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O CONTROLO

INTERNO NAS
EMPRESAS
COMO INSTRUMENTO DE
APOIO À CONTABILIDADE
Tema apresentado pelo Professor Doutor
“Mendes Pedro Ludi”
A apresentação do presente tema
encontra-se explanado em 5 vertentes
essenciais, que são:
1. Vertente histórico do controlo interno;
2. Vertente conceptual do controlo interno;
3. Vertente da actualidade do controlo
interno a nível internacional;
4. Vertente da actualidade do controlo
interno em Angola e em particular nas
MPME;
5. Vertente do controlo interno como
instrumento de apoio à contabilidade nos
procedimentos de controlo interno das
vendas nas MPME.
1ª. Surgimento: Surge com a necessidade de aplicar
"controlo" para exercer poder; A evidência disso
regista-se, desde a Roma antiga, o Código Justiniano,
Ponto de vista que consolidou e estruturou uma ordem que
controlava as despesas de todo o império;
2ª. Transição: Considerada como a etapa intermedia
histórico que ocorre com o surgimento do sistema feudal, na
Atenas, quando aparecem documentos dos Tribunais
de Contas; A partir deste momento as civilizações
onde a escrita não era conhecida, começaram a
utilizar instrumentos de registo, que gradualmente
Podemos caracterizar em três adquiriram o status de registo e controlo das
transações comerciais realizadas;
etapas fundamentais entre o 3ª. Evolução: Conhecida como a etapa da evolução
surgimento e a evolução do dos procedimentos do controlo interno, que ocorre a
partir do século XV, com o surgimento do método de
controlo interno dupla entrada (conhecido mundialmente como o
método das partidas dobradas criado em Itália pelo
Frei ou Padre Lucas Pacioli, publicado pela primeira
vez no seu livro “Summa de Arithmetica, Geometria,
Proportioni et Proportionalità em 1494”.
Foi na terceira etapa que surge a primeira
medida de controlo implementada para
garantir de forma clara e confiável o
registo de eventos diários no património
de uma empresa. Contudo, somente no
final do século XIX e na segunda metade
do século XX que os empresários ficaram
preocupados e começaram a se interessar
sobre o estabelecimento e implementação
de controlos, como sistemas destinados a
proteger seus patrimónios e interesses.
Ponto de vista actual do Controlo Interno a nível internacional

• O exercício de controlo interno • Neste sentido, as organizações


nas instituições públicas ou têm uma preocupação
privadas, nos últimos anos, tem crescente pela adopção e
despertado muito interesse a melhoria contínua dos seus
nivel internacional, devido ao mecanismos de controlo
surgimento das constantes e interno, de forma a rentabilizar
agudizadas crises económicas
provocadas pela instabilidade os seus recursos, melhorar os
politicas e sociais de muitos seus resultados, gerir o risco,
países, por causa dos múltiplos bem como, diminuir a
escândalos financeiros que tem ocorrência de erros, fraudes e
causado prejuízos avultados. falhas.
• Esta tese foi confirmada pelo (Hightower,
2012), ao afirmar que “O meio empresarial é
dotado de constantes instabilidades e
desafios, bem como de uma acentuada
competitividade. O que pressupõe que, as
organizações devem ser permanentemente
capazes de fazer face a diversas situações
que estão fora do seu controlo, tais como, a
corrupção, a fraude, a globalização, a
consolidação da competitividade, entre
outros, de modo a não prejudicar o
desenvolvimento da sua actividade”.
Segundo a Federação Internacional de Contadores (IFAC, 2006) Tendo
em conta os referidos riscos acima referenciados, as organizações têm-
se preocupado cada vez mais em adoptar e manter mecanismos de
controlo interno e Sistemas de Controlo Interno (SCI) eficazes.
• Na ótica do Comittee of Sponsoring Organizations
São varias na actualidade as definições e of the Treadway Comission (COSO, 2013, p. 13), o
conceitos de controlo interno e do SCI controlo interno é um processo levado a cabo
apresentados por varias instituições e autores pelo Conselho de Administração, Direção e
vocacionados no estudo desta matéria, outros membros da entidade com o objectivo
de proporcionar um grau de confiança razoável na
podemos citar alguns exemplos tais como: concretização dos seguintes objectivos: eficácia e
eficiência das operações; fiabilidade das
• A International Standard on Auditing (ISA) demonstrações financeiras; e cumprimento das
315 afirma que o controlo interno é um leis e regulamentos aplicáveis.
processo concebido, implementado e mantido • Para Ludi (2021, p. 49) controlo interno (válido para
pelos encarregados da governação, gerência as MPME) é o processo de aplicação de políticas,
e outro pessoal para proporcionar planos e procedimentos permanentes e
segurança razoável acerca da consecução transversais em toda a instituição, com liderança
dos objectivos de uma entidade com ética e eficaz da administração e o restante do
respeito à fiabilidade do relato financeiro, pessoal, para a execução das operações, controlo
eficácia e eficiência das operações e de riscos, precisão e confiabilidade das
cumprimento das leis e regulamentos informações contabilísticas e de gestão, com
aplicáveis. O termo “controlos” refere-se a segurança razoável e prestação de contas, que
qualquer aspecto de um ou mais dos permitam alcançar os objectivos e resultados
componentes do controlo interno (IFAC, 2012, desejados com eficiência e eficácia, para a
p. 264). protecção do património estatal e das empresas.
A Secretaria Geral do Ministério da Economia da República de Portugal
define que o Sistema de Controlo Interno (SCI) é o sistema completo
de controlos de gestão: financeiro e administrativo, incluindo:
• Salvaguardar os seus activos e os seus recursos
humanos, financeiros e físicos;
a) a estrutura organizacional; e • Assegurar a veracidade, fiabilidade, integridade e
oportunidade dos registos contabilísticos e da
respetiva informação financeira;
b) todos os métodos e
Prevenir e detectar fraudes e erros, actitudes de
procedimentos coordenados, •
desperdício, abusos ou práticas anti-económicas ou
corruptas e outros actos ilegais;
estabelecidos por lei e pela
direcção de uma organização, • Produzir informação financeira fiável e rápida;

de acordo com as metas • Cumprir as leis e regulamentos;

institucionais, com o • Assegurar o cumprimento das políticas de gestão


adoptadas e dos planos e procedimentos da
propósito de: organização;

• Conduzir e executar as suas atribuições/objecto


social, programas, projectos, actividades e funções
de uma forma regular, produtiva, económica,
eficiente e eficaz; e

• Produzir informação de gestão relativa aos


resultados e efeitos alcançados.
Comparando todas definições aqui apresentadas, segundo a visão
de (Morais & Martins, 2013) podemos concluem que “é possível
compreender que o controlo interno é um processo desenvolvido e
orientado, levado a cabo por pessoas, que visa proporcionar uma
garantia razoável à entidade, permitindo que esta atinja os seus
objectivos pré-definidos, enquanto que o SCI é o conjunto de
políticas e procedimentos, ou seja, os controlos internos definidos
para a empresa. Desta forma, verifica-se que no âmbito das
organizações, devido ao seu permanente crescimento, ao ambiente
que as rodeia e todas as constantes mudanças que lhes estão
associadas, o controlo interno e o SCI revelam-se fundamentais
para o bom desenvolvimento das suas atividades”.
De acordo com o AICPA citado por Nabais (1993),
Trenerry (1999) e Pinheiro (2014), existem
fundamentalmente dois tipos de controlo interno: o
controlo contabilístico e o controlo administrativo.
• Relativamente ao controlo • Por sua vez, o controlo administrativo verifica
contabilístico tem como objectivo a totalidade das operações das organizações,
proteger o património da organização, para que estas consigam atingir os objectivos
através da justificação de todas as planeados (Pinheiro, 2014). (Nabais, 1993;
operações realizadas ao nível da Trenerry, 1999) fundamentam que o CA relaciona-
entidade assegurando que todos os se com os processos de decisão e abrange o
procedimentos e operações são levados plano de organização, métodos, procedimentos e
a cabo de acordo com a aprovação da registos, que geram a informação necessária que
administração (Nabais, 1993). Garante, servirá de base à tomada de decisão em
por outro lado, que “apenas as determinadas áreas da entidade, que levam à
transações válidas são autorizadas, autorização pelos órgãos de gestão das várias
registadas e relatadas, e que todas transações. Por outro lado, (Pinheiro, 2014, p. 122)
as responsabilidades apropriadas são refere que os controlos contabilísticos Preocupam-se
mantidas” (Trenerry, 1999, p. 8). O com a integridade e actualidade do sistema de
controlo contabilístico envolve os informação contabilístico e financeiro, designadamente:
registos, os actos ou procedimentos que • 1. As transacções são realizadas com autorização da
visam a salvaguarda dos activos da gestão;
organização e o aumento da confiança • 2. As transações são devidamente registadas;
nos registos contabilísticos/financeiros
associados a uma determinada entidade • 3. O acesso aos activos é permitido em função das
(Trenerry, 1999), fazendo com que os autorizações e limites estabelecidos pela gestão;
mesmos se encontrem sempre • 4. Os registos contabilísticos dos activos são
completos e devidamente actualizados periodicamente conferidos e são tomadas acções
(Pinheiro, 2014). correctivas em caso de diferenças.
Numa outra perspetiva, para os autores Marçal e Por sua vez, Morais e Martins (2013) classificam e
Marques (2011), existem três tipos de controlo interno, definem cinco tipos de controlo interno, caracterizados
sendo eles: de acordo com o momento em que podem ser postos
em prática, sendo eles:
• Controlo da organização: é um controlo de elevada
• Preventivos: são considerados controlos à priori, pois
importância que visa uma adequada segregação de são definidos antes que factos indesejáveis ocorram,
funções, adequada atribuição de responsabilidades e tendo como principal objectivo o impedimento da
limites de autoridade a todos os colaboradores, ocorrência de erros ou fraudes;
contribuindo para um controlo total da organização;
• Detetivos: são considerados controlos à posteriori,
• Controlo dos procedimentos: visa o impedimento do pois são definidos após a ocorrência de factos
indesejáveis. Têm como principal objectivo a deteção e
incumprimento de todos os procedimentos necessários identificação de falhas, irregularidades ou erros
para a realização do processamento e registo de ocorridos no passado com o intuito de os corrigir;
determinadas transações. Desta forma, pretende-se
evitar que sejam esquecidas algumas das etapas • Corretivos: são utilizados para colmatar e retificar
essenciais para a adequada realização de todo o factos indesejáveis detectados;
processo;
• Diretivos ou Orientativos: promovem a ocorrência
de factos desejáveis, prevenindo as situações
• Controlo dos sistemas de informação: engloba os indesejáveis, trazendo benefícios para a entidade;
sistemas de informação utilizados pela organização que
transmitem a informação aos órgãos de gestão. • Compensatórios: são utilizados para compensar as
fragilidades verificadas ao nível do controlo interno
existente em relação a outras áreas da organização.
Assim, a informação pode ser controlada, examinada e
utilizada pelos mesmos.
Segundo Costa (2019, p. 233) o controlo interno engloba
todas as operações de uma organização pelo que
“nenhuma empresa ou entidade, por mais pequena que
seja, pode exercer a sua actividade operacional sem ter
implementado um SCI, ainda que rudimentar”.
• De acordo com McKeever (2006), citado por Pinheiro (2014, p.
101), o risco é “um evento adverso, que pode ter impacto no
negócio (positivo ou negativo) devendo, por isso, ser gerido
de forma oportuna, adequada e apropriada”. Segundo o COSO
(2004, p. 8) “o controlo interno é parte integrante da gestão
dos riscos corporativos”.
• Deste modo, para efectuar a sua gestão e, assim, atingir os
objectivos e estratégias pré-definidas, é necessária a adoção
de medidas de controlo, nomeadamente através da
implementação de um SCI (Pinheiro, 2014), que permita a
mitigação dos riscos desfavoráveis e potencie a ocorrência
de riscos favoráveis à organização (IFAC, 2012b).
• Um controlo interno eficaz, permite que a organização
possua uma vantagem competitiva, uma vez que, através da
implementação e adoção de controlos eficientes e eficazes, a
organização estará mais preparada para assumir riscos
adicionais (IFAC, 2012b) citado no relatório da Conference:
CIBEC 2021 - XV Congreso Iberoamericano de Control de
Gestión.
• De acordo com WU (2013, p. 704) “o curso real • Uma vez que não é possível fazer auditorias
dos negócios, a gestão do risco e o controlo constantes e exaustivas, de acordo com Younas e
interno estão intimamente ligados”. De acordo Kassim (2019), o controlo interno surgiu para
com o mesmo autor, para uma organização ter assegurar que as informações são transmitidas com o
sucesso, não deve dispensar nem a gestão de maior grau de confiabilidade, exatidão e precisão da
risco nem o controlo interno, uma vez que o realidade, de forma a que se consiga detectar mais
controlo interno é essencial para a gestão dos facilmente os erros, fraudes e irregularidades e ainda
riscos, assim como a gestão dos riscos é
essencial para a prossecução e realização dos possibilitar uma tomada de decisão consciente: uma
objectivos definidos pela entidade. organização que não tenha qualquer tipo de controlo
sobre o seu património, não tem como fornecer
informações precisas e confiáveis.

• Para além da gestão dos riscos, o controlo • Segundo (Younas & Kassim, 2019). O controlo
interno tem também na sua génese o combate interno, assegura também que todas as
da fraude (Inácio, 2014). É impossível operações funcionem de modo efectivo e em
eliminar de forma definitiva a ocorrência de conformidade com as leis. De um modo geral,
erros e fraudes, no entanto é possível mitigar a proporciona a toda a organização a confiança
sua ocorrência através da implementação de adequada para que consiga alcançar os
salvaguardas, isto é, de mecanismos de objectivos traçados, com resultados económicos
controlo interno eficazes que permitam às favoráveis e com o mínimo de recursos,
organizações atingir os seus objectivos, bem influenciando assim toda a organização de forma
como cumprir as suas obrigações (AICPA, 2014). positiva. O controlo interno protege tanto as
organizações como também todas as pessoas
nela envolvidas, trazendo assim uma segurança
adequada nas actividades que executam.
Segundo (Younas & Kassim,
2019, p. 4) “um forte controlo
interno é a chave para o sucesso
do negócio e essencial para a
obtenção de lucros saudáveis”
Para o êxito do controlo interno e a eficaz e
eficiente implementação do SCI nas instituições
públicas e privadas é elementar a obediência dos 8
princípios fundamentais do Controlo Interno que são:

1. Princípio da Segregação das Funções;


2. Princípio da Independência Técnico-funcional;
3. Princípio da Relação Custo-benefício;
4. Princípio da Qualificação Adequada;
5. Princípio da Aderência às Diretrizes e Normas;
6. Princípio do Controlo sobre as Transações;
7. Princípio da Capacitação e Rodízio de Funcionários;
8. Princípio da Documentação
Actualidade do Controlo Interno em Angola e em particular nas MPME

▪ Segundo Ludi (2021, P. 35), a cultura ▪ As MPMEs angolanas são apoiadas pela Lei 30/11
empresarial angolana ainda está longe de de 13 de setembro de 2011, com base no
alcançar os principais objectivos que Regulamento da Lei nº 30/11 sobre Micro,
podem ajudar no sucesso da Pequenas e Médias Empresas, aprovado pelo
implementação do controlo interno nas Decreto Presidencial nº 43/12, de 13 de Março.
instituições angolanas, tanto públicas e Embora exista esta Lei para MPMEs, não existem
privadas, em especial as MPME. regulamentos para seu acompanhamento e
Obviamente, esse processo está na sua controlo, muito menos controlo interno, o que
fase inicial. não é sentido pelas instituições estatais e
privadas em Angola.

▪ Só em 2012, é que o governo angolano


começou a materializar sua estratégia de ▪ Em 2001, a Comissão Permanente do
incentivo, apoio e estímulo ao Conselho de Ministros publicou na
empreendedorismo vinculada à política de Resolução nº 6/01 de 06 de Março, Diário
criação dos MPMEs, concebida nos da República de Angola, sobre as
programas de combate à pobreza, auditorias das contas do sector
promovendo a economia real , criação de empresarial do Estado, onde no aspecto 5
emprego, fontes de desempenho, se afirma que, Como resultado do trabalho
fortalecimento e treinamento do de auditoria, os auditores devem
empreendedorismo nacional, todos apresentar um relatório, denominado
previstos no Plano Nacional de "Relatório do controlo Interno e
Desenvolvimento (PND / 2013-2017). Procedimentos Contabilísticos".
Até essa data, as empresas foram “forçadas” a ter
um Departamento de Auditoria e controlo Interno
para apresentar periodicamente esses relatórios,
de maneira organizada, mas estes não são
apresentados e quase nenhuma empresas seguem
as normas recomendadas nesta publicação.

• Pode-se concluir que o sistema de controlo interno, bem como a


auditoria interna nas MPMEs angolanas, é muito frágil, pelas
debilidades das suas informações contabilísticas e a não
aplicação obrigatória da resolução nº 6/01 de 06 de Março, como
requisito das empresas que se beneficiam dos financiamentos
bonificados disponibilizados pelo Estado para seu
desenvolvimento, a pesar que com o surgimento da Comissão de
Mercado de Capitais em angola e com a implementação do IVA
em angola a partir de 2019, a maioria das empresas privadas e
públicas foram obrigadas por Lei a terem as suas contabilidades
organizadas, demonstrando claramente um avanço neste
aspecto, com tudo, o caminho a percorrer para chagar a nível
desejado em termo de aplicação de controlo interno e
implantação dos SCI de forma eficiente e eficaz nas MPME, ainda
será longo.
▪ Uma das primeiras medidas que estão sendo tomadas para materializar e
obrigar a aplicação do controlo interno e auditoria interna nas
instituições públicas e privadas actualmente em Angola é a
implementação plena da Ordem dos Contabilistas e Peritos Contabilistas
de Angola (OCPCA) -que ainda não cumpre na plenitude com o seu papel
fundamental a nível nacional- por exemplo, de garantir uma formação
continua aos profissionais contabilistas das instituições públicas e
privadas, Divulgação das Normas Internacionais de contabilidade e de
relatos financeiros (IAS/IFRS), realização de auditorias, fornecimento de
uma assessoria contabilística e acompanhamento sistemático e
periódico as instituições públicas e privadas, afim de garantir maior
controlo e fiabilidade das informações contabilísticas e financeiras das
empresas, assim como a protecção do seu património, incluindo às
MPMEs, a pesar de existir para grandes empresas (empresas
multinacionais principalmente às do sector petrolífero e diamantífero),
mas estas não são regulamentadas pelo Estado angolano.
▪ No entanto, a partir de 2013, em Angola, surgiu ▪ A necessidade da implementação das boas
uma aprovação legislativa para consagração regras de governança corporativa estará
das regras de boa governança às empresas intimamente ligada ao grau de
angolanas, com o tema "governança
corporativa" sendo a ordem do dia. O objectivo desenvolvimento que se pretende alcançar
desta legislação foi aprovar a lei das “Parcerias no que diz respeito a cultura empresarial em
Público-Privadas” (acordos) conhecidas como Angola. Por outras palavras, os conceitos e
Lei das “PPP”, constituindo o primeiro diploma práticas aplicadas internacionalmente
legal em Angola e onde é feita referência às precisam ser adaptados na realidade e
boas formas de governança das empresas de evolução da cultura empresarial angolana.
capital aberto.

• Hoje, em Angola, é visível uma tendência ao


desenvolvimento da cultura empresarial,
tanto no sector público, quanto no privado, • “A vocação para a internacionalização
facto comprovado nos diplomas legais das empresas públicas e privadas
aprovados nos últimos anos, que podem angolanas será tanto mais bem-
garantir o cumprimento dos princípios de sucedida, quanto mais sólidas e
transparência, independência e
responsabilidade, elementos essenciais para reforçadas forem as boas práticas de
o controlo dos recursos do Estado destinados governança nas empresas”, Ludi
às MPMEs, e assim poder mantê-los lucrativos (2021, P. 38).
e promover sua crescente credibilidade e
adequação como parceiros nos investimentos
a serem feitos em Angola e no exterior.
• Em Angola nas instituições públicas, até em • Em Angola, hoje ainda se observa -como
Dezembro de 2021, a função de controlo interno era avaliado no relatório de Despesas Públicas e
realizada principalmente pela Inspeção Nacional de Responsabilidade Financeira em 2005- prevalece
Finanças (INF), tendo sido alterado com a um exercício e entendimento inadequados da
publicação do novo estatuto orgânico da Inspecção auditoria interna e do controlo interno. Isso
Geral da Administração do Estado (IGAE), aprovado demonstra que os termos "controlo interno" e
pelo Decreto Presidencial n.º 134/18, de 21 de Maio, "auditoria externa" são usados como idênticos
o que lhe confere a competência de ser o único ou, em muitos casos, o termo "controlo interno"
órgão de controlo interno da administração pública é usado quando na verdade significa "auditoria
angolanas, enquanto a auditoria externa é interna".
desempenhada pelo Tribunal de Contas, cumprindo
o mandato da Constituição da República de Angola
A auditoria é regulada pela Lei Orgânica 5/96, de 12
de abril de 1996, e organizada pelo Decreto 23/01 de
12 de abril de 2001.
• De acordo com o relatório da comissão do • O (Relatório 29036-AN, 2005, p.51) esclarece que os
Departamento de Assuntos Fiscais do Fundo Controlos Internos (ou Gestão) se referem a
Monetário Internacional (FMI) - missão em Angola, “políticas e procedimentos para garantir o
apesar da longa história que tinha a extinta funcionamento adequado das entidades às quais se
Inspecção Nacional das Finanças (INF) até 2005, aplicam”, enquanto a Auditoria Interna se refere ao
ainda era débil para realização de qualquer acção “mandato de relatar à mais alta liderança de uma
com impacto real, em termos de imposição ao organização, as conclusões relacionados com o
cumprimento da Lei Quadro do Orçamento Geral do funcionamento dos sistemas de controlo de gestão
Estado, tarefa esta incumbida actualmente a IGAE, em vigor”. Dentro dessa definição, a auditoria
ao mesmo tempo, considerou que o Tribunal de interna faz parte da estrutura de controlo de gestão
Contas deviria provar seu poder e independência, de uma organização.
situação que se mantem no nosso entender até nos
dias de hoje, a pesar de se verificar alguns sinais de • Segundo o próprio relatório, a INF estava menos
melhoria nos últimos 4 anos. preocupada com o controlo interno do que com a
auditoria interna, e em realidade o seu mandato era
o de realizar actividades de controlo interno fora do
âmbito de uma auditoria.
▪ Angola é membro da Organização Internacional das Instituições Superiores
de Auditoria (INTOSAI), da Organização Africana das Instituições Superiores
de Auditoria (AFROSAI) e da Organização das Instituições Superiores de
Auditoria da África Austral (SADCOSAI). Sua participação nelas garante ao
Tribunal o acesso às normas internacionais de auditoria (normas) da
INTOSAI, que por sua vez são aceites pelo Banco Mundial (BM) para
auditorias de contas públicas. Independentemente da sua afiliação a todas as
organizações nacionais internacionais e similares em que o país é signatário,
bem como a alguns outros regulamentos, para Angola a prioridade, até agora,
é a auditoria de contas, realizada pelo Tribunal de Contas,
independentemente de que nenhuma dessas organizações hoje realiza uma
auditoria sem ao menos verificar os procedimentos do controlo interno.
Controlo interno como instrumento de apoio à contabilidade
nos procedimentos de controlo interno das vendas nas MPME
• Todas estas limitações sobre o débil • Porque para garantir o êxito dos objectivos e
controlo interno e auditoria interna existente metas traçadas numa instituição seja ela pública
nas instituições públicas e privadas ou privada é necessário a identificação
angolanas, essencialmente as micro, antecipada de alguns riscos que podem impactar
pequenas e médias empresas, a necessidade de forma negativa a sobrevivência da entidade se
de aplicação de medidas preventivas com não forem resolvidos e esses riscos podem ser:
intuito de protecção do património das
✓ Fraude;
MPME é urgente.
✓ Corrupção;
• Por tanto, a aplicação do controlo interno é
✓ Desvio e lavagem de dinheiro;
apenas uma das principais frentes do
✓ Favorecimento em licitações;
compliance numa empresa. O principal
objectivo do controlo interno é por ordem na ✓ Impacto na cultura organizacional.
instituição seja ela pública ou privada.
Por tanto, se estes riscos não forem identificados com antecedência, as possibilidades da
empresa sofrer impactos negativos no mercado ou mesmo chegar a falir são maior.
Na verdade, para resolver os problemas gerais de uma organização é fundamental ter um
controlo interno eficaz e SCI funcional, o que permitirá o envolvimento de todo o pessoal no
alcance exitoso dos objectivos da entidade.
• Nesta conformidade, considerando que a área • Os mesmos estão direitamente ligados com o
das vendas faz parte do processo de controlo sistema de Controlo Interno, constituído por
internos de uma entidade e esta direitamente
cinco componentes inter-relacionados, no
ligado a área financeira, o seu controlo interno
âmbito dos princípios básicos e
deve estar enfocado fundamentalmente nos
seguintes aspectos: características gerais; São eles: Ambiente de
Controlo, Avaliação de Riscos, Actividades de
1. Treinamento e capacitação;
Controlo, Informação e Comunicação e
2. Código de ética e conduta;
Supervisão e Acompanhamento, estruturados
3. Auditoria interna;
na proposta de normas de controlo interno
4. Canal de denúncias;
para as MPME na República de Angola. Ludi
5. Segurança da informação;
(2021, p. 119 a 127).
6. Gestão de terceiros.
1. Ambiente De Controlo: este componente constitui a base para o funcionamento legal e
abrangente dos órgãos, agências, organizações e entidades, para o desenvolvimento de suas
acções, refletindo a atitude exemplar que o chefe da administração, o conselho de
administração e os funcionários devem manter e o restante do pessoal em relação à
importância do sistema de controlo interno. Expressa o conjunto de boas práticas, documentos
constitutivos da organização, legalidade das operações aprovadas, referentes à criação de
governança corporativa, dos conselhos de administração e de assessoria, quanto aos
processos, políticas, planos, disposições e procedimentos legais; qual deve ser o domínio de
todos os envolvidos. Está estruturado nas seguintes normas:

• Filosofia de gestão;
• Integridade e valores éticos;
• Administração estratégica;
• Estrutura organizacional;
• Gestão e administração de recursos humanos;
• Competência profissional
2. Avaliação De Riscos: é o componente que estabelece as bases para a
identificação, avaliação e análise dos riscos enfrentados pelos órgãos,
organismos, organizações e entidades no cumprimento de seus objectivos.
Uma vez que os riscos internos e externos são classificados, por
processos, operacionais, financeiros, tecnológicos e outros significativos
inerentes ao tipo de actividade, são avaliadas as principais
vulnerabilidades, determinados os objectivos de controlo e estabelecido o
Plano de Prevenção e Mitigação de Riscos, defina como eles serão
gerenciados. O componente está estruturado nas seguintes normas:

• Planeamento e identificação de riscos: risco estratégico, risco operacional, risco financeiro,


risco de conformidade e risco de tecnológico;
• Avaliação de risco: risco inaceitável, risco importante, risco moderado, risco tolerável, risco
aceitável;
• Resposta ao Risco.
3. Actividades De Controlo: o componente actividades de Controlo estabelece as
disposições legais, políticas e procedimentos de controlo necessários para gerenciar e
verificar a qualidade da administração, sua segurança razoável com os requisitos
institucionais, para o cumprimento dos objectivos e missão dos órgãos, agências,
organizações, entidades e governança corporativa. As actividades de controlo são
aplicáveis a operações de todos os tipos, que tributam a confiabilidade das
informações financeiras e o cumprimento das disposições legais correspondentes à
estrutura de desenvolvimento da actividade, bem como a verificação de transações
econômicas que apontam para os objectivos e metas em termos de confiabilidade,
precisão, autorização e registo contabilístico, de acordo com as regras estabelecidas
para esse fim, com foco na melhoria contínua. Está estruturado nas seguintes normas:

• Procedimentos de autorização e aprovação;


• Documentação de processos, actividades e áreas;
• Coordenação entre áreas, separação de tarefas, responsabilidades;
• Acesso restrito a recursos, activos e registros;
• Rotação de pessoal em posições-chave;
• Indicadores de desempenho e avaliação de desempenho;
• Controlo de tecnologias da informação e comunicação.
4. Informação E Comunicação: Este componente exige que os órgãos, agências, organizações e
entidades tenham informações oportunas e confiáveis e que seu sistema de informação seja
adaptado às suas particularidades; gerar dados, documentos e relatórios que apoiem os
resultados das actividades operacionais e financeiras e relacionados ao cumprimento de
objectivos, metas e estratégias, com mecanismos de feedback e prestação de contas
transparente. O corpo directivo deve garantir que os serviços e funções de garantia permitam um
ambiente de controlo eficaz e que apoiam a integridade das informações para tomada de decisão
interna e relatórios externos da organização. As informações devem ser protegidas e preservadas
de acordo com as disposições legais em vigor. Está estruturado nas seguintes normas:

• Arquivo institucional;
• Sistema de informação;
• Canais de fluxo e comunicação;
• Conteúdo, qualidade, responsabilidade;
• Prestação de Contas.
5. Supervisão E Acompanhamento: o componente Supervisão e acompanhamento
compreende um conjunto de actividades de autocontrolo incorporadas nos processos
e operações da entidade, para fins de aprimoramento e avaliação, visando detectar
erros e irregularidades que não foram detectado nas actividades de controlo,
permitindo fazer as correções e modificações necessárias. É realizada através de
dois tipos de supervisão: actividades contínuas, aquelas incorporadas às actividades
normais que geram respostas dinâmicas e avaliações pontuais realizadas por
auditorias internas e externas. Está estruturado nas seguintes normas:

• Avaliação do sistema de controlo interno e sua eficácia;


• Compromisso com a melhoria;
• Comitê de Controlo;
Entre os documentos principais que merecem um
tratamento adequado de controlo interno na área das
vendas podemos destacar os seguintes:

• Nota fiscal: documento fiscal que tem por finalidade o


registro de uma transferência de propriedade sobre um
bem ou uma actividade comercial prestada por uma
empresa a uma pessoa física ou outra empresa. Por
exemplo o DAR e DLI;

• Factura: funciona como uma espécie de extrato resumido


de uma nota fiscal;

• Duplicatas: são geradas após a emissão de facturas e


dizem respeito aos prazos de vencimento;

• Recibo: é quando existe a quitação da transação


comercial;

• Nota promissória: é quando uma das partes firma a


obrigação de fazer um pagamento dentro da data
estipulada no documento.
Procedimentos do controlo interno das compras
▪ Um eficiente procedimento de controlo interno ▪ O número de vias a emitir da nota de
da venda deve começar primeiramente num encomenda deve ser o necessário para que o
adequado procedimento de controlo interno das SCI funcione adequadamente. No mínimo deve
compras e contas a pagar que se substância no ser emitida em triplicado, sendo:
seguinte controlo:

De acordo César D. P. (2017) no processo de • Original: para o fornecedor; no caso de a nota


controlo interno das compras devem ser ser enviada por e-mail ao fornecedor, esta não
observados os seguintes elementos fundamentais: precisa de ser impressa;

• As operações devem estar devidamente • Duplicado: para a contabilidade; o duplicado


autorizadas; deve ser usado para nele ser formalizado, por
assinatura, a autorização da compra (só após
• Adequada identificação ou caracterização do esta formalização é que a nota de encomenda é
fornecedor; enviada ao fornecedor), sendo mais tarde
• Adequado registo do processo de compra. anexado à correspondente factura;
Um dos principais objectivos do controlo interno • Triplicado: para o armazém; idealmente o
neste ciclo é garantir que a compra é sempre triplicado deveria ser emitido sem quantidades,
devidamente autorizada. Desta forma, o processo para ser usado na conferência dos bens.
de compra deve iniciar com a emissão de uma nota
de encomenda, devidamente autorizada pela
pessoa responsável pelas compras. No caso de
uma micro ou pequena empresa, o responsável
pela autorização das compras pode ser o gerente,
ou seja, o proprietário.
Processo de dividas a fornecedores:
- Aplicar um adequado controlo dos prazos de vencimento das facturas;
- Realizar uma adequada; ▪ Para efeitos de controlo, a factura deve apresentar
prova de que foi conferida e autorizada para pagamento.
- Contabilização dos pagamentos; Para tal, a empresa deve utilizar um carimbo com a
- Aplicação de um adequado controlo das dividas. designação “Contabilidade Conferida”, e acrescida
sempre da assinatura de quem procedeu à conferência.
- A conferência da factura do fornecedor No que diz respeito ao controlo das dívidas aos
fornecedores passa, em primeiro lugar, por manter um
conjunto de informações atualizadas, nomeadamente as
▪ Em condições normais, quando a factura chegar contas correntes dos fornecedores.
à contabilidade já deve ter ocorrido uma de duas
▪ Por isso, antes de serem efetuados os pagamentos, deve
situações: ou a factura já tem anexados todos ser verificado, por um administrativo (caso exista), ou
os documentos para a sua adequada pelo próprio gerente, se a factura a pagamento já está
devidamente registada e se a dívida realmente existe.
conferência (nota de encomenda, guia de
remessa e guia de entrada); ou já estão na ▪ Relativamente aos pagamentos, existem duas soluções
possíveis de medidas simples de controlo interno,
contabilidade todos os documentos necessários devendo cada empresa adoptar a que mais se adequar à
para a sua conferência. sua realidade.
• A primeira medida consiste em emitir guias de
• Assim o contabilista, ou um administrativo pagamento, nelas se mencionando o nome do
(quando exista), deve conferir a factura fornecedor, as facturas que estão a ser pagas e
(verificando o conteúdo e os cálculos), com o modo como foi efectuado o pagamento. Nas
todos os documentos já mencionados, só depois empresa em que não seja exequível a emissão de
é que a factura deve ser contabilizada. Devem guia de pagamento, deve ser adoptada a
ser arquivados conjuntamente com a factura segunda solução, ou seja, colocar na factura um
todos os documentos anteriormente indicados carimbo que indique que foi paga, em que dia e
(nota de encomenda, guia de remessa do de que forma, de modo a evitar pagamentos em
fornecedor e guia de entrada em armazém). duplicado.
▪ Nos casos em que existam adiantamentos a fornecedores, estes devem
estar devidamente documentados, mais concretamente com uma factura
pró-forma ou um orçamento do fornecedor. Nas micro e pequenas
empresas, deve ser o gerente a efectuar os pagamentos, ou seja, a
autorizar a movimentação de valores nas contas bancárias e a assinar
cheques. ademais, devem ser conferidas regularmente as contas
correntes dos fornecedores para detectar eventuais erros, e todos os
pagamentos devem ser feitos pelo gerente, mediante consulta das
correspondentes contas correntes, sendo que nenhuma dívida deve ser
paga sem estar devidamente registada ou documentada.
Procedimentos de controlo interno de recepção dos Bens adquiridos:
• Conferir adequadamente os bens recepcionado, ▪ Aqui os especialistas da área de controlo interno deve ter em considera
estes devem ser verificados física e que o processamento da compra começa na secção de gestão de stocks
qualitativamente, por pessoa que não tenha que decteta a necessidade de compra através dos níveis mínimos de
conhecimento das quantidades dos bens; stock definidos pela empresa, ou seja, quando é atingido aquele mínimo
é emitido um pedido à secção de compras, o qual se deve indicar as
• Conferir adequadamente as facturas com as guias quantidades, especificações do artigo, eventuais fornecedores, entre
de recepção. outras informações importantes. Por sua vez, a secção de compras, com
base naquele pedido, pesquisa o fornecedor mais indicado e emite de
• Para a conferência dos bens existem duas soluções. A seguida uma ordem de compra (contendo quantidades e todas as
primeira assenta no procedimento em que os bens são especificações do artigo), a qual idealmente deve ser aprovada pelo
conferidos pela nota de encomenda sem quantidades e pela responsável pela secção de compras e pelo diretor financeiro.
guia de remessa do fornecedor. • Aquando da recepção dos bens encomendados, a secção de recepção
deve conferir as quantidades e a qualidade dos bens recepcionados e
• A segunda solução deve aplicar-se aos casos em que não emitir uma nota de recepção (documento interno). Por fim, a factura do
exista nota de encomenda para a conferência dos bens, fornecedor deve ser conferida pela contabilidade.
situação em que estes serão apenas conferidos pela guia de
remessa do fornecedor. • No procedimento do controlo interno das vendas deve-se incluir as contas
a receber, visto que estão intimamente ligados pela existência das vendas
• Em qualquer uma das soluções, tem de ficar prova nos a crédito ou a prazo. Neste processo os especialistas da área do controlo
interno e auditoria devem estar atentos no acto de reconhecimento do
documentos, via assinatura, de que a conferência foi feita. rédito e à mensuração das contas a receber.
• Quando o sector de actividade o exigir, deve ser emitida uma • Os especialistas da área do controlo interno deve conhecer que o
guia de entrada em armazém dos bens rececionados, processo de venda começa com a sua aprovação, a qual deve estar
podendo ser emitida apenas uma via deste documento. Neste sempre devidamente documentada, desde a sua origem até a aprovação
caso em concreto, a empresa pode optar por não imprimir as pelas secções de vendas e de crédito.
guias de entrada, referenciando apenas na guia de remessa • O especialista de controlo interno deve saber que a encomenda do cliente
do fornecedor ou na nota de encomenda o número da guia de pode chegar à empresa por diversas formas (e-mail, fax, telefone…), mas
entrada correspondente. Nos casos em que se optar pela deve existir sempre uma confirmação escrita da mesma. Depois de
impressão, a guia de entrada deve ser anexada à guia de recepcionada a encomenda, esta deve ser aprovada pela secção de
remessa e à nota de encomenda, seguindo todo o processo vendas, que analisa a existência, ou não, em armazém dos artigos e das
para a contabilidade. quantidades encomendadas, e pela secção de crédito que analisa
situações de concessão de crédito, distinguindo sempre os clientes
“antigos” dos “novos”.
Procedimento de controlo interno das vendas
• De acordo César D. P. (2017), O Segundo César D. P. (2017) As principais medidas de
controlo interno que devem ser respeitadas ao longo do ciclo
processo de vendas deve ser das vendas e que este autor concorda são:
devidamente documentado e para tal,
• Aprovação da venda/prestação de serviços;
a secção de facturação deve emitir
uma ordem de expedição (documento • Adequado controlo de preços, limites de crédito, prazos de
interno), uma guia de remessa ou de cobrança e descontos efectuados a clientes;
transporte (que acompanhará os • Realização de reconciliações frequentes dos saldos de
bens) e a respetiva factura. O número clientes e justificação de eventuais diferenças;
de vias de cada documento deverá ser
o necessário para que o SCI cumpra • Elaboração mensal dos balancetes de todas as subcontas
de clientes por antiguidade de saldos;
com os objectivos definidos em cada
empresa. • Periodicamente a empresa deve pedir aos clientes a
confirmação de saldos, mediante circularizações;

• Efectuar controlo da autorização e justificação para a


emissão de notas de crédito;

• Reconhecer a venda e a respetiva saída de armazém no


período correcto;

• Garantir uma adequada expedição dos bens.


Medidas e procedimentos de controlo interno das vendas
Aprovação da venda
▪ Geralmente, existem dois canais principais de vendas: ▪ Mesmo não existindo as duas secções acima
direitamente ao público (normalmente a pronto pagamento ou referenciadas, é necessária a existência de dois
a dinheiro); e mediante encomenda dos clientes (geralmente a funcionários diferentes para efectuar esses dois
prazo ou a crédito). A maior preocupação a ter com as vendas controlos. Por exemplo, o responsável pela autorização
a pronto pagamento é implementar medidas que permitam
garantir e controlar os recebimentos; mais concretamente, é da venda pode ficar responsável por averiguar a
necessário ter medidas que permitam garantir que os disponibilidade dos bens e o gerente pela concessão
recebimentos são todos registados. dos créditos.

• No caso concreto das vendas a prazo ou a crédito devem


ter sempre a sua origem numa nota de encomenda do ▪ Na análise do cliente, é necessário começar por
cliente, que deve ser sempre formalizada (pelo cliente ou identificar se se trata de um cliente novo ou antigo. Se
pela própria empresa), ficando assim a empresa com uma for um cliente antigo, deve-se verificar o limite de crédito
prova escrita do que o cliente encomendou. que lhe está atribuído e se o mesmo já foi ultrapassado,
sendo igualmente importante analisar o histórico do
cliente, identificando eventuais situações passadas de
• As notas de encomenda recebidas devem ser analisadas recebimentos muito fora de prazo.
atendendo a dois aspetos: quanto à disponibilidade de bens
para satisfazer a encomenda e quanto à concessão de ▪ No caso de clientes novos, a venda só deve ser
crédito. Realmente qualquer empresa, normalmente autorizada depois de uma análise de índole comercial e
qualquer empresa deveria dispor de duas secções financeira do cliente. Actualmente, com os softwares de
gestão comercial, é possível verificar facilmente se os
autónomas para analisar estes dois aspectos, clientes ultrapassam ou não o limite de crédito que lhes
concretamente a secção de vendas e a secção de créditos. é concedido. Aliás, os próprios programas podem
Contudo, a realidade nos demonstra bem diferente e, bloquear automaticamente a emissão de uma factura a
realmente, não é possível as empresas terem fisicamente um cliente quando este ultrapasse o limite de crédito
estas secções autónomas. Mais a pesar disto as empresas concedido, sendo esta uma medida de controlo interno
não podem deixar de efectuar esses controlos, pelo que importante e de fácil implementação.
são forçadas a se adaptar à sua realidade operacional.
Processo de aprovação de uma venda
Segundo César D. P. (2017) e que este autor concorda este processo
consiste em 3 etapas fundamentais, que são:

1. Nota de encomenda:

• Correio;

• Fax; - email;

• Vendedores ou telefone, requerem confirmação escrita.

2. Disponibilidade dos bens;

3. Concessão dos créditos:

• Clientes novos: recolher informações e definir limite de crédito;

• Clientes antigos: analisar limite de crédito e histórico.


Documentos relacionados com a venda e a expedição dos bens

• Conforme afirmado pela César D. P. (2017), aprovada A a guia de remessa deve ser emitida em triplicado:
a venda, a nota de encomenda segue para produção
(no caso de uma empresa industrial) ou para o • Original: acompanha os bens e fica no cliente;
armazém para ser expedida. Ao nível da expedição,
deve existir um controlo do que está a ser expedido,
• Duplicado: acompanha os bens, para eventual controlo
confrontando o descrito na nota de encomenda com
por parte das entidades a quem compete a fiscalização
o que vai ser facturado. No caso das MPE a nota de
do transporte dos mesmos;
encomenda é suficiente para se proceder à
expedição dos bens, não sendo necessário a
emissão de uma ordem de expedição que é • Triplicado: acompanha os bens e deve ser assinado
necessário para as Médias empresas. Desta forma, pelo cliente confirmando a boa recepção dos bens;
depois de aprovada a venda, a nota de encomenda posteriormente deve ser arquivado com a factura na
deve dar origem à guia de remessa, ou guia de contabilidade. De igual forma a factura também deve ser
transporte, e à factura. emitida em triplicado:

• Original: para o cliente;

• Duplicado: para a secção de contabilidade;

• Triplicado: para controlo das dívidas a receber e das


cobranças. No final de cada operação de venda, na
contabilidade devem ficar arquivados conjuntamente
todos os documentos que suportam a venda,
concretamente o duplicado da factura, o triplicado da
guia de remessa e a nota de encomenda.
Procedimentos de Controlo das dívidas a receber
• Para um adequado controlo das dívidas a • Todos os recebimentos devem dar origem a um
receber é imperiosa a existência de um recibo e todos os valores recebidos (em
conjunto de informações actualizadas, que dinheiro e em cheque) devem ser integralmente
permitam a qualquer momento saber qual o depositados, anexando o depósito aos
montante em dívida de cada cliente, os correspondentes recibos. Outro aspeto
prazos de vencimento e quais as dívidas que importante que se relaciona com as contas a
estão tituladas. Contudo, regra geral, nas
MPE não requerem de qualquer controlo receber é a emissão de notas de crédito. Estas
formal salvo na área de contabilidade sobre deverão ser sempre autorizadas e devem estar
as dívidas a receber, porque muitas não sempre justificadas por um documento (por
possuem sistemas informáticos capazes de exemplo, guia de devolução).
manter estas informações.
• Uma medida simples que as MPE que não • Por fim, periodicamente devem ser enviados
possuem sistemas informáticos capazes de aos clientes pedidos de confirmação de saldos,
manter estas informações é adotar de forma a confirmar a fiabilidade dos dados
mecanismos de criação de pasta para constantes no sistema.
arquivar todas as facturas emitidas de forma
separadas por cliente; à medida que estes
vão pagando é retirada a factura daquela
pasta e emitido o correspondente recibo.
Outra medida é ir controlando a antiguidade
dos saldos dos clientes através de
balancetes.
Procedimentos de Controlo Interno dos Inventários

• Âmbito O ciclo dos inventários


inclui todos os bens adquiridos
para serem incorporados na
produção, ou os que sejam para
venda direta, bem como todos os
bens resultantes do processo de
produção da própria empresa e,
ainda, todos os bens de consumo
corrente que exijam
armazenamento.
Medidas e procedimentos de controlo interno dos inventários

• O principal objectivo, neste ciclo, é a salvaguarda dos


activos, ou seja, garantir que todos os bens, adquiridos
ou de fabrico próprio, estão devidamente armazenados e
protegidos de utilizadores indevidos.
• Desta forma, uma das primeiras medidas de controlo
interno que todas as MPME deveriam implementar é o
acesso restrito ao armazém, porque desta forma podem
responsabilizar o pessoal pelas falhas que ocorram nesta
área.
• Ainda no que respeita ao armazém, este deve estar
estruturado de forma que os bens entrem e saiam de
forma eficiente e eficaz.
• Aqui por noma geral, apenas as micro empresas estão
excluídas a aplicar o sistema de inventário permanente.
Contudo, todas as empresas deveriam implementar este
sistema de inventário uma vez que este já é, por si só,
uma excelente medida de controlo interno dos
inventários.
Procedimentos de controlo interno da entrada dos inventários em armazém

• As entradas em armazém podem ser de bens provnentes


de compras ou da produção. Em qualquer um dos casos,
todos os bens devem estar devidamente codificados, isto
é, cada tipo de bem deve ter um código único. Por outro
lado, todos os bens que entram em armazém devem dar
origem a uma guia de entrada em armazém nas
condições já descritas em anterior secção.
Procedimentos de controlo interno no armazenagem

• Depois dos inventários serem conferidos e • A arrumação dos inventários dentro do


devidamente codificados, estão em armazém deve obedecer a um critério de
condições de serem armazenados. regras que facilitam a sua movimentação e
conservação, nomeadamente, cada tipo de
• Não podendo ter dois armazéns distintos, um produto deve ter um lugar definido e com
de chegada do bem e outro de saída, as identificação visível e a localização dos bens
MPME devem ter o seu armazém organizado deve ser pensada em função do seu
de modo que a entrada e saída de inventários manuseamento.
seja feita adequadamente e de forma eficaz e
eficiente. • As saídas de bens do armazém devem estar
sempre documentadas; no caso das MPE pode
• O armazém deve estar bem organizado, as ser utilizada a guia de remessa para justificar
prateleiras devem estar identificadas e cada a saída de bens do armazém.
bem deve ter o seu local próprio.
• Contudo, no caso de empresas industriais,
toda e qualquer movimentação de inventários
entre as diferentes fases de produção deve
estar justificada com um documento interno,
como por exemplo folhas de obra ou guias de
transferência.
Procedimento de controlo interno do controlo físico dos inventários

• O controlo físico dos inventários procede- • O processo de contagens físicas deve


se através da contagem física, sendo este envolver todas as pessoas da empresa,
um dos aspectos merecedores de mais inclusivamente o contabilista. Estas
atenção quando se abordam os contagens devem ser feitas em equipas,
procedimentos de controlo interno neste sendo que cada uma deve ter uma lista em
ciclo. branco, ou então uma lista extraída do
• As MPE anualmente devem efectuar pelo programa de gestão apenas com a descrição
menos uma contagem e as Média dos bens, sem quantidades.
empresas pelo volume de negocio já • Quanto à mensuração dos inventários para
considerável que possuem, devem realizar efeitos de balanço, esta deve ser efectuada
pelo menos duas contagem física pela contabilidade. Antes das contagens
anualmente, independentemente do físicas devem ser elaboradas instruções
sistema de inventário que estejam a escritas para a sua realização, que nos casos
utilizar, sendo a contagem física uma das das MPE podem, ou até devem ser elaboradas
medidas que resolve muitos dos problemas pelo contabilista.
neste ciclo.
• As instruções escritas devem ser detalhas e
redigidas de uma forma muito clara, uma vez
que vão ser lidas por todo o pessoal
envolvido.
De acordo César D. P. (2017), as instruções para o procedimento de controlo
interno das contagens de inventários são:
Datas e locais das contagens Referência dos dias e locais em que decorrerão as
contagens.

Inventários a serem contados Indicação dos inventários que vão ser contados.

Procedimentos précontagem Referência dos procedimentos que tenham de ser feitos


antes das contagens, como por exemplo limpeza e
arrumação do armazém.

Constituição das equipas de No mínimo cada equipa de contagem deve ser constituída
contagem por dois trabalhadores (um para contar e outro para
anotar).

Forma de realização das Referência não só à sequência a considerar na realização


contagens das contagens, mas também à forma de assinalar os itens
já contados.
Procedimentos de controlo interno das Disponibilidades

• Este ciclo compreende o dinheiro


existente na empresa, propiamente na
tesouraria (Caixa) e os depósitos
bancários.
• As operações resultantes deste ciclo
incluem manusear e depositar
recebimentos, manter a custódia dos
valores daí resultantes e gerir
pagamentos.
• Este é um ciclo transversal, uma vez que
se relaciona com todos os outros ciclos.
Medidas e procedimentos de controlo interno das Disponibilidades
▪ Este ciclo apresenta um grau elevado ▪ Neste ciclo mais do que em qualquer
de risco pela natureza dos activos outro, é indispensável existir uma
aqui envolvidos. segregação de tarefas que são
▪ Um dos grandes objectivos deste ciclo incompatíveis.
é garantir que todos os recebimentos ▪ Assim, procurar sempre de atribuir
e pagamentos são registados e que os tarefas de modo que quem tenha
activos daí resultantes estão acesso aos valores financeiros, não
devidamente salvaguardados de tenha simultaneamente acesso aos
qualquer utilização indevida ou não registos das operações, nem proceda
autorizada. à elaboração das conciliações
▪ Assim, aqui a principal e bancárias.
indispensável medida de controlo
interno é a segregação de funções.
Procedimento de controlo interno das operações com dinheiro

• Aqui os especialistas em controlo interno • Nunca devem ser utilizados valores recebidos de
devem assegurar de que os pagamentos em clientes em dinheiro para pagamento de
dinheiro devem ser efectuados com pouca despesas.
frequência, só devendo ser realizados para • Para facilitar este processo, as MPME podem
pagamento de pequenas despesas. optar por ter dois caixas distintos, um para usar
no pagamento das pequenas despesas, por
• Para o efeito, as MPME devem utilizar o fundo utilização do sistema de fundo fixo, e outro para
fixo de caixa, definindo um valor base e os eventuais recebimentos de clientes, a pesar
repondo esse valor todos os meses. que o ideal para as empresas é depositarem os
valores no banco, se possível diariamente, os
• Relativamente a eventuais recebimentos em valores recebidos em dinheiro. Essencialmente
dinheiro, estes devem ser depositados diária e para aquelas empresas em que o caixa é
integralmente, correspondendo desta forma o relevante (como por exemplo as cantinas,
saldo do caixa, a qualquer momento, ao valor minimercados, supermercados, cafés,
do fundo fixo deduzido do montante dos restaurantes, entre outros) e empresas em que o
comprovativos das despesas pagas com caixa não é relevante (por exemplo a grande
dinheiro. parte das empresas industriais que não
efectuam venda ao público) estas para maior
controlo não devem efectuar vendas a pronto
pagamento ou a vista.
Empresas em que o caixa não é relevante Empresas em que o caixa é relevante

Uso do fundo fixo de caixa, com um valor Todas as vendas devem ser registadas.
máximo que é reposto no final do mês.

Existência de uma folha de caixa com a Depósitos diários e integrais dos valores
decomposição de todas as despesas. em caixa.

O presente quadro foi Os documentos comprovativos das Não utilizar os valores de caixa para
despesas pagas por caixa devem ser todos pagar despesas.
adaptado em função da
agrafados à folha de caixa.
visão da César D. P. (2017),
que apresenta duas Os documentos de despesa devem ser Nos casos em que se aplicar, em cada
variantes em relação das inutilizados, de forma a não serem pagos posto de trabalho, cada caixa deve estar
duas vezes, com um carimbo ou mesmo afeto a um só funcionário.
Medidas de controlo interno
uma assinatura.
para operações com caixa, As folhas de caixa devem ser conferidas Existência de folhas de caixa com a
sendo a primeira com o pelo gerente antes de seguirem para a decomposição diário do caixa.
caixa relevante e a segunda contabilidade.
com o caixa não relevante. Devem ser efectuadas contagens Verificação no final de cada dia se os
regulares e de surpresa pelo gerente. valores em caixa correspondem ao
facturado; esta verificação deve ser feita
por pessoa diferente da responsável pelo
caixa.

Depositar no banco todos os valores Cada trabalhador com acesso no caixa,


resultantes das vendas diárias no máximo deve ter um código próprio e não permitir
até no dia seguinte da venda. acesso de pessoas não autorizadas
Não permitir acesso no caixa de pessoas Devem ser efectuadas contagens físicas
não autorizadas. diárias ao caixa, pelos responsáveis pelos
caixas e depois pelo próprio gerente,
devendo ainda ser efetuadas contagens
surpresa regulares.
Procedimentos de controlo interno das operações com bancos

• Quanto aos valores no banco e suas • As conciliações bancárias devem ser


movimentações ou operações, a feitas pelo contabilista e, caso seja
medida mais importante de controlo possível, devem ser validadas pela
interno é a realização mensal de gestão.
conciliações bancárias e a autorização
• Por fim, a maioria dos pagamentos
para movimentação das contas, em devem ser feitos por transferência
que de forma particular para as MPE, bancária e cheque.
esta restrita ao gerente, a pesar que
os contabilistas podem ter acesso à
consulta das contas para obterem os
respetivos extratos bancários.
O tecido empresarial angolano é constituído
▪ Face a tudo exposto, podemos •
fundamentalmente por micro, pequenas e médias
afirmar que o principal objectivo do empresas (MPME), que sendo as empresas de menor e
média dimensão, são também as que mais carecem de
controlo interno consiste em medidas de controlo interno. A pesar que Angola tem
perdido até nos dias de hoje grandes oportunidades de
preservar os interesses da empresa adaptar modelos de controlo interno utilizados noutros
países como: COSO, KING, COCO e outros para garantir o
contra fraudes e erros humanos, de exercício pleno da aplicação dos procedimentos de
controlo interno nas MPME, assim como dos a
modo a salvaguardar os activos, implementação dos SCI.
prestar informação rigorosa e • Uma oportunidade que se pode aproveitar é a de
transferência de conhecimentos e técnicas de controlo
oportuna e assegurar que os seus interno pelas empresas multinacionais sediadas em
Angola fundamentalmente as do sector petrolífero e
objectivos são alcançados, tendo diamantífero, que possuem fortes estruturas e uma vasta
diversidade de recursos, tudo o que uma MPME não
sempre em conta as necessidades dispõe e necessita ter para a sua verdadeira
sustentabilidade económica, financeira e patrimonial.
dos stakeholders.
• Em realidade as micros e pequenas empresas são as
▪ Assim, a implementação e adequado empresas que possuem no geral uma dimensão muito
reduzida enquanto ao seu valor de investimento e numero
funcionamento de um sistema de de pessoal, porem é natural que estas se deparem com
controlo interno é essencial para a muitas limitações quando pretendem implementar um
adequado SCI, designadamente ao nível dos recursos
sobrevivência de qualquer empresa, humanos, materiais e financeiros. Contudo, a gestão de
independentemente da sua dimensão, qualquer MPME deve estar consciente das limitações
existentes e implementar medidas de controlo de modo
estrutura ou mesmo actividade. adequadas à sua realidade.

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