chaves do planejamento da auditoria:

ESTRATÉGIA GLOBAL DE AUDITORIA 🡪 Mais geral (define alcance, recursos e objeto)

- define o ALCANCE, a ÉPOCA e a DIREÇÃO [E.A.D.] da AUDITORIA (OBJETO/ESCOPO e OBJETIVO)

- determina NATUREZA, a ÉPOCA e a EXTENSÃO [N.E.E.] dos RECURSOS

- para orientar o desenvolvimento do PLANO DE AUDITORIA.

O PLANO DE AUDITORIA 🡪 É mais detalhado que a estratégia global de auditoria, visto que

- inclui a NATUREZA, a ÉPOCA e a EXTENSÃO [N.E.E.] dos PROCEDIMENTOS de auditoria a serem realizados pelos
membros da equipe de trabalho.
Resposta: D

09.FGV - SEFAZ AP – 2010

O auditor deve definir uma estratégia global que defina o alcance, a época e a direção do seu trabalho e oriente o
desenvolvimento do plano de auditoria. Ao estabelecer essa estratégia global, o auditor deve adotar os procedimentos
apresentados a seguir, à exceção de um.
Assinale-o.

a. Identificar as características do trabalho para definir o seu alcance.

b. Definir os objetivos do relatório do trabalho de forma a planejar a época da auditoria e a natureza das
comunicações requeridas.
c. Considerar os fatores que no julgamento profissional do auditor são significativos para orientar os esforços
da equipe do trabalho.
d. Considerar os resultados das atividades preliminares do trabalho de auditoria, sendo indispensável o
conhecimento dos outros trabalhos realizados pelo sócio do trabalho para a entidade.
e. Determinar a natureza, a época e a extensão dos recursos necessários para realizar o trabalho.

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Resolução: A questão é muito capiciosa. Todas as letras trazem de fato procedimentos que podem ser adotados pelo
auditor ao definir uma estratégia global. Contudo a letra D apresenta um pequeno erro:
d. Considerar os resultados das atividades preliminares do trabalho de auditoria, sendo indispensável o conhecimento
dos outros trabalhos realizados pelo sócio do trabalho para a entidade.
Na verdade, o que o auditor deve fazer na definição da Estratégia Global, é considerar os resultados das atividades
preliminares do trabalho de auditoria e, quando aplicável, se é relevante o conhecimento obtido em outros
trabalhos realizados pelo sócio do trabalho para a entidade. Assim não é indispensável.
Segundo a NBC TA 300 (veja como até a ordem da questão segui a mesma ordem do item 8):

Item 8 - Ao definir a estratégia global, o auditor deve:

(a) identificar as características do trabalho para definir o seu alcance (LETRA A)

(b) definir os objetivos do relatório do trabalho de forma a planejar a época da auditoria e a natureza das comunicações
requeridas; (LETRA B)
(c) considerar os fatores que no julgamento profissional do auditor são significativos para orientar os esforços da equipe do
trabalho; (LETRA C)
(d) considerar os resultados das atividades preliminares do trabalho de auditoria e, quando aplicável, se é relevante o
conhecimento obtido em outros trabalhos realizados pelo sócio do trabalho para a entidade; (LETRA D) e
(e) determinar a natureza, a época e a extensão dos recursos necessários para realizar o trabalho (ver itens A8 a A11).
(LETRA E)
Resposta: D

10.FGV - Auditor - Ciências Contábeis- CGU- 2022

No planejamento de uma auditoria de demonstrações contábeis, o auditor está empenhado em planejar os


procedimentos de auditoria em resposta aos riscos de distorção relevante no nível das afirmações. O auditor avalia que
procedimentos deverá aplicar em relação aos seguintes controles, nos quais ele planeja confiar:
Controle C1: foi avaliado como operacionalmente efetivo em auditoria realizada há cinco anos e não foi testado nas
auditorias seguintes;
Controle C2: refere-se a risco significativo e foi avaliado como operacionalmente efetivo nas auditorias dos últimos
cinco exercícios; e
Controle C3: foi implementado no exercício anterior e refere-se a risco significativo.

O auditor tem convicção de que as evidências a respeito da efetividade operacional de C1 e C2 continuam relevantes e
não houve alterações significativas em nenhum dos dois controles.
O auditor deve:

a. testar C3 e considerar desnecessário testar C1 e C2;

b. testar C1 e C2 e considerar desnecessário testar C3;

c. testar C1 e C3 e considerar desnecessário testar C2;

d. testar C1, C2 e C3;

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e. considerar desnecessário testar C1, C2 e C3.

Resolução:

A questão tem resposta evidente pela NBC TA 330, também aplicável à Auditoria do Setor público.

Veja os itens 14 e 15 da norma:

14. Se o auditor planeja usar a evidência de auditoria da auditoria anterior a respeito da efetividade operacional de
controles específicos, o auditor deve estabelecer se essa evidência continua relevante e confiável mediante a obtenção de
evidência de auditoria quanto à ocorrência, ou não, de alterações significativas nesses controles após a auditoria anterior. O
auditor deve obter essa evidência mediante indagação, juntamente com observação ou inspeção, para confirmar o
entendimento desses controles específicos, e:
(a) se houve alterações (nos controles) que afetam a continuidade da relevância da evidência de auditoria de trabalho
anterior, o auditor deve testar os controles na auditoria corrente;
(b) se não houve essas alterações, o auditor deve testar os controles pelo menos uma vez a cada três auditorias e
deve testar alguns desses controles em todas as auditorias, a fim de evitar a possibilidade de testar todos os controles nos
quais o auditor pretende confiar em um único período de auditoria e não testar os controles nos dois períodos de auditoria
subsequentes
15. Se o auditor pretende confiar em controles de um risco determinado como significativo, o auditor deve testar
esses controles no período corrente
O controle C1: foi avaliado como operacionalmente efetivo em auditoria realizada há cinco anos e não foi testado nas
auditorias seguintes; -> deve ser testado o controle, conforme item 14 (b).
O controle C2: refere-se a risco significativo e foi avaliado como operacionalmente efetivo nas auditorias dos últimos
cinco exercícios; -> deve testar esses controles no período corrente, conforme item 15.
O controle C3: foi implementado no exercício anterior e refere-se a risco significativo. -> deve testar esses controles
no período corrente, conforme item 15. Como trata-se de um controle novo, pelo item 14 (a) também precisaria ser
testado.
Resposta: D

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