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Contabilidade| Material de apoio

Professor Marcelo Adriano

Contas Contábeis

1. Introdução

Nessa aula veremos um elemento essencial para a Contabilidade, a Conta Contábil. Para bem cumprir sua finalidade,
qual seja, produzir e prestar informações contábeis úteis, a Contabilidade se utiliza de ferramentas sendo uma das
principais a Escrituração contábil. Por meio desta técnica são registrados todos os fatos contábeis. A conta contábil
que tem por função registrar os elementos patrimoniais e suas alterações, controlando saldos e variações de Ativos,
Passivos, Patrimônio Líquido, receitas, despesas, resultado, além dos atos administrativos que possam ter impacto
relevante no futuro.

2. Conceito

Conta contábil é a representação gráfica dos elementos patrimoniais, elementos de resultado, além de outros ele-
mentos importantes ao cumprimento da finalidade por parte da contabilidade, denominando tecnicamente o ele-
mento que pretende representar. Define-se conta como um instrumento de registro contábil que pode receber valores
de realização passada, presente ou futura.

3. Função

A conta contábil tem por função registrar e expor os saldos e as alterações nos elementos que compõe:

 Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido (grupos patrimoniais):


 Receita e Despesa (resultado):
 Além de outros aspectos relevantes como fatos atos administrativos.

Para que sejam feitos os devidos lançamentos contábeis, é aberta uma conta para cada elemento relevante, propici-
ando o controle desse elemento por meio de registros na respectiva conta de todos os valores que façam variar o
saldo desse elemento. Essas alterações são provocadas por fatos contábeis que fazem aumentar ou diminuir o saldo
da conta a que se refiram.

4. Teoria das Contas

Visando explicar a natureza das contas contábeis e o que efetivamente representavam, surgiram teorias que as divi-
diram em grupos. Existem três teorias principais:

 Teoria Personalista;
 Teoria Materialista ou Materialística;
 Teoria Patrimonialista.

4.1. Teoria Personalista ou Personalística.


Primeira teoria a ganhar destaque, ela atribui personalidade as contas contábeis, como se fossem pessoas, e as rela-
ções entre elas geram débitos e créditos, formando o patrimônio. Ao atribuir personalidade às contas essa teoria assim
às divide:

1) Contas dos Agentes Consignatários (bens)

São contas representativas dos bens, estando então no Ativo. São “pessoas” a quem a empresa confia bens em con-
signação, criando um débito dessa “pessoa” para com a entidade, por exemplo, o valor que está registrado no caixa é
responsabilidade do Tesoureiro.

2) Contas dos agentes correspondentes (direitos/obrigações)

São “pessoas que se encontram “fora” da entidade e com as quais a empresa matem relações, gerando débitos e
créditos. Existem dois tipos de Agentes correspondentes:
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2.1) Agente Correspondente devedor: são agentes que tem débitos para com a empresa, ou seja, que devem algum
valor para ela. São “pessoas” que representam os direitos que a empresa tem contra terceiros.

2.2) Agente Correspondente devedor: são agentes que tem créditos contra a empresa, ou seja, “pessoas” a quem a
empresa deve algum valor, representando as obrigações que a entidade tem para com terceiros.

3) Contas do proprietário (Patrimônio Líquido, Receita e Despesa)

São as contas que representam o interesse do proprietário da entidade, ou seja, contas que demonstram o valor resi-
dual do ativo depois de deduzidas todas as obrigações, ou seja, as contas de Patrimônio Líquido. Além das contas de
patrimônio líquido, também despertam interesse do proprietário aquelas contas que fazem variar o PL, ou seja, Re-
ceita e Despesa.

4.2. Teoria materialista


Essa teoria busca a relação das contas com a materialidade dos elementos patrimoniais, identificando as contas que
integram o patrimônio (bens direitos e obrigações) e contas que representam a diferença na subtração da parte posi-
tiva, bens e direitos, com a parte negativa, obrigações, (Patrimônio Líquido Receita e Despesa).

Essa teoria divide as contas em dois grupos:

1) Contas integrais:

Contas de Ativo e Passivo.

2) Contas diferenciais:

Formadas pelas contas da Situação Líquida, Receita e Despesa.

4.3. Teoria patrimonialista


Esta teoria define o patrimônio como o objeto da contabilidade, identificando-o como uma grandeza real, sujeito a
mutações provocadas pelo desenvolvimento das atividades econômicas.

A teoria patrimonialista considera como objeto de estudo da contabilidade os fenômenos do patrimônio aziendal,
dividindo seus estudos em estática patrimonial, dinâmica patrimonial e revelação ou levantamento patrimonial.

 Estática patrimonial: estrutura do patrimônio;


 Dinâmica patrimonial: movimentação do patrimônio;
 Revelação ou levantamento patrimonial: apresentação do patrimônio.

Tal teoria serve de base para Contabilidade atual e divide as contas em dois grupos:

1) Contas patrimoniais:

Contas de Ativo Passivo Exigível e Situação Líquida.

2) Contas de resultado:

São as contas de receita e despesa.

Sendo a teoria patrimonialista a base da Contabilidade atual, utilizaremos essa teoria para tratar desse assunto a partir
de agora.

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5. Natureza das Contas

A identificação da natureza dos elementos que compõem o patrimônio de uma entidade constitui atividade que a
contabilidade desenvolve com vistas ao estudo do patrimônio em seus aspectos qualitativos.

Quando se fala em natureza da conta se está, em realidade, fazendo referência à natureza do seu saldo. Existem duas
naturezas possíveis para as contas contábeis, credora e devedora. Certamente, esse é um dos pontos que gera muitas
dúvidas, pois, para a Contabilidade, o débito e o crédito são vistos sob um ângulo diferente do senso comum, onde
bens e direitos tem natureza devedora e obrigações tem natureza credora.

Normalmente o aluno se coloca no lugar da empresa e imagina as contas como parte dela, valorando o débito como
sendo ruim e o crédito como sendo bom. Porém, quando o aluno se depara com as contas Caixa (bem), que é “bom”,
e Duplicatas a Pagar (obrigação), que é “ruim”, e percebe que quanto mais dinheiro há mais o Caixa estará devedor, e
quanto mais duplicatas têm a pagar mais essa conta estará credora, ocorre uma grande confusão, afinal, ter débitos
em nosso dia a dia é ruim, mas ter dinheiro em caixa é bom. Então porque as contas que representam bens e direitos
tem natureza devedora?”

Em função disso, é natural que o aluno tente inverter sua valoração para facilitar o entendimento, agora tudo que é
devedor é “bom” e o que é credor é “ruim”. Porém, mais uma vez, ao se deparar com a despesa, que “ruim” e tem
natureza devedora, e com a receita, que é “boa” e tem natureza credora, a sua tese fica invalidada.

O segredo para esse dilema é simples: basta não valorar nada, tratando as expressões débito e crédito como meros
classificadores de grupos de contas. Como são poucos grupos, Ativo, Passivo Exigível, Patrimônio Líquido, Receita e
Despesa, basta identificar a conta, identificar o grupo a qual ela pertence e identificar a natureza desse grupo.

Para justificar a natureza dos grupos de contas contábeis, é possível fazer uma breve ilustração para o entendimento
do tema e justificar o motivo do débito e crédito. Para tanto, é necessário imaginar a existência de cinco pessoas:

(1) A empresa.

A empresa é pessoa jurídica e, no aspecto patrimonial, autônoma em relação às outras pessoas, inclusive seu propri-
etário, com o qual não se confunde. É ela, na pessoa dos seus administradores, que responde por seus bens, direitos
e obrigações.

(2) O proprietário

Proprietário é aquele que detém os instrumentos patrimoniais, ou seja, é quem investe capital na empresa e quem,
em regra, entrega recursos para a formação do Patrimônio Inicial.

Já é sabido que a empresa é uma pessoa distinta e não se confunde com o proprietário. Isso quer dizer que a empresa
é do proprietário, mas seus bens direitos e obrigações pertencem a ela e não a ele. Ao proprietário pertencerá o
Patrimônio Líquido, quando do encerramento da empresa, ou seja, o que sobrar entre bens e direitos depois de pagas
todas as obrigações.

Mas para que o proprietário entregaria recursos para a empresa?

Para obter o excedente dos bens e direitos que ela produzir, ou seja, o lucro. O proprietário, em realidade, investe
seus recursos arriscando ganhar ou perder, pois, havendo prejuízos, o capital empregado será corroído, podendo vir
até a desaparecer. Esse recurso investido, ou o que sobrar dele, será devolvido ao proprietário se acaso a empresa
desaparecer por algum motivo.

Dessa forma, o proprietário é uma espécie “credor” da entidade, só que, diferente do passivo exigível, ele é um credor
que não pode exigir o que entregou à entidade, a não ser que ela seja extinta. O grupo Patrimônio Líquido representa

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a parte do patrimônio que pertence à empresa e que será entregue ao proprietário em caso de extinção da pessoa
jurídica.

Por esse motivo o Patrimônio Líquido e, consequentemente, suas contas, tem natureza credora.

(3) Pessoas com bens da organização em consignação (agente consignatário - Bens):

São pessoas que recebem bens da empresa em consignações e que ficam sob sua responsabilidade até que sejam
solicitados por ela. Essas pessoas têm débitos com a empresa, pois quando solicitado deverá entregar valores a ela.
Por esse motivo, os bens tem natureza devedora.

Exemplo: a conta Caixa representa os recursos em dinheiro e cheques a vista que pertencem à empresa e ficam sob a
responsabilidade do “tesoureiro”. Quanto mais entra dinheiro no caixa, maior é seu débito com a empresa. Essa regra
vale para todos os bens.

Pessoas com obrigações junto a companhia, que devem a ela (agente correspondente devedor - Ativo):

São “pessoas” de fora com quem a empresa mantém relações, por isso correspondente, e que geram contas a receber.
São “pessoas” que tem débitos com a empresa, ou seja, pessoas contra as quais a empresa tem a possibilidade de
cobrar qualquer forma de direito e quando chamadas deverão entregar bens correspondentes para quitar tais débitos.
Assim, direitos em si não são bens, mas sim o direito de receber bens de outras pessoas, por esse motivo tem natureza
devedora e fazem parte do Ativo.

Exemplo: A conta contábil “Bancos Conta Movimento” é responsabilidade do banco. Se nessa conta existe registrado
um saldo de 100, quando chamado a prestar contas na hora do saque, o banco deverá apresentar o valor de 100 em
dinheiro. Por esse motivo ele tem um débito com a empresa de 100 e assim a conta Bancos Conta Movimento tem
natureza devedora.

Exemplos: os clientes tem débitos em função de vendas a prazo (duplicatas a receber), o governante deve à empresa
impostos pagos, mas que empresa não devia (impostos a recuperar), etc.

Pessoas com direitos contra a empresa (correspondente credor - Passivo).

São “pessoas” de fora com quem a empresa mantém relações, por isso correspondente, e que geram contas a pagar
(obrigações). As contas que registram obrigações são “pessoas” que tem créditos contra a empresa. Assim, quando
essas pessoas cobrarem esses créditos a empresa deverá honrá-los, ou seja, são exigíveis. Por esse motivo, tais contas
têm natureza credora e fazem parte do Passivo Exigível.

Exemplo: contas a pagar, duplicatas a pagar, impostos a pagar, etc.

Essa é a diferença para as contas do proprietário, que também tem créditos contra empresa, mas não podem ser
exigidos enquanto ela existir.

O proprietário (Patrimônio Líquido e resultado):

Pertencem a ele as contas do titular da empresa, quais sejam:

Contas de Situação Líquida (PL).

São contas de natureza credora, pois o proprietário, que investe seus recursos, tem um crédito com a empresa, ou
seja, tem um direito sobre ela, afinal se a empresa acabar ele pode ter seu recurso de volta. Tal crédito nada mais é
que o Patrimônio Líquido que, por sua vez, é o resultado da seguinte equação: bens + direitos – obrigações = PL.

Exemplo: Capital Social, lucros ou Prejuízos Acumulados, Reservas de Capital, Reservas de Lucro, Ações em Tesouraria,
Ágio na Emissão de Ações etc.
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A diferença dessa obrigação para as obrigações que estão no Passivo Exigível, é que esta não é exigível, ou seja, o
proprietário não poderá exigi-la enquanto a empresa existir, só tendo acesso com o desaparecimento da pessoa jurí-
dica. Alguns autores, inclusive, dividem o Passivo em dois grupos com uma denominação um pouco diferenciada, o
Passivo Exigível e o Passivo não Exigível, sendo o último representado pelo Patrimônio Líquido. Porém, esse entendi-
mento não é unanimidade.

Contas de resultado (receita e despesa)

São as contas que resultam da operação da empresa e que representam o aumento e a redução do Patrimônio Líquido
em função de alterações do Ativo e do Passivo. Do confronto entre receitas e despesas surge o resultado, lucro ou
prejuízo, que altera diretamente a Situação Líquida.

A empresa funciona para o seu proprietário como uma escrava, pois trabalha para enriquecê-lo, como a riqueza do
proprietário na organização está representada pela Situação Líquida, tudo aquilo que vier a aumentá-la ou diminuí-la
é de interesse dele.

Assim, tais contas são de interesse direto do proprietário, pois alteram seu investimento na empresa para mais (re-
ceita) e para menos (despesa).

Por esse motivo, receita, que aumenta o PL, tem natureza credora e despesa, que reduz o PL, tem natureza devedora.

Segue uma representação das relações que as quatro pessoas tem com a empresa:

À esquerda: agentes que tem obrigação de entregar valores (bens e direitos) à entidade, portanto tem débitos com a
empresa, por isso suas contas tem natureza devedora.

À direita: agentes a quem a entidade vai entregar valores, por tanto tem créditos, por isso suas contas tem natureza
credora. Esses valores podem ser divididos em dois tipos:

(1) Os exigíveis: É o Passivo Exigível, porque os valores podem ser exigidos pelos credores;

(2) Os não exigíveis: É o Patrimônio Líquido, porque são valores que somente poderão ser exigidos com a extinção
da entidade. Antes disso, apenas representam o valor do direito do proprietário sobre Ativo da Entidade.

As contas de resultado receberão os lançamentos quando ocorrerem aumentos e reduções no Patrimônio Líquido,
receita para os aumentos, despesas para as reduções. Porém esses aumentos e diminuições ocorrerão de forma indi-
reta, fora da situação líquida, pois, somente o resultado é transferindo para o Patrimônio Líquido na forma de lucro,
aumentando, ou prejuízo, reduzindo.

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6. Classificação das Contas

A depender do critério que se utilize, pode-se classificar as contas das formas mais diversas, vejamos as principais
segundo Ricardo J. Ferreira (2010)1.

6.1. Quanto à natureza dos seus saldos

Quando se fala em natureza do saldo, as contas contábeis somente podem ter duas naturezas possíveis:

 Devedoras:

São devedoras as contas patrimoniais, representativas de bens, direitos, e as contas de resultado representativas
de despesas.

 Credoras:

São credoras as contas patrimoniais representativas de obrigações e do Patrimônio Líquido, e as contas represen-
tativas de receita.

Importante!

Existem contas que não tem natureza definida, pois seus saldos podem variar entre credor e devedor, como a conta
transitória para apuração do resultado. Se houverem mais receitas, lançamentos credores, que despesas, lançamentos
devedores, o saldo será credor. Se ocorrer o inverso a conta terá saldo devedor.

6.2. Quanto aos elementos que registram, segundo a teoria patrimonialista


 Contas patrimoniais:

É aquela utilizada para o registro e controle dos itens patrimoniais (Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido). Ou seja, os
bens, direitos, obrigações e Situação Liquida de uma determinada entidade, além das contas retificadoras desses gru-
pos. Estarão no Balanço Patrimonial.

 Contas de resultado:

Aglutinam os valores movimentados numa entidade que influirão diretamente no Resultado do Exercício, ou seja, são
as contas que evidenciam as Receitas e as Despesas.

As contas de compensação: São contas que registram atos administrativos relevantes, ou seja, atos que não tem re-
flexo no patrimônio, mas que, em função de seu conteúdo, podem vir a ter.

Serve de exemplo, a assinatura de contrato de alto valor como fiador. Em um primeiro momento não há impacto
nenhum sobre o patrimônio, mas se o responsável pelo adimplemento do contrato não o fizer, a empresa será então
responsabilizada o que gerará fatos contábeis que, agora sim, impactarão negativamente o patrimônio. Como a função
da Contabilidade é prestar informações aos interessados, essa informação estará mais completa se informar também
as possibilidades de alterações relevantes.

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FERREIRA, Ricardo J. Contabilidade Básica. 8º Ed. Rio de Janeiro, editora Ferreira.

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Segundo o CFC2, contas de compensação constituem sistema próprio para controle e registro dos fatos relevantes que
resultam em assunção de direitos e obrigações da entidade cujos efeitos materializar-se-ão no futuro e que possam
se traduzir em modificações no patrimônio da entidade.

Exceto quando de uso mandatório por ato de órgão regulador, a escrituração das contas de compensação não é obri-
gatória. Nos casos em que não forem utilizadas, a entidade deve assegurar-se que possui outros mecanismos que
permitam acumular as informações que de outra maneira estariam controladas nas contas de compensação.

6.3. Quanto à variação da natureza do saldo


 Contas estáveis:

São contas que somente podem ter um tipo de saldo, devedor ou credor como despesa e receita respectivamente.

 Contas instáveis:

São contas cujos saldos poderão variar entre credor e devedor, a depender da situação em que se encontrem, como
a conta Resultado do Exercício que se apresentar lucro terá saldo credor e se apresentar prejuízo terá saldo devedor.

6.4. Quanto ao desdobramento

Do desdobramento das contas surge o conceito de contas de primeiro grau e contas de segundo grau.

As de primeiro grau, ou sintéticas, são aquelas que podem se subdividir em várias subcontas. Já as de segundo grau,
ou analíticas, são aquelas que não poderão ser subdivididas em subcontas como os exemplos a baixo.

 Sintéticas (1º Grau):

São contas que agrupam os saldos de contas analíticas (subcontas) semelhantes, tal como a conta Bancos Conta Mo-
vimento, que consolida saldo das contas de todos os bancos. Os valores sintéticos são úteis para análise gerencial dos
relatórios contábeis.

 Analíticas (2º Grau):

As contas analíticas são as contas reais, que recebem os lançamentos. As contas sintéticas são simplesmente a soma
de um conjunto de contas analíticas.

Com exemplo temos a conta no Banco X.

Assim:

Caixa Geral é conta de 1º grau ................................... 100.000 (80.000 + 20.000)

Caixa da Matriz é conta de 2º grau ............................... 20.000

Caixa da Filial é conta de 2º grau .................................. 80.000

As contas analíticas são a base do sistema de acumulação contábil e têm o maior grau de detalhamento das informa-
ções contábeis.

6.5. Quanto à transitoriedade dos saldos


 Contas transitórias:

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RESOLUÇÃO CFC N.º 1.330, de 18 de março de 2011 que aprovou a Aprovar a ITG 2000 – Escrituração Contábil.

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São contas que tem seu saldo zerado a cada exercício social, sevem de exemplo as contas de resultado.

 Permanentes:

São contas que tem seus saldos transferidos para o exercício seguinte. Servem de exemplo as contas patrimoniais.

6.6. Quanto à movimentação


 Contas unilaterais:

São contas que, em regra só recebem partidas de uma natureza, credoras ou devedoras. É o caso das contas de recei-
tas, que, em regra, só recebem registros credores e despesa que, em regra, só recebem devedores. Porém essa regra
não é absoluta, as contas de receita e despesa podem ser debitas e creditas, respectivamente, para que sejam estor-
nados valores registrados erroneamente. Outro exemplo a ser citado é a conta capital Social.

 Contas bilaterais:

São contas que, normalmente recebem tanto lançamentos credores, quanto devedores. É o caso da maioria das contas
patrimoniais, como caixa, duplicatas a pagar, estoques, etc.

6.7. Outras denominações


 Contas Retificadoras

Como vimos, as contas representam os elementos patrimoniais e suas alterações, porém, em determinadas situações,
haverá a necessidade de retificar o valor desses elementos ou grupos a qual eles pertencem, para que se possa obter
o valor contábil desses elementos ou grupos.

Valor contábil é a importância real em dinheiro que um item patrimonial representa para um Patrimônio. Tal valor é
inicialmente obtido levando-se em consideração o seu valor de registro. Porem, vários são os fatores que farão com
que os itens patrimoniais não tenham como valor contábil o mesmo valor de registro.

Tal redução pode ocorrer por motivos diversos, conforme a natureza do bem e o grupo a que pertence. No ativo, por
exemplo, após o registro pelo custo histórico, alguns itens sofrerão alterações em seu valor. No caso de bens corpóreos
utilizados no funcionamento da empresa (Ativo Imobilizado), tal redução poderá ocorrer pela ação do tempo, utiliza-
ção do bem ou obsolescência. Essa desvalorização será chamada depreciação e deverá ser registrada em uma conta
própria.

Tal conta tem por objetivo mostrar a informação de quanto o bem foi desvalorizado, haja vista que se essa redução
fosse feita diretamente no valor do bem, não ficaria claro o valor de entrada e quanto foi a sua desvalorização.

Assim, no Balanço patrimonial teremos duas contas relativas ao mesmo elemento:

Uma com o registro do bem com o valor de entrada, e outra, de sinal contrário, registrando o valor da depreciação
que vai se acumulando conforme o tempo passa, ou o bem é utilizado, ou se torna obsoleto.

O valor contábil é obtido por dedução, reduzindo-se o valor do elemento da sua depreciação acumulada, como no
exemplo abaixo:

Imaginemos a que a conta contábil Veículos tenha registra o valor de 100.000 e sua conta de depreciação acumulada,
em função do uso, registre o valor de 40.000.

Qual seria o valor contábil da conta Veículos?

Hora, a conta Veículos tem natureza devedora e a conta Depreciação Acumulada tem natureza credora. Como se
referem ao mesmo bem e tem natureza contrária, o valor de uma vai reduzir o valor da outra. Então, temos que essa
conta tem um valor contábil de 60.000 (100.000 – 40.000).

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Para o CFC, valor contábil é o valor pelo qual um ativo é reconhecido após a dedução da depreciação e da perda por
redução ao valor recuperável acumuladas.

Tal raciocínio serve para todas as contas e grupos de contas passíveis de redução por contas retificadoras.

Temos também como exemplo a conta prejuízos acumulados, que reduz o valor da Situação Líquida. Lembremo-nos
do lucro alcançado pela empresa em suas operações, tal lucro fez aumentar a Situação Líquida, pois seu saldo tem
natureza credora, mesma natureza da Situação Líquida. De forma inversa, se tivesse havido prejuízo, a Situação Líquida
teria sido reduzida, pois o saldo da conta prejuízos acumulados é devedor, ou seja, contrário ao saldo da Situação
Líquida que é credor.

Assim, contas retificadoras são contas que pertencem a um grupo de contas, como o Ativo, por exemplo, mas tem
sinal contrário a eles, reduzindo assim o saldo do grupo a que pertencem. Essas contas têm por função retificar o grupo
a que pertencem para um valor que seja mais próximo da realidade.

Exemplos de contas:

Ativo

Provisão para Ajuste ao Valor de Mercado, Provisão para Devedores Duvidosos, Provisão para Perdas Prováveis na
Realização de Investimentos, Depreciação Acumulada, Amortização Acumulada, Exaustão Acumulada, Deságio a
Amortizar (na aquisição de investimentos).

Passivo:

Juros a Transcorrer, Encargos Financeiros a Transcorrer, Deságio a Amortizar (na Emissão de Debêntures a abaixo do
par, do valor).

Situação Líquida

Ações em Tesouraria, Prejuízos Acumulados, Capital a Realizar/a integralizar, Dividendos Antecipados, ajustes de ava-
liação patrimonial quando devedora.

Obs.: ajustes de avaliação patrimonial é uma conta que pode ter seu saldo variando entre credor e devedor, cuja
função registrar é as contrapartidas dos aumentos ou reduções de valor de elementos do ativo e do passivo, em razão
da avaliação desses itens a valor justo.

 Contas de compensação:

São contas que registram atos administrativos relevantes, ou seja, atos que não tem reflexo no patrimônio, mas que,
em função de seu conteúdo, podem vir a ter.

Por exemplo, a assinatura contrato de alto valor como fiador. Em um primeiro momento não há impacto nenhum
sobre o patrimônio, mas se o responsável pelo adimplemento do contrato não o fizer, a empresa será então respon-
sabilizada o que gerará fatos contábeis que, agora sim, impactarão negativamente o patrimônio. Como a função da
Contabilidade é prestar informações aos interessados, essa informação estará mais completa se informar também as
possibilidades de alterações relevantes.

Segundo o CFC, contas de compensação constituem sistema próprio para controle e registro dos fatos relevantes que
resultam em assunção de direitos e obrigações da entidade cujos efeitos materializar-se-ão no futuro e que possam
se traduzir em modificações no patrimônio da entidade.

Exceto quando de uso mandatório por ato de órgão regulador, a escrituração das contas de compensação não é obri-
gatória. Nos casos em que não forem utilizadas, a entidade deve assegurar-se que possui outros mecanismos que
permitam acumular as informações que de outra maneira estariam controladas nas contas de compensação.
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7. Representação Gráfica da Conta e Elementos Essenciais

Existem duas formas de representar uma conta contábil, a primeira é por meio do livro razão, livro onde os registros
são feitos divididos por contas contábeis como abaixo.

No livro razão deve existir espaço para registrar os elementos essenciais, conforme relação abaixo:

 Título: Nome da conta, elemento patrimonial que ela representará, como Caixa, Duplicatas a Pagar, etc;
 Data da ocorrência do fato.
 Histórico: Descrição sucinta do fato contábil ocorrido que contenha elemento de identificação, inclusive os
documentos que possam comprovar sua ocorrência.
 Valor debitado: Valor lançado no lado esquerdo do razonete, representa a aplicação dos recursos.
 Valor creditado: Valor lançado no lado direito do razonete, representa a origens dos recursos.
 Saldo: Diferença entre o total de lançamentos feitos a créditos e o total de lançamentos feitos a débito.

A estrutura básica de uma rubrica contábil ou conta contempla o nome da conta, o período a que ela se refere, seu
saldo em valor monetário e seu movimento em determinado período.

Na segunda forma, para efeitos didáticos, a conta é representada em forma de um T, chamado de razonete, sendo
uma forma simples de resumir uma página do livro razão. A esquerda se registram os débitos, a direita se registram
os créditos.

8. Funcionamento das Contas

Como vimos, as contas são ferramentas utilizadas para o registro e controle do valor dos elementos necessário ao
cumprimento da finalidade da Contabilidade. Para tanto, nas contas são realizados registros referentes ao valor dos
atos e fatos contábeis que ocorrem no cotidiano da entidade.

Esses registros são feitos conforme o método das partidas dobradas que consiste em registrar o valor do ato ou fato
duas vezes, uma a débito e uma a crédito. Vale lembrar que, para esse método, desde que feitos nas contas certas,
não importa a quantidade de lançamentos, e sim que a soma dos débitos seja igual a soma dos créditos.

Em uma compra de mercadorias pelo valor de 100, sendo 50% a vista e 50% a prazo, ocorrerão partidas em três contas:

Estoques no valor de 100. Lançamento devedor (aplicação), já que o estoque tem natureza devedora e está aumen-
tando.

Caixa no valor de 50. Lançamento credor (origem), já que o caixa tem natureza devedora e está diminuindo; e
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Duplicatas a pagar no valor de 50. Lançamento credor (origem) já que duplicatas a pagar tem natureza credora e está
aumentando.

Perceba que foram três lançamentos, um a débito e dois a crédito, porém a soma dos lançamentos credores é igual
ao lançamento devedor, o que faz cumprir o método das partidas dobradas.

A depender da natureza das contas, elas funcionarão de forma diferenciada, umas das outras.

Segue quadro explicativo:

Vejamos agora, a título de exemplos, o comportamento das contas Caixa, Estoques, Empréstimos a Pagar e Duplicatas
a Pagar diante de alguns fatos contábeis.

O que as vezes gera confusão ao fazer lançamentos contábeis é encontrar quais contas devem ser creditadas e debi-
tadas e, uma vez encontradas, em quais delas serão feitos os lançamentos credores e devedores.

Por esse motivo, para fazer lançamentos contábeis é importante seguir os seguintes passos:

(1) Identificar as contas envolvidas;

(2) Identificar a natureza das contas;

(3) Identificar se essas contas estão aumentando ou diminuindo e em que valor;

(4) Identificaras origens e aplicações de recursos, ou seja, quais contas recebem os lançamentos credores e quais
os devedores, conforme o funcionamento das contas que vimos anteriormente.

Parte-se do pressuposto que as contas estão todas zeradas.

Fato 1: em função da faltas de dinheiro o proprietário vai até um agiota e pega dinheiro emprestado: 50.000.

Do primeiro fato contábil fazem-se as seguintes afirmações:

Caixa

(1) A conta Caixa teve seu saldo aumentado em 50.000 pela entrada de dinheiro;

(2) A conta Caixa representa um bem. Sendo um bem, pertence ao Ativo. O Ativo tem natureza devedora. Assim,
a conta Caixa tem natureza devedora.

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(3) Para aumentar uma conta de natureza devedora deve-se fazer um registro devedor (um débito), no lado es-
querdo do razonete.

(4) Recebendo o lançamento devedor a conta Caixa foi a aplicação do recurso desse fato contábil.

Empréstimos a pagar:

(1) A conta Empréstimos a Pagar teve seu saldo aumentado em 50.000 com a realização do empréstimo;

(2) A conta Empréstimos a Pagar representa uma obrigação. Sendo uma obrigação, pertence ao Passivo. O Passivo
tem natureza Credora. Assim, a conta Empréstimos a Pagar tem natureza credora.

(3) Para aumentar uma conta de natureza credora deve-se fazer um registro credor (um crédito), no lado direito
do razonete.

(4) Recebendo o lançamento credor a conta Empréstimos a Pagar foi a origem do recurso desse fato contábil.

Nesse momento o saldo das contas Caixa e Empréstimos a Pagar são de 50.000

Fato 2: Compra a vista de mercadoria para revenda: 10.000.

Do segundo fato contábil fazem-se as seguintes afirmações:

Estoque

(1) A conta Estoque teve seu saldo aumentado em 10.000 pela entrada de mercadorias;

(2) A conta Estoque representa um bem. Sendo um bem, pertence ao Ativo. O Ativo tem natureza devedora.
Assim, a conta Estoque tem natureza devedora.

(3) Para aumentar uma conta de natureza devedora deve-se fazer um registro devedor (um débito), no lado es-
querdo do razonete.

(4) Recebendo o lançamento devedor a conta Estoque foi a aplicação do recurso desse fato contábil.

Caixa:

(1) A conta Caixa teve seu saldo diminuído em 10.000 com a saída de dinheiro para a compra das mercadorias;

(2) A conta Caixa tem natureza devedora.

(3) Para diminuir uma conta de natureza devedora deve-se fazer um registro credor (um crédito), no lado direito
do razonete.

(4) Recebendo o lançamento credor a conta Caixa foi a origem do recurso do fato contábil.

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Nesse momento o saldo da conta Caixa é de 40.000 e o saldo da conta Estoque de 10.000

Fato 3: Compra de mercadoria 50% a vista e 50% a prazo: 15.000

Do terceiro fato contábil fazem-se as seguintes afirmações:

Estoque

(1) A conta Estoque teve seu saldo aumentado em 15.000 pela entrada de mercadorias;

(2) A conta Estoque tem natureza devedora.

(3) Para aumentar uma conta de natureza devedora deve-se fazer um registro devedor (um débito), no lado es-
querdo do razonete.

(4) Recebendo o lançamento devedor a conta Estoque foi a aplicação do recurso desse fato contábil.

Caixa:

(1) A conta Caixa teve seu saldo diminuído em 7.500 com a saída de dinheiro para o pagamento da parte a vista
da compra das mercadorias;

(2) A conta Caixa tem natureza devedora.

(3) Para diminuir uma conta de natureza devedora deve-se fazer um registro credor (um crédito), no lado direito
do razonete.

(4) Recebendo o lançamento credor a conta caixa foi a origem de metade dos recurso do fato contábil.

Duplicatas a pagar:

(1) A conta Duplicatas a Pagar teve seu saldo aumentado em 7.500 com a compra das mercadorias;

(2) A conta Duplicatas a Pagar representa uma obrigação. Sendo uma obrigação, pertence ao Passivo. O Passivo
tem natureza Credora. Assim, a conta Duplicatas a Pagar tem natureza credora.

(3) Para aumentar uma conta de natureza credora deve-se fazer um registro credor (um crédito), no lado direito
do razonete.

(4) Recebendo o lançamento credor a conta Empréstimos a Pagar foi a origem de 50 % do recurso desse fato
contábil.

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Nesse momento o saldo da conta Caixa é de 32.500, o saldo da conta Estoque de 35.000 e o saldo da conta Duplicatas
a Pagar é 7.500.

Fato 4: pagamento de 50% do empréstimo

Do quarto fato contábil fazem-se as seguintes afirmações:

Empréstimos a pagar:

(1) A conta Empréstimos a Pagar teve seu saldo reduzido em 25.000 com o pagamento de 50% do empréstimo;

(2) A conta Empréstimos a Pagar tem natureza credora.

(3) Para reduzir uma conta de natureza credora deve-se fazer um registro devedor (um débito), no lado esquerdo
do razonete.

(4) Recebendo o lançamento devedor, a conta Empréstimos a Pagar foi a aplicação do recurso desse fato contábil.

Caixa

(1) A conta Caixa teve seu saldo reduzido em 25.000 pela saída de dinheiro para pagamento de 50% do emprés-
timo;

(2) A conta Caixa tem natureza devedora.

(3) Para reduzir uma conta de natureza devedora deve-se fazer um registro credor (um crédito), no lado direito
do razonete.

(4) Recebendo o lançamento credor a conta Caixa foi a aplicação do recurso desse fato contábil.

Nesse momento o saldo da conta Caixa é de 7.500 e o saldo da conta Empréstimos a Pagar é 25.000.

9. Plano de Contas

Plano de contas é um documento destinado à organizar as contas contábeis de uma azienda, padronizando a nomen-
clatura, a utilização e o funcionamento dessas contas, um conjunto de normas destinadas a amparar os registros con-
tábeis de uma instituição. É um documento formado por várias partes, variando de empresa para empresa, sendo as
mais comuns: Elenco de contas, Manual das Contas e Lançamentos Explicativos para o Registro de Operações Especi-
ais.

A organização elaborará seu plano de contas da maneira que melhor lhe convir, desde que observadas as normas
legais, se houverem. Assim, os planos de contas poderão conter outros elementos e informação, como o sistema de
fechamento das contas, e registros específicos sobre operações peculiares à entidade.

Segue a descrição das partes principais de um plano de contas:

9.1. Partes principais


1) Elenco ou rol das contas

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O rol de constas é um dos elementos do plano de contas é uma relação padronizada contendo o nome das contas que
serão utilizadas no registro dos elementos patrimoniais, suas variações, além das receitas e despesas auferidas pela
empresa. Este Elenco de Contas envolve a intitulação (nome) e o código (número) de cada conta;

 Intitulação:

É o nome dado a conta. Tal denominação deve expressar o elemento patrimonial, receita ou despesa a que se referir,
para tanto, essa intitulação deve representar a essência do elemento patrimonial. A escolha da denominação das
contas contábeis deve observar as necessidades das empresas, levando-se em conta o objeto social (finalidade para
qual a empresa foi criada) e as particularidades de cada uma.

Porém, nessa escolha, deve-se levar em consideração a existência de mandamentos legais que regulem a matéria,
normalmente relacionadas a certos tipos de atividades ou tipos de entidades, como a lei 6404/76, que regula as soci-
edades por ações e determina o formato do Balanço Patrimonial, estabelecendo um o agrupamento mínimo das con-
tas no Ativo e no Passivo, dividindo-os em subgrupos. Assim, essas entidades, ao elaborar seu plano de contas, devem
observar essas determinações, classificando suas contas nesses grupos segundo as regras estabelecidas pelo manda-
mento legal.

 Código:

Com o fim de facilitar o controle e o agrupamento das contas contábeis as empresas devem criar códigos que as
identifique. O Código da conta normalmente é composto por um ou mais algarismos utilizados para identificar cada
uma das contas que compõem o Plano de Contas de uma entidade. Os critérios para a codificação das contas são
escolhidos com base nas necessidades de cada empresa, e por isso podem variar de entidade para entidade.

Para facilitar o agrupamento, a codificação alcança não somente a conta, mas também os grupos aos quais elas per-
tencem. A adoção desses códigos facilita e a realização dos registros contábeis no que se refere a agilidade e correção,
principalmente quando eles são feitos por meio de sistemas informatizados, quando os débitos e os créditos são feitos
utilizando esses de códigos numéricos, ao invés de serem feitos pela intitulação de cada conta.

Porém, vale aqui também o alerta sobre a necessidade de se observar os mandamentos legais, se for o caso, e fazer a
divisão e codificação das contas segundo tais mandamentos.

Segue um exemplo simplificado de codificação com grupos e alguma contas desdobradas de seus grupos segundo a
lei 6404/76:

1. Ativo (Grupo)

1.1 Ativo Circulante (Subgrupo) 3

1.1.1 Disponibilidades (Subgrupo) 4

1.1.1.1 Caixa Geral (conta de 1º Grau)

1.1.1.1.1 Caixa da Matriz (conta de 2º Grau)

3
Luiz Ferrari em sem seu livro Contabilidade Geral denomina o essa decisão de subgrupo de 1º Grau. (FERRARI,
Luíz, Contabilidade Geral denomina. 11º. ed. Niterói: Ed. Luíz Ferrari, 2011. 168 p.)

4
Luiz Ferrari em sem seu livro Contabilidade Geral denomina o essa decisão de subgrupo de 2º Grau. (FERRARI,
Luíz, Contabilidade Geral denomina. 11º. ed. Niterói: Ed. Luíz Ferrari, 2011. 168 p.)

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1.1.1.1.2 Caixa da Filial (conta de 2º Grau)

1.1.1.2 Bancos Conta Movimento

1.1.1.2.1 Banco do Timão S/A

1.1.1.2.2 Banco do Pumba S/A

1.2 Ativo não Circulante

1.2.1 Realizável a Longo Prazo

1.2.2 Investimento

1.2.3 Imobilizado

1.2.4 Intangível

2. Passivo

2.1 Passivo Circulante

2.2 Passivo não Circulante

2.3 Patrimônio Líquido

2.3.1 Capital Social

2.3.2 Reservas de Capital

 O Manual de Contas

É um quadro onde é apresenta a função de cada conta, o funcionamento de cada conta, e a natureza do saldo de cada
conta. Tem por principal função explicar o uso adequado de cada conta constante do Elenco de Contas. Apresentando
detalhes e servindo de guia para o contabilista no registro de suas operações e para o usuário da informação no en-
tendimento dos fatos contábeis.

 Lançamentos Explicativos para o Registro de Operações Especiais

São modelos de partidas de diário, próprios para o registro de fatos que dificilmente ocorrem no dia-a-dia da empresa.

É importante ressaltar que, apesar da necessidade de padronização, o plano de contas deve ser elaborado de forma
que apresente flexibilidade, em função da impossibilidade se prever todas as situações que a empresa passará, como
a ocorrência de fatos contábeis inicialmente não previstos.

Segue um exercício de fixação e algumas enforques complementares que te auxiliarão no aprendizado da matéria.

9.2. Exercícios de Fixação

Classifique conforme a legenda abaixo:

Elemento: B (bem), D (direito) ou PL (Obrigação) R (receita) Desp. (despesa).

Natureza: D (Devedora) C (Credora).

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Gabarito:

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9.3. Exemplos de Contas e a que se Referem

Vejamos exemplos das principais contas e a que elas se referem:

1) Contas do Ativo
 Caixa: É um bem e representa o dinheiro existente na entidade, normalmente na tesourai-a. Inclui cheques de
terceiros a vista que ainda não foram depositados ou descontados.
 Bancos Conta Movimento: É um direito e representa os valores que foram depositados em instituições
financeiras, em conta corrente de livre movimentação. Se estão em conta corrente, normalmente não haverá
rendimentos.

Observação: contas bancárias negativas representam origens de recursos, devendo ser registradas no passivo circu-
lante (obrigançao)l.

 Bancos Conta Vinculada: É um direito e representa os valores que foram depositados em instituições
financeiras em conta vinculada, ou seja, sem de livre movimentação. Os motivos dessa vinculação podem ser
diversos como depósitos judiciais, valores depositados como garantia de cumprimento de contrato em
processo licitatório, etc.
 Aplicações Financeiras: É um direito e representam os valores que foram empregados em aplicações com fim
de se obter algum rendimento, normalmente juros. Dentre elas deve-se destacar as de Liquides Imediata, que
podem ser realizadas a qualquer tempo. Alguns autores classificam nesses investimentos os que possam ser
sacados em até trinta dias.

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 Duplicatas a Receber ou Devedores por Duplicatas ou Clientes: são direitos que representam os valores
devidos, normalmente referentes a vendas ou prestação de serviços a prazo.
 Provisão para Devedores Duvidosos: é uma conta baseada no Princípio da Prudência e existe em função da do
risco de não realização desses direitos, da possibilidade do não recebimento das contas a receber. Seu valor
será baseado na inadimplência dos períodos anteriores de onde se tirará uma média aritmética para se chegar
ao seu valor.

Esse valor reduzirá a conta a que se refere, sendo assim uma conta retificadora desse elemento patrimonial (normal-
mente duplicatas a receber). Se é retificadora ela reduzirá o valor do elemento e para tanto terá sinal contrário do
bem, ou seja, terá sinal credor.

 Valores Mobiliários: é uma conta que registra os valores aplicados em papéis como, ações, debêntures e
quotas de fundos de investimento. Entretanto, existem vários outros tipos de valores mobiliários. O art. 2o da
Lei nº 6.385, de 07.12.76, com alterações feitas pela Lei nº 10.303, de 31.10.01, define como valores
mobiliários:

I. as ações, debêntures e bônus de subscrição;

II. os cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados de desdobramento relativos aos valores mobiliários;

III. os certificados de depósito de valores mobiliários;

IV. as cédulas de debêntures;

V. as cotas de fundos de investimento em valores mobiliários ou de clubes de investimento em quaisquer Ativos;

VI. as notas comerciais;

VII. os contratos futuros, de opções e outros derivativos, derivativos.

VIII. Outros contratos derivativos, independentemente dos Ativos subjacentes

 Seguros a Vencer: Representa o valor pago antecipadamente pela prestação de serviços de seguros. Tal valor
é denominado prêmio de seguros.
 Mercadorias ou Estoques de Mercadorias: é o conjunto de mercadorias adquiridas com a finalidade específica
de serem revendidas. Vale ressaltar que para serem consideradas mercadorias os bens não devem sofrer
modificações significantes dentro da organização.
 Estoques de Matérias-Primas: materiais adquiridos com a finalidade de serem transformados em produtos
num processo industrial.
 Estoques de Produtos em Elaboração: para serem transformadas em produtos, as matérias primas deixam os
Estoques de Matéria-Prima entram em processo de transformação. Nesse estágio são agregados os valores
que mais tarde a transformarão no produto final, acabado. Assim esses materiais estão em um estágio de
transição, os denominados produtos em elaboração. O conjunto desses produtos formam os Estoques de
Produtos em Elaboração.

Obs: o saldo da conta é aumentado em virtude dos gastos com matérias-primas, mão-de-obra direta e custos indiretos
de fabricação necessários à produção. E é diminuído quando da conclusão do produto, com a sua transferência para
a conta Estoques de Produtos Acabados.

 Estoques de Produtos Acabados: são o conjunto de bens que passaram por um processo de transformação
dentro da entidade que, normalmente agrega valor, e estão prontos para serem vendidos aos consumidores.

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 Estoques de Materiais de Uso ou Consumo: é o conjunto de bens adquiridos par a dar suporte ao
funcionamento da entidade, sendo utilizado pela entidade no seu dia-a-dia. São exemplo desse tipo de
material: material de faxina, material de escritório, etc.
 Tributo a Recuperar: é um direito e representa a parcela desse imposto que o contribuinte tem direito a que
seja descontado no valor que ele tem a pagar desse mesmo imposto. Só ocorrem com tributos recuperáveis,
como o ICMS e o IPI.
 Adiantamentos a Empregados: é um direito e representa os valores pagos antecipadamente a um empregado,
sendo assim uma despesa antecipada que será paga pelo empregado na forma de trabalho.
 Edificações (de Uso): são imóveis, edificações utilizadas nas atividades da empresa e por isso, classificadas no
imobilizado.
 Terrenos (de Uso): são imóveis, terrenos utilizados nas atividades da empresa e por isso, classificados no
imobilizado.
 Instalações: são as instalações elétricas, telefônicas, hidráulicas, feitas para viabilizar o funcionamento da
entidade.
 Veículos: são os veículos utilizados nas atividades da empresa e por isso, classificados no imobilizado.
 Móveis e Utensílios: são todo mobiliário utilizado na nas atividades da empresa e por isso, classificados no
imobilizado. São exemplos de móveis e utensílios: mesas, escrivaninhas, cadeiras, computadores, etc.
 Depreciação Acumulada: é uma conta patrimonial utilizada para registrar a perda do valor de um bem tangível
em função da ação do tempo, do uso, ou da obsolescência. É uma conta que reduz o valor contábil do bem a
que se refere, constituindo-se assim uma conta retificadora do Ativo, sendo, portanto de natureza credora.
 Exaustão Acumulada: é uma conta patrimonial utilizada para registrar a perda do valor de bens que se
desvalorizam com a extração dos recursos (normalmente naturais) neles existentes, como minas e áreas de
extração de madeira. É uma conta que reduz o valor contábil do bem a que se refere, constituindo-se assim
uma conta retificadora do Ativo, sendo, portanto de natureza credora.
 Amortização Acumulada: é uma conta patrimonial utilizada para registrar a perda do valor de bens intangíveis
que se desvalorizam com o passar do tempo em função do direito de uso do bem ser temporário. É uma conta
que reduz o valor contábil do bem a que se refere, constituindo-se assim uma conta retificadora do Ativo,
sendo, portanto de natureza credora.
2) Contas de Passivo Exigível
 Duplicatas a Pagar ou Credores por Duplicatas ou Fornecedores: são contas que representam obrigações da
entidade surgidas, normalmente, em função de compra a prazo.
 Empréstimos e Financiamentos Bancários: são contas que representam obrigações da companhia com
terceiros, normalmente instituições financeiras, em função de financiamentos adquiridos.
 Duplicatas Descontadas: é uma conta que representa o valor de uma operação financeira em que a empresa
recebe em conta corrente recursos de uma instituição bancária na forma de adiantamento referente a
Duplicatas a Receber, já descontados os juros antecipados do período. Em troca a empresa entrega suas
Duplicatas a Receber ao banco para que o mesmo às recebe e fique com o valor. Apesar de essas duplicatas
estarem com o Banco para recebimento, em caso de não liquidação pelo devedor, a empresa permanece como
co-responsável pelo pagamento dos mesmos. Se isso ocorrer tal adiantamento passa a ser tratado como um
empréstimo normal e a empresa deverá pagar o valor não recebido.

IMPORTANTE!

Até o exercício financeiro de 2009 a conta Duplicatas Descontados era classificada como retificadora do Ativo.

 Juros a Transcorrer ou Encargos Financeiros a Transcorrer: representa o valor pago antecipadamente a título
de juros pagos, normalmente em operações de descontos de duplicatas. Figurará no Passivo Exigível como
conta retificadora da conta a que se refira, tendo assim natureza devedora.
 Tributo a Recolher: são contas que representam obrigações para com o fisco em função da incidência de
tributos em razão da existência, das atividades da empresa, da renda, etc.
 Salários a Pagar: é uma conta que representa as obrigações da empresa para com seus funcionários em função
de salários devidos e ainda não pagos.

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 Adiantamentos de Clientes: são obrigações geradas no momento em que um cliente faz um adiantamento de
valores em função da obrigatoriedade do fornecimento de bens ou prestação de serviços. Assemelha-se a um
empréstimo que será pago com bens ou serviços.
 Provisão para o Imposto de Renda: é a separação de valores que serão entregues a Receita Federal em função
de impostos incidentes sobre fatos geradores já ocorridos, mas que ainda não são devidos. Tais valores ficam
aprovisionados para serem recolhidos em momento oportuno.
 Provisão para Férias: em consonância com o princípio da competência, as empresas devem registrar suas
despesas no memento em que ocorrem, independente de pagamento. O empregado recebe o valor referente
a férias a cada ano de trabalho. Porém esse direito não é adquirido numa única vez ao término de cada ano,
ele é adquirido mês-a-mês. Como o valor só sairá do caixa da empresa por ocasião das férias do empregado e
o princípio da competência determina que a despesa seja registrada quando ocorre, a empresa deve
aprovisionar 1/12 do valor referente às férias (1/3 do salário) do empregado a cada mês nessa conta de
provisão.
 Provisão para 13º salário: segue o mesmo raciocínio da provisão pra as férias, a empresa deve aprovisionar
1/12 do valor referente ao 13º salário do empregado a cada mês nessa conta de provisão.
 Receitas antecipadas: são obrigações referentes a adiantamento de clientes que deverão ser paga com a
entrega de bens ou com a prestação e serviços. Assemelha-se a um empréstimo que será pago com bens ou
serviços.
 Duplicatas descontadas: representa os valores recebidos de instituições financeiras a título de antecipação da
conta Duplicatas a Receber. O procedimento consiste em entregar à instituição financeira esses títulos e
receber em troca o valor em dinheiro. Porém deve-se ficar a tento a duas regras:

(1) Os títulos continuam sob responsabilidade da entidade e, se não honrados pelo credor, a ela serão devolvidos
pela instituição financeira que cobrará com juros o valor disponibilizado a título de adiantamento. Em função disso, a
entidade não poderá dar baixa desses direitos em seu Ativo que lá permanecerão até que o banco avise sobre o efetivo
recebimento. O registro dessa operação é feito então em uma conta do Passivo Exigível.

(2) A instituição financeira desconta antecipadamente os encargos da operação. Assim, se uma entidade resolver
descontar 5.000 em duplicatas com jutos de 10% terá depositado em sua consta corrente somente 4.500. Os 500
descontados a título de juros deverão ser registrados em uma conta denominada Juros a Transcorrer, de natureza
devedora, que figurará como redutora da conta Duplicatas Descontadas, ou seja, uma retificadora do Passivo Exigível.

A conta juros a transcorrer é patrimonial e representa uma despesa antecipada que deverá ser revertida de forma
proporcional para o resultado como despesa a medida que o tempo referente à operação transcorrer.

Por fim, ainda referente à essa conta, vale lembrar que somente a partir de 2010 ela passou a figurar no Passivo, até
então ela era tratada como redutora do Ativo.

3) Contas de Patrimônio Líquido (SL)


 Capital Social: representa o valor do capital investido pelo proprietário na empresa.
 Lucros ou Prejuízos Acumulados: Representa o resultado pela empresa no decorrer do desenvolvimento de
suas atividades. Se obtiver mais receita que despesa a conta registrará lucro. Se ocorrer o inverso a empresa
terá prejuízo. Sendo prejuízo essa conta terá saldo devedor, caracterizando-se como uma conta retificadora
ou redutora.
 Reservas de lucro: são valore reservados para uma destinação específica. Tais valores são retirados do lucro
da empresa e, portanto, transitam pelo resultado, ou seja, são fruto das atividades que geram receita e
despesa. São elas: Reserva Legal, Reserva Estatutária, Reserva para Contingência, Reserva de incentivos fiscais,
Reserva Retenção de Lucro, Reserva de Lucros a Realizar.
 Reserva de Capital: são valore reservados que não transitam pelo resultado da empresa, ou seja, não são fruto
das atividades que geram receita e despesa, e sim de outras fontes como ágio na emissão de ações; alienação
de partes beneficiárias e alienação de bônus de subscrição.
 Ações em Tesouraria: representam as ações da própria companhia que foram adquiridas por ela. Essas ações
serão deduzidas, reduzirão a conta origem dos recursos pra adquiri-las. Assim, é uma conta retificadora e tem
natureza devedora, caracterizando-se como uma conta retificadora ou redutora.
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4) Contas de Resultado

4.1) Receita:

 Receita de vendas (vendas): representa as contrapartidas dos valores que entraram no Ativo na forma de
dinheiro (caixa) ou direitos (contas a receber) em função das vendas de produtos ou mercadorias relacionados
com as atividades principais da empresa, seu objeto social.
 Receita de prestação de serviços: representa as contrapartidas dos valores que entraram no Ativo na forma
de dinheiro (caixa) ou direitos (contas a receber) em função da prestação de serviços relacionados com as
atividades principais da empresa, seu objeto social.
 Receita de juros: representa as contrapartidas dos valores que entraram no Ativo na forma de dinheiro (caixa)
ou direitos (contas a receber) em função juros que a empresa fez jus.
 Juros Ativos: é uma outra forma de chamar a receita de juros.
 Alugueis Ativos: representa as contrapartidas dos valores que entraram no Ativo na forma de dinheiro (caixa)
ou direitos (contas a receber) em função aluguéis que a empresa fez jus.
 Superveniência ativa (do Ativo): é uma receita eventual, peculiar às atividade da empresa e é representada
pelo surgimento de um Ativo sem o desaparecimento de um outro Ativo relacionado e proporcional ou o
surgimento de um Passivo, também relacionado e proporcional.
 Insubsistência ativa (do Passivo): é uma receita eventual, peculiar às atividade da empresa e é representada
pelo desaparecimento de Passivo Ativo sem o desaparecimento de um outro Ativo relacionado e proporcional
ou o surgimento de um Passivo, também relacionado e proporcional.

4.2.) Despesa:

 Custo das Mercadorias Vendidas (CMV): é o a contrapartida em função da entrega ou redução de um Ativo
em particular, o Estoque de Mercadoria. É o reflexo negativo no patrimônio Líquido da redução desse bem.
 Custo dos Serviços Prestados (CSP): é a contrapartida em função É o reflexo negativo no patrimônio Líquido
do consumo de Ativos no esforço de gerar receitas com a prestação dos serviços vendidos que são os valores
gastos para prestar esses serviço.
 Custo dos Produtos Produzidos (CPP): se assemelha muito ao CMV, a diferença que vão compor essas despesas
todos os custos de produção, inclusive o custo de matéria prima.
 Despesa de Aluguel: é a contrapartida relativa à redução do Ativo ou aumento do Passivo em função de
aluguéis pagos ou devidos.
 Aluguéis Passivos: é outra forma de denominar a despesa de aluguel.
 Despesa de juros: é a contrapartida relativa à redução do Ativo ou aumento do Passivo em função de juros
pagos ou devidos.
 Superveniência Passiva (do Passivo): é uma despesa eventual, peculiar às atividades da entidade. É
representada pelo surgimento de um Passivo, sem o surgimento de um Ativo ou desparecimento de outro
Passivo relacionado e proporcional.
 Insubsistência passiva (do Ativo): é uma despesa eventual, peculiar às atividades da entidade. É representada
pelo desparecimento de um Ativo sem o desaparecimento de um Passivo ou o surgimento de Ativo
relacionado e proporcional.
 Depreciação: também chamada de Despesa com Depreciação, é a despesa referente à redução do valor de
um Ativo em função do registro da depreciação acumulada que vimos anteriormente. Enquanto a Depreciação
Acumulada reduz o valor do Ativo a que se refere, a despesa com depreciação representará a redução da
Situação líquida.
 Exaustão: também chamada de Despesa com Exaustão, é a despesa referente à redução do valor de um Ativo
em função do registro da Exaustão Acumulada que vimos anteriormente. Enquanto a Exaustão Acumulada
reduz o valor do Ativo a que se refere, a Despesa com Depreciação representará a redução da Situação líquida.
 Amortização: também chamada de Despesa com Amortização, é a despesa referente à redução do valor de
um Ativo em função do registro da Amortização Acumulada que vimos anteriormente. Enquanto a
Amortização Acumulada reduz o valor do Ativo a que se refere, a Despesa com Amortização representará a
redução da Situação líquida.

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10. Origens e aplicações de recursos

10.1. Origens de Recursos


Toda pessoa jurídica para existir necessita de um patrimônio. Para que esse patrimônio seja formado, deverá haver,
necessariamente, origens e aplicações de recursos.

Origens são as fontes de onde surgem os recursos para serem aplicados em bens, direitos e despesas, que pode ser
monetário ou não. É possível identificar as origens de recursos segundo um aspecto amplo e um aspecto estrito.

Amplo:

Ao observar o patrimônio de qualquer entidade é possível identificar quais foram as origens de recurso que fizeram
surgir o Ativo, afinal bens e direitos não surgem como em um passe de mágica. Eles tiveram origem naqueles que
disponibilizaram recursos para financiá-los.

Duas são as fontes que financiam os ativos e despesas. São elas: o Passivo exigível, ao emprestar recursos que propi-
ciaram à formar parte de seu ativo e incorrer em parte das suas despesas; O Patrimônio Líquido, por meio do qual a
própria entidade utiliza seus recursos, gerados (receitas) ou recebidos (proprietário) para se financiar o restante de
seus ativos e despesas.

Dessa forma, em sentido amplo, as origens de recurso são formadas pela soma do Passivo, Patrimônio líquido e Re-
ceitas (Origens = P + PL + Rec.) Inclui-se também a esse grupo as contas retificadoras do ativo (Origens = P + PL + Rec.
+ Ret. do Ativo). ou seja, todas as contas de natureza credora.

Estrita:

Em sentido estrito, ou seja, em cada fato contábil, origem de recursos é todo lançamento credor, ou seja, toda conta
que receba um lançamento credor.

Essa é a fundamentação utilizada no método das partidas dobradas, não importando a conta que tenha recebido o
lançamento, se de ativo, passivo, patrimônio líquido ou receita.

10.2. Aplicação de Recursos


Como visto, toda pessoa jurídica para existir necessita de um patrimônio. Para que esse patrimônio seja formado
deverá haver necessariamente, origens e aplicações de recursos.

Aplicação é o destino do recurso obtido na origem, que pode ser monetário ou não.

É possível identificar as aplicações de recursos segundo um aspecto amplo e um aspecto estrito.

Amplo:

Ao observar o patrimônio de qualquer entidade é possível identificar onde foram aplicados os recursos obtidos no
Passivo Exigível e no Patrimônio Líquido, no Ativo e nas despesas.

Dessa forma, em sentido amplo, as aplicações de recurso são formadas pela soma do Ativo com as Despesas (Aplica-
ções = A + Desp.) Inclui-se também a esse grupo as contas retificadoras do Passivo exigível e do Patrimônio Líquido
(Aplicações = A + Desp.+ Ret. do P + Ret. do PL), ou seja, todas as contas de natureza devedora.

Estrito:

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Professor Marcelo Adriano

Em sentido estrito, ou seja, em cada fato contábil, aplicação de recursos é todo lançamento devedor, ou seja, toda
conta que receba um lançamento devedor.

Essa é a fundamentação utilizada no método das partidas dobradas, não importando a conta que tenha recebido o
lançamento, se de ativo, passivo, patrimônio líquido ou despesa.

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