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Em contabilidade designa-se por conta o conjunto dos valores patrimoniais que apresentam
características idênticas.
Já foi referido que o património de uma empresa é constituído por um grande e complexo de
elementos e natureza de bens.
Com todos esses elementos podem ser mensuráveis ou seja traduzidos numa unidade de valor comum,
isto é, transforma-se as matérias ou os objectos em valores possibilitando a sua mensurabilidade
que é o mesmo a comparação entre si. Um televisor e um livro apresentam-se com características
diferentes mas graças a sua quantificação (tradução na mesma unidade) podem facilmente serem
comparáveis.
É graças a essa quantificação que o trabalho contabilístico se pode levar em consideração ou adiante.
Sem aquela, ele seria de difícil execução como também perderia o seu significado na medida que se
recendia a um conjunto de elementos em que sem os quais não seria possível estabelecer qualquer
relação. Dai que consoante sua natureza ou função que desempenham a empresa, os valores
patrimoniais possam ser agrupados em classes com características comuns.
Chegamos assim a noção de Conta que podemos definir como um conjunto de elementos patrimoniais
expressos em unidades de valor.
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Por: Ramos A. Ramos Contabilidade Geral UP-MTZ-AGE-4° Ano
Conta é um resumo de elementos patrimoniais com determinadas características comuns e
específicas.
A conta representa uma classe de valores ou elementos patrimoniais, mas a sua disposição é tal que
permite registar todas as variações sofridas por esses elementos.
Uma conta é um recurso contábil para reunir sob um único item todos os eventos e valores
patrimoniais de mesma natureza. Ex: a conta do Banco Santos reúne todos os movimentos, depósitos
e retiradas de dinheiro realizadas no Banco de investimento de Moçambique; a conta Veículos
informa os movimentos, compras e vendas, de veículos. (Toyota de Moçambique).
Conta é o registro de débitos e créditos da mesma natureza, identificados por um título que
qualifica um componente do património ou uma variação patrimonial.
A conta ou o objecto da conta caracteriza-se através do seu título, do ponto de vista, compreensão
ou conteúdo e da sua extensão ou valor.
O título consiste na palavra ou expressão do que se designa conta ou classe de valores. Deve ser tal
que revele imediatamente a natureza dos elementos que o compõem, isto é, nos leva a conhecer o seu
conteúdo. Tem como finalidade identificar a conta e distingui-lo de todos os outros pelo que será
fixo e imutável. Deve ser claro no que respeita a característica comum dos elementos a que diz
respeito e deã logo uma ideia sobre o seu ponto de vista. Exemplos: mercadorias, deposito a ordem,
fornecimento de serviços externos…
Vejamos um exemplo: os escritores das empresas estão geralmente com os imoveis diversos como
tais secretarias estantes, cadeiras e outros. Todos elementos possuem características comuns de se
destinarem com indispensável apetrechamento dos escritórios.
A extensão, prende-se com o aspecto quantitativo da conta e respeita ao valor da conta expresso em
unidades monetárias ou em outra espécie.
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Por: Ramos A. Ramos Contabilidade Geral UP-MTZ-AGE-4° Ano
Se o título é fixo e é imutável a extensão já não é, pelo contrário constitui elemento variado da
conta na medida em que os elementos patrimoniais que o engloba, estão sujeitos as avaliações
continuas provocadas pelas operações realizadas.
A conta constitui a base de toda escrituração pois é a partir dela que se desenvolve todo o trabalho
contabilístico. Sendo assim a conta deve obedecer a requisitos próprios a seguir indicadas:
- Homogeneidade segundo a qual uma conta só deve conter elementos que obedecem a
característica comum que ela define. Assim, a dívida de um cliente à empresa, nunca poderá ser
registada numa conta que não indique uma dívida a receber, ou seja, a conta em que aquela for
registada deve incluir apenas os elementos que possuam a mesma característica: valores que a
empresa tem direito a receber.
- Integridade segundo a qual todos elementos que gozam da características comuns por ela definida
devem ser incluídos. Deste modo a conta Mercadorias, deverá incluir todos os tipos de mercadorias
transaccionadas pela empresa, assim como as suas variações.
Em suma, a conta deve ser homogenia e integral dado que só devera admitir os movimentos ligados
com a respectiva classe de valores não excluindo qualquer deles.
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Por: Ramos A. Ramos Contabilidade Geral UP-MTZ-AGE-4° Ano
Por exemplo:
1.2. BANCOS
1.2.1. – BIM
1.2.1.1. – MTN
1.2.1.2. – USD
1.2.2. BCI
A distinção entre as contas subsidiarias e contas divisionárias pode ser feita quanto ao grau e
quanto a mecânica. Assim, enquanto as primeiras (subsidiarias) são de grau correspondente a
respectiva conta principal, as contas divisionárias são de grau imediato ao das respectivas contas
colectivas.
Quanto a mecânica. Os factos patrimoniais são registados nas contas subsidiarias as contas
principais periodicamente por transferência de saldo periodicamente.
Contas Mistas e Contas a Ordem – as primeiras sãos as que reúnem elementos patrimoniais de
natureza diferente. É o caso, por exemplo: da conta Outros Devedores e credores que reúne contas
do activo e do passivo; as contas a ordem, são as que na altura não alteram o valor do património mas
que mais tarde o poderão alterar. É o caso, por exemplo: das contas letras descontadas.
As contas dizem-se do 1º, 2º e 3º grau grão conforme sejam subdivisões de outros ou inversamente
integração nelas.
Contas do 1º grau, 2º grau, 3º grau, etc… as primeiras só as que evidenciam directa e imediatamente
a decomposição do activo, do passivo e do capital próprio, as de 2º grau são as que resultam do
desdobramento das contas do 1º grau e assim sucessivamente.
Exemplo:
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Por: Ramos A. Ramos Contabilidade Geral UP-MTZ-AGE-4° Ano
Em suma: as contas são classificadas em dois grupos: patrimoniais e de resultado.
Cada conta corresponde um gráfico ou quadro o qual constitui o dispositivo prático para acompanhar
as suas variações quantitativas. Inscrevendo-se neste quadro a extensão (o valor) inicial da conta e
as variações seguintes consegue-se saber a qualquer momento o valor dos elementos patrimoniais
que agrupam.
Nas contas em dispositivo horizontal ou em T, o lado esquerdo designa-se por “Debito” ou “Deve” (D)
e o lado direito por “Haver” (H) ou “Credito” (C). Assim, as importâncias anotadas ou a anotar no lado
esquerdo dizem-se débitos e as a importâncias registadas ou a registar no lado oposto chamam-se
créditos.
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1.4. TERMOS TÉCNICOS, NATUREZA E SALDO DAS CONTAS
São diversos os termos técnicos utilizados no uso das contas, entre os quais podemos citar:
Debitar uma conta significa efectuar um lançamento na parte esquerda da conta ou seja lado do
debito; Creditar uma conta corresponde a fazer um lançamento na parte direita, isto é, no lado do
crédito.
As contas devedoras (aplicação) são as representativas dos bens, direitos, despesas e custos.
Possuem permanentemente saldo devedor, devendo ser primeiro debitadas e depois creditadas.
Ex: Caixa, Bancos, Mercadorias, Salários e Custos dos produtos vendidos.
As contas credoras são as representativas das obrigações, do património líquido, das receitas e dos
ganhos. Possuem permanentemente saldo credor, devendo ser primeiro creditadas e depois
debitadas. Ex: salários a pagar, imposto a pagar, fornecedores e juros recebidos.
Balancear uma conta consiste em comparar o seu débito com o seu crédito e a diferença, chama-se
saldo da conta (s), este por sua vez é definido como sendo a diferença entre o débito e o crédito
num determinado momento. Logo:
D – C = S
Três situações se podem verificar:
a) D > C => Sd (saldo devedor);
b) D = C => a conta não tem saldo e diz-se saldada;
c) D < C => Sc (saldo credor)
Uma vez determinado o saldo, este adiciona-se ao lado cuja a soma for de menor valor obtendo-se
assim uma igualdade entre os dois lados da conta.
Atendendo as três hipóteses teremos:
Saldar uma conta consiste em lançar o saldo por forma a que o total do debito seja igual ao total do
credito da conta.
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Fechar uma conta corresponde a somar as colunas dos valores do débito e do crédito, depois de a
conta estar saldada, o débito e o crédito, sublinhando com dois traços cada soma o que se designa
por trancar a conta. Nestas condições as contas dizem-se fechadas.
Reabrir uma conta consiste em inscreve o saldo da conta antiga na coluna do débito da nova conta,
se o saldo na conta antiga era devedor, ou na coluna do crédito se era credor.
Transferir uma conta - significa levar o seu saldo a débito ou a crédito de outra conta.
Daqui se infere que qualquer facto patrimonial implica sempre a variação do dever ou mais contas e
dai a regra fundamental das partidas dobradas ou digrafia (movimentação de mínimo 2 contas).
O método digráfico ou das partidas dobradas, data do seculo XV, havendo que afirme que o frade
franciscano luca paccioli (autor de uma monumental enciclopédia matemática “summa de arithmetica
proportioni et propornalita”, na qual inclui o tratactus de computis et scripturios” – 1494, que foi a
primeira obra impressa de doutrina contabilística) foi o seu inventor.
“A variação de uma conta e’ sempre equilibrando pela variação de outra ou outras contas”.
Segundo este método, todo o débito numa conta origina o crédito noutra ou noutras e vice-versa,
cada facto patrimonial determina um registo em duas ou mais contas, por forma a que ao valor de
cada débito (ou créditos corresponde sempre um crédito (ou créditos) de igual valor.
O balanco é a conta da máxima generalidade, dele podem extrair-se as naturezas das várias contas e
assim teremos;
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Em face deste esquema podem enunciar-se as seguintes regras para movimentação das contas, uma
vez se conhecem onde as extensões iniciais e as variações devem ser registadas. Essas regras são as
seguintes:
As Contas do Activo são debitadas pela extensão inicial e pelos aumentos de extensão e credita-se
pelas diminuições de extensão.
As Contas do Passivo e do Capital Próprio inicial são creditadas pela extensão inicial e pelos
aumentos de extensão e debitadas pelas diminuições de extensão;
As contas passivas são creditadas quando o património assume obrigações e debitada quando as
liquida. O património líquido, como complemento do passivo para igualar ao activo, obedece ao mesmo
mecanismo das demais contas passivas, ou seja, suas contas são creditadas quando há aumento de
património, e debitadas quando há redução, isto é, as contas do passivo e da situação líquida inicial
debitam-se pelas diminuições; creditam-se pela extensão inicial e pelos aumentos.
As Contas do Capital Próprio adquirido são debitadas pelos custos e perdas e creditadas pelos
proveitos e ganhos.
As contas das despesas são debitadas, pois representam redução do seu património líquido, enquanto
as contas de receitas são creditadas, pois representam o aumento do património líquido, isto é, As
contas de situação líquida adquirida, isto é, as contas de resultados debitam-se pelos custos
(encargos) e, creditam-se pelos proveitos (ganhos).
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