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FUNDAMENTOS CONTÁBEIS

Fundamentos Contábeis
FUNDAMENTOS
Organizadora Danieli Pulga
CONTÁBEIS
(Elementos da Contabilidade)
Organizadora: Danieli Pulga

CM

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CY

CMY

GRUPO SER EDUCACIONAL

gente criando o futuro


Fundamentos Contábeis
(Elementos da Contabilidade)

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autorização, por escrito, da Editora Telesapiens.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

P981f Pulga, Daniele Salete Pereira.


Fundamentos contábeis [recurso eletrônico]/ Daniele Salete
Pereira Pulga. – Recife: Telesapiens, 2020.
192 p. : pdf
ISBN: 978-65-86073-57-7
1. Contabilidade I. Título.
CDU 657

(Bibliotecário responsável: Nelson Oliveira da Silva – CRB 10/854)

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Fundamentos Contábeis

Créditos Institucionais

Fundador e Presidente do Conselho de Administração:


Janguê Diniz
Diretor-Presidente:
Jânyo Diniz
Diretor de Inovação e Serviços:
Joaldo Diniz
Diretoria Executiva de Ensino:
Adriano Azevedo
Diretoria de Ensino a Distância:
Enzo Moreira

2020 by Telesapiens
Todos os direitos reservados

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A AUTORA
DANIELI PULGA
Olá. Meu nome é Danieli Pulga. Sou Bacharel em
Administração e especialista em Administração Financeira,
Contábil e Controladoria, com uma experiência profissional
na área Financeira e Custos de mais de 10 anos. Trabalhei em
empresas prestadoras de serviços aplicando todo o conhecimento
da Administração e da Contabilidade, implantando métodos de
controle e rotinas de trabalho. Essas experiências contribuíram
para minha formação profissional e em paralelo venho realizando
trabalhos como docente, há quase 9 anos. Sou apaixonada pelo
que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles
que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada
pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores
independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta
fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!

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ICONOGRÁFICOS
Esses ícones que irão aparecer em sua trilha de aprendizagem
significam:
OBSERVAÇÃO
OBJETIVO
Uma nota explicativa
Breve descrição do objetivo
sobre o que acaba de
de aprendizagem; +
ser dito;

RESUMINDO
CITAÇÃO
Uma síntese das
Parte retirada de um texto;
últimas abordagens;

TESTANDO
DEFINIÇÃO
Sugestão de práticas ou
Definição de um
exercícios para fixação do
conceito;
conteúdo;

IMPORTANTE ACESSE
O conteúdo em destaque Links úteis para
precisa ser priorizado; fixação do conteúdo;

DICA SAIBA MAIS


Um atalho para resolver Informações adicionais
algo que foi introduzido no sobre o conteúdo e
conteúdo; temas afins;

++
EXPLICANDO
SOLUÇÃO
+ DIFERENTE Resolução passo a
Um jeito diferente e mais passo de um problema
simples de explicar o que ou exercício;
acaba de ser explicado;

EXEMPLO CURIOSIDADE
Explicação do conteúdo ou Indicação de curiosidades
conceito partindo de um e fatos para reflexão sobre
caso prático; o tema em estudo;

PALAVRA DO AUTOR REFLITA


Uma opinião pessoal e O texto destacado deve
particular do autor da obra; ser alvo de reflexão.

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SUMÁRIO
UNIDADE 01
Introdução à Contabilidade...................................................12
A História da Contabilidade......................................................13
Conceito de Contabilidade........................................................14
Usuários da Contabilidade........................................................16
Pessoa Física e Pessoa Jurídica.................................................18
Atos e Fatos Administrativos ou Contábeis..............................19
Fatos Permutativos e Fatos Modificativos........................19
Postulados, Princípios e Convenções da Contabilidade......20
Postulados..........................................................................20
Princípios...........................................................................21
Convenções.......................................................................24
A técnica contábil e os relatórios básicos..............................26
Escrituração – métodos e sistemas....................................27
Introdução ao lançamento.................................................29
Livros contábeis................................................................29
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis............................32
Regimento interno do Comitê de Pronunciamentos Contábeis –
CPC...........................................................................................35
Pronunciamento Conceitual Básico (R1)..................................41
Pronunciamento Conceitual Básico (R1): Objetivo da
elaboração e divulgação do relatório Contábil-Financeiro..42

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UNIDADE 02
Patrimônio...............................................................................50
Componentes Patrimoniais.......................................................52
Bens...................................................................................52
Direito................................................................................53
Obrigações.........................................................................54
Patrimônio Líquido...................................................................58
Equação fundamental da Contabilidade............................60
Ativo x Passivo.........................................................................61
Origens e Aplicações de recursos......................................62
Balanço Patrimonial..................................................................64
O Estudo das Contas ..............................................................65
Saldos e movimentos................................................................65
Plano de contas.........................................................................66
Contas sintéticas e analíticas – obtenção de saldos...........67
Classificação das contas do Ativo e do Passivo – Subgrupos de
contas........................................................................................69
Conceito de curto e longo prazo...............................................72
Classificação das contas pelo sistema patrimonial....................73
Regime de caixa e regime de competência...............................76
Mecanismo de Débito e Crédito.............................................78
Balancete de verificação.........................................................82

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UNIDADE 03
Registro contábil.....................................................................88
Constituição de uma empresa e procedimentos contábeis........88
Registro do Capital Social na abertura da empresa............95
Formação e registro da empresa Solutions Ltda...............95
Capital.......................................................................................98
Registro de Ativo e Passivo.....................................................99
Ativo e Passivo Circulante......................................................102
Registro dos principais itens circulantes.........................103
Ativo e Passivo Não Circulante..............................................107
Registro dos principais itens não circulantes..................109
Depreciação e exaustão...................................................116
Registro das Contas de Resultado.......................................119
UNIDADE 04
Balanço Patrimonial.............................................................138
Ativo................................................................................142
Ativo Circulante..............................................................143
Ativo não circulante........................................................143
Passivo e Patrimônio Líquido.................................................145
Passivo Circulante...........................................................145
Passivo não circulante.....................................................146
Patrimônio Líquido.........................................................146
Demonstração de Resultado do Exercício - DRE...............149

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Receitas...................................................................................150
Despesas..................................................................................151
Resultado.................................................................................152
Integração do Resultado com o Patrimônio Líquido..............153
Componentes da demonstração de resultado..........................154
Análise das demonstrações contábeis..................................165
Análise Horizontal (AH).........................................................167
Análise Vertical (AV)..............................................................172
Análise Horizontal x Análise Vertical.....................................179
Leitura dos relatórios contábeis financeiros.......................179

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Fundamentos Contábeis 11

01
UNIDADE

UNIDADE 01

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12 Fundamentos Contábeis

INTRODUÇÃO
Você já parou para pensar em Contabilidade? E já percebeu
que você tem contato imediato com algo dessa área praticamente
todos os dias?
Agora você deve estar se perguntando: “como assim?
Contabilidade é uma ciência específica e somente contadores
têm contato com a Contabilidade!” Estou aqui para desmistificar
essa idéia de que contabilidade é só para contadores. Você
enquanto pessoa física, correntista bancário que adquire bens,
gerencia seus negócios ou os negócios de terceiros é alguém que
tem contato com a Contabilidade sim! Para entender melhor e
descobrir onde vocês se esbarram, venha estudar esta unidade
letiva e mergulhar neste universo!

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Fundamentos Contábeis 13

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivo
é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências
profissionais até o término desta etapa de estudos:

1 Conhecer a origem da Contabilidade e a utilização


nos dias de hoje;

2 Entender os conceitos que fazem parte da


Contabilidade e a importância deles na gestão
financeira e patrimonial;

3 Aplicar os conceitos e técnicas à rotina gerencial;

4 Entender e conhecer sobre órgãos que interferem


nas normas e técnicas contábeis.

Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao


conhecimento? Ao trabalho!
Venha junto para esse mundo de novidades!

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14 Fundamentos Contábeis

Introdução à Contabilidade

OBJETIVO

Ao término deste capítulo você será capaz de entender como


funciona a Contabilidade e quais são os seus pilares. Toda
vez que falamos nesse assunto, parece haver conceitos muito
distintos e isto é verdade, no entanto, será muito fácil e
esclarecedor, pois a partir desses conceitos, poderá entender o
quanto a Contabilidade está presente em seu dia a dia tornando
mais simples a forma de lidar com questões relacionadas à
área. Conhecerá um pouco mais desse mundo de “fazer contas”
e quem sabe até sempre em alta!
E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então
vamos lá. Avante!

A Contabilidade é sim uma ciência, com seus conceitos,


princípios e regras utilizadas por muitos. E com ela, há um
amplo mercado profissional com diversas áreas de atuação.
No Brasil e no mundo conceitos e técnicas da Contabilidade
são utilizados como recursos para controle e respaldo de dados
e informações.
Há alguns anos, grandes empresas apresentaram
necessidades de controle e proteção ao seu Patrimônio,
desenvolvendo métodos extremamente eficazes, evitando
fraudes e desvios monetários.
Até mesmo o Estado se utiliza dos métodos contábeis para
conhecer e controlar o rendimento das grandes áreas produtivas,
aplicando a cobrança de impostos e arrecadações de recursos
para a gestão do país.

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Fundamentos Contábeis 15

A História da Contabilidade
Você faz ideia de quando e como surgiu a Contabilidade?

Se analisarmos os fatos, a Contabilidade Figura 1: Papiro, tipo de


planta adaptada pelos
é uma ciência tão antiga quanto à própria egípcios para registrar
humanidade. Existem autores que consideram os números resultantes
na agricultura
que o próprio homem das cavernas já
contabilizava seus instrumentos de caça,
porém, foi na Mesopotâmia, entre os rios
Tigre e Eufrates, atualmente região do Iraque,
que foram encontrados os primeiros registros
patrimoniais.
Seguindo pela história, no Baixo Nilo,
os egípcios com sua técnica milenar da
agricultura, contabilizavam a produção e seus
estoques de mantimentos em papiros, e então,
temos nossos primeiros livros contábeis.
Fonte: Wikicommons

Os fenícios, grandes navegadores, formam outro povo


contribuinte, pois registravam suas operações de troca através
de símbolos.
E lembram dos Romanos? Aquele povo que quase dominou
o mundo?
Bem, sabemos que foi um povo que expandiu seu domínio
por uma região muito grande. E divido à forma de organização
das informações e anotações patrimoniais, considera-se que
foram os criadores de um sistema jurídico de Contabilidade.
Mas foi no final da idade média, com o aquecimento do
comércio na Europa, mais especificamente na Itália, que surgiu
a necessidade de escrituração dos itens patrimoniais para a
visão do consumidor e para a visão do fornecedor e aí surgiu a
sistematização dos controles.

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16 Fundamentos Contábeis

Na sequência, no Renascimento, um frade franciscano,


chamado Lucca Paccioli, foi o criador do método das partidas
dobradas: no qual, todo crédito precisa de um lançamento a
débito, de igual valor. E esse tem sido o método mais popular da
Contabilidade.
Onde você vê ou ouve falar de débito e crédito?
Mas a história da Contabilidade não acaba aqui! Só para
recordar, no ano de 1500, houve o descobrimento do Brasil e
com isso, junto com a família real vieram os provedores da
fazenda, na época, contadores que registravam o patrimônio.
Para qualificar os profissionais da época foram ministradas
aulas de ensino contábil e surgiu também a mais antiga associação
da classe, chamada “Associação dos Guarda Livros da Corte”.
Foi em 1905, no governo do Presidente Eurico Gaspar
Dutra que a Contabilidade foi reconhecida como profissão.
E de lá para cá, muitas leis foram criadas e para assegurar o
exercício legal da profissão, temos como fiscalizadores o CFC/
CRC – Conselho Federal da Contabilidade / Conselho Regional
da Contabilidade. São essas instituições que garantem que o
Contador está apto para a profissão e que as normas impostas
estão sendo cumpridas.
E aí? Deu para conhecer de onde veio a necessidade de
registros e a origem da Contabilidade?

Conceito de Contabilidade
Podemos definir a Contabilidade da seguinte forma:
A Contabilidade é a ciência que estuda o Patrimônio.
Ou ainda, “sistema de informação que controla o
patrimônio de uma entidade. (Padoveze, 2014).
Em outras palavras, a Contabilidade é uma ciência que se
utiliza de métodos e técnicas de registro e controle do Patrimônio
de uma entidade. Inclusive, temos aqui grandes caracterizadores

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Fundamentos Contábeis 17

dessa ciência, pois o Patrimônio é o objeto de estudo. E controlar


do Patrimônio é o objetivo da Contabilidade.
 Patrimônio é o objeto. Controlar é o objetivo.
Para cumprir como esse objetivo, a Contabilidade tem como
atribuições: captar, registrar, acumular, resumir e apresentar as
informações pertinentes ao objeto de estudo!

Figura 2: Atribuições da Contabilidade

Fonte: O Autor

É necessário captar informações e dados através de


documentos e sistemas. Podemos observar melhor essa
atribuição se pensarmos que existem notas fiscais e contratos com
informações de objetos e valores de transações. Essas informações
contribuirão para o registro, ou seja, de forma sistemática e
padronizada, serão escritos e guardados dados. Acumular esses

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18 Fundamentos Contábeis

dados ou informações possibilitará a mensuração. Afinal, é


importante sabermos o que temos e também quanto temos, de
forma resumida, para uma leitura facilitada. E quando se trata de
elaborarmos relatórios para devidos interessados, temos através
da Contabilidade a possibilidade de apresentar essas informações
em um padrão universal de fácil entendimento.
Imagine que você é gestor de uma grande corporação que
recebe a oferta de compra de parte desse conglomerado. Como
você aconselharia o proprietário a formar o preço de venda e
a defender esse valor? Acertou se você pensou em acionar a
Contabilidade e se utilizar dos relatório por ela apresentados,
bem como das explicações e análises por ela realizadas.
Podemos concluir então, que através dos registros
e relatórios contábeis é possível aprimorar o controle do
Patrimônio e os mesmos formam um pilar seguro que pode
embasar a tomada de decisões.

Usuários da Contabilidade
Outro ponto importante a lembrar é que os Administradores
não são os únicos interessados nas informações contábeis. São
considerados usuários da Contabilidade, todos aqueles que
têm algum tipo de interesse nas informações de determinada
corporação. São eles:

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Fundamentos Contábeis 19

Figura 3: usuários das informações contábeis

Fonte: O Autor

 Investidores (acionistas, sócios), procuram estar “por


dentro” das informações de rendimento e lucratividade para
tomarem decisões de investimento;
 Stakeholders (demais interessados no bom e perfeito
funcionamento da organização) cobrança de medidas e
resultados;
 Analistas de mercado que poderão identificar itens que
agreguem valor ou não à organização;
 Bancos que periodicamente solicitam relatórios contábeis
para analisar e determinar escores de crédito às organizações;
 Fornecedores também voltados para análise e concessões
de crédito;
 Clientes que poderão sentir-se mais confiantes transacionar
itens com entregas com prazos;
 Funcionários interessados em formar carreiras dentro
das organizações;

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20 Fundamentos Contábeis

 Governo que é um grande interessado em conhecer a


renda e o crescimento das áreas produtivas, pelas quais também
recebe recursos em seus caixas para realizar a gestão da grande
máquina que é o país.

Pessoa Física e Pessoa Jurídica


Após observarmos todos os usuários podemos dizer de
uma forma resumida que a Contabilidade é mantida para as
Pessoas Físicas e para as Pessoas Jurídicas, ou seja, qualquer um
dos dois pode perfilar algum dos tipos de usuários citados acima.
Mas, o que é uma Pessoa Física e uma Pessoa Jurídica?
Qualquer ser humano é uma pessoa física e uma empresa
é uma pessoa jurídica.
Uma pessoa jurídica não tem vontade própria.
Normalmente é formada por uma ou mais pessoas físicas que
em comum acordo iniciam uma sociedade e tomam decisões no
decorrer da vida.
O Código Civil pontua muitas diferenças entre ambas,
mas aqui, observaremos que uma Pessoa Jurídica só passa a
existir a partir da disposição de uma Pessoa Física investir
tempo e recursos.

IMPORTANTE

O Governo, através da Receita Federal se utiliza de um


documento de 11 dígitos, chamado CPF – Cadastro de Pessoa
Física, para identificar os contribuintes. E outro código com 14
dígitos para identificar as pessoas jurídicas, o CNPJ – Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídica. Ambos contém informações sobre
movimentação financeira e patrimonial dos contribuintes.

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Fundamentos Contábeis 21

Atos e Fatos Administrativos ou Contábeis


Retomando o raciocínio onde uma ou mais pessoas físicas
iniciam uma sociedade que dá origem a uma pessoa jurídica,
com o intuito de lucro e continuidade. Para que isso aconteça, os
diretores ou administradores da empresa, ou os próprios sócios
nessas posições, praticam atos administrativos ou empresariais.
Ou seja, a administração patrimonial faz-se pela prática dos
atos. Alguns desses atos podem afetar o patrimônio empresarial
e passam a ser chamados de fatos.
Periodicamente o sócio faz visitas ao gerente da conta
bancária, com o intuito de relacionamento, não afetando assim
o Patrimônio da empresa, no entanto, se ele decide encerrar
a conta no banco, temos então um fato, que ocasionará uma
modificação patrimonial.

Fatos Permutativos e Fatos Modificativos


Os fatos contábeis podem ocorrer de duas formas: na
primeira delas, o Patrimônio sofre uma alteração apenas em
qualidade e na outra, sofre alteração, em quantidade, ou seja,
a primeira vamos chamar de fatos permutativos, onde ocorrem
alterações dos itens patrimoniais, sem modificação de valores,
como por exemplo, a compra de Materiais para Estoque,
utilizando dinheiro do Caixa. O segundo tipo de fato chamaremos
de modificativo, pois ocorrerá uma alteração no Patrimônio,
porém de forma quantitativa, ou seja, o fato será gerador de um
resultado de Lucro ou Prejuízo podendo aumentar ou diminuir o
Patrimônio Líquido desta entidade.
Vamos falar com mais propriedade sobre o Patrimônio na
Unidade 2.

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22 Fundamentos Contábeis

Postulados, Princípios e Convenções da


Contabilidade
Estamos falando da Contabilidade sendo utilizada por
pessoas físicas e jurídicas com interesses em informações. Também
falamos que numa sociedade de pessoas físicas, que é a pessoa
jurídica, os sócios e gestores tomam decisões que poderão alterar
qualitativamente e quantitativamente o Patrimônio da Entidade.
Já falamos também que um dos objetivos da Contabilidade
é registrar esses fatos de foram que sejam visíveis e de fácil
entendimento. E foi no momento de registrar esses fatos que
surgiu a necessidade de criar regras e padronizar a forma de
realização dos registros, então, mediante dúvidas e resoluções,
os antigos contadores adotaram regras que passaram a ser aceitas
e seguidas por todos. Essas regras básicas são denominadas
Princípios Contábeis que sustentam a estrutura teórica para
escrituração e análise contábil.
Para ilustrar a importância dos princípios, utilizaremos
como muitos autores, o “edifício contábil”

Postulados
Os postulados são tomados como elementos vitais, básicos
e de estruturação da Contabilidade. Como podemos observar na
figura 3, é a base da construção, ou seja, a base da Contabilidade.
São dois postulados:
 Entidade
Este postulado define que a contabilidade de uma entidade
(empresa ou pessoa) não pode ser confundida com a contabilidade
dos membros que a possuem.
A escrituração de uma empresa tem de ser completamente
separada da escrituração de seus proprietários. Ou seja, se
determinado bem é de posse da Pessoa Jurídica, ela deverá ser

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Fundamentos Contábeis 23

registrada como tal, já não será considerada de posse do sócio,


pessoa física.
Na prática, esse Postulado evita que se misturem as contas
e bens dos sócios com as contas e bens da empresa.
 Continuidade
A própria palavra nos remete ao entendimento de que não
haverá extinção. A empresa deve ser avaliada e escriturada, na
suposição de que a entidade nunca será extinta. Os ativos dessa
empresa serão avaliados partindo desse pressuposto, porém,
ao contrário disso, caso esteja ocorrendo um encerramento de
atividades, mudarão os critérios de avaliação dos ativos.
Este postulado também baliza a apuração dos resultados.
Logo, imagine que você decide abrir uma empresa. O
objetivo é que ela cresça e perdure ao longo dos tempos e passe
de geração por geração.

Princípios
Para que a escrituração acontecesse de forma assertiva e
imune a dúvidas, numa tentativa de normalizar e se chegar a
uma melhor forma de controle do patrimônio, estabeleceram-se
os princípios como forma de exteriorização de critérios aceitos
pela maioria dos contadores. São eles:
 Denominador comum monetário
Este princípio trata de que a contabilidade deve ser feita
numa única moeda e que todos os itens devem ser avaliados
por essa mesma moeda. No Brasil, a moeda oficial é o Real,
logo, mesmo que um determinado item seja adquirido em outra
moeda, dólar, por exemplo, o registro deverá ser convertido e
realizado em Reais. Da mesma forma que a avaliação de bens.

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24 Fundamentos Contábeis

 Competência de exercícios
a. Princípio da Realização da Receita
b. Princípio do Confronto das Despesas com as Receitas.
O princípio que estamos tratando é aplicado para a
contabilização das receitas e das despesas. Podemos dizer que
ambas passam por dois momentos possíveis de contabilização
dos fatos, o momento econômico (de sua ocorrência ou geração)
e o momento financeiro (de sua efetivação financeira, através do
pagamento ou recebimento).
Considerando na necessidade de optar por um dos dois
momentos, foi estabelecido que as receitas e as despesas devem
ser contabilizadas quando ocorrem, ou seja, no momento
econômico de sua geração, e não quando recebidas ou pagas.
Essa decisão tornou-se o princípio da competência do exercício,
que diz:
“as receitas e as despesas devem ser contabilizadas
como tais, no momento de sua ocorrência,
independente de seu pagamento ou recebimento.”
Um exercício contábil é o período de um ano, em que se
faz a apuração do resultado. Nem sempre, o exercício contábil
coincide com o ano civil, podendo ser determinado pela empresa,
no entanto ele deve ter 12 meses.
Ressaltamos que a legislação comercial e fiscal exige
no mínimo um Balanço Patrimonial e uma Demonstração dos
Resultados de cada exercício.
 Regime de caixa: Existe outra forma de registro das
contas contábeis, porém, sua aplicação é restrita a entidades sem
fins lucrativos. Neste tipo, no que chamamos regime de caixa,
as receitas são contabilizadas no momento do recebimento e as
despesas no momento do pagamento. Também é um método
utilizado para alguns relatórios financeiros.

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Fundamentos Contábeis 25

Figura 4: A tirinha nos mostra o Homem analisando um relatório conforme Regime de Competência, e a
mulher, analisando um relatório conforme Regime de Caixa, onde os recebimentos ainda não aconteceram

Fonte: CartoonStock Hafeez, Kaamran

 Custo como base de valor


Este princípio diz que as aquisições de ativos deverão
ser contabilizadas pelo seu valor histórico, ou seja, pelo valor
de compra/aquisição. Um exemplo disso é a compra de um
veículo, que sobre desvalorização rapidamente, no entanto, o
registro é feito a partir do valor de compra, mesmo que tenha
sido desvalorizado.
Há uma restrição a este princípio em situações onde numa
aquisição, o valor de custo é superior ao valor de venda ou
mercado, então devemos avaliar este ativo pelo mercado.
Cabe colocarmos neste princípio, outra situação muito
comum, que é o tratamento e registro de mercadorias em estoque.
No caso de empresas comerciais, com a finalidade de revenda,
existe a intenção de obtenção de lucro, logo, o princípio do
Custo como base de valor diz que os bens adquiridos devem ser

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26 Fundamentos Contábeis

registrados pelo preço de compra ou o também chamado preço


de custo. E mesmo sabendo que será vendido por valor maior ao
custo de aquisição, o registro deve ser efetuado e mantido pelo
preço de custo.
Quando ocorrer a venda, a mercadoria sairá do estoque e
a baixa de estoque deverá ser realizada novamente pelo preço
de custo. O valor da venda será registrado numa conta chamada
Receita, pelo preço de venda, ou seja, muito provavelmente por
um valor maior. Logo, a diferença entre os valores da Receita
de vendas, menos o valor do Custo da Mercadoria Vendida,
significa o Lucro Bruto na venda de mercadorias.
 Essência sobre a forma
Este princípio é relacionado com os aspectos legais e fiscais
que levam a determinadas interpretações sobre alguns eventos.
Para a contabilidade deve prevalecer a natureza econômica do
evento a ser registrado e não a forma em que está legalmente
apresentado. Um bom exemplo disso é o leasing financeiro, cuja
forma é despesas de aluguel, no entanto, a essência do evento é
a compra de um ativo.

Convenções
As convenções fazem restrições aos princípios contábeis.
Podem ser consideradas como normas ou até mesmo como um
guia prático para o trabalho do contador. Descreve e limita como
devem ser feitos os registros. São elas:
 Objetividade: O contador deve ser objetivo ao
efetuar a escrituração de um fato. Deve se apoiar em elementos
objetivos, evitando o máximo possível qualquer subjetividade,
lembrando que a Contabilidade é uma ciência exata. O
lançamento registrado deve ser avalizado por um documento
hábil respaldando a mensuração do objeto.
 Conservadorismo: Em situações de dúvida, o contador
deve optar pela forma mais conservadora de escrituração. Para o

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Fundamentos Contábeis 27

caso de dúvida, fazer o lançamento de todas as despesas sempre que


possível, já no caso de receita, se houver dúvida, não deve-se lançar.
 Materialidade: Voltamos à questão da exatidão, agora,
com um olhar para o custo-benefício da informação. O contador
deve sempre buscar a exatidão numérica do lançamento, levando
em consideração que o custo não seja prejudicial à empresa.
Aqui, a tratativa de lançamentos com valores maiores deve ser
mais cautelosa, enquanto a tratativa de lançamentos de valores
menores exigem menos rigor.
 Consistência ou uniformidade: Depois que o contador
adotou determinado critério de avaliação de um ativo ou passivo,
ele deverá adotar esse critério consistentemente e uniformemente
ao longo dos anos. Como as informações e registros contábeis
perduram durante toda a existência da entidade, o critério deve
se manter inalterado. Existe a possibilidade de alteração, no
entanto, a mesma deverá ser evidenciada em nota explicativa.
Mudanças não devem ser repetitivas.
 Comentários: A contabilidade se utiliza de uma
metodologia prática e a demanda de informações dos diversos
usuários da informação contábil podem se alterar com o passar do
tempo. Inclusive, muitas normas foram alteradas mediante fatos que
aconteceram no meio corporativo de grandes empresas trazendo a
necessidade de mudanças e melhorias nos controles, logo.
 Evidenciação: Toda e qualquer informação que não
for dada por suficientemente explicativa deverá ser reforçada
com notas explicativas. Informações necessárias à facilitação
do entendimento dos relatórios devem fazer parte das notas
explicativas, sejam detalhamentos de números ou qualificação
às informações numéricas.
Os postulados, os princípios e convenções norteiam
os contadores sobre como tratarem as informações e como
registrarem as mesmas. Existe um padrão de registro para que
qualquer usuário da informação contábil esteja apto à leitura e
entendimento das mesmas.

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28 Fundamentos Contábeis

A técnica contábil e os relatórios básicos


Vimos até aqui conceitos introdutórios da contabilidade, as
regras básicas para registro dos fatos ocorridos em uma entidade,
úteis e necessárias para o conhecimento dos diversos usuários.
Agora, vamos entrar no usos da contabilidade como ferramenta
operacional de forma que cumpre com seus objetivos.
Podemos dizer que a Contabilidade é o conjunto de
teorias, conceitos e técnicas utilizadas para atingir o objetivo de
controlar uma massa patrimonial. (Padoveze, 2014).
Podemos lembrar da contabilidade como ferramenta para
o controle do Patrimônio.
“Como ciência de controle do patrimônio empresarial, ela
teve de fazer diversas ramificações, ou especializações,
para poder atender melhor aos diversos aspectos
de controles patrimoniais que foram surgindo e
que mereciam atendimento especial, em face das
necessidades de informações dos diversos usuários
internos e externos. De qualquer forma, o método
contábil é o único, e é utilizado indistintamente
para atender a todos os segmentos específicos da
contabilidade.” (Padoveze, 2014)
Na tabela abaixo, podemos observar as esses segmentos
que facilitarão a didática desta ciência:

Tabela 1: Segmentos da Contabilidade

1 Escrituração

Relatórios Básicos I:
2 - Balanço Patrimonial
- Demonstração de Resultados

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Fundamentos Contábeis 29

Relatórios Básicos II:


- Demonstração de lucros acumulados
- Demonstração de mutações do Patrimônio Líquido
3
- Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos
e Fluxo de Caixa
- Notas explicativas

4 Contabilidade de Custos

5 Contabilidade Orçamentária

6 Análise das Demonstrações Financeiras Básicas

Contabilidade Gerencial (Análise e Administração


7
Financeira

8 Contabilidade em outras moedas

Fonte: Padoveze, Luis Clovis. 9ª. Ed (2014)

Neste momento, vamos nos atentar ao primeiro ponto, a


escrituração que é o primeiro passo antes de partir para qualquer
outra área da contabilidade.

Escrituração – métodos e sistemas


A escrituração é uma técnica de lançar apontamentos
em livros. Com a tecnologia, parece um pouco ultrapassado
pensarmos em lançamentos em livros, no entanto, a
contabilidade mesmo utilizando com a utilização da tecnologia,
gera lançamentos em livros. Os registros são realizados ao longo
de um exercício contábil e ao final do mesmo, os livros são
impressos, registrados e guardados ou apresentados aos usuários

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30 Fundamentos Contábeis

de interesse. Mas é importante lembrar, que toda a movimentação


patrimonial de uma entidade, estará registrada e impressa em um
livro, devidamente documentado.
Independente do sistema utilizado para registro, o método
de registro deverá ser único!
O método utilizado é o MÉTODO DAS PARTIDAS
DOBRADAS.
Tem este nome porque o mesmo valor é lançado em duas
contas (itens patrimoniais ou de resultado), no mínimo, através
dos débitos e créditos.
Retomando o Renascimento, quando Lucca Paccioli criou
o Método das partidas dobradas, onde para um débito existe um
ou mais créditos de igual valor, ou, vice-versa.
O método decorre da seguinte forma:
Partida == Registro == Escrituração == Lançamento
A finalidade de se lançar em dois lugares é manter a equação
de trabalho ou de equilíbrio patrimonial em situação de igualdade!
Isso nos faz lembrar que a contabilidade, é em alguns
momentos simbolizada pela balança, representando equilíbrio,
igualdade.

Figura 5: A balança simboliza o equilíbrio do patrimônio de uma entidade

Fonte: Freeoik

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Fundamentos Contábeis 31

Introdução ao lançamento
Lançamento é o registro ou escrituração de cada transação
ou evento econômico nos livros contábeis.
O lançamento deve conter a data, a conta de débito, a
conta de crédito, o histórico e o valor. Vamos demonstrar melhor
os lançamentos na Unidade II.
As informações que compõem o lançamento devem
ser originados ou baseados em um documento que o habilite
chamado documento hábil. Nenhum lançamento poderá ser feito
nos livros contábeis sem que haja um documento como respaldo
das informações, comprovando-as tanto em nível fiscal, quanto
em nível comercial e mesmo em nível de controle patrimonial.
Essa documentação pode ter origem interna ou externa.
São exemplos de documentação externa: recibos de
depósitos bancários, comprovantes de aplicações financeiras,
cópias de cheques, notas fiscais, faturas, escrituras, duplicatas,
recibos em geral, etc.
Certamente você já utilizou e já teve conhecimento com
pelo menos três desses documentos.
Já os documentos internos podem ser as requisições de
almoxarifados, comunicados de transferência, notificações,
notas de débito ou crédito, relatórios de despesas de viagem, etc.

Livros contábeis
É importante retomar o fato de que a tecnologia veio
como uma ferramenta que agrega valor e promove agilidade e
a segurança da informação, no entanto, a didática é construída
em cima de uma contabilidade tradicional, no entanto, alguns
termos podem parecer antigos e inadequados ou até mesmo sem
muita relação com a prática contábil atual, mas ainda assim, faz
parte da ciência e é a base conceitual para o funcionamento e
aplicação do método.

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32 Fundamentos Contábeis

Os próprios livros de que vamos falar eram utilizados pelos


contadores registrarem os fatos, atualmente, eles são chamados
de livros, contém a mesma essência, porém são relatórios gerados
e apresentados, mas ainda chamados como livros.
São os dois: Livro Diário e Livro Razão.
 Livro diário: É um livro contábil de preenchimento
obrigatório (exigido por lei), onde são lançadas as operações
do dia a dia de uma entidade. Nele, são registrados os fatos
contábeis em partidas dobradas, ou seja, os totais de débito e de
crédito deverão ser sempre iguais.
Os lançamentos devem ser realizados, em ordem
cronológica, com individualização, clareza e referência ao
documento hábil, todas as operações ocorridas, e quaisquer
outros fatos que provoquem variações patrimoniais.
Deve conter:
 Data da operação (transação);
 Título da conta débito e da conta crédito;
 Valor do débito e do crédito;
 Histórico (alguns dados fundamentais sobre a operação
em registro: número da nota fiscal, cheque, terceiros envolvidos,
etc. O histórico deve ser o mais breve possível, escrito de forma
reduzida).

SAIBA MAIS

Para aprofundar seus conhecimentos acerca dos livros contábeis,


acesse o site https://bit.ly/30DQ0l2.

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Fundamentos Contábeis 33

Figura 6: Modelo de Livro Diário

Fonte: O Autor

 Livro Razão: É um livro fundamental ao processo


contábil e exigido pela legislação brasileira para empresas cuja
tributação do Imposto de Renda seja com base no Lucro Real.
Por meio do razão é possível controlar separadamente
o movimento de todas as contas. O controle individualizado
das contas é importante para se conhecer os seus saldos,
possibilitando a apuração de resultados e elaboração de
demonstrações contábeis, como o balancete de verificação do
razão, balanço patrimonial, etc.
Através deste livro temos o detalhamento por contas
individuais dos lançamentos realizados no diário, sendo usado
para resumir e totalizar, por conta ou sub-conta, estes lançamentos.

Figura 7: Modelo de Livro Razão

Fonte: O Autor

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34 Fundamentos Contábeis

De forma resumida, podemos descrever o fluxo contábil


da seguinte maneira:
Figura 8: Resumo do Fluxo Contábil

Fonte: O Autor

O Comitê de Pronunciamentos Contábeis


No Brasil e no mundo a contabilidade é utilizada como
método e técnicas de escrituração e registro dos fatos econômicos
das empresas. Para que seja utilizado um padrão único e assertivo
existem órgãos reguladores e fiscalizadores.
Estes mesmos também são responsáveis por criar
novas normas e regras de funcionamento ou modificações em
normas existentes. Esse olhar tem o intuito da convergência da
contabilidade brasileira com os padrões internacionais.
Essas alterações se tornam necessárias por motivos de
modificações de leis e lançadas pelo governo ou até mesmo
devido a fraudes ocorridas no meio corporativo.
Temos alguns exemplos de fraudes de grandes empresas
que manipularam seus documentos contábeis fazendo com que
milhões de acionistas, funcionários e até a sociedade saíssem

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Fundamentos Contábeis 35

lesados pela má gestão e por crimes cometidos. São alguns


exemplos:
 Enron, empresa de energia americana, localizada em
Houston, Texas, que empregava 21.000 funcionários, decretou
falência em 2001 após denúncia de fraude contábil e fiscal. O
que houve: inflou os ganhos e diminuiu os prejuízos;
 Xerox companhia norte-americana auditada em e
envolvida em escândalo de fraude contábil e fiscal, no ano de 2002.
O que houve: elevou artificialmente seus resultados. Apresentou
lucro maior do que o auferido num período de quase 5 anos.
Além dos dois escândalos, aconteceram outros que
levaram às órgãos reguladores dos países voltarem sua atenção a
uma reformulação de normas e procedimentos.
Criando normas e leis que regem a política monetária
do pais existem órgãos e comitês governamentais, tais como
o Banco Central do Brasil (BACEN), Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), Secretaria da Receita Federal do Brasil
(SRFB), Superintendência de Seguros Privados (SUSEP),
Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) além de outras
relacionadas às áreas produtivas do país, bem como o rendimento
e recolhimento de tributos. Esses são órgãos reguladores.
Para que a contabilidade Brasileira atenda às leis
impostas, devem ocorrer alterações e adaptações então, foi
criado através da Resolução CFC nº 1.055/05, o CPC - Comitê
de Pronunciamentos Contábeis que através de uma união de
esforços e objetivos comuns das seguintes entidades:
 Associação Brasileira das Companhias Abertas
(Abrasca);
 Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento
do Mercado de Capitais (Apimec Nacional);
 B3 Brasil Bolsa Balcão;
 Conselho Federal de Contabilidade (CFC);

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36 Fundamentos Contábeis

 Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon);


 Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e
Financeiras (Fipecafi);
 Entidades representativas de investidores do mercado
de capitais.
O CPC tem como objetivo “o estudo, o preparo e a emissão
de documentos técnicos sobre procedimentos de Contabilidade
e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a
emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando
à centralização e uniformização do seu processo de produção,
levando sempre em conta a convergência da Contabilidade
Brasileira aos padrões internacionais”
Lembra quando falamos dos Princípios e Convenções? São
procedimentos básicos complementados por novas técnicas ou por
aperfeiçoamento de técnicas estudadas e preparadas pelo CPC.
Foi em necessidade da convergência internacional das
normas contábeis (redução de custo de elaboração de relatórios
contábeis, redução de riscos e custo nas análises e decisões,
redução de custo de capital); com a intenção de centralização na
emissão de normas dessa natureza (no Brasil, diversas entidades
o fazem); e representação e processo democráticos na produção
dessas informações (produtores da informação contábil, auditor,
usuário, intermediário, academia, governo) que tornou necessária
a criação do CPC.
Suas características básicas:

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Fundamentos Contábeis 37

Figura 9: Características do CPC

Fonte: O Autor

Regimento interno do Comitê de


Pronunciamentos Contábeis – CPC
Abaixo está o regulamento do CPC, preste atenção aos
artigos sublinhados, eles trazem informações bem interessantes.
Deste Regimento Interno
Art. 1º O Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC,
idealizado a partir da união de esforços e comunhão de objetivos
das entidades que o constituem, por expressa solicitação desses
seus membros componentes iniciais, formalmente criado pela
Resolução nº. 1.055, de 07 de outubro de 2.005 do Conselho
Federal de Contabilidade – CFC, para que este, além de dele
participar, lhe desse a infra-estrutura de apoio que viabilizasse o
alcance de sua missão.
Art. 2º O CPC será regido pela Resolução que o criou
e, complementarmente, por este Regimento Interno, aprovado

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38 Fundamentos Contábeis

unanimemente, em sua versão original, pela Assembléia dos


Presidentes das entidades que constam dessa Resolução.
Do Funcionamento do CPC
Art. 3º O CPC se reunirá preferencialmente uma vez por
mês, com a presença de mais da metade dos seus membros,
preferencialmente na sede do Conselho Federal de Contabilidade
em Brasília (DF), ou na do Conselho Regional de Contabilidade
do Estado de São Paulo, em São Paulo (SP), ou, então, na sede
de uma das entidades componentes deste CPC.
Art. 4º A convocação para essas reuniões será efetuada
pelo Coordenador Técnico do CPC, ou por 1/3 (um terço) dos
seus membros, por e-mail a ser fornecido e mantido cadastrado
relativamente a cada membro ou por outra forma aprovada em
reunião do próprio CPC, sempre acompanhada de pauta com os
assuntos a serem tratados, com pelo menos 15 (quinze) dias de
antecedência, sendo que esse prazo poderá ser reduzido se todos
os membros assim concordarem.
§ Único: A ausência, no ano, a três reuniões ordinárias
consecutivas ou a cinco intercaladas, exceto quando estiver
representando oficialmente o CPC na mesma data, acarretará a
perda do mandato do membro do CPC.
Art. 5º A aprovação dos Pronunciamentos Técnicos, das
Orientações e das Interpretações se dará, sempre, por no mínimo
2/3 (dois terços) dos membros do CPC presentes, observado o
quórum mínimo de, pelo menos, 50% (cinqüenta por cento) para
a instalação das reuniões do CPC.
Art. 6º Para as demais deliberações, inclusive eleição dos
Coordenadores e Vice-Coordenadores do CPC, a aprovação se
dará por maioria simples, observadas as indicações do Conselho
Curador da FACPC.
Art. 7º Revogado.
Art. 8º Os votos vencidos nas deliberações de que trata
o Art. 5o poderão ser acompanhados de declaração de voto e
constarão da ata.

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Fundamentos Contábeis 39

Art. 9º Serão sempre convidados a participar das reuniões


do CPC até dois representantes de cada uma das seguintes
entidades: Comissão de Valores Mobiliários – CVM, Banco
Central do Brasil – BACEN, Superintendência dos Seguros
Privados – SUSEP, Secretaria da Receita Federal do Brasil
– SRFB, Federação Brasileira de Bancos – FEBRABAN,
Confederação Nacional da Indústria – CNI e Superintendência
Nacional de Previdência Complementar – PREVIC.
Art. 10 O CPC poderá convidar ainda para suas reuniões,
a critério do seu Coordenador Técnico ou por deliberação de 1/3
dos seus membros, especialistas e representantes das agências
reguladoras e de entidades que possam colaborar com temas
específicos.
Art. 11 Os convidados referidos nos arts. 9º e 10 terão
direito a voz, mas não a voto.
Art. 12 O CPC poderá, em caráter temporário, criar
Comissões compostas por entidades e/ou especialistas para
assessoramento em assuntos de interesse específico.
Dos documentos emitidos pelo CPC
Art. 13 De acordo com a Resolução CFC nº. 1.055/05,
é atribuição do CPC estudar, pesquisar, discutir, elaborar e
deliberar sobre o conteúdo e a redação de Pronunciamentos
Técnicos, podendo, inclusive, emitir Interpretações, Orientações,
e Comunicados.
Art. 14 Os Pronunciamentos Técnicos estabelecem conceitos
doutrinários, estrutura técnica e procedimentos a serem aplicados.
§ 1º O Pronunciamento Técnico é identificado pela sigla
CPC, seguida de numeração sequencial, seguido de hífen e
denominação, por exemplo, CPC 01 –“Denominação”.
§ 2º Os Pronunciamentos Técnicos, após aprovados, serão
divulgados juntamente com:
 Sumário;
 Termo de Aprovação;

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40 Fundamentos Contábeis

 Relatório de Audiência Pública.


Art. 15 As Interpretações são emitidas para esclarecer, de
forma mais ampla, os Pronunciamentos Técnicos.
§ 1º A Interpretação é identificada pela sigla ICPC, seguida
de numeração sequencial, seguido de hífen e denominação, por
exemplo, ICPC 01 – “Denominação”.
§ 2º As Interpretações, após aprovadas, serão divulgadas
juntamente com:
 Termo de Aprovação;
 Relatório de Audiência Pública, quando houver.
Art. 16 As Orientações possuem caráter informativo,
destinando-se a dar esclarecimentos sobre a adoção dos
Pronunciamentos Técnicos e/ou Interpretações.
§ 1º A Orientação é identificada pela sigla OCPC, seguida
de numeração sequencial, seguido de hífen e denominação, por
exemplo, OCPC 01 – “Denominação”.
§ 2º As Orientações, após aprovadas, serão divulgadas
juntamente com:
 Termo de Aprovação;
 Relatório de Audiência Pública, quando houver.
Parágrafo único. Quando houver a revogação de um
Pronunciamento Técnico, Interpretação ou Orientação, sua
numeração não será reutilizada.
Art. 17 O CPC dará conhecimento público da aprovação ou
revogação de seus documentos, por meio dos seguintes termos:
 Termo de Aprovação – contendo, obrigatoriamente,
a informação da Ata da Reunião do CPC em que se deu a
aprovação do documento;
 Termo de Revogação – contendo, obrigatoriamente,
a informação da Ata da Reunião do CPC em que se deu a
revogação do documento;

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Fundamentos Contábeis 41

Art. 18 Com o objetivo de que todos os documentos emitidos


pelo CPC estejam convergentes às normas internacionais de
contabilidade emitidas pelo International Accounting Standards
Board (IASB), o CPC dará conhecimento público da inclusão de
aprimoramentos e de correções em documentos já editados, por
meio do documento intitulado “Revisão CPC No “X””.
§ 1º A Revisão CPC é seguida de numeração sequencial,
por exemplo, REVISÃO CPC Nº. “X”.
§ 2º As Revisões CPC, após aprovadas, serão divulgadas
juntamente com:
 Termo de Aprovação;
 Relatório de Audiência Pública, se houver.
§ 3º Os documentos revisados serão identificados pela sigla
do documento a que se refere, seguido da letra R, numeração
sequencial, seguido de hífen e denominação, por exemplo,
CPC 01 (R1) – “Denominação”. A letra R identifica que aquele
CPC foi revisado e o número 1 identifica que foi realizada uma
primeira revisão.
§ 4º Os itens revisados serão identificados ao final do novo
texto do Pronunciamento Técnico, Interpretação ou Orientação,
pela sigla NR, entre parênteses.
§ 5º A aprovação do documento de Revisão CPC se dará
nos termos do Art. 5º deste Regimento Interno.
Art. 19 Os Comunicados têm como objetivo chamar a
atenção para algum esclarecimento adicional sobre a adoção dos
Pronunciamentos Técnicos e/ou Interpretações, além de outros
comentários sobre a adoção das normas internacionais no Brasil,
junto à mídia e demais interessados no tema.
Parágrafo único. Os Comunicados do CPC serão seguidos
de numeração seqüencial, por exemplo, Comunicado CPC Nº
“X”. Fonte: https://bit.ly/36jWsit
Abaixo, entenda o fluxograma da Hierarquia CPC e demais
instituições.

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Figura 10: Hierarquia de funcionamento, aprovação e pronunciamento do CPC

Fonte: José Carlos Marion. Atualizadora Ana Carolina Marion Santos, 2018

Tabela 2: Legenda siglas

Conselho de Normas Internacionais da Contabilidade


IASB
International Accouting Standards Boards

Normas Internacionais de Relatório Financeiro


IFRS
International Financial Reporting Standards

CPC Comitê de Pronunciamentos Contábeis

BACEN Banco Central

CVM Comissão de Valores Mobiliários

SRF Secretaria da Receita Federal

SUSEP Superintendência de Seguros Privados

Fonte: O Autor

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Fundamentos Contábeis 43

Pronunciamento Conceitual Básico (R1)


O CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis determina
métodos para elaboração de documentos contábeis, logo,
veremos algumas revisões.
É importante salientar que muitas empresas são sociedades
de capital aberto, as S.A´s, sociedades Anônimas, ou em outras
palavras, as empresas que abriram seu capital para venda
de ações, buscando investidores que passam a ser sócios de
pequenas partes do Capital Social.
Para viabilizar a interpretação dos investidores e a tomada de
decisão, o CPC padronizou os relatórios contábeis de forma que as
entidades possam expor de forma detalhada e resumida os dados
colhidos pela contabilidade, como o objetivo de relatar os principais
fatos financeiros registrado em um determinado período.
Podemos observar abaixo, a alteração da CPC 00 (R2) -
Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório
Contábil-Financeiro, aprovada em 01/11/2010, divulgada em
10/112/2019:
SITUAÇÃO E FINALIDADE DA ESTRUTURA
CONCEITUAL SP1.1 A Estrutura Conceitual
para Relatório Financeiro (Estrutura Conceitual)
descreve o objetivo do, e os conceitos para,
relatório financeiro para fins gerais.
A finalidade desta Estrutura Conceitual é:
(a) auxiliar o desenvolvimento das Normas
Internacionais de Contabilidade (IFRS) para que
tenham base em conceitos consistentes;
(b) auxiliar os responsáveis pela elaboração
(preparadores) dos relatórios financeiros a
desenvolver políticas contábeis consistentes
quando nenhum pronunciamento se aplica à
determinada transação ou outro evento, ou quando
o pronunciamento permite uma escolha de política

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44 Fundamentos Contábeis

contábil; e (c) auxiliar todas as partes a entender e


interpretar os Pronunciamentos.

Pronunciamento Conceitual Básico (R1): Objetivo da


elaboração e divulgação do relatório Contábil-Financeiro
Um relatório contábil-financeiro tem como objetivo fornecer
informações contábeis qualitativas e quantitativas de determinada
entidade que sejam úteis a investidores e credores para que os
mesmos possam tomar decisões a respeito desta entidade.
Retirado de: https://bit.ly/38jWCHU
1.1 O objetivo do relatório financeiro para fins gerais
forma a base desta Estrutura Conceitual. Outros
aspectos desta Estrutura Conceitual – as características
qualitativas de informações financeiras úteis e a
restrição de custo sobre tais informações, o conceito
de entidade que reporta, elementos das demonstrações
contábeis, reconhecimento e desreconhecimento,
mensuração, apresentação e divulgação – decorrem
logicamente do objetivo.
1.2 Objetivo, utilidade e limitações do relatório
financeiro para fins gerais é fornecer informações
financeiras sobre a entidade que reporta que sejam
úteis para investidores, credores por empréstimos e
outros credores, existentes e potenciais, na tomada
de decisões referente à oferta de recursos à entidade.
Essas decisões envolvem decisões sobre: (a)
comprar, vender ou manter instrumento de
patrimônio e de dívida; (b) conceder ou liquidar
empréstimos ou outras formas de crédito; ou
(c) exercer direitos de votar ou de outro modo
influenciar os atos da administração que afetam o
uso dos recursos econômicos da entidade.

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Fundamentos Contábeis 45

1.3 As decisões descritas no item 1.2 dependem


dos retornos que os existentes e potenciais
investidores, credores por empréstimos e outros
credores esperam, por exemplo, dividendos,
pagamentos de principal e juros ou aumentos
no preço de mercado. As expectativas dos
investidores, credores por empréstimos e outros
credores quanto aos retornos dependem de
sua avaliação do valor, da época e da incerteza
(perspectivas) de futuros fluxos de entrada de
caixa líquidos para a entidade e de sua avaliação
da gestão de recursos da administração sobre os
recursos econômicos da entidade. Investidores,
credores por empréstimos e outros credores,
existentes e potenciais, precisam de informações
para ajudá-los a fazer essas avaliações.
1.4 Para fazer as avaliações descritas no item
1.3, os investidores, credores por empréstimos e
outros credores, existentes e potenciais, precisam
de informações sobre: (a) os recursos econômicos
da entidade, reivindicações contra a entidade
e alterações nesses recursos e reivindicações
(ver itens de 1.12 a 1.21); e (b) a eficiência
e eficácia da administração e do órgão de
administração da entidade3 no cumprimento de
suas responsabilidades sobre o uso dos recursos
econômicos da entidade (ver itens 1.22 e 1.23).
1.5 Muitos investidores, credores por empréstimos e
outros credores, existentes e potenciais, não podem
exigir que as entidades que reportam forneçam
informações diretamente a eles, devendo se basear
em relatórios financeiros para fins gerais para muitas
das informações financeiras de que necessitam.
Conseqüentemente, eles são os principais usuários
aos quais se destinam relatórios financeiros para

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46 Fundamentos Contábeis

fins gerais.4 1.6 Contudo, relatórios financeiros para


fins gerais não fornecem nem podem fornecer todas
as informações de que necessitam investidores,
credores por empréstimos e outros credores,
existentes e potenciais. Esses usuários precisam
considerar informações pertinentes de outras fontes,
como, por exemplo, condições e expectativas
econômicas gerais, eventos políticos e ambiente
político e perspectivas do setor e da empresa.
1.7 Relatórios financeiros para fins gerais não
se destinam a apresentar o valor da entidade que
reporta, mas fornecem informações para auxiliar
investidores, credores por empréstimos e outros
credores, existentes e potenciais, a estimar o valor
da entidade que reporta. 1 Ao longo da Estrutura
Conceitual, os termos “relatórios financeiros”
(“financial reports”) e “relatório financeiro”
(“financial reporting”) referem-se a relatórios
financeiros para fins gerais e relatório financeiro
para fins gerais, salvo se especificamente indicado
de outro modo. 2 Ao longo da Estrutura Conceitual,
o termo “entidade” refere-se à entidade que
reporta, salvo se especificamente indicado de
outro modo. 3 Ao longo da Estrutura Conceitual,
o termo “administração” refere-se à administração
e ao órgão de administração da entidade, salvo
se especificamente indicado de outro modo. 4
Ao longo da Estrutura Conceitual, os termos
“principais usuários” e “usuários” referem-se
a esses investidores, credores por empréstimos
e outros credores, existentes e potenciais, que
devem se basear em relatórios financeiros para fins
gerais para muitas das informações financeiras de
que necessitam.
1.8 Usuários primários individuais têm necessi-
dades e desejos de informação diferentes e pos-

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Fundamentos Contábeis 47

sivelmente conflitantes. Ao desenvolver os Pro-


nunciamentos, busca-se fornecer um conjunto de
informações que atenda às necessidades do maior
número de principais usuários. Contudo, concen-
trar-se em necessidades de informação ordinárias
não impede que a entidade que reporta inclua in-
formações adicionais que sejam mais úteis para
um subconjunto específico de principais usuários.
1.9 A administração da entidade que reporta também
está interessada em informações financeiras sobre
a entidade. Contudo, a administração não precisa
se basear em relatórios financeiros para fins gerais,
pois ela pode obter internamente as informações
financeiras de que precisa.
1.10 Outras partes, como reguladores e o público
em geral, que não investidores, credores por
empréstimos e outros credores, podem também
considerar relatórios financeiros para fins gerais
úteis. Contudo, esses relatórios não são direcionados
essencialmente a esses outros grupos.
1.11 Em grande medida, relatórios financeiros
baseiam-se em estimativas, julgamentos e
modelos e, não, em representações exatas. Esta
Estrutura Conceitual estabelece os conceitos
subjacentes a essas estimativas, julgamentos
e modelos. Os conceitos são a meta que os
responsáveis pela elaboração (preparadores) de
relatórios financeiros se esforçam por atingir.
Como na maioria das metas, a visão desta
Estrutura Conceitual de relatório financeiro ideal
é improvável de ser atingida integralmente, ao
menos não em curto prazo, pois leva tempo para
compreender, aceitar e implementar novas formas
de analisar transações e outros eventos. Contudo,
estabelecer uma meta a ser atingida é essencial

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48 Fundamentos Contábeis

para que o relatório financeiro evolua de modo a


melhorar a sua utilidade.

SAIBA MAIS

Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso à


seguinte fonte de consulta e aprofundamento: CPC 00 (R2) -
Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório
Contábil-Financeiro, acessível pelo link: https://bit.ly/38t3RNQ.

RESUMINDO

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o
que vimos. Você deve ter aprendido que a Contabilidade é uma
ciência que surgiu há muito tempo atrás. Através dessa ciência,
são registrados fatos econômicos de entidades, que podem ser
pessoas físicas ou jurídicas, de forma organizada obedecendo
princípios e convenções norteadoras da forma de registro, com o
objetivo de tornar as informações visíveis e de fácil interpretação,
pela padronização dos métodos de registro.
Devido à demanda dessas informações pelos usuários da
contabilidade e por essas informações serem universais, elas
devem ser revistas periodicamente e reformuladas de forma que
atendam às necessidades das entidades conforme leis e medidas
aplicadas pelo Estado, lembrando da consonância com a normas
internacionais. Isso se dá principalmente em função de investidores
em empresas de capital aberto, que necessitam de informações
para tomada de decisões de investimento e de crédito.

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Fundamentos Contábeis 49

02
UNIDADE

UNIDADE 02

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50 Fundamentos Contábeis

INTRODUÇÃO
Na unidade 1 você descobriu o quanto a contabilidade está
presente no dia a dia das pessoas no Brasil e no mundo e como
seus conceitos e métodos são importantes para o funcionamento
de empresas e até mesmo do Estado.
Agora eu convido você a conhecer um pouco mais a fundo
o objeto de estudo da contabilidade, ou seja, o Patrimônio e
tudo o que o compõe. Será uma grande novidade e essa nova
unidade fará você se sentir um expert em temos de controle do
Patrimônio de uma entidade. Venha estudar esta unidade letiva e
mergulhar neste universo!

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Fundamentos Contábeis 51

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo
é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências
profissionais até o término desta etapa de estudos:

1 Conhecer a o Patrimônio e sua formação;

2 Identificar e realizar lançamentos e registros de


contas patrimoniais e de resultado;

3 Entender e realizar lançamentos contábeis de


débito e crédito;

4 Analisar saldos das contas a partir do balancete de


verificação.

Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao


conhecimento? Ao trabalho!

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52 Fundamentos Contábeis

Patrimônio

OBJETIVO

Ao término deste capítulo você será capaz de entender o que


é e como é formado o patrimônio de uma entidade e como
registrar os seus componentes. Poderá elaborar e fazer a leitura
de relatórios contábeis, auferir resultados e entender como um
empreendedor pode obter lucro e crescimento de seus negócios
conhecendo e utilizando os conhecimentos contábeis. E então?
Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá.
Avante!

E então, já aconteceu de você estar andando na rua e


passar em frente a um conglomerado de prédios e barracões
com entrada e saída de caminhões e de pessoas uniformizadas,
todos como a mesma logomarca. E ao ver todo esse conjunto
imaginar “como é grande o patrimônio dessa empresa!”, será
observando de forma material e tangível, conseguimos conhecer
o Patrimônio de uma organização?
Patrimônio é o conjunto de riquezas de propriedades de
uma pessoa ou de uma empresa (de uma entidade).
Em contabilidade, a palavra patrimônio tem sentido amplo:
por um lado significa o conjunto de bens e direitos pertencentes
a uma pessoa ou empresa; por outro lado inclui as obrigações a
serem pagas.

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Fundamentos Contábeis 53

Figura 1: Elementos Patrimoniais

Fonte: O Autor

Os bens e direitos, por serem desejáveis, são considerados


elementos patrimoniais positivos; as obrigações, por serem
de caráter restritivo, são consideradas elementos patrimoniais
negativos.
Lembra quando falamos do passeio? Na visão contábil, o
patrimônio é sim tudo aquilo que podemos ver, enxergar, mas
além disso, existem as obrigações, tudo aquilo que gerou um
compromisso de pagamento para aquela empresa.

Figura 2: Patrimônio de uma pessoa ou empresa separada por categoria de contas a receber e a pagar

Fonte: O Autor

Vamos falar agora, sobre os componentes patrimoniais.

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54 Fundamentos Contábeis

Componentes Patrimoniais
Vamos falar agora, sobre os componentes patrimoniais.
São eles: bens, direitos e obrigações.
Para entender melhor, trataremos de cada um separadamente.

Bens
Vamos começar estudando os Bens.
“Bens são aqueles itens que a civilização convencionou
chamar de riquezas, por serem raros, úteis, fungíveis (característica
de troca), tangíveis (característica de poder ser movimentado e ser
tocado fisicamente), desejáveis etc. “ Marion (2009).
Podemos considerar bens os veículos, casas, prédios,
móveis, mercadorias, dinheiro, etc.
Para melhor observá-los e tratá-los os bens são classificados
conforme a sua forma em bens tangíveis ou intangíveis; e quanto
à mobilidade classificados em móveis ou imóveis.
Classificação quanto à forma:
 Bens tangíveis: têm existência física, são palpáveis, e
podem ser:
a. Bens Numerários: dinheiro;
b. Bens de Venda: estoque de mercadorias, estoque de
matérias-primas, estoque de produtos em fabricação, estoque de
produtos acabados;
c. Bens de Uso: imóveis, terrenos, móveis e utensílios,
veículos, máquinas e equipamentos, computadores, instalações;
d. Bens de Renda: imóveis para aluguel.
 Bens intangíveis: não são palpáveis, não possuem
existência física, como exemplo capital intelectual, marcas,
direitos autorais, patentes de invenção (documento pelo qual
o Estado garante a pessoa ou empresa o direito exclusivo de
explorar uma invenção), franquias, copyrights e softwares.

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Fundamentos Contábeis 55

Classificação quanto à mobilidade:


 Bens móveis: são aqueles que podem ser removidos
por si próprios ou por outras pessoas: animais, máquinas,
equipamentos, estoques de mercadorias, etc.
 Bens imóveis: são aqueles vinculados ao solo, que
não podem ser retirados sem destruição ou danos: edifícios,
construções, árvores, etc.

Tabela 1: Exemplo da classificação de bens (valores em milhões).

Bens Tangíveis Intangíveis Móveis Imóveis

Barracão 200 - - 200

Móveis 60 - 60 -

Veículos 400 - 400 -

Máquinas 120 - 120 -

Terreno 600 - - 600

Marca - 1.000 1.000 -

TOTAL 1.380 1.000 1. 580 800

Fonte: O Autor

Direito
O poder de exigir alguma coisa. Ter o direito normalmente
é ser o proprietário de algo que está em poder de outros, neste
caso, você tem direito àquilo que está aos cuidados de um
terceiro.

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56 Fundamentos Contábeis

Tabela 2: Exemplos de direitos de uma entidade (valores em mil R$)

Itens – Direitos Valores (R$)

Dinheiro no banco (conta corrente) 20

Duplicatas a receber de clientes 160

Títulos a Receber 80

Aluguel a receber 8

Dinheiro na poupança 12

Investimento Fundos 20

Fonte: O Autor

Obrigações
As obrigações são os compromissos de pagamento.
Normalmente a entidade ou empresa adquire bens ou contrata
serviços e para pagá-los assume a responsabilidade de devolução
em forma de outros bens, como dinheiro por exemplo. Em outras
palavras são dívidas com outras pessoas ou entidades.
Em contabilidade tais dívidas são denominadas obrigações
exigíveis, isto é, compromissos que serão reclamados, exigidos
de acordo com o prazo de vencimento. Caso a exigibilidade não
seja cumprida, ocorrem situações de cobrança da mesma, porém,
acrescida de penalidade, que são as multas e juros, ou até mesmo
a negativação da entidade obrigada.
As obrigações exigíveis normalmente são compromissos
assumidos com terceiros. Esses terceiros são normalmente:

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Fundamentos Contábeis 57

Figura 3: Exemplos de terceiros e obrigações Exigíveis

Fonte: O Autor

Compondo o patrimônio, existem também as obrigações


não exigíveis, que como o nome mesmo nos diz não há
exigibilidade, não existe uma data de pagamento para que seja
cumprida.
Isso é possível?
Sim! Na formação do patrimônio de uma empresa,
observamos que existem terceiros que atuam como credores
concedendo itens ativos através de acordos de crédito, no entanto,
antes desses terceiros existem os sócios, aqueles que investem
seu capital próprio para a abertura e inicio das atividades de uma
empresa. Esses são os principais credores, sem eles a empresa
nem mesmo existiria. Logo, a empresa tem obrigação com
os sócios e como remuneração por esse capital investido, os
rendimentos, os lucros obtidos pelas atividades são de direito
dos sócios, no entanto, lembrando, não há exigibilidade de
pagamento. Assim como o capital investido, o que chamamos
de Capital Social – em breve estudaremos melhor sobre esse
assunto, não pode ser exigido, nem pagamento, nem devolução.

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58 Fundamentos Contábeis

Tabela 3: Exemplos de obrigações com terceiros

Itens – Obrigações Exigíveis Valores (R$)

Fornecedores de mercadorias 30

Salários a pagar a funcionários 20

Encargos Sociais a pagar (INSS/FGTS) 2

Impostos a pagar 22

Empréstimos bancários (a pagar) 100

Financiamentos a pagar 60

Fonte: O Autor

Tabela 4: Exemplos de obrigações não exigíveis com os sócios

Itens – Obrigações Não-exigíveis Valores (R$)

Capital social 2.446

Lucros acumulados 0

Fonte: O Autor

Agora que conhecemos os componentes patrimoniais,


que são os bens e direitos e as obrigações, ficará mais fácil de
identificarmos as os grupos de contas que a contabilidade utiliza
para fazer os registros e lançamentos dos fatos econômicos
realizados por uma entidade.
Vamos fazer a demonstração gráfica do patrimônio:

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Fundamentos Contábeis 59

Figura 4: Representação gráfica do patrimônio

Fonte: O Autor

Ou,
Figura 5: Representação gráfica do patrimônio – Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido

Fonte: O Autor

Na figura acima podemos observar alguns termos novos.


Para demonstrar o patrimônio de uma entidade, a contabilidade
separa os componentes em grupos diferenciados, de acordo com
a sua essência, ou, como podemos observar, separando os bens
e direitos do lado do ativo e as obrigações do lado do passivo.
Vamos começar falando do Patrimônio Líquido!

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60 Fundamentos Contábeis

Patrimônio Líquido
O Patrimônio Líquido é o resultado da soma dos bens
e direitos (elementos patrimoniais positivos) diminuída da
somatória das obrigações (elementos patrimoniais negativos).
Significa a sobra, o resíduo, em valor dos elementos
patrimoniais. Daí seus diversos nomes: Sobra Patrimonial,
Patrimônio Residual, Riqueza Líquida, Capital Próprio, Sobra
Efetiva, etc.
Os termos mais comuns são Riqueza Líquida e Capital
Próprio.
Podemos entender como Riqueza Líquida porque, hipote-
ticamente, na dissolução da empresa ou da entidade, tudo o que
ela tem em bens e direitos deverá pagar suas obrigações com
terceiros, restando assim um montante líquido.
Em outras palavras, caso a empresa feche, tudo o que tem
em bens e direitos deverá pagar as obrigações com terceiros,
restando assim um determinado montante, essa sobra é de direto
dos sócios.
Para explicar o termo “capital próprio” tomamos como
base a não exigibilidade. Pois tudo o que compõe o Patrimônio
Líquido são recursos advindos dos sócios, que não podem exigir
devolução e nem determinar prazo para pagamento, além do
mais, este capital é ou foi utilizado para investimento em itens
ativos para o funcionamento e atividade da empresa.
Retomando a definição de Patrimônio Líquido como sendo
a representação do capital que os sócios aplicaram no ativo da
empresa, que ao serem criadas, necessitam de um capital para
iniciarem suas atividades que geralmente é fornecido pelos
sócios, que em troca recebem ações ou quotas de capital.
As fontes (origens) de patrimônio líquido são as seguintes:
a. Integralização de capital pelos sócios: é o capital
cedido pelos sócios para o início das atividades ou para suprir

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Fundamentos Contábeis 61

uma eventual necessidade de capital para pagamento de dívidas


ou para novos investimentos;
b. Lucro: é o resultado econômico positivo auferido pelas
operações de compra e venda de mercadorias ou prestação de
serviços a terceiros. Para obtenção do lucro é necessário que as
receitas sejam maiores que os custos e despesas do período;
c. Doações e subvenções: são recursos recebidos do
poder público como forma de incentivo à atividade da entidade
com possibilidade de contraprestação de serviços.
Para ampliar o conhecimento, abaixo vamos listar outros
termos que se referem a capital e que são comumente utilizados
como termos jurídicos, corporativos ou contábeis:
 CAPITAL NOMINAL: Corresponde ao investimento
dos sócios.
 CAPITAL PRÓPRIO: Corresponde ao Patrimônio
Líquido.
 CAPITAL DE TERCEIROS: corresponde às dívidas
contraídas pela empresa. Recursos provenientes de terceiros.
 CAPITAL TOTAL A DISPOSIÇÃO DA ENTIDADE:
Corresponde à somatória de todos os recursos obtidos pela
empresa
 CAPITAL SUBSCRITO: Corresponde ao compromisso
assumido pelos sócios da empresa no sentido de formação do
Capital Social.
 CAPITAL SOCIAL: Corresponde ao investimento
inicial efetuado pelos sócios, acrescido dos aumentos de capital
pela incorporação de reservas ou injeção de novos recursos pelos
sócios. Capital Social significa o mesmo que Capital Nominal.
 CAPITAL A INTEGRALIZAR: Corresponde à parte
do Capital Social subscrito que ainda não foi entregue pelo
subscritor à empresa.

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62 Fundamentos Contábeis

Para finalizar nossa exemplificação de Patrimônio temos a


seguinte formação:

Tabela 5: Demonstrativo do patrimônio de uma entidade, apresentando a soma dos bens e direitos
e as obrigações

Fonte: O Autor

Equação fundamental da Contabilidade


A contabilidade utiliza-se de métricas para ajustar e
equilibrar o patrimônio, bem como para a apresentação dos
relatórios e demais informações sobre o patrimônio de alguma
entidade, sendo assim, temos a equação fundamental da
contabilidade:

Temos também a equação do equilíbrio patrimonial, onde:


B + D = O + PL

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Fundamentos Contábeis 63

B = BENS
D = DIREITOS
O = OBRIGAÇÕES
PL = PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Ativo x Passivo
Como observado na tabela 5 acima, os bens e diretos são
agrupados de um lado da demonstração, de forma que evidenciam
o lado positivo do patrimônio, ou as contas de efeito positivo.
Ativo é o conjunto de bens e direitos de propriedade de
uma entidade/empresa, com potencial de geração de benefícios
futuros, avaliado monetariamente.
Algumas características importantes do ativo:
 Potencialidade de geração de benefícios futuros para a
entidade/empresa;
 Ser de propriedade da entidade;
 Ser avaliado monetariamente.
Passivo são as obrigações assumidas pela entidade, seja
com terceiros ou com os sócios. Podemos dizer que é de onde
vem o dinheiro, ou seja, tudo o que está no Ativo veio de algum
lugar e estará demonstrado no Passivo.
A subdivisão do passivo é entre passivos Exigíveis, como
vimos anteriormente, obrigações assumidas com terceiros e que
tem data de vencimento, exigibilidade. E também o passivo ão
Exigível, que são as obrigações com os sócios, sem a necessidade
de pagamento ou devolução.
ATIVO (lado esquerdo): elementos patrimoniais positivos
- BENS + DIREITOS
PASSIVO (lado direito): elementos patrimoniais negativos
- OBRIGAÇÕES e também evidencia a riqueza efetiva, o
PATRIMÔNIO LÍQUIDO.

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64 Fundamentos Contábeis

Origens e Aplicações de recursos


Agora que conhecemos ativo e passivo, vamos especificar
outros detalhes que também caracterizam as contas que os
compõem.
Todos os recursos que entram numa empresa passam
pelo passivo e patrimônio liquido. Os recursos (financeiros ou
materiais) são originados dos proprietários (PL), fornecedores,
governo, bancos, financeiras, etc. que representam origens de
recursos. Através do passivo e do patrimônio líquido, portanto,
identificam-se as origens de recursos, ou seja, de onde veio o
dinheiro, o recurso para a compra da máquina, do veículo, ou
do terreno.
O ativo, por sua vez, evidencia todas as aplicações de
recursos. Teve origem no capital dos sócios e foi aplicado no
caixa, em estoque, em máquinas, em imóveis, etc.
A empresa só pode aplicar (ativo) aquilo que tem origem
(passivo e PL). Sendo assim, havendo uma origem de $ 1 milhão, a
aplicação deve ser de $1milhão. Dessa forma, fica bastante simples
entender por que o Ativo será sempre igual ao Passivo + PL.

Figura 6: Gráfico de Origem e Aplicação de recursos x Ativo e Passivo

Fonte: O Autor

Outro exemplo:

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Fundamentos Contábeis 65

Tabela 6: Demonstração gráfica de ativo e passivo com contas (bens, direitos e obrigações) indicando as
origens e as aplicações

Fonte: O Autor

A principal origem dos recursos LUCRO obtido no


negócio.
O Lucro obtido pela empresa, não pertence a ela, mas
a seus sócios (sócios ou acionistas), pois são eles q correm o
risco dos negócios e neste caso, esse investimento feito pelos
proprietários é também chamado CAPITAL DE RISCO, pois se
a empresa atingir PREJUIZO constante, são eles quem perdem.
Como falamos anteriormente, o lucro é a remuneração ao
capital investido na empresa pelos proprietários. Imaginemos
uma aplicação em caderneta de poupança, os juros pertencem ao
investidor. Na empresa, ocorre o mesmo: todo lucro é adicionado
à conta do proprietário, ou seja, ao patrimônio líquido. O lucro
acumulado no Patrimônio Líquido aumenta o investimento
dos proprietários, logo, há um reinvestimento para a expansão
do próprio negócio. O lucro distribuído aos proprietários
(remuneração ao capital próprio) é chamado de dividendos.
Essa distribuição ocorre normalmente após o encerramento
de um exercício contábil – estudamos na Unidade I.
EXPLICAÇÃO DA EXPRESSÃO “BALANÇO PATRIMONIAL”

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66 Fundamentos Contábeis

A palavra balanço decorre do equilíbrio: ATIVO –


PASSIVO + PL, ou da igualdade: APLICAÇÕES = ORIGENS.
Parte-se da idéia de uma balança de dois pratos, onde
sempre encontramos a igualdade.

Balanço Patrimonial
Como vimos anteriormente, existe um equilíbrio entre o
Ativo e Passivo, que representam as Origens e Aplicações de
recursos, esse equilíbrio assegura a qualidade e quantidade dos
componentes patrimoniais.
Que o termo patrimonial tem origem no patrimônio da
empresa, ou seja, conjunto de bens, direitos e obrigações. Daí a
chamar-se patrimonial.
Juntando-se ambas as palavras obtém-se balanço patrimonial,
equilíbrio do patrimônio, igualdade patrimonial.
O balanço patrimonial é a demonstração utilizada para
refletir a posição financeira e patrimonial da empresa em dado
momento. É o relatório de maior utilização pelas empresas e
tem como finalidade demonstrar a posição de bens, direitos e
obrigações da empresa em determinado momento, evidenciando
a situação líquida. Caracteriza-se como importante instrumento
para análise da estrutura de capital e da capacidade de pagamento
da empresa.

SAIBA MAIS

Para se aprofundar acerca do conteúdo de balanço patrimonial,


acesse o site: https://bit.ly/2Gd32MO.

eBook Completo para Impressao - Fundamentos Contábeis - Aberto.indd 66 27/05/2020 16:55:51


Fundamentos Contábeis 67

O Estudo das Contas


Para controle do patrimônio a contabilidade quantifica e
qualifica, então, para qualificar, são dados nomes às contas.
É uma forma de padronizar e linguagem de apresentação
dos relatórios e informações que serão apresentadas aos
interessados.
Conta é a representação contábil de elementos patrimoniais
que aprentam semelhanças ou que são iguais em características.
As contas trazem informações do que a entidade possui e
qual o valor que ela possui. Quanto ganhou e como foi o ganho.
O contador pode criar a quantidade de contas necessárias
para registrar os fatos economicos de uma entidade, o que
importa é que essas contas proporcionem o entendimento do
que/ de que valor/como foi.
Para reforçar o entendimento, as contas são criadas para
registrar os fatos nos livros contábeis. Essas contas representam
os elementos patrimonias, aqueles que compoem o ativo e o
passivo e que aparecem basicamente no Balanço Patrimonial. É
importante ressaltar, que além dessas contas, é necessário criar
contas que expliquem os gastos e os rendimentos, neste caso
então, as contas para representar as despesas e as receitas.

Saldos e movimentos
Durante determinado período de registro, suponhamos
que existam vários fatos que se refiram à mesma conta, logo, o
valor final, o somatório da movimentação é chamado de saldo
da conta.
O saldo inicial de determinada conta é o valor do saldo
final que vem de um período anterior àquele em que se iniciará
os registros.

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68 Fundamentos Contábeis

“O movimento da conta pode ser dividido em dois:


movimento que aumenta e movimento que diminui o saldo.
Utilizando a nomenclatura de débito e crédito, seriam dois tipos
de movimentos de contas: movimento a débito (aumento de
saldos devedores e diminuição de saldos credores) e movimento
a crédito (aumento de saldos credores e diminuição de saldos
devedores).” (Padoveze, 2014).

Plano de contas
Utilizar um plano de contas para o lançamentos dos fatos
é como “arrumar a própria casa”, localizamos os itens e a que
setor corresponde. Assim, o plano de contas é um:
“Agrupamento ordenado de todas as contas
que são utilizadas pela Contabilidade dentro de
determinada empresa. Portanto, o elenco de contas
é considerado indispensável para os registros de
todos os fatos contábeis”. (MARION, 1998)
Podemos dizer que a função de um plano de contas é
possibilitar o registro dos fatos contábeis de forma ordenada. É
uma classificação e acumulação de dados resumida, qualificada
e quantificada de fácil visualização e entendimento.
Uma empresa organizada, padroniza suas contas em
sistemas integrados, de forma que outros setores possam utilizar-
se desse padrão e realizar e analisar os registros de informações.
Podemos observar esse modelo na inserção de itens de estoque
de materia prima, que compoe tanto a quantidade disponível
em estoque, sendo essa mesma informação utilizada pela
contabilidade, pelo setor de contas a pagar e pela produção.
Para montarmos um plano de contas, devemos ter em mente
alguns parâmetros de forma que a ferramenta seja util e prática.
Segue abaixo algumas recomendações para a elaboração
do plano de contas:

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Fundamentos Contábeis 69

a. Atender às necessidades específicas de cada empresa


e às necessidades de informação dos principais usuários dos
relatórios; cada empresa se difere em tamanho, ramo de atividade
e outras caracteristicas que devem ser adaptadas;
b. A classificação deve partir do geral para o particular;
c. Deve ser codificado;
d. Os agrupamentos devem ser feitos pensando nos
relatórios que eles se originarão;
e. Os títulos das contas devem refletir os elementos
patrimoniais que representam;
f. Deve ter operacionalidade e flexibilidade;
g. Deve atender a uma estrutura e ordem, já que as contas
são subdividas de acordo com sua essencia e característica.;
h. Atender Às necessidades legais societárias e fiscais.
Estrutura Básica
 Conta (Ativo, Passivo, PL, Resultados...)
 Grupo de Contas (Circulante, L.P. Permanente, ....)
 Conta do Grupo (Caixa, Fornecedores, Reservas...)

Contas sintéticas e analíticas – obtenção de saldos


Normalmente para a tomada de decisão ou para
conhecimento da situação econômica da empresa, os gestores
visualizam relatórios contábeis gerados pela contabilidade,
assim como outros usuários também avaliam relatórios com
diversas finalidades e tipos de decisões.
Alguns relatórios trazem a transcrição das contas de
forma sintética, ou seja simplificada, resumida. Normalmente se
constituem nos planos de contas de menor grau. Quanto menor
o grau da conta, mais sintético é o seu saldo, ou seja, o saldo
representa um resumo muito maior do que outras contas.

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70 Fundamentos Contábeis

Informações resumidas e breves:


Tabela 7: Exemplo de demonstração das contas de forma sintética

Ativo Passivo

Total Ativo R$ 340 Total do Passivo R$ 340

Fonte: O Autor

Uma conta analítica, é mais detalhada, se configura quando


a obtenção de seu saldo é conseguida através de lançamentos, ou
seja, através de registro de cada fato administrativo, em resumo,
elas representam os elementos patrimoniais em seu maior grau
de detalhamento.
Exemplo de contas analíticas, contendo os subtotais. Ativo
Total = 150. Circulante = 50, ou do Ativo Circulante Disponível
50, ou ainda, o valor do Ativo Circulante Disponível Caixa =10;
e o valor do Ativo Não Circulante Imobilizado Máquinas = 100.

Tabela 8: Exemplo de demonstração das contas de forma analítica

Fonte: O Autor

Outro exemplo:

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Fundamentos Contábeis 71

Plano de contas Sintético.


Somente o saldo do ativo e do passivo.
Plano de contas Analítico.
Saldo da Conta Fornecedor João da Esquina, que pertence
ao Passivo Circulante, com seu saldo total além de outras
subcontas formadoras do subgrupo, finalizando com o total do
Passivo, compostos pelos subgrupos e subtotais.

Classificação das contas do Ativo e do


Passivo – Subgrupos de contas
Classificação do Ativo e passivo de acordo com a lei
6.404/76:
As contas são agrupadas em subgrupos para facilitar o
conhecimento e a análise da situação da entidade, ou da empresa.
No ativo, as contas aparecem dispostas em ordem
decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados,
ou seja, quanto maior a facilidade de liquidação aparecerá mais
ao topo no Balanço Patrimonial.
 Ativo Circulante;
 Ativo Não Circulante;
 Ativo Realizável a Longo Prazo;
 Investimento;
 Imobilizado;
 Intangível.
Os Ativos Circulantes são todos aqueles que espera-se que
sejam realizados ou consumidos durante o curso do exercício
social. É o grupo que representa o dinheiro gerado pela empresa
para pagar suas contas de curto prazo.
Dentro do Ativo Circulante temos:

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72 Fundamentos Contábeis

 Disponibilidades: que são as contas de liquidez


imediata, tais como o caixa, bancos conta corrente e aplicações
financeiras de resgate imediato.
 Contas a Receber: (contas que representam direitos de
receber por vendas ou serviços prestados.
 Estoques: estoques de mercadorias, materiais de uso e
consumo, matérias primas, produtos em fabricação e produtos
acabados.
 Títulos, Valores Mobiliários e bens: as aplicações
financeiras não alocadas em Disponibilidades e com prazos de
vencimento/resgate até o fim do exercício seguinte a data de
apresentação do Balanço; e os ativos destinados à venda, que
não sejam estoques e espera-se que sejam realizados no curso do
exercício seguinte à apresentação do balanço;
Ativos Não Circulantes são aqueles em que espera-se que
sejam realizados após o término do exercício social seguintes.
A liquidez dos elementos patrimoniais pertencentes a este
subgrupo são menores, ou seja, demandam de maior tempo para
serem liquidados. E ao contrário do circulante, são recursos de
longo prazo.
 Ativo Realizável a Longo Prazo (art. 179, II, Lei
6.404/76): mesma natureza dos Ativos Circulantes, mas que,
entretanto, serão realizados ou consumidos apenas após o
término do exercício seguinte à apresentação do Balanço.
 Investimentos (art. 179, III, Lei 6.404/76): imóveis que
a empresa eventualmente possua com a finalidade de locação
ou valorização participações em sociedades coligadas (art. 243,
§1ª, Lei 6.404/76), controladas.
 Imobilizado (CPC 27 e art. 179, IV, Lei 6.404/76):
todas as contas que representem bens materiais (corpóreos,
tangíveis) que sejam mantidos pela empresa com a finalidade
de produção ou fornecimento de mercadorias e serviços, para
locação, ou para fins administrativos, e que se espera utilizar

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Fundamentos Contábeis 73

para além do exercício seguinte à apresentação do balanço.


Exemplos: terrenos, edifícios, máquinas e equipamentos, móveis
e utensílios, veículos, instalações, computadores, etc.
 Intangível: os direitos que tenham por objeto bens
incorpóreos ligados à manutenção da empresa ou exercidos com
esta finalidade.
No Passivo, as contas seguem a ordem da exigibilidade e
do prazo de vencimento, ou seja, primeiro aparecem as contas
que representam obrigações com terceiros e têm vencimento a
curto prazo, seguindo para as de vencimento a longo prazo e
depois as contas não exigíveis.
As contas serão classificadas nos seguintes subgrupos:
 Passivo circulante;
 Passivo exigível a longo prazo;
 Patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas
de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros e lucros ou
prejuízos acumulados.
No Passivo Circulante, aparecem todas as obrigações da
entidade, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do
ativo não-circulante, quando se vencerem no exercício seguinte.
Temos como exemplo os Fornecedores, contas a pagar, salários
a pagar, etc.
No passivo não circulante estão Todas as obrigações da
entidade, inclusive financiamentos para aquisição de direitos
do ativo não-circulante, quando se vencerem após o exercício
seguinte. Exemplos de contas: empréstimos a longo prazo;
financiamentos a longo prazo, etc.
E por fim, no Patrimônio Líquido, a diferença entre o valor
dos ativos e dos passivos. O mesmo é constituído por Capital
Social, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação Patrimonial,
Reservas de Lucros, Ações em Tesouraria e Prejuízos
Acumulados.

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74 Fundamentos Contábeis

Veja como fica um Balanço Patrimonial seguindo um


plano de contas:

Tabela 9: Balanço Patrimonial gerado a partir de um plano de contas

Fonte: O Autor

Conceito de curto e longo prazo


Muitas vezes estamos acostumados a ouvir falar sobre
curto e longo prazo pelo entendimento da Gestão Financeira,
que classifica o longo prazo como sendo contas ou contratos de
5 ou 10 anos, porém, para a contabilidade, o conceito de custo e
longo prazo é bem diferente.
Curto prazo é o período que compreende 12 meses, ou
sejam, emglobam as contas que se extinguem em no máximo 1
ano. O longo prazo, por sua vez, ultrapassa os 12 meses, abrange
um período maior do que 1 ano.
Curto Prazo  até um ano (conceito geral).
Longo Prazo  Período acima de um ano.

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Fundamentos Contábeis 75

Figura 7: Linha do tempo de Curto e Longo prazo

Fonte: O Autor

Classificação das contas pelo sistema


patrimonial
A classificação acontece visando os dois relatórios básicos
de uma sistema de informação contábil que são:
a. Balanço Patrimonial;
b. Demonstração de Resultado do Exercício.
De acordo com essa observação, podemos classificar as
contas em dois grandes grupos: Contas Patrimoniais e Contas
de Resultado.
 Contas Patrimoniais
A definição das contas patrimoniais já estudamos nesta
mesma unidade, elas representam os elementos patrimoniais
componentes no Ativo e no Passivo, representando os bens,
direitos e obrigações. São as contas que compõem o BALANÇO
PATRIMONIAL.
Essas contas são consideradas permanentes, pois entende-
se que enquanto houver saldo em determinada conta, ela
aparecerá no Balanço. Os valores de saldo poderão se alterar, no
entanto, a conta persiste.
A conta Banco Conta corrente, embora sofra alterações em
seu saldo, desde que ela se mantenha existindo, vai continuar
compondo o patrimônio, ou plano de contas.

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76 Fundamentos Contábeis

 Contas de Resultado
As contas de resultado são compõem outro grande grupo
de contas, com as quais o contador vai auferir o resultado obtido
pelas atividades de uma empresa. Para o resultado, temos dois
tipos de contas:
a. Contas de despesas e receitas;
b. Contas de apuração.
As contas de despesas e receitas tem as função de registrar
ganhos e gastos e não representam nenhum elemento patrimonial,
são utilizadas apenas para o segundo relatório contábil que é a
Demonstração de Resultado do Exercício.
As Receitas pode ser explicada como um fluxo de elementos
para o Ativo, sem correspondente aumento de passivo, na forma
de dinheiro, títulos a receber ou outros tipos de bens e dinheiros
provenientes de terceiros, estando sempre relacionada com a
venda de mercadorias ou produtos, ou à prestação de serviços.
Representam os valores, proveniente das operações de
uma empresa, que ela recebe ou tem previsão de receber. Por
exemplo:
 Receitas de serviços;
 Receitas de aluguel;
 Receitas de vendas;
 Receitas financeiras; etc.
As despesas são gastos decorrentes do uso de bens ou
serviços realizados com o objetivo de obter uma receita. Um
administrador faz propaganda esperando atrair clientes, contrata
empregados a fim de ser serviço por eles, aluga locais onde possa
estabelecer seus negócios – em todas essas atividades, ele utiliza
bens ou serviços com o objetivo de gerar receita, incorrendo,
portanto, em uma despesa.

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Fundamentos Contábeis 77

Não se deve confundir CUSTO com Despesa. CUSTO É


O PREÇO PELO QUAL SE OBTÉM UM BEM, DIREITO OU
SERVIÇO.
“O custo é o preço pelo qual se obtém um bem, direito ou
serviço. Por extensão é também o montante do preço da matéria-
prima, da mão-de-obra e de outros encargos incorridos para a
produção de bens e serviços. É, pois, tanto o preço pelo qual um
bem ou serviço é adquirido, como o preço incorrido no processo
interno da empresa para a prestação de serviços ou a obtenção de
bens, para venda ou uso interno. O custo, num primeiro momento
não acarreta alteração no Patrimônio Líquido, uma vez que tais
gastos farão parte de um ativo (produto acabado, imóveis em
construção, etc.). Ele só altera o Patrimônio Líquido quando o
bem ao qual foi agregado é vendido.” (Muller, 2010).
Estas são denominadas contas transitórias, pois aparecem
apenas no último período analisado, ou seja, elas são abertas no
primeiro dia de cada período analisado, com saldo igual a zero;
ao longo do período, recebem saldo cumulativo.
Todas as contas de despesas e receitas são lançadas
apurando-se o Lucro (Saldo Credor) ou Prejuízo (Saldo
Devedor).
Os possíveis resultados obtidos podem ser os seguintes:
 LUCROS
RECEITAS MAIORES QUE DESPESAS E CUSTOS
 PREJUIZOS
RECEITAS MENORES QUE DESPESAS E CUSTOS
 SITUAÇÃO NULA
RECEITAS IGUAIS AOS CUSTOS E DESPESAS
 Encerramento das contas de Resultado
É válido lembrar que as contas de resultado têm caráter
transitório, ou seja, elas são abertas no início de um período, com

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78 Fundamentos Contábeis

saldo zero, recebem a acumulação de valor (dados de receita


ou despesa) do período em questão e são encerradas ao final. O
confronto entre as receitas e despesas vão auferir o resultado do
exercício que poderá ser lucro ou prejuízo, retornando as contas
de despesa e receita para o saldo zero.
Isto ocorrer porque não se pode confundir os dados ou os
saldos dessas contas em períodos diferentes e esse processo de
zerar os saldos chamamos de encerramento das contas.
É uma exigência legal. As empresas são obrigadas a
encerrar as contas de resultados, estas não poderão apresentar
saldos nem credor nem devedo para o início do próximo período
contábil.
1º. Criar conta de apuração Lucros e perdas (que
servirá de Resumo de todas as contas de resultado -
Receitas, custos e despesas. Também podemos chamar
de ARE – Apuração do Resultado do Exercício.
2º. Transferir para a conta Lucros e perdas (ou
ARE) os resultados das contas de Receitas, Custos
e Despesas. Assim as contas de despesas terão
um lançamento a crédito no valor total de seu
saldo final, em contrapartida o débito em Lucros e
Perdas. Ao contrário, as contas de Receita terão um
lançamento de débito zerando seus saldos de um
lançamento de crédito na conta Lucros e perdas.
3º. O processo de encerramento da conta de
Lucros e Perdas é o lançamento final que fecha
o balanço. Transfere-se para uma conta no
Patrimônio Líquido, denominada Lucros ou
Prejuízos Acumulados, encerrando-a.

Regime de caixa e regime de competência


Lembra da Unidade I, onde vimos o princípio da
competência? Esse princípio define a forma e o tratamento do

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Fundamentos Contábeis 79

fato e o período em que deve ser considerado para registro e para


a apuração do resultado.
 Regime de competência: Regime universalmente adotado
É o critério aceito e recomendado pelo Imposto de Renda.
Neste regime as Receitas são contabilizadas/registradas
no período em foi gerada (independente do recebimento) e as
Despesas são contabilizadas/registradas no período em que
foi consumida, independente do pagamento ter sido, ou não,
realizado;
D.R.E  Lucro apurado observando-se as ocorrências
do período
Toda despesa gerada no período (mesmo que ainda não
tenha sido paga) será subtraída do total da receita, também gerada
no mesmo período (mesmo que ainda não tenha sido recebida).
 Regime de caixa: Aplicação restrita (entidades sem
fins lucrativos)
Neste Regime o registro das Receitas é realizado no
momento do recebimento do dinheiro; e as Despesas são
registradas no momento do pagamento;
D.R.E  Lucro apurado = Receitas Recebidas X
Despesas Pagas
O Regime de Caixa somente é admissível em entidades
sem fins lucrativos, em que os conceitos de receita de despesa se
identificam, algumas vezes, com os de recebimento e pagamento.

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80 Fundamentos Contábeis

Mecanismo de Débito e Crédito


Vamos relembrar um pouco mais da unidade 1: MÉTODO
DAS PARTIDAS DOBRADAS = PARA TODO DÉBITO
EXISTE UM CRÉDITO DE IGUAL VALOR.
Os lançamentos da movimentação tanto das contas
patrimoniais quanto das contas de resultado devem ser realizados
obedecendo o mecanismo de débito e crédito, com os quais serão
auferidos saldo Devedor e Saldo Credor conforme a conta em
questão.
Para saber como realizar o registro conforme as contas
devemos entender a NATUREZA DAS CONTAS.
Todas as contas que representam Aplicação de recursos têm
natureza devedora, logo seus saldos deverão ser sempre a débito.
Logo, todas as contas que representam Origem de recursos
têm natureza credora, logo seus saldos deverão ser sempre a crédito.
Vamos observar o quadro abaixo para balizar o registro
dos lançamentos:

Tabela 10: Esquema de lançamento das contas conforme o mecanismo de débito e crédito

Fonte: O Autor

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Fundamentos Contábeis 81

Explicando a tabela:
 Quando se tratar de contas patrimoniais, que são contas
consideradas permanentes, se a conta for do Ativo (aplicação de
recursos) e estiver entrando um elemento, ele deve ser registrado
a débito, porém, se estiver saindo, o registro deverá ser feito a
crédito.
Se for uma conta do Passivo (origem de recurso) e estiver
uma nova obrigação para ser registrada, a mesma deverá ser
lançada a crédito. Apenas se a obrigação estiver sendo saldada,
então deverá ter o seu valor lançado a débito.
 Quando se tratar de contas de resultado, que são
temporárias, no caso das receitas que são origem de recursos
o registro deve ser feito a crédito. Já os custos e as despesas
(aplicação de recursos), devem ser seus saldos lançados a débito.
DÉBITO é um lançamento que aumenta um saldo devedor.
CRÉDITO é um lançamento que aumenta um saldo credor .
Regras básicas para lançamento de débito e crédito:
DEVEDOR É INVERSO DE CREDOR
 Tudo o que aumenta um saldo DEVEDOR é um débito
 Tudo o que diminui um saldo DEVEDOR é um crédito
 Tudo o que aumenta um saldo CREDOR é um crédito
 Tudo o que diminui um saldo CREDOR é um débito
Para facilitar os registros e lançamentos a débito e a crédito,
a contabilidade utiliza o que chamamos de razonete. É um método
ou uma ferramenta para realizarmos o lançamento dos valores a
débito ou a crédito e ao final gerarmos o saldo da conta.
Ele se assemelha ao livro razão, porém, sintetizado, por
isso o nome razonete – por apresentar uma forma reduzida.
A disposição do mesmo é em forma de T.

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82 Fundamentos Contábeis

Figura 8: Modelo de razonete

Fonte: O Autor

RESUMO DOS LANÇAMENTOS POR ÁREAS


CONTÁBEIS
ATIVO tem saldo DEVEDOR:
a. Todo AUMENTO de saldo significa um lançamento a
DÉBITO
b. Toda DIMINUIÇÃO de saldo significa um lançamento
a CRÉDITO.
PASSIVO tem saldo CREDOR:
a. Todo AUMENTO de saldo significa um lançamento a
CRÉDITO
b. Toda DIMINUIÇÃO de saldo significa um lançamento
a DÉBITO
DESPESAS são redutoras de PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Patrimônio Líquido é do PASSIVO, que tem saldo
CREDOR. PORTANTO, toda DESPESA É DÉBITO, porque
diminui um saldo credor (patrimônio líquido)
RECEITAS são aumentativas de PATRIMÔNIO
LÍQUIDO, PORTANTO, toda RECEITA é CRÉDITO, porque
aumenta um saldo CREDOR (o Patrimônio Líquido).

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Fundamentos Contábeis 83

O grande trabalho para se saber se é débito ou crédito está


centrado em:
1. Identificar os elementos patrimoniais alterados pelo fato;
2. Saber se aumenta ou diminui o saldo do elemento alterado.
Aquisição de Estoque de mercadoria, no valor de R$
30.000,00 a ser pago a prazo para o Fornecedor.

 Explicando o lançamento: Na conta Estoque de


mercadoria, temos o lançamento a débito (entrada de elemento
patrimonial = aplicação de recurso) e na conta Fornecedores,
temos o lançamento do mesmo valor a crédito (entrada de uma
obrigação, elemento patrimonial = origem de recurso).
a. Baixa do Estoque de mercadoria pelo preço de custo;
b. Pagamento de fornecedor utilizando dinheiro do caixa,
cujo saldo é de R$ 40.000,00.
Situação a:

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84 Fundamentos Contábeis

Situação b:

Os dois exemplos acima podemos observar como


funciona os registros a débito e a crédito, obedecendo as regras
de lançamentos conforme natureza da operação. Também é
possível observar a atualização dos saldos das contas.

Balancete de verificação
Vamos relembrar mais um assunto da Unidade I, os registros
nos livros Diário e Razão. Principalmente o segundo! No livro
Razão é apurado o saldo das contas e a sua movimentação.
Com o intuito de simplificar a observação e o resultado
dos saldos das contas ou o próprio esquema do livro razão, foi
elaborado o Balancete de Verificação.
“O Balancete nada mais é do que a simples
listagem das contas, contendo o nome delas e o
seu saldo, colocando os saldos devedores numa
coluna e os saldos credores em outra. A palavra
verificação vem do fato de que o balancete
também serve para, num primeiro momento e
numa análise superficial, verificarmos se o total
dos saldos devedores é igual ao total dos saldos
credores e para podermos constatar se o método

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Fundamentos Contábeis 85

das partidas dobradas foi obedecido em todos os


lançamentos e que deram origem aos saldos das
contas.” (Padoveze, 2014).
O balancete é uma espécie de relatório que antecede e
auxilia na elaboração dos demais relatórios como a Demonstração
de Resultado e o Balanço Patrimonial.

Tabela 11: Modelo de balancete de verificação

Fonte: O Autor

É importante diferenciarmos o Balancete do Balanço


Patrimonial. Ambos são relatórios distintos e a grande diferença
é que no balancete aparecem todas as contas, inclusive as de
resultado (Receitas, custos e despesas).

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86 Fundamentos Contábeis

RESUMINDO

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o
que vimos. Você deve ter aprendido que o Objeto de estudo da
Contabilidade é o Patrimônio e que todos os métodos são uma
engrenagem para controlar as mutações do mesmo. Basicamente
o patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de
uma entidade. Esses elementos são divididos em dois grandes
grupos, o ativo e o passivo. No primeiro, estão os bens e
direitos, considerados elementos patrimoniais positivos e no
segundo, estão as obrigações que são consideradas elementos
patrimoniais negativos. Além das contas patrimoniais, existem
as contas de resultado, que são as receitas, custos e despesas,
que finalmente resultarão em Lucros ou Prejuízos. O registro
de todos os fatos que envolvem os elementos patrimoniais ou
de resultado devem ser lançados obedecendo o mecanismo do
débito e do crédito e ao final, podemos fazer uma conferência de
dados através do balancete de verificação, que deverá apresentar
um valor equilibrado entre os saldos de débito e de crédito.

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Fundamentos Contábeis 87

03
UNIDADE

UNIDADE 03

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88 Fundamentos Contábeis

INTRODUÇÃO
Lá vamos nós para mais um mundo de descobertas e
aprendizado! Você aprendeu muita coisa sobre a contabilidade,
mas ainda há muitas outras coisas à saber, como por exemplo,
como se forma o capital de uma empresa, como são os lançamentos
de todas as contas que formam o Patrimônio. Agora você vai
aprender a aplicar as técnicas e métodos de débito e crédito e isso
vai elevar o seu conhecimento na área para um nível superior!
Nesta unidade vamos trabalhar juntos como fazer os registros
contábeis dos ativos, dos passivos e entender melhor as contas
de resultado e como elas são tratadas. Os registros contábeis
são realizados com o intuito de gerar relatórios de fácil leitura e
instrução com relação ao patrimônio de determinada entidade.
Os lançamentos são balizados pelos princípios contábeis que
atendem às Normas Brasileiras da Contabilidade – NBC,
portanto, sofrem alterações para se manterem em consonância
com as normas brasileiras e internacionais. Entendeu? Ao longo
desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo!

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Fundamentos Contábeis 89

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso objetivo é
auxiliar você no desenvolvimento, aprendizagem e o alcance das
seguintes competências profissionais até o término desta etapa

1
de estudos:

Compreender como ocorre a constituição de uma


empresa, o a formação de capital e como funciona
o os métodos e técnicas de registro das contas
contábeis;

2 Aplicar as técnicas de lançamentos das contas


a débito e crédito nas contas do Ativo, Passivo e
Resultados;

3 Identificar e solucionar problemas relacionados


a registros incorretos e em desacordo com os
princípios basilares da contabilidade;

4 Executar os procedimentos de registros e lança-


mentos contábeis .

Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo ao


conhecimento? Ao trabalho!

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90 Fundamentos Contábeis

Registro contábil

OBJETIVO

Ao término deste capítulo você será capaz de entender como


funciona a constituição de capital de uma empresa. Tudo o que
você conhece até então será ampliado com a visão da contabilidade.
Você compreenderá como se inicia uma pessoa jurídica portadora
de bens que proporcionarão o desenvolvimento da atividade que a
tornará uma empresa em crescimento. Entenderá como é realizado
o registro do capital inicial e dos itens patrimoniais que estarão
compondo essa empresa. E então? Motivado para desenvolver
esta competência? Então vamos lá. Avante!

Constituição de uma empresa e


procedimentos contábeis
Vamos supor que você e um amigo estudaram o mercado
e entenderam que há um nicho a ser explorado que casa
perfeitamente com as habilidades que vocês têm, então, iniciam
um projeto. Ao estudar o plano de negócios, percebem que será
necessário o investimento em alguns bem, tais como máquinas,
equipamentos e estrutura física. Além disso, será necessário um
estoque inicial de matéria prima e algum dinheiro em caixa. Até
aí, tudo bem, pois vocês têm tudo isso em mãos e uma grande
energia para gastar com o novo negócio.

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Fundamentos Contábeis 91

Figura 1: Necessidade de investimento em alguns bem, tais como máquinas,


equipamentos e estrutura física e capital de giro – dinheiro, estoques

Fonte: Freepik

Ao iniciar uma empresa, procure um contador. Há um


caminho a ser percorrido para iniciar sua empresa de forma legal
e correta!
Para formalizar o negócio será necessário procurar um
contador, pois será ele que dará andamento à abertura da empresa,
como todos os processos formais e de registro junto aos órgãos
necessários. Junto aos procedimentos de inicio da sociedade e
registro da pessoa jurídica, são realizados os registros do Capital
investido pelos sócios. Dentre os registros a serem realizados, os
principais são os seguintes:
 Contrato social, estatuto social ou requerimento. Após a
formalização do contrato social, definindo o objeto do contrato e
as clausulas que regem a sociedade, o mesmo deve ser registrado
na Junta Comercial, tanto o caso de empresário individual, como
para o caso de empresas com atividade mercantil e ou/comercial
e prestação de serviços.
 Registro federal. Realizado na Receita Federal por
meio do CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas).
 Registro estadual. Realizado na Receita Estadual e
obrigatório apenas para atividades de comércio, indústria e de
alguns tipos de serviços, tais como transportes de cargas e outros
que possam ser tributados no âmbito do imposto estadual (ICMS
– Imposto sobre Circulação de Mercadoria e de Serviços).

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92 Fundamentos Contábeis

 Registro municipal. Realizado na Prefeitura Municipal


através do Alvará de localização e funcionamento, que é liberado
pelo corpo de bombeiros, saúde pública e outros, após vistoria
e constatação de instalação e uso de itens necessários ao correto
funcionamento da atividade naquele local.
 Registros especiais. Para o caso de algumas atividades
específicas, tais como: Representações comerciais (CORE),
Engenharia e Arquitetura (CREA), Turismo (EMBRATUR),
Instituições Financeiras (BACEN), auditoria (CVM), etc.
Como as empresas são iniciadas com o intuito de
mercantilismo ou prestação de serviços é importante lembrar que
podem ser formadas por uma ou mais pessoas físicas, podendo
ser intitulada como sociedade empresária ou simples.
Figura 2: A partir de duas pessoas físicas, forma-se uma sociedade empresária

Fonte: Freepik

Considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o


exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro e
considera-se simples, as demais.
Quanto às Sociedades por ações, muito comentadas no
mercado financeiro, qualquer que seja seu objeto, são sempre
comerciais. De acordo com a legislação brasileira os tipos de
sociedade são:
 Sociedade simples;
 Sociedade limitada;
 Sociedade em conta de participação;

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Fundamentos Contábeis 93

 Sociedade anônima;
 Sociedade em comandita simples
 Sociedade cooperativa.
Os tipos mais comuns são a sociedade limitada e a
sociedade anônima. Na prática, o contrato ou estatudo social é o
documento que fixa o exercício soocial de determinada empresa,
devendo compreender, obrigatoriamente o período de 12 meses.
O exercicio social não precisa odedecer exatemente o ano
civil, já que as empresas não têm regras e datas para abertura,
no entanto, devido aos períodos de entrega das demonstrações
contábeis e da legislação societária e tributária, principlamente
o regulamento do Imposto de Renda, as pessoas jurídicas,
compatibilizam essas datas.
Essas demonstrações a serem levantadas, que são relatórios
financeiros ou contábeis estão previstas no artigo na Lei no.
6.404/76 e são elas:
 Balanço Patrimonial;
 Demonstração do resultado do exercício – DRE;
 Demonstração dos lucros ou prejuizos acumulados
– DLPA, ou ou Demonstração das Mutações do Patrimônio
Líquido – DMPL;
 Demonstrações dos fluxos de caixa – DFC – em alguns
casos;
Existem alguns outros relatórios que devem ser gerados e
divulgados, porém são exigências a alguns tipos de sociedades,
tais como a demonstração dos fluxos de caixa – DFC para as
empresas com Patrimônio Líquido acima de 2 milhoões e a
demonstração do valor adicionado (DVA) e notas explicativas
para as sociedades anônimas.
Existem ainda outras expecificações sobre as sociedades,
tais como os requisitos de enquadramento no regime tributário.

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94 Fundamentos Contábeis

Figura 3: Qual regime de tributação adotar?

Fonte: Pixabay

O que os sócios devem saber para estabelecer o porte da


empresa e o tipo de enquadramento mais adequado é basicamente
a previsão do faturamento, a previsão das despesas, margem de
lucro e gastos com funcionários. Assim, o negócio poderá ser
definido como microempresa (ME), empresa de pequeno porte
(EPP), microempreendedor individual (MEI) ou empresa de
médio e grande porte. Sabendo dessas informações será possivel
optar pelo tipo de regime a ser tributário, podendo ser o Simples
Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real – os mais utilizados
no Brasil.
O regime de tributação também estrelado ao tipo de objeto
social, havendo algumas particularidades e exigências em lei que
podem excluir a possibilidade de enquadramento no Simples,
por exemplo.
Após a providencia dos documentos de formalização,
como ficará os registros dos bens e obrigações dessa entidade?
Como será formado o Patrimônio da mesma?
Antes de iniciarmos o passo a passo do registro é importante
relembrarmos do método utilizado pela contabilidade para
registrar qualquer tipo de fato. Então, vamos lembar do método
das partidas dobradas e de mais alguns conceitos e relações das
contas.

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Fundamentos Contábeis 95

Primeiramente, conforme tabela abaixo, temos:


Tabela 1

Empresa X
Aplicações Origens
Ativo Passivo
Bens e Direitos Obrigações + PL
Natureza Devedora Natureza Credora

As aplicações de recursos compreendem as contas do


Ativo, onde ficam demonstrados os bens e direitos. As origens
de recursos compreendem as contas do Passivo, onde ficam
demonstradas as obrigações. As contas de aplicações de recursos
têm natureza devedora, enquanto as contas de origens de recursos
têm natureza credora.
O método das partidas dobradas: metodologia utilizada
na contabilidade para registrar os fatos e as transações de uma
entidade: a cada débito (s) existe (m) um ou mais crédito (s) de
igual valor.
 Débito representa para onde foi destinado – aplicado o
recurso da transação.
 Crédito representa a fonte (orgiem) da transação.
O destino – aplicação dos recursos: bens e direitos e para as
operações.A fonte (origem) dos recursos: próprios, de terceiros
e das operações.
Em seguida, outra regra importante a lembrarmos é a
seguinte:
Tabela 2: Regra de registro dos fatos para as contas de ativo e passivo.

Operação Debita Credita


Entra x
Ativo
Sai x
Entra x
Passivo
Sai x

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96 Fundamentos Contábeis

Importante retomar a questão da tabela acima, que


diferencia os tipos de lnaçmanetos de acordo com a classificação
ativo ou passivo e tipo do fato, se movimenta entrada ou saída de
ativos; ou, entrada ou saída de obrigações.
Agora, para concluirmos nossa revisão, os registros são
realizados em dois tipos de livros obrigatoriamente, ou seja, em
dois formatos: livro diário e livro razão.
No livro diário, depreenchimento obrigatório (exigido por
lei), são lançadas as operações diárias da empresa, obedecendo
ordem cronológica e o método das partidas dobrads.
No livro razão, fundamental ao processo contábil e exigido
pela legislação brasileira para empresas cuja tributação do
Imposto de Renda seja com base no Lucro Real, os lançamentos
são realizados pelo método das partidas dobradas, porntato, por
conta. Em nossos exemplos, para faciliatar o entendimento,
vamos realizar o registro nos razonetes, que utilizam a essencia
dos lançamentos em razão, porém, é uma técnica contábil para
levantamento do saldo de cada conta individualmente.
E finalmente, à documentação e registros, para a abertura
da escrita contábil da empresa, tem-se os lançamentos de
subscrição do capital e, em seguida, a integralização total ou
parcial do capital subscrito. A integralização do capital social
poderá ser efetuada em dinheiro ou em bens móveis ou imóveis
suscetíveis de avaliação em dinheiro.
Quando uma empresa é iniciada, aberta, seus sócios
atribuem um valor de investimento. Quando é uma empresa
do tipo “sociedade limitada” o valor é representado por quotas,
enquanto, se a empresa é do tipo “sociedade anonima” é
representado por ações. Essa atribuição de valor do investimento
corresponde a uma promessa de “depósito” ou integralização
desse valor em determinada data. Quando esse capital subscrito
é efetivamente integralizado, ele passa a ser chamado de capital
integralizado.

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Fundamentos Contábeis 97

O capital pode ocorrer na forma dinheiro ou na disposição


de bens, como máquinas, automóveis ou imóveis. A subscrição
de capital deve ser feita por meio de um documento, com o claro
estabelecimento de direitos e deveres para todos os envolvidos
no processo.

SAIBA MAIS

No caso da abertura de uma empresa, o contratoé a forma


jurídica – ato. A essencia do lançamento, só ocorrerá quando do
ususfruto do objeto do contrato (fato).

Registro do Capital Social na abertura


da empresa
Vamos então à contabilização da subscrição do capital.
Inicia-se pelo capital subscrito que é o valor total do compromisso
de contribuição firmado pelos sócios (em dinheiro ou em bens),
por meio de contrato social, na formação do capital da empresa.
E, na sequencia, a contabilização da integralização do capital,
que é a parte ou o total do capital subscrito, já recebido pela
sociedade.
Para ilustrar e facilitar o entendimento da prática do
registro do Capital Social vamos utilizar o seguinte exemplo:

Formação e registro da empresa Solutions Ltda.


Os sócios João e Joaquim constituíram uma sociedade
por cotas de responsabilidade limitada. A cláusula do contrato
social, relativa à forma da realização do capital, está redigida da
seguinte forma:

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98 Fundamentos Contábeis

Cláusula 4ª - O capital social é de R$ 30.000,00 (TrintaMil


Reais), dividido em 30.000 (trinta mil) cotas de R$ 1,00 (Um
Real) cada uma, a ser integralizado da seguinte forma:
a. João, 15.000 (quinze mil) cotas de R$ 1,00 (Um Real)
cada uma, totalizando R$ 15.000,00 (Quinze Mil Reais), sendo
que: 15.000 (quinze mil) cotas, totalizando R$ 15.000,00
(Quinze Mil Reais) serão integralizadas neste ato em moeda
corrente do País.
b. Joaquim, 15.000 (quinze mil) cotas de R$ 1,00 (Um
Real) cada uma, totalizando R$ 10.000,00 (Quinze Mil Reais)
integralizadas neste ato, e integralização do restante, após 120
dias da assinatura do contrato.
Registros contábeis:
1º. Pela subscrição do capital social:
D - Capital Social a Realizar (Patrimônio Líquido) R$
15.000,00
D - Capital Social a Realizar (Patrimônio Líquido) R$
15.000,00
C - Capital Social Subscrito (Patrimônio Líquido) R$
30.000,00
Histórico: Valor do capital subscrito no valor de R$
30.000,00, dividido em 30.000 cotas de R$ 1,00 cada uma,
conforme o contrato registrado na Junta Comercial, sendo
15.000 cotas ao sócio João 15.000 quotas ao sócio Joaquim.
Dois lançamentos na conta de “Capital a Integralizar”
referente ao compromisso firmado pelos dois sócios, João e
Joaquim.
2º. Integralização do capital:
Capital integralizado é a parte ou o total do capital
subscrito, já recebido pela sociedade.

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Fundamentos Contábeis 99

D – Caixa (Ativo Circulante – disponível) R$ 15.000,00


D – Caixa (Ativo Circulante – disponível) R$ 10.000,00
C – Capital Social a Integralizar (Patrimônio Líquido) R$
15.000,00
C - Capital Social a Integralizar (Patrimônio Líquido) R$
10.000,00
Integralização total por parte do sócio A, e integralização,
por parte do sócio B, da parte firmada em contrato no ato da
assinatura do contrato.
3º. Integralização do capiltal no prazo de 120 dias:
Após os 120 dias da assinatura do contrato, o sócio B deve
integralizar o restante do capital social. Segue a contabilização:
D – Cajxa (Ativo Circulante – disponível) R$ 5.000,00
C – Capital Social a Integralizar (Patrimônio Líquido) R$
5.000,00
O mesmo lançamento, realizado em razonetes, ou conta T:
1º. Pela subscrição do capital social:
Caixa Capital Social a Integralizar
D C D C
15.000,00 15.000,00
10.000,00 10.000,00
30.000,00 30.000,00

2º. Integralização do capital:


Caixa Capital Social a Integralizar
D C D C
15.000,00 15.000,00
10.000,00 10.000,00
25.000,00 25.000,00

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100 Fundamentos Contábeis

3º. Integralização do capital no prazo de 120 dias:


Caixa Capital Social a Integralizar
D C D C
15.000,00 15.000,00
10.000,00 10.000,00
5.000,00 5.000,00
30.000,00 30.000,00

Para ter uma visão mais clara do patrimônio dessa empresa,


visualize abaixo o Balanço Patrimonial.
Balanço Patrimonial de abertura - Empresa Solutions Ltda
Ativo R$ Passivo R$
Circulante 30.000,00
Caixa 30.000,00 Patrimônio Líquido 30.000,00
Capital Social 30.000,00
Total do Ativo 30.000,00 Total do Passivo 30.000,00

Já que estamos utilizando uma variação no termo “Capital”


é importante falarmos um pouco mais desse assunto. Vimos na
unidade 2 alguns significados para o termo, bem como pudermos
obervar na prática, no exemplo anterior.

Capital
Retomando o conceito de origem e aplicação dos recursos,
observamos no exemplo que utilizamos para subscrição e
integralização do Capital social que o “capital” teve origem no
Passivo – Patrimônio Líquido – Capital Social e sua aplicação,
ocorreu no Ativo – Circulante – Disponível – Caixa. Logo,
temos a seguinte definição:
O capital é o conjunto de recursos postos à disposição da
empresa, seja por terceiros ou pelos proprietários (passivo ou
patrimônio líquido).
Logo, vamos retomar um pouco os demais termos utilizados
pela contabilidade:

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Fundamentos Contábeis 101

Capital social: também chamado de Capital Nominal ou de


Capital integralizado, é o investimento dos sócios na empresa.
Ele pode ser aumentado a partir de novas integralizações feitas
pelos sócios ou até mesmo pela entrada de novos sócios.

Registro de Ativo e Passivo


Os ativos são as aplicações de recursos, ou seja, como
os sócios aplicaram o capital social investido inicialmente. Ou
também, como está sendo aplicado o capital vindo de terceiros.
Em ambos os caso, teremos vários tipos de bens representando
as aplicações. Vamos ver alguns exemplos.
1. Ao iniciar os negócios, os sócios integralizaram capital
(Passivo – Patrimônio Líquido – Origem de Recursos) de forma
parcial em dinheiro, máquinas e imóveis (Ativo – Aplicação de
Recursos).
2. Para produzir, foi comprado matéria prima (Ativo –
Aplicação), para pagar a prazo com o Fornecedor (Passivo –
Origem , a partir de capital de terceiros).
3. Aquisição de máquina (Ativo – Aplicação) para a
fábrica através de financiamento bancário (Passivo – Origem , a
partir de capital de terceiros).
Além desses exemplos, exitem muitos, mas o importante
aqui é entendermos que existem vários tipos de bens no ativo,
aqueles de grau de liquidez imediata, tais como o dinheiro, que
já é liquido, contas correntes em banco, duplicatas a receber,
e os imobilizados aqueles que caracterizam bens corpóreos
destinados à manutenção das atividades da empresa.
Note que não temos como falar das contas do ativo sem
mencionar as contas do passivo e vice e versa, pois muitas
vezes, um altera o outro, então, a partir de agora, vamos estudar
mesclando os dois grandes grupos do Patrimônio, considerando
os principios conceituais básicos e a regulamentação de acordo
com as leis.

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102 Fundamentos Contábeis

A Lei no. 6.404/76, que regulamenta a existência das


sociedades por ações (sociedades anônimas) determinou os
relatórios a serem apresentados, estabeleceu os critérios de
avaliação do ativo e passivo. Posteriormente, o Decreto-lei
no. 1.598/77 aprovou em trmos fiscais de Imposto de renda
as demonstrações financeiras sugeridas pela Lei 6.404-76 das
S.A.´s, estendendo a sua obrigatoriedade para todas as outras
formas de sociedades.
Em atenção e obediência às leis, os relatórios financeiros e
contábeis devem seguir o padrão estabelecido, com nomenclatura
e contas apropriadas para o entendimento do fisco, dos gestores
e demais usuários.
Para facilitar o entendimento, vamos observar a disposição
das contas dentro do Balanço Patrimonial abaixo:
Tabela 3: Estrutura básica do novo formato do Balanço Patrimonial

Balanço Patrimonial , conforme Leis No. 6.404/76 e 11.941/09


ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
Caixa e bancos Empréstimos e Financiamentos
Aplicações Financeiras Títulos descontados
Títulos a receber de clientes Fornecedores
(-) Créditos de liquidação duvidosa Salários/Encargos a pagar
Estoques Tributos sobre mercadorias
Adiantamentos Tributos sobre lucro
Outros créditos Adiantamento de clientes
Despesas do exercício seguitne Dividendos e lucros a contribuir
NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE
Realizável a Longo Prazo Empréstimos e financiamentos
Títulos a receber Tributos refinanciados
Títulos mobiliários para negociação Mútuos de empresas relacionadas
Títulos mobiliários para venda Provisões contingentes
Créditos com pessoas ligadas Receitas (-) Despesas diferidas
Investimentos PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Em empresas ligadas Capital Social
Em outras empresas (-) Ações em tesouraria

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Fundamentos Contábeis 103

Imobilizado Reservas de capital


Imóveis, Máquinas, Móveis,
Ajustes de avaliação patrimonial
Veículos
(-) Depreciação e exaustão
Reservas de lucros
acumulada
Intangível Lucros ou prejuizos acumulados
Gastos com aquisição ou geração
de marcs, sofwares licenciáveis, Outros resultados abrangentes
patentes, etc.

E por falar em novo formato, é importante saber um pouco


mais sobre algumas alterações realizadas pra atender às práticas
internacionais da Contabilidade.
Em dezembro de 2009, a Lei 11.941/09 complementou
a Lei No. 11.638/07, consolidando as alterações necessárias.
Então, a obrigatoriedade da apresentação das demonstrações
contábeis ou financeiras, segundo as práticas internacionais
da contabilidade, a partir de 1/1/2010 é obrigatório para todas
as empresas e entidades brasieliras. Vamos listar abaixo, as
principais alterações da Lei No. 11.404/76, pronunciada pelo
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis:
 Substituição da nomenclatura Longo Prazo por Não
Circulante;
 Apresentação do ativo em dois agrupamentos de contas:
o Ativo Circulante e o Ativo Não Circulante;
 Apresentação do passivo em três grandes agrupamentos
de contas: o Passivo Circulante, o Passivo Não Circulante e o
Patrimônio Líquido;
 Extinção da nomenclatura Ativo Permanente, ficando
seus componentes dentro do Ativo Não Circulante;
 Incorporação do Realizável a Longo Prazo dentro do
Ativo Não Circulante;
 Extinção do grupo Ativo Diferido, sendo suas contas
transferidas para o Ativo Imobilizado ou Intangível;

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104 Fundamentos Contábeis

 Criação do subgrupo Intangível, apresentado no Ativo


Não Circulante, cujos itens que o compõem serão destacados do
Imobilizado;
 Incorporação do grupo Resultado de Exercícios Futuros
como item do Passivo Não Circulante, sob a terminologia de
Receitas – Despesas Diferidas.
Pronto, agora que essas informações ficaram claras, vamos
aos tipos de registros de cada grupo de contas.

Ativo e Passivo Circulante


Para facilitar os estudos e o entendimento, vamos falar do
Ativo e Passivo em conjunto, porém, separando pelos grandes
grupos.
Quando falamos do circulante, temos algumas contas de
ativo e de passivo semelhantes, tais como Clientes (Ativo) e
Fornecedores (Passivo). Além, da semelhança, estamos falando
de componentes patrimoniais movimentados a curto prazo,
ou seja, dentro do exercício contábil. E como observamos nos
lançamentos de abertura da empresa, na grande maioria das
vezes, teremos fatos que envolvem contas dos dois grupos.
Outro ponto a ser observado com o intuito de facilitar
nossos estudos é o foco nas principais contas do ativo e passivo
circulantes, ou seja, algumas contas são mais comuns e utilizadas
de forma geral por uma grande quantidade de empresas e seráo
essas as comentadas e tratadas.
Dentre os ativo circulantes, as principais contas são:
 Caixa
 Bancos
 Aplicações Financeiras
 Duplicatas a Receber (clientes)
 Estoque de mercadorias

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Fundamentos Contábeis 105

 Impostos a recuperar
 Despesas do Exercício Seguinte
 Outros valores a receber / realizar
Dentre os ativos estão os bens e os direitos.
Dentre os componentes patrimoniais do ativo existem
aqueles considerados como ativos corpóreos – que são exatamente
os bens que têm forma, que podem ser vistos, tocados, ou seja,
os bens tangíveis, tais como os veículos, prédios, estoques, etc.
Existem também os ativos incorpóreos, que são aqueles que
não têm forma física, imateriais, ou conforme vimos na unidade
anterior, os bens intangíveis, são exemplos, as marcas, patentes
de inveção, domínio de internet, etc.
Os principais itens do passivo circulante são:
 Duplicatas a pagar – fornecedores;
 Salários e encargos sociais a pagar;
 Impostos a recolher;
 Financiamentos e empréstimos;
 Provisão para imposto de renda;
 Distribuição de lucros diversos;
 Outras contas a pagar.

Registro dos principais itens circulantes


Através do regisitro dos fatos contábeis ocorridos no dia a
dia de uma empresa será possivel entendermos como cada conta
é registrada e quais são suas particularidades. Logo, seguem
diversos exemplos de situações / fatos a serem registrados, cada
um deles será comentado .
Situação A: Abertura de conta corrente com dinheiro do
caixa – permuta de valores dentro do ativo.

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106 Fundamentos Contábeis

A empresa Solutions Ltda, possui um saldo de caixa no


valor de R$ 30.000,00 (a). Para facilitar as transações de compra,
venda e de pagamentos, os sócios João e Joaquim decidiram
abrir uma conta corrente no banco (b). Depositaram em dinheiro
(caixa) (c), o valor de R$ 25.000,00.
Lançamento em diário:
D – Banco Conta Corrente (Ativo Circulante) R$ 25.000,00 (b)
C – Caixa (Ativo Circulante) R$ 25.000,00 (c)
Nota explicativa: No dia 01/02/2019 foi realizada a
abertura da conta corrente no Banco através de depósito com
comprovante No. 1234, no valor de R$ 25.000,00.
Lançamento em razonete – conta T:
Caixa Banco Conta corrente
D C D C
(a) 30.000,00 25.000,00 (c) (b) 25.000,00
30.000,00 25.000,00 25.000,00 -
5.000,00 25.000,00

Lançamos o saldo da conta caixa a débito (a); depois


registramos a “entrada” a débito do depósito no banco conta corrente
(b) e por fim, registramos a “saída” de dinheiro do caixa (c).
Temos aqui um fato do tipo permutativo, ou seja, não
houve alteração patrimonial nem quantitativa. Somente alteração
qualitativa, de uma conta para outra.
Após lançamentos, verifique abaixo o Balanço Patrimonial
atualizado.
Balanço Patrimonial - Empresa Solutions Ltda
Ativo R$ Passivo R$
Circulante 30.000,00
Caixa 5.000,00 Patrimônio Líquido 30.000,00
Banco cc 25.000,00 Capital Social 30.000,00
Total do Ativo 30.000,00 Total do Passivo 30.000,00

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Fundamentos Contábeis 107

Situação B: Aquisição de ativo utilizando recursos de terceiros.


A empresa Solutions Ltda é uma empresa de prestação de
serviços de manutenção de equipamentos de informática, mas
também comercializa peças e itens, para garantir as atividades
em 100% do objeto contratual, realizaram a aquisição de itens
para estoque (a) no valor de R$ 4.000,00com pagamento a prazo
ao fornecedor, através de duplicatas (b).
Lançamento em diário:
D – Estoque de itens para revenda (Ativo Circulante) R$
4.000,00 (a)
C – Duplicatas a pagar (Passivo Circulante) R$ 4.000,00 (b)
Nota explicativa: No dia 05/02/2019 foi realizada a aqui-
sição de mercadorias para estoque atraves da Nota Fiscal Nº. 987,
no valor de R$ 4.000,00, junto ao fornecedor Informática Ltda.
Lançamento em razonete – conta T:
Estoque de itens Duplicata a pagar
D C D C
(a) 4.000,00 4.000,00 (b)

4.000,00 - - 4.000,00
4.000,00 4.000,00

Lançamos a débito a entrada de mercadorias na conta Estoque


de itens(a); depois, em contrapartida registramos a “entrada” a
crédito de uma obrigação na conta Duplicatas a pagar (b).
Note que nesta situação houve alteração tanto no ativo,
quanto no passivo. Temos então, um fato do tipo modificativo,
ou seja, houve alteração patrimonial quantitativa e quantitativa.
Agora existe uma obrigação com terceiros e também um novo
item patrimonial no ativo, referente aos estoques.
Após os lançamentos, veja como ficou o Balanço Patri-
monial atualizado:

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108 Fundamentos Contábeis

Balanço Patrimonial - Empresa Solutions Ltda


Ativo R$ Passivo R$
Circulante 34.000,00 Circulante 4.000,00
Caixa 5.000,00 Duplicata a pg forneced 4.000,00
Banco cc 25.000,00 Patrimônio Líquido 30.000,00
Estoque de itens 4.000,00 Capital Social 30.000,00
Total do Ativo 34.000,00 Total do Passivo 34.000,00

Situação C: Aplicação de valor em conta corrente para


conta de aplicação financeira.
Os sócios da Solutions Ltda. após conversa com o gerente
do banco, acharam interessante fazer uma aplicação financeira.
No dia 12/02/2019, a conta corrente permanece com um saldo
de R$ 25.000,00 (a), então, transferiram R$ 2.000,00 da conta
corrente no banco(b) para uma aplicação financeira (c) no
mesmo banco.
Lançamento em diário:
D – Aplicação Financeira (Ativo Circulante) R$ 2.000,00 (b)
C – Conta corrente banco (Ativo Circulante) R$ 2.000,00 (c)
Nota explicativa: No dia 12/02/2019 foi realizada a
transferência de R$ 2.000,00 da conta corrente através do
comprovante Nº. 1256 para a conta Aplicação Financeira no
mesmo banco.
Lançamento em razonete – conta T:
Banco conta corrente Aplicação Financeira
D C D C
(a) 25.000,00 2.000,00 (b) 2.000,00

25.000,00 2.000,00 2.000,00 -


23.000,00 2.000,00

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Fundamentos Contábeis 109

Lançamos a débito o saldo da conta corrente banco (a);


depois, lançamos a “entrada” dos R$ 2.000,00 a débito na conta
Aplicação Financeira (b); e por fim, registramos a “saída” de
recurso a crédito na conta Conta Corrente Banco (c) diminuindo
o saldo dessa conta.
Note que nesta situação não houve alteração quantitativa
no Patrimônio, apenas uma modificação no ativo, ou seja, o fato
foi apenas permutativo, alterando a qualidade dos elementos e
não os valores do patrimônio.
Veja como ficou o balanço patrimonial atualizado:
Balanço Patrimonial - Empresa Solutions Ltda
Ativo R$ Passivo R$
Circulante 34.000,00 Circulante 4.000,00
Caixa 5.000,00 Duplic a pg forneced 4.000,00
Banco cc 23.000,00 Patrimônio Líquido 30.000,00
Aplicação financ 2.000,00 Capital Social 30.000,00
Estoque de itens 4.000,00
Total do Ativo 34.000,00 Total do Passivo 34.000,00

Como você deve ter percebido, acima nós comentamos


sobre alguns dos elementos patrimoniais que compõem o
ativo e o passivo circulante, mas não comentamos de todos
os considerados mais comuns e importantes, no entanto, serão
comentados na sequencia, quando falarmos dos registros que
envolvem as Contas de Resultado.

Ativo e Passivo Não Circulante


De maneira oposta ao Ativo Circulante, que acontece dentro
dos próximos 365 dias que ocorrerão no exercício seguinte, o
não circulante corresponde aos ativos que serão realizados ou
recebidos após 365 dias. Assim também ocorre com as dívidas
que serão pagas além desse prazo. Temos então, as contas de
ativo ou passivo de Longo Prazo.

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110 Fundamentos Contábeis

As contas do ativo assumem a classificação de Realizável


a Longo Prazo. As contas do Passivo como Exigível a Longo
Prazo. Ambos são consideradas como Não Circulante.
O ponto de referência para se classificar no circulante (curto
prazo) ou não circulante (longo prazo) é a data do encerramento
do Balanço Patrimonial.
O ativo não circulante é composto pelos bens e direitos
que têm natureza distinta. Enquanto os itens classificados
como Realizável a Longo Prazo têm a característica básica da
intenção de realização (venda ou recebimento), mesmo que em
prazo mais longo do que os bens e direitos do ativo circulante,
os demais itens do ativo não circulantetêm como característica
básica a ideia de “não venda”. (Padoveze, 2014)
Então, os itens do ativo não circulantre devem permanecer
no patrimônio, e mesmo sendo essa uma característica semelhante
ao “Ativo Permanente”, que pela nova lei foi extinto e substituido
pelos subgrupos: Investimento, Imobilizado ou Intangível – os
substitutos assumem a mesma ideia de permanência.
São exemplos de itens do Ativo Não circulante:
 Investimentos – Empresas controladas, Empresas coligadas,
ações, etc.
 Imobilizado - Terrenos, edifícios, patios, instalações,
máquinas, móveis e utensílios, veículos, obras em andamento, etc.
 Depreciação e exaustão
 Intangível – Gastos com pesquisa e desenvolvimento,
marcas e patentes.
São também exemplos de Ativos Intangíveis:
a. Gastos com propaganda;
b. Carteira de clientes adquirida;
c. Direitos autorais;
d. Licença de transmissão

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Fundamentos Contábeis 111

e. Aquisição de franquias
f. Direitos de comercialização
Passivo não circulante era denominado, antes das
alterações vigoradas em 2010, Exigível a Longo Prazo, pela
característica das obrigações com vencimento superior a 365
dias da data do balanço. De foram geral e simplificada, podemos
dizer que todos os itens do Passivo Circulante, podem vir a se
tornar também Passivos Não Circulantes, caso seus vencimentos
ocorram em datas superiores balanço a ser encerrado.
Vamos supor que foi realizado um empréstimo e o
pagamento deverá ocorrer nas seguintes datas:
1ª. Parcela em 10/10/X2
2ª. Parcela em 10/10/X3
O encerramento do balanço ocorrerá em 31/12/X1.
A 1ª. Parcela será considerada Passivo Circulante, pois se
contarmos da data de fechamento do balanço para o vencimento
da 1ª. Parcela, o vencimento está dentro dos próximos 365 dias,
logo, temos um lançamento na conta Empréstimos (Passivo
Circulante). Já a 2ª. Parcela, com vencimetno em 10/10/X3
será um item do Passivo Não Circulante, pois seu vencimento
ultrapassa os 365 dias a contar do encerramento do balanço.
Os principais exemplos de componenes do Passivo não
circulante são os Empréstimos e Financiamentos que ultrapassam
os 12 meses do encerramento do exercício. Em geral são recursos
de terceiros com vencimento a longo prazo.

Registro dos principais itens não circulantes


Vamos entender melhor como funciona os lançamentos
das contas de ativo e passivo não circulante. É importante
salientar que normalmente a aquisição de imobilizados sugere
uma contrapartida em contas do Passivo não circulante, pois são
operações pagas utilizando crédito a longo prazo.

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112 Fundamentos Contábeis

Situação A: aquisição de ativo imobilizado através de


financiamento a longo prazo.
A empresa Solutions Ltda, está montando um laboratório
móvel para atender aos clientes, então, necessitará adquirir um
veículo utilitário. No dia 20/02/2019 adquiriu um veiculo no valor
de R$ 50.000,00(a), o pagamento será efetuado em 2 parcelas
iguais, sendo o vencimento da primeira no dia 20/03/2019 (b)e
a segunda, no dia 20/04/2020 (c). Para realizar essa aquisição,
contraiu um financiamento junto ao banco.
Lançamento em diário:
D – Veículos (Ativo Não Circulante - Imobilizado) R$
50.000,00 (a)
C – Financiamento a Curto Prazo (Passivo Circulante) R$
25.000,00 (b)
C – Financiamento a Longo Prazo (Passivo Não Circulante)
R$ 25.000,00 (c)
Nota explicativa: No dia 20/02/2019 foi adquirido o
veículo utilitário através da nota fiscal No. 555. O pagamento será
realizado através do financiamento com o Banco B, constante no
cotrato No. 789/2019, em 2 parcelas iguais com vencimento em
20/03/2019 e 20/04/2020.
Lançamento em razonete – conta T:
Veículo Financiamento CP Financiamento CP
D C D C D C
(a) 50.000,00 25.000,00 (b) 25.000,00 (c)
50.000,00 - - 25.000,00 - 25.000,00
50.000,00 25.000,00 25.000,00

Registramos a aquisição do veículo (Ativo Não circulante


– Imobilizado) caracterizado por entrada de Ativo através de
lançamento a débito; e considerando o encerramento do período
em 31/12/2019, registramos um crédito referente à 1ª. Parcela
na conta Financiamento a Curto Prazo (b) (item do Passivo

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Fundamentos Contábeis 113

Circulante) e o restante,do saldo respectivo à 2ª. Parcela, foi


registrado a crédito, na conta Financiamento a Longo Prazo,
(Passivo Não Circulante) (c) devido ao vencimento ocorrer após
o encerrramento do exercício.
Temos aqui um fato do tipo modificativo, causador de
alteração patrimonial, tanto em contas do ativo, quanto em contas
do passivo. Vamos conferir como ficou o Balanço Patrimonial
atualizado:
Balanço Patrimonial - Empresa Solutions Ltda
Ativo R$ Passivo R$
Circulante 34.000,00 Circulante 29.000,00
Caixa 5.000,00 Duplic a pg forneced 4.000,00
Banco cc 23.000,00 Financiamentos 25.000,00
Aplicação financ 2.000,00 Não Circulante 25.000,00
Estoque de itens 4.000,00 Financiamentos a LP 25.000,00
Não Circulante 50.000,00 Patrimônio Líquido 30.000,00
Imobilizado 50.000,00
Veículos 50.000,00 Capital Social 30.000,00
Total do Ativo 84.000,00 Total do Passivo 84.000,00

Situação B: Levantamento de capital de giro – dinheiro


através de empréstimo a longo prazo.
A empresa Geradores Ltda. está em dificuldade financeira
e precisou fazer um empréstimo de captial de giro (dinheiro). No
dia 20/11/2019 efetivou a contratação do empréstimo no valor de
R$ 20.000,00. O dinheiro será depositado diretamente na conta
corrente e o pagamento será feito em 18 parcelas sem juros com
vencimento mensal sendo a primeria no dia 20/12/201.
Calculando valores:
Valor do capital = 20.000
No. De parcelas = 18
Pagamento a curto prazo (12 meses) = valor do capital /
parcelamento total x 12

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114 Fundamentos Contábeis

Substituindo os valores:
Pagamento a curto prazo (12 meses) = 20.000 / 18 X 12
Pagamento a curto prazo (12 meses) = 13.333,33*
Para encontrarmos o valor de longo prazo:
Pagamento a longo prazo (quantidade de parcela que
excedem os 12 meses)
Nº. De parcelas = 18
Parcelas a serem pagas a curto prazo 12
Quantidade de parcelas excedentes ao curto prazo = 18 – 12
Quantidade de parcelas excedentes ao curto prazo = 6
Pagamento a longo prazo (6 meses) = 20.000 / 18 X 6
Pagamento a longo prazo (6 meses) = 6.666,67*
Observação*: quando o cálculo resultar em uma dízima
peródica, deveremos arredondar os valores após a vírgula,
mantendo em 2 casas. Neste caso para facilitar a visualização,
estamos mantendo o número inteiro, sem casas depois da vírgula.
Lançamento em diário:
D – Banco conta corrente (Ativo Circulante) R$ 20.000,00 (a)
C – Empréstimo a Curto Prazo (Passivo Circulante) R$
13.333,00(b)
C – Empréstimo a Longo Prazo (Passivo Não Circulante) R$
6.667,00(c)
Nota explicativa: No dia 20/11/2019 foi contraído emprés-
timo, junto ao Banco W, constante no cotrato No. 1515/2019. O
pagamento será em 18 parcelas iguais com vencimento mensal,
sendo a primeira parcela com vencimento em 20/12/2019. O valor
entrou na conta corrente no dia 20/11/2019 através da operação
No. 23456.

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Fundamentos Contábeis 115

Lançamento em razonete – conta T:


Banco Conta Empréstimo a curto Empréstimo a longo
Corrente prazo prazo
(a) 20.000,00 13.333,00 (b) 6.667,00 (c)
20.000,00 - - 13.333,00 - 6.667,00
20.000,00 13.333,00 6.667,00

Registramos a contratação de um empréstimo no valor de


R$ 20.000,00, sendo que as 12 primeiras parcelas que totalizaram
R$ 13.333,00 foram lançadas a crédito na conta Empréstimo a
Curto Prazo (Passivo Circulante) o restante das parcelas que
totalizaram R$ 6.667,00 foi devidamente lançado a crédito na
conta Emprésimto a Longo Prazo devido ao fato de ultrapassar o
fechamento do exercício contábil de 12 meses. O R$ 20.000,00
foram lançados a débito na conta Banco conta corrente.
Temos aqui um fato do tipo modificativo, causador de
alteração patrimonial, tanto em conta do ativo, quanto em contas
do passivo.
Situação C: Amortização de parcela de empréstimo.
Chegado a data de 20/12/2019, foi realizado o pagamento
da 1ª. Parcela do empréstimo contratado em 20/11/2019. A
parcela foi paga pelo banco conta corrente que permaneceu com
o saldo de R$ 20.000,00.
Calculando valores:
Na conta Empréstimos a pagar a curto prazo contas o valor
de R$ 13.333,00 que será pago em 12 parcelas.
No dia 20/12/2019 estamos pagando apenas a 1ª. Parcela,
ou seja, precisamos diluir desse montante o respectivo a 1
parcela apenas, então, temos o seguinte:
Montante do empréstimo a curto prazo R$ 13.333,00
Nº. de parcelas 12
Encontrando o valor da parcela:
R$ 13.333,00 / 12 = R$ 1.111,00

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116 Fundamentos Contábeis

Lançamento em diário: D – Empréstimo a Curto Prazo


(Passivo Circulante) R$ 1.111,11 (a)
C – Banco Conta Corrente (Ativo Circulante) R$ 1.111,11 (b)
Nota explicativa: Na data 20/12/2019, pagamento de
parcela de empréstimo junto ao Banco W através da conta
corrente, no valor de R$ 1.111,11 com No. da operação 475869.
Lançamento em razonete – conta T:
Banco Conta Corrente Empréstimo a curto prazo
20.000,00 13.333,00
(b) 1.111,00 (a) 1.111,00

20.000,00 1.111,00 1.111,00 13.333,00


18.889,00 12.222,00

A conta Banco conta corrente tinha um saldo de R$


20.000,00 e foi registrado a débito, enquanto a conta Empréstimo
a curto prazo tinha um saldo de R$ 13.333,00 que foi registrado
a crédito. Quando realizamos o pagamento da 1ª. Parcela, no
valor de R$ 1.111,00, registramos na conta Empréstimos a curto
prazo um débito reduzindo assim o saldo credor da conta. E em
contra partida, a saída de valor no banco conta corrente, que foi
creditada, reduzindo também o saldo da conta.
No exemplo acima podemos visualizar o que acontece
com as contas de ativo e passivo quando recebem lançamentos
opostos à sua natureza, ou seja, para a conta banco conta corrente
(ativo circulante) que tem a natureza devedora, registrou o
lançamento credor, causando uma redução no saldo final. O
mesmo ocorreu com a conta Empréstimo a curto praz o (passivo
circulante) que tem a natureza credora e registrou uma operação
de débito, reduzindo também o saldo final da conta.
Situação D: Investimento em ações de outras empresas –
Ativo Não Circulante – Investimentos.

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Fundamentos Contábeis 117

A empresa Solutions Ltda. decidiu investir em ações.


Acompanhou o mercado e optou por comprar 5.000 ações da
Emprea A, no valor de R$ 0,50 cada uma, pagas em cheque pelo
Banco conta corrente no dia 20/03/2019. Total pago R$ 2.500,00.
Lembrando que a conta Banco conta corrente dessa empresa está
com um saldo de R$ 23.000,00.
Lançamento em diário:
D – Ações de outras empresas (Ativo Não Circulante,
Investimentos) R$ 2.500,00
C – Banco conta corrente (Ativo Circulante) R$ 2.500,00
Nota explicativa: Na data 20/03/2019, foi realizada a
compra de 5.000 ações da Empresa A, com pagamento através
do cheque No. 1234, banco conta corrente, no valor de R$
2.500,00.
Lançamento em razonete – conta T:
Ações de outras empresas Banco conta corrente
D C D C
2.500,00 23.000,00 2.500,00

2.500,00 - 23.000,00 2.500,00


2.500,00 20.500,00

Ao realizar investimento em ações, a Solutions Ltda.


movimentou uma nova conta, no Ativo Não Circulante. As
cotas adquiridas foram registradas com uma operação de débtio
enquanto o valor pago, saiu do banco, através do cheque, tendo
o registro de um crédito, reduzindo o saldo da conta.
Houve aqui um fato permutativo, pois o total do patrimonio
permanece inalterado, havendo apenas uma permuta entre as
contas do ativo.

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118 Fundamentos Contábeis

Confira o Balanço Patrimonial atualizado.


Balanço Patrimonial - Empresa Solutions Ltda
Ativo R$ Passivo R$
Circulante 31.500,00 Circulante 29.000,00
Caixa 5.000,00 Duplic a pg forneced 4.000,00
Banco cc 20.500,00 Financiamentos 25.000,00
Aplicação financ 2.000,00 Não Circulante 25.000,00
Estoque de itens 4.000,00 Financiamentos a LP 25.000,00
Não Circulante 52.500,00 Patrimônio Líquido 30.000,00
Investimentos 2.500,00 Capital Social 30.000,00
Ações outras emp 2.500,00
Imobilizado 50.000,00
Veículos 50.000,00 Capital Social 30.000,00
Total do Ativo 84.000,00 Total do Passivo 84.000,00

Depreciação e exaustão
Constantes no Ativo Não Circulante, comumente visivel
no Imobilizado, as contas de deprecisão e exaustão são contas
consideradas “redutoras” de ativos. Isto porque elas aparecem
reduzindo o valor de determinados bens que sofrem desvalori-
zação ou desgaste.
Depreciação é a perda de valor dos bens pelo uso. Desgaste
natural do bem ou obsolescência. São exemplos de deprecição:
a. Maquinas utilizadas no processo produtivo: a utilização
da máquina ao longo do tempo promove um desgaste natural e
seu valor deprecia, diminui em paralelo.
b. Computadores sofrem uma grande desvalorização em
função da obsolescencia tecnológica.
c. Veículos que sofrem desvalorização em função do uso
do bem e também por causa da substituição de modelos e novos
lançamentos.
Os prazos para depreciação dos ativos se diferenciam de
um para outro, contabilmente as taxas de depreciação devem ser
defiinidas de acordo com o tempo de vida útil estimada para o bem.

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Fundamentos Contábeis 119

Entende-se por vida útil a quantidade de anos, horas de


trabalho ou quantidade / capacidade de produção em que o bem
opera em condições normais de uso.
Uma das alterações feitas pela Lei No. 11.638/07 consiste
na obrigatoriedade de se rever a vida útil estimada utilizada para
o cálculo da depreciação dos ativos imobilizados e intangíveis.
Além disso, as novas práticas contábeis trazem um novo conceito
para o procedimento de cálculo das depreciações, o valor residual.
Na prática, toda vez que um ativo imobilizado está com
muito tempo de uso, demandando de manutenção, as empresas
vendem por um valor bem abaixo do que pagaram, isto porque,
devido ao desgaste e ao tempo de uso, o bem perdeu o valor
econômico e de mercado. A esse valor estimado de venda,
chamamos de valor residual.
Para calcularmos o valor da depreciação, será necessário
determinar uma taxa anual em função da vida util do bem. Esse
cálculo é descrito da seguinte forma:
100%
Taxa de depreciação =
Tempo de vida útil em anos

Exemplo prático:
No caso de um véiculo, o tempo de depreciação é de 5 anos.
Então, para calcularmos a taxa de depreciação anual, devemos
substituir o tempo de vida util do bem na fórmula acima:
100%
Taxa de depreciação =
5 anos

Tx de depreciação do veículo = 20% ao ano


Na tabela abaixo, podemos estão listadas alguns itens do
imobilizado com suas respectivas estimativas de vida util e taxas
de depreciação. Contabilmente são utilizadas, porém, atendendo
às novas práticas, as emrpesas deverão revisar essas taxas com
frequencia.

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120 Fundamentos Contábeis

É importante lembrar que esses valores serão utilizados


em nossa exemplificação e nas questões de prática.
Tabela 4: Tempo de vida util e taxs de depreciação de ativos imobilizados

Imobilizado Vida útil estimada Taxa anual de depreciação


Terrenos Indeterminada Não existe
Edifícios 25 anos 4%
Instalações 10 anos 10%
Pátios e caminhos 10 anos 10%
Máquinas 10 anos 10%
Móveis e utensílios 10 anos 10%
Veículos 5 anos 20%
Equipamentos de 5 anos 20%
informática

Exemplo de cálculo do valor da depreciação de um veículo


de R$ 50.000,00, com valor residual zero.
Valor depreciação = Valor do bem x taxa de depreciação
Valor depreciação = 50.000 x 20%
Valor depreciação = R$ 10.000,00 /ano
Para calcular a depreciação em meses:
Valor depreciação anual /12 meses
Depreciação mensal = 10.000/12 = R$ 833,00 por mês
Caso exista um valor residual para o bem, o valor contábil
do bem, ao final do período de sua vida útil será igual ao valor
residual. Caso não tenha valor residual, o valor contábil no final
será igual a zero. É como se o bem se esgotasse.
A baixa do bem do imobilizado deve ocorrer apenas quando
o mesmo não estiver mais em uso, ou disponível para venda. O
valor contábil deverá ser transferido para o ativo circulante, caso
o bem seja vendido.
A contabilização das contas de depreciação, serão
demonstradas quando tratarmos das contas de resultado, já que
a mesma é lançada como despesa evolvendo também algumas

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Fundamentos Contábeis 121

particularidades de subcontas a serem exclarecidas quando


fizermos o registro das referidas contas.
Quanto à exaustão, entendemos que é a aplicação de todos
os conceitos que estudamos para a depreciação, porém, aplicados
à exploração de recursos naturais, tais como florestas, jazidas,
poços de minérios. E para calculo de vida útil, considera-se a
capacidade mínima de potencial de exploração/extração.
Até aqui aprendemos muitas coisas, todas relacionadas a
registro e lançamento da contas ou dos itens patrimoniais, porém
é importante lembrar que os itens patrimoniais sofrem alteração
devido à movimentação da empresa que envolve as vendas /
receitas e as despesas, que são as contas de resultado.
Para fechar nosso aprendizado, vamos entrar agora no
assunto que trata do registro dessas contas!

Registro das Contas de Resultado


Ao tratarmos dos lançamentos de ativo e passivo,
absorvemos muitas informações. Foi possivel através dos
exemplos entendermos um pouco mais sobre as origens e
aplicações de recursos, ficou visivel também como as operações
lançadas a débito ou a crédito podem aumentar ou diminuir o
saldo das contas. Além do mais, retomamos alguns conceitos
vistos no inicio dessa disciplina, lá na Unidade 1.
Foi possivel perceber também que várias contas do ativo
não foram comentadas, nem algumas que compõem o patri-
mônio líquido, isto porque elas são afetadas pelos registros das
contas de resultado, então, agora que vamos estudar estas contas,
exclareceremos também como funciona o registro de todas as
outras.
Primeiramente, vamos retomar um assunto bastante
comentado até aqui, mas que também é de grande importância
para realizarmos os lançamentos contábeis, que é o princípio da
competência.

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122 Fundamentos Contábeis

Este trata do regime de competência que determina que


as receitas e as despesas devem ser incluidas na apuração do
resultado da empresa no período em que ocorreram, independente
do recebimento (receitas) ou do pagamento (despesas).
A verificação da receita ocorre quando a empresa fornecece
bens ou serviços ao cliente, independente do recebimento do
valor da venda dos bens ou prestação dos serviços. E a verificação
da despesas é no momento em que há consumo de bens ou a
utilização dos serviços, independente do pagamento. As receitas
são respaudadas pelas notas fiscais de saída, ou seja, toda vez
que ocorre uma venda, gera-se uma nota fiscal para o cliente. No
caso da despesa, o consumo de itens ou serviços, também será
documentada por nota fiscal.
Outra característica importante a ser lembrada sobre as
contas de resultado é que ao contrário das contas patrimoniais,
as primeiras são temporárias, ou transitórias e todo fechamento
do período elas devem ser zeradas para a apuração do resultado
do exercicio.
Logo, os lançamentos a débito ou a crédito para regisrro
da ocorrencia do fato será da seguinte forma:
Debita Credita
Receitas x
Custos x
Despesas x

 As contas são abertas com saldo igual a zero, no


primeiro dia do período analisado;
 Durante esse período, recebem os dados de forma
cumulativa.
 As contas de receitas recebem apenas lançamentos a
crédito.
 As contas de despesas recebem apenas lançamentos a
débito.

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Fundamentos Contábeis 123

 Ao final do período, tanto as contas de receitas como de


despesas são zeradas e encerradas.
Relembadas algumas informações importantes, vamos aos
registros e lançamentos das contas de resultado!
Situação A: No mês de abril/2019 a Solutions Ltda realizou
a venda de alguns itens a preço de custo (R$ 4.000,00), com
recebimento à vista em dinheiro.Lembrando que esta empresa
tem R$ 5.000,00 de saldo na conta caixa.
Lançamento em diário:
D – Caixa (Ativo Circulante) R$ 4.000,00 (a)
C – Receita de Vendas (Conta de Resultado) R$ 4.000,00 (b)
Além de registrar as receitas e a entrada de caixa, devemos
registrar também a saída de estoque.
D – Custo da Mercadoria Vendida (Conta de Resultado)
R$ 4.000,00 (c)
C – Estoque de itens (Ativo Circulante) R$ 4.000,00 (d)
Nota explicativa: No mês de abril/2019 a Solutions Ltda.
vendeu itens do seu estoque pelo valor de R$ 4.000,00 – preço
de custo, através da nota fiscal No. 001. O recebimento foi em
dinheiro e entrou no caixa através do recibo No. 001/2019.
Lançamento em razonete – conta T:
Registro da operação de venda:
Caixa Receita de Vendas
D C D C
(a) 5.000,00  (b) 4.000,00
4.000,00
9.000,00 - - 4.000,00
9.000,00 4.000,00

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124 Fundamentos Contábeis

Registro da operação de saída de estoque:


Custo da mercadoria vendida Estoque de itens para venda
D C D C
(c) 4.000,00 4.000,00 4.000,00 (d)
4.000,00 - 4.000,00 4.000,00
4.000,00 -

Foi realizado o resgistro de umavenda de mercadoria, que


já estava em estoque, pelo preço de custo, ou seja, pelo valor
que foi pago por ela, sem nenhum tipo de ganho. A venda e foi
registrada com o lançamento de crédito na conta Receitas de
Vendas (b). O valor da venda foi recebido a vista, em dinheiro,
logo, foi registrado através de um débito na conta Caixa(a).
Na segunda situação, a mercadoria que estava em estoque
foi vendida, logo, precisa ser baixada, então, registramos um
lançamento a crédito na conta Estoque de itens para venda (d)
no valor pago pela mercadoria, ou seja, a preço de custo. O custo
da mercadoria vendida (CMV) (c)deve ser lançado sempre que
ocorre a venda de mercadoria para que seja registrado o custo
dessa venda. O lançamento será sempre a débito.
Situação B: Registro de Receita de vendas, com recebi-
mento composto: parte a vista e outra parte a prazo.
A empresa Solutions Ltda. durante o mês de abril realizou
vendas no total de R$ 8.000,00. e o recebimento foi da seguinte
forma: R$ 2.000,00 através de depósito a vista em banco e o
restante a prazo através de duplicatas.O custo dessa venda foi de
R$ 3.600,00.
Lançamento em diário:
Lançamento da venda:
D – Banco conta corrente (Ativo Circulante) R$ 2.000,00 (a)
D – Duplicatas a receber de cliente (Ativo Circulante) R$
6.000,00 (b)
C – Receita de Vendas (Conta de Resultado) R$ 8.000,00 (c)

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Fundamentos Contábeis 125

Lançamento do Custo da mercadoria vendida:


D – Custo da Mercadoria Vendida (Conta de Resultado)
R$ 3.600,00 (d)
C – Estoque de itens para venda (Ativo Circulante) R$
3.600,00 (e)
Nota explicativa: No mês de abril/2019 a Solutions Ltda.
prestou serviços no valor total de R$ 8.000,00 através da nota
fiscal No. 002 e recebeu R$ 2.000,00 através do depósito de
comprovante No. 56896. O restante receberá a prazo (30/60/90
dias) através das duplicatas pelo Banco W.
Lançamento em razonete – conta T:
Lançamento da venda
Duplicatas a receber
Banco Conta corrente de clientes Receita de serviços
D C D C D C
(a) 20.500,00 (b) 6.000,00 8.000,00 (c)
2.000,00
22.500,00 - 6.000,00 - 8.000,00
22.500,00 6.000,00 8.000,00

Lançamento do custo da mercadoria vendida:


Custo da mercadoria vendida Estoque de itens para venda
D C D C
(d) 3.600,00 4.000,00 3.600,00 (e)
3.600,00 - 4.000,00 3.600,00
3.600,00 400,00

Nesta situação ocorreu uma venda de mercadoria com preço


de venda maior do que o custo de aquisição dos itens. A venda
também teve uma parte recebida a vista e outra parte a receber
a prazo. Registramos assim a receita a crédito no valor total e
fracionamos o recebimento em dois registros a débito, um no
banco, no valor de R$ 2.000,00 e o outro a débito também, porém
na conta Duplicatas a receber de cleinte. O custo da mercadoria

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126 Fundamentos Contábeis

vendida foi lançado a débito na respectiva conta de resultado e


baixou o mesmo valor do estoque, com um lançamento a crédito.
Note que reduziu o saldo em estoque, porém não zerou.
Situação C: recebimento da primeira parcela das
duplicatas a receber através do banco, conta corrente, no valor
de R$ 2.000,00
Lançamento em diário:
D – Banco conta corrente (Ativo Circulante) R$ 2.000,00 (a)
C – Duplicatas a receber de clientes (Ativo Circulante) R$
2.000,00 (b)
Nota explicativa: Recebimento de duplicata com vencimento
no mês de maio/2019 do cliente ABC através do banco, docu-
mento de liquidação No. 9235689.
Lançamento em razotente – conta T:
Banco Conta corrente Duplicatas a receber de clientes
D C D C
(a) 22.500,00 6.000,00 2.000,00 (b)
2.000,00
24.500,00 - 6.000,00 2.000,00
24.500,00 4.000,00

Após ter realizado venda a prazo, a emrpesa Solutions


gerou uma carteira de recebimenrto de clientes – direito de
recebimento. Quando ocorreu o pagamento por parte do cliente,
então, o saldo de duplicatas a receber deverá diminuir, pois
parte está sendo recebido, logo, ocorreu o lançamento a débito
da entrada do valor no banco conta corrente e um lançamento a
crédito na conta duplicatas a receber.
Antes de exemplificar outro tipo de registro que envolva
contas de resultado, vamos falar sobre o cálculo do Custo da
Mercadoria Vendida.

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Fundamentos Contábeis 127

Primeiramente é importante que não se confunda custo


com despesa, pois custo é a soma dos gastos incorridos para a
aquisição, ou industrialização de um bem que será revendido e
transformado em receita, já as despesas, são gastos necessários
para a manutenção da atividade da empresa, ou valores gastos
com a venda dos produtos acabados.
Podemos observar nas situações A e B a presença do CMV
– Custo da Mercadoria Vendida que faz contrapartida com o
Estoque de Mercadoria, porém a 1ª. Conta é de resultado e a
2ª. Conta é patrimonial – ativo circulante. Ele é na verdade uma
despesa avaliada pelo custo ou valor de compra.
O que ocorre é que a empresa, ao longo do exercício
contábil precisa manter mercadoria em estoque para realizar
vendas e para isso são feitas compras de mercadoria com
diversos fornecedores em valores diferenciados.
Então, suponhamos que existe mercadoria em estoque,
porém, a empresa tem uma previsão de vendas que excederá as
expectativas, logo, ela realizará novas compras. Logo, teremos
um saldo final de estoque.
Para que seja feito o controle correto há uma fórmula
prática para calcularmos o valor do CMV.
CMV = ESTOQUE INICIAL + COMPRAS – ESTOQUE FINAL
Ou
CMV = EI + C - EF
Na prática: O estoque encerrou o mês com um saldo de
R$ 3.600,00. O saldo inicial de estoques era de R$ 2.000,00.
No decorrer do mês foram realizadas compras no total de R$
12.000,00.
Então, nossos dados são os seguintes:
Estoque inicial (EI) = 2.000,00
Compra (C) = 12.000,00

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128 Fundamentos Contábeis

Estoque Final (EF) = 3.600,00


Aplicando a fórmula:
CMV = EI + C – EF
CMV = (2.000 + 12.000) – 3.600
CMV = 10.400,00
É necessário exclarecer que os registros que que envolver
as contas de resultado estão sendo demonstrados como exemplos
avulsos, para que se conheça e entenda como devem ser lançados
os débitos e os crédito com as contas de contra-partida.
O encerramento das contas de resultado e a apuração do
resultado do exercício veremos na unidade IV.
Vamos agora retomar a exemplificação dos registros.
Situação D: Registro de impostos que incidem sobre a
venda.
Antes de fazermos o registro do imposto sobre a venda,
vamos trabalhar uma situação de compra de mercadoria, onde a
empresa deverá registrar o imposto a recuperar.
Como consumidor final, quando compramos algum tipo
de bem, seja ele durável ou de consumo imediato, no preço
que pagamos, está embutido o imposto. No caso de empresas,
que não são consumidores finais, ainda vão processar o bem ou
revendê-lo, o imposto é registrado e acumulado e quando ocorrer
a venda, com a retenção do valor a ser recolhido para o goveno
é possível abater o valor a recolher, daquele que já foi pago, ou
seja, pode ser recuperado.
Vamos admitir que a empresa Solutions Ltda adquiriu
mercadoria para revenda para pagar a prazo ao Fornecedor A no
valor de R$ 25.000,00. O registro dessa compra de mercadoria
ocorrerá da sequinte forma:

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Fundamentos Contábeis 129

Lançamento em diário:
D – Estoque de Mercadoria (Ativo Circulante) R$
25.000,00 (a)
C – Duplicatas a Pagar a Fornecedores (Passivo Circuante)
R$ 25.000,00 (b)
Depois,
D – ICMS a recuperar – 18% - (Ativo Circulante) R$
4.500,00 (c)
C – Estoque de mercadoria (Ativo Circulante) R$ 4.500,00 (d)
Lançamento em razonete – Conta T:
Dupl a pagar a
Estoque de Mercadoria Fornecedores ICMS a recuperar
D C D C D C
(a)25.000,00 4.500,00 (d) 25.000,00(b) (c)4.500,00
25.000,00 4.500,00 - 25.000,00 4.500,00 -
20.500,00 25.000,00 4.500,00

Agora sim, vamos ao registro da venda: A empresa


realizou uma venda de mercadoria no valor de R$ 21.000,00
com recebimento a prazo através de duplicatas. O custo dessa
venda foi de R$ 9.000,00. Destacar ICMS 18%.
Lançamento em diário:
Registro da venda:
D – Duplicatas a Receber de Cliente (Ativo Circulante) R$
21.000,00 (a)
C – Receitas de Vendas (Conta de Resultado) R$ 21.000,00 (b)
Registro do CMV – Custo da Mercadoria Vendida:
D – CMV (Conta de Resultado) R$ 9.000,00 (c)
C – Estoque de Mercadoria (Ativo Circulante) R$ 9.000,00 (d)

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130 Fundamentos Contábeis

Registro do ICMS sobre vendas:


D – ICMS sobre vendas (Conta de Resultado) R$ 3.780,00 (e)
C – ICMS a recuperar – 18% - (Ativo Circulante) R$
3.780,00 (f)
Duplicatas a receber cliente Receitas de vendas
D C D C
(a) 21.000,00 21.000,00(b)
21.000,00 - - 21.000,00
21.000,00 21.000,00

CMV Estoque de mercadoria


D C D C
(c) 9.000,00 20.500,00 9.000,00 (d)
9.000,00 - 20.500,00 9.000,00
9.000,00 11.500,00

ICMS sobre vendas ICMS a recuperar


D C D C
(e) 3.780,00 4.500,00 3.780,00 (f)
3.780,00 - 4.500,00 3.780,00
3.780,00 720,00

Toda vez que acontece uma venda, ocorrem 3 tipos de


registros: 1 – o da venda e como será recebida; 2 – o custo
da venda e a baixa do estoque; 3 – o imposto sobre a venda.
Como pode perceber no exemplo acima, as contas vêm com
saldos anteriores e vão se alterando conforme acontecem novas
operações. O registro da venda (1) tem o lançamento a crédito na
conta de receitas de vendas e contrapartida a débito em duplicatas
a receber. O registro do CMV (2) é feito a débito (conta de
resultado), creditando estioque de mercadoria e reduzindo seu
saldo. E por fim, no registro do ICMS (3), debitamos o ICMS
sobre a venda (conta de resultado) com contrapartida de crédito
na conta já existente e com saldo, de ICMS a recuperar (Ativo
Circulante).

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Fundamentos Contábeis 131

No exemplo que vimos acima o imposto citado foi o


ICMS, porém, no caso de outros impostos, o processo de
registro é o mesmo, apenas muda-se a nomeclatura,. Para o caso
de impostos (IPI, PIS, COFINS) sem recuperação é lançada
a despeas e contrapartida com conta de Impostos a recolher
(Passivo Circulante).
Situação E: Pagamento de salários.
A empresa Solutions Ltda tem 3 funcionários e o total a ser
pago em salário é de R$ 6.000,00. A folha corresponde ao mês de
mario/2019, porém será pago no mês de junho/2019, no 5º. dia útil.
Lançamento em diário:
D – Despesas com salários (conta de resultado) R$
6.000,00 (a)
C – Salários a pagar (Passivo Circulante) R$ 6.000,00 (b)
Lançamento em razonete – conta T:
Despesa com salários Salários a pagar
D C D C
(a) 6.000,00 6.000,00 (b)
6.000,00 - - 6.000,00
6.000,00 6.000,00

O registro realizado acima refere-se aos salários a serem


pagos pelo periodo trabalhado em maio. Ou seja, estamos
trabalhando a competencia de maio, então, os registramos o
débtio na conta de despesa ref. mês, porém, a contrapartida é
uma obrigação futura, a ser paga no próximo mês (periodo),
logo, temos um lançamento a crédito na conta salários a pagar.
Situação F: Pagamento de despesas dentro do período.
A empresa Solutions Ltda pagou R$ 150,00 em
reconhecimentos e autenticação de documentos no cartório. O
valor foi pago em dinheiro. Lembrando que o saldo de caixa é
de R$ 9.000,00.

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132 Fundamentos Contábeis

Lançamento em diário:
D – Despesa de cartório (Conta de Resultado) R$ 150,00 (a)
C – Caixa (Ativo Circulante R$ 150,00 (b)
Lançamento em razonete – conta t:
Despesa de cartório Caixa
D C D C
(a) 150,00 9.000,00 150,00 (b)
150,00 - 9.000,00 150,00
150,00 8.850,00

A despesa de cartório ocorreu e foi paga dentro do mês,


sendo assim, registramos lançando um débito na conta de
resultad – despesa e um crédito na conta caixa, fazendo a retirada
de valor do caixa –ativo circulante.
Situação G: Depreciação do veículo.
A empresa Solutions Ltda. possui um veículo no valor
de R$ 50.000,00 – conforme balanço patrimonial na página
29.Sem valor residual a considerar. Conforme tabela 4, a vida
útil esperada para esse tipo de bem é de 5 anos, logo a taxa de
depreciação anual é de 20%.
Calculando o valor da depreciação:
Valor do bem = 50.000
Taxa de depreciação = 20% a. a.
Depreciação = 50.000 X 20% = 10.000 por ano.
Depreciação mensal = 10000 / 12 meses = R$ 833,00 /mês
Lançamento em diário:
D – Depreciação (conta de resultado) R$ 833,00 (a)
C – Depreciação acumulada (Ativo Imobilizado) R$
833,00 (b)

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Fundamentos Contábeis 133

Lançamento em razonete – conta T:


Depreciação Depreciação acumulada
D C D C
(a) 833,00 833,00 (b)
833,00 - - 833,00
833,00 833,00

A depreciação é considerada como despesa e registrada


a débito dentro do mês de acompanhamento. A contrapartida
é um crédito na conta Depreciação acumulada, no ativo
imobilizado. Ao longo da vida util esse valor da depreciação
informa a desvalorizção gradativa do bem. É importante lembrar
que a conta depreciação acumlada é uma conta retificadora ou
subconta do ativo imobilizado e sempre terá seus lançamentos
feitos a crédito.
Situação H: Registro de receita financeira
A empresa Solutions Ltda investiu em uma aplicação
financeira o valor de R$ 2.000,00. Após 30 dias aplicado, houve
um rrendimento de juros no valor de R$ 10,00.
Lançamento em diário:
D – Aplicação Financeira (Ativo Circulante) R$ 10,00 (a)
C – Receitas financeiras (Conta de Resultado) R$ 10,00 (b)
Nota explicativa: Rendimento financeiro de aplicação.
Lançamento em razonete – conta T:
Aplicação Financeira Receitas Financeiras
D C D C
2.000,00 10,00 (b)
(a) 10,00
2.010,00 - - 10,00
2.010,00 10,00

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134 Fundamentos Contábeis

Ao realizarmos aplicações financeiras sem resgatar o valor,


o mesmo renderá juros que serão pagos a nós pela instituição
financeira. Esses juros são registrados como Receitas Financeiras
e lançados a crédito na conta deste nome. A contrapartida é um
débito na conta Aplicação financeira, resultando num aumento
de saldo.
Ao concluir o registro das movimentações as contas de
resultado, estas devem ser encerradas e zeradas, apurando o
resultado final do período. Para exemplificar, vamos utilizar as
situações D, E, F, G e H.
ARE Receitas de vendas CMV
D C D C D C
9.000,00 21.000,00 21000 21000 9000 9000
3.780,00 0 0
6.000,00
833,00 Receitas financeiras ICMS
150,00 10,00 D C D C
19.763,00 21.010,00 10 10 3780 3780
1.247,00 0 0

Salários
D C
6000 6000
0

Depreciação
D C
833 833
0

Despesas de cartório
D C
150 150
0

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Fundamentos Contábeis 135

O fechamento do período resultou em receitas maiores do


que as despesas, logo, obtivemos aqui um resultado positivo,
sendo declarado assim, como LUCRO. O lucro do período deverá
ser lançado no balanço patrimonial, junto ao Patrimonio Líquido
em uma conta chamada Lucros Acumulados. Aumentando assim
a riqueza líquida da empresa.

RESUMINDO

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o
que vimos. Você deve ter aprendido quea prática contábil, como
ela é realizado o registro dos fatos, os lançamentos a débito
e a crédito respeitando as particularidades de cada grupo de
conta. Como são tratados os fatos e principlmente em respeito
ao regime de competência, que é observado e praticado devio
à obediencia à lei, como ele funciona e o quanto é importante.
Na prática desta unidade pudemos ver com maior clareza as
alterações patrimoniais, ou seja, como as aplicações de recursos
são feitas e quais as origens de recursos e como cada uma é
tratada. E vimo que é muito importante sempre termos em mente
os conceitos, pois a prática contábil é religiosamente baseada nos
conceitos e princípios. Observamos também algumas alterações
que foram determinadas por lei e alteraram a formulação do
próprio balanço patrimonial. Em geral, a partir de agora, você
tem o conhecimento do conceito e já foi introduzido à prática!

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136 Fundamentos Contábeis

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Fundamentos Contábeis 137

04
UNIDADE

UNIDADE 04

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138 Fundamentos Contábeis

INTRODUÇÃO
Muita gente pensa que Contabilidade é para contador,
mas isso não é verdade! Concorda comigo? No decorrer
das unidades foi falado que existem vários interessados nas
informações contábeis. Isto porque é através dessas informações
que podemos conhecer a saúde de uma empresa, seja ela uma
universidade, um município, uma S.A., um país. Por outro lado,
ter acesso a essas informações, saber como elas são extraídas
e não saber interpretá-las também não ajuda muito. É por isso
que para fechar essa disciplina por completo, vamos aprender
a ler e entender os relatórios contábeis financeiros, vai entender
ainda mais a importância dessas informações e como elas são
fundamentais para a tomada de decisão de um gestor. Vamos
entrar nessa juntos? Ao longo desta unidade letiva você vai
mergulhar neste universo!

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Fundamentos Contábeis 139

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso objetivo
é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências
profissionais até o término desta etapa de estudos:

1 Compreender como funciona os fechamentos dos


saldos das contas e o encerramento do exercício
zerando as contas de resultado;

2 Aplicar as técnicas de encerramento do período para


fechamento e elaboração dos relatórios contábeis e
financeiros;

3 Identificar e solucionar problemas relacionados ao


encerramento das contas e elaboração dos relatórios;

4 Executar os procedimentos e técnicas de encerra-


mento dos relatórios contábeis financeiros, lendo e
entendendo as informações neles apresentadas.

Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo ao


conhecimento? Ao trabalho!

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140 Fundamentos Contábeis

Balanço Patrimonial

OBJETIVO

Ao término deste capítulo você será capaz de entender como


elaborar um Balanço Patrimonial, composto por diversas
informações geradas por toda a movimentação de uma empresa.
Vai inclusive, gerar novas informações a partir do tratamento que
realizará com as contas de resultado. Será um capítulo voltado
para a prática de registros e lançamentos que possibilitarão fazer
o encerramento das contas, a classificação dessas contas nos
grupos a que pertencem e por fim o fechamento e a elaboração
dos relatórios. E então? Motivado para desenvolver esta
competência? Então vamos lá. Avante!

Figura 1: Equilíbrio patrimonial = bens + direitos na balança equilibrados com as obrigações

Fonte: Freepik

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Fundamentos Contábeis 141

As informações geradas pela contabilidade são de grande


importância para outras áreas e para outras empresas. Vamos
fazer algumas suposições:
 Ao iniciar um negócio será necessário firmar parcerias
com credores, sejam com forneceres, com bancos ou até mesmo
com o funcionários. Qualquer um deles ficará de olho na saúde
financeira da empresa e terá acesso a essas informações através
dos relatórios a eles fornecidos;
 A outra situação é quando a empresa está há algum
tempo em atividade e não está obtendo o lucro desejado, então,
é possível também através dos relatórios obter informações para
identificar gargalos, perdas e custos excessivos.
 Outra situação muito comum e importante é o
planejamento tributário. No Brasil muitas empresas têm sua
permanência no mercado prejudicada pelo mau uso dos seus
recursos financeiros, principalmente no que se trata de impostos
a pagar.
E assim, podemos listar muitas outras situações
corporativas que nos levam a crer e defender a grande importância
das demonstrações contábeis.
Dependendo do tipo de empresa, normalmente devido ao
porte e enquadramento tributário, algumas demonstrações não
são obrigatórias, no entanto, todas são obrigadas a apresentar
Balanço Patrimonial e Demonstração de resultado.
Quanto à frequência de divulgação é comum que as
empresas tenham que elaborar suas demonstrações anualmente.
Para o caso das sociedades de capital aberto, as que negociam
ações em bolsas de valores, estas divulgas as informações de
forma semestral ou trimestral. Às empresas tributadas pelo lucro
real estão obrigadas pela legislação fiscal à apuração mensal do
lucro.

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142 Fundamentos Contábeis

Considerando os relatórios mais comuns, vamos começar


falando do Balanço Patrimonial.
O Balanço retrata a posição patrimonial da empresa em
determinado momento. Apresenta informações qualitativas e
quantitativas dos itens patrimoniais, organizados e separados em
grupos e subgrupos de contas que descrevem de forma sintética
ou analítica o que determinada empresa tem em bens, direitos,
obrigações e patrimônio liquido.
O balanço é formado por dois grandes grupos: o ativo e o
passivo.
Do lado do ativo estão demonstradas as aplicações de
recursos que são os bens e direitos da entidade. Do lado do
passivo, estão demonstradas as obrigações com terceiros e as
obrigações com os sócios – Patrimônio Líquido.
Observe na figura 2, logo abaixo, como é a disposição das
contas no balanço patrimonial.
Figura 2: Demonstração gráfica do Balanço Patrimonial e seus componentes

Fonte: A autora

Para elaborar o balanço patrimonial, as aplicações deverão


ter SEMPRE o mesmo valor que as origens, ou, o Ativo deve
ser igual ao Passivo. Ou seja, deve tomar como regra a seguinte
equação:

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Fundamentos Contábeis 143

Vamos supor que a empresa Solutions Ltda, ao final do


exercício de 2019 apontou um ativo no valor de R$ 10.000,00
e um passivo no valor de R$ 4.000,00, logo, a diferença de R$
6.000,00 é o Patrimônio Líquido. Então, na equação de equilíbrio
patrimonial temos o seguinte:

Agora sim, ficou bem fácil de entender que para encerrar


o balanço patrimonial, temos que garantir a equação de balanço
patrimonial e por isso, temos esse nome a essa demonstração.

IMPORTANTE

Antes de elaborar o balanço patrimonial é levantado o Balancete


de verificação, que antecede as informações possibilitando
encontrar falhas de saldos ou contas com registros e lançamentos
incorretos, que poderão ser refeitos ou conferidos garantindo a
veracidade das informações do balanço.

Os grupos de ativo e passivo também são divididos em


grupos menores. E as informações neles registradas, também
estarão dispostas em ordem seguindo uma regra particular para
as contas do ativo e outra para as contas do passivo.
Vamos retomar quais esses subgrupos!

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144 Fundamentos Contábeis

Tabela 1: Balanço Patrimonial e seus subgrupos.

ATIVO PASSIVO
Circulante (AC) Circulante (PC)
Não Circulante (ANC) Não Circulante (PNC)
Realizável à Longo Prazo (RLP) Patrimônio Líquido (PL)
Investimentos (INV)
Imobilizado (IMO)
Intangível (INT)
TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO
Fonte: Editorial Telesapiens

Vamos retomar brevemente as contas apresentadas por


cada subgrupo, dando ênfase para aquelas mais comumente
utilizadas.

Ativo
Um ativo – bem ou direito, pode ser entendido como um
item com capacidade ou potencial de oferecer benefícios futuros
a uma empresa. São com os itens ativos que a atividade principal
será desenvolvida e possibilitará os resultados desejados. As
contas do ativo estão dispostas seguindo uma suposta ordem de
liquidez, dessa forma, as contas mais liquidas aparecem na parte
superior – no topo, enquanto aquelas de menor liquidez, ou que
não se tem a intenção de liquidação, aparecem na parte inferior.
No ativo, o caixa é a primeira conta a aparecer, pois nela
está o dinheiro – que é o ativo mais líquido, classificado como
ativo circulante, pois está em circulação, é uma conta cujo saldo
se altera quase que diariamente; já as máquinas, classificadas
como ativo não circulante - imobilizado, são utilizados para a

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Fundamentos Contábeis 145

produção e para elas não há intenção de venda, de circulação,


elas permanecem no patrimônio da empresa.

Ativo Circulante
O ativo circulante compreende as disponibilidades, os
direitos realizáveis a curto prazo, dentro do exercício social e
as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte.
Sobre a última, não vamos nos aprofundar, no entanto, sobre as
disponibilidade e direitos, vamos dar um pouco mais de atenção.
Compõem o ativo circulante:
 As contas de maior liquidez são o caixa e as contas
correntes em banco. Também podemos incluir as aplicações
financeiras de liquidez imediata, como poupança e alguns
tipos de fundos que podem ser resgatados de imediato.
 As contas a receber de clientes – duplicatas a receber
que são diretos a serem recebidos em decorrência as
vendas a prazo de mercadorias ou de serviços prestados.
 As duplicatas descontadas
 Os estoques que em empresas comerciais são as
mercadorias adquiridas para venda e nas empresas
industriais são os itens como matéria-prima, produtos em
processo ou produtos acabados.
São também exemplos de estoques os itens de consumo
para escritório e demais áreas da empresa, porém estes não
revertem em entradas de recursos, tais como os estoques para
revenda.

Ativo não circulante


O ativo não circulante é subdividido em outras quarto
partes: Realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e
o intangível.

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146 Fundamentos Contábeis

 As contas do realizável a longo prazo são aquelas com


recebimento após o termino do exercício seguinte ao
balanço, ou seja, após 12 meses – 1 ano. São exemplos
os direitos de vendas, empréstimos a coligadas ou
controladas, etc.
 Os investimentos são as participações permanentes
em outras sociedades; bens não destinados à venda e não
participam da manutenção das atividades da empresa.
 O imobilizado, conforme a Lei nº 6.404/76, compreende
os direitos que tenham por objeto bens corpóreos
destinados à manutenção das atividades da empresa, ou
exercidos com essa finalidade.
É representado por bens tangíveis utilizados nas atividades
da empresa, que não estejam destinados à venda, tenham vida
útil superior a um ano e relevância de valor.
Os bens imobilizados sofrem depreciação, amortização ou
exaustão em face à sua expectativa de vida útil.
São exemplos comuns de imobilizado: imóveis, terrenos,
máquinas, equipamentos, veículos, móveis, instalações, etc.
A depreciação como vimos na unidade 3 é uma conta
retificadora que causa redução no saldo de alguns itens do
imobilizado, mas que tem grande importância e não pode deixar
de ser apresentada.
 Intangível: parte do não ativo circulante que apresenta
“os direitos que tenham como objetos bens incorpóreos
destinados à manutenção da empresa” conforme Lei n°
6.404/76, Art. 179.
São exemplos de bens incorpóreos (intangíveis) as marcas
e patentes, licenças e franquias, pesquisa e desenvolvimento, etc.

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Fundamentos Contábeis 147

Passivo e Patrimônio Líquido

RESUMINDO

No passivo estão as origens de recursos, ou fontes de recursos


utilizadas pela empresa, podendo ser de terceiros ou dos sócios,
mediante aporte de capital, ou ainda lucros gerados pela atividade
da empresa.

As contas do passivo também obedecem a ordem de


apresentação que está relacionada ao prazo de exigibilidade e à
urgência do pagamento. Ou seja, aparecem no topo as contas de
vencimento a curto prazo e aquelas que podem gerar penalidade
maiores ou mais graves, tais como salários e encargos, impostos,
que além de multas e juros podem impedir a emissão de certidões.

Passivo Circulante
No passivo circulante estão representadas as contas com
vencimento no exercício seguinte, ou seja, até os 12 próximos
meses.
São contas comuns do passivo circulante:
 Fornecedores: compras de mercadorias, matéria prima
ou demais itens de consumo, compradas a prazo com fornecedores,
podem ser também as duplicatas a pagar.
 Salários e encargos sociais: os salários que são os
valores devidos aos funcionários pelos serviços prestados, que
normalmente são despesas do mês corrente, porém com pagamento
no inicio do mês seguinte, gerando a obrigação a pagar.

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148 Fundamentos Contábeis

Quanto aos encargos, temos como exemplo o FGTS e o


INSS, além dos encargos de 13° salário e férias que também são
obrigações a serem pagas.
 Impostos e taxas: impostos, taxas e contribuições
a recolher, tais como ICMS a recolher, IPI a recolher, ISS a
recolher, PIS a recolher, Imposto de renda retido na fonte, ISS
retido na fonte.
 Instituições financeiras: empréstimos e financiamentos
com vencimentos a curto prazo.

Passivo não circulante


No passivo não circulante estão as contas de vencimento
após o término do exercício seguinte. As principais contas são:
 Financiamentos: Financiamentos a longo prazo assu-
midos normalmente com instituições financeiras para financiar
bens do ativo imobilizado.
 Tributos: que são parcelamentos a longo prazo de
tributos tais como SIMPLES, IPI, ICMS, ISS e INSS.

Patrimônio Líquido
No patrimônio líquido estão registradas as obrigações
não exigíveis, que não têm data de vencimento. É a parte que
pertence aos sócios, proprietários da empresa.
Com as alterações da Lei n° 6.404/76 deixou de existir
a conta “lucros acumulados, atualmente, deduz-se que ao
apresentar as demonstrações contábeis, deverá indicar o destino
pretendido para o lucro do período”.
São componentes do patrimônio líquido:
 Capital social: a formação do capital social de uma
empresa ocorre com o aporte de valores pelos sócios. Para

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Fundamentos Contábeis 149

as sociedades anônimas, é composto por ações e nas demais,


composto por quotas.
 Reserva de lucros: as reservas de lucros são os
resultados positivos obtidos ao final de cada exercício.
 Prejuízos acumulados: são os resultados negativos
obtidos ao final de cada exercício e que ainda não foram cobertos
por novos resultados, positivos.

OBSERVAÇÃO
+

A Lei n° 6.404.76 (artigo 176) obriga as empresas de capital


aberto, as S.A.’s a publicar a demonstração das mutações
do patrimônio líquido, facilitando assim, a visualização das
mudanças ocorridas no patrimônio líquido das empresas.

Exemplificando como fica um balanço patrimonial


devidamente encerrado, observe a tabela abaixo:

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150 Fundamentos Contábeis

Tabela 2: Balanço Patrimonial de empresa fictícia

Balanço Patrimonial - Empresa Solutions Ltda.


Encerramento em 31/12/20X1

Ativo R$ Passivo R$
Circulante 86.300,00 Circulante 193.000,00
Caixa 2.000,00 Fornecedores 87.000,00
Bancos 8.000,00 Contas a pagar 12.000,00
Poupança 5.300,00 Salários a pagar 56.000,00
Duplicatas a receber 18.000,00 Impostos a pagar 38.000,00
Estoque de mercadoria 53.000,00
Não circulante 1.053.00,00 Não circulante 450.000,00
Realizável a longo 15.000,00 Financiamento a 450.000,00
prazo longo prazo
Ações de outras 21.000,00 Parimonio Líquido 496.300,00
empresas
Obras de arte 36.000,00 Capital Social 396.300,00
Imobilizado 886.000,00 Reserva de Lucros 100.000,00
Máquinas 46.000,00
Móveis 19.000,00
Veiculos 89.000,00
Imóveis 542.000,00
Intangível 95.000,00
Marca 95.000,00
TOTAL DO ATIVO 1.139.300,00 TOTAL DO PASSIVO 1.139.300,00

Fonte: A autora

Muito bem! Entendeu como deve ser organizado e


apresentado um Balanço Patrimonial? Depois desse capítulo,
você vai olhar para esse relatório sabendo como estão dispostas
as contas e o que elas significam. Principalmente sabendo que
há uma organização das informações, já que no ativo existem a
ordem de disponibilidade e no passivo a ordem de exigibilidade.

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Fundamentos Contábeis 151

Cada vez mais você está se tornando um expert nos


assuntos contábeis! E vamos agora, continuar nossa jornada, há
muito mais para aprender!

Demonstração de Resultado do Exercício


- DRE

OBJETIVO

Ao término deste capítulo você será capaz de entender como


elaborar uma Demonstração de Resultado do Exercício – DRE.
Vai Entender e saber elaborar o relatório contábil financeiro que
trará muitas informações pertinentes ao desempenho da empresa,
lucratividade do produto ou despesas que estão representando
valores significativos e deverão ser revisadas. Vamos juntos
embarcar nessa nova descoberta!

Compõem a demonstração de resultados as receitas, os


custos e as despesas e com o confronto, o resultado do exercício
sendo ele: Lucro ou Prejuízo.
Assim como o balanço patrimonial, a demonstração de
resultados também é organizada em grupos de contas, porém,
para chegar ao resultado final do exercício, ela demonstra a
receita e as deduções que são dela subtraídas, além do confronto
com as despesas, que resultará em lucro ou prejuízo.
A disposição das contas aparecerá conforme na figura
abaixo:

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152 Fundamentos Contábeis

Figura 3: Ordem das contas e na DRE

Demonstração de Resultado do
Exercício - DRE

Receitas

Custos

Lucro Bruto

Despesas

Lucro Líquido
Fonte: A autora

Para entendermos um pouco mais da elaboração da DRE,


vamos relembrar algumas informações sobre cada grupo de
conta que a compõem.
Nas contas de resultado, as Receitas são origens de
recursos, pois geram entradas de recebíveis. As despesas e os
são aplicação e acontecem normalmente por consumo de itens
necessários para a produção e manutenção das atividades da
empresa. Sendo assim, como já vimos na unidade 3, as receitas
aumentam o Patrimônio Líquido os lançamentos serão realizados
a CRÉDITO, enquanto as despesas, que causam diminuição no
Patrimônio Líquido, terão seus valores lançados a DÉBITO

Receitas
As receitas podem ser entendidas como o fluxo de
elementos para o ativo sem que haja correspondente no passivo.
Estarão sempre relacionadas com vendas de mercadorias ou
produtos, ou em alguns casos, podem ser originadas a partir
de investimentos financeiros, tais como aplicações em bancos.

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Fundamentos Contábeis 153

Em geral, a nomenclatura utilizadas para diferenciar o tipo de


operação que gerou determinada receita, acrescenta-se o nome
da operação, da seguinte forma:
 Receitas de vendas;
 Receitas de serviços;
 Receitas financeiras;
 Receitas de aluguel, tec.
Uma receita sempre resulta no aumento de Patrimônio
Líquido.
Para a elaboração da Demonstração de Resultado (DRE),
utilizamos alguns termos como sinônimos de receita, de acordo
com particularidades dos eventos econômicos:
 Receita operacional: está relacionada às principais
atividades da empresa, independente de sua frequência;
 Receita Não operacional: são aditivos ao Patrimônio
Líquido não associado com a atividade principal da
empresa;
 Ganho: aditivo de Patrimônio Líquido, não associado
às atividades operacionais;
 Receita extraordinária: aditivo ao Patrimônio Líquido
que não provém das operações típicas da empresa e têm
natureza eventual.
Os tipos de receitas são nomeados e apresentados de
forma diferente para que haja melhor leitura dos fatos ocorridos,
proporcionando melhores decisões e também pela forma em que
são tributadas.

Despesas
As despesas são gastos decorrentes do uso de bens ou
serviços para obtenção de receitas ou para o funcionamento da

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154 Fundamentos Contábeis

empresa como um todo. São exemplos de despesas os salários


dos funcionários, comissões de vendas, etc.
As despesas são contas que geram redução no Patrimônio
Líquido, no entanto, na grande maioria das vezes, as receitas são
maiores do que as despesas, o que acaba por não efetivar essa
redução.
Para a elaboração da Demonstração de Resultado (DRE),
podemos empregar os seguintes termos como sinônimos de
despesa, de acordo com particularidades dos eventos econômicos:
 Custo: gasto incorrido para a obtenção de um bem
ou serviço que será utilizado para a geração/produção de
outro bem ou serviço. São os valores gastos para que o
bem ou serviço que representam a atividade principal da
empresa possam ser obtidos e posteriormente destinados à
geração de receita operacional. São exemplos: gastos com
matéria-prima para a produção; mercadoria para revenda;
mão-de-obra para prestação de serviços.
 Despesa operacional: são os gastos incorridos para a
realização das receitas relacionadas à atividade principal,
ou ainda para a manutenção do funcionamento da empresa.
São exemplos as comissões de vendas, a energia elétrica
dos setores administrativos, etc.
 Prejuízo ou perda: são diminuições do Patrimônio
Líquido que não resultam da atividade principal da empresa.
Algo extremamente fora do comum, tais como perda de
mercadoria em estoque por inundação ou incêndio.

Resultado
O resultado é a diferença entres as receitas e as despesas
de determinado período.
Então, temos a seguinte situação:

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Fundamentos Contábeis 155

++
+
EXPLICANDO DIFERENTE

Lucro é o resultado positivo de um período, já que trará aumento


no Patrimônio Líquido, enquanto o Prejuízo é o resultado negativo,
o que inversamente ocasionará a redução de Patrimônio Líquido.

Integração do Resultado com o Patrimônio


Líquido
As contas de Receita e despesa devem ser encerradas para
o levantamento do resultado. Elas devem ser zeradas para que
não apareçam no próximo período e para isso, a contrapartida
de lançamentos deverá ser realizada em uma conta transitória
chamada de “resultado do exercício”. O resultado final é
encerrado na conta “resultado do exercício” e transportado,
então, por meio da contrapartida, para o Balanço Patrimonial,
no Patrimônio Líquido.
1º. Encerrar as contas de receitas para a conta de
resultado;
2º. Encerrar as contas de despesas de custos para
a conta de resultado.
3º. A diferença entre as receitas e as despesas,
ou seja, o saldo da conta de resultado será o
resultado do período, sendo lucro se as receitas

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156 Fundamentos Contábeis

forem maiores do que as despesas, ou prejuízo se


as receitas forem menores;
4º. Encerramento da conta resultado para a conta
Resultado do exercício no Balanço Patrimonial.
Realizado o tratamento necessário para as contas de
resultado, antes de elaborar os relatórios de DRE e Balanço
Patrimonial, deve-se elaborar o Balancete de verificação,
que proporcionará uma análise superficial das contas além de
verificar se os saldos devedores estão iguais aos saldos credores.

Componentes da demonstração de
resultado
A demonstração de resultado, para facilitar a leitura do
lucro ou prejuízo obtido pela empresa em determinado período,
utiliza-se a seguinte estrutura:
Tabela 3: Estrutura legal da demonstração de resultado do exercício

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO


RECEITA OPERACIONAL BRUTA
(-) Vendas Canceladas
(-) Abatimentos sobre vendas
(-) Impostos sobre vendas
(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
(-) Custo dos produtos, mercadorias ou serviços vendidos
(=) LUCRO BRUTO
(-) Despesas com vendas
(-) Despesas administrativas
(-) Despesas gerais
(-) Outras despesas e receitas operacionais

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Fundamentos Contábeis 157

(=) RESULTADO DAS ATIVIDADES DA EMPRESA


(+/-) Resultado da equivalência patrimonial
(=) RESULTADO ANTES DAS DESPESAS E RECEITAS
FINANCEIRAS
(+/-) Despesas financeiras, líquidas das receitas
(=) RESULTADO ANTES DOS TRIBUTOS SOBRE O LUCRO
(-) Imposto sobre a renda
(-) Contribuição social
(-) Participações
(=) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

Fonte: A autora

Abaixo, vamos entender o que cada denominação


representa:
 Receita operacional bruta: é o valor total do
faturamento da empresa;
 Vendas canceladas: como o termo nos remete são as
devoluções de vendas.
 Abatimentos sobre vendas: são os descontos
concedidos nas vendas;
 Impostos incidentes sobre vendas: são os valores
pagos referente a impostos gerados em função da venda. Esses
impostos são o IPI, PIS e COFINS (pagos ao governo Federal),
ICMS pago ao governo Estadual), ISS (pago ao Município);
 Receita operacional líquida: é a parte que “sobra”
para que a empresa cubra seus custos, despesas e ainda obtenha
lucro.

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158 Fundamentos Contábeis

 Custo dos produtos, mercadorias ou serviços: custo


diretamente ligado à obtenção do bem vendido, ou do produto
industrializado, ou ainda dos serviços prestados;
 Lucro bruto: considerado também como margem
bruta, ou margem de contribuição, ou seja, após as deduções da
receita e o custo do incorrido para a obtenção do bem, é o que
contribui para o pagamento das despesas e da manutenção da
atividade da empresa.
 Despesas operacionais: despesas necessárias à
manutenção das atividades da empresa. Podem ser apresentadas
com a subdivisão seguinte:
• Despesas com vendas: aquelas incorridas com as
atividades comerciais da empresa, tais como as comissões,
publicidade e propaganda, etc.
• Despesas administrativas: são os gastos incorridos
com as atividades administrativas da empresa, tais como os
salários do pessoal da administração, aluguéis, despesas gerais
e judiciais.
• Despesas gerais: são aquelas cuja natureza não se
encaixam como despesas de vendas ou administrativas.
• Outras despesas e receitas: a nova estrutura contábil
não adota as despesas e receitas não operacionais, neste caso,
àquelas contas que cuja natureza não se relacionam à operação
da empresa, devem ser agrupadas e demonstradas em “outras
despesas e receitas”.
 Resultado das atividades da empresa: é o resultado
das atividades da empresa, é conhecido também como LAJIR –
Lucro antes dos juros e imposto de renda.
 Resultado de equivalência patrimonial: válido para
sociedades coligadas. Conforme lei é obrigatória a utilização
do Método de equivalência patrimonial para avaliação dos
investimentos.

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Fundamentos Contábeis 159

 Resultado antes das receitas e despesas financeiras:


que é o resultado das atividades após a operação de equivalência
patrimonial.
 Despesas e receitas financeiras são os recebimentos ou
pagamentos de juros no período.
 Resultado antes dos impostos e participações:
totalizador após dedução ou soma das despesas e receitas
financeiras.
 Imposto sobre o lucro: é o imposto de renda e o CSLL
– contribuição social sobre o lucro liquido.
 Participações estatutárias que representem parcelas dos
lucros destinadas a empregados, diretores, etc.
 Lucro líquido do exercício: é o resultado líquido após
computar as receitas e deduzir as despesas.
Como falamos acima sobre os componentes da
Demonstração de Resultado do Exercício, essa demonstração
trás informações gerenciais de grande importância. Visualizar
o lucro é muito importante, porém, mais importante é entender
como ele está acontecendo, ou de que forma as receitas estão
sendo consumidas. Esta análise é também muito importante e
vamos estudar e entender como é feita no próximo capítulo.
O entendimento de todas essas informações vai ficar mais
claro com a exemplificação abaixo:
A empresa Luz Ltda, revende luminárias e abajures. Iniciou
suas atividades no ano de 20X1 e apresentou os seguintes fatos:
a. Foi constituída com capital em dinheiro no valor de R$
500,00.
b. Teve aumento de capital por parte dos sócios integrali-
zado através dos seguintes bens: Prédio R$ 800,00 e Ter-
reno R$ 600,00.

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160 Fundamentos Contábeis

c. Abertura de conta corrente em banco no valor de R$


250,00, utilizando dinheiro do Caixa.
d. Aplicação financeira através de transferência bancária
no valor de R$ 50,00.
e. Compra de mercadoria para revenda no valor de R$
600,00 com pagamento a prazo com o Fornecedor.
f. Aquisição de móveis e equipamentos no valor de R$
90,00 a ser pago em 18 parcelas através de Financiamento.
g. Pagamento de despesa de cartório em dinheiro no valor
de R$ 15,00.
h. Rendimento da aplicação financeira R$ 5,00.
i. Venda de mercadoria no valor de R$ 900,00 com
recebimento á vista de R$ 300,00 no caixa e R$ 300,00
no banco, o restante será recebido à prazo através de
duplicatas. O custo da mercadoria vendida foi de R$ 350,0.
ICMS sobre a venda (18%).
j. Pagamento de comissão a vendedor através de
transferência bancaria, no valor de R$ 35,00.
Mediante as informações vamos fazer o passo a passo dos
registros dos fatos nas devidas contas através dos lançamentos
de débito e crédito. Depois, vamos fazer a verificação através do
balancete, encerrar as contas de resultado, zerando-as, elaborar
a demonstração de resultado, transferir o resultado auferido para
o balanço patrimonial fechando-o de acordo com o equilíbrio
das contas.
RESOLUÇÃO:
Realizar os lançamentos a débito e crédito nas contas
através do registro em diário e razão.
Lançamento em diário:
a. D Caixa (Ativo Circulante) R$ 500,00

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Fundamentos Contábeis 161

C Capital Social (Patrimônio Líquido) R$ 500,00

b. D Prédio (Ativo Imobilizado) R$ 800,00


D Terreno (Ativo Imobilizado) R$ 600,00
C Capital Social (Patrimônio Líquido) R$ 1.400,00

c. D Banco (Ativo Circulante) R$ 250,00


C Caixa (Ativo Circulante) R$ 250,00

d. D Aplicação Financeira (Ativo Circulante) R$ 50,00


C Banco (Ativo Circulante) R$ 50,00

e. D Estoque de mercadoria (Ativo Circulante) R$ 600,00


C Fornecedores (Passivo Circulante) R$ 600,00

f. D Móveis e equipamentos (Ativo Imobilizado) R$


90,00
C Financiamento Curto prazo (Passivo Circulante) (12
meses) R$ 60,00
C Financiamento a Longo prazo (Passivo não
Circulante)(6 meses) R$ 30,00
g. D Despesa de Cartório (Resultado) R$ 15,00
C Caixa (Ativo Circulante) R$ 15,00

h. D Aplicação Financeira (Ativo Circulante) R$ 5,00


C Receita Financeira (Resultados) R$ 5,00

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162 Fundamentos Contábeis

i. Lançamento da Venda:
D Caixa (Ativo Circulante) R$ 300,00
D Banco (Ativo Circulante) R$ 300,00
D Duplicatas a receber (Ativo Circulante) R$
300,00
C Receita de vendas (Resultados) R$ 900,00
Lançamento do custo da mercadoria:
D Custo da mercadoria vendida (CMV) (Resultados)
R$ 350,00
C Estoque de mercadoria (Ativo Circulante) R$ 900,00
Lançamento do ICMS sobre vendas: (Venda = 900;
ICMS = 900 X 18%)
D ICMS sobre a venda (Resultados) R$ 162,00
C Impostos a recolher (Passivo Circulante) R$
162,00

j. D Comissão de vendas (Resultados) R$ 35,00


C Banco (Ativo Circulante) R$ 35,00
Lançamentos em razão, conta T:

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Fundamentos Contábeis 163

Tabela 4

Caixa Prédio Terreno Banco


a. 500,00 250,00 b.800,00 b. 600,00 c. 250,00 d. 50,00
i. 300,00 15,00 i. 300,00 j.35,00

800,000 265,00 800,00 600,00 550,00 85,00


535,00 600,00 465,00

Aplicação Estoque de Móveis e Duplicatas a


Financiera Mercadoria Equipamentos receber
d. 500,00 e. 600,00 350,00 f. 90,00 i. 300,00
h. 5,00

55,00 600,00 350,00 90,00 300,00


55,00 250,00 90,00 300,00

Impostos a
Caixa Social Fornecedores
recolher

a. 500,00 e. 600,00 i. 162,00


b. 800,00
c. 600,00
1.900,00 600,00 162,00
1.900,00 600,00 162,00

Financiamento Financiamento
CP LP
f. 60.00 f. 30,00

60,00 30,00
60,00 30,00

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164 Fundamentos Contábeis

Despesas Receita Receita


de cartório Financiera de vendas

g. 15,00 h. 5,00 i. 900,00

15.00 5,00 900,00


15.00 5,00 900,00

CMV Comissão Imposto


de Vendas sobre Venda

i. 350,00 j. 35,00 i. 162,00

350,00 35,00 162,00


350,00 35,00 162,00

Fonte: Editorial Telesapiens

Verificar os saldos das contas a débito e a crédito no


Balancete de verificação:
Tabela 5

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Fundamentos Contábeis 165

Fonte: Editorial Telesapiens

Encerrar as contas de resultado com contrapartida na conta


Resultado do Exercício:
Tabela 6

Despesas de cartório Receita Financiera Receita de vendas


15,00 5,00 5,00
15,00 900,00
900,00

15.00 5,00 5,00 900,00


15.00 900,00
-
- -

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166 Fundamentos Contábeis

CMV Comissão de vendas Imposto sobre venda


350,00 350,00 35,00 35,00
162,00 162,00

350,00 350,00 35,00 35,00 162,00 162,00


- - -

Resultado do Exercício
15,00 5,00
350,00 900,00
35,00
162,00

562,00 905,00
343,00

Fonte: Editorial Telesapiens

Elaboração da Demonstração de Resultado do


Exercício - DRE:
Tabela 7

A autora

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Fundamentos Contábeis 167

Elaboração do Balanço Patrimonial com o Resultado


do Exercício transferido para o Patrimônio Líquido:
Tabela 8

Fonte: A autora

Análise das demonstrações contábeis

OBJETIVO

Neste capítulo vamos apresentar o que cada informação contida


nos relatórios financeiros contábeis contribui na tomada de
decisão. Você vai aprender a analisar e a interpretar os números
e rubricas. Você terá literalmente outra visão da contabilidade.
Vai perceber os relatórios e resultados auferidos por essa área
não são somente para fins fiscais, mas sim gerenciais e com teor
de alta necessidade. Embarque nessa jornada!

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168 Fundamentos Contábeis

Figura 4: É preciso analisar!

Fonte: Freepik

Quando se trata de finanças não podemos sair gastando


ou decidindo coisas sem pensar. Na nossa vida pessoal, toda
vez que queremos “dar um passo maior”, adquirir uma casa, um
carro, por exemplo, precisamos avaliar todo o contexto em que
estamos vivendo, as disponibilidades e depois, avaliar ainda o
que estaremos adquirindo. No mundo corporativo essa análise é
ainda mais criteriosa. É preciso entender o mercado, a economia
global e o impacto a curto e longo prazo, além de conhecer
também os parceiros de negócios. E então avaliar também
as condições internas e financeiras da empresa. Atualmente,
muitas empresas tomam decisões sem avaliar os riscos e as
possibilidades e acabam se deparando com “surpresas” ao longo
do caminho. Algumas adaptáveis, outras, indesejáveis.
Para que a gestão de uma empresa não corra riscos
desnecessários é fundamental avaliar as informações contidas
nos relatórios contábeis financeiros, em geral, o Balanço
Patrimonial e Demonstração de Resultado do Exercício, pois
a partir desses é possível entender o desempenho operacional

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Fundamentos Contábeis 169

e a capacidade de gerar resultados. É claro, que essa análise


deve ser complementada por outras avaliações tais como
de mercado, produto, gestão da empresa; Mas nós vamos
focar nas análises contábeis financeiras que nos permitem em
geral, avaliar características como as seguintes: capacidade
de pagamento através da geração de caixa, capacidade de
pagamento a investidores a partir da geração de lucro, níveis
de endividamento, motivo e qualidade, necessidade de capital
de giro, dentre outras características que podem gerar novos
negócios ou limitar o envolvimento de investidores e credores.
A análise das demonstrações contábeis costuma ser
desenvolvida mediante aplicação de técnicas simples e o
instrumental básico para isso são as análises vertical e horizontal,
normalmente feitas do Balanço Patrimonial e da Demonstração
de resultado, através delas é possível identificar a estrutura da
empresa e evolução dos elementos patrimoniais e os resultados
em determinado intervalo de tempo.
A diferença entre uma e outra está relacionada basicamente
ao período de análise. Na análise horizontal avaliamos os
elementos comparando um período a outro, enquanto na análise
vertical, a avaliação é feita dentro do mesmo período e a
comparação é feita de um elemento para outro. Vamos entender
melhor cada uma delas. Começaremos pela análise horizontal.

Análise Horizontal (AH)


O objetivo da análise horizontal (AH) é identificar a
evolução histórica dos elementos patrimoniais e de resultado ao
longo de um período de tempo. Vamos supor que determinada
empresa identificou no último período um grande aumento no
volume das vendas e está avaliando a possibilidade de dobrar
a capacidade produtiva através de ampliação da fábrica.
Para tomar essa decisão, é fundamental fazer um estudo do
comportamento das receitas com os anos anteriores e entender o
que promoveu esse aumento. Vai ser possível observar relações

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170 Fundamentos Contábeis

entre contas, como por exemplo, um aumento nas vendas em


função de um aumento no investimento em marketing, através
de publicidade e propaganda e então, é preciso considerar o
retorno do investimento realizado e a possibilidade de novos
investimentos.
É relevante que para a qualidade das informações, ao
realizar a analise horizontal, se utilize um conjunto de balanços
ou demonstrações, para que se avalie e compare vários períodos
proporcionando assim, um histórico do comportamento de cada
item, mas é válido também realizar comparações de um ano para
outro, principalmente no caso de empresas com pouco tempo de
existência.
Sempre que desejamos analisar números que apresentam
variações, precisamos tomar um critério como base e determinar
índices para os demais. Logo, transformar os dados em
percentuais será a técnica a ser utilizada, então, na AH vamos
calcular os percentuais de cada elemento patrimonial ou de
resultado, cada conta e compará-las entre si, baseando-se com o
período mais antigo.
O período mais antigo será o 100%, a base de comparação,
enquanto os demais deverão ter suas proporções calculadas em
relação a ele.
Vamos a um exemplo prático:
Tabela 9

Fonte: A autora

Podemos observar que essa empresa obteve um crescimento


contínuo nas vendas, pelos 3 primeiros anos (20X0, 20X1 e
20X2). No período de 20X3 houve uma queda, porém seguida
de novo aumento. É possível também avaliar o volume dessa

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Fundamentos Contábeis 171

variação, que ao longo do período analisado é extremamente


satisfatória. Com relação à identificação da queda nas vendas
em 20X3, se observar o período todo, mesmo havendo variação
para menor, a “queda” ainda está acima do nosso ano base. Por
outro lado, é interessante entender o que houve neste ano que
afetou as vendas.
Agora, para calcular o índice de Receita de vendas de
20X1 fazemos o seguinte cálculo:

Esse cálculo aplica-se aos demais períodos, mas sempre


comparando com X0.
Vamos analisar a Demonstração de Resultado de três
períodos 20X0, 20X1 e 20X2.
Tabela 10

Fonte: A autora

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172 Fundamentos Contábeis

Na demonstração acima podemos avaliar a evolução de


cada item. O aumento nas receitas pode ser respaldado pelo
aumento no investimento em Marketing, interferindo no volume
de vendas, ou pode ser o caso também de um aumento nos
preços, o que acarretaria um aumento nos valores das receitas.
Outro índice importante e certamente o 1º a ser visualizado é a
progressão do resultado líquido, houve um aumento excepcional
no lucro.
Da mesma forma, pela Análise Horizontal, é possível
verificar a evolução dos itens patrimoniais, podendo
complementar as informações observada com a análise da DRE,
como por exemplo o giro de estoque, as disponibilidade do ativo
e outros. Abaixo, vamos aplicar a análise horizontal ao Balanço
Patrimonial:
Tabela 11

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Fundamentos Contábeis 173

Fonte: A autora

Vamos considerar os pontos principais para analisar:


Tabela 12

Fonte: A autora

O Patrimônio apresentou crescimento de 31% em 20X1


com relação a 20X0 e decaiu um pouco em 20X2.
O Ativo circulante apresentou crescimento, com variação
de 66 pontos percentuais, enquanto o ativo não circulante,
apresentou um crescimento baixo, de 1% de variação. O que
significa que ao longo dos 3 anos, não houve investimento a
longo prazo, nem em imobilizado.
Já o passivo circulante, em 20X1 teve uma variação para
maior de 82 pontos percentuais com relação a X0 e caiu um
pouco em 20X2, o que nos leva a entender que a empresa está
utilizando capital de giro a curto prazo. Essa medida não está
sendo prejudicial porque a empresa vem apresentando resultado
de vendas – receitas, grande gerador de disponibilidades.
Percebemos também, que o passivo não circulante teve um
acréscimo de mais de 1.000 pontos percentuais e o que preocupa
é o fato da empresa não ter investido em imobilizado, o que nos

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174 Fundamentos Contábeis

leva a entender que pode ter sido uma saída financeira para falta
de capital de giro.
O Patrimônio Líquido, por sua vez, teve baixo crescimento,
sendo em 20X1 de 10 pontos percentuais e em 20X2, 14 pontos
percentuais. Crescimento relativamente baixo.
Em geral, a empresa está tendo resultado e aumento nas
receitas, por outro lado, a utilização de capital de terceiros está
sendo um pouco preocupante. O que pode ser uma vantagem é o
prazo de pagamento dos empréstimos que excede o fechamento
do exercício.

REFLITA

Uma empresa que utiliza capital de giro de terceiros, paga juros


– não é o caso do modelo exemplificado, porém, é preciso tomar
muito cuidado com a utilização de crédito, pois isso pode colocar
o patrimônio da empresa em risco.

Análise Vertical (AV)


Existe semelhança nos cálculos das duas formas de análise,
no entanto, as informações geradas complementam uma à outra.
Pela análise horizontal, podemos perceber o desempenho
ao longo de períodos diferentes, já na análise vertical, podemos
identificar os motivos da evolução apresentada num mesmo
período. Na a AH comparamos as mesmas contas, porém
em períodos diferentes. Na análise vertical, observamos a
estrutura operacional, o desempenho dos itens patrimoniais ou
de resultado, no mesmo período, estabelecendo um critério e
comparando os demais com aquele.

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Fundamentos Contábeis 175

A AV mostra a participação individual das contas


constantes nas demonstrações, fazendo comparação com outa
conta de referência.
O valor base do balanço patrimonial é o ativo total e na
demonstração de resultado é a receita líquida da venda. Logo, na
análise vertical, os cálculos são feitos de cima para baixo, ou de
baixo para cima.
No balanço patrimonial, portanto, a AV fornece
informações sobre a estrutura do ativo e suas fontes de
financiamento presentes no passivo. Observe o quadro abaixo:
podemos observar nitidamente que o Ativo circulante está sendo
financiado quase que meio a meio pelo passivo circulante e pelo
passivo não circulante, ou seja, a empresa utiliza tanto capital
de terceiro a curto, como a longo prazo para manter o capital
de giro disponível do ativo circulante. O Ativo não Circulante
é também formado praticamente em meio a meio por capital de
terceiros a longo prazo e pelo patrimônio líquido. Essa é uma
forma prática de entender e avaliar a situação patrimonial de
uma empresa.

Figura 5: Gráfico demonstrativo de representatividade dos subgrupos patrimoniais

Fonte: A autora

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176 Fundamentos Contábeis

Na demonstração de resultado, essa análise possibilita


avaliar a participação de cada item de resultado na formação
do resultado final, lucro ou prejuízo, entendendo também, o que
pode estar prejudicando a obtenção do lucro desejado. Isso é
interessante, pois deve instigar que a empresa passe a controlar
seus custos de forma mais apurada.
Observe o gráfico abaixo: de forma clara podemos
visualizar que o elemento que teve maior representatividade
mediante a receita total desse período foi o custo da mercadoria.
Essa informação, pode sugerir uma investigação mais detalhada
sobre o comportamento do custo.
Figura 6: Gráfico demonstrativo de representatividade dos subgrupos patrimoniais

Fonte: A autora

Podemos utiliza a análise vertical na demonstração de


resultados sob três formas:
 Levantando a representatividade de cada item em
relação à Receita Líquida de vendas do período de análise,
como consta no gráfico acima.
 Observação do comportamento histórico ao longo de
mais e um exercício – e embora envolva outros períodos,
mas avalia-se, por exemplo, o comportamento do custo

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Fundamentos Contábeis 177

da mercadoria ao longo de certo período, porém, seu


comportamento em comparação com a receita líquida do
próprio período avaliado;
 Possibilidade de comparação dos percentuais
apresentados pela empresa com dados de uma outra
empresa do mesmo mercado – um concorrente, por
exemplo, no entanto, garantindo que as características tais
como porte e região estejam em consonância.
Enfim, como é o cálculo na prática: para cada período
analisado, para calcularmos o valor percentual correspondente
de cada conta, seja ela um item patrimonial ou de resultado,
devemos dividir o valor da conta que queremos calcular pelo
valor base (referência elegida) e multiplicamos por 100.

Ou seja, avaliando a representatividade do Ativo Circulante


com relação ao Ativo Total, observamos que representa 59% do
mesmo, ou seja, a maior parte das aplicações se encontra no
curto prazo, porém, isso possibilita facilidade do pagamento das

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178 Fundamentos Contábeis

contas de vencimento de curto prazo, ou seja, a empresa possui


ativo em giro, não apenas imobilizados.
Vamos realizar juntos, a análise vertical das demonstrações
da empresa fictícia Luz Ltda.:
Tabela 13

Fonte: A autora

Observe as contas e a representatividade de cada uma com


relação ao critério base, que é a Receita Operacional Líquida.
Podemos verificar exatamente como está sendo consumida a
receita líquida. Porém, antes de darmos andamento à interpretação
dos números obtidos, quero ressaltar o motivo de utilizarmos
a receita líquida e não a receita bruta. Obviamente, a receita
bruta não é um recurso que vai compor as disponibilidades,
no caso do imposto, o que ocorre é uma dedução e depois um
repasse de valor, a empresa não deve se apropriar desses valores
considerando-os como receita. Imagine, por exemplo, uma nota
fiscal, ela precisar ter um valor total para aplicarmos as alíquotas
de dedução, no caso dos impostos é recebido e repassado ao
fisco, já no caso de descontos, estes não serão recebidos, apenas
calculados e considerados para fins de estudos de marketing e
finanças, não efetivando uma entrada de recurso.
A receita liquida é o recurso que originará aumento de
ativo e a partir dela, poder-se-á efetuar o pagamento dos custos
e das despesas de empresa.

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Fundamentos Contábeis 179

Analisando os elementos de maior representatividade,


podemos notar que o custo da mercadoria está tomando quase
50% da receita líquida, o que pode ser algo fatal para uma empresa
ao longo do tempo. Se observarmos a linha dos 2 próximos anos,
podemos ver que esse custo não se reduz ao passar do tempo.
Muito possivelmente a empresa não possua muitas opções de
fornecedores, o que acaba encarecendo o custo da mercadoria.
Para cada R$ 1,00 vendido, R$ 0,48 é o custo dessa
venda. Em 20X0 as despesas também chegaram aos 47 pontos
percentuais, o que quase levou a empresa ao prejuízo.
No ano que se seguiu, 20X1, houve um aumento no lucro,
no entanto, estabeleceu uma linha estável para 20X2, sendo
que o custo e as despesas também se mantiveram praticamente
estáveis.
Considerando a análise vertical da DRE, para que haja
um crescimento do patrimônio líquido dessa empresa, e então
a riqueza líquida, é extremamente urgente um estudo mais
aprofundado do mercado e das estratégias de gestão.
Evitando limitação de interpretação, vamos analisar
também o Balanço Patrimonial:
Tabela 14

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180 Fundamentos Contábeis

Fonte: A autora

Vamos considerar os subgrupos:


Tabela 15

Fonte: A autora

Em 20X0 o Ativo circulante representou a menor parte


do ativo, o que é muito comum, pois o ativo não circulante
normalmente é composto por bens duráveis que normalmente
possui valores maiores. Já em 20X1 e 20X2 o Ativo Circulante
representa a maior parte do ativo, o que significa que está
movimentando recursos de curto prazo e tem aplicações de
recursos a longo prazo. Isso pode ser uma característica de não
ocorrer investimentos na empresa, o que como percebemos
através da DRE, a empresa não está alcançando bons resultados,
lucros.

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Fundamentos Contábeis 181

Outra informação que complementa a análise do ativo


circulante é o passivo circulante, que acompanha o aumento e a
diminuição nos anos de 20X1 e 20X2, o que sugere a utilização
de capital de giro de terceiros.
O passivo não circulante representa uma pequena parte
do patrimônio, o que nos sugere que a empresa não assumiu
compromissos a longo prazo com terceiros.
Quanto ao Patrimônio Líquido, está representando a maior
parte do passivo, ou das obrigações, o que é interessante, já que
a composição do ativo foi originada pelo patrimônio líquido, e
para confirmar aumento ou diminuição pelos resultado positivos,
complementamos com a análise vertical da DRE que aponta um
aumento de 17 pontos percentuais nos períodos de 20X1 e 20X2.

Análise Horizontal x Análise Vertical


Com os exemplos apresentados foi possível perceber
que isoladamente, as duas técnicas de análise poderão gerar
informações incompletas ou até mesmo induzir a erro, no
entanto, com a utilização de ambas as técnicas, podemos
gerar informações mais completas e de maior confiabilidade.
É claro que ainda assim, devido à sintetização das contas nas
demonstrações, ainda faz-se necessário a investigação e maior
atenção aos fatos que se apresentam como fatores de risco
mediante as análises.

Leitura dos relatórios contábeis financeiros


Neste capítulo, vamos praticar a leitura e interpretação das
demonstrações contábeis – Balanço Patrimonial e Demonstração
de Resultados com comentários que contribuam para a
facilitação do entendimento das informações neles contidas.
Será apresentado também de forma introdutória sobre a análise
através de indicadores financeiros. Será uma deixa, para que
você se mantenha curioso a respeito dessa grande área geradora

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182 Fundamentos Contábeis

de números e importantes informações, que é a contabilidade


somando à Gestão Financeira.
Retornamos com a ideia de que a contabilidade não é algo
ligado apenas à tributação e fiscalização, tudo o que estudamos
até agora nos remete a entender que nos relatórios contábeis
podemos encontrar muitas outras informações necessárias
para avaliar o desempenho da empresa, o aproveitamento dos
recursos e a facilidade de geração de dinheiro.
O balanço patrimonial não é o único relatório, porém
é o mais importante, pois além se ser exigido por lei, é uma
grande fonte de informações financeiras. Como tratamos no
capitulo anterior, ao conhecer as informações nele demonstradas
podemos gerar novos números, novos índices, necessários para
a gestão financeira de um negócio.
Os bancos, as corretoras são exemplos de empresas
que trabalham avaliando o patrimônio e o resultado de outras
empresas. Para facilitar essa análise, se utilizam de índices que
trazem informações padronizadas para tomada de decisões de
investimento e de crédito. Esses mesmos índices podem ser
utilizados internamente. Para conhecer um pouco mais sobre o
assunto, vamos aperfeiçoar falar um pouco mais desses dados
necessários para o calculo de alguns dos índices mais comuns.
Esses proporcionam clareza por dois ângulos:
 Situação financeira;
 Gestão dos recursos;
Quando falamos em situação financeira é parecido ao
que nos referimos à nós mesmos, pessoas físicas, ou seja, é a
capacidade em realizar pagamentos. Quando vamos a uma
loja e solicitamos crédito, ou seja, desejamos comprar algo,
mas através de crédito, teremos nossas finanças avaliadas com
o intuído de descobrir se teremos capacidade de saldar nossas
obrigações, e só assim, a venda será liberada.

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Fundamentos Contábeis 183

Da mesma forma acontece com uma empresa, sua situação


financeira será favorável quando ela apresentar capacidade de
liquidar seus compromissos junto aos fornecedores.
A situação financeira costuma ser avaliada a partir
de alguns elementos patrimoniais que medem o grau de
endividamento, o tipo de fontes de recursos utilizadas para o
giro das disponibilidades.
Cada índice fornece uma informação única. Com
um conjunto de diferentes índices de uma mesma posição,
passaríamos a contar com maior número de informações. A
partir do Balanço Patrimonial, é possível levantar os principais
indicadores financeiros. São eles:
 Margem de lucratividade;
 Retorno sobre o investimento;
 Índice de endividamento;
 Liquidez corrente / liquidez imediata.
Conforme observamos na análise vertical, para que a
empresa esteja operando de forma positiva, é importante que o
ativo esteja maior do que o passivo (circulante e não circulante).
Uma análise de lucratividade e desempenho
A DRE – Demonstração de Resultado do exercício, outra
demonstração exigida por lei, que nos fornece informações sobre
as operações da empresa, inicialmente e com grande clareza nos
mostra a posição dos custos com relação à receita líquida, o que
é de grande importância para a otimização do lucro. Podemos
ainda perceber se as despesas operacionais estão controladas
e também condizentes com a Receita líquida, além de outras
informações de facial leitura e observação.
Caso precisemos de informações mais especificas, através
da DRE podemos calcular os seguintes índices:
 Retorno sobre as vendas;

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184 Fundamentos Contábeis

 Margem líquida;
 Ponto de equilíbrio.
Antes de analisarmos a lucratividade, é necessário analisar
o desempenho comercial de uma empresa, pois uma empresa
que não vende, não gera receitas e não movimenta a engrenagem
básica para a geração de entrada de recursos ativos disponíveis.
A análise de desempenho da empresa avalia o comportamento
de vendas de um período com relação a outro, para isso,
podemos utilizar a análise horizontal. Os índices de retorno,
também conhecidos como índices de lucratividade ou mesmo
de rentabilidade indicam o retorno que o empreendimento está
oportunizando.
A saber, os tipos de índices padrões:
Tabela 16

Fonte: A autora

Vamos comentar sobre alguns mais comuns no âmbito


operacional:

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Fundamentos Contábeis 185

 Dentre os indicadores que mensuram os recursos a


Margem Bruta que demonstra quanto sua empresa ganha ao
vender um produto ou serviço depois de descontar as despesas
para produzi-lo e vendê-lo. Para calcular:
Margem Bruta = (Receita – Deduções – Custos
Diretos Variáveis) x 100
Os custos Diretos Variáveis são aqueles gastos em função
do produto em que gerou a receita. E são variáveis por que
variam de acordo com o volume produzido ou vendidos.
 Se você acompanha o desempenho de empresas que
possuem ações à venda em bolsa, já deve ter ouvido falar da
Margem EBITDA em inglês Earning Before Interests, Taxes,
Depreciation and Amortization, também chamada de LAJIR
– Lucro Antes de Juros e Imposto de Renda, representa a os
valores que a empresa gera de lucro (ou prejuízo) apenas em suas
atividades operacionais, sem considerar os efeitos financeiros
(juros recebidos ou pagos) e de pagamento de tributos. Pode-se
dizer que a Margem EBITDA fornece as informações sobre o
valor e impacto das vendas no caixa. Para calcular, temos:
EBITDA = Lucro Operacional Líquido +
Depreciação + Amortização
 A Margem Líquida, também chamada de lucro líquido,
indica o resultado final obtido da resultante do valor de vendas
após a dedução de todas as despesas (incluindo o imposto de
renda Pode ser calculada da seguinte forma:
Margem Líquida = (Lucro Líquido / Vendas) x 100
 Mediante analise da DRE é possível descobrir os Custos
Fixos que são aqueles que demonstram quais são as despesas
contínuas de uma empresa, que se repetem independente da
quantidade produzida; lado a lado com os custos fixos, é de grande
importância, os custos Variáveis que são aqueles que variam
proporcionalmente com o volume de produção É fundamental
conhecer Custos Fixos e Variáveis para determinar quantidades
de produção, para no mínimo, para cobri-los e obter lucro.

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186 Fundamentos Contábeis

 A Margem de Contribuição representa quanto cada


produto contribuirá para a empresa cobrir todos os custos e
despesas fixas e ainda gerar lucro. Ou seja, após pagar o custo
do produto ou serviços, se for empresa prestadora de serviços,
quanto sobra para pagar os demais gastos da empresa. A
Margem de Contribuição pode trazer indícios de que o produto
não está sendo lucrativo, ou seja, mesmo que apresente grandes
quantidades de venda, pode ser que não esteja proporcionando
lucro. Para o cálculo é necessário separar os custos e despesas
em fixos e variáveis.
As despesas variáveis são aquelas que não estão
relacionadas a produção, mas aumentam proporcionalmente
às vendas, como por exemplo, as comissões de vendas e os
impostos sobre vendas.
Margem de Contribuição = Preço de Venda – (Custo
Variável + Despesa Variável)
 Após entendemos como identificar os custos fixos e
variáveis, outra informação obtida a partir dos mesmos é o Ponto
de Equilíbrio que é a quantidade de receita mínima a ser obtida
para cobrir todos os seus custos e despesas. Ou seja, para chegar
a um resultado nulo, é necessário que se venda determinado
valor ou tantas unidades. É um número interessante para se
definir metas de vendas. Para calcular o Ponto de Equilíbrio:
Ponto de Equilíbrio = Despesas Fixas / Margem de
contribuição
 A Liquidez Corrente é outro índice importante,
pois demonstra o valor monetário a receber a curto prazo em
contrapartida do valor que precisa pagar no mesmo período de
tempo. Ou seja, indica as condições que a organização possui
para cumprir suas obrigações em um curto prazo. Calcula-se da
seguinte forma:
Liquidez Corrente = Ativo Circulante / Passivo
Circulante

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Fundamentos Contábeis 187

Para melhor interpretar o resultado obtido podemos


relacioná-lo da seguinte forma:
 Maior que 1: há capital disponível para uma possível
liquidação das obrigações.
 Igual a 1: os direitos e obrigações a curto prazo têm o
mesmo resultado, chegam a um quociente nulo.
 Menor que 1: não há capital disponível suficiente para
quitar as obrigações a curto prazo.
E além desses índices existem outros, a serem estudados em
um momento mais direcionado às finanças, porém é importante
saber, para que se tenha em mente as quantidade de informações
geradas pelos relatórios contábeis que possibilitam novos
estudos, auxiliam na tomada de decisões e embasam estratégias.
Logo, está clara a importância de conhecer os relatórios,
sabendo do que trata cada um deles, sua estrutura, como estão
agrupados os elementos que os compõem para então aplicar as
técnicas e analises necessárias para o sucesso do negócio.
Com a ajuda da tecnologia, essas informações se tornam
cada vez mais acessíveis, porém, se não houver um mínimo de
conhecimento, serão ferramentas inúteis para a identificação de
problemas de gestão e de estrutura, bem como para as decisões
de investimentos ou de endividamento. Lembrando do princípio
da continuidade, onde uma entidade – pessoa jurídica nasce
com a intenção de perdurar, de continuidade, então, para que
esta ultrapasse gerações é necessário que seja tomado todo o
cuidado, e consideradas e mais importante, praticadas todas as
técnicas citadas.
Nesta unidade foi possível aprender contabilidade
com um olhar gerencial. Toda a prática da ciência milenar
aplicada obedecendo aos princípios doutrinários e as normas
reformuladas em busca de uma unidade de termos e estrutura
em âmbito internacional, tudo para gerar relatórios confiáveis
e precisos contendo informações que poderão fazer a diferença
para a saúde financeira e para o sucesso de uma empresa. Para

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interpretar essas informações contidas nos relatórios é necessário
ter conhecimento do que cada um apresenta e como podem ser
aplicadas. Foram apresentadas as técnicas de análise horizontal
e vertical aplicadas ao balanço patrimonial e a demonstração
de resultado do exercício, a partir das quais, foi possível
descobrir indicativos que facilitam a comparação e identificação
de possíveis falhas gerenciais ou gargalos financeiros ou
operacionais.
Agora, você está pronto para praticar!

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REFERÊNCIAS
UNIDADE 01
MARION, JOSÉ CARLOS & ANA CAROLINA
MARION SANTOS. Contabilidade Básica. 12ª. Ed. São Paulo:
Atlas, 2018.
MULLER, ADERBAL NICOLAS. Contabilidade Básica
– Fundamentos especiais. Ver. São Paulo: Pearson, 2009.
PADOVEZE, LUIS CLOVIS. Manual de Contabilidade
Básica. 9ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2014.
UNIDADE 02
MARION, JOSÉ CARLOS & ANA CAROLINA
MARION SANTOS. Contabilidade Básica. 12ª. Ed. São Paulo:
Atlas, 2018.
MULLER, ADERBAL NICOLAS. Contabilidade Básica
– Fundamentos especiais. Ver. São Paulo: Pearson, 2009.
PADOVEZE, LUIS CLOVIS. Manual de Contabilidade
Básica. 9ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2014.
UNIDADE 03
MARION, JOSÉ CARLOS & ANA CAROLINA
MARION SANTOS. Contabilidade Básica. 12ª. Ed. São Paulo:
Atlas, 2018.
MULLER, ADERBAL NICOLAS. Contabilidade Básica
– Fundamentos especiais. Ver. São Paulo: Pearson, 2009.

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190 Fundamentos Contábeis

PADOVEZE, LUIS CLOVIS. Manual de Contabilidade


Básica. 9ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2014.
Artigo Revogação da Resolução nº 750/1993: contexto e
considerações, acesso através do link: http://bit.ly/2v3IXpU
UNIDADE 04
MARION, JOSÉ CARLOS & ANA CAROLINA
MARION SANTOS. Contabilidade Básica. 12ª. Ed. São Paulo:
Atlas, 2018.
MULLER, ADERBAL NICOLAS. Contabilidade Básica
– Fundamentos especiais. Ver. São Paulo: Pearson, 2009.
PADOVEZE, LUIS CLOVIS. Manual de Contabilidade
Básica. 9ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2014.
SILVA, JOSÉ PEREIRA DA. Gestão e análise de risco de
crédito. 8ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2014.
BRAGA, ROBERTO. Fundamentos e técnicas de
administração financeira. São Paulo: Atlas, 1989.

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