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INTERNO NAS
EMPRESAS
COMO INSTRUMENTO DE
APOIO À CONTABILIDADE
Tema apresentado pelo Professor Doutor
“Mendes Pedro Ludi”
A apresentação do presente tema
encontra-se explanado em 5 vertentes
essenciais, que são:
1. Vertente histórico do controlo interno;
2. Vertente conceptual do controlo interno;
3. Vertente da actualidade do controlo
interno a nível internacional;
4. Vertente da actualidade do controlo
interno em Angola e em particular nas
MPME;
5. Vertente do controlo interno como
instrumento de apoio à contabilidade nos
procedimentos de controlo interno das
vendas nas MPME.
1ª. Surgimento: Surge com a necessidade de aplicar
"controlo" para exercer poder; A evidência disso
regista-se, desde a Roma antiga, o Código Justiniano,
Ponto de vista que consolidou e estruturou uma ordem que
controlava as despesas de todo o império;
2ª. Transição: Considerada como a etapa intermedia
histórico que ocorre com o surgimento do sistema feudal, na
Atenas, quando aparecem documentos dos Tribunais
de Contas; A partir deste momento as civilizações
onde a escrita não era conhecida, começaram a
utilizar instrumentos de registo, que gradualmente
Podemos caracterizar em três adquiriram o status de registo e controlo das
transações comerciais realizadas;
etapas fundamentais entre o 3ª. Evolução: Conhecida como a etapa da evolução
surgimento e a evolução do dos procedimentos do controlo interno, que ocorre a
partir do século XV, com o surgimento do método de
controlo interno dupla entrada (conhecido mundialmente como o
método das partidas dobradas criado em Itália pelo
Frei ou Padre Lucas Pacioli, publicado pela primeira
vez no seu livro “Summa de Arithmetica, Geometria,
Proportioni et Proportionalità em 1494”.
Foi na terceira etapa que surge a primeira
medida de controlo implementada para
garantir de forma clara e confiável o
registo de eventos diários no património
de uma empresa. Contudo, somente no
final do século XIX e na segunda metade
do século XX que os empresários ficaram
preocupados e começaram a se interessar
sobre o estabelecimento e implementação
de controlos, como sistemas destinados a
proteger seus patrimónios e interesses.
Ponto de vista actual do Controlo Interno a nível internacional
• Para além da gestão dos riscos, o controlo • Segundo (Younas & Kassim, 2019). O controlo
interno tem também na sua génese o combate interno, assegura também que todas as
da fraude (Inácio, 2014). É impossível operações funcionem de modo efectivo e em
eliminar de forma definitiva a ocorrência de conformidade com as leis. De um modo geral,
erros e fraudes, no entanto é possível mitigar a proporciona a toda a organização a confiança
sua ocorrência através da implementação de adequada para que consiga alcançar os
salvaguardas, isto é, de mecanismos de objectivos traçados, com resultados económicos
controlo interno eficazes que permitam às favoráveis e com o mínimo de recursos,
organizações atingir os seus objectivos, bem influenciando assim toda a organização de forma
como cumprir as suas obrigações (AICPA, 2014). positiva. O controlo interno protege tanto as
organizações como também todas as pessoas
nela envolvidas, trazendo assim uma segurança
adequada nas actividades que executam.
Segundo (Younas & Kassim,
2019, p. 4) “um forte controlo
interno é a chave para o sucesso
do negócio e essencial para a
obtenção de lucros saudáveis”
Para o êxito do controlo interno e a eficaz e
eficiente implementação do SCI nas instituições
públicas e privadas é elementar a obediência dos 8
princípios fundamentais do Controlo Interno que são:
▪ Segundo Ludi (2021, P. 35), a cultura ▪ As MPMEs angolanas são apoiadas pela Lei 30/11
empresarial angolana ainda está longe de de 13 de setembro de 2011, com base no
alcançar os principais objectivos que Regulamento da Lei nº 30/11 sobre Micro,
podem ajudar no sucesso da Pequenas e Médias Empresas, aprovado pelo
implementação do controlo interno nas Decreto Presidencial nº 43/12, de 13 de Março.
instituições angolanas, tanto públicas e Embora exista esta Lei para MPMEs, não existem
privadas, em especial as MPME. regulamentos para seu acompanhamento e
Obviamente, esse processo está na sua controlo, muito menos controlo interno, o que
fase inicial. não é sentido pelas instituições estatais e
privadas em Angola.
• Filosofia de gestão;
• Integridade e valores éticos;
• Administração estratégica;
• Estrutura organizacional;
• Gestão e administração de recursos humanos;
• Competência profissional
2. Avaliação De Riscos: é o componente que estabelece as bases para a
identificação, avaliação e análise dos riscos enfrentados pelos órgãos,
organismos, organizações e entidades no cumprimento de seus objectivos.
Uma vez que os riscos internos e externos são classificados, por
processos, operacionais, financeiros, tecnológicos e outros significativos
inerentes ao tipo de actividade, são avaliadas as principais
vulnerabilidades, determinados os objectivos de controlo e estabelecido o
Plano de Prevenção e Mitigação de Riscos, defina como eles serão
gerenciados. O componente está estruturado nas seguintes normas:
• Arquivo institucional;
• Sistema de informação;
• Canais de fluxo e comunicação;
• Conteúdo, qualidade, responsabilidade;
• Prestação de Contas.
5. Supervisão E Acompanhamento: o componente Supervisão e acompanhamento
compreende um conjunto de actividades de autocontrolo incorporadas nos processos
e operações da entidade, para fins de aprimoramento e avaliação, visando detectar
erros e irregularidades que não foram detectado nas actividades de controlo,
permitindo fazer as correções e modificações necessárias. É realizada através de
dois tipos de supervisão: actividades contínuas, aquelas incorporadas às actividades
normais que geram respostas dinâmicas e avaliações pontuais realizadas por
auditorias internas e externas. Está estruturado nas seguintes normas:
1. Nota de encomenda:
• Correio;
• Fax; - email;
• Conforme afirmado pela César D. P. (2017), aprovada A a guia de remessa deve ser emitida em triplicado:
a venda, a nota de encomenda segue para produção
(no caso de uma empresa industrial) ou para o • Original: acompanha os bens e fica no cliente;
armazém para ser expedida. Ao nível da expedição,
deve existir um controlo do que está a ser expedido,
• Duplicado: acompanha os bens, para eventual controlo
confrontando o descrito na nota de encomenda com
por parte das entidades a quem compete a fiscalização
o que vai ser facturado. No caso das MPE a nota de
do transporte dos mesmos;
encomenda é suficiente para se proceder à
expedição dos bens, não sendo necessário a
emissão de uma ordem de expedição que é • Triplicado: acompanha os bens e deve ser assinado
necessário para as Médias empresas. Desta forma, pelo cliente confirmando a boa recepção dos bens;
depois de aprovada a venda, a nota de encomenda posteriormente deve ser arquivado com a factura na
deve dar origem à guia de remessa, ou guia de contabilidade. De igual forma a factura também deve ser
transporte, e à factura. emitida em triplicado:
Inventários a serem contados Indicação dos inventários que vão ser contados.
Constituição das equipas de No mínimo cada equipa de contagem deve ser constituída
contagem por dois trabalhadores (um para contar e outro para
anotar).
• Aqui os especialistas em controlo interno • Nunca devem ser utilizados valores recebidos de
devem assegurar de que os pagamentos em clientes em dinheiro para pagamento de
dinheiro devem ser efectuados com pouca despesas.
frequência, só devendo ser realizados para • Para facilitar este processo, as MPME podem
pagamento de pequenas despesas. optar por ter dois caixas distintos, um para usar
no pagamento das pequenas despesas, por
• Para o efeito, as MPME devem utilizar o fundo utilização do sistema de fundo fixo, e outro para
fixo de caixa, definindo um valor base e os eventuais recebimentos de clientes, a pesar
repondo esse valor todos os meses. que o ideal para as empresas é depositarem os
valores no banco, se possível diariamente, os
• Relativamente a eventuais recebimentos em valores recebidos em dinheiro. Essencialmente
dinheiro, estes devem ser depositados diária e para aquelas empresas em que o caixa é
integralmente, correspondendo desta forma o relevante (como por exemplo as cantinas,
saldo do caixa, a qualquer momento, ao valor minimercados, supermercados, cafés,
do fundo fixo deduzido do montante dos restaurantes, entre outros) e empresas em que o
comprovativos das despesas pagas com caixa não é relevante (por exemplo a grande
dinheiro. parte das empresas industriais que não
efectuam venda ao público) estas para maior
controlo não devem efectuar vendas a pronto
pagamento ou a vista.
Empresas em que o caixa não é relevante Empresas em que o caixa é relevante
Uso do fundo fixo de caixa, com um valor Todas as vendas devem ser registadas.
máximo que é reposto no final do mês.
Existência de uma folha de caixa com a Depósitos diários e integrais dos valores
decomposição de todas as despesas. em caixa.
O presente quadro foi Os documentos comprovativos das Não utilizar os valores de caixa para
despesas pagas por caixa devem ser todos pagar despesas.
adaptado em função da
agrafados à folha de caixa.
visão da César D. P. (2017),
que apresenta duas Os documentos de despesa devem ser Nos casos em que se aplicar, em cada
variantes em relação das inutilizados, de forma a não serem pagos posto de trabalho, cada caixa deve estar
duas vezes, com um carimbo ou mesmo afeto a um só funcionário.
Medidas de controlo interno
uma assinatura.
para operações com caixa, As folhas de caixa devem ser conferidas Existência de folhas de caixa com a
sendo a primeira com o pelo gerente antes de seguirem para a decomposição diário do caixa.
caixa relevante e a segunda contabilidade.
com o caixa não relevante. Devem ser efectuadas contagens Verificação no final de cada dia se os
regulares e de surpresa pelo gerente. valores em caixa correspondem ao
facturado; esta verificação deve ser feita
por pessoa diferente da responsável pelo
caixa.