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Esta teoria atribuía às pessoas a responsabilidade para cada conta, de forma que
o responsável pelo caixa devia à empresa o equivalente ao valor registrado nessa conta.
Os terceiros de quem a empresa tinha valores a receber eram os devedores e, por fim,
os terceiros a quem a entidade devia eram os seus credores.
Os conceitos de débito e crédito serão apresentados mais adiante, mas, por hora,
já é possível compreender o seguinte: as contas representativas de bens e direitos
possuem saldo devedor e são debitadas quando aumentam de valor, pois as pessoas
responsáveis pelos bens e direitos da entidade deviam a esta. As contas representativas
de obrigações da entidade indicavam créditos dos terceiros para com esta, por isso
possuem saldo credor e são creditadas quando aumentam de valor. Repare que as
contas representam os terceiros em relação ao patrimônio da entidade e por isso são
representados desta forma.
Assim, por essa teoria, as contas representavam as pessoas que eram responsá-
veis por determinados bens e/ou direitos, ou as que detinham o direito a crédito perante
a entidade.
Essa teoria classificava as contas em dois grandes grupos, a saber:
1 – Contas dos agentes; e
2 – Contas dos proprietários.
As contas dos agentes, por sua vez, são subdividas em contas dos agentes
consignatários e contas dos agentes correspondentes. Cada um desses grupos (e
subgrupos) compreende o seguinte:
a) CONTAS DOS AGENTES CONSIGNATÁRIOS: essas contas representavam os
bens da empresa. Existiam pessoas que recebiam em consignação os bens da entidade,
sobre os quais eram os responsáveis e, portanto, os devedores (note que, como
veremos, as contas representativas de bens são de natureza devedora).
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Conforme o próprio nome nos diz, essas contas representavam uma relação com a
materialidade, ou seja, só deveriam existir enquanto houvesse também os elementos
materiais por ela representados na entidade. As contas, por essa teoria, eram
classificadas em:
a) CONTAS INTEGRAIS: eram aquelas representativas de bens, direitos e obrigações
(com terceiros), ou seja, ativo e passivo exigível.
b) CONTAS DIFERENCIAIS: eram as representativas de receitas, despesas e
patrimônio líquido.
3. As Contas
É a conta que expressa a existência de vários fatos. Assim, temos, por exemplo, a conta
fretes, que pode ser movimentada por ocasião da avaliação de compras, vendas,
despesas gerais e outras.
Outros exemplos: salários, almoxarifado, seguros, viagens etc.
No plano de contas teríamos:
• BANCOS (conta sintética)
• BANCO DO BRASIL S/A (conta analítica)
• BANCO ITAÚ S/A (conta analítica)
• BANCO BRADESCO S/A (conta analítica)
A conta analítica pode, portanto, ser entendida como sendo aquela que representa a
análise de outra ou outras contas. É um tipo de conta mais específica, enquanto a
sintética é um tipo de conta mais genérica.
Obs.: Essa relação é válida para a conta, mas não o é para o balanço patrimonial, pelo
menos não na íntegra, pois temos as chamadas contas retificadoras (veremos adiante),
que funcionam de forma inversa.
Todo aumento de ativo ou de despesa deve ser lançado no lado esquerdo, ou seja,
DEBITA-SE a conta.
Toda diminuição de ativo ou de despesa deve ser lançado no lado direito, ou seja,
CREDITA-SE a conta.
Todo aumento de passivo, PL ou receita deve ser lançado no lado direito, ou seja,
CREDITA-SE a conta.
Toda diminuição de passivo, PL ou receita deve ser lançada no lado esquerdo, ou seja,
DEBITA-SE a conta.
As contas devem ser agrupadas de acordo com o estabelecido pela Lei no 6.404/1976,
para elaboração do BALANÇO PATRIMONIAL, que será estudado em capítulo próprio.
Aqui, vamos enunciar esses grupos e relacionar um mínimo de contas básicas para o
leitor poder trabalhar com os lançamentos, lembrando sempre que o estudo completo
das contas se dará no decorrer do livro.
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São as contas que integram o balanço patrimonial e estão representadas nos grupos do
ATIVO, PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO. O balanço patrimonial representa a
situação estática, de dado momento, do patrimônio da entidade, como no exemplo a
seguir:
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Ou ainda:
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital social 2.000,00
(–) Capital a realizar (500,00)
1.500,00
6.1.1. Escrituração
O termo partida, como já o disse Antônio Lopes de Sá, significa o “registro de um fato
ou de vários fatos patrimoniais em forma contábil, caracterizando-se a conta, o
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histórico, os valores e a data em que se verificou o fato”. Dessa forma, temos que
partida, em Contabilidade, é sinônimo de lançamento, quer no livro DIÁRIO, quer no
livro RAZÃO.
O fundamento desse método consiste em movimentarem-se, sempre, pelo menos
duas contas, ou seja, se efetuarmos um débito em uma ou mais contas, devemos
efetuar um crédito, de valor equivalente, em uma ou mais contas, de maneira que a
soma dos débitos efetuados em um dado período seja igual à soma dos créditos
efetuados no mesmo período.
Simplificando, em decorrência da aplicação deste método, temos que:
a) não há débito sem o correspondente crédito;
b) a soma dos débitos será sempre igual à soma dos créditos;
c) a soma dos saldos devedores será igual à soma dos saldos credores; e
d) as origens dos recursos (financiamentos) serão iguais às aplicações (in-
vestimentos).
RESULTADO DO EXERCÍCIO
[Receitas – Custos/Despesas] = 51.900,00 – 24.900,00 = 27.000,00 (Lucro)
Assim:
7. Exemplo prático
O fato de a empresa ter efetuado uma aquisição de mercadorias a prazo fez surgir a
conta de mercadorias no ativo e a conta fornecedores (obrigação) no passivo. O PL,
entretanto, manteve-se inalterado.
Fato interessante a ser considerado é que nas transações realizadas a prazo há, mesmo
que de forma implícita, a incidência de juros e, neste caso, o valor correto a ser
registrado para o custo da transação é o valor presente (sem os juros), conforme
veremos no decorrer deste livro.
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Obs.: Reparem que o total do ativo deve ser sempre igual ao total do passivo. Esta
conclusão é obtida pela aplicação da equação fundamental do patrimônio e do
método das partidas dobradas.
e) Abertura de conta-corrente no Banco do Estudante S/A, com depósito inicial de $
500,00.
Obs.: Todas as contas envolvidas nas transações são patrimoniais. Por essa razão o
Patrimônio Líquido não sofreu alteração.
1) ATIVO
a) Ativo circulante – disponibilidades, valores a receber de curto prazo, estoques e
despesas do exercício social seguinte.
b) Ativo não circulante:
b.1) realizável a longo prazo – direitos realizáveis após o término do exercício social
seguinte, assim como empréstimos, vendas e adiantamentos efetuados pela empresa
a sócios, coligadas, controladas, que não constituam operações usuais da empresa.
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2) PASSIVO
a) Passivo circulante – são as dívidas de curto prazo, ou seja, vencíveis até o final do
exercício seguinte.
b) Passivo não circulante – são obrigações com vencimento após o final do exercício
seguinte. Incluem também as receitas diferidas e custos diferidos correlatos.
c) Patrimônio líquido – é a parte do patrimônio formada basicamente pelos
investimentos realizados pelos sócios na empresa e pelos resultados obtidos pela
empresa no desempenho de suas atividades ainda não distribuídos aos acionistas.
Obs.: Vale lembrar que o termo PASSIVO, acima referido como o lado direito do balanço
patrimonial, englobando o circulante, não circulante e patrimônio líquido, é utilizado em
muitas situações (em concursos e neste mesmo livro) como referência apenas ao
PASSIVO EXIGÍVEL (circulante + não circulante). Portanto, todo cuidado é pouco, pois
o passivo exigível, na maioria das vezes, é chamado simplesmente de PASSIVO.
Entretanto, quando se faz menção a Lei das S/As, o PASSIVO engloba, também, o
Patrimônio Líquido, conforme determina o § 2o do art. 178:
9. Plano de contas
absorver novas contas durante o exercício social. Isto se faz necessário porque, muitas
vezes, ocorrem fatos não previstos por ocasião da elaboração do plano de contas, tais
como: criação de novos tributos, lançamento de novos produtos, venda de mercadorias
oriundas de uma nova representação etc.
A maioria das empresas não trabalha com um plano de contas na acepção da
palavra. Usa apenas um elenco de contas. A diferença entre um e outro reside no fato
de que o plano de contas, além de apresentar a relação das contas (elenco), mostra a
função e o funcionamento destas. O elenco de contas só exibe a relação das contas a
serem movimentadas.
A função de uma conta é registrar e controlar, de forma ordenada, os fatos ad-
ministrativos pertinentes. O funcionamento é a própria movimentação da conta, ou
seja, quando esta deverá ser debitada ou creditada.
Contas analíticas são as que não podem ser desdobradas, pois são as individuais.
Contas sintéticas são as que representam coletivos ou várias contas analíticas,
como clientes, por exemplo. Para as demais contas, aplica-se o mesmo critério,
assim:
a) passivo e patrimônio líquido são representados pelo no 2;
b) contas de despesas pertencem ao grupo no 3;
c) contas de receitas, pelo grupo no 4; e
d) contas de apuração, pelo grupo no 5.
Segue uma lista de contas que compõem um exemplo fictício de um elenco de contas
de uma empresa.
1. (UFP – 2010) Considerando o Método das Partidas Dobradas, assinale a alternativa correta.
a) É um método de cálculo relacionado com as definições de fatura e duplicata, quando da
emissão das notas fiscais pela venda de mercadorias, ou seja, emite-se a fatura e a duplicata
será cobrada.
b) O método garante o equilíbrio entre as receitas e as despesas, em respeito ao princípio da
continuidade da Entidade, no tempo, considerando que o mais importante é que a empresa
continue funcionando.
c) Determina que, para qualquer fato contábil, haverá um débito e um crédito de igual valor ou
um débito (ou mais débitos) de valor idêntico a um crédito (ou mais créditos).
d) Representa uma duplicidade de lançamentos, pois um valor contábil deve ser dividido por
dois para localizar o valor correto, razão pela qual é muito pouco utilizado.
e) Esse método só foi aplicado pelos mercadores de Veneza no século XIV. Atualmente só faz
parte da história da evolução contábil, porque o método utilizado hoje em dia é o direto, que
está inserido nos padrões da contabilidade internacional (IFRS).