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EEEP FRANCISCO PAIVA TAVARES – CARIDADE/CE Data: ___/ 07/ 2023

ÁREA DE CONHECIMENTO: LINGUAGENS E CÓDIGOS


COMPONENTE CURRICULAR: PORTUGUÊS - ROMANTISMO Professor:
Jackson Rocha

Identificação / Nome Completo: 2.ª série | ADM D.S. EST INF

Leia com atenção: 3. Qual dos três autores parece aceitar melhor os costumes
Texto I indígenas, tão exóticos para sua cultura europeia? Justifique.
“A feição deles é serem pardos, maneira d’avermelhados, de ___________________________________________________
bons rostos e bons narizes bem-feitos. Andam nus sem nenhuma ___________________________________________________
cobertura, nem estimam nenhuma coisa cobrir nem mostrar suas ___________________________________________________
vergonhas e estão acerca disso com tanta inocência como têm de ___________________________________________________
mostrar o rosto.”
Pero Vaz de Caminha – Carta 4. Dentre os costumes indígenas relatados, qual parece causar
maior estranheza aos europeus? Por quê?
Texto II ___________________________________________________
“Não se pode numerar nem compreender a multidão de ___________________________________________________
bárbaro gentio que semeou a natureza por toda esta terra do ___________________________________________________
Brasil; porque ninguém pode pelo sertão dentro caminhar seguro, ___________________________________________________
nem passar por terra onde não acha povoações de índios armados
contra todas as nações humanas, e assim como são muitos Leia o trecho da carta de Pero Vaz de Caminha para responder as
permitiu Deus que fossem contrários uns aos outros, e que questões que se seguem:
houvesse entre eles grandes ódios e discórdias, porque se assim CARTA (Fragmento)
não fosse os portugueses não poderiam viver na terra nem seria
possível conquistar tamanho poder de gente.
Havia muitos destes índios pela Costa junto das Capitanias,
tudo enfim estava cheio deles quando começaram os portugueses
a povoar a terra; mas porque os mesmos índios se levantaram
contra eles e faziam-lhes muitas traições, os governadores e
capitães da terra destruíram-nos pouco a pouco e mataram muitos
deles, outros fugiram para o sertão, e assim ficou a costa
despovoada de gentio ao longo das Capitanias. Junto delas ficaram
alguns índios destes nas aldeias que são de paz, e amigos dos
portugueses.
A língua deste gentio toda pela Costa é uma: carece de três
letras: não se acha nela F, nem L, nem R, coisa digna de espanto, Esta terra, Senhor, me parece que da ponta que mais contra o
porque assim não têm Fé, nem Lei, nem Rei, e desta maneira sul vimos até a outra ponta que contra o norte vem, de que nós
vivem sem Justiça e desordenadamente. deste porto houvemos vista, será tamanha que haverá nela bem
Pero de Magalhães Gândavo – Tratado da Terra do Brasil
vinte ou vinte e cinco léguas por costa.
[...]
Texto III Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem
Todos andam nus, assim homens como mulheres, e não têm prata, nem coisa alguma de metal nem de ferro; nem lho vimos.
gênero nenhum de vestido e por nenhum caso envergonham-se, Porém a terra em si é de muito bons ares [...].
antes parece que estão no estado de inocência nesta parte, pela Águas são muitas; infindas. Em tal maneira é graciosa que,
grande honestidade e modéstia que entre si guardam, e quando querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que
algum homem fala com mulher vira-lhe as costas. Porém, para tem.
saírem galantes, usam de várias invenções, tingindo seus corpos Porém o melhor fruto, que nela se pode fazer, me parece que
com certo sumo de uma árvore com que ficam pretos, dando será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que
muitos riscos pelo corpo, braços etc. vossa alteza em ela deve lançar.
Fernão Cardim – Tratado da terra e gente do Brasil
(Carta de Pero Vaz de Caminha, 1500. http://objdigital.bn.br.)

1. Os três fragmentos descrevem os costumes dos indígenas que 5. Percebe-se ao longo do texto o interesse dos portugueses pela
viviam no Brasil na época em que os portugueses começaram a terra descoberta. Identifique esses principais interesses no trecho.
colonizá-los. Que visão sobre os nativos seus autores demonstram ___________________________________________________
ter? ___________________________________________________
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___________________________________________________ a) Identifique no 1° parágrafo uma expressão de Caminha que
___________________________________________________ apresenta a grandiosidade das terras brasileiras.
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2. Que fato é constatado com ironia no primeiro parágrafo do
texto de Gândavo?
___________________________________________________ b) Com que sentido o adjetivo "graciosa" do 3° parágrafo é
___________________________________________________ empregado por Pero Vaz de Caminha?
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6. O que Pero Vaz de Caminha quis dizer com a expressão "salvar
esta gente" no último parágrafo? b) Como os índios são descritos no primeiro parágrafo?
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a) Que pedido Pero Vaz faz ao rei de Portugal? ___________________________________________________
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___________________________________________________ c) Segundo o trecho, o que alguns nativos não gostaram
experimentar?
b) Qual sua opinião sobre a colonização portuguesa nas terras ___________________________________________________
brasileiras? ___________________________________________________
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d) Segundo o texto, por que os portugueses beijaram uma cruz


na presença dos índios?
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e) Qual a intenção dos portugueses sobre os nativos é revelada


no terceiro parágrafo deste trecho?
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[...]
Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e daí a
pouco começaram a vir mais. E parece-me que viriam, este dia, à
praia, quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta. Alguns deles
traziam arcos e flechas, que todos trocavam por carapuças ou por
qualquer coisa que lhes davam. Comiam conosco de tudo que lhes
oferecíamos. Alguns deles bebiam vinho; Outros não o podiam
suportar. Mas me parecer que, se os acostumarem, o hão de beber
de boa vontade. Andavam todos tão bem dispostos, tão bem
feitos e galantes com suas tinturas que muito agradavam. [...] E
estavam já mais mansos e seguros entre nós do que estávamos
entre eles. [...]
Quando saímos do barquinho, disse-nos o Capitão que seria
bem que fôssemos diretamente à cruz que estava encostada a uma
árvore, junto ao rio, a fim de ser colocada amanhã, sexta-feira, e
que nos puséssemos todos de joelhos e a beijássemos para que eles
vissem o respeito que lhe tínhamos. E assim fizemos. E a esses
dez ou doze que lá estavam, acenaram-lhes que fizessem o mesmo;
e logo foram todos beijá-la.
Parece-me quente de tal inocência que, se nós entendêssemos
a sua fala e eles a nossa, seriam logo cristãos, visto que não têm
nem entendem crença alguma, segundo as aparências. E, portanto,
se os degredados que aqui hão de ficar aprenderem bem a sua fala
e os entenderem, não duvido que eles, segundo a santa intenção de
Vossa Alteza, se farão cristãos e hão de crer na nossa santa fé, à
qual agrada a Nosso Senhor que os traga, porque certamente esta
gente é boa e de bela simplicidade. E imprimir-se-á facilmente
neles todo e qualquer caráter que lhes quiserem dar, uma vez que
Nosso Senhor lhes deu bons corpos e bons rostos, como a
homens bons. E o fato de Ele nos haver até aqui trazido, creio que
não o foi sem causa. E portanto Vossa Alteza, que tanto deseja
acrescentar à santa fé católica, deve cuidar da salvação deles. E
aprazerá a Deus que com pouco trabalho seja assim! [...]
Castro, Silvio (Intr., atualiz. e notas). A carta de Pero Vaz de Caminha.
Porto Alegre: L&PM, 1996. p. 93-94. (Fragmento).

7. Sobre o trecho acima, responda:


a) Como os nativos são retratados por Caminha nesse trecho?
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