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D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
Mandei reformá-la e tem prestado serviços, saturados. Temos que vender no Leste Europeu, na
inspirando-me sempre a sábia definição de Sinclair Lewis Rússia, China, Índia, e Emirados Árabes”, acredita.
sobre o ato de escrever: é a arte de sentar-se numa Todo ano, cinco milhões de turistas visitam a ilha
cadeira. de Murano. Conversamos com uma americana que não
E lá vai ele, puxando a sua carroça, no pode comprar os objetos coloridos e caros, mas se
cumprimento da humilde profissão que lhe vale o injusto encanta com eles:
designativo de burro-sem-rabo. Não tenho mais nada a “Se eu fosse colecionadora, viria pra cá só pra
fazer, vou atrás. conhecer esta arte”, diz.
Vou atrás das coisas que ele carrega, as minhas Mas Murano não ganha com os turistas: 95% da
coisas; parte de minha vida, pelo menos parte material, sua produção sempre foram exportados.
no que sobrou de tanta atividade dispersa: o meu Agora, correm o risco de não sair dos canais de
cabedal. [...] Veneza.
SABINO, Fernando. A mulher do vizinho. Rio de Janeiro: Ed. do autor, 1962, A técnica do vidro soprado, inventada no século 1
p. 10-12.
antes de Cristo, era praticada na Antiga Roma, no tempo
do Imperador Nero. Hoje, o governo italiano está
O trecho que indica que o narrador era escritor é: estudando medidas para evitar que a arte dos cristais de
A) “a mesa, a cadeira, o arquivo”. Murano seja extinta.
B) “uma estante, meia dúzia de livros”. SCAMPARINI, Ilze. Disponível em:
C) “como as do tabelião do interior”. <http://g1.globo.com/jornalhoje/0,,MUL1009689-16022,00-
CRISE+ECONOMICA+AMEACA+CRISTAIS+DE
D) “muita hora de estudo”. +MURANO.html.>.
E) “à procura de uma ideia.”.
A respeito das informações evidenciadas nesse texto,
------------------------------------------------------------------ Murano é
- A) um local da Itália que vive da arte dos cristais.
(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda. B) um cristal antigo encontrado numa ilha da Itália.
C) uma arte que existe desde o século 1 antes de
CRISE ECONÔMICA AMEAÇA CRISTAIS DE MURANO Cristo.
Os efeitos da crise econômica já afetam o belíssimo D) uma arte em vidro soprado para fins decorativos.
artesanato de uma pequena ilha na Itália E) uma arte com vidro explorada desde o ano de 1200.
da iniciativa inédita de intermediação. Garcia diz ser (SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
um erro achar que só à escola cabe estimular a leitura.
É desafio do país, afirma, fazê-la ser vista como prazer. O torcedor
O Estante Virtual quer provar que até uma iniciativa de
No jogo de decisão do campeonato, Eváglio
negócio pode fazer a sua parte.
Língua Portuguesa, ano 4, nº 53, mar. 2010, p. 13. Fragmento.
torceu pelo Atlético Mineiro, não porque fosse
atleticano ou mineiro, mas porque receava o carnaval
De acordo com esse texto, André Garcia é nas ruas se o Flamengo vencesse. Visitava um amigo
A) autoritário. em bairro distante, nenhum dos dois tem carro, e ele
B) empreendedor. previa que a volta seria problema.
C) idealista. O Flamengo triunfou, e Eváglio deixou de ser
D) impulsivo. atleticano para detestar todos os clubes de futebol,
E) indeciso. que perturbam a vida urbana com suas vitórias. Saindo
em busca de táxi inexistente, acabou se metendo num
------------------------------------------------------------------ ônibus em que não cabia mais ninguém, e havia duas
bandeiras rubro-negras para cada passageiro. E não
-
eram bandeiras pequenas nem torcedores exaustos:
(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
estes pareciam terem guardado a capacidade de grito
Mundo grande para depois da vitória.
Eváglio sentiu-se dentro do Maracanã, até
Não, meu coração não é maior que o mundo. mesmo dentro da bola chutada por 44 pés. A bola era
É muito menor. ele, embora ninguém reparasse naquela esfera
Nele não cabem nem as minhas dores. humana que ansiava por tornar a ser gente a caminho
Por isso gosto tanto de me contar. de casa.
Por isso me dispo. Lembrando-se de que torcera pelo vencido, teve
Por isso me grito, medo, para não dizer terror. Se lessem em seu íntimo
por isso frequento os jornais, me exponho cruamente o segredo, estava perdido. Mas todos cantavam,
nas livrarias: sambavam com alegria tão pura que ele próprio
preciso de todos. começou a sentir um pouco de Flamengo dentro de si.
Era o canto?
Sim, meu coração é muito pequeno. Eram braços e pernas falando além da boca? A
Só agora vejo que nele não cabem os homens. emanação de entusiasmo o contagiava e
Os homens estão cá fora, estão na rua. transformava. Marcou com a cabeça o
A rua é enorme. Maior, muito maior do que eu acompanhamento da música. Abriu os lábios,
esperava. simulando cantar. Cantou. [...] Estava batizado,
Mas também a rua não cabe todos os homens. crismado e ungido: uma vez Flamengo, sempre
A rua é menor que o mundo. Flamengo.
O mundo é grande. O pessoal desceu na Gávea, empurrando Eváglio
ANDRADE, Carlos Drummond de. Mundo Grande. Disponível em:
para descer também e continuar a festa, mas Eváglio
<http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_
comentarios/m/mundo_grande_poema_drummond>. Acesso em: 9 nov. mora em Ipanema, e já com o pé no estribo se
2011. lembrou. Loucura continuar Flamengo [...] Segurou
firme na porta, gritou: “Eu volto, gente! Vou só trocar
Uma característica do modernismo em evidência nesse de roupa” e, não se sabe como, chegou intacto ao lar,
texto é já sem compromisso clubista.
A) a apresentação de uma paródia da realidade ANDRADE, Carlos Drummond de. Disponível em:
<http://flamengoeternamente.blogspot.com/2007/04/o-torcedor-carlos-
brasileira.
drummond-de-andrade.
B) a aversão aos valores estrangeiros. html>. Acesso em: 13 jan. 2011. Fragmento.
C) a busca do equilíbrio psicológico.
D) a preocupação do poeta com o seu papel no No primeiro parágrafo desse texto, o sentimento que
mundo. predomina em Eváglio é a
E) a presença da metalinguagem. A) decepção.
B) insatisfação.
------------------------------------------------------------------ C) insegurança.
- D) intolerância.
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D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
Uma das razões para este descompasso na animal. Ainda mais aquele animal vivo ali no meio do
popularização da banda larga no Brasil é justamente a apartamento.
ausência de um modelo definido de política para a O doutor disse que queria comer uma galinha ao
universalização do acesso às conexões rápidas. Ao molho pardo. A empregada sabia como se preparava
contrário do celular, um caso bem-sucedido de uma galinha ao molho pardo? A mulher foi consultar a
massificação e que tem hoje mais de 150 milhões de empregada. Dali a pouco o doutor ouviu um grito de
unidades em operação no País, nem o mercado nem o horror vindo da cozinha. Depois veio a mulher dizer
Estado ainda encontraram a fórmula capaz de prover que ele esquecesse a galinha ao molho pardo.
de internet rápida a população de baixa renda e as – A empregada não sabe fazer?
cidades distantes dos grandes centros urbanos. Para – Não só não sabe fazer, como quase desmaiou
parte dos especialistas, falta uma intervenção estatal quando eu disse que precisava cortar o pescoço da
mais clara. Para outros, o problema é a ausência de galinha. Nunca cortou um pescoço de galinha.
competição e regras pouco flexíveis, que, em alguns Era o cúmulo! Então a mulher que cortasse o
casos, criam monopólios virtuais. Enquanto a pescoço da galinha.
concepção de um modelo não avança, a União – Eu?! Não mesmo!
continua sentada sobre os cerca de 7 bilhões de reais O doutor lembrou-se de uma velha empregada
do Fundo Universalização dos Serviços de de sua mãe. A Dona Noca.
Telecomunicações (Fust), criado na época da – A Dona Noca já morreu – disse a mulher.
privatização do Sistema Telebrás. – O quê?!
Carta Capital, 4 de março de 2009. Fragmento. – Há dez anos.
– Não é possível! A última galinha ao molho
De acordo com esse texto, pardo que eu comi foi feita por ela.
A) a intervenção estatal mais clara seria a solução do – Então faz mais de 10 anos que você não come
problema da internet rápida. galinha ao molho pardo.
B) a venda de computadores aumentou, mas o Alguém no edifício se disporia a degolar a
acesso à banda larga não. galinha. Fizeram uma rápida enquete entre os
C) a quantidade de computadores nas residências vizinhos. Ninguém se animava a cortar o pescoço da
começou a aumentar a partir de 2008. galinha. Nem o Rogerinho do 701, que fazia coisas
D) a solução para aumentar o acesso à banda larga é inomináveis com gatos.
acabar com os monopólios virtuais. – Somos uma civilização de frouxos! –
E) a criação de regras mais flexíveis resolveria o sentenciou o doutor. Foi para o poço do edifício e
problema do acesso à internet. repetiu:
– Frouxos! Perdemos o contato com o barro da
------------------------------------------------------------------ vida!
- E a Margarete só olhando.
(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda. VERÍSSIMO, Luis Fernando. A decadência do Ocidente. In: A mesa voadora.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p.98.
A decadência do Ocidente
Por que a empregada recusou-se a fazer a galinha ao
O doutor ganhou uma galinha viva e chegou em molho pardo?
casa com ela, para alegria de toda a família. O filho A) Porque desaprendeu a receita do prato.
mais moço, inclusive, nunca tinha visto uma galinha B) Porque quase desmaiou na cozinha.
viva de perto. Já tinha até um nome para ela – C) Porque se desentendeu com o doutor.
Margarete – e planos para adotá-la, quando ouviu do D) Porque deveria cortar o pescoço da galinha.
pai que a galinha seria, obviamente, comida.
– Comida?! ------------------------------------------------------------------
– Sim, senhor. -
– Mas se come ela? (SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
– Ué. Você está cansado de comer galinha.
– Mas a galinha que a gente come é igual a esta A hora dos ruminantes
aqui?
– Claro. A noite chegava cedo em Manarairema. Mal o
Na verdade, o guri gostava muito de peito, de sol se afundava atrás da serra – quase que de repente,
coxa e de asas, mas nunca tinha ligado as partes do como caindo – já era hora de acender candeeiros, de
recolher bezerros, de se enrolar em xales. A friagem
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D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
até então continuada nos remansos do rio, em fundos Três novos fósseis descobertos na fronteira
de grotas, em porões escuros, ia se espalhando, entre o Quênia e a Etiópia, na África, confirmam que
entrando nas casas, cachorro de nariz suado farejando. duas espécies de hominídeos viveram ao lado do
Manarairema, ao cair da noite – anúncios, Homo erectus há dois milhões de anos. Até então se
prenúncios, bulícios. Trazidos pelo vento que bate sabia com certeza apenas da existência de uma
pique nas esquinas, aqueles infalíveis latidos, choros segunda espécie que habitou a Terra na época – o
de criança com dor de ouvido, com medo do escuro. terceiro Homo era uma incógnita. O estudo foi
Palpites de sapos em conferência, grilos afiando ferros, publicado na revista Nature. Os fósseis – um rosto e
morcegos costurando a esmo, estendendo panos alguns dentes de um menino com cerca de oito anos,
pretos, enfeitando o largo para alguma festa soturna. uma mandíbula inferior completa com dentes e raízes
Manarairema vai sofrer a noite. [...] e parte de outra mandíbula inferior de um adulto,
Não se podia mais sair de casa, os bois incompleta, também com dentes e raízes – foram
atravancavam as portas e não davam passagem, não encontrados entre 2007 e 2009 no leste do lago
podiam; não tinham para onde se mexer. Quando se Turkana e pertenceram a hominídeos que viveram
abria uma janela não se conseguia mais fechá-la, não entre 1,78 milhões e 1,95 milhões de anos atrás.
havia força que empurrasse para trás aquela massa A descoberta permitiu aos paleontólogos
elástica de chifres, cabeças e pescoços que vinha “juntar” as peças de um quebra-cabeça que, há
preencher o espaço. quarenta anos, os intrigava: o fóssil, chamado de
Frequentemente surgiam brigas, e seus KNM-ER 1470 (ou só 1470), descoberto em 1972, seria
estremecimentos repercutiam longe, derrubavam ou não uma nova espécie de Homo? Ele tinha um rosto
paredes distantes e causavam novas brigas, até que os muito maior que outros fósseis encontrados na região,
empurrões, chifradas, ancadas forçassem uma o que tornava difícil compará-lo com outras espécies.
arrumação temporária. O boi que perdesse o equilíbrio Por não se ter a arcada dentária desses fósseis,
e ajoelhasse nesses embates não conseguia mais se as análises não eram conclusivas. Parte dos
levantar, os outros o pisavam até matar, um de menos especialistas defendia que se tratava de uma dismorfia
que fosse já folgava um pouco o aperto – mas só de uma única espécie, outra parte que se tratava de
enquanto os empurrões vindos de longe não algo completamente novo. É aqui que os novos fósseis
restabelecessem a angústia. [...] entram e se encaixam na história do 1470: as novas
VEIGA, José J. Disponível em: <http://www.portugues.com.br/literatura>. evidências comprovam que não se tratava de uma
Acesso em: 5 mar. 2012. Fragmento.
alteração pontual na forma, mas de um tipo diferente
de Homo.
De acordo com esse texto, conclui-se que o título “A
O fóssil do rosto recentemente encontrado é
hora dos ruminantes” significa que
semelhante ao do 1470. Ele tem uma morfologia
A) à noite os bezerros eram recolhidos.
desconhecida até então, incluindo o tamanho da face
B) à noite as pessoas sofriam com o frio intenso.
e dos dentes pós-caninos.
C) à noite muitos bois tiravam a tranquilidade de
Foi chamado de KNM-ER 62 000. A mandíbula
Manarairema.
completa, chamada de KNM-ER 60 000, e o fragmento
D) os animais invadiam as casas a fim de se
de mandíbula, KNM-ER 62 003, têm uma arcada
aquecerem.
dentária mais curta e incisivos pequenos, o que
E) os moradores de Manarairema são comparados a
encaixa na morfologia do 1470 e do rosto 62 000.
animais. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/descoberta-novas-
especies-de-hominideos-que-conviveram-com-homo-erectus-ha-1-7-
------------------------------------------------------------------ milhao-de-anos>.
Acesso em: 14 ago. 2012.
-
(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda. De acordo com esse texto, as evidências encontradas
nos novos fósseis comprovam que trata-se de
Descoberta novas espécies de hominídeos que
A) um rosto de um menino.
conviveram com ‘Homo erectus’ há 1,7 milhão de
B) um tipo diferente de Homo.
anos
C) uma descoberta científica inusitada.
Três fósseis encontrados na África desvendam
D) uma dismorfia da espécie.
um mistério de quarenta anos e permite aos
E) uma mudança na estrutura fossilizada.
especialistas conhecer melhor a base da evolução
humana
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D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda. Por que o senhor é cético em relação às previsões
sobre o aquecimento global?
O negócio é ser verde
A consultora francesa, que assessora grandes Bjorn Lomborg – Discordo da forma como as
companhias em assuntos ambientais, diz que é discussões sobre esse tema são colocadas. Existe a
inevitável que as empresas adaptem seus modelos de tendência de considerar sempre o pior cenário – o que
negócio à sustentabilidade. aconteceria nos próximos 100 anos se o nível dos
mares se elevar e ninguém fizer nada. Isso é irreal,
Que outras atitudes sustentáveis a senhora porque é óbvio que as pessoas vão mudar, vão
incorporou à sua rotina? construir defesas contra a elevação dos mares. No
Elisabeth Laville – Depois que tive minha filha, entanto, isso é só uma parte do que tenho dito. Sou
hoje com 4 anos, fiquei radical quanto a determinadas cético em relação a algumas previsões, sim. Mas sou
questões. Ela entrou para a escola recentemente, e cético principalmente em relação às políticas de
constatei que os alimentos servidos lá eram ricos em combate ao aquecimento global. O problema principal
gorduras e carboidratos. Disseram-me que seria não é a ciência. Precisamos dos cientistas. A questão é
impraticável adotar um novo cardápio sem que outras que tipo de política seguir. E isso é um aspecto
instituições aderissem a ele. Procurei essas escolas e econômico, porque implica uma decisão de gastar
consegui que aderissem à mudança na alimentação bilhões de dólares de fundos sociais. Em outras
das crianças. Ou seja, mesmo atitudes simples podem palavras, não sou um cético da ciência do clima, mas
ter impacto para as gerações futuras. Não consigo um cético da política do clima. Basicamente, digo que
entender por que as pessoas não se preocupam com o não estamos adotando as melhores políticas porque
mundo que deixarão para seus descendentes. Na não estamos pensando onde gastar o dinheiro para
Europa, onde uma parte da população costuma produzir os maiores benefícios.
Veja, 23 dez. 2009. Fragmento.
esquiar, os adultos não pensam que, ao ter atitudes
antiecológicas, privarão seus filhos ou netos do
esporte. Dez por cento das estações de esqui dos No Texto, o entrevistado afirmar ser cético,
Alpes estão sob risco de fechar, pois não há mais principalmente, com relação
neve como antes. Outro hábito que incorporei foi A) à decisão de gastar dinheiro de fundos sociais.
comprar produtos de limpeza e alimentos orgânicos. B) à tendência de se considerar o pior cenário.
Essas atitudes podem ter enorme impacto na saúde de C) às discussões sobre o aquecimento global.
todos. D) às políticas de combate ao aquecimento.
É possível tornar os alimentos orgânicos mais E) às previsões sobre o aquecimento global.
baratos?
Elisabeth Laville – Acho que é uma questão de ------------------------------------------------------------------
tempo até que a exceção se torne regra. -
Se todos começarem a exigir orgânicos no (SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
mercado, eles vão baratear. Foi o que aconteceu com
outros produtos, como o ar-condicionado dos carros,
que antes era usado por poucas pessoas, e o telefone
celular, que custava caríssimo e hoje pode sair de
graça.
Veja, 16 set. 2009. Fragmento.
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D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
B) existem pessoas que usam o celular há 10 anos ou outras águas, menos tépidas. Isso traz desequilíbrios
mais. ambientais, como disputa acirrada por alimentos.
C) o desenvolvimento dos estudos sobre o câncer RIGUETTI, Sabine. Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/943422-estudo-simulara-
relaciona-se com o uso do celular. aquecimento-amazonico-e-suasconsequencias.
D) o tumor cerebral é mais comum em pessoas que shtml>. Acesso em: 24 ago. 2011. Fragmento.
utilizam o celular com frequência.
E) os pacientes pesquisados desenvolveram 3 tipos De acordo com esse texto, o principal objetivo da
de tumores. pesquisa dos cientistas é
A) descobrir as mutações sofridas pelos peixes que
------------------------------------------------------------------ estão mais expostos à luz solar.
- B) descobrir o comportamento de animais e plantas
(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda. com o aquecimento global.
C) investigar as mais de três mil espécies de peixes
Estudo simulará aquecimento amazônico e suas endêmicos da Amazônia.
consequências D) recriar artificialmente o ambiente aquático
amazônico em clima mais quente.
Para descobrir como animais e plantas vão se E) reproduzir cenários baseados em três projeções
virar diante do desafio do aquecimento global, do IPCC para 2100.
cientistas do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia) vão recriar artificialmente o ambiente ------------------------------------------------------------------
aquático amazônico num clima mais quente.
-
A ideia é ter cenários baseados em três
(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
projeções do IPCC (painel do clima da ONU) para 2100,
da mais branda à mais catastrófica. O cego, Renoir, Van Gogh e o resto
O projeto, diz seu coordenador, Adalberto Val,
diretor do Inpa, é inédito no mundo. Vistos de costas, pareciam apenas dois amigos
“Muitos pesquisadores olham para os animais conversando diante do quadro Rosa e azul, de Renoir,
terrestres quando fazem projeções, mas se esquecem comentando o quadro. Porém, quem prestasse
da vida aquática”, afirma o biólogo. atenção nos dois perceberia, talvez estranhasse, que
No caso da Amazônia, há mais de 3.000 espécies um deles, o de elegantes óculos de sol, parecia um
de peixes conhecidas – boa parte delas endêmica (ou pouco desinteressado, apesar de todo o empenho do
seja, só existem naquela região). O impacto do outro, traduzido em gestos e eloquência quase
aquecimento sobre a vida aquática começa fora murmurada. [...]
d’água. Com a redução das árvores em volta dos rios O que falava segurava às vezes o antebraço do
(elas podem morrer com o clima mais quente), a de óculos com uma intimidade solícita e confiante. [...]
radiação solar que atinge o ambiente aquático Aproximei-me do quadro, fingindo olhar de perto a
aumenta. técnica do pintor, voltei-me e percebi: o de óculos
Além disso, os bichos tendem a nadar mais escuros era cego. [...]
superficialmente para respirar diante da redução de Algo extraordinário acontecia ali, que eu só
oxigênio nas águas, que têm aumento de carbono e compreendia na superfície: um homem descrevendo
ficam mais ácidas com o aquecimento global. para um amigo cego um quadro de Renoir. Por que
Mais expostos à luz solar, os peixes correm mais tantos detalhes? [...]
risco de sofrer mutações por causa da radiação, e isso – Azul com o quê? Fale mais desse azul – pediu o
pode prejudicar sua saúde. [...]. cego, como se precisasse completar alguma coisa
A hipótese dos cientistas é que os truques para dentro de si.
sobreviver ao aquecimento estão no – É um azul claro, muito claro, um azul que tem
DNA dos animais desde o período Jurássico, há cerca movimento e transparência em muita luz, um azul
de 200 milhões de anos, quando o clima era mais tremulando, azul como o de uma piscina muito limpa
quente. eriçada pelo vento, uma piscina em que o sol se reflete
Val também lembrou que, diante de condições e que tremula em mil pequenos reflexos [...] Lembra-
climáticas adversas, os peixes tendem a migrar para se daquela piscina em Amalfi?
outros ambientes. Em geral, os que ficam nas – Lembro... lembro... – e sacudia a cabeça ...
condições mais quentes tendem a ser os peixes
ósseos. Os cartilaginosos (como as arraias) procuram
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D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
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D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
coloca na quinta posição de fatalidade entre os países mulheres aspira a encontrar um companheiro, casar-
com estatísticas confiáveis. E a probabilidade de um se, construir família e, por intermédio dos filhos, ver
homem ser atingido por uma dessas descargas, cumprido o imperativo tão profundamente
curiosamente, é dez vezes maior que a de uma mulher. entranhado em seu corpo e em sua psique ao longo de
Além disso, a probabilidade de ser vítima de um raio na centenas de milhares de anos de história evolutiva.
fase adulta é o dobro da representada tanto por jovens A diferença a que se assiste hoje é que não
quanto idosos. existe mais um calendário fixo para que isso aconteça.
Viver na zona rural ou urbana também altera essas A formidável mudança que eclodiu e se consolidou ao
chances. Na área rural, a probabilidade de receber uma
longo do ultimo século, com o processo de
descarga é dez vezes maior.
emancipação feminina, o acesso à educação e a
O Brasil é um dos poucos países que dispõem de
conquista do controle reprodutivo, permitiu a um
um mapeamento detalhado das circunstâncias das
mortes por descargas elétricas atmosféricas, o que pode número crescente de mulheres adiar a “ programação”
contribuir significativamente para aperfeiçoar as regras materno-familiar. As mulheres que dispõem de
nacionais de proteção contra o fenômeno. autonomia econômica e vida independente não são
Nos Estados Unidos, a circunstância que mais mais consideradas balzaquianas aos 30 anos – apenas
provoca mortes por raios são as atividades esportivas ou 30 anos! - , encalhadas aos 35 e aos 40, reduzidas
de recreação, como pescar, acampar e jogar golfe, irremediavelmente à condição de solteironas, quando
diferentemente do Brasil. não agregadas de baixíssimo status social,
Uma análise sociológica permite deduzir que essa melancolicamente mexendo tachos de comida para os
diferença está atrelada principalmente ao fato de os sobrinhos nas grandes cozinhas das famílias
Estados Unidos serem um país desenvolvido e o Brasil multinucleares do passado.
estar ainda em desenvolvimento. Assim, atentar para a Imaginem só chamar de titia uma profissional
proteção de pessoas jogando golfe não seria a melhor em pleno florescimento, com um ou mais títulos
forma de fazer uma campanha de proteção nacional. O universitários – e um corpinho bem-cuidado que
ideal é instruir a população a não realizar atividades enfrenta com honras o jeans de cintura baixa ou o
agropecuárias (causa principal das fatalidades no Brasil), biquíni nos intervalos dos compromissos de trabalho.
assim como orientar as pessoas a não permanecerem Além de fora de moda, o termo pode ser até ofensivo.
próximas aos meios de transporte, sob árvores e em O contraponto a esses avanços é que, quanto mais as
campo de futebol durante as tempestades.
Disponível em:
mulheres prorrogam o casamento, mais se candidatam
<http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/os_numeros__surpreendent a uma vida inteira sem alcançá-lo.
es__de_mortes_por_raios_no_brasil_3.html>. Bel Moherdani. Revista Veja. 29 Novembro 2006 (Fragmento)
Com base nesse texto, a campanha ideal de proteção A principal informação desse texto é que as mulheres
nacional contra raios deve considerar A) aspiram casar-se e construir família.
A) a posição ocupada pelo Brasil entre os países com B) desejam, através de seus filhos, perpetuar a
estatísticas confiáveis. evolução.
B) as circunstâncias em que ocorrem as mortes por C) dispõem de autonomia econômica.
descargas elétricas no Brasil. D) enquanto avançam no profissional, adiam o
C) as possibilidades de um homem ser atingido por casamento.
uma descarga elétrica no Brasil. E) tem se preocupado mais com a forma física.
D) o número de habitantes da zona urbana e da zona
rural no Brasil. ------------------------------------------------------------------
E) o número de mortes que ocorrem no Brasil
-
durante um ano.
(SPAECE). Leia o texto abaixo.
As rãs assustadas com a batalha dos touros Sim, nossa casa era muito bonita, verde, com
Quando os poderosos brigam, os fracos acabam por uma tamareira junto à varanda, mas eu invejava os
sofrer que moravam do outro lado da rua, onde as casas dão
fundos para o rio. Como a casa dos Martins, como a
Uma rã, assistindo de seu pântano a um casa dos Leão, que depois foi dos Medeiros, depois de
combate entre alguns touros, lamentava-se: nossa tia, casa com varanda fresquinha dando para o
– Ai de nós! Que terrível destruição nos ameaça! rio.
Uma outra rã perguntou por que ela dizia tal Quando começavam as chuvas a gente ia toda
coisa, se os touros lutavam pelo governo do rebanho e manhã lá no quintal deles ver até onde chegara a
passavam suas vidas tão longe daquele pântano onde enchente. As águas barrentas subiam primeiro até a
viviam. altura da cerca dos fundos, depois às bananeiras,
– Sim, eles moram longe; disse a rã – são de uma vinham subindo o quintal, entravam pelo porão. Mais
espécie diferente da nossa. de uma vez, no meio da noite, o volume do rio cresceu
Ainda assim, os que perderem a luta pela tanto que a família defronte teve medo.
soberania do prado fugirão, procurando esconderijos Então vinham todos dormir em nossa casa. Isso
secretos nos pântanos, e seremos pisadas e para nós era uma festa, aquela faina de arrumar camas
esmagadas por suas patas poderosas. Portanto, nas salas, aquela intimidade improvisada e alegre.
naquela fúria que eles demonstram está em jogo a Parecia que as pessoas ficavam todas contentes, riam
nossa segurança. muito; como se fazia café e se tomava café tarde da
Fábulas do mundo inteiro. Círculo do Livro, s/d. noite! E às vezes o rio atravessava a rua, entrava pelo
nosso porão, e me lembro que nós, os meninos,
Nesse texto, pode-se concluir que a primeira rã é torcíamos para ele subir mais e mais. Sim, éramos a
A) autoritária. favor da enchente, ficávamos tristes de manhãzinha
B) corajosa. quando, mal saltando da cama, íamos correndo para
C) desconfiada. ver que o rio baixara um palmo — aquilo era uma
D) distraída. traição, uma fraqueza do Itapemirim. Às vezes chegava
E) prudente. alguém a cavalo dizia que lá, para cima do Castelo,
tinha caído chuva muita, anunciava águas nas
------------------------------------------------------------------ cabeceiras, então
-
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D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
dormíamos sonhando que a enchente ia outra vez A mãe deu os olhos de João. Fez a doação para um
crescer, queríamos sempre que aquela fosse a maior banco de olhos, isso que a gente vê só de longe e nos
de todas as enchentes. outros. Foi previsível que os parentes estranhassem, mais
BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. 3. ed. Rio de Janeiro, 1990. que isso, não entendessem, indignados quase, uma
desnaturada. E contudo era simples ir refazendo o seu
Com base nesse texto, observa-se que o autor lembra caminho, até lhe encontrar o coração no motivo. O mais
mais fortemente bonito de João viveria.
A) da casa em que morou. E Maria, que há dois anos esperava, teve afinal
B) da casa dos Martins. esperança.
C) das enchentes da infância. E a operação de Maria, um transplante, de córnea,
D) do café tarde da noite. se fez possível, com sucesso feliz.
E) dos colegas de infância. E João e Maria de olhos dados seguiram, juntos, e
saíram do escuro.
RAMOS, Ricardo. In: Estação primeira. São Paulo: Scipione,1996.
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- Os parentes acharam que a doação das córneas de
(SPAECE). Leia o texto abaixo. João era
A) algo absurdo.
O Bicho B) algo desesperado.
C) algo possível.
Vi ontem um bicho D) um fato natural.
Na imundície do pátio E) um fato previsível.
Catando comida entre os detritos.
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Quando achava alguma coisa, -
Não examinava nem cheirava: Leia o texto, abaixo, e responda.
Engolia com voracidade.
A evolução sobre trilhos
O Bicho não era um cão, Em 200 anos, os trens passaram das marias-fumaças aos
Não era um gato, flutuantes e megarrápidos Maglevs
Não era um rato.
O Brasil conta com quase 30 mil quilômetros de
O Bicho, meu Deus, era um homem. ferrovias, mas ficou no passado em relação a esse tipo de
transporte. De toda a nossa malha, menos de 2 mil
BANDEIRA, Manuel. Poesias. Rio de Janeiro: José Olympyo, 1955. quilômetros são eletrificados e somente 223 metros são
magnetizados. Esse tipo de trilho serve para mover trens
Esse texto denuncia como o Maglev, ideia que surgiu na Alemanha em 1979,
A) a condição miserável do ser humano. mas hoje só funciona comercialmente no Japão e na
B) a mistura do homem com o bicho. China. Considerado o mais avançado do mundo, usa uma
C) a diferença entre homem e cão. força magnética que faz o trem levitar e lhe dá um
D) o acúmulo de lixo nos pátios. impulso capaz de atingir altas velocidades. Como não
E) o trabalho de catadores de lixo. existe atrito, o Maglev consegue competir até com aviões
em termos de velocidade: chega a 581 quilômetros por
------------------------------------------------------------------ hora. “Ele tem pouco impacto ambiental e é ideal para
países topograficamente acidentados como o Brasil”, diz
- o engenheiro Eduardo Gonçalves David, autor do livro O
Leia o texto abaixo. Futuro das Estradas de Ferro no Brasil.
João e Maria Atualmente, uma equipe da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ) está desenvolvendo a versão
A bruxa veio do nada, voando no cabo de vassoura, brasileira, o Maglev Cobra, e construindo uma pista para
e ceifou a vida de João. testar a supermáquina. No futuro, a intenção é usá-lo
A história podia terminar aí, mal começada porque para ligar os aeroportos de Galeão e Santos Dumont, no
João era uma criança, mas sua mãe não deixou. Um Rio de Janeiro.
menino tão bonzinho e amado, se finar assim de repente. A primeira versão desse tipo de transporte, no
Sofrendo horrível com a morte do filho, desesperada entanto, foram as locomotivas movidas a carvão,
apesar dos confortos amigos, não se conformava: queria desenvolvidas no começo do século 19, que vieram
que ele continuasse. Pelo menos um pouco dele. substituir os vagões de tração animal. Por mais de cem
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D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
anos, a maria-fumaça foi o principal meio de locomoção Na última estrofe desse poema, o autor exprime
do mundo. A) desconfiança.
Trazida ao Brasil em 1854, tinha um trajeto entre a B) generosidade.
Baía de Guanabara e Petrópolis (RJ). Em 1889, já havia C) indiferença.
9500 quilômetros de ferrovias no País. D) orgulho.
Por volta de 1890 foram criados os motores a E) saudosismo.
diesel que, seis décadas depois, superaram os movidos a
carvão. Veio então a época de ouro das ferrovias no
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Brasil, quando tivemos quase 35 mil quilômetros de
(SAEMS). Leia o texto abaixo.
trilhos cortando boa parte do País. A partir da década de
60, passou-se a priorizar a malha rodoviária, uma decisão Escolha o seu sonho
que até hoje gera discussões e divide a opinião de
especialistas. Devíamos poder preparar os nossos sonhos
(Guilherme Rosa) como os artistas, as suas composições. Com a matéria
Revista Galileu - Setembro de 2010 – Nº 230 – p.17.
sutil da noite e da nossa alma, devíamos poder
construir essas pequenas obras-primas
De acordo com esse texto, o Maglev
incomunicáveis, que, ainda menos que a rosa, duram
A) apresenta características adequadas para a
apenas o instante em que vão sendo sonhadas, e logo
topografia brasileira.
se apagam sem outro vestígio que a nossa memória.
B) está no passado da história do transporte de
Como quem resolve uma viagem, devíamos
passageiros por ferrovias.
poder escolher essas explicações sem veículos nem
C) faz parte das locomotivas da época de ouro da
companhia – por mares, grutas, neves, montanhas e
ferrovia no Brasil.
até pelos astros, onde moram desde sempre heróis
D) substitui a maria-fumaça como principal meio de
deuses de todas as mitologias, e os fabulosos animais
transporte de passageiros.
do Zodíaco.
Devíamos, à vontade, passear pelas margens do
------------------------------------------------------------------ Paraíba, lá onde suas espumas crespas correm com o
- luar por entre as pedras, ao mesmo tempo cantando e
(PROEB). Leia o texto abaixo. chorando. – Ou habitar uma tarde prateada de
CONFIDÊNCIA DO ITABIRANO Florença, e ir sorrindo para cada estátua dos palácios e
das ruas, como quem saúda muitas famílias de
Alguns anos vivi em Itabira. mármore...
Principalmente nasci em Itabira. – Ou contemplar nos Açores hortênsias da altura
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro. de uma casa, lagos de duas cores e cestos de vime
Noventa por cento de ferro nas calçadas. nascendo entre fontes, com águas frias de um lado e,
Oitenta por cento de ferro nas almas. do outro, quentes...
E esse alheamento do que na vida é porosidade e – Ou chegar a Ouro Preto e continuar a ouvir
comunicação. aquela menina que estuda piano há duzentos anos,
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho, hesitante e invisível enquanto o cavalo branco escolhe,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres de olhos baixos, o trevo de quatro folhas que vai
e sem horizontes. comer.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte, é doce Quantos lugares, meu Deus, para essas
herança itabirana. excursões! Lugares recordados ou apenas imaginados.
De Itabira trouxe prendas que ora te ofereço: Campos orientais atravessados por nuvens de pavões.
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval; Ruas amarelas de pó, amarelas de sol, onde os
este couro de anta, estendido no sofá da sala de camelos de perfil de gôndola estacionam, com seus
visitas; carros.
este orgulho, esta cabeça baixa... Avenidas cor-de-rosa, por onde cavalinhos
Tive ouro, tive gado, tive fazendas. emplumados, de rosa na testa e colar ao pescoço,
Hoje sou funcionário público. conduzem leves e elegantes coches policromos...
Itabira é apenas uma fotografia na parede. ... E lugares inventados, feitos ao nosso gosto;
Mas como dói! jardins no meio do usar; pianos brancos que tocam
ANDRADE, Carlos Drummond. Reunião. 10. ed. Rio de Janeiro: José
Olympio, 1980. sozinhos; livros que se desarmam, transformados em
música. [...]
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D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
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D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
Como o fazendeiro do Mato Grosso do Sul era afirmar sobre os homens e as coisas do meu tempo?
do tipo meio arrogante e cheio de mania de grandeza, Talvez me ocorra apenas isto, no meio
ele foi logo esnobando o outro fazendeiro dizendo: de tantas fatigadas lembranças: “cascas de barbatimão
– Cumpadre! O senhor sabe que eu nunca me secando ao sol.”
(Rubem Braga. Recado de primavera. Rio de Janeiro: Record, 7.ed, 1998,
interessei de contá, eu só sei que eu saio de manhã p.175)
bem cedinho e quando é meio dia eu ainda nem
cheguei na metade da propriedade. "Cascas de barbatimão secando ao sol."
– Eu sei cumpadre!...Eu sei! No começo eu Em relação à frase acima, está correto o que se afirma:
também andava de carroça...Squenta não!... (A) No final do texto, o cronista atribui a ela um
Guenta firme cumpadre! Tenho certeza que sentido figurado, relacionando-a ao sentido da
tudo vai melhorar! vida, diferente do sentido com que aparece no
final do 1o parágrafo.
Edilson Rodrigues Silva (B) A frase está empregada sempre em seu sentido
próprio, como cascas de um tipo de árvore,
Disponível em: <http://recantodacronica.blogspot.com/2011/01/tudo-vai-
melhorar-cronicas-pequenas-e.html> Acesso em: 10 mar. 2011. todas as vezes em que surge no contexto.
(C) A frase apresenta sentido figurado, sempre que é
Ao final desse texto, compreende-se que o título tem repetida no contexto, simbolizando as
um caráter dificuldades da vida.
A) agressivo. (D) O cronista não consegue atribuir sentido à frase,
B) depreciativo. por ignorar a utilidade das cascas de
C) irônico. barbatimão.
D) rancoroso.
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- Leia o texto abaixo e responda.
Leia o texto abaixo e responda.
PREVISÃO DO TEMPO
Cascas de barbatimão
Os índios de uma reserva distante perguntam ao
Eu ia para Araxá, isto foi em 1936, ia fazer uma novo chefe se o próximo inverno seria suave ou rigoroso.
reportagem para um jornal de Belo Horizonte. Como o jovem chefe não havia aprendido as técnicas dos
O trem parou numa estação, ficou parado muito ancestrais, pediu que recolhessem lenha e, enquanto
tempo, ninguém sabia por quê. isso, foi telefonar para o Serviço de Meteorologia.
Saltei para andar um pouco lá fora. Fazia um – O inverno vai ser muito rigoroso? – pergunta.
mormaço chato. Vi uma porção de cascas de árvores. – Parece que sim – é a resposta. E o chefe manda o
Perguntei o que era aquilo, e me responderam que eram povo juntar mais lenha. Dali a uma semana, telefona
cascas de barbatimão que estavam ali para secar. Voltei outra vez.
para meu assento no trem e ainda esperei parado algum – Tem certeza de que o inverno vai ser muito
tempo. A certa altura peguei um lápis e escrevi no meu rigoroso?
caderno: “Cascas de barbatimão secando ao sol.” – Certeza absoluta.
Perguntei a algumas pessoas para que serviam O chefe diz ao povo que junte toda a lenha que
aquelas cascas. Umas não sabiam; outras disseram que encontrar. Na semana seguinte, telefona outra vez.
era para curtir couro, e ainda outras explicaram que elas – Tem certeza?
davam uma tinta avermelhada muito boa. – Vai ser o inverno mais rigoroso que já se viu.
Como repórter, sempre tomei notas rápidas, mas – Por que tem tanta certeza?
nunca formulei uma frase assim para abrir a matéria - – Porque os índios estão recolhendo lenha feito
“cascas de barbatimão secando ao sol.” Não me lembro loucos!
Disponível em: <http://www.piadas.com.br/piadas/
nunca de ter aproveitado esta frase. Ela não tem nada de humor/previsao-do-tempo> Acesso em: 10 mar. 2011.
especial, não é de Euclides da Cunha, meu Deus, nem de
Machado de Assis; podia ser mais facilmente do primeiro Nesse texto, a primeira pergunta feita pelo jovem
Afonso Arinos, aquele do buriti. Ela me surgiu ali, naquela chefe revela
estaçãozinha da Oeste de Minas, não sei se era A) crítica.
Divinópolis ou Formiga. B) irritação.
Um dia, quando eu for chamado a dar testemunho C) insistência.
sobre a minha jornada na face da terra, que poderei D) preocupação.
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D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
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Leia o texto a seguir e, responda.
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