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INSTRUÇÕES: 1. Conte as suas folhas e confira se você está com 5 páginas de prova. 2. A
compreensão dos enunciados faz parte da resolução das questões, assim como o domínio do
vocabulário utilizado. 3. Evite ao máximo rasurar as repostas discursivas, PENSE antes de escrever.
4. Tenha atenção à modalidade escrita e revise o que escreveu. BOA PROVA
SOBRE O TEXTO 1:
O ritmo das rimas (alternadas e constantes), O uso constante de anáforas, os versos com bases vocálicas
(formando assonâncias)
Questão 2. Uma das marcas centrais do Simbolismo é a sugestão, levar o leitor a perceber o que está por
trás e além das palavras usadas pelo poeta.
a) Diversas figuras de linguagem permitem a impressão dessa marca simbolista no poema. Identifique,
ao menos, uma figura presente no texto, destacando um trecho comprobatório. (0,2)
A metáfora, que sugere a morte de Ismália (“as asas que Deus lhe deu...”), A antítese (“céu x mar”), que
sugere a impossibilidade da realização de seu sonho, a anáfora constante, que sugeria a intensidade da
loucura de Ismália.
b) Observando a última estrofe, qual seria o sentido sugerido pelo eu-lírico, numa perspectiva
simbolista de apego à espiritualidade? E numa perspectiva materialista (característica dos estilos anteriores),
como pode ser entendido os versos finais de Ismália? (0,3)
Seguindo a perspectiva simbolista, Ismália conseguiu, enfim, seu sonho de ter as suas luas, por meio de
seu espírito. As estéticas anteriores (realista/naturalista), reduziriam o fato à mera morte de Ismália,
suicidando-se ao se jogar da torre.
Temática da morte
SOBRE O TEXTO 2
a) Em termos formais, aponte elementos marcantes do texto 2 que claramente o distingue do texto 1
(0,3).
Pela estrutura dos textos, é nítido o caráter mais narrativo do texto 2, em oposição à forma mais poética
do texto 1, a utilização do vocabulário mais formal do texto 1 distingue-se da coloquialidade do t2, a rima
fixa dos versos do texto 1 se distanciam da variedade rítmica dos versos do texto 2.
b) Assim como no texto 1, a canção apresenta diversos paralelismos marcados por antíteses.
Identifique 02 passagens em que se constata esse recurso, explicando o sentido dessas oposições em relação
à proposta temática da canção. (0,5)__
1. “Quis tocar o céu, mas terminou no chão” – embora ainda remeta o poema original, a
oposição céu/chão, na canção, reforça a ideia das barreiras do negro no país, visto que busca voar, ser
livre, mas encontra a realidade dura que o impede de se libertar.
2. “A felicidade do branco é plena / A felicidade do preto é quase” – o uso dos opostos
branco/preto; plena/quase serve para demonstrar que, na busca pela felicidade, a cor da pele
influencia o desfecho da jornada.
Questão 4. O texto 2, como já observado, é uma canção presente no álbum recente do rapper Emicida.
Nela, ainda que se observe elementos de clara erudição do compositor (o uso de diversas figuras de
linguagem, a intertextualidade, o jogo de palavras etc.), é marcante o coloquialismo da linguagem em
diversos momentos da composição. Explique, entendendo a coloquialidade como um recurso
comunicativo, a utilização dessas “incorreções” na perspectiva da recepção da obra. (0,5)
Se apropriando da linguagem coloquial pressuposta pelo estilo do rap, o cantor Emicida objetiva a
aproximação com seu público, marcado em grande parte por adolescentes, jovens, de periferia e classe
média-baixa, que tem em suas composições uma espécie de alto-falante de seus anseios. A ideia do autor é
fazer da composição uma forma de expressão plena das mazelas e dificuldades de seus semelhantes em
cor e situação social.
Questão 5.
O poema simbolista de A.G. é revisto pelos compositores a partir da ótica da vida do negro no Brasil.
Dessa forma, as imagens sugeridas pela poesia são adaptadas a essa nova realidade e utilizadas pelo
compositor para consolidar a máxima da condição negra: alguém que sonha, deseja, quer ser livre, mas
tem como desfecho constante a frustração e a derrota, sendo alijado da possibilidade de uma vida melhor
e mais igual.
Questão 6. Sintaticamente, a canção Ismália apresenta uma série de versos marcados por relações de
coordenação e subordinação. Observe os exemplos abaixo e classifique-os: (1,0)
a) “Quis tocar o céu, mas terminou no chão”
Oração coordenada assindética / Oração coordenada sindética adversativa.
b) “A dor profunda é que todo mundo é meio tema”
Oração principal / Oração subordinada substantiva predicativa
c) “80 tiros te lembram que existe pele alva e pele alvo”
Oração principal / Oração subordinada substantiva objetiva direta
d) “Se algum sonho ousa correr, 'cê para ele”
Oração subordinada adverbial condicional / Oração principal
e) “Quis ser estrela e virou medalha num boçal”
Oração Coordenada Assindética / Oração coordenada sindética adversativa
Texto para as questões de 7 e 8
TEXTO 3. Soneto XXXI (Olavo Bilac)
Longe de ti, se escuto, porventura, Porque teu nome é para mim o nome
Teu nome, que uma boca indiferente De uma pátria distante e idolatrada,
Entre outros nomes de mulher murmura, Cuja saudade ardente me consome:
Sobe-me o pranto aos olhos, de repente...
E ouvi-lo é ver a eterna primavera
Tal aquele, que, mísero, a tortura E a eterna luz da terra abençoada,
Sofre de amargo exílio, e tristemente Onde, entre flores, teu amor me espera.
A linguagem natal, maviosa e pura,
Ouve falada por estranha gente...
(BILAC, Olavo. "Melhores poemas". Seleção de Marisa Lajolo. São Paulo: Global, 2003. p. 54. (Coleção
Melhores poemas).
Glossário: Maviosa – afetuosa/comovente
Questão 7. Olavo Bilac, mais conhecido como poeta parnasiano, expressa traços românticos em sua obra.
No soneto apresentado observa-se o seguinte traço romântico: (0,3)
(a) objetividade do eu lírico.
(b) predominância de descrição.
(c) a solidão e o pessimismo amoroso.
(d) erudição do vocabulário.
(e) idealização do tema amoroso.
Questão 8. Ainda que transcenda, em diversos momentos, a estética parnasiana que o caracterizou
artisticamente, Olavo Bilac não abandonou seu estilo de origem na quase totalidade de sua obra poética.
Observando esse aspecto, destaque 02 (duas) características parnasianas no poema lido, apresentando
trechos que comprovem sua análise. (0,5)
Estrutura de versos fixos – decassílabos poéticos Rimas ricas – gente/tristemente; primavera/espera
Vocabulário erudito – “maviosa”, “exílio”
Aluísio Azevedo certamente se inspirou em L’Assommoir (A Taberna), de Émile Zola, para escrever O
Cortiço (1890), e por muitos aspectos seu texto é um texto segundo, que tomou de empréstimo não apenas a
ideia de descrever a vida do trabalhador pobre no quadro de um cortiço, mas também um bom número de
pormenores, mais ou menos importantes. Mas, ao mesmo tempo, Aluísio quis reproduzir e interpretar a
realidade que o cercava e sob esse aspecto elaborou um texto primeiro. Texto primeiro na medida em que filtra
o meio; texto segundo na medida em que vê o meio com lentes de empréstimo. Se pudermos marcar alguns
aspectos dessa interação, talvez possamos esclarecer como, em um país subdesenvolvido, a elaboração de um
mundo ficcional coerente sofre de maneira acentuada o impacto dos textos feitos nos países centrais e, ao
mesmo tempo, a solicitação imperiosa da realidade natural e social imediata.
(CANDIDO, Antônio. De cortiço a cortiço. In: O discurso e a cidade. São Paulo / Rio de Janeiro: Ouro sobre
Azul, 2004, p.106-7/128-9 (com adaptações).
Questão 9. Assinale a opção em que a relação intertextual entre O Cortiço e Germinal é interpretada
pelos parâmetros críticos apresentados no texto de Antônio Candido acerca da relação entre a obra de
Aluísio Azevedo e a de Émile Zola. (0,3)
(a) O texto de Aluísio Azevedo é um texto primeiro em relação ao de Zola porque foi escrito anteriormente e
influenciou a produção naturalista do escritor francês.
(b) A relação de proximidade entre o texto de Azevedo e o de Zola evidencia que o diálogo entre os textos
desassocia-os da realidade social em que foram produzidos.
(c) O texto de Aluísio Azevedo, por suas condições de produção, está submetido ao modelo naturalista
europeu, ao mesmo tempo em que atende a demandas da realidade nacional.
(d) O Cortiço é um texto segundo em relação ao texto de Zola porque é, sobretudo, a duplicação do modelo
literário francês e da realidade social das classes operárias europeias.
(e) A presença de elementos do naturalismo francês em O Cortiço é um indicativo da troca cultural que ocorre
no espaço do intertexto, independentemente das realidades locais de produção.
Questão 10. Assinale a alternativa que apresenta uma análise equivocada acerca da classificação
oracional do segmento destacado, em relação à coordenação ou à subordinação. (0,3)
(a) “...mas também um bom número de pormenores...” (L.02) – Oração coordenada sindética aditiva
(b) “...a realidade que o cercava” (L.04) – Oração subordinada substantiva completiva nominal
(c) “...e sob esse aspecto elaborou um texto primeiro.”(L.04/5) – Oração coordenada sindética aditiva
(d) “Texto primeiro na medida em que filtra o meio...” (L.05) – Oração subordinada adverbial
proporcional
(e) “Se pudermos marcar alguns aspectos dessa interação...” (L.06) – Oração subordinada adverbial
condicional
Questão 11. Relacionando os enredos e as características que aproximam os romances O cortiço (Aluísio
Azevedo) e Germinal (Émile Zolà), disserte acerca da importância das duas obras para o estabelecimento
do Naturalismo como uma estética singular na literatura do século XIX. (0,5)
O aluno precisa explicar o caráter fundador de ambas as obras, demonstrando suas características mais
marcantes: estilo visceral, abordagem coletiva, personificação do ambiente, divulgação de ideias
cientificistas, personagens que atendem a uma coletividade etc.