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Oficina de Tradução, Versão

e Interpretação em Inglês

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© by Editora Telesapiens
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reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio,
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autorização, por escrito, da Editora Telesapiens.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Atagiba, Diana de Castro


A862o Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês
[recurso eletrônico] / Diana de Castro Atagiba, Silvia Cristina da Silva;
coordenação de David Lira Stephen Barros; organização de Cristiane
Silveira Cesar de Oliveira - Recife: Telesapiens, 2021.
192p.: il.; 23cm
ISBN 978-65-5873-114-6
1. Língua inglesa – Interpretação. 2. Língua inglesa – Tradução.
I. Silva, Silvia Cristina da. II. Barros, David Lira Stephen (coord.). III.
Oliveira, Cristiane Silveira Cesar de (org.). IV. Título.
CDD 421.5 (22.ed)
CDU 802.0-4

Bibliotecária: Maria Isabel Schiavon Kinasz, CRB9 / 626

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Oficina de Tradução, Versão
e Interpretação em Inglês

Créditos Institucionais
Fundador e Presidente do Conselho de Administração:
Janguê Diniz
Diretor-Presidente:
Jânyo Diniz
Diretor de Inovação e Serviços:
Joaldo Diniz
Diretoria Executiva de Ensino:
Adriano Azevedo
Diretoria de Ensino a Distância:
Enzo Moreira

2020 by Telesapiens
Todos os direitos reservados

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A AUTORA
DIANA DE CASTRO ATAGIBA
Olá! Meu nome é Diana de Castro Atagiba. Eu, Diana,
sou graduada em Letras Vernáculas e suas Literaturas pela
Universidade Católica do Salvador (2003), especialista em
História, Cultura e Literatura Africana e Afro-brasileira
pelas Instituições MEC/UNIAFRO/CEAO/UFBA (2007),
especialista em Competências Educacionais pela Faculdade
de Tecnologia e Ciências (2010), estudante de pós-graduação
do curso de Metodologia do Ensino da Língua Espanhola e
da Língua Portuguesa; estudante do curso de tradução das
Línguas Portuguesa e Espanhola pela Instituição Lenguas Vivas
de Missiones, na Argentina e mestranda do 4º quadrimestre
em Ciências da Educação pela Fundação Universitária Ibero-
americana (FUNIBER) em Buenos Aires. Possuo diploma
de Proficiência em Língua Espanhola avançado pelo exame
CELU – Certificado de Español Lengua y Uso. Sou corretora
de redações pelo CESPE/ UNB/CEBRASPE (2014-2020) e
materiais didáticos pela Telesapiens e atualmente docente de
Língua Portuguesa em PLE nos Institutos Centro Universitário
de Idiomas (CUI), ICLT Incompany e no Programa de Línguas da
Universidade de San Martin em Buenos Aires, Argentina. Tenho
uma experiência técnico-profissional na área de Linguística e
Educação por mais de 15 anos. Passei por Instituições Públicas
e Privadas como a Secretaria de Educação do Estado da Bahia, a
Universidade Federal da Bahia. Sou apaixonada pelo que faço e
adoro transmitir minha experiência profissional com entusiasmo
àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui
convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de
autores independentes. Estou muito feliz e honrada em poder
orientar a você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte
comigo!

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ICONOGRÁFICOS
Esses ícones que irão aparecer em sua trilha de aprendizagem
significam:
OBSERVAÇÃO
OBJETIVO
Uma nota explicativa
Breve descrição do objetivo
sobre o que acaba de
de aprendizagem; +
ser dito;

RESUMINDO
CITAÇÃO
Uma síntese das
Parte retirada de um texto;
últimas abordagens;

TESTANDO
DEFINIÇÃO
Sugestão de práticas ou
Definição de um
exercícios para fixação do
conceito;
conteúdo;

IMPORTANTE ACESSE
O conteúdo em destaque Links úteis para
precisa ser priorizado; fixação do conteúdo;

DICA SAIBA MAIS


Um atalho para resolver Informações adicionais
algo que foi introduzido no sobre o conteúdo e
conteúdo; temas afins;

++
EXPLICANDO
SOLUÇÃO
+ DIFERENTE Resolução passo a
Um jeito diferente e mais passo de um problema
simples de explicar o que ou exercício;
acaba de ser explicado;

EXEMPLO CURIOSIDADE
Explicação do conteúdo ou Indicação de curiosidades
conceito partindo de um e fatos para reflexão sobre
caso prático; o tema em estudo;

PALAVRA DO AUTOR REFLITA


Uma opinião pessoal e O texto destacado deve
particular do autor da obra; ser alvo de reflexão.

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SUMÁRIO
UNIDADE 01
Tradução e versão em língua inglesa 14
Tradução e interpretação em língua inglesa 23
História da tradução na língua inglesa 31
A história da tradução 32
Teorias da Tradução da língua inglesa 43
Abordagem sociolinguística 46
Abordagem comunicativa 46
Abordagem hermenêutica 47
Abordagem linguística 47
Abordagem literária 49
Abordagem semiótica 50
UNIDADE 02
Tradução literária versus científica 56
Conceito sobre tradução científica 56
Conceito sobre tradução literária 62
Métodos e tecnologias para tradução 66
Introdução 66
As destrezas gerais e específicas das TIC’s 68

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Estratégias de Tradução 74
Introdução 74
As Competências do Tradutor 75
Modalidades de Tradução 77
Aspectos linguísticos da Tradução da língua inglesa 83
Estratégias Sintáticas 88
Estratégias Semânticas 89
Estratégias Pragmáticas 90
UNIDADE 03
Introdução à Interpretação 96
Conceito 97
Modos de Interpretação 98
A História da Interpretação 107
A história da Interpretação 108
Da Antiguidade até a atualidade 108
A Interpretação em Língua Inglesa 111
A versão e a adaptação na língua inglesa 118
A Versão na Tradução 118
O Processo de Tradução 120
A Adaptação na Tradução 122
A versão – tradução inversa 124
Conselhos para fazer uma boa tradução 127

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A Semântica na Tradução 129
Semântica 130
Os campos semânticos 132
UNIDADE 04
Interpretação teórica e prática na língua inglesa a partir
da cultura anglo-saxônia 142
O papel do Intérprete 143
As modalidades de Interpretação 144
A Cultura Anglo-saxônica 145
Origem da língua inglesa 145
Terminologias da interpretação e estudo da língua
inglesa 151
Substantivo (Noun) 153
Pronome (Pronoun) 153
Adjetivo (adjective) 155
Verbo 156
Advérbios (adverbs) 158
Preposição (preposition) 159
Conjunção (conjunction) 160
Interjeição (Interjection) 160
Determinantes (Determiners) 160

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Estratégias de interpretação a partir da tipologia textual
na tradução 162
A criação de um bom ambiente de trabalho 164
Tipos de Texto na Interpretação 165
O Tempo 167
Conhecimento e preparação do Intérprete 168
Ética do tradutor profissional 172
Conceito 173
Código de Ética do Tradutor  176

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01
UNIDADE

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12 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

INTRODUÇÃO
Vamos iniciar nossos estudos da disciplina de “Oficina
de tradução, versão e interpretação em inglês”. Vamos abordar
os conceitos de tradução e Interpretação e suas diferenças bem
como incorrer sobre a tradução literária e científica na língua
inglesa que o ajudarão no processo tradutório, propiciando a
interpretação em vários níveis. Vamos ainda compreender a
teoria e a prática da tradução e da interpretação na língua inglesa
e suas respectivas estratégias. Estas estratégias são de extrema
importância para construir o processo tradutório em inglês.
Ainda, vamos conhecer a história da tradução e os conceitos de
linguística aplicada à tradução na língua inglesa sem deixar de
lado os aspectos éticos que concernem o tradutor profissional.
Agora você vai mergulhar nesse universo. Bom estudo!

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 13

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 01. Nosso objetivo
é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências

1
profissionais até o término desta etapa de estudos:

Comparar e identificar as diferenças entre tradução,


versão e interpretação na língua inglesa;

2 Compreender os conceitos e a importância da


tradução literária na língua inglesa;

3 Conhecer os aspectos históricos da tradução na


língua inglesa;

4 Entender a tradução quanto aos aspectos teórico e


prático na língua inglesa.

Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo ao


conhecimento? Ao trabalho!

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14 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

Tradução e versão em língua inglesa

OBJETIVO

Ao término deste capítulo você será capaz de entender o que


vem a ser a tradução e a versão em língua inglesa, e ainda, o
que vem a ser a tradução literária. Isto será fundamental para
o exercício de sua profissão, uma vez que a tradução em inglês
pode oferecer imensas possibilidades profissionais. Estas
informações o ajudarão de forma decisiva em sua profissão. E
então? Motivado para desenvolver esta competência? Vamos lá.
Avante!

Figura 1: Traduzir.

Fonte: Pixabay

Segundo Catford (1995 p.20) “A tradução é a substituição


de um material textual de uma língua pelo material textual

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 15

equivalente em outra língua”. O termo tradução tem significados


diferentes atualmente. Quando se diz “eu estudei tradução
na faculdade”, falamos do campo, da disciplina. A tradução
também pode ser vista como um produto, ou seja, o texto final
que foi traduzido, como quando dizemos “eles produziram uma
tradução do grego”, ou ainda, pode ser vista como um processo
de produção do material traduzido, ou em outras palavras o ato
tradutório, o serviço de tradução. Em outras palavras, o termo é
polissêmico e tem quatro possíveis significados, como produto
(o documento traduzido), o processo (a ação tradutória), o ofício
(a atividade profissional de traduzir) ou ainda, a disciplina (o
estudo que pode ser interdisciplinar ou autônomo)
“Uma língua é, ao mesmo tempo, um fenômeno
estrutural, cultural e individual e, por conseguinte,
assim também toda e qualquer manifestação de
língua e linguagem no discurso, inclusive no
discurso identificado como tradução. Deste modo,
toda e qualquer tradução, e não apenas traduções
literárias, enfrenta o problema de traduzir
a cultura, não podendo ser resumida a uma
simples transcodificação do léxico e gramática.
Mas os planos estrutural, cultural e individual
da linguagem são de naturezas diversas e sua
coexistência é marcada por tensões, conflitos
e desequilíbrios. Tal fato, por sua vez, torna a
tradução, inclusive a tradução dos elementos
culturais, relativamente possível(...)” (Aubert,
1995)
Assim, para Aubert (1995 p. 35-36), que busca todo
momento, um mecanismo que explique funcionamento da
tradução onde o tradutor possa se encaixar (fazendo a separação
da tradução enquanto processo e produto e considerando a
tradução como um ato de comunicação e como um fenômeno),
a tradução de elementos relativos à cultura é relativamente

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16 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

factível, face à três abordagens, interligadas entre si: a tradução


assimilativa, a tradução matricial e a tradução criativa.
“Mas justamente porque os povos falam línguas
diferentes, e têm visões de mundo diferentes, é
que a tradução é às vezes tão difícil, relativamente,
embora jamais absolutamente impossível.”
(Campos, 1987 p.31)
No que tange à tradução matricial, o referencial de todo
o processo se concentra no texto de partida (source text), e em
sua cultura e língua com a predominância de formas da tradução
direta, palavra por palavra (literal) onde a tradução não é um
texto autônomo, mas sim um servo fiel do original, estritamente
vinculado a esse original e esta aproximação explícita é o mérito
do processo neste caso. Este é o caso, essencialmente, dos textos
de cunho jurídico, da tradução juramentada.
Na assimilativa, a perspectiva é invertida, criando a ilusão
de um texto composto originariamente na língua e na cultura de
chegada, com a substituição dos aspectos linguísticos e culturais
do texto de partida por aspectos linguísticos e culturais do
texto traduzido. Esse é o caso dos textos jornalísticos, técnicos,
publicitários e científicos.
Na criativa, muito parecida com a assimilativa, o tradutor
passa a ser um coautor, imprimindo sua leitura, sensibilidade
e vivência ao texto final, marcando a intervenção do tradutor,
fazendo uso de equivalências linguísticas e culturais, tornando
tal intervenção o fato mais marcante do processo.
O processo tradutório entre duas línguas escritas envolve
uma mudança do texto original escrito (texto fonte ou em inglês,
source text) para um texto escrito na língua alvo (em inglês,
target text).

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 17

Figura 2: O processo tradutório do texto escrito.

SOURCE TEXT TARGET TEXT


Na língua fonte Na língua Alvo
(Source language – (Target language-
SL) TL)
Fonte: Elaborada pelos autores

Assim, ao traduzir um produto como um manual do inglês


para o português, o texto em inglês é o source text e o texto em
português é o target text. Devemos considerar também que o
texto alvo também pode ser traduzido para vários idiomas, mas
a configuração mais típica da tradução entre línguas é a do tipo
ST-TT.
A tradução é um processo de interpretação dos significados
de um determinado texto. Na tradução, um novo texto é produzido,
no entanto, resguardando o sentido equivalente ao original.
Ainda, segundo Mel’cuk, (1978) “entendemos por tradução, o
estabelecimento de uma dupla relação de equivalência”.
Figura 3: Exemplo de tradução livre.
Original:

Tradução:

Fonte: Elaborado pelo autora

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18 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

Segundo Roman Jackobson (2007), a tradução pode


ser interlingual, intralingual ou intersemiótica. A tradução
intralingual é chamada também de reformulação ou rewording
e consiste em interpretar os signos verbais de modo a transpô-
los em outros signos na mesma língua, ou seja, parafrasear.
A tradução interlingual é a transposição de signos verbais de
um idioma a outro. É a tradução em si, como tradicionalmente
conhecemos. A tradução intersemiótica, também chamada de
transmutação, é a transposição de um sistema de signos para
outro, verbais para não verbais e vice-versa, como ao adaptar
um livro para o cinema, por exemplo. Com relação aos signos,
(...) O fenômeno linguístico apresenta perpetuamente duas
faces que se correspondem e das quais uma não vale senão pela
outra.” (SAUSSURE apud CARVALHO,2003 , p. 61). Mas é
a tradução intralingual, entre dois idiomas diferentes, que tem
sido tradicionalmente o foco dos estudos em tradução.

DEFINIÇÃO

Signo linguístico é o resultado de convenções entre pessoas


de um determinado grupo de falantes, uma comunidade, que
determina para cada elocução de voz ou conjunto de letras
um significado. Os signos são compostos pelo significado que
é a contextualização do som ou da representação escrita que
é o significante. Significante são os fonemas ou as letras e o
significado é a ideia ou o conceito. Observe a imagem que
contextualizará sua compreensão:

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 19

Figura 4: Estrutura do signo linguístico

Signo

Significado
Significante

Fonemas
e letras) (ideias e
SA-PA-TO conceitos)
Calçado de
sola dura, que
Fonte: A autora cobre o pé.
A tradução a que nos referiremos neste capítulo é a
tradução entre línguas, a interlingual, mais especificamente
envolvendo o português e o inglês, por padrão. Os dicionários
definem tradução como o “ato de traduzir” e traduzir, do latim
traducere significa “passar de um lado para outro ou fazer uma
travessia, atravessar”. Segundo Paulo Rónai:
“Ao definirem “tradução”, os dicionários (...)
limitam-se a dizer que “traduzir é passar para
outra língua”. A comparação mais óbvia é
fornecida pela etimologia: em latim, traducere
é levar alguém pela mão para o outro lado, para
outro lugar. O sujeito deste verbo é o tradutor, o
objeto direto, o autor do original a quem o tradutor
introduz num ambiente novo (...). Mas a imagem
pode ser entendida também de outra maneira,
considerando-se que é ao leitor que o tradutor pega
pela mão para levá-lo para outro meio linguístico
que não o seu.” (RÓNAI, 1976 p. 3 e 4).
Paulo Rónai (1976) denomina de “tradução neutralizadora”
aquela que leva um texto em um determinado código para outra
ambientação linguística, adaptando culturalmente o texto ao

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20 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

novo meio, fazendo com que se possa identificar os elementos


de origem, conduzindo o leitor para a cultura do texto de origem.
As línguas funcionam como códigos e o conjunto de signos
de uma língua é seu léxico. A tradução enquanto passagem de
um código para outro, propiciando o entendimento entre os
interlocutores (emissor e o receptor), leva em consideração o
léxico e a sintaxe, a morfologia para que a língua fonte (também
chamada de Língua 1) possa ser adaptada para a língua alvo
(também chamada de Língua 2). Em outras palavras, o que o
tradutor faz é levar o conteúdo ou mensagem de um código a
outro.
Quando o tradutor interpreta uma língua estrangeira com
a finalidade de transpor a mensagem ao leitor do português,
temos como processo tradutório, a tradução. Quando a operação
é inversa, ou seja, quando o texto é levado para o idioma
estrangeiro temos a versão. No entanto, esta distinção ocorre em
português, tradução e versão são as duas tarefas de um tradutor,
mas quando usamos o inglês para falar desses processos, temos
uma única palavra, translation, tanto para versão quanto para a
tradução. Veja na figura um exemplo de versão técnica:
Figura 5: Exemplo de versão técnica.

Original:
Metais
Todos os metais podem ser derretidos a diferentes
temperaturas. O mercúrio é liquido à temperatura normal.
O latão, o cádmio, o bismuto e o chumbo são metais usados
para soldar e podem ser derretidos mesmo com chamas
pequenas. O ferro fundido, o aço e o ferro forjado demanda
um calor branco em fornalha eólica. O tungstênio, o mais
refratário de todos os metais demanda um aquecimento
intenso em um forno de arco elétrico.

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 21

Versão para o inglês:


Metals
All metals can be melted on different temperatures.
Mercury is liquid at normal temperature. Tin, cadmium,
bismuth and lead, the metals used for solder, may be
melted (non solid) even with small flames. Zinc demands a
gas flame. Silver, copper and gold require a furnace heat.
Cast iron, steel and wrought iron demand the white heat
of a wind furnace. Tungsten, the most refractory of the
metals, demands the intense heat of an electric arc furnace

Fonte: Elaborado pela autora.

Indubitavelmente, como primeiro atributo do tradutor,


devemos levar em conta que uma das principais qualidades para
se tornar um tradutor é o perfeito conhecimento da língua de
partida e principalmente destreza na da língua alvo. Traduzir não
é meramente conhecer dois idiomas e escrever literalmente o
conteúdo do original. Traduzir vai além de um ato tão simples.
Traduzir envolve a reescrita do texto na língua desejada. Temos
ainda que considerar a tradução de área. Um bom tradutor
científico não é necessariamente um bom tradutor de romances.
O tradutor deve ter um conhecimento perfeito da língua
que está traduzindo e igualmente excelente da língua para a
qual está traduzindo. A esse ponto, o tradutor deve ter um amplo
conhecimento de ambas as línguas de forma a poder encontrar
um ponto de equivalência entre elas, uma vez que a deficiência
em um dos idiomas poderá levar a um texto traduzido sem lógica
e sentido.
RESUMINDO: E então? Você gostou deste estudo?
Aprendeu tudo sobre os pronomes relativos? Agora, para temos
certeza de que você aprendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Nesta unidade, você aprendeu

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22 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

sobre a tradução e a versão. Você estudou que traduzir é um


verbo que designa um processo de transferência linguística e,
mais amplamente, um processo de transferência entre dois
códigos ou mesmo dentro de um mesmo código. Toda atividade
linguística implica em tradução, em conversão de significados,
até mesmo quando aprendemos a falar um idioma, passamos
também pela tradução e é por este motivo que a tradução é uma
das atividades mais antigas da humanidade. A tradução é antes
de mais nada um processo necessário para as relações humanas,
visto que a humanidade fala línguas diferentes para as mais
diversas situações.
Muito bem!! Você está de parabéns por finalizar a leitura
e compreender o assunto desse primeiro capítulo! Espero que
tenha gostado, pois teremos mais leituras interessantes para o
próximo capítulo.

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 23

Tradução e interpretação em língua


inglesa

OBJETIVO

Ao término deste capítulo você será capaz de entender o que


vem a ser a tradução e a interpretação em língua inglesa, suas
semelhanças e diferenças, e as particularidades do profissional de
interpretação, o intérprete. Isto será fundamental para o exercício
de sua profissão, uma vez que a tradução e a interpretação em
inglês oferecer inúmeras possibilidades profissionais. Estas
informações o ajudarão de forma decisiva em sua profissão. E
então? Motivado para desenvolver esta competência? Vamos lá.

Figura 6: Microphone talk conference

Fonte: Pixabay

De acordo com o capítulo anterior, vimos o conceito de


tradução e versão com suas semelhanças e diferenças. Você
lembra? Agora, vamos estudar sobre as semelhanças e diferenças
entre tradução e interpretação.

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24 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

Como foi visto, quando realizado na forma escrita,


denominamos o processo “tradução” ou “versão” e na forma
oral, a tradução leva o nome de “intepretação” e é feita por um
intérprete. Não é muito incomum que a tradução e a interpretação
sejam feitas por profissionais diferentes, mas isso não é uma
regra. Alguns tradutores também são intérpretes.
Assim, sempre que a tradução é feita na forma oral, temos a
interpretação, feita pelo profissional intérprete. A interpretação é
a conversão de um discurso oral de uma língua fonte ou língua de
partida para uma língua alvo ou de chegada. As duas profissões,
a do intérprete e a do tradutor são relacionadas, mas diferentes.
Em ambos os casos temos a necessidade de transposição da
barreira linguística, como profissionais “ponte”, mas um para
a forma escrita e outro para a linguagem oral. A interpretação
pode ser consecutiva, feita de forma aberta junto com a pessoa
que está sendo interpretada e junto ao público que a ouve, como
em uma reunião ou auditório. Nessa modalidade, o intérprete
ouve o que é dito pelo palestrante e este faz uma pausa para que
o intérprete possa traduzir o que foi dito no idioma de origem.
A interpretação também pode ser simultânea, quando
o intérprete fica isolado em uma cabine e faz o trabalho de
interpretação por meio de microfones e fones de ouvido. Os
intérpretes (normalmente trabalham dois para possibilitar
o revezamento do ato tradutório) fica em uma cabine e
simultaneamente escutam o que o palestrante fala e traduzem
para a plateia que recebe a tradução por meio de fones de ouvido
simultaneamente à fala do palestrante.
Figura 7: Cabine de interpretação.

Fonte: Pixabay

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 25

Assim, o intérprete linguístico é a pessoa que realiza a


interpretação, estabelecendo a comunicação entre duas pessoas
ou dois grupos de pessoas que não falam o mesmo idioma,
viabilizando de forma consecutiva ou simultânea a comunicação
da mensagem. Essa comunicação pode ser verbal, no caso de
idiomas na forma oral ou pode envolver a prática não verbal no
caso dos intérpretes de libras. De toda forma, a interpretação é uma
mediação da comunicação que consiste em fazer a transmissão
de um discurso oral em outro ou em gestual, no caso de libras.
A interpretação também é objeto dos estudos de tradução. A
interpretação facilita a comunicação das partes envolvidas no
ato comunicativo, a partir de uma forma de linguagem para sua
equivalente.
A diferença básica entre a tradução e a interpretação é a
possibilidade de retomada do texto na tradução, fato que não ocorre
na interpretação dada à rapidez imediata da demanda em tempo
real. Além disso, na interpretação o profissional precisa conhecer
as nuances e variações de pronúncia, entonação, regionalismo e
léxico (sobretudo intérpretes que trabalham com o inglês que
é usado por muitos falantes não nativos, gerando variações).
Outras semelhanças entre a tradução e a interpretação é o fato
dos profissionais precisarem compreender e expressar ideias nas
mais diferentes áreas para que seja produzido um texto oral ou
escrito eficaz para seus leitores e ouvintes. É por esse motivo
que existem os tradutores e intérpretes de especialidade, para a
área médica, técnica, literária, etc. É importante ressaltar que
tanto o tradutor quanto o intérprete devem manter-se atualizados
no desenvolvimento constante das áreas de conhecimento com
as quais trabalham.
A função básica do intérprete é transferir todos os elementos
semanticamente relevantes, intenção e sensações atribuídos à
mensagem do falante da língua original para os destinatários
do idioma-alvo. Outra semelhança é que ambos, o tradutor e o
intérprete precisam dominar bastante bem as duas línguas e os
diversos componentes da cultura relativos a ambas.

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26 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

Na interpretação consecutiva o emissor da mensagem é


interrompido por alguns minutos para que o intérprete tenha
tempo de fazer a tradução. Esta é uma técnica básica de tradução. O
emissor da mensagem fala e o intérprete é acionado em intervalos
de tempo para comunicar a tradução. Essa modalidade despende
mais tempo de evento do que a simultânea, mas a simultânea por
sua vez, exige mais treino pelo tradutor. Além disso, a elocução
do emissor passa a não ter um fluxo tão natural na consecutiva
devido às interrupções, mas apresenta esta modalidade apresenta
uma precisão maior e não precisa de equipamentos e aparatos
técnicos especiais para a plateia e para o intérprete.
Na interpretação simultânea a comunicação verbal é
traduzida simultaneamente, concomitantemente com a elocução
de voz do emissor. Esta modalidade requer mais treino por
parte do intérprete que escuta e fala quase ao mesmo tempo,
com um atraso de segundos e não conta com pausas do emissor
para que possa organizar ideias. Os intérpretes ficam em uma
cabine acusticamente isolada e suas vozes são transmitidas por
fones de ouvido aos receptores da mensagem. Esta modalidade
normalmente é usada para eventos maiores, com um número
grande de pessoas envolvidas, onde a apresentação não pode
sofrer pausas ou interrupções como na interpretação consecutiva.
Figura 8: Língua Brasileira de Sinais

Fonte: Pixabay

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 26 05/10/2021 17:35:13
Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 27

SAIBA MAIS

Para você que queira ampliar o seu conhecimento e aprimorar


sua profissão em interpretação, seja o link abordando sobre a
Língua Brasileira de Sinais – LIBRA. https://bit.ly/3daZA3B

Sempre é importante e imprescindível capacitar-se


profissionalmente, para que se tenha um amplo repertório na
área em que é especialista e certamente para as oportunidades
que surgem e surgirão ao longo do percurso profissional.
Veja, se de fato você está atento (a) aos assuntos abordados
nos capítulos lidos até agora.
Testando: Foi abordado que a tradução feita na forma
verbal oral e escrita estão relacionadas, porém são diferentes.
Qual é essa diferença?
Muito bem! Você demonstrou que compreendeu e está
afiado para grandes desafios! Vamos lá!
Outra diferença importante é o ritmo em que se dá o
trabalho do tradutor e do intérprete. Apesar de os clientes dos
tradutores sempre necessitarem da tradução com urgência,
o volume de tradução processado em determinado espaço de
tempo será sempre muito menor em sua forma escrita do que na
forma oral. Enquanto nas organizações internacionais espera-se
que os tradutores de tempo integral traduzam cerca de cinquenta
linhas a cada duas horas, um discurso cujo texto transcrito tenha
as mesmas cinquenta linhas será interpretado em cerca de oito
minutos, conforme dados apresentados por Seleskovitch e
Lederer (1989). É evidente que, nessas condições, é impossível
qualquer tipo de revisão na mensagem expressa. Enquanto
a tradução é revisada pelo tradutor e, muitas vezes, por um

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28 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

outro leitor, o resultado do trabalho do intérprete é final. Se o


que for dito não conseguir transmitir a mensagem, dificilmente
haverá tempo para que a mensagem seja revisada para depois ser
expressa de maneira diferente.
Observe que não ocorre o mesmo no momento da
interpretação simultânea, é pouco comum conseguir reverter
completamente o que está sendo dito. Entretanto, os intérpretes
experientes conseguem, na maioria das vezes, fazer a correção
ou emendar algum sentido mal expresso com uma determinada
palavra ou frase, ainda que só o façam normalmente duas ou
três frases adiante. Exigindo, muita segurança e prática por parte
do intérprete no próprio processo de interpretação. Supondo que
o intérprete não se dê conta do eventual equívoco, não há um
revisor, que possa corrigir o problema antes que o produto de seu
trabalho chegue ao público-alvo como ocorre com a tradução
escrita. E depois de finalizado o seu trabalho, ele vai embora e
segue a vida com outros eventos, sendo assim uma vantagem em
relação ao tradutor que leva um tempo para que a tradução seja
publicada, pois passa por revisão e corre o risco, na maioria das
vezes, ou sempre de levar muito tempo antes da publicação final.

SAIBA MAIS

Os participantes do ato de comunicação são os interlocutores;


um que emite a mensagem e outro que recebe a mensagem que
se deseja comunicar em dado contexto. Para ler um pouco mais
sobre este assunto, vide (VANOYE, 1981, p.15). Os elementos
que possibilitam a comunicação são:

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 29

Figura 9: Elementos de comunicação conforme teoria do linguista Roman Jakobson.

Fonte: A autora

É importante ter bem definido e compreendido cada


elemento de comunicação em todo ato de comunicação, mas
em se tratando dos profissionais de tradução e interpretação, em
especial o intérprete deve ter uma capacidade mais aguçada para
o exercício de sua profissão.
Observe outra característica importante que o profissional
de interpretação deve ter.
Outra característica importante para o profissional de
interpretação é a capacidade de concentração, de análise e
de memória. O texto de partida do intérprete não está à sua
disposição indefinidamente. O intérprete (simultâneo) tem de
ter a capacidade de concentrar-se no que está ouvindo a fim
de processar a informação na mesma hora e expressá-la na
língua-alvo, sem se descuidar da próxima unidade de sentido
sendo enunciada pelo palestrante imediatamente a seguir. O
processo é tríplice (ouvir/processar/expressar) e as três etapas
acontecem ao mesmo tempo. Na interpretação consecutiva, as

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 29 05/10/2021 17:35:14
30 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

duas primeiras etapas ocorrem ao mesmo tempo e a terceira


(reexpressão) ocorrerá posteriormente, exigindo ainda mais
capacidade de retenção da informação. A capacidade de analisar
o conteúdo da mensagem, depreendendo os elementos de coesão
que “amarram” a sequência de pensamento do palestrante, é uma
habilidade fundamental para o intérprete. Uma vez compreendida
a mensagem, seu conteúdo terá de ser retido na mente até o
momento de ser expresso na língua de chegada, respeitando-se
as características desse idioma e dessa cultura.
Muito bem! Terminou a leitura do capítulo 2. Espero que
tenha compreendido tudo sobre tradução e interpretação na
língua inglesa.
RESUMINDO: E então? Você gostou deste estudo?
Aprendeu tudo sobre os pronomes relativos? Agora, para
temos certeza de que você aprendeu o tema de estudo deste
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Nesta unidade, você
aprendeu sobre a tradução e a interpretação. Você viu que estão
relacionadas, porém são diferentes, pois a tradução verbal oral é
a interpretação e o seu profissional é o intérprete. Já a tradução
verbal escrita, seu profissional é o tradutor, mas isso não quer
dizer que o tradutor não possa ser intérprete ou vice-versa,
depende de sua destreza para a escrita e ou para a capacidade de
concentração, de análise e de memória, exigida para o intérprete,
porque o processo é tríplice (ouvir/processar/expressar) e as
três etapas acontecem ao mesmo tempo, transferindo todos os
elementos semanticamente relevantes, intenção e sensações
atribuídos à mensagem do falante da língua original para os
destinatários do idioma-alvo, sendo assim a função básica
do intérprete. Viu também os dois tipos de interpretação: a
simultânea e a consecutiva. Nesta o emissor da mensagem é
interrompido por alguns minutos para que o intérprete tenha
tempo de fazer a tradução, sendo uma técnica básica de tradução.
Já a interpretação simultânea a comunicação verbal é traduzida
simultaneamente, concomitantemente com a elocução de voz do
emissor.

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 30 05/10/2021 17:35:14
Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 31

História da tradução na língua inglesa

OBJETIVO

Ao término deste capítulo você será capaz de entender como


iniciou o processo de tradução no mundo. Você vai conhecer a
história da tradução de forma geral e a história de tradução da
língua inglesa. Conhecer como iniciou o processo de tradução no
mundo e especialmente da língua inglesa é fundamental para o
aperfeiçoamento do estudante e do profissional de tradução. Estas
informações o ajudarão na compreensão da área de tradução. E
então? Motivado para desenvolver esta competência? Vamos lá.

Figura 8: Rosetta Stone.

Fonte: Pixabay

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32 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

A história da tradução
Para o estudo da tradução é importante conhecer e revisar
o processo histórico do desenvolvimento da tradução no mundo,
e em especial ao estudo da história da tradução da língua inglesa.
O processo tradutório é uma das atividades mais antigas
que existem. Através da história, as traduções escritas e faladas
tiveram um papel fundamental na comunicação entre os seres
humanos, propiciando o acesso a textos importantes, bem como
o acesso a culturas diversas. Todos os povos, durante seu contato
no decorrer da história, precisaram traduzir o que diziam para
poder se compreender. O tradutor transpõe conceitos de um
idioma a outro, revelando e explicando conteúdos de uma cultura
a outra. Segundo Campos (1987), “não há povo tão isolado que
possa dispensar os serviços de tradução”.
Embora desde o princípio dos tempos o homem tenha feito
traduções de uma forma ou de outra, os estudos de tradução
somente recentemente começaram a ser considerados como
uma disciplina independente. Os tradutores, atualmente, são
treinados através de cursos técnicos ou de ensino superior para
sua atuação como tradutores ou intérpretes profissionais. Esse
renascimento valorativo da tradução ocorreu a partir da década
de 80 e os estudos de tradução enquanto disciplina independente
da linguística também começou a tomar forma na mesma década.
“La traducción puede considerarse como acción
e processo,(...)”La traducción consiste em
reproducir em la lengua receptora [ilamada
tambíén lengua terminal] el mensaje de la lengua
fuente [o lengua original] por meio del equivalente
más próximo y más natural, primero em lo que
se refiere al sentido, y luego em lo que atañe al
estilo.” (YEBRA, 1983, p. 145-146)

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 33

A tradução é, portanto, necessária porque os homens falam


línguas variadas e também porque esta está presente em diversas
situações possibilitando a compreensão a despeito de variações,
como por exemplo, entre classes sociais, faixas etárias ou até
mesmo. Há ainda a variedade em uma mesma língua, que pode
ser por nível de formalidade situacional, regionalismos, questões
idioletais e socioletais e até mesmo a variação em um mesmo
idioma, como é o caso do português lusitano e brasileiro.

DEFINIÇÃO

Para a linguística, o socioleto consiste na variação de um idioma


usado por uma classe social, cultura ou grupo social. Idioleto é a
linguagem característica de um indivíduo, seu modo de falar. Há
ainda o dialeto, que é o modo de se expressar comum pelo grupo
social em uma determinada área geográfica.

Segundo Steiner, a história da tradução é dividida em


quatro períodos. Desde os tradutores romanos Cícero e Horácio
até Alexander Fraser Tytler é o primeiro período; o segundo
período se estende até Valery e de Valery até a década de 1960
se torna o terceiro período e o quarto período da década de 1960
em diante.
Vamos analisar o período da Antiguidade e depois os
períodos da história da tradução do século XVI até o século XXI.
Na Antiguidade
A história da tradução está relacionada a partir de 3000
a.C. com Rosetta Stone que é considerada a obra mais antiga
da tradução pertencente ao século II a.C. Livius Andronicus

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34 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

traduziu Odisséia de Homero que nomeou Odusia em latim em


240 a.C. Tudo o que sobrevive é parte de 46 linhas dispersas
de 17 livros do épico grego de 24 livros. Em algumas linhas,
ele traduz literalmente, embora em outras mais livremente. Sua
tradução da Odisséia teve uma grande importância histórica.
Antes disso, os mesopotâmios e egípcios haviam traduzido
textos judiciais e religiosos, mas ninguém ainda tinha traduziu
uma obra literária escrita em língua estrangeira até o Império
Romano. Livius ‘A tradução tornou este texto grego fundamental
acessível aos romanos e as literaturas avançadas cultura em
latim. Este projeto foi um dos melhores exemplos de tradução
como processo artístico. O trabalho era para ser apreciado por
si só, e Livius se esforçava para preservar a qualidade artística
do original. Como não havia tradição épica na Itália antes dele,
Livius deve ter enfrentado enormes problemas. Por exemplo, ele
usou formas arcaicas para tornar sua linguagem mais solene e
intensa. Suas inovações foram importantes na história da poesia
latina.
Nos fragmentos que temos é claro que Livius desejava
permanecer fiel ao original e ser claro, embora tivesse que
alterar frases e ideias intraduzíveis. Por exemplo, a frase “igual
aos deuses”, que seria inaceitável para os romanos foi alterada
para “summus adprimus”, “maior e de primeira ordem”.
Também a poesia romana primitiva fez uso de pathos,
força expressiva e tensão dramática, então Livius interpreta
Homero pensando também nessas ideias. Em geral, Livius
não fez arbitrárias mudanças do texto; ao contrário, ele tentou
permanecer fiel a Homero e à língua latina.
Autores como Quintiliano, Cícero, Horácio, Catallus e
Younger Pliny tentaram teorizar a tradução e praticou. Cícero e
Horácio eram da geração posterior da tradução da história que
diferenciava palavra por palavra e sentido para tradução dos
sentidos. A maioria teve uma virada significativa na história
da tradução que veio com as traduções da Bíblia. Os esforços

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 35

da tradução da Bíblia de seus idiomas originais para mais de


2.000 idiomas já se estenderam por mais de dois milênios.
Pode-se enfatizar a tradução parcial da Bíblia para os idiomas
dos ingleses de volta ao final do século VII, incluindo traduções
para o inglês antigo e médio Inglês. Mais de 450 versões foram
criadas horas extras. Embora John Wycliffe seja frequentemente
creditado com a primeira tradução da Bíblia para o inglês, havia,
de fato, muitas traduções de grandes partes da Bíblia séculos
antes do trabalho de Wycliffe. A Bíblia continua sendo o livro
mais traduzido no mundo. Este fato é revelado pelas mesmas
estatísticas, que são aproximadas. A partir de 2005, pelo menos
um livro da Bíblia traduzido em 2.400 dos 6.900 idiomas listados
pela SIL—Summer Institute of Linguistics - incluindo 680
idiomas na África, seguido por 590 na Ásia, 420 na Oceania,
420 na América Latina e no Caribe, 210 na Europa e 75 no
norte América. Atualmente, as Sociedades Bíblicas Unidas
estão ajudando mais de 600 projetos de tradução da Bíblia. A
Bíblia está disponível no todo ou em parte para cerca de 98% da
população do mundo em um idioma em que eles são fluentes.
No Século XVI
Figura 10: homer-odyssey-ancient-greece.

Fonte: Pixabay

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36 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

O século 16 marcou uma boa virada na tradução que não


foi apenas a tradução da Bíblia. George Chapman (1559? -1634)
traduziu a Ilíada e a Odisseia de Homero em forma métrica
(iâmbica, pentâmetro e heptâmetro), que se tornaram suas obras
mais famosas, a partir de 1598 publicou sua tradução da Ilíada
em parcelas e em 1616 a Ilíada e a Odisseia completas apareceu
em The Whole Works of Homer, a primeira tradução em inglês.
Chapman também traduziu os Hinos Homéricos, os
Georgicos de Vergil, as obras de Hesíodo (1618, dedicado a
Francisco Bacon), o Herói e Leandro de Musaeus (1618) e a
quinta Sátira de Juvenal (1624). A tradução de Chapman da
épica Odisséia, de Homero, publicada originalmente no fólio,
1614-16, tornou-se tão raro quanto inacessível ao leitor em geral
e relativamente desconhecido para o estudante mais curioso da
antiga literatura inglesa. Martin Luther (1483-1546) publicou
sua tradução alemã do Novo Testamento em 1522 e, ele e seus
colaboradores completou a tradução do Antigo Testamento em
1534, quando foi publicado a obra completa. Ele continuou a
refinar a tradução até o fim de sua vida. Outros haviam traduzido
a Bíblia para o alemão, mas Lutero adaptou sua tradução a
sua própria doutrina. A tradução de Lutero usou a variante do
alemão falado na Chancelaria Saxônica, inteligível tanto para
o norte quanto para o sul alemães. A Bíblia de Lutero deu uma
contribuição significativa para a evolução da língua alemã e
literatura e, é claro, para a tradução.
No Século XVII
O século XVII é a era notável da história da tradução,
porque, segundo Suka
Joshua:
“O século XVII é a grande era do classicismo
francês. Tradução do francês os clássicos
aumentaram bastante na França entre 1625 e
1660, e os escritores franceses, por sua vez,

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 37

entusiasticamente traduzido para o inglês. Sir John


Denham em sua teoria afirmou que o tradutor e o
escritor original é igual apenas diferenciado pelos
contextos social e temporal. Abraham Cowley,
em seu ‘Prefácio’ a Pindarique Odes, defendeu
a liberdade de tradução e imitação estabelecida
como um ramo da tradução. John Dryden dedicou
a maioria dos seus últimos vinte anos para traduzir
os clássicos antigos e atualizar o moderno.”
(SWANT, 2015, p. 7)
O século XVII conheceu o nascimento de muitos teóricos
influentes, como Sir John Denham (1615-69), Abraham Cowley
(1618-67), John Dryden (1631-1700) - que eram famosos por
distinção entre três tipos de tradução: metafrase, paráfrase e
imitação – e Alexander Pope (1688-1744). Dryden traduziu
obras de Horácio, Juvenal, Ovídio, Lucrécio e Teócrito, uma
tarefa que ele achou muito mais gratificante do que escrever para
o palco. Em 1694, ele começou a trabalhar no que seria o seu
trabalho mais ambicioso e definidor como tradutor, “The Work
of Vergil” (1697), publicado por assinatura. Suas traduções
finais apareceram nos volumes de “Fables Ancient and Modern”
(1700), uma série de episódios de Homer, Ovid e Boccaccio,
bem como as adaptações modernizadas de Geoffrey Chaucer,
intercaladas com “Os poemas de Dryden”. O Prefácio de Fábulas
é considerado uma grande obra de crítica e um dos melhores
ensaios em inglês. Como crítico e tradutor, ele foi essencial para
fazer acessível à leitura de obras literárias das línguas clássicas
publicadas em inglês.
Outro importante fato histórico da tradução está
relacionado ao Pope que tinha sido fascinado por Homero desde
a infância. Em 1713, ele anunciou seus planos de publicar uma
tradução da Ilíada. Sua tradução apareceu entre 1715 e 1720 e

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38 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

foi aclamado por Samuel Johnson como uma performance que


nenhuma idade ou nação poderia esperar igualar. Com a ajuda de
William Broome e Elijah Fenton, ele também traduziu Odyssey
em 1726.

SAIBA MAIS

Para completar seus estudos segue em o site em que pode


acessar a obra “Fables Ancient and Modern” (1700) em inglês.
https://bit.ly/2YaJliH

No Século XVIII
No século XVIII, o tradutor foi comparado a um artista
com um dever moral, tanto ao trabalho do autor original e ao
destinatário. Além disso, com o aprimoramento de novas teorias
e volumes sobre o processo de tradução, o estudo da tradução
começou a ser sistemático; O volume de Princípios de tradução
(1791) de Alexander Fraser Tytler é um caso em questão. Os
outros expoentes desse período foram Samuel Johnson e George
Campbell. O tratado de Tytler é importante na história da teoria
da tradução. Ele disse que a tradução deve representar totalmente
as ideias, o estilo do original e possuir a facilidade da composição
original. Durante o século, os tradutores se esforçaram para
facilitar a leitura. Omitir o que eles não entenderam no texto
ou o que eles acham que seria chato para o leitor. No final deste
século, muito interesse demonstrado pelos administradores
coloniais britânicos das Índias Orientais nas línguas, literatura e
cultura de seus assuntos, e a descoberta e a tradução de antigas
obras indianas foram altamente incentivadas. Segundo os
estudiosos do século XVIII, os tradutores devem ter em mente o

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 39

leitor contemporâneo durante a tradução e transmitir o espírito e


a maneira do autor de uma maneira mais natural.
No Século XIX
O século XIX foi caracterizado por duas tendências
conflitantes: o primeiro considerava a tradução como uma
categoria de pensamento e via o tradutor como um gênio
criativo, que enriquece a literatura e a linguagem para a qual
ele está traduzindo, enquanto o segundo via através da função
mecânica de tornar um texto ou autor conhecido. Esse período
conheceu também o aprimoramento do romantismo, o fato que
originou muitas teorias e traduções no domínio da literatura,
especialmente a tradução poética. Um exemplo dessa tradução
é o usado por Edward Fitzgerald (1809-63) para Rubaiyat Omar
Al-Khayyam (1858). Percy Bysshe Shelley (1792-1822), um de
nossos maiores poetas, também foi um brilhante tradutor. Ele
traduziu três dos diálogos de Platão: O Banquete (Simpósio) em
1818 e Íon em 1821. Mas sua tradução de Phaedo está perdida. A
elevação e sofisticação da prosa de Shelley tornam sua tradução
um veículo muito melhor para a escrita de Platão do que as
traduções bastante faladoras e coloquiais atuais.
Outro autor a ser citado é Samuel Taylor Coleridge
(1772-1834), escritor, crítico e poeta que traduziu uma obra
importante - Goethe’s Faust - em 1821. Por muitos anos, Dante
Gabriel Rossetti (1828-1882) trabalhou em traduções da poesia
italiana para o inglês, incluindo Dante Alighieri La Vita Nuova,
publicado como os primeiros poetas italianos em 1861.
Assim, o século XIX viu uma abundância de traduções
de várias línguas para o inglês, como a tradução do trabalho de
Goethe do alemão para o inglês e a tradução do Rubaiyat de Omar
Khayyam - uma coleção de poemas - do persa para o inglês. A
Bíblia também foi traduzida para centenas de idiomas em todo
o mundo, e muitos livros e textos em inglês foram traduzidos
para várias línguas indianas. Vale ressaltar que listas de palavras
e descrições gramaticais das línguas dos habitantes das colônias

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 39 05/10/2021 17:35:14
40 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

europeias foram preparadas, o que acabou facilitando para a


tradução da Bíblia.
Em relação às atividades de tradução do século XIX, a
visão de Josué é notável:
“O campo da tradução floresceu com teorias
estranhas durante o século XIX. Shelley era
cínico em relação à tradução e Coleridge tentou
distinguir entre fantasia e imaginação. Friedrich
Schleiermacher sugeriu que uma sub-linguagem
separada para ser usada na tradução deveria
mostrar fidelidade às formas e ao idioma do
original.
A tradução vitoriana deu importância à literalidade,
arcaísmo e formalismo. Ao contrário de Dryden e
Pope, os vitorianos queriam transmitir a distância
do original no tempo e no lugar. Mathew Arnold,
por exemplo, deu uma tradução literal de Homero
para o inglês e foi criticado por negligenciar o
espírito da obra original. As versões revisadas e
americanas da Bíblia ilustram melhor os efeitos
nocivos de uma tradução literal vitoriana. ”
(SAWANT, 2015, p.8)
No Século XX
Figura 11: Globe World Languages

Fonte: Pixabay

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 40 05/10/2021 17:35:14
Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 41

No século XX, a tradução foi vista como uma ação


social por forças políticas e religiosas, com muitas sociedades
e organizações criadas e promovendo traduções da Bíblia
em muitos idiomas diferentes, incluindo os das sociedades
primitivas e tribais. Na segunda metade do século XX, precisão
e estilo eram o principal critério na tradução. A arena política
deste século viu as traduções como uma missão política, e um
conteúdo altamente político foi traduzido do chinês, russo e
outros idiomas asiáticos e europeus para o inglês, assim como
do canadense, francês para o inglês e vice-versa. Vale ressaltar
que o conteúdo sexual e religioso da tradução na China começou
nos anos 80 e foi bem recebido, apesar do desânimo durante a
Revolução Cultural. No mesmo período, os estudos de tradução
tornaram-se um curso importante no ensino e na aprendizagem
de idiomas nas escolas. Também colaborou no desenvolvimento
de produtos de pesquisa em tradução, como as ferramentas de
Tradução Automática e Tradução Assistida por Computador
(CAT).
É importante destacar o gênero de ficção como o mais
traduzido em todo o mundo, sendo os mais traduzidos para o inglês
com diferentes tipos de narrativas - romances e contos, realistas
e fantásticos, líricos e filosóficos, psicológicos e políticos como:
Albert Camus’s The Stranger (1946), Françoise Sagan’s Bonjour
Tristesse (1955), Heinrich Böll’s Absent Without Leave (1965),
Italo Calvino’s Cosmicomics (1968), Gabriel García Márquez’s
One Hundred Years of Solitude (1970), Milan Kundera’ss The
Book of Laughter and Forgetting (1980), Mario Vargas Llosa’s
In Praise of the Stepmother (1990), Julia Kristeva’s The Samurai
(1991), Gianni Celati’s Appearances (1992), Adolfo Bioy
Casares’s A Russian Doll (1992). Algumas dessas traduções
tiveram considerável sucesso comercial e crítico em inglês;
enquanto que outras caíram no esquecimento.

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42 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

RESUMINDO: E então? Você gostou deste estudo?


Aprendeu tudo sobre os pronomes relativos? Agora, para temos
certeza de que você aprendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Nesta unidade, você aprendeu
sobre o percurso histórico da tradução mundial e da língua
inglesa. Você estudou que a história da tradução está relacionada
a partir de 3000 a.C. com Rosetta Stone que é considerada a obra
mais antiga da tradução pertencente ao século II a.C. , depois
Livius Andronicus traduziu Odisséia de Homero que nomeou
Odusia em latim em 240 a.C. Ainda na Aintiguidade outros
autores como Quintiliano, Cícero, Horácio, Catallus e Younger
Pliny tentaram teorizar a tradução e conseguiu. Os autores Cícero
e Horácio eram da geração posterior da tradução da história
que diferenciava palavra por palavra e sentido para tradução
dos sentidos. Outro fato importante aprendido sobre a História
da Tradução é que o livro que teve uma virada significativa na
história da tradução foi a Bíblia, sendo traduzida por dos seus
idiomas originais para mais de 2.000 idiomas e já se estendeu
por mais de dois milênios. Foi abordado sobre as traduções
realizadas do século XVI até os dias atuais, dando destaque das
obras literárias das línguas clássicas traduzidas e publicadas em
inglês no século XVII. O tradutor foi comparado a um artista
com um dever moral, tanto ao trabalho do autor original e ao
destinatário no século XVIII, aprimorando novas teorias sobre o
processo de tradução, que se transformou em sistemático, com
o volume de Princípios de tradução (1791) de Alexander Fraser
Tytler. E você viu sobre as principais obras traduzidas pelos
tradutores da língua inglesa no século XX.
Espero que tenha aproveitado e compreendido sua leitura!
Até mais!

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 42 05/10/2021 17:35:14
Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 43

Teorias da Tradução da língua inglesa

OBJETIVO

Ao término deste capítulo você será capaz de entender o que


vem a ser a tradução e a interpretação em língua inglesa, suas
semelhanças e diferenças. Isto será fundamental para o exercício
de sua profissão, uma vez que a tradução em inglês pode oferecer
imensas possibilidades profissionais. Estas informações o
ajudarão de forma decisiva em sua profissão. E então? Motivado
para desenvolver esta competência? Vamos lá. Avante!

Figura 10: Key-old-flower

Fonte: Pixabay

Por muito tempo, os estudos tradutórios estiveram ligados


aos estudos linguísticos e estes estudos relacionados à tradução
têm se mostrado radicalmente opostos por mais de dois mil anos.
Mas a tensão que essencialmente ocorre diz respeito à questão

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 43 05/10/2021 17:35:14
44 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

da tradução deve ser literal (palavra por palavra; word by word)


ou livre (sentido a sentido; sence by sense) e esta questão ainda
não foi, até hoje, resolvida. A tradução literal inclui não somente
a tentativa de uso da estrutura palavra por palavra no que tange
ao léxico, mas também a equivalência na gramática e sintaxe.
Esses pontos opostos datam dos antigos romanos, onde Cícero,
no século 1º. A.C. já mostrava preferência pela tradução livre,
pela tradução do sentido.
Contemporaneamente, essa tensão aparece com
terminologias diferentes, mas ainda assim, diz respeito à reflexão
sobre a literalidade ou não e é com base nesse fato que as teorias
são elaboradas. No caso da tradução literal a ideia é que seja
neutra, objetiva e fiel e o contrário se aplica à tradução livre que
seria imparcial, subjetiva e infiel.
O intuito das teorias da tradução é identificar e definir os
problemas tradutórios, indicar os fatores relevantes para resolver
problemas, listar possíveis procedimentos tradutórios além de
recomendar o procedimento de tradução mais adequado para
cada tipo de texto e contexto tradutório.
Talvez pela variedade de significados do termo, não há
uma teoria unificada para o ato tradutório. Cada teórico da
tradução a vê sob diferentes perspectivas, gerando diversas
posturas teóricas bastante diversificadas. Mais atualmente, nessa
gama, estão linguistas, filósofos, antropólogos e profissionais da
tradução. Alguns chegam até a negar a viabilidade da tradução
embora esta aconteça na prática, levantando então, a busca
para saber como isso se faz possível se cada língua abarca não
somente um sistema gramatical próprio como também uma
visão de mundo única em si. Mas enquanto disciplina e estudo,
as teorias da tradução tomaram forma entre as décadas de 70 e
principalmente 80.
Assim, sobretudo nas últimas quatro décadas, os estudos da
tradução têm se ampliado devido ao surgimento das abordagens

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 45

transdisciplinares. Traduzir passou a ser considerado um


processo dinâmico, mas
“(...) ainda não existe nenhuma teoria unificada
da tradução no sentido técnico de “um
conjunto coerente de proposições gerais usadas
como princípios para explicar uma classe de
fenômenos”, mas existem algumas “teorias” no
sentido lato de “um conjunto de princípios úteis
para compreender a natureza da tradução ou para
estabelecer critérios de avaliação de um texto
traduzido” (NIDA, 1993, p.155).

SAIBA MAIS

A exemplo, das mais diversas teorias da tradução através dos


séculos, temos o poeta, crítico literário e dramaturgo John
Dryden que propôs que a tradução poderia ser feita vertendo-
se palavra por palavra (metáfrase), poderia ser traduzindo-se o
sentido (paráfrase) ou por imitação ou recriação.

Na década de 90, o movimento mais relevante dos


estudos de tradução foi conhecido como “a virada cultural”,
com os adeptos do desconstrutivismo. A proposta era estudar
a tradução partindo da cultura e das diferenças que seriam
examinadas face às influências no texto traduzido e na dinâmica
da representação cultural. O foco da tradução passou então a ser
entre duas “línguas e culturas” diferentes e estrangeiras entre
si e na reconstrução de identidades coletivas. Essa fase dos
estudos tradutológicos centralizou o foco nos fatores humanos e
identificou a tradução como uma mediação na negociação entre
partes totalmente desiguais dentro de um contexto de relação e

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46 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

poder. O tradutor deveria se tornar íntimo das línguas traduzidas,


com várias exigências recaindo sobre o tradutor que passa a ser
um mediador cultural e não somente um expert em línguas.
Como vimos, o problema central da tradução tem sempre
sido se traduzir de forma livre ou literal, mas os argumentos
são teóricos. Atualmente, o contexto mudou um pouco, porque
o problema básico passou a fazer parte de diferentes métodos,
como tradução palavra por palavra, tradução literal, tradução
fiel, tradução semântica, adaptação, tradução livre, tradução
idiomática e tradução comunicativa. Em todos esses casos,
somente a tradução semântica e comunicativa tem como meta
tradutória a acuracidade e a economia. Mas em todos os casos,
é fato que o fator de equivalência de efeito é a preocupação,
sobretudo com relação ao impacto emocional do texto. Quanto
mais cultural o texto, menos equivalente em efeito.
Para este estudo, vamos considerar especificamente as
teorias contemporâneas da tradução como a sociolinguística,
a comunicativa, a hermenêutica, a linguística, a literária e a
semiótica.

Abordagem sociolinguística
De acordo com a abordagem sociolinguística, o contexto
define o que é ou não traduzível e o que é ou não aceitável através
da seleção, filtro e censura. De acordo com esta perspectiva, um
tradutor é, inevitavelmente, o produto de sua sociedade, ou seja,
nossa própria formação cultural é fator presente em tudo que
traduzimos.

Abordagem comunicativa
Já a abordagem comunicativa tem como perspectiva um
referencial no âmbito da interpretação, mais especificamente na
teoria do significado, baseada fundamentalmente na interpretação
de conferências. De acordo com esta perspectiva, o significado

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 47

deve ser traduzido, não a linguagem. A linguagem não é mais


do que um veículo para a mensagem e pode até mesmo ser um
obstáculo para a compreensão. Isso explica porque é sempre
melhor converter a verbalização da mensagem ao invés de
transcodificar simplesmente a mensagem.

Abordagem hermenêutica
A abordagem hermenêutica é essencialmente baseada no
trabalho do crítico literário George Steiner, que acredita que
qualquer comunicação humana é um ato tradutório. E sua obra
Depois de Babel, ele explica que a tradução não é uma ciência,
é uma arte exata, pois o tradutor deve ser capaz de se tornar um
escritor para captar o que o autor do texto original oral ou escrito
deseja falar.

Abordagem linguística
A abordagem linguística dos linguistas estruturalistas
e pragmáticos (que estudam a linguagem no contexto
comunicativo) Vinay, Darbelnet e Mounin, interessados na
linguagem textual, que examinaram o processo de tradução e
em sua perspectiva, não importando o tipo de texto ou a área
da tradução, deve ser considerada de um ponto de vista de suas
unidades fundamentais, isto é, a palavra, o sintagma e a sentença.

DEFINIÇÃO

Em linguística, sintagma é comumente usado para fazer


referência às partes da sentença (sintagma verbal onde o núcleo
é um verbo, sintagma nominal onde o núcleo é um substantivo,
sintagma adjetival, sintagma adverbial e sintagma preposicional).

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48 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

Nesta abordagem estruturalista, o texto é um objeto


“estável” e a tradução deve ser uma reprodução fiel, também
entendida como uma transferência, substituição ou transporte
de significados, da mensagem, de um idioma para outro, mas
associado à tradução literal.
“(...) O texto, como o signo, deixa de ser a
representação “fiel” de um objeto estável que
possa existir fora do labirinto infinito da linguagem
e passa a ser uma máquina de significados em
potencial. A imagem exemplar do texto “original”
deixa de ser, portanto, a de uma sequência de
vagões que contêm uma carga determinável e
totalmente resgatável. Ao invés de considerarmos
o texto, ou o signo, como um receptáculo em
que algum “conteúdo” possa ser depositado e
mantido sob controle, proponho que sua imagem
exemplar passe a ser a de um palimpsesto.
Segundo os dicionários, o substantivo masculino
palimpsesto, do grego palímpsestos (“raspado
novamente”), refere-se ao “antigo material de
escrita, principalmente o pergaminho, usado, em
razão de sua escassez ou alto preço, duas ou três
vezes [...] mediante raspagem do texto anterior.”
(ARROJO, 1986, p.23)
O oposto desta, são as teorias que passam a surgir
de fundamentação desconstrutivista ou pós-estruturalista.
Nesta teoria, o código linguístico preexistente porta marcas
importantes objetivas e estáveis que devem ser compreendidas
pelo que deseja traduzi-lo. O conceito mais relacionado ao modo
de ver a tradução pelos linguistas é o de que a tradução é uma
substituição de significados, uma transferência de significados,
como indica Catford:

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 49

Por meio dos exemplos como os precedentes


deveria ficar claro que é possível uma espécie
restrita de “transferência de significado” de uma
língua para outra; mas fica igualmente claro que isso
não é o que normalmente se entende por tradução.
Em “tradução” há substituição de significados da
LF [Língua-Fonte] por significados da LM [Língua-
Meta]: não transferência de significados da LF
para a LM. Na transferência há uma implantação
de significados da LF no texto da LM. Esses dois
processos devem ser claramente diferenciados em
qualquer teoria de tradução (CATFORD, 1980, p.
53)

Abordagem literária
A abordagem literária da tradução não deve ser considerada
sob um aspecto linguístico, mas sim sob um aspecto literário.
A linguagem tem uma sinergia que é manifestada através de
palavras, que são o resultado da experimentação da cultura. Esta
carga é o que dá a força, o tom e ainda, o significado. É isso que
o “tradutor escritor” deve traduzir tamanho seu envolvimento
com o texto. Nesta abordagem temos a tradução vista somente
como arte, como empreita literária e artística. Na polêmica
sobre tradução literal e livre, os que definem a tradução como
arte são normalmente tradutores não linguistas e defendem
muito mais a tradução livre e subjetiva. Nesta teoria, a tradução
é um processo criativo e de produção de significados. Esta é a
tradução mais desafiadora, visto que o tradutor deve cobrir o
conteúdo semântico na mesma proporção do texto original, além
do caráter polissêmico desse tipo de texto, estilo particular do
autor e ritmo, métrica, aliteração, assíndetos, etc.

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50 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

Abordagem semiótica
Semiótica é a ciência que estuda os signos e os significados.
Desde modo, para haver o significado deve haver uma
colaboração entre o signo, o objeto e o intérprete. Portanto, da
perspectiva da semiótica, a tradução se faz através de uma forma
de interpretação dos textos em que o contexto enciclopédico
varia e cada contexto sociocultural é único. Por muito tempo os
estudos de tradução ficaram ligados os estudos da linguística e
nessa relação, com ênfase no signo linguístico, a tradução passa
a ser a transferência de significados entre idiomas. Mas ainda
assim, esta teoria depara-se com dificuldades tradutórias em
meio a contextos de significação, sobretudo face aos sistemas
simbólicos cada vez mais intrínsecos das últimas décadas
pela globalização e avanços da tecnologia. Esta teoria ainda é
embrionária e restrita a círculos pequenos de pesquisadores.
A principal preocupação das teorias da tradução é
determinar quais os métodos de tradução mais apropriados para
uma vasta gama de tipos de textos ou categorias de textos. Além
disso, elas oferecem uma estruturação para os princípios, regras
restritas e dicas para traduzir e criticar traduções, bem como um
plano de fundo para resolução de problemas.
Portanto o que os teóricos da tradução desejam é elaborar
procedimentos possíveis para traduzir através de vários
argumentos nos seus mais diversos contextos e tipos. Há vários
tipos de tradução, a saber, somente da tradução enquanto produto,
podemos nomear tipos diferentes, como a tradução técnica que é,
em amplo sentido, a tradução de manuais de usuários, folhetos,
material instrucional e institucional, relatórios, documentos
administrativos em geral e assim por diante. Esses documentos
tem como diferencial terem uma validade limitada associada ao
produto e serem destinados a um público-alvo específico e como
pessoas da área de medicina, engenharia, TI, eletroeletrônica,
mecânica e indústria em geral, entre outros. Há ainda a tradução
científica que é um subgrupo da tradução técnica que trabalha

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 51

com textos científicos e envolve artigos, teses, dissertações,


relatórios de congressos, apresentações de conferências,
relatórios de estudos, entre outros. Há ainda a tradução para
economia e finanças que trabalha com textos da área bancária,
bolsa de valores, consultoria, envolvendo relatórios financeiros,
declarações financeiras, e outros documentos do gênero. Existem
ainda as traduções da área jurídica que cobrem contratos,
documentos estatutários, certificados, minutas e documentos de
processos judiciais. Há ainda, a tradução da área literária, que é
provavelmente a mais difícil de todos os tipos de tradução, como
obviamente, o tradutor precisa se render ao conteúdo semântico
do texto original.
E então? Você gostou deste estudo? Aprendeu tudo sobre
os pronomes relativos? Agora, para temos certeza de que você
aprendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo
o que vimos. Nesta unidade, você aprendeu sobre a Teoria da
Tradução na Língua Inglesa. Você estudou especificamente as
teorias contemporâneas da tradução como a sociolinguística,
a comunicativa, a hermenêutica, a linguística, a literária e a
semiótica. Mas basicamente, há duas teorias essenciais que
competem. Em uma delas o propósito é expressar tão exatamente
quanto possível a força total e o significado de cada palavra do
original e na outra, o propósito predominante é produzir um
resultado que não pareça um texto traduzido, mas que seja um
texto que ganha uma nova vestimenta com a mesma fluência
do texto nativo. Nas mãos de um bom tradutor, nenhuma destas
duas teorias podem ser completamente ignoradas.
Parabéns! Chegamos ao final de mais uma leitura. Mas
não se preocupe, porque teremos muito mais informações e
curiosidades na arte de traduzir na língua inglesa nas próximas
produções.
Até breve!

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02
UNIDADE

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54 Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês

INTRODUÇÃO
Vamos dar continuidade ao nosso estudo da disciplina de
“Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês”. Vamos
abordar os conceitos de tradução científica e literária observando
suas semelhanças e suas diferenças bem como incorrer sobre
os métodos e tecnologias para a tradução da língua inglesa
que o ajudarão no processo tradutório. Vamos ainda conhecer
e compreender os aspectos linguísticos como estratégias para
construir o processo tradutório em inglês. Espero que esteja
preparado (a) para mais esse mergulho no mundo da Tradução!
Agora você vai mergulhar nesse universo.
Bom estudo!

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Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês 55

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 02. Nosso objetivo
é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências

1
profissionais até o término desta etapa de estudos:

Comparar a tradução literária à tradução científica


na língua inglesa;

2 Aplicar os procedimentos e tecnologias de tradução


literária na língua inglesa;

3 Entender estratégias de tradução literária na língua


inglesa;

4 Reconhecer os aspectos linguísticos básicos da


língua inglesa para a tradução.

Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo ao


conhecimento? Ao trabalho!

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56 Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês

Tradução literária versus científica

OBJETIVO

Ao término deste capítulo você será capaz de entender o que vem a


ser a tradução literária e científica, observando suas semelhanças
e suas diferenças no universo da tradução. Isto será fundamental
para o exercício de sua profissão, uma vez que a tradução em
inglês pode oferecer imensas possibilidades profissionais. Estas
informações o ajudarão de forma decisiva em sua profissão. E
então? Motivado para desenvolver esta competência? Vamos lá.
Avante!

Figura 1: Traduzir.

Fonte: Pixabay

Conceito sobre tradução científica


Como foi estudado na unidade anterior, vimos que a
tradução é um processo de interpretação dos significados de um
determinado texto. E na tradução, um novo texto é produzido,
no entanto, resguardando o sentido equivalente ao original.
Ainda, segundo Mel’cuk, (1978) “entendemos por tradução,

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Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês 57

o estabelecimento de uma dupla relação de equivalência”.


E aprendemos que em relação às teorias contemporâneas
da tradução existem a sociolinguística, a comunicativa, a
hermenêutica, a linguística, a literária e a semiótica. A partir
dessa visão geral da tradução vamos compreender sobre as
diferenças e semelhanças da tradução científica e literária.
É sabido que há vários tipos de tradução, somente da
tradução enquanto produto, podemos nomear tipos diferentes,
como a tradução técnica que é, em amplo sentido, a tradução
de manuais de usuários, folhetos, material instrucional e
institucional, relatórios, documentos administrativos em geral e
assim por diante. Esses documentos tem como diferencial uma
validade limitada associada ao produto a serem destinados a um
público-alvo específico e como pessoas da área de medicina,
engenharia, TI, eletroeletrônica, mecânica e indústria em geral,
entre outros. Há ainda a tradução científica que é não deve ser
confundida com a tradução técnica, pois a primeira trabalha com
textos científicos e envolve artigos, teses, dissertações, relatórios
de congressos, apresentações de conferências, relatórios de
estudos, entre outros.
Segundo Jody Byrne (2006, 2012), embora tanto a tradução
científica como a tradução técnica tenham as suas bases no mesmo
tipo de informação, ou seja, no trabalho de cientistas, um dos
erros mais frequentes quando se fala deste tipo de traduções é a
utilização dos dois termos como se fossem uma e a mesma coisa.
Segundo o autor, «scientific translation relates to pure science in
all of its theoretical, esoterical and cerebral glory while technical
translation relates to how scientific knowledge is actually put
to practical use, dirty fingernails and all»(Byrne, 2006: 8). Os
textos científicos destinam-se a um público tendencialmente
acadêmico, são mais teóricos, ao passo que os textos técnicos se
destinam a transmitir informações mais práticas sobre alguma
coisa, podendo destinar-se ao público em geral: um manual de
instruções sobre um novo micro-ondas qualifica-se como texto
técnico. Os textos científicos são mais difíceis e abstratos do que

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58 Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês

os restantes, ao passo que os textos técnicos incluem conceitos


mais fáceis de entender e fazem referência a produtos e processos
ligados ao mundo exterior, ou seja, têm uma utilidade final, um
objetivo específico (Byrne, 2006).
Vamos nos ater ao estudo da tradução de textos científicos.
Gil (2003) distingue três tipos de discurso científico: o
discurso científico especializado, o discurso de semivulgarização
científica e o discurso de vulgarização científica. Observe suas
particularidades:
1. Discurso científico especializado: Emissor e receptor
são investigadores científicos, especialistas do mesmo domínio;
o receptor poderá ser também um técnico com conhecimentos
superiores sobre o domínio em questão para não ter dificuldades
de compreensão. O conteúdo da mensagem diz respeito ao
domínio de especialidade do emissor (revistas especializadas na
área das Ciências Exactas, como sejam o Journal de Physique).
O suporte da mensagem é uma revista que tem como alvo
especialistas e que tem uma difusão muito restrita.
2. Discurso de semivulgarização científica: O emissor
é um investigador, um profissional especialista de um domínio
científico. O receptor é um público de nível de formação
universitária, e a compreensão dos textos requer conhecimentos
de base e uma cultura científica relativamente vasta, o que
reduz o público potencial. Quanto ao suporte, é constituído por
revistas que tratam domínios múltiplos (La Recherche, Scientific
American).
3. Discurso de vulgarização científica: O emissor
é um jornalista profissional ou comentador, etc. Não efetua
investigação científica. O receptor é alguém que procura
informações de fácil compreensão e acesso, que não exijam,
portanto, conhecimentos de base.

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Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês 59

Veja o grau de complexidade para o tradutor científico


dependendo do discurso predominante nos textos científicos
a traduzir. Sendo assim compreensível quando abordam que
os textos científicos são mais difíceis e abstratos de serem
traduzidos do que os outros.
E você? O que pensa sobre isso? Na sua visão qual é o
mais difícil de ser traduzido, o texto científico ou o literário?
Veja a explicação a seguir.
Segundo Ilyas, os textos científicos têm uma natureza
diferente dos textos literários, na medida em que os primeiros
privilegiam o assunto, a expressão de fatos, experiências e
hipóteses, procurando o seu leitor obter informação, pelo que
a tradução dos mesmos se pretende mais direta e impessoal. De
acordo com o autor:
In scientific works, subject matter takes priority
over the style of the linguistic medium, which
aims at expressing facts, experiments, hypotheses,
etc. The reader of such scientific works does not
read it for any sensuous pleasure which a reader
of literary works usually seeks, but he is after the
information it contains. Scientific words differ
from ordinary and literary words since they
do not accumulate emotional associations and
implications. This explains why the translation of
a scientific work is supposed to be more direct,
freer from alternatives, and much less artistic
than the other kinds of prose. The language of
scientific and technical language is characterized
by impersonal style, simpler syntax, use of
acronyms, and clarity. (Ilyas apud Al-Hassnawi,
2000, p.36).
Observe o exemplo de Tradução científica com um
texto de partida em inglês para o texto de chegada
em português.

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60 Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês

Texto de Partida
Tanaka et al. Nutrition Journal 2012, 11:33 http://www.
nutritionj.com/content/11/1/33

Dairy products and calcium intake during


pregnancy and dental caries in children
Keiko Tanaka1*, Yoshihiro Miyake1 , Satoshi
Sasaki2 and Yoshio Hirota3
Abstract Background: Maternal nutrition status
during pregnancy may affect fetal tooth development,
formation, and mineralization, and may affect dental caries
susceptibility in children. We investigated the association
between maternal intake of dairy products and calcium
during pregnancy and the risk of childhood dental caries.
Methods: Subjects were 315 Japanese mother-child
pairs. Data on maternal intake during pregnancy were
assessed through a diet history questionnaire. Outcome
data was collected at 41–50 months of age. Children were
classified as having dental caries if one or more primary
teeth had decayed or been filled.
Results: Higher maternal cheese intake during
pregnancy was significantly inversely associated with the
risk of dental caries in children, showing a clear inverse
dose–response relationship; the adjusted odds ratio (OR)
in comparison of the highest tertile with the lowest was
0.37 (95 % confidence interval [CI]: 0.17-0.76, P for
trend = 0.01). The inverse associations between maternal
intake of total dairy products, yogurt, and calcium during
pregnancy and the risk of childhood dental caries were of
borderline significance: the adjusted ORs for the highest
tertile of total dairy products, yogurt, and calcium were
0.51 (95 % CI: 0.23-1.09, P for trend = 0.07), 0.51 (95
% CI: 0.23-1.10, P for trend = 0.07), and 0.50 (95 % CI:
0.23-1.07, P for trend = 0.08), respectively. There was no

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Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês 61

evident relationship between maternal milk intake and the


risk of childhood dental caries.
Conclusion: These data suggested that high intake
of maternal cheese during pregnancy may reduce the risk
of childhood dental caries.
Keywords: Calcium, Dairy products, Dental caries,
Prospective study

Texto de Chegada
Tanaka et al. Nutrition Journal 2012, 11:33 Page 1 of 12
http://www.nutritionj.com/content/11/1/33

Ingestão de produtos lácteos e cálcio durante


a gravidez e cáries dentárias nas crianças
Keiko Tanaka1* Yoshihiro Miyake1 , Satoshi Sasaki2
and Yoshio Hirota3
Resumo Introdução: Durante a gravidez, o estado da
nutrição materna pode afetar o desenvolvimento, a formação
e a mineralização dos dentes do feto, podendo afetar a
suscetibilidade de cáries dentárias nas crianças. Investigou-
se a associação entre a ingestão materna de produtos lácteos
e cálcio durante a gravidez e o risco de cáries dentárias na
infância.
Metodologia: Os sujeitos eram constituídos por 315
pares mãe-filho japoneses. Os dados relativos à ingestão
materna durante a gravidez foram avaliados através de
um questionário de história alimentar. A informação foi
obtida entre os 41 – 50 meses de idade. As crianças foram
classificadas como tendo cáries dentárias se um ou mais
dentes decíduos estivessem cariados ou obturados.
Resultados: Uma maior ingestão materna de queijo
durante a gravidez foi significativa e inversamente associada

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62 Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês

ao risco de cáries dentárias na criança, indicando uma clara


relação inversa de dose – resposta; O odds ratio ajustado
(OR), comparando o tercil mais alto com o mais baixo, foi
de 0,37 (95% de intervalo de confiança [IC]: 0,17 – 0,76,
p para a tendência = 0,01). As associações inversas entre a
ingestão materna total de produtos lácteos, iogurte e cálcio
durante a gravidez e o risco de cáries dentárias na infância
foram marginalmente significativas: os ORs ajustados
para o tercil mais alto do total de produtos lácteos, iogurte
e cálcio foram de 0,51 (95% de IC: 0,23 --1,09, p para a
tendência = 0,07), 0,51 (95 % de IC: 0,23 – 1,10, p para a
tendência = 0,07) e 0,50 (95 % de IC: 0,23 – 1,07, p para a
tendência = 0,08), respetivamente. Não foram encontradas
quaisquer relações evidentes entre a ingestão materna de
leite e o risco de cáries dentárias na infância.
Conclusão: Estes dados sugerem que uma maior
ingestão materna de queijo durante a gravidez pode
reduzir o risco de cáries dentárias na infância.
Palavras-chave: Cálcio, Produtos lácteos, Cáries
dentárias, Estudo prospetivo

Vejamos mais detalhes sobre a Tradução literária!

Conceito sobre tradução literária


Figura 2: Praga-biblioteca-praga-mosteiro.

Fonte: Pixabay

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Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês 63

Segundo YEBRA (1983) a tradução consiste em reproduzir


na língua receptora (chamada também língua final) a mensagem
da língua fonte (língua original) por meio do equivalente mais
próximo e mais natural, primeiro no que se refere ao sentido, e
logo no que diz respeito ao estilo.
E a Tradução Literária? Você sabe o que significa?
A abordagem literária da tradução não deve ser considerada
sob um aspecto linguístico, mas sim sob um aspecto literário.
A linguagem tem uma sinergia que é manifestada através de
palavras, que são o resultado da experimentação da cultura. Esta
carga é o que dá a força, o tom e ainda, o significado. É isso que
o “tradutor escritor” deve traduzir tamanho seu envolvimento
com o texto. Nesta abordagem temos a tradução vista somente
como arte, como empreita literária e artística. Na polêmica
sobre tradução literal e livre, os que definem a tradução como
arte são normalmente tradutores não linguistas e defendem
muito mais a tradução livre e subjetiva. Nesta teoria, a tradução
é um processo criativo e de produção de significados. Esta é a
tradução mais desafiadora, visto que o tradutor deve cobrir o
conteúdo semântico na mesma proporção do texto original, além
do caráter polissêmico desse tipo de texto, estilo particular do
autor e ritmo, métrica, aliteração, assíndetos, etc.
A tradução literária segundo, Salman Rushdie apud Hall
(2004) observa a etimologia da palavra ‘tradução’, oriunda do
latim com o significado de ‘transferir’ ou ‘transportar entre
fronteiras’.
Transferir ou transporter entre fronteiras não só a mensagem
do texto de origem, da língua de origem para outro idioma,
como também as culturas, os elementos culturais, servindo de
divulgador de culturas e até como estratégias de denúncia e de
combate de violências e de abuso de poder, exercendo assim uma
das diversas funções da Literatura, a social e a humanizadora.

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64 Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês

Durante os anos 90, à medida que a tradução emerge


como disciplina autônoma, dois paradigmas bastante diferentes
parecem orientar as pesquisas. De um lado, identifica-se uma
abordagem que pode ser denominada, genericamente, lingüística
textual, em que conceitos de equivalência fundamentam-se na
classificação de tipologias e funções textuais. De outro, observa-
se uma abordagem que costuma ser denominada, genericamente,
estudos culturais, cuja preocupação básica consiste em examinar
o modo como os valores, ideologias e instituições resultam em
práticas diferentes em momentos históricos distintos. [...] é
provável que os estudos culturais dominem as pesquisas sobre
tradução nos Estados Unidos. Aparentemente, nenhuma outra
abordagem está despertando tanto interesse, a ponto de atrair
estudiosos de disciplinas que, até agora, tinham ignorado a
tradução - apesar da sua importância política e cultural americana
(Venuti apud Baker, 1999, p. 18)
A tradução literária apresentou, então, uma nova perspectiva
de estudo diante das mudanças culturais do mundo moderno,
como na literatura pós-colonial e na importância da TL para uma
nação recém independente e também para a consolidação da
própria literatura e da identidade nacional. Assim, a TL encontra
no texto literário o caminho para desenvolver-se e conquistar o
próprio espaço de âmbito intelectual, ligando-se ao choque de
culturas presente e inerente ao encontro de diferentes línguas.
Tal fator é evidenciado em um encontro cultural e enfatizado
por autores como Susan Bassnett e André Lefevere, com o que
denominam ‘virada cultural’, ou seja, isto é um aspecto dentro
dos estudos literários em que a preocupação não é mais com a
tradução técnica e literal, palavra por palavra a ser analisada,
mas com todo o aspecto sociocultural que envolve as culturas
(fonte e alvo) e que deve ser altamente considerado em um
processo tradutório, abordando-se as sociedades e os indivíduos
que as constituem (Bassnett, 1980, passim).

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Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês 65

DEFINIÇÃO

E então? Você gostou deste estudo? Aprendeu tudo sobre os


pronomes relativos? Agora, para temos certeza de que você
aprendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o
que vimos. Nesta unidade, você aprendeu sobre os conceitos sobre
tradução científica e literária, podendo conhecer as semelhanças
e as diferenças entre elas. A tradução científica que é não deve ser
confundida com a tradução técnica, pois a primeira trabalha com
textos científicos e envolve artigos, teses, dissertações, relatórios
de congressos, apresentações de conferências, relatórios de
estudos, entre outros e que segundo, Gil (2003) há três tipos de
discurso científico: o discurso científico especializado, o discurso
de semivulgarização científica e o discurso de vulgarização
científica. Vimos a tradução literária sob um aspecto literário em
que a linguagem tem uma sinergia que é manifestada através de
palavras, que são o resultado da experimentação da cultura e um
breve percurso da tradução literária.

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66 Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês

Métodos e tecnologias para tradução

OBJETIVO

Ao término deste capítulo você será capaz de conhecer e entender


os métodos de tradução, a importância dos recursos tecnológicos
para o profissional de tradução, assim como conhecer as
ferramentas, os softwares mais utilizados para a tradução de
textos científicos, técnicos e literários. Estas informações o
ajudarão de forma decisiva em sua profissão. E então? Motivado
para desenvolver esta competência? Vamos lá.

Figura 3: Recurso Tecnológicos.

Fonte: Pixabay

Introdução
A tradução contemporânea e a tecnologia de informação e
comunicação estão cada vez mais associadas, pois, por um lado

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Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês 67

a tradução beneficia da tecnologia de informação e comunicação


desenvolvida, por outro, a nova tecnologia também requer a
tradução nos respectivos manuais de instruções e textos técnicos,
científicos, literários dentre outros.
E segundo Cronin (2013b), “falamos tautologicamente
de tecnologia da tradução: a tecnologia da informação está
irremediavelmente ligada à tradução, e a tradução, como
atividade humana, é, inescapavelmente, uma tecnologia”
(p.218). Refletindo sobre o que Cronin aborda, pode-se
compreender a importância para o tradutor em conhecer as
ferramentas tecnológicas para a tradução e manter-se atualizado
das inovações que surgem para auxiliá-lo no desempenho das
suas tarefas, definindo suas escolhas e controlando o modo de
como realizará seu trabalho.
É importante rever que numa perspectiva geral de
utilização, o computador facilita a criação de texto escrito e
possibilita a manipulação de conteúdos digitais diversos. No
campo específico da aplicação à tradução, um dos recursos de
software cada vez mais utilizados são as ferramentas de memória
de tradução, o acesso a dicionários de terminologia bilingue,
bases de dados de traduções, corretores ortográficos e a muitas
outras ferramentas úteis disponíveis na Internet, possibilitando
uma tradução assistida, através das ferramentas de memória de
tradução, e facilitando o acesso à informação.
Conhecer e ter a destreza de manejar os recursos de
software dos computadores e da internet para desenvolver a
tradução de textos é essencial para o trabalho do tradutor seja de
textos científicos, técnicos ou literários.
Mas que destreza em relação às TIC’s estamos abordando?
Veja as destrezas gerais e as específicas.

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68 Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês

As destrezas gerais e específicas das TIC’s


Figura 4: cyber-security-word-computer-cloud.

Fonte: Pixabay

Entre as destrezas gerais podemos incluir a mecanografia,


o conhecimento de atalhos de teclado (combinações de tecla),
o gerenciamento de programas de escritório, especialmente do
processador de textos (formatos, estilos, encontrar e substituir,
planilhas), a folha de cálculo, o editor de apresentações com
apresentação de slides e o navegador web. Os tradutores têm
que saber trabalhar com diferentes páginas de codificação
de caracteres, especialmente UTF-8, e devem saber fazer
a conversão entre tipos. Também têm que pode distinguir
entre textos traduzíveis e códigos não traduzíveis em
formatos como HTML e XML. Os contextos de trabalho dos
tradutores são variados. O tradutor menos exposto ao risco de
isolamento é aquele que trabalha como membro de uma equipe
multifuncional dentro de uma organização média ou grande
que dedica recursos permanentes à gestão de documentos e à
tradução. No outro extremo está o tradutor autônomo que tem
que desenvolver diversas funções gerais, além do trabalho
puramente tradutológico. Entre estas funções tem que considerar

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Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês 69

a manutenção básica dos computadores de trabalho (em estado


atualizado e livre de vírus), a gestão de dados locais e na nuvem,
as cópias de segurança, e toda a gestão administrativa da
atividade profissional e a relação com os clientes.
Outras ferramentas de informática de uso geral que são
de importância fundamental para o exercício da tradução são
aquelas relacionadas à pesquisa de informação, quer dizer, a
investigação linguística e documental. Não faz muito tempo
que estas tarefas eram consideradas altamente especializadas e
eram de gerenciadas nos centros de documentação através de
ferramentas específicas. Atualmente, com a evolução rápida da
rede tem feito com que a maior parte das perguntas dos tradutores
utilizem o recurso de pesquisa, o buscador web, entre os quais,
o preferido em muitos países é o Google (Search Engine Land,
2013). É importante salientar que o bom uso das ferramentas
gerais de pesquisa na web é uma destreza imprescindível para
o tradutor, assim como é importância de saber dominar o
computador. A capacidade de pesquisar as soluções online para
todo tipo de problemas, a curiosidade e a iniciativa na hora de
tentar ser autosuficiente constituem, uma combinação com as
competências básicas das TIC’s, uma bagagem imprescindível
para tradutor moderno, (juntamente com os conhecimentos
da língua, de culturas, de campos gerais e específicos do
conhecimento, assim como de tradutologia).
Chouc (2010) há afirmado as vantagens do uso das TIC’s
na preparação de especialistas de línguas. O uso das TIC’s
enriquece o contexto formativo, já que permite trabalhar os
mesmos recursos na profissão ou em simulações realistas,
dando autonomia aos estudantes em uma grande variedade de
atividades como a gestão, a investigação, a edição, a revisão, o
controle de processos, o trabalho em rede, a colaboração, etc.
Assim, os estudantes podem participar de atividades próprias do
trabalho moderno e adquirir um enfoque profissional mediante
práticas coerentes com o exercício profissional real.

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70 Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês

Você sabe quais são as destrezas específicas das TIC’s?


Veja na leitura que segue.
Devemos ter em conta também as ferramentas mais
especializadas que atualmente são utilizadas na tradução
profissional. (Em conjunto destas ferramentas são conhecidas
por diversas siglas: Computer-Assisted Translation [CAT] en
inglês, Tradução Assistida por Ordenador [TAO], na Espanha, e
Tradução Assistida por Computador [TAC].)

ACESSE

Para conhecer mais sobre CAT, assista ao vídeo:


https://bit.ly/3fPhOsp

Antes de mais, a ferramenta CAT consiste num programa


de computador concebido especialmente para tradutores, com o
intuito de apoiar todo o processo de tradução. Esta ferramenta
é vantajosa no sentido de poderem ser criadas memórias
de tradução, ou seja, bases de dados onde são armazenados
segmentos de texto, tanto na língua de partida como de chegada,
resultando de projetos realizados anteriormente (daí a designação
“memória”). A invenção das ferramentas CAT revolucionou a
área da tradução, precisamente por ser uma ferramenta prática e
eficiente, como nos indica Robinson (2007):
[…] TM software has brought about a revolution
in the translation profession that is comparable
to the spread of digital computers in the 1980s
and the internet in the 1990s. Many agencies now
regularly send their freelancers TRADOS files to
translate. (Robinson, 2007, p.54)

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Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês 71

Existem vários softwares de tradução existentes no


mercado como, por exemplo, o SDL Trados (o mais utilizado
entre as empresas de tradução), o MemoQ, o Across e o Wordfast.
O MemoQ é uma ferramenta que começa a ganhar cada vez mais
popularidade na área das tecnologias de tradução. Ele apresentar
uma interface simples, fácil para o utilizador e a integração de
todas as funcionalidades num só programa, ao contrário do SLD
Trados, em que a gestão da terminologia é feita no programa
Multiterm.
Há que reconhecer, no entanto, que estas ferramentas mais
especializadas começaram a ser utilizadas desde a década de 90
e o que se sabe é que o uso de TAO é mais usado na tradução
técnica em textos das grandes corporações e instituições, onde a
repetição de frases da língua inglesa é mais frequente, porque é
a língua oficial da ciência e da tecnologia.
O uso no aumento de ferramentas de informática tem
provocado mudanças no fluxo de trabalho e tem permitido uma
grande complexidade de organização com a participação de
profissionais de diferentes perfis. Além disso o tradutor tradicional
tem corretores, editores, gestores de projeto, dicionários de
terminologias, programadores, expertos assessores no campo
específico da tradução, e outros (Drugan, 2013).
Outro sistema importante a ser citado é o de memória de
tradução (MdT), que pode incluir diversos recursos próprios
como: ferramenta de alinhamento de textos originais e suas
traduções, filtros de importação, dicionários, gestores de
terminologia, corretores de ortografia, um editor próprio. Los
mismos programas de MdT muchas veces incluyen herramientas
de gestión de proyectos (y en su ausencia el traductor quizás
utiliza un programa general de gestión de proyectos) y sistemas
para analizar proyectos y preparar presupuestos.
Segundo Jost Zetzsche (2013), se pode dividir as
ferramentas de informática TAO em três categorias.

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72 Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês

1. O primeiro inclui programas potentes com múltiplas


opções como SDL Trados (https://bit.ly/3kzpoei) ou MemoQ
(http://kilgray.com).
2. O segundo grupo abarca as ferramentas menos caras
ou de código aberto, como OmegaT, que servem para trabalha
na maioria de projetos de tradução mais reduzidos, quiçás só
bilíngues e com um só tradutor, e sem a necessidade de gestão
de projeto mais complexo.
3. O terceiro grupo, ultimamente no auge, consiste em
sistemas integrados em linha de gestão e tradução de projetos,
com arquitetura Software-as-a-Service (SaaS). Exemplos: XTM
(https://bit.ly/3gMjMLJ), Memsource (https://bit.ly/2PGqy9Q)
y Transifex (https://bit.ly/3aeMeTZ).
O TAO é o tipo de ferramenta que se pode utilizar em
qualquer computador que tenha navegador e conexão à Internet.
Vou abordar a quarta ferramenta específica para
investigações terminológicas, como Web Term Search de Proz.
com (https://bit.ly/3adTaRb), que permite buscar em diversas
bases de dados em diferentes combinações de línguas, e
Linguee (https://bit.ly/2XMpMfU) que permite buscar possíveis
equivalências em bases de dados de textos bilíngues alinhados.
Outras sugestões de dicionários para a tradução são The
Free Dictionary: https://bit.ly/3gJsPgs e Collins Dictionary:
https://bit.ly/30Hiig7.
Nos últimos anos tem surgido aplicativos independentes
como ErrorSpy (https://bit.ly/2PI0P0A) e ApSIC Xbench
(https://bit.ly/3isS7jo), para realizar funções de controle de
qualidade da tradução. Essas ferramentas podem eliminar
pequenos erros que ocorrem com frequência: ortografia, coesão
de fontes, autocorreção, terminologia, formato de números,
formato de divisas, unidades de medição; comparação de
número de segmentos do texto original e do texto traduzido;
detecção de omissões; detecção de segmentos idênticos no texto

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Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês 73

original no texto traduzido; detecção de variação (traduções


diferentes do mesmo texto); espaços de mais; pontuação; pontos
finais repetidos; parênteses em fechamento; comas sem fechar;
controle de etiquetas (total, ordem); etc.
É importante mencionar que os tradutores especializados
em subtitulação podem encontrar ferramentas de tecnologia que
os auxiliem no trabalho com o Spot (https://bit.ly/3fRFdtC) e
SDL Passolo (https://bit.ly/3kybyJe).
Você percebeu que as ferramentas de informáticas estão
muito presentes na prática profissional da tradução, e também
compreendeu que são imprescindíveis no trabalho do tradutor.
Notou que há uma diversidade de ferramentas que facilitam o
trabalho de tradução, por isso os tradutores devem aprender a
usar mínimo necessário de aplicações, em função de seu contexto
laboral e especialidade.

DEFINIÇÃO

E então? Você gostou deste estudo? Aprendeu tudo sobre os


pronomes relativos? Agora, para temos certeza de que você
aprendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo
o que vimos. Nesta unidade, você aprendeu sobre Métodos e
tecnologias para tradução, pois a tradução contemporânea e a
tecnologia de informação e comunicação estão cada vez mais
associadas e que o tradutor tem a necessidade de se apropriar das
destrezas gerais e específicas das TIC’s para poder desenvolver-
se e aplicá-las no contexto laboral cada ferramenta de acordo
com sua especialidade, otimizando o tempo e traduzindo textos
com a garantia de traduções bem elaboradas para a satisfação
dos clientes.

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 73 05/10/2021 17:35:15
74 Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês

Estratégias de Tradução

OBJETIVO

Ao término deste capítulo você será capaz de entender como


iniciou o processo de tradução no mundo. Você vai conhecer a
história da tradução de forma geral e a história de tradução da
língua inglesa. Conhecer como iniciou o processo de tradução no
mundo e especialmente da língua inglesa é fundamental para o
aperfeiçoamento do estudante e do profissional de tradução. Estas
informações o ajudarão na compreensão da área de tradução. E
então? Motivado para desenvolver esta competência? Vamos lá.

Introdução
Figura 10: Mulher-face-pensamentos-média

Fonte: Pixabay

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Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês 75

A tradução é um ato de comunicação, de qualquer tipo


ou natureza, é algo que ocorre entre indivíduos e entre grupos
sociais, tendo lugar entre culturas, ideologias e visões de
mundo distintos. A tradução se faz com textos e com discursos,
expressando em orações, sintagmas e palavras. O tradutor
trabalha com a arte de traduzir e deve ter ciência da fidelidade
para com o texto traduzido, sem alterações do sentido do mesmo,
porém com possíveis alterações ligadas à gramática, à sintaxe
de cada língua. Por isso que trilhar pelos caminhos da tradução
significa desenvolver diversas habilidades e competências. O
tradutor deverá verter o texto de modo que o leitor o entenda de
acordo com o conhecimento cultural que possui da sociedade
em que vive. Seu trabalho é verter, usando os termos de Catford
(1980), da Língua Fonte (LF) para a Língua Meta (LM) conforme
o autor faria caso falasse a LM em questão. No entanto, para
que isso ocorra, é preciso que o tradutor possua conhecimento
profundo tanto da LF quanto LM.
Você sabe de que conhecimentos são necessários que o
tradutor saiba? Vamos continuar com a leitura que verás?

As Competências do Tradutor
A tarefa de tradução é tão complexa, que as competências
do tradutor também deverão ser múltiplas, não bastando ser
fluente em duas línguas. Segundo Jean Delisle (1992) devem ser
cinco as competências do tradutor:
1. Linguística: Ter competências e habilidades em
Linguística como: fonética, fonologia, léxico, morfossintaxe,
semântica tanto da Língua Materna quanto da LE e, de
acordo com Gonçalves (2006), competências pragmáticas e
sociolinguísticas em ambas as línguas envolvidas no processo.
É compreender a língua de partida e exprimir-se com fluência na
língua de chegada.

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76 Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês

OBSERVAÇÃO
+

O conhecimento e a destreza das competências linguísticas são de


suma importância para que o tradutor tenha um bom desempenho
nas traduções, por isso, em relação ao campo semântico (palavras
cognatas e não cognatas, expressões idiomáticas, e outros) é
imprescindível destacar algumas estratégias para a tradução em
língua inglesa.

Continuaremos a seguir com outras competências do


tradutor.
2. Tradutológica: Ter a capacidade de apreender o sentido
de um texto, de o transmitir sem alterá-lo na língua de chegada,
evitando as interferências;
3. Metodológica: Ter a capacidade para se documentar
sobre qualquer assunto e assimilar a terminologia;
4. Multidisciplinar: Ter a capacidade para traduzir textos
de disciplinas básicas, como economia, informática, direito,
textos literários, entre outros;
5. Técnica: Ter a capacidade para utilizar diversas
técnicas, métodos e ferramentas de ajuda à tradução, tais como
as ferramentas de tecnologia e comunicação (TIC), tratamento
de texto, dicionários terminológicos, etc.
Outro ponto a destacar-se em relação às estratégias da
tradução é que o tradutor tem que conhecer bem as modalidades
de tradução para poder apropriar-se delas e usá-las no momento
de traduzir os textos.

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Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês 77

Modalidades de Tradução
O modelo dos procedimentos técnicos, tal como proposto
por Vinay e Darbelnet, são correspondentes às modalidades de
transcrição, empréstimo, decalque, tradução literal e transposição
são coletivamente denominadas modalidades de tradução direta.
As modalidades de explicitação/implicitação, modulação,
adaptação e tradução intersemiótica constituem o conjunto das
modalidades de tradução indireta. Veja a figura abaixo:
Figura 11:

Fonte: A autora

Veja cada modalidade de tradução com muita atenção.


1. Omissão: ocorre omissão sempre que um dado
segmento textual do Texto Fonte e a informação nele contida
não podem ser recuperados no Texto Meta. As omissões podem
ocorrer por muitos motivos, desde censura até limitações físicas
de espaço (no caso de textos multilíngues, legendagem de
filmes, e situações similares), irrelevância do segmento textual
em questão para os fins do ato tradutório específico – fins
esses que nem sempre coincidem com os propósitos do ato de
comunicação que gerou o Texto Fonte –, etc.

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 77 05/10/2021 17:35:16
78 Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês

2. Transcrição: é o verdadeiro ‘grau zero’ da tradução.


Inclui segmentos de texto que pertençam ao acervo de ambas
as línguas envolvidas (p.ex. algarismos, fórmulas algébricas
e similares) ou, ao contrário, que não pertençam nem à língua
fonte nem à língua meta, e sim a uma terceira língua e que, na
maioria dos casos, seriam considerados empréstimos no texto
fonte (como, por exemplo, frases e aforismos latinos – alea
jacta est). Ocorre, ainda, transcrição sempre que o Texto Fonte
contiver uma palavra ou expressão emprestada na Língua Meta.
3. Empréstimo: é um segmento textual do Texto Fonte
reproduzido no Texto Meta com ou sem marcadores específicos
de empréstimo (aspas, itálico, negrito, etc.). Nomes próprios
(inclusive topônimos) constituem objetos privilegiados de
empréstimo, bem como termos e expressões tendo por referentes
realidades antropológicas e/ou etnológicas específicas.
4. Decalque: uma palavra ou expressão emprestada da
Língua Fonte mas que foi submetida a certas adaptações gráficas
e/ou morfológicas para conformar-se às convenções da Língua
Fonte e não se encontra registrada nos principais dicionários
recentes da Língua Fonte, como preciamento (derivado de
“pricing”), ou corporativo, no sentido de societário, empresarial.
5. Tradução literal: o conceito de tradução literal é
sinônimo de tradução palavra-por-palavra e em que, comparando-
se os segmentos textuais fonte e meta, se observa: o mesmo
número de palavras, na mesma ordem sintática, empregando as
‘mesmas’ categorias gramaticais e contendo as opções lexicais
que, no contexto específico, podem ser tidas por sendo sinônimos
interlinguísticos, como em:
His name is Peter

Seu nome é Peter

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Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês 79

6. Transposição: ocorre sempre que pelo menos um


dos três primeiros critérios que definem a tradução literal
deixa de ser satisfeito, ou seja, sempre que ocorrem rearranjos
morfossintáticos. Assim, por exemplo, se duas ou mais palavras
forem fundidas em uma única (por exemplo Kindergarten
- Jardim de Infância), ou se a ordem das palavras for alterada
(inversões e deslocamentos, como em remedial action - ação
saneadora), ou se houver uma alteração de classe gramatical
(por exemplo, will she arrive late - quando ela chegar atrasado).
7. Explicitação/Implicitação: são duas faces da mesma
moeda, em que informações implícitas contidas no texto fonte
se tornam explícitas no texto meta (por exemplo, por meio de
aposto explicativo ou parentético, paráfrase, nota de rodapé, etc.)
ou, ao contrário, informações explícitas contidas no texto fonte
e identificáveis com determinado segmento textual, tornam-se
referências implícitas. Assim, por exemplo, em uma tradução
para o português brasileiro, a frase “Buenos Aires, the Federal
Capital of the country” contém um aposto que será percebido
como redundante e, quase sempre, convirá relegá-lo ao implícito
no texto meta.
8. Modulação: ocorre sempre que um determinado
segmento textual for traduzido de modo a impor um
deslocamento perceptível na estrutura semântica de superfície,
embora retenha o mesmo efeito geral de sentido no contexto e no
co-texto específicos. Ou, para retomar Saussure, os significados
são parciais ou totalmente distintos, mas mantém-se, em termos
genéricos, o mesmo sentido. A modulação pode assumir formas
bastante diversas, variando desde variações de detalhe, como
exemplos: Deaf as a doornail – Surdo como uma porta; It’s very
difficult - Não é nada fácil.
9. Adaptação: denota uma assimilação cultural, ou seja,
a solução tradutória adotada para o segmento textual estabelece
uma equivalência parcial de sentido, tida por suficiente para os

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80 Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês

fins do ato tradutório em questão, mediante uma intersecção


de traços pertinentes de sentido, mas abandona qualquer ilusão
de equivalência ‘perfeita’. Incluem-se, frequentemente, nessa
modalidade os falsos cognatos culturais. Veja, os exemplos:
Sheriff – Delegado de Polícia; Squire – Juiz da Paz.
10. Tradução intersemiótica: em determinados casos,
particularmente na tradução dita ‘juramentada’, figuras,
ilustrações, logomarcas, selos, brasões e similares constantes
do texto fonte vêm reproduzidos no texto meta como material
textual, como em:
[No canto superior esquerdo, brasão do Estado de São
Paulo.]
ou
[À página 6, foto e firma do titular deste passaporte, bem
como carimbo e assinatura ilegível da autoridade emitente.]
11. Erro: somente os casos evidentes de ‘gato por lebre’
incluem-se nesta modalidade, como no exemplo retirado de
Rosenthal (1976):

... only twenty per cent ... 20% seulement des


from the schools make écoles conduisent leurs
the grade. élèves au succès
Esta categoria não abarca, portanto, as soluções tradutórias
percebidas como ‘inadequadas’, estilisticamente inconsistentes,
etc., visto que, em tais casos,
torna-se inevitável um viés subjetivo, que poderia redundar
em fortes distorções nos resultados finais.
12. Correção: com certa frequência, o texto fonte contém
erros pontuais e/ou linguísticos, inadequações e gafes. Se o
tradutor optar por ‘melhorar’ o texto meta em comparação com
o texto fonte, considerar-se-á ter ocorrido uma correção, como
em:

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Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês 81

The current US deficit amounts to several hundred million


dollars (O déficit atual do Brasil monta a centenas de bilhões
de dólares.
13. Acréscimo: trata-se de qualquer segmento textual
incluído no texto alvo pelo tradutor por sua própria conta, ou
seja, não motivado por qualquer conteúdo explícito ou implícito
do texto original. O acréscimo não deve ser confundido com
qualquer das formas de transposição (tipicamente uma palavra
como tradução de um sintagma inteiro), nem com a explicitação.
Acréscimos podem ocorrer em várias circunstâncias distintas,
por exemplo na forma de comentários velados ou explícitos do
tradutor, quando fatos que tenham ocorrido após a produção do
texto fonte justifiquem a elucidação.

SAIBA MAIS

Segue a sugestão de um material em PDF para complementar


seu estudo em relação às estratégias de tradução.

Espero que tenha compreendido o assunto e a importância


do tradutor no percurso da sua formação e no exercício da carreira
em relação às competências e habilidades para desempenhar sua
profissão e a aquisição das estratégias através do conhecimento
das modalidades de tradução.
E então? Você gostou deste estudo? Aprendeu tudo sobre
os pronomes relativos? Agora, para temos certeza de que você
aprendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo
o que vimos. Nesta unidade, você aprendeu sobre as estratégias
de tradução da língua inglesa a partir da compreensão da tarefa
de tradução que é complexa, por isso que tradutor também
deverão competências múltiplas, não bastando ser fluente

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 81 05/10/2021 17:35:16
82 Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês

em duas línguas. E segundo Jean Delisle (1992) devem ser


cinco as competências do tradutor: linguística, tradutológica,
metodológica, multidisciplinar e técnica. Você também aprendeu
que o tradutor tem que conhecer bem as modalidades de tradução
para poder apropriar-se delas e usá-las no momento de traduzir
os textos. E o modelo dos procedimentos técnicos, propostos
por Vinay e Darbelnet, são correspondentes às modalidades de
transcrição, empréstimo, decalque, tradução literal e transposição
são coletivamente denominadas modalidades de tradução direta.
As modalidades de explicitação/implicitação, modulação,
adaptação e tradução intersemiótica constituem o conjunto das
modalidades de tradução indireta.
Ainda não terminou o nosso estudo! No próximo capítulo,
você estudará sobre os aspectos linguísticos da Tradução da
língua inglesa.
Até o próximo capítulo!

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Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês 83

Aspectos linguísticos da Tradução da


língua inglesa

OBJETIVO

Ao término deste capítulo você será capaz de entender sobre os


aspectos linguísticos da tradução da língua inglesa para poder
compreender o processo de tradução e os aspectos das línguas em
relação ao texto de partida e ao texto de chagada, conseguindo
assim a perfeição no trabalho de tradução. Estas informações o
ajudarão de forma decisiva em sua profissão. E então? Motivado
para desenvolver esta competência? Vamos lá. Avante!

Figura 5: Key-old-flower

Fonte: Pixabay

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84 Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês

Os aspectos linguísticos da tradução é um tema que aborda


sobre o significado das palavras e seu posicionamento com
relação a elas, considerando-as como fato linguístico ou fato
semiótico.
Segundo Jakobson (1995) para o linguista como para
o usuário comum das palavras, o significado de um signo
linguístico não é mais que sua tradução por um outro signo que
lhe pode ser substituído, especialmente um signo “no qual ele
se ache desenvolvido de modo mais completo”, como afirmou
Peirce. Ex.: solteiro > homem não casado.
Segundo Roman Jackobson (2007), distinguimos três
maneiras de interpretar um signo verbal: ele pode ser traduzido
em outros signos da mesma língua, em outra língua, ou em outro
sistema de símbolos não verbais. Essas três espécies de tradução
devem ser diferentemente classificadas:
1. A tradução intralingual é chamada também de
reformulação ou rewording e consiste em interpretar os signos
verbais de modo a transpô-los em outros signos na mesma
língua, ou seja, parafrasear.

DEFINIÇÃO

Parafrasear é interpretar um texto com palavras próprias,


mantendo seu sentido original.

A tradução intralingual acontece, quando um texto ou livro


é traduzido para a mesma língua, mas na versão infantil, juvenil
como “Quem mexeu no meu queijo”, de Spencer Jonson M. D.;
Os Lusíadas, de Luís de Camões, A Cartomante, de Machado de
Assis entre outros.

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Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês 85

Segundo Roman Jackobson (1995), a tradução intralingual


de uma palavra utiliza outra palavra, mais ou menos sinônima, ou
recorre a um circunlóquio. Porém quando se refere à sinonímia
não significa a equivalência completa, pois “uma palavra ou um
grupo idiomático de palavras, em suma, uma unidade de código
do mais alto nível, só pode ser plenamente interpretada por
meio de uma combinação equivalente de unidades de código,
isto é, por meio de uma mensagem referente a essa unidade de
código”. Observe um exemplo: Toda mãe é mulher, porém nem
toda mulher é mãe”. Isso significa que toda mãe é mulher devido
aos atributos dados a ela, mas nem toda mulher é mãe, se assim
venha a decidir.
2. A tradução interlingual é a transposição de signos
verbais de um idioma a outro. É a tradução em si, como
tradicionalmente conhecemos.
3. A tradução intersemiótica, também chamada de
transmutação, é a transposição de um sistema de signos para
outro, verbais para não verbais e vice-versa, como ao adaptar
um livro para o cinema, por exemplo.
Com relação aos signos, (...) O fenômeno linguístico
apresenta perpetuamente duas faces que se correspondem e
das quais uma não vale senão pela outra.” (SAUSSURE apud
CARVALHO,2003, p. 61). Mas é a tradução intralingual, entre
dois idiomas diferentes, que tem sido tradicionalmente o foco
dos estudos em tradução.
Segundo Jakobson (1995), no nível da tradução
interlingual, não há comumente equivalência completa entre as
unidades de código, ao passo que as mensagens podem servir
como interpretações adequadas das unidades de código ou
mensagens estrangeiras. Para o autor, ao traduzir de uma língua
para outra, substituem-se mensagens em uma das línguas, não
por unidades de código separadas, mas por mensagens inteiras
de outra língua. Na sua visão, este tipo de tradução caracteriza-
se como uma forma de discurso indireto, no momento que o
tradutor recodifica e transmite uma mensagem recebida de outra
fonte, resultando, desta forma, em um processo de tradução

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86 Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês

que envolveria duas mensagens equivalentes em dois códigos


diferentes. A equivalência na diferença deveria tornar-se, assim,
o problema principal da linguagem e a principal preocupação da
Linguística.
Jakobson (1995) ainda argumenta que nenhum espécime
linguístico pode ser interpretado pela ciência da linguagem, sem
a tradução dos seus signos em outros signos pertencentes ao
mesmo ou a outro sistema. Para ele, em qualquer comparação
de línguas surge a questão da possibilidade de tradução de uma
para outra e vice-versa e enfatiza que a prática da tradução
interlingual requer atenção constante da ciência linguística.

DEFINIÇÃO

Signo linguístico é o resultado de convenções entre pessoas


de um determinado grupo de falantes, uma comunidade, que
determina para cada elocução de voz ou conjunto de letras
um significado. Os signos são compostos pelo significado que
é a contextualização do som ou da representação escrita que
é o significante. Significante são os fonemas ou as letras e o
significado é a ideia ou o conceito. Observe a imagem que
contextualizará sua compreensão:

Figura 4: Estrutura do signo linguístico

Signo
Significado Significante
(Fonemas e letras) (ideias e conceitos)
SOL-TEI-RO Aquele que não se casou.
Fonte: A autora

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Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês 87

Jakobson (1995, p. 67) contraria, assim, o pensamento


dogmático de alguns tradutores de que não há possibilidade
de tradução, afirmando que “pura e simplesmente qualquer
signo pode ser traduzido num outro signo”. Evidencia-se, neste
posicionamento, que “a faculdade de falar determinada língua
implicaria a faculdade de falar acerca dessa língua” (1995, p
67), uma verdadeira operação metalinguística que permitiria
revisar e redefinir o vocabulário empregado. Em sua concepção,
toda experiência cognitiva pode ser traduzida e classificada
em qualquer língua existente. Se acaso houver dificuldades
de tradução, a terminologia poderá fazer empréstimos, calcos,
neologismos, transferências semânticas ou circunlóquios. Outro
item a comentar é que mesmo na ausência de determinados
processos gramaticais, na linguagem para a qual se traduz, há
a possibilidade de tradução literal da totalidade da informação
conceitual contida no original. Por esta perspectiva, torna-
se evidente que, quanto mais rico for o contexto de uma
mensagem, mais limitada será a perda de informação. Sendo
assim, as línguas diferem essencialmente naquilo que devem
expressar e não naquilo que podem expressar. Em relação a sua
função cognitiva, salienta Jakobson (1995), a língua depende
muito pouco do sistema gramatical, porque a definição de
nossa experiência está numa relação complementar com as
operações metalinguísticas, “o nível cognitivo da linguagem
não só admite, mas exige a interpretação por meio de outros
códigos, a recodificação, isto é, a tradução” (JAKOBSON, 1995,
p. 70). É importante atentar-se ao comentário final de Jakobson
(1995, p. 70) referente à tradução intra e interlingual, a saber: “a
definição semiótica do significado de um símbolo como sendo
sua tradução em outros símbolos tem aplicação eficaz no exame
linguístico” dessas modalidades de tradução, e tal abordagem,
em sua função cognitiva, depende pouco do sistema gramatical,
especificamente porque nossa experiência está numa relação
complementar com as operações linguísticas.

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88 Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês

De acordo com o autor Chesterman os significados em


contexto de tradução são, na verdade, mutáveis, apresentam
deslizes, nunca são originais; são sempre relativos. Esta
afirmação ilumina a visão da tradução numa visão funcional,
descritiva, que vai além da estrutura, significado e propósito
imediatos do texto original, sem foco em estruturas linguísticas.
Chesterman (1997) aponta duas classes de estratégias como sendo
principais: ‘estratégias de redução’, que mudam ou reduzem a
mensagem de alguma forma, e ‘estratégias de realização’, que
buscam preservar a mensagem mudando o meio, tal como o
uso de paráfrase, aproximação, reestruturação, etc. Segundo
Chesterman (1997), a estratégia é um processo que oferece uma
solução para um problema de tradução através de manipulação
textual explícita, e a taxonomia de estratégias de tradução do
autor (ibid., p. 92), está dividida em três grupos:

Estratégias Sintáticas:
G1:Tradução Literal - o mais próximo possível da estrutura
gramatical do texto de origem;
G2:Empréstimo- calque, escolha deliberada e não
inconsciente;
G3:Transposição- qualquer mudança de classe de palavra,
de substantivo para verbo; de adjetivo para advérbio;
G4:Deslocamento de Unidade - uma unidade do texto de
origem (morfema, palavra, frase, oração, sentença, parágrafo)
traduzida como uma unidade diferente no texto de chegada;
G5:Mudança Estrutural da Frase - uma série de mudanças
no nível da frase, incluindo número, exatidão e modificação na
oração substantiva, pessoa, tempo e modo verbal;
G6: Mudança Estrutural da Oração Mudanças na estrutura
da oração em si tratando de suas frases constituintes;

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Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês 89

G7: Mudança Estrutural de Período Está relacionada à


estrutura da unidade da sentença;
G8: Mudança de Coesão Está relacionada à referência
intratextual, elipse, substituição, pronominalização e repetição;
ou o uso de conectores de vários tipos;
G9: Deslocamento de Nível - o modo de expressão de um
determinado item muda de um nível (fonológico, morfológico,
sintático e lexical) para outro;
G10: Mudança de Esquema- tipos de mudanças que
tradutores incorporam na tradução de esquemas retóricos, tais
como paralelismo, repetição, aliteração, ritmo, métrica, etc.

Estratégias Semânticas
S1: Sinonímia Seleciona não o equivalente óbvio, mas um
sinônimo ou um termo ‘quase-sinônimo’;
S2: Antonímia O tradutor seleciona um antônimo e
combina com um elemento de negação;
S3: Hiponímia Mudanças na relação hiponímica;
S4: Conversão Pares de estruturas (geralmente) verbais
que expressam a mesma ideia, mas de pontos de vista opostos,
tal como ‘comprar’ e ‘vender’;
S5: Mudança de Abstração Uma seleção de nível de
abstração diferente, podendo variar de abstrato para mais
concreto ou de concreto para mais abstrato;
S6: Mudança de Distribuição Mudança na distribuição dos
‘mesmos’ componentes semânticos para mais itens (expansão)
ou menos itens (compressão);
S7: Mudança de Ênfase Acrescenta reduz ou altera a
ênfase ou foco temático, por uma razão qualquer;
S8: Paráfrase Resulta em uma versão do texto de chegada
que pode ser descrita como distante do texto de origem; em

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90 Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês

alguns casos até sem tradução. Componentes semânticos no


nível do lexema tendem a ser ignorados, favorecendo a ideia
pragmática de alguma outra unidade, como por exemplo, uma
oração inteira;
S9: Mudança de Tropos Tradução de tropos retóricos (ex.
expressões figurativas);
S10: Outras Mudanças Semânticas Incluindo outras
modulações de vários tipos, tais como a mudança de sentido
(físico) ou direção dêitica.

Estratégias Pragmáticas
Pr1: Filtro Cultural “também tratada como naturalização,
domesticação ou adaptação”;
Pr2: Mudança de Explicitação “mais direcionada à
informação explícita, ou mais direcionada à informação
implícita”;
Pr3: Mudança de Informação “adição de nova informação
considerada relevante ao texto de chegada, mas que não está
presente no texto original; ou a omissão de informações presentes
no texto original consideradas irrelevantes”;
Pr4: Mudança Interpessoal “altera o nível de formalidade,
o grau de emotividade e envolvimento, o nível de léxico técnico
e assim por diante: o que quer que envolva mudança na relação
entre texto/autor e o leitor.” Pr5: Mudança de Elocução “ligada
a outras estratégias: Mudança do modo verbal do indicativo para
o imperativo, mudança de afirmação para pedido”;
Pr6: Mudança de Coerência “organização lógica da
informação no texto, no nível ideacional”;
Pr7: Tradução Parcial “qualquer tipo de tradução parcial,
tais como tradução resumida, transcrição, tradução apenas de
sons e assim por diante”;

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Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês 91

Pr8: Mudança de Visibilidade “mudança na presença de


autoria; ou a inclusão evidente ou em primeiro plano da presença
tradutória. Por exemplo, notas de rodapé do tradutor, comentários
entre chaves; ou comentários adicionais explícitos”;
Pr9: Reedição “a reedição às vezes radical que tradutores
precisam fazer com relação a textos originais mal escritos”;
Pr10: Outras Mudanças Pragmáticas Mudanças no layout
do texto, por exemplo; ou na escolha dialetal.
Espero que tenha aproveitado o estudo e compreendido
sobre os aspectos linguísticos da Tradução da Língua Inglesa.
E então? Você gostou deste estudo? Aprendeu tudo sobre
os pronomes relativos? Agora, para temos certeza de que você
aprendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo
o que vimos. Nesta unidade, você aprendeu sobre os aspectos
linguísticos da Tradução da língua inglesa acerca das categorias
de tradução de Jakobson (1958) como intralingual: interpretação
de signos verbais através de outros signos da mesma língua;
interlingual: interpretação de signos verbais através de
outra língua e intersemiótica: tradução ou ‘transmutação’ –
interpretação de signos verbais através de sistemas de signos não-
verbais. Ele apresenta uma proposta de categorias de tradução
que vão além da tradução de textos verbais de uma língua para
outra, sugerindo a prática de tradução dentro da mesma língua,
com uso de paráfrase, por exemplo. Você também aprendeu
que o autor Chesterman (1997) os significados em contexto de
tradução são mutáveis, apresentam deslizes, nunca são originais;
são sempre relativos. E apresenta o conceito e a e a taxonomia de
estratégias de tradução em sintáticas, semânticas e pragmáticas.
Parabéns! Chegamos ao final de mais uma leitura. Mas
não se preocupe, porque teremos muito mais informações e
curiosidades na arte de traduzir na língua inglesa nas próximas
produções.
Até breve!

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03
UNIDADE

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94 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

INTRODUÇÃO
Vamos iniciar nossos estudos da disciplina de “Oficina
de tradução, versão e interpretação em inglês”. Vamos abordar
os conceitos de tradução e Interpretação e suas diferenças bem
como incorrer sobre a tradução literária e científica na língua
inglesa que o ajudarão no processo tradutório, propiciando a
interpretação em vários níveis. Vamos ainda compreender a
teoria e a prática da tradução e da interpretação na língua inglesa
e suas respectivas estratégias. Estas estratégias são de extrema
importância para construir o processo tradutório em inglês.
Ainda, vamos conhecer a história da tradução e os conceitos de
linguística aplicada à tradução na língua inglesa sem deixar de
lado os aspectos éticos que concernem o tradutor profissional.
Agora você vai mergulhar nesse universo. Bom estudo!

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 95

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 03. Nosso objetivo
é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências

1
profissionais até o término desta etapa de estudos:

Entender os conceitos relacionados à interpretação


e suas características na língua inglesa;

2 Discutir sobre a história da interpretação e sua


contextualização para a língua inglesa;

3 Compreender a definição de versão e de adaptação


e distinguir a diferença entre elas na língua inglesa;

4 Compreender o estudo semântico na tradução da


língua inglesa.

Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo ao


conhecimento? Ao trabalho!

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96 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

Introdução à Interpretação

OBJETIVO

Ao término deste capítulo você será capaz de entender o que


vem a ser a interpretação em língua inglesa, suas principais
características, suas modalidades e as particularidades do
profissional de interpretação, o intérprete. Isto será fundamental
para o exercício de sua profissão, uma vez que a interpretação
em inglês oferece inúmeras possibilidades profissionais. Estas
informações o ajudarão de forma decisiva em sua profissão. E
então? Motivado para desenvolver esta competência? Vamos lá.

Figura 1: Microphone talk conference

Fonte: Pixabay

Você lembra sobre a diferença entre a tradução e a


interpretação? Vamos relembrar!
Como foi visto na primeira unidade, quando realizado na
forma escrita, denominamos o processo “tradução” ou “versão”

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 96 05/10/2021 17:35:16
Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 97

e na forma oral, a tradução leva o nome de “intepretação” e é


feita por um intérprete. Não é muito incomum que a tradução e a
interpretação sejam feitas por profissionais diferentes, mas isso
não é uma regra. Alguns tradutores também são intérpretes. Veja
com detalhes o conceito de Interpretação.

Conceito
A interpretação é a conversão de um discurso oral de uma
língua fonte ou língua de partida para uma língua alvo ou de
chegada. O intérprete tem de dominar muito bem as duas línguas
envolvidas no processo, com os diversos componentes culturais
pertinentes a ambas, do texto de partida e do texto de chegada
com o domínio da língua em sua variante oral.
O intérprete recebe toda a mensagem original em forma
oral e precisa ter um excelente domínio da variante oral da língua
de partida, atentando-se pelas sutilezas de pronúncia, nuances
de entonação, de formas de expressão oral, compreendendo
diferentes variantes regionais do idioma estrangeiro falado
por pessoas que falam o idioma como língua estrangeira e não
materna como é o caso da língua inglesa falada por diversos
estrangeiros.
O intérprete é um profissional que deve ser capaz de
compreender e expressar ideias relacionadas às mais diferentes
áreas de conhecimento como: medicina, engenharia, geografia,
e outras, pois desempenha sua profissão sobre diversas temáticas
em palestras, seminários, colóquios e outros.
A diferença básica entre a tradução e a interpretação é a
possibilidade de retomada do texto na tradução, fato que não ocorre
na interpretação dada à rapidez imediata da demanda em tempo
real. Além disso, na interpretação o profissional precisa conhecer
as nuances e variações de pronúncia, entonação, regionalismo e
léxico (sobretudo intérpretes que trabalham com o inglês que
é usado por muitos falantes não nativos, gerando variações).

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98 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

Outras semelhanças entre a tradução e a interpretação é o fato


dos profissionais precisarem compreender e expressar ideias nas
mais diferentes áreas para que seja produzido um texto oral ou
escrito eficaz para seus leitores e ouvintes. É por esse motivo
que existem os tradutores e intérpretes de especialidade, para a
área médica, técnica, literária, etc. É importante ressaltar que
tanto o tradutor quanto o intérprete devem manter-se atualizados
no desenvolvimento constante das áreas de conhecimento com
as quais trabalham.
A função básica do intérprete é transferir todos os elementos
semanticamente relevantes, intenção e sensações atribuídos à
mensagem do falante da língua original para os destinatários do
idioma-alvo.
Sendo assim, sempre que a tradução é feita na forma
oral, temos a interpretação, feita pelo profissional intérprete. As
duas profissões, a do intérprete e a do tradutor são relacionadas,
mas diferentes. Em ambos os casos temos a necessidade de
transposição da barreira linguística, como profissionais “ponte”,
mas um para a forma escrita e outro para a linguagem oral.
Você sabe quais são as modalidades de interpretação na
tradutologia? Vamos estudar agora!

Modos de Interpretação
A interpretação pode ser desenvolvida de duas maneiras
Fala-se, em linhas gerais, em dois modos de interpretação:
consecutiva e simultânea (AIIC, s.d.; Child, 1992; Jones, 1998;
Seleskovitch, 1978), aos quais o autor acrescenta um terceiro –
intermitente – que tem características diferentes dos outros dois,
como se verá a seguir.
1. Interpretação consecutiva

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 99

Figura 2: Interpretação consecutiva.

Fonte: Pixabay

A interpretação pode ser consecutiva, feita de forma


aberta junto com a pessoa que está sendo interpretada e junto ao
público que a ouve, como em uma reunião ou auditório. Nessa
modalidade, o intérprete ouve o que é dito pelo palestrante e este
faz uma pausa para que o intérprete possa traduzir o que foi dito
no idioma de origem.
Segundo Pagura (2003), na interpretação consecutiva,
as duas primeiras etapas ocorrem ao mesmo tempo e a terceira
(reexpressão) ocorrerá posteriormente, exigindo ainda mais
capacidade de retenção da informação. A capacidade de analisar
o conteúdo da mensagem, depreendendo os elementos de coesão
que “amarram” a sequência de pensamento do palestrante,
é uma habilidade fundamental para o intérprete. Uma vez
compreendida a mensagem, seu conteúdo terá de ser retido na
mente até o momento de ser expresso na língua de chegada,
respeitando-se as características desse idioma e dessa cultura.
(PAGURA, 2003)
Na interpretação consecutiva o emissor da mensagem é
interrompido por alguns minutos para que o intérprete tenha
tempo de fazer a tradução. Esta é uma técnica básica de tradução. O
emissor da mensagem fala e o intérprete é acionado em intervalos
de tempo para comunicar a tradução. Essa modalidade despende

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100 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

mais tempo de evento do que a simultânea, mas a simultânea por


sua vez, exige mais treino pelo tradutor. Além disso, a elocução
do emissor passa a não ter um fluxo tão natural na consecutiva
devido às interrupções, mas apresenta esta modalidade apresenta
uma precisão maior e não precisa de equipamentos e aparatos
técnicos especiais para a plateia e para o intérprete.
2. Interpretação simultânea
Figura 3: Cabine de interpretação

Fonte: Pixabay

A interpretação também pode ser simultânea, quando


o intérprete fica isolado em uma cabine e faz o trabalho de
interpretação por meio de microfones e fones de ouvido. Os
intérpretes (normalmente trabalham dois para possibilitar
o revezamento do ato tradutório) fica em uma cabine e
simultaneamente escutam o que o palestrante fala e traduzem
para a plateia que recebe a tradução por meio de fones de ouvido
simultaneamente à fala do palestrante.
Segundo Pagura (2003), o intérprete (simultâneo) tem
de ter a capacidade de concentrar-se no que está ouvindo a fim
de processar a informação na mesma hora e reexpressá-la na
língua-alvo, sem se descuidar da próxima unidade de sentido
sendo enunciada pelo palestrante imediatamente a seguir.

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 101

O processo é tríplice (ouvir/processar/expressar) e as três


etapas acontecem ao mesmo tempo.
Na interpretação simultânea a comunicação verbal é
traduzida simultaneamente, concomitantemente com a elocução
de voz do emissor. Esta modalidade requer mais treino por
parte do intérprete que escuta e fala quase ao mesmo tempo,
com um atraso de segundos e não conta com pausas do emissor
para que possa organizar ideias. Os intérpretes ficam em uma
cabine acusticamente isolada e suas vozes são transmitidas por
fones de ouvido aos receptores da mensagem. Esta modalidade
normalmente é usada para eventos maiores, com um número
grande de pessoas envolvidas, onde a apresentação não pode
sofrer pausas ou interrupções como na interpretação consecutiva.
3. Interpretação intermitente
A esta modalidade o autor Pagura (2003) diz que a
modalidade intermitente (ou sentence-by-sentence, ou ainda
ping-pong) não costuma ser estudada por pesquisadores da
área nem é utilizada por profissionais em eventos de caráter
internacional. É vista com mais frequência em reuniões nas quais
se pede a uma pessoa que fala as duas línguas, via de regra sem
qualquer treino em interpretação, para que se coloque ao lado de
um palestrante estrangeiro e traduza o que ele está dizendo. O
palestrante fala uma ou duas frases curtas e faz uma pausa a fim
de que suas sentenças sejam traduzidas para o idioma da plateia.
Esse processo centra-se basicamente na tradução das palavras
ditas, sem levar em conta diversos outros fatores importantes no
processo interpretativo, seja pela própria natureza da situação
ou pela falta total de treino da pessoa colocada na posição de
intérprete. (PAGURA, 2003)
Fique atento (a) para não confundir essa modalidade com
a de interpretação consecutiva, pois são diferentes.
Conforme Pagura (2003):

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102 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

“Podemos ainda nos referir a diversos tipos de


interpretação, em função de onde e quando ocorram
(Child, 1992). Os três modos mencionados antes
podem ocorrer em todas as situações a seguir.
Falamos em interpretação de conferências,
interpretação comunitária, interpretação em
tribunais, interpretação na mídia, interpretação
de acompanhamento ou ligação, interpretação
médica, entre outras. A terminologia ainda não
está consagrada em português, e é bastante comum
os intérpretes se referirem a escort interpreting
em inglês em vez de utilizarem interpretação de
acompanhamento.” (PAGURA, 2003:191)
Observe que a interpretação de acompanhamento “escort
interpreting” é feita por um intérprete que acompanha uma
pessoa ou um grupo de pessoa numa viagem, passeios turísticos,
visita à fábricas, e outros.
Existem outras modalidades de interpretação para que
conheçam, pois podem assim ampliar o campo de trabalho nesta
profissão.
4. Interpretación bilateral
É a interpretação que se dá em contextos com um número
reduzido de interlocutores, caracterizada por intervenções curtas
e dinâmicas.
5. Interpretação de conferências
Levada a cabo nos contextos mais ou menos formais
e delimitados: congressos, reuniões de alto nível, eventos de
imprensa, apresentações de livros, etc.
6. Interpretação social
Existem múltiplas denominações: facilita a comunicação
entre os serviços públicos nacionais e os usuários que não falam
a língua oficial do país.

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 103

7. Relé
É a técnica em que se reproduz um discurso original de
uma língua A → B e, posteriormente, outro intérprete reproduz
esse discurso em outra língua diferente às anteriores.
8. Equipe
A equipe por excelência é “a cabine”. Uma cabine é uma
infraestrutura que isola o intérprete do resto da sala e desde a que
este possa seguir a conferencia como mais um assistente.
9. Tomada de notas
É o sistema de apoio visual e simbólico utilizado sobre
tudo em tradução consecutiva para sintetizar as ideias que a
memória não pode armazenar.
10. Interpretação sussurrada (Chuchotage)
É a técnica de interpretação em que o intérprete se situa
perto de seu cliente e reproduz o discurso na língua meta em voz
baixa.
11. Interpretação oficial
É o tipo de interpretação que se realiza por um profissional
habilitado e autorizado a dar fé pública, seus serviços são
solicitados em tribunais, setores públicos ou policiais. Esta
atividade pode ser realizada pelos tradutores públicos ou oficiais
em países como Brasil, Colômbia, Argentina etc.
É importante também abordarmos sobre o intérprete
linguístico, pois tem sido muito requisitado não só em
Conferências, mas também em emissoras de Televisão e eventos
variados nacionais e internacionais.

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104 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

O intérprete linguístico

Figura 4: Língua Brasileira de Sinais

Fonte: Pixabay

O intérprete linguístico é a pessoa que realiza a


interpretação, estabelecendo a comunicação entre duas pessoas
ou dois grupos de pessoas que não falam o mesmo idioma,
viabilizando de forma consecutiva ou simultânea a comunicação
da mensagem. Essa comunicação pode ser verbal, no caso de
idiomas na forma oral ou pode envolver a prática não verbal no
caso dos intérpretes de libras. De toda forma, a interpretação é uma
mediação da comunicação que consiste em fazer a transmissão
de um discurso oral em outro ou em gestual, no caso de libras.
A interpretação também é objeto dos estudos de tradução. A
interpretação facilita a comunicação das partes envolvidas no
ato comunicativo, a partir de uma forma de linguagem para sua
equivalente.
Você sabia que seguindo normas da ONU, os intérpretes
simultâneos podem atender eventos que duram 40 minutos e
caso o evento tenha duração mais longa, há o revezamento entre
dois intérpretes a cada 15 minutos. É por este motivo que em
grandes eventos há dois intérpretes na cabine.

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 104 05/10/2021 17:35:17
Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 105

A interpretação simultânea também se aplica à Língua


Brasileira de Sinais para pessoas com deficiência auditiva, na
modalidade não verbal.

SAIBA MAIS

Para você que queira ampliar o seu conhecimento e aprimorar


sua profissão em interpretação, seja o link abordando sobre a
Língua Brasileira de Sinais – LIBRA. https://bit.ly/2PHwPlO

Sempre é importante e imprescindível capacitar-se


profissionalmente, para que se tenha um amplo repertório na
área em que é especialista e certamente para as oportunidades
que surgem e surgirão ao longo do percurso profissional.
Muito bem! Você demonstrou que compreendeu e está
afiado para grandes desafios! Vamos lá!
Terminou a leitura do capítulo 1. Espero que tenha
compreendido tudo sobre a interpretação na língua inglesa.

RESUMINDO

E então? Você gostou deste estudo? Aprendeu tudo sobre os


pronomes relativos? Agora, para temos certeza de que você
aprendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o
que vimos. Nesta unidade, você aprendeu sobre a interpretação.
Você viu que a tradução verbal oral é a interpretação e o seu
profissional é o intérprete. E que o intérprete precisa da destreza

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 105 05/10/2021 17:35:17
106 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

RESUMINDO (CONTINUAÇÃO

oral, do conhecimento das línguas, da capacidade de concentração,


de análise e de memória, exigida para o intérprete, porque o
processo é tríplice (ouvir/processar/expressar) e as três etapas
acontecem ao mesmo tempo, transferindo todos os elementos
semanticamente relevantes, intenção e sensações atribuídos à
mensagem do falante da língua original para os destinatários
do idioma-alvo, sendo assim a função básica do intérprete.
Viu também as modalidades de interpretação, destacando as
mais comuns: a simultânea e a consecutiva. Nesta o emissor
da mensagem é interrompido por alguns minutos para que o
intérprete tenha tempo de fazer a tradução, sendo uma técnica
básica de tradução. Já a interpretação simultânea, a comunicação
verbal é traduzida simultaneamente, concomitantemente com a
elocução de voz do emissor.

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 107

A História da Interpretação

OBJETIVO

Ao término deste capítulo você será capaz de entender como


iniciou o processo de interpretação no mundo até nos dias
atuais. Você conhecerá a história da interpretação de forma
geral e específica da língua inglesa. Conhecer como iniciou o
processo de interpretação no mundo e especialmente da língua
inglesa é fundamental para o aperfeiçoamento do estudante e
do profissional de tradução. Estas informações o ajudarão na
compreensão da área de tradução e interpretação. E então?
Motivado para desenvolver esta competência? Vamos lá.

Figura 5: Globe World Languages

Fonte: Pixabay

Para o estudo da interpretação é importante conhecer e


revisar o processo histórico do desenvolvimento da interpretação
no mundo, e em especial ao estudo da história da tradução oral, a
interpretação no mundo e da língua inglesa.

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108 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

A história da Interpretação
O processo tradutório é uma das atividades mais antigas da
existência humana e é através da história que podemos conhecer
as traduções escritas e faladas que tiveram um papel fundamental
na comunicação entre os seres humanos, propiciando o acesso
a textos importantes, bem como o acesso às diversas culturas.
A tradução oral é muito mais antiga que imaginamos,
sendo uma atividade destinada a possibilitar a comunicação
entre pessoas ou povos que pertenciam a distintas comunidades
linguísticas, havendo exemplos de seu uso nos diversos impérios
da Antiguidade em expedições militares, situações religiosas e
reuniões diplomáticas.

Da Antiguidade até a atualidade


“A figura do intérprete já era relatada na Grécia Antiga e
no Império Romano, não tendo o seu trabalho sofrido grandes
alterações ao longo dos séculos, nomeadamente na Idade Média
e na época da expansão europeia. Esta situação manteve-se até
à Conferência de Paris, em 1919, altura em que os políticos
começaram a querer falar outras línguas e não apenas a língua
da diplomacia, ou seja o francês. Estava assim aberto o caminho
para o multilinguismo.” AP/PORTUGAL (2012)
Desde a Antiguidade o processo tradutório, em relação
à interpretação, tinha o seu espaço não muito divulgado, mas
preciso em determinadas situações que demandavam o serviço
do intérprete.
Observe a linha do tempo na figura abaixo e acompanhe
com os fatos históricos relacionados à Interpretação:

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 109

Figura 6: Linha do Tempo da História da In+terpretação.

Fonte: Adaptado pelo autor de AP/PORTUGAL (2012).

“O primeiro documento que o atesta data do 3º milénio


A.C. Trata-se de um baixo-relevo egípcio no túmulo de um
príncipe que faz referência a um supervisor de intérpretes.
Outras fontes do Antigo Egito indicam que esta atividade estava
essencialmente ligada à Administração Pública.
Outras civilizações antigas, como por exemplo a Grécia
ou o Império Romano, referem a existência de intérpretes,
mas desta vez ligados às mais diversas áreas: administração,
comércio, religião e exército.” AP/PORTUGAL (2012).
Observe que a figura do intérprete na Antiguidade de
forma geral estava ligada à administração e ao comércio.
A atividade do intérprete vai ser muito mais requerida na
Idade Média em outras áreas como na Igreja, no comércio e nas
expedições militares.
“Os intérpretes continuaram a sua atividade ao longo de
toda a Idade Média em mosteiros (onde havia monges de todas
as nacionalidades), em concílios (acompanhando pregadores
a terras longínquas), em sinagogas (traduzindo a Torá em voz
alta), em expedições comerciais, em incursões militares e em
contatos diplomáticos.” AP/PORTUGAL (2012).

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110 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

É importante compreender que a língua mais requisitada


na interpretação é o francês por um longo período da história,
dando ênfase ao idioma inglês na Primeira e Segunda Guerras
Mundiais.
“Na Europa, o francês tinha substituído o italiano como
língua da diplomacia e das classes cultas, levando assim a uma
redução da necessidade de intérpretes. Essa situação manteve-
se até à Conferência de Paris, em 1919, altura em que os
negociadores, essencialmente políticos, começaram a rejeitar
essa língua franca da diplomacia e a querer falar nas suas línguas
de origem.” AP/PORTUGAL (2012).
É muito importante ressaltar sobre as duas modalidades de
interpretação mais usadas ao longo da história da interpretação:
a interpretação simultânea e consecutiva e o aperfeiçoamento ao
longo dos tempos.
“O desenvolvimento dos contatos de alto nível entre as
nações e a criação de grandes organismos internacionais levaram
ao nascimento de uma nova forma de Interpretação, a Interpretação
Simultânea. A Interpretação Consecutiva significava que o tempo
despendido nas negociações tinha que ser multiplicado pelo
número de línguas para as quais cada intervenção era traduzida,
o que tornava o processo demasiado moroso. Assim sendo, os
EUA e a União Soviética desenvolveram, quase em paralelo,
um sistema complexo de cabos, microfones e auscultadores
para ligar o orador ao intérprete e este último aos ouvintes.
Inicialmente, os intérpretes mostraram-se reticentes em relação
a este equipamento, pois receavam ter que reproduzir o discurso
do orador palavra a palavra, sem terem tempo para refletir
sobre o conteúdo ou procurar a formulação mais elegante.” AP/
PORTUGAL (2012).
Em relação ao uso e à aceitação da Interpretação
Simultânea é relevante ressaltar sua importância e avanço nos
Julgamentos de Nuremberga, acontecido na União Soviética e
nos Estados Unidos, julgamentos dos líderes nazistas alemães

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 111

pelos ganhadores da Segunda Guerra Mundial, Estados Unidos,


Inglaterra, União Soviética e França. Esse julgamento teve um
longo período e aconteceu em quatro línguas principais: inglês,
russo, francês e alemão.
“Apesar destas hesitações, a Interpretação Simultânea
desenvolveu-se e começou a ser utilizada em algumas conferências
internacionais. Mas foi com os Julgamentos de Nuremberga que
a Interpretação Simultânea foi definitivamente aceita, pois era
importante que esse processo, politicamente tão urgente, não
se arrastasse mais do que aquilo que a opinião pública podia
suportar. A partir desse momento, a Interpretação Simultânea
impôs-se não só nas grandes instituições internacionais como a
ONU ou a UE, mas também no mundo dos negócios e da cultura,
onde se recorre cada vez mais a este tipo de Interpretação.” AP/
PORTUGAL (2012).

ACESSE

A versão fílmica dos Julgamentos de Nuremberga e observe o


trabalho dos intérpretes no julgamento: https://bit.ly/2CeLkKw.

A Interpretação em Língua Inglesa


É importante compreender o percurso da Interpretação
em língua inglesa, vimos que se deu ênfase ao idioma inglês no
período das duas grandes Guerras Mundiais e se prolonga até os
dias atuais como uma das principais em eventos tanto nacionais
quanto internacionais.
De acordo com Pagura (2003):

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112 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

“Até o final da Primeira Guerra Mundial, a língua


de comunicação entre as nações, em discussões
e tratados diplomáticos, era sempre o francês,
até então considerada a língua diplomática por
excelência, na qual todos os representantes
governamentais costumeiramente se expressavam
em suas negociações. A Primeira Guerra Mundial
e seu resultado põem em destaque um novo ator
no cenário global: os Estados Unidos da América.
Com isso, o inglês passa a ser adotado em
conferências internacionais, ao lado do francês,
a princípio por exigência do presidente Woodrow
Wilson, dos Estados Unidos, e de Lloyd George,
primeiro-ministro inglês, nas Conferências de Paz
de Paris, realizadas em 1919, a fim de negociar as
condições do Tratado de Versalhes e da criação
da Liga das Nações – elementos fundamentais
do mundo do pós-guerra, ou melhor, do período
entre as duas guerras mundiais, de 1919 a 1939.”
(PAGURA, 2003 p.192)
No fragmento abaixo destaca-se o surgimento dos
primeiros profissionais da interpretação destacando o uso das
línguas francesa e inglesa.
Desse modo (PAGURA, 2003):
“Com o uso real de duas línguas de trabalho
– inglês e francês – nesse contexto, surgem os
primeiros intérpretes profissionais, que vieram a
se tornar famosos por sua atuação na interpretação
consecutiva, na sede da Liga das Nações, em
Genebra, na Suíça. Entre esses pioneiros da
profissão incluem-se Jean Herbet, os irmãos George
e André Kaminker, Constantin Andronikof, entre

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 112 05/10/2021 17:35:17
Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 113

outros. Nenhum desses intérpretes teve qualquer


formação para atuar como profissional, uma vez
que tal formação simplesmente não existia. Eram,
no entanto, pessoas de amplo conhecimento
geral e excelente domínio do francês e do inglês
(além do de outros idiomas). Sua atuação na
Liga das Nações se tornou lendária, por atuarem
na modalidade consecutiva em discursos que se
alongavam por mais de uma hora, sem qualquer
pausa.” (PAGURA, 2003 p.192-193)

Figura 7: Interpretação simultânea e interpretação consecutiva

Figura 7: Interpretação simultânea e interpretação consecutiva

É no período das duas grandes guerras mundiais que há


um avanço maior na interpretação em relação às modalidades de
interpretação simultânea e consecutiva. Veja o que cita o autor
Pagura:

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114 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

“Ainda no período entre as duas guerras mundiais,


começam as primeiras experiências e tentativas
relacionadas à interpretação simultânea. Essas
experiências se deram, sobretudo, no âmbito
da Organização Internacional do Trabalho,
organização pertencente à família de organizações
da Liga das Nações e que existe hoje em dia no
âmbito das organizações da ONU. Também com
sede em Genebra, na Suíça, essa organização
reunia líderes sindicais e empresários de diversos
países do mundo, muitos deles falantes de idiomas
diferentes do inglês e do francês, e sem domínio
de qualquer língua estrangeira. Nesse contexto, a
interpretação consecutiva se torna extremamente
demorada, uma vez que um discurso feito em
uma língua tem de ser traduzido para diversas
outras, uma de cada vez. Foi dessa necessidade
de economia de tempo que surgiu a ideia da
interpretação simultânea, já nos anos de 1924 e
1925.” (PAGURA, 2003 p.193)
A seguir veremos o relato de Baigorri-Jalón (2000) sobre
como a interpretação consecutiva foi desenvolvida com técnicas
que aperfeiçoaram a modalidade de interpretação mais comum
nos eventos internacionais.
“De acordo com o relato de Baigorri-Jalón (2000), que
toma por base os arquivos originais da Liga das Nações e
da OIT, já em 1924 e novamente em 1925, o comerciante e
filantropo americano Edward Filene entrará em contato com Eric
Drummond, secretário-geral da Liga das Nações, oferecendo-
se para financiar a pesquisa e construção de um sistema que
viesse a economizar o tempo despendido com as interpretações
consecutivas na Liga das Nações e proporcionar a oportunidade
de debates mais imediatos.

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 115

Em 1925, Drummond nomeou um comitê para analisar


a questão, que acabou não sendo favorável ao experimento,
também rejeitado pelos intérpretes consecutivos atuantes
na Liga das Nações. Filene levou sua ideia à OIT, que foi
mais receptiva. Como não tinha os conhecimentos técnicos
necessários, associou-se ao professor inglês Gordon-Finlay, que
se encarregou das questões técnicas, com o financiamento de
Filene.
Assim, o sistema veio a ser conhecido como “sistema
Filene-Finlay para interpretação telefônica”. Uma vez que a OIT
não funcionava satisfatoriamente com os dois idiomas oficiais –
inglês e francês –, o sistema possibilitaria a interpretação para
um número infinito de idiomas, desde que houvesse intérpretes
e o equipamento necessário.
A primeira experiência, ainda em pequena escala, feita
na Conferência Internacional do Trabalho em 1925, foi bem
avaliada por Caldwell e se repetiu na Conferência Internacional
do ano seguinte. Em ambos os casos, o sistema dependia
de uma transcrição estenográfica feita do original, que era a
seguir traduzida pelo intérprete. Não se tratava, ainda, do que
se veio a experimentar mais tarde, a saber, o sistema como
o conhecemos hoje, em que o intérprete ouve o original e
interpreta diretamente do que ouviu, sem qualquer transcrição.
Caldwell chegou à conclusão de que o intérprete deveria ouvir o
orador perfeitamente e que a velocidade do orador não deveria
ser excessiva.” (PAGURA, 2003:194)
Veja como surgiu a ideia da cabine para a interpretação
simultânea. “Já em 1926, o intérprete Rabinovitch, que viria a
ser um dos pioneiros da ONU, havia experimentado interpretar
sem o auxílio da estenografia. Outro intérprete que participou
do evento, Kouindjy, sugeriu também que deveria haver uma
maneira de se isolar acusticamente o intérprete, para que seu
microfone não captasse a voz do orador principal, sem que o

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116 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

intérprete deixasse de ver e, é claro, ouvir o orador. Estavam


lançadas assim, em 1926, as ideias que viriam a influenciar
todo o sistema de interpretação simultânea posteriormente.
(PAGURA, 2003)
Após esses experimentos bem-sucedidos, Filene ofereceu
mais 5 mil dólares não só para o aprimoramento técnico do
sistema, mas também para que se criasse uma espécie de curso
de treinamento na OIT. O sistema foi usado mais uma vez e,
pela primeira vez, se descartou a consecutiva entre os idiomas
oficiais inglês e francês em algumas sessões da Conferência
Internacional da OIT, em 1927, ficando assim demonstrada a
enorme economia de tempo proporcionada pelo sistema. Com
base apenas na intuição dos organizadores, o curso lançou as
bases para os futuros programas de formação de intérpretes: o uso
de discursos verdadeiros de conferências anteriores, progressão
do nível de dificuldade dos discursos, interação crítica entre os
participantes e seleção final mediante interpretação para uma
banca avaliadora. (PAGURA, 2003:195)
A implantação de outros idiomas na interpretação
simultânea ganha estabilidade e espaço para a interpretação
consecutiva na Organização Mundial do Tabalho (OIT), confira
o trecho a seguir.
“Em 8 de junho de 1928, ao se iniciarem as sessões
plenárias da Conferência Internacional do Trabalho, o sistema
entrou em operação com inglês, francês, alemão e espanhol, que
funcionaram durante toda a conferência. Em diversas ocasiões,
acrescentaram-se ainda o sueco, o holandês e o japonês, além do
alemão já utilizado no ano anterior. Durante quatro dias, eliminou-
se totalmente a consecutiva “oficial” entre o inglês e o francês.
Nos demais dias, manteve-se a consecutiva para os dois idiomas
oficiais e se interpretou, a partir da interpretação consecutiva,
para os demais idiomas não oficiais mencionados acima. O
sistema foi adotado oficialmente pela Organização Internacional

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 116 05/10/2021 17:35:17
Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 117

do Trabalho após essa conferência de 1928. Para o ano seguinte,


foram feitas diversas melhorias técnicas e, conforme os arquivos
da OIT citados por Baigorri-Jalón (2000, p.190), os intérpretes
já estavam mais familiarizados com a técnica necessária para a
simultânea, que ainda se chamava “telefônica”, devido ao uso
de fones de ouvido, semelhantes aos usados por telefonistas na
época”. (Pagura, 2010)

RESUMINDO

E então? Você gostou deste estudo? Aprendeu tudo sobre os


pronomes relativos? Agora, para temos certeza de que você
aprendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo
o que vimos. Nesta unidade, você aprendeu sobre o percurso
histórico da interpretação mundial e o da língua inglesa. Você
estudou que a história da interpretação está relacionada às
modalidades de interpretação simultânea e consecutiva e viu
os investimentos para aprimorar as técnicas da interpretação
simultânea nos eventos internacionais como o da ONU e o da
OIT. Espero que tenha aproveitado e compreendido essa leitura!
Até mais!

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118 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

A versão e a adaptação na língua inglesa

OBJETIVO

Ao término deste capítulo você será capaz de entender o que


é a versão e a adaptação da língua inglesa, suas semelhanças
e diferenças e suas particularidades, sendo de fundamental
importância para o exercício de sua profissão, uma vez que
a tradução em inglês pode oferecer imensas possibilidades
profissionais. E então? Motivado para desenvolver esta
competência? Vamos lá. Avante!

Figura 8: Key-old-flower

Fonte: Pixabay

A Versão na Tradução
Compreenderemos a versão a partir da compreensão do
que é a tradução, a tradutologia, e como se organiza a abordagem
teórica metodológico na tradução, vamos dar início às análises

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 118 05/10/2021 17:35:17
Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 119

específicas dos diferentes tipos de tradução. A versão, segundo o


conceito da Real Academia Espanhola (RAE), é:
1. f. tradução (ação de traduzir).
2. f. Modo que tem cada um de referir um mesmo
evento.
3. f. Cada uma das formas que adota a relação de
um evento, ou texto de uma obra ou a interpretação
de um tema.
De maneira simplificada se pode afirmar que a versão é
o produto final da tradução quando o texto de saída na língua
original se traduz ao texto da língua meta, por exemplo: se a
língua materna do tradutor é o português, ele vai traduzir um texto
do espanhol ao português/ do inglês ao português/ do alemão
ao português, sempre da língua estrangeira à língua materna;
se ao contrário, é a tradução inversa, tema que se abordará
mais adiante. Agora veja como se realiza este processo, através
das teorias e enfoques que se aplicam no desenvolvimento do
processo da tradução, é que vai chegar a diferentes tipos de
tradução, ou trabalhos de tradução.
Figura 9: Traduzir.

Fonte: Pixabay

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120 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

Em sua obra, Teoria e prática da tradução, Valentin Garcia


Yebra reconhece três fases no processo da tradução. A tradução é
um processo mental que se desenvolve através de um ser humano
que vai reformular o escrito no Texto da Língua Original (TO)
a outro Texto na Língua Meta (TM), neste processo também há
a transferência de um contexto social a outro. Esta transferência
de contextos consiste essencialmente na compreensão do sentido
que transmite o TO para reformulá-lo com os meios e recursos
para o TM. O processo mental da compreensão de sentido a sua
reexpressão. A tradução é um processo mental interpretativo e
também um ato de comunicação e reformulação de um texto, isto
passa por dois processos compreender e expressar. O tradutor
tem então duas funções: ele é o receptor do texto original e é
o emissor de um novo texto (aqui ao mencionar “texto” nos
referimos aos diferentes tipos textuais traduzíveis). Entre estas
duas fases, há uma que se denomina fase intermediária que é
a não verbal ou desverbalização. A partir destes processos de
compreensão, desverbalização e reexpressão, se constata que
cada processo deste exige do tradutor (ou do estudante) possuir
determinadas competências e estratégias imprescindíveis para
resolver os problemas que ocorrem neste processo tão complexo
em função do método específico eleito segundo os dados que
tenha o tradutor (ou o estudante) de antemão. Para este trabalho
o tradutor deve desenvolver suas competências em diferentes
campos do saber e adotar um método de trabalho dedicado pela
adequação das mudanças de destinatários e suas características
específicas. Os métodos a que nos referimos aqui são os
mencionados na unidade 2, método interpretativo comunicativo,
método literal, método livre, método filológico.

O Processo de Tradução
Seguindo a interpretação de Yebra, a tradução tem três
etapas:

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 120 05/10/2021 17:35:17
Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 121

1. Compreensão: na fase de compreensão da tradução, se


decodifica o sentido do texto origem, numa atividade denominada
semasiológica (do grego, sema, sentido ou significado). Na fase
de expressão, se recodifica este sentido na língua meta.
2. Desverbalização: na etapa de desverbalização
(decodificação) do sentido do texto, o tradutor deve encontrar
em primeiro lugar os segmentos que compõem o texto original.
Deve estabelecer as unidades mínimas com sentido (Unidade de
tradução). O segmento pode ser uma palavra, frase ou inclusive
uma ou orações (por exemplo, um texto completo) no texto da
tradução.
3. Reexpressão: na etapa de reexpressão (recodificação)
na língua meta, o tradutor deve manter o sentido do segmento
original num segmento da língua meta, tendo em conta o
objeto da mesma. A reunião do segmento de origem com o
segmento meta se denomina unidade de tradução. Atrás deste
procedimento, sensível à primeira vista, se esconde uma
operação cognitiva complexa, é dizer o processo cognitivo da
tradução. Na tradução, para descodificar o sentido completo do
texto origem, o tradutor tem que interpretar e analisar todas suas
características de forma consciente e metódica. Este processo
requer um conhecimento profundo a gramática, semântica,
sintaxes e frases feitas ou similares da língua origem, assim
como da cultura de seus falantes. O tradutor deve contar também
com estes conhecimentos para recodificar o sentido na língua
meta.
De fato, isto soa ser mais importante para a tradução e,
portanto, mais profundos que os da língua origem. Os processos
da tradução seguem a mesma base, independente do tipo de texto
ou material que vai traduzir, existem alguns tipos de tradução
que vão prescindir de determinados tipos de conhecimento,
ou a forma de interpretação, é o caso da tradução literária por
exemplo.

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122 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

Vamos tratar agora de um dos tipos mais frequentes de


tradução que há no mercado atualmente, a adaptação.

A Adaptação na Tradução
De acordo com o que vimos sobre a versão, se torna mais
simples refletir sobre o que é a adaptação na tradução. Outra vez
veremos os conceitos na RAE:
Adaptar:
1. tr. Acomodar, ajustar algo a outra coisa.
2. tr. Fazer que um objeto ou mecanismo
desempenhe funções diferentes daquelas para as
quais foram construídas.
3. tr. Modificar uma obra científica, literária,
musical etc., para que possa expandir-se entre
público distinto daquele ao qual foi destinada ou
dar uma forma diferente da original. […]
Veja o exemplo abaixo:
 Imaginemo-nos diante de um ouvinte cuja língua
materna é diferente da nossa, ou ainda diante de uma criança
que tem códigos de linguagem diferentes dos adultos. Agora
bem, queremos lhe transmitir uma mensagem cuja linguagem
e informações são desconhecidas do ouvinte, o que fazemos?
Utilizamos diferentes estratégias que imaginamos ser inteligíveis,
seja por gestos, mímicas, sinais, ruídos para que a mensagem
chegue o mais claramente possível. Quando pensamos em um
texto fazemos o mesmo só que em forma de tradução, pensamos
no leitor-receptor e como ele conseguirá compreender o que TO
e seu autor quer transmitir.
A adaptação é uma ferramenta ou um procedimento
que utiliza o tradutor para fazer chegar a mensagem original
do texto que está traduzindo. Hurtado (2001) cita que é uma

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 122 05/10/2021 17:35:18
Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 123

“técnica por meio da qual se substitui um elemento cultural por


outro próprio da cultura receptora. Esta técnica é muito útil no
momento de traduzir anúncios publicitários, slogans etc., os
quais utilizam vários procedimentos da linguagem. Nestes casos,
o mais importante é o sentido da mensagem e não das palavras
que a compõem.” Além dos exemplos citados por Hurtado,
acrescentamos outros tipos de tradução que com frequência
requerem a adaptação de literatura infantil, das músicas, do teatro
musical, das traduções intralinguísticas dos clássicos da literatura
antiga, traduções interlinguísticas de obras literárias, traduções
intralinguísticas quando se trata de variantes linguísticas, como
o caso de diferentes países que falam a mesma língua, mas com
culturas diferentes.
Você sabe se podemos fazer a Adaptação em outros tipos
de Tradução?
Já não é possível fazer adaptação em traduções científicas,
manuais de equipamentos, e todas aquelas que requerem exatidão
e precisão na informação transmitida.
A adaptação como procedimento tradutivo figura no
Manual de tradução de Peter Newmark, e este o menciona como
de autoria de Vinay y Darbelnet.
Para Newmark “a adaptação, ou o uso de um equivalente
reconhecido entre duas situações, é um procedimento como
a equivalência cultural: Dear Sir = Prezado Senhor; Yours
faithfully = Com meus comprimentos.
O que acontece com este procedimento? Dada uma frase
na língua de origem ou de partida (inglês, nos exemplos acima),
há uma frase que “funciona” com o mesmo propósito na língua
meta ou língua de chegada. Se a traduzimos literalmente, muitas
vezes perde seu verdadeiro significado; o que há que buscar e,
para isso, há que refletir qual é a função dessa frase da língua de
partida, e claro há que esquecer das palavras que a compõem.

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 123 05/10/2021 17:35:18
124 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

Sabendo que um bom tradutor deve manter ao máximo


possível o texto original, a solução não se encontra em traduzir
palavra por palavra, senão que este deve ser capaz de transmitir
a essência da obra, a intenção do autor. Isto é importante, por
exemplo, nas obras literárias, nas que há numerosos protagonistas,
envolvidos por sensações, pensamentos, sentimentos, que o
tradutor deve fazer chegar ao leitor com a mesma intensidade
que seu autor original. Não se pode fazer palavra por palavra,
por isso se diz seguidamente que o tradutor deve ser primeiro
um grande leitor. Que seja capaz de perder-se nas entranhas da
obra, de ver a intenção do autor, de entender os personagens,
seus sentimentos, circunstâncias. Requer que o tradutor domine
a língua estrangeira, sua própria língua, a cultura ligada a ambas,
que saiba documentar-se, investigar, que saiba esperar.
A adaptação é um tema, e uma prática, que já há regenerado
muitos debates entre tradutólogos, linguistas, literatos, puristas
da língua, principalmente ao que se refere à tradução literária,
uns em defesa de manter o discurso e objeto de comunicação e
a intencionalidade da língua de saída à língua meta e outros por
considerar a importância da defesa do texto original ou autêntico
para que o próprio leitor seja o que faça o trânsito e a interpretação.
Este tipo de teorização é um tema de grande complexidade que
não o abordaremos neste curso, mas é importante ter em conta
das discussões que geram.

A versão – tradução inversa


Nesta parte proponho abordar alguns aspectos fundamentais
da modalidade da tradução inversa. Primeiramente vale a pena
mencionar que não é um tema muito desenvolvido como matéria
independente, muito menos tem muitas investigações e estudos
nesta área, portanto é um tipo de tradução que vejo a importância
de conhecê-la.

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 124 05/10/2021 17:35:18
Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 125

Amaioria de tradutores traduzem desde a sua língua materna,


tal e como opinam muitos acadêmicos, é a única maneira de
conseguir um texto realmente autêntico e com um sentido claro.
No entanto, em muitas faculdades de tradução e interpretação, as
aulas são ministradas em programas de tradução específicos da
língua estrangeira para a língua materna e vice-versa. Durante
muito tempo, e até hoje existe alguns estudos que se dedicam
a desaconselhar este tipo de tradução na prática e inclusive nos
cursos de tradução, como por exemplo García Yebra (1983, p.
348), que advertia nos anos oitenta “das limitações desta prática
e de sua falta de necessidade na Espanha: [...] resulta quase
impossível – a não ser em casos de bilinguismo total, e ainda
assim com certas limitações – que uma pessoa traduza de sua
própria língua com a mesma perfeição que de outra língua à sua.
Além disso, a tradução inversa seria na Espanha muito menos
útil que a direta”. Por outro lado, há autores que apontam como
uma prática real e que, dependendo dos países de onde se realiza
o trabalho de tradutor é imprescindível. Isabel Cómitre Narváez
(2003, p. 384) menciona que “Nos países germanofóbicos,
investigadoras como Snell-Hornby (1999), tem-se mostrado
favoráveis à tradução inversa.
Esta autora se expressa a respeito: os tradutores profissionais
– tanto na sua formação como na sua prática profissional –
devem traduzir tanto desde como a língua estrangeira”, esta
autora também defende esta prática translacional na Espanha, de
onde se comprova uma necessidade do mercado. Na Espanha,
especificamente, na União Europeia, esta área da tradução se
abre a diferentes temas e campos, porém é uma área de trabalho
crescente pela globalização que vivemos na atualidade.
No Brasil e na América do Sul, é um área que se pode
desenvolver nas temáticas como: economia, negócios, finanças,
comércio, gastronomia, cultura, turismo, mundo da empresa,
diversas técnicas (textos médicos, páginas web, blogs, por

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 125 05/10/2021 17:35:18
126 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

exemplo), teses, investigações, traduções oficiais (juradas),


interpretação etc., são abordadas indistintamente no mundo.
Atualmente, segundo Wimmer (2011, p.16) a tradução
inversa para a língua estrangeira é aplicada em:
Figura 10: mbitos de aplicação da tradução inversa.

Fonte: Adaptado pelo autor de Wimmer (2011, p.16).

Figura 11: mbitos de aplicação da tradução inversa.

Fonte: Adaptado pelo autor de Wimmer (2011, p.16).

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 127

Conselhos para fazer uma boa tradução


Traduzir desde um idioma diferente ao nosso não é uma
tarefa impossível se contarmos com boas fontes documentais e
um revisor nativo e atenção à:
1. Fidelidade ao texto original – tanto na tradução direta
como na inversa, o tradutor não deve de nenhuma maneira incluir
nada que não esteja no texto original nem tampouco omitir algo
que esteja no texto.
2. Redatar um texto final que respeite as tendências
da língua meta, quero dizer, para traduzir bem é fundamental
conhecer praticamente à perfeição o idioma desde ao qual
se traduz. Se nos apartarmos do TO, se evita cair nos erros
idiomáticos e em consequência se respeita às normas da LM.
Muita atenção aos falsos cognatos e aos estrangeirismos: os
falsos cognatos constituem um dos principais problemas do
tradutor, principalmente entre o português e o inglês, já que em
ocasiões caem na tentação de não comprovar as correspondências
e damos por feito o que parece evidente, mas que na realidade
não tem nada que ver. Isto sucede muito na tradução direta, mas
também na inversa. Ao traduzir do português, por exemplo, é
fácil cair no erro de crer que algumas palavras terminam em
-tion, simplesmente por ser terminações muito comum nesse
idioma. O caso dos estrangeirismos, porém está mais presente
na tradução direta. Na atualidade, existe uma tendência muito
pronunciada em relação ao uso de estrangeirismos, quando na
realidade há vocábulos em português que funcionam igual ou
melhor. É preferível usar o término da língua de destino se este
está estabelecido e geralmente aceito.
Segue um material muito bom sobre os falsos cognatos.
https://bit.ly/2CgelFP

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128 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

RESUMINDO

E então? Você gostou deste estudo? Aprendeu tudo sobre os


pronomes relativos? Agora, para temos certeza de que você
aprendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo
o que vimos. Nesta unidade, você aprendeu sobre a Teoria da
Tradução na Língua Inglesa e estudou especificamente as teorias
contemporâneas da tradução.
Parabéns! Chegamos ao final de mais uma leitura. Mas não se
preocupe, porque teremos muito mais informações e curiosidades
na arte de traduzir na língua inglesa nas próximas produções.
Até breve!

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 129

A Semântica na Tradução

OBJETIVO

Ao término deste capítulo você será capaz de entender sobre


a semântica, o significado dos signos linguísticos, suas
combinações e como estes conhecimentos são relevantes à
tradução, sendo de importância para o exercício de sua profissão.
E então? Motivado para desenvolver esta competência? Vamos
lá. Avante!

Figura 12: Foco-livro-palavra.

Fonte: Pixabay

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 129 05/10/2021 17:35:18
130 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

Nesta unidade trabalharemos sobre o significado dos signos


linguísticos e suas combinações e como estes conhecimentos são
relevantes à tradução porque estão vinculados ao significado,
sentido e interpretação das palavras, expressões ou símbolos.

Semântica
Neste estudo, vamos fazer um repasse geral da semântica
exemplificando com palavras que remetem à reflexão do cuidado
com a tradução, uma vez que a palavra em si tem diferentes
significados, além das interpretações que ganham dependendo
do contexto. A língua está formada por um conjunto de signos e
normas para utilizá-los, o signo linguístico se constitui de duas
partes. Veja a figura que segue:
O significante: é a sequência de fonemas ou de
letras que percebe o falante.
O significado: é a imagem psíquica que está
associada a um determinado significante.
A semântica é a disciplina que se ocupa do significado dos
signos linguísticos (a união do significante e do significado):
palavras, orações e textos (não estuda as unidades do nível
fônico, os fonemas e os sons, porque que não têm significado). O
estudo do significado, as palavras podem apresentar em muitas
situações ambiguidade sendo que depende tanto do contexto
linguístico como do extralinguístico. Por exemplos:
 “A menina mal-humorada reclamou de tudo”, pode
referir-se a uma pessoa de características próprias no contexto
positivo ou negativo, segundo ao que esteja referindo se a
menina é sempre mal-humorada, ou se naquele momento está
mal-humorada.
 “Corre!”, se dissermos a alguém: pode ser uma
orientação para que dê pressa; ou porque se cerca a algo perigoso
ou arriscado; ou para que pratique o esporte.

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 131

Pode-se dizer, que o contexto linguístico de uma palavra


constitui às outras palavras que a rodeiam.
Você conseguiu compreender sobre a ambiguidade?
Repassemos o conceito!
Na linguística, a ambiguidade ou anfibologia ocorre
quando um trecho, uma sentença ou uma expressão linguística
apresentam mais de um entendimento possível, gerando
problemas de interpretação no enunciado e dificuldades de
comunicação. A ambiguidade é um problema muito comum e
presente em diversas construções textuais e orais, estando muitas
vezes relacionada à escolha do léxico (escolha das palavras)
e à sintaxe (disposição das palavras) da sentença. (https://bit.
ly/3itNZ2m)

Observemos mais exemplos de ambiguidade.


Deve estar atento ao uso de forma indistinta do pronome
relativo e da conjunção integrante “que”, como nos exemplos:
 “O pai avisou ao filho que estava terminando o serviço.”
Quem terminava o serviço: o pai ou o filho? Novamente,
é possível solucionar esse problema mudando a posição das
orações.
 “Ao filho, o pai avisou que estava terminando o
serviço.”
 “O pai avisou ao filho, que estava terminando o serviço.”

O uso indevido dos pronomes possessivos gera


ambiguidade. Veja os exemplos:
 “Juliana pediu a João que pegasse sua mala no sofá.”

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132 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

A mala era de Juliana ou de João? Para evitar esse tipo de


ambiguidade, evite usar o pronome seu ou sua nesses casos e use
dele ou dela:
 “Juliana pediu a João que pegasse a mala dele/dela no
sofá”.
Outro fato que se deve ter atenção para não confundir o
significado de um termo, pois pode ser polissêmico. Por exemplo:
A palavra “pregar” pode corresponder a “pregar um sermão”,
“pregar um prego” ou “preguear um tecido”. A palavra isolada
pode gerar dúvidas quanto ao seu verdadeiro significado, porém,
quando aplicada na sentença, o contexto não deixará dúvidas e o
falante do idioma poderá identificar o que se quis dizer.
Compreende o significado de polissemia? Vejamos o seu
conceito.
A polissemia diz respeito às palavras que apresentam mais
de um significado, variando de acordo com o contexto. Assim, o
gramático Evanildo Bechara define que a polissemia é um fato
da língua, isto é, ela é uma ocorrência natural do nosso idioma.
Embora possam estar relacionadas, a polissemia não deve ser
confundida com a ambiguidade. (https://bit.ly/3itNZ2m)
Você está atento ao estudo da Semântica? Compreendeu
sobre a ambiguidade e a polissemia? Vejamos agora sobre os
campos da semântica.

Os campos semânticos
As palavras do léxico de uma língua estão organizadas
em grupos ou campos de significação, ou seja, são o conjunto
de palavras associadas porque pertencem à mesma categoria
gramatical e compartem uma parte de significado. O campo
semântico é definido pela sema ou as semas (raiz linguística)
que compartem todas as palavras que pertencem a ela, tomemos
como exemplo o campo dos meios de transporte: trem, carros,
aviões, barcos etc. A semântica linguística se encarrega de

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 133

estudar a denotação e a conotação das palavras e os campos


semânticos, quando a mensagem se expressa objetivamente, se
diz que seu significado é denotativo e, quando à comunicação
objetiva se acrescenta alguma valoração pessoa mediante gestos
ou entonação, se fala que seu significado é conotativo.
Observemos mais detalhes de cada um:
 Denotação: é a parte do significado objetivo e comum
a todos os falantes; constitui um significado primário que não
modifica segundo o contexto. Exemplo:
“Amor”, é a forte afeição por outra pessoa, nascida de
laços de consanguinidade ou de relações sociais.
 Conotação: é a parte subjetiva do significado, a que
depende das circunstâncias do falante; é qualquer significado
secundário que se associa a um termo. Exemplo:

Amor é fogo que arde sem se ver

Amor é fogo que arde sem se ver;


É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;


É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

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134 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

É querer estar preso por vontade;


É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor


Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

(Luís Vaz de Camões, séc. XVI)

1. Conotações compartilhadas ou coletivas: São as


comuns a um grupo importante de falantes. Existem conotações
compartilhadas pelos que têm uma mesma cultura (a palavra
praça se associa nos países mediterrâneos com a vida pública).
2. Conotações individuais: São os significados
secundários que uma pessoa associa a certa palavra a partir
de sua experiência. Por exemplo, a palavra “cachorra” pode
ter conotações desagradáveis para uma pessoa dependendo do
contexto e do estereótipo, pois há a conotação de estereótipo que
é muito empregada na sociologia e também interpretada aqui na
semântica.
O estereótipo é a valorização positiva ou negativa associada
a uma palavra. Os estereótipos são aceitos socialmente e, uma vez
estabelecidos, resultam muito difíceis de mudar. Por exemplo,
termos como ecológico ou inovação têm o estereótipo positivo
na nossa sociedade, no entanto outras como industrializado ou
tradicional estão marcadas negativamente.
Ligado às questões de estereótipo há um fenômeno
chamado de “tabu linguístico” que está estreitamente relacionado
com o significado conotativo das palavras. Sobre algumas delas

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 134 05/10/2021 17:35:18
Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 135

pesa uma carga psicológica negativa que nos impulsa, sobre


tudo em situações concretas, ao não usá-la e ao substituí-la por
outra considerada mais suave.
A palavra “Tabu” é um termo polinésio que significa
“proibido”.
Em linguística designa a todas aquelas palavras que são
consideram que soam mal ou são insultantes. As palavras “tabu”
geralmente se referem às áreas de: morte (substituída por falecer,
perder a vida, passar desta para melhor, etc.); a escatologia
(palavras como “cagar” são substituídas por obrar, evacuar,
fazer cocô, etc.).
Outro importante estudo a ser feito e deve ser lembrado na
Tradução é sobre o estudo das palavras que podem ser divididos
em:
 Sinonímia – se produz quando um mesmo significante
se pode expressar com vários significantes, por exemplo: feliz,
alegre, contente entre outros. Os sinônimos podem ser: perfeitos
e imperfeitos.
1. Sinônimos Perfeitos: são as palavras que compartilham
significados idênticos, por exemplo: léxico e vocabulário; morrer
e falecer; após e depois.
2. Sinônimos Imperfeitos: são as palavras que
compartilham significados semelhantes e não idênticos, por
exemplo: feliz e alegre; cidade e município; córrego e riacho.

Segue a sugestão de um site com a relação de palavras


sinônimas da língua inglesa para o seu estudo. https://bit.
ly/31Fnd09
 Antonímia – se caracteriza quando o significante tem
o significado oposto ao de outro, por exemplo: frio/calor, vivo/
morto; homem/ mulher.

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 135 05/10/2021 17:35:18
136 Oficina de Versão, Tradução e Interpretação em Inglês

Segue a sugestão de um site com a relação de palavras


antônimas da língua inglesa para o seu estudo. https://bit.
ly/2PGedSX
Outro campo de estudo semântico é a homonímia. Vamos
rever o significado e seus exemplos:
A homonímia se caracteriza como o fenômeno no qual as
palavras têm significados e funções diferentes, porém possuem
a mesma estrutura fonológica, os mesmos fonemas e a mesma
acentuação. Graças ao papel do contexto, é possível que a
homonímia exista sem prejuízos para a comunicação, pelo fato
de o contexto ser capaz de dar o sentido correto às palavras em
que ocorre o fenômeno.
Os homônimos dividem-se em três tipos:
1. Homógrafas: Iguais na escrita, mas diferentes na
pronúncia. Exemplos:
 O “governo” (substantivo).
 Eu “governo” (verbo).
Além dos exemplos acima citados, existem pares de
palavras que se diferenciam apenas devido a uma acentuação
gráfica diferente. Alguns autores defendem que essas palavras
podem ser igualmente consideradas como homógrafas:
dúvida (incerteza) e duvida (verbo duvidar); sábia (sabedora) e
sabia (verbo saber) entre outras.
2. Homófonas: Iguais na pronúncia, porém diferentes na
escrita e no significado. Exemplos:
 O cheque (ordem de pagamento)
 xeque (lance de xadrez)
 A viagem (substantivo)
 Que eles “viajem” (flexão do verbo viajar)

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 136 05/10/2021 17:35:18
Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 137

3. Homônimos perfeitos: Iguais na escrita e na pronúncia,


porém com diferentes significados. Exemplos:
 verão (flexão do verbo ver)
 verão (substantivo)
 banco (instituição financeira)
 banco (assento)

Parabéns! Chegamos ao final de mais uma leitura. Espero


que tenha aprendido compreendido o nosso estudo!

RESUMINDO

E então? Você gostou deste estudo? Aprendeu tudo sobre os


pronomes relativos? Agora, para temos certeza de que você
aprendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo
o que vimos. Nesta unidade, você fez uma revisão sobre a
Semântica que é a disciplina que se ocupa do significado dos
signos linguísticos (a união do significante e do significado),
vimos sobre o estudo do campo semântico sendo definido pela
sema ou as semas (raiz linguística) que compartem todas as
palavras que pertencem a ela. Revisamos sobre a ambiguidade, a
polissemia, a sinonímia, a antonímia e ao estudo da homonímia
que está dividida em três: homógrafas, homófonas e homônimos.
Espero que tenha aproveitado seu estudo! Até a próxima unidade!

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 137 05/10/2021 17:35:18
ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 138 05/10/2021 17:35:18
04
UNIDADE

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 139 05/10/2021 17:35:18
140 Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês

INTRODUÇÃO
Vamos dar continuidade a nossos estudos da disciplina
de “Oficina de tradução, versão e interpretação em inglês”.
Vamos abordar os conceitos de tradução e Interpretação e suas
diferenças bem como incorrer sobre detalhes da Interpretação
na língua inglesa que o ajudarão no processo tradutório,
propiciando a interpretação em vários níveis. Vamos ainda
compreender a teoria e a prática da tradução e da interpretação
na língua inglesa e suas respectivas estratégias. Estas estratégias
são de extrema importância para construir o processo tradutório
em inglês. Ainda, vamos conhecer a história da língua inglesa e
a cultura anglo-saxônica para ampliar o conhecimento e auxiliar
no processo de tradução. Vamos rever os conceitos de linguística
aplicada à tradução na língua inglesa com o estudo da estrutura
gramatical do idioma, sem deixar de lado os aspectos éticos que
concernem o tradutor profissional. Agora você vai mergulhar
nesse universo. Bom estudo!

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 141

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo a nossa Unidade 4. Nesta
unidade, o nosso objetivo é auxiliá-lo no desenvolvimento das

1
seguintes competências profissionais:

Discutir e discernir acerca dos princípios teóricos e


práticos da interpretação na língua inglesa baseados
na cultura anglo-saxônica;

2 Identificar a terminologia da interpretação na língua


inglesa e o estudo da tradução;

3 Aplicar as estratégias de interpretação na língua


inglesa através do conhecimento da tipologia e dos
gêneros textuais;

4 Compreender os aspectos éticos na conduta dos


profissionais de tradução.

Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo ao


conhecimento? Ao trabalho!

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 141 05/10/2021 17:35:18
142 Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês

Interpretação teórica e prática na língua


inglesa a partir da cultura anglo-saxônia

OBJETIVO

Ao término deste capítulo você será capaz de entender a interpretação


em língua inglesa, suas principais características, suas modalidades
e as particularidades do profissional de interpretação, o intérprete e
compreender sobre a cultura anglo-saxônica no aspecto da formação
histórica da língua inglesa. E então? Preparado(a) para desenvolver
esta competência? Vamos lá.

Figura 1: Microphone talk conference

Fonte: Pixabay

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 142 05/10/2021 17:35:19
Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 143

Você lembra sobre a diferença entre a tradução e a


interpretação? Vamos relembrar!
O processo de tradução realizado na forma escrita,
denominamos como “tradução” ou “versão” e na forma oral,
a tradução leva o nome de “intepretação” e é feita por um
intérprete. A interpretação é a conversão de um discurso oral
de uma língua fonte ou língua de partida para uma língua alvo
ou de chegada. Segundo, R.B.W. Anderson (1978) ao dizer que
a interpretação ocorre sempre que uma mensagem produzida
oralmente numa língua é reformulada e retransmitida oralmente
numa outra língua.

O papel do Intérprete
O intérprete é o profissional da tradução oral que necessita
dominar muito bem as duas línguas envolvidas no processo,
com os diversos componentes culturais pertinentes a ambas – do
texto de partida e do texto de chegada com o domínio da língua
em sua variante oral.
Ele recebe toda a mensagem original em forma oral e
precisa ter um excelente domínio da variante oral da língua
de partida, atentando-se pelas sutilezas de pronúncia, nuances
de entonação, de formas de expressão oral, compreendendo
diferentes variantes regionais do idioma estrangeiro falado
por pessoas que falam o idioma como língua estrangeira e não
materna como é o caso da língua inglesa falada por diversos
estrangeiros.
O intérprete precisa da destreza oral, do conhecimento das
línguas, da capacidade de concentração, de análise e de memória,
porque o processo é tríplice (ouvir/processar/expressar) e as
três etapas acontecem ao mesmo tempo, transferindo todos os
elementos semanticamente relevantes, intenção e sensações
atribuídos à mensagem do falante da língua original para os
destinatários do idioma-alvo.

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144 Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês

Você lembra quais são as modalidades de interpretação na


tradutologia? Vamos revê-las?

As modalidades de Interpretação
Existem diversas modalidades de interpretação, mas três
delas são predominantes no universo da interpretação. São
elas: a interpretação consecutiva, a interpretação simultânea e a
interpretação intermitente. Vamos rever cada uma delas!
A interpretação consecutiva é feita de forma aberta junto
com a pessoa que está sendo interpretada e junto ao público que
a ouve, como em uma reunião ou auditório. Nessa modalidade, o
intérprete ouve o que é dito pelo palestrante e este faz uma pausa
para que o intérprete possa traduzir o que foi dito no idioma de
origem.
A interpretação simultânea é quando o intérprete fica
isolado em uma cabine e faz o trabalho de interpretação por
meio de microfones e fones de ouvido. Os intérpretes ficam
numa cabine e simultaneamente escutam o que o palestrante
fala e traduzem para a plateia que recebe a tradução por meio de
fones de ouvido simultaneamente à fala do palestrante.
Outra modalidade de interpretação é denominada de
modalidade intermitente, segundo Pagura (2003) é a modalidade
intermitente (ou sentence-by-sentence, ou ainda ping-pong) não
costuma ser estudada por pesquisadores da área nem é utilizada
por profissionais em eventos de caráter internacional. É vista
com mais frequência em reuniões nas quais se pede a uma
pessoa que fala as duas línguas, via de regra sem qualquer treino
em interpretação, para que se coloque ao lado de um palestrante
estrangeiro e traduz o que ele está dizendo.
Outras modalidades são conhecidas e aplicadas em
diferentes contextos, por exemplo a interpretação de conferência,
interpretação comunitária, interpretação em tribunais e outras

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 145

são denominadas de “escort interpreting”, termo em inglês para


denominar interpretação de acompanhamento.
Existem outras modalidades de interpretação também
como: Interpretação bilateral, Interpretação de conferências,
Interpretação social, Relé, Equipe, Tomada de notas, Interpretação
sussurrada (Chuchotage) e Interpretação oficial.
Todas elas foram estudadas na unidade 3 deste curso.

A Cultura Anglo-saxônica
Figura 2: Education-photo-lenguage-learning.

Fonte: Pixabay

Origem da língua inglesa


O inglês é uma língua germânica ocidental que se originou
a partir dos dialetos anglo-frísio e saxão antigo trazidos para a
Grã-Bretanha por colonos germânicos de várias partes do que
é hoje o noroeste da Alemanha, Dinamarca e Países Baixos.
Até essa época, a população nativa da Bretanha Romana falava

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 145 05/10/2021 17:35:19
146 Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês

língua celta britânica junto com a influência acroletal do latim,


desde a ocupação romana de 400 anos.
Uma das tribos germânicas que chegaram à Grã-
Bretanha eram os anglos, que Beda acreditava terem mudado
completamente a Bretanha. Os nomes england (de Engla land
ou “terra dos anglos”) e english (do inglês antigo english) são
derivados do nome dessa tribo; no entanto saxões, jutos e uma
variedade de povos germânicos a partir das costas da Frísia,
Baixa Saxônia, Suécia e Jutlândia do Sul também se mudaram
para a Grã-Bretanha nesta época.
Figura 3: Fatos histórico da Cultura anglo-saxônica.

Fonte: adaptado de Schütz (2007).

a. O inglês antigo
Inicialmente era um grupo diverso de dialetos, o que reflete
as origens variadas dos reinos anglo-saxões da Grã-Bretanha,
mas um desses dialetos, o saxão ocidental, eventualmente passou
a dominar e é neste que o poema Beowulf foi escrito.
Em relação ao Inglês antigo, de acordo com Schütz (2007),
com o passar do tempo foi influenciado e transformado devido a
duas invasões: a primeira por falantes germânicos setentrional,

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 147

quando Halfdan Ragnarsson e Ivar Ragnarsson começaram


a conquista e a colonização do norte das Ilhas Britânicas, nos
séculos VIII e IX; e a segunda foi por falantes do normando
antigo, uma língua românica, no século XI com a conquista
normanda da Inglaterra.
O normando desenvolveu-se para anglo-normando
e depois para anglo-francês, quando introduziu vocábulos
novos, principalmente palavras relacionadas aos tribunais e ao
governo. Com a ampliação lexical com palavras escandinavas
e normandas, houve a simplificação da gramática e com isso
transformaram o inglês numa língua de empréstimo, mais aberta
para aceitar novas palavras de outras línguas.
b. O Inglês Médio – Middle English (1100- 1500)
Com a invasão normanda e suas influências linguísticas
houve mudanças no inglês que resultou o que é conhecemos
como inglês médio (Middle English), sendo The Canterbury
Tales (Os Contos de Cantuária) de Geoffrey Chaucer, a obra
mais conhecida para analisar os aspectos linguísticos do idioma.
Segundo Schütz (2007) o elemento mais importante do
período que corresponde ao Middle English foi, sem dúvida, a
forte presença e influência da língua francesa no inglês. Essa
verdadeira transfusão de cultura franco-normanda na nação
anglo-saxônica, que durou três séculos, resultou principalmente
num aporte considerável de vocabulário. Isto demonstra que, por
mais forte que possa ser a influência de uma língua sobre outra,
esta influência normalmente não vai além de um enriquecimento
de vocabulário, dificilmente afetando a pronúncia ou a estrutura
gramatical. Muito vocabulário novo foi incorporado com a
introdução de novos conceitos administrativos, políticos e sociais,
para os quais não havia equivalentes em inglês. Em alguns casos,
entretanto, já existiam palavras de origem germânica, as quais,
ou acabaram desaparecendo, ou passaram a coexistir com os
equivalentes de origem francesa, em princípio como sinônimos,
mas, com o tempo, adquirindo conotações diferentes.

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148 Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês

Observe o quadro a seguir.


Quadro 1: Palavras anglo-saxônicas e francesas.

Anglo- Anglo- Anglo-


Francês Francês Francês
saxão saxão saxão
Anwer Respond Folk People Kingly Royal
Beging Commence Freddom Liberty Look Search
Bill Beak Ghost Phantom Pig Pork
Chicken Poultry Happi- Felicity Sheep Mutton
Clothe Dress ness Aid Shut Close
Come Arrive Help Conceal sight Vision
End Finish Hide Mansion Desire
Fair Beautiful House Chase wish Labor
feed nourish Hunt Relations work annual
Kin yearly

Fonte: adaptado de Schütz (2007).

c. Inglês Moderno – Modern English (1500)


Segundo Schütz (2007) enquanto que o Middle English
se caracterizou por uma acentuada diversidade de dialetos,
o Modern English representou um período de padronização e
unificação da língua. O advento da imprensa em 1475 e a criação
de um sistema postal em 1516 possibilitaram a disseminação do
dialeto de Londres - já então o centro político, social e econômico
da Inglaterra. A disponibilidade de materiais impressos também
deu impulso à educação, trazendo o alfabetismo ao alcance da
classe média. (SCHÜTZ, 2007)
O inglês moderno, inclui as obras de William Shakespeare
e a Bíblia King James, é geralmente datado de cerca de 1550, e
quando o Reino Unido se tornou uma potência colonial, o idioma
serviu como língua franca das colônias do Império Britânico.
No período pós-colonial, algumas das nações recém-criadas que
tinham várias línguas nativas optaram por continuar a usar o
inglês como língua franca para evitar as dificuldades políticas
inerentes à promoção de qualquer língua própria acima das
outras. Como resultado do crescimento do Império Britânico, o

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 149

inglês foi adotado na América do Norte, Índia, África, Austrália


e em muitas outras regiões, uma tendência alargada com o
surgimento dos Estados Unidos como uma superpotência em
meados do século XX. (SCHÜTZ, 2007)
De acordo com Schütz (2007), da mesma forma que os
primeiros dicionários serviram para padronizar a ortografia,
os primeiros trabalhos descrevendo a estrutura gramatical do
inglês influenciaram o uso da língua, incorporando conceitos
gramaticais das línguas latinas e trazendo uma uniformidade
gramatical. Durante os séculos 16 e 17 ocorreu o surgimento
e a incorporação definitiva do verbo auxiliar do para frases
interrogativas e negativas. A partir do século 18 passou a ser
considerado incorreto o uso de dupla negação numa mesma
frase como, por exemplo: She didn’t go neither.
Você pôde compreender sobre a origem da história da
língua inglesa? E as contribuições da cultura anglo-saxônica na
formação do inglês? Muito bem!
Finalizamos este capítulo e iniciaremos o próximo
abordando sobre terminologias e o estudo da língua inglesa.

RESUMINDO

E então? Você gostou deste estudo? Aprendeu tudo sobre os


pronomes relativos? Agora, para temos certeza de que você
aprendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o
que vimos. Nesta unidade, você aprendeu sobre a interpretação.
Você viu que a tradução verbal oral é a interpretação e o seu
profissional é o intérprete. E que o intérprete precisa da destreza
oral, do conhecimento das línguas, da capacidade de concentração,
de análise e de memória, exigida para o intérprete, porque o
processo é tríplice (ouvir/processar/expressar) e as três etapas
acontecem ao mesmo tempo, transferindo todos os elementos

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150 Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês

RESUMINDO (CONTINUAÇÃO)

semanticamente relevantes, intenção e sensações atribuídos à


mensagem do falante da língua original para os destinatários
do idioma-alvo, sendo assim a função básica do intérprete.
Viu também as modalidades de interpretação, destacando as
mais comuns: a simultânea e a consecutiva. Nesta o emissor
da mensagem é interrompido por alguns minutos para que o
intérprete tenha tempo de fazer a tradução, sendo uma técnica
básica de tradução. Já a interpretação simultânea, a comunicação
verbal é traduzida simultaneamente, concomitantemente com a
elocução de voz do emissor. Você viu também que a origem da
língua inglesa se dá a partir dos dialetos anglo-frísio e saxão
antigo trazidos para a Grã-Bretanha por colonos germânicos de
várias partes do que é hoje o noroeste da Alemanha, Dinamarca
e Países Baixos e as contribuições desses povos para a cultura
anglo-saxônica na formação do idioma.

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 151

Terminologias da interpretação e estudo


da língua inglesa

OBJETIVO

Neste capítulo teremos como principal objetivo conhecer sobre


a estrutura da língua inglesa, para a melhor compreensão dos
aspectos gramaticais da língua e algumas terminologias para
poder desenvolver bem a interpretação. Fiquem bem atentos(as)!
Aproveitem este estudo!

Figura 4: Quadro Negro: aprender

Fonte: Pixabay

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152 Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês

O domínio das línguas de partida e de chegada é


muito importante no papel do intérprete. Conhecer sobre as
modalidades e o papel do intérprete são requisitos essenciais
para o bom desempenho da atividade do intérprete, contudo
conhecer a língua inglesa nos aspectos linguísticos e dominá-la
é muito mais importante.
Neste capítulo, vamos estudar sobre as categorias
gramaticais da língua inglesa. Como qualquer ciência, a
Linguística tem diferentes métodos de classificação e uma delas
se refere à formação das categorias gramaticais:
Figura 5 – Part of Speech

Fonte: Adaptada de Huseyin (2014).

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 153

Substantivo (Noun)
O substantivo ou nome é a categoria gramatical mais
básica, que designa objetos, personas ou seres da nossa realidade.
Exemplos:
Mary is a good friend of mine.
Pele is Brazilian.
San Pablo is the largest city in the South America.
Tipos de Substantivo (Types of noun):
 abstratos (abstract nouns): love, courage, honesty;
 concretos (concrete nouns): money, car, table;
 animados (animate nouns): woman, lion, cat;
 inanimados (inanimate nouns): floor, wood, wall;
 coletivos (collective nouns): family, audience, flock;
 substantivos próprios (proper nouns): Anne, Matheus,
Microsoft, Coca-Cola;
 substantivos compostos (compound nouns): mother-in-
law, fruit juice;
 substantivos contáveis (countable nouns): one tree, two
houses, one hundred years;
 substantivos incontáveis (uncountable nouns): music,
money, water.

Pronome (Pronoun)
É a palavra que substitui ou acompanha os nomes.
Exemplos:
I traveled to Japan last nigth.
That car is not mine.
Who is she?

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154 Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês

Someone is arriving at house.


Os pronomes em inglês estão classificados em:
1. Subject Pronouns, object pronoun, possessive adjective,
possessive prounoun e reflexive pronoun. Veja o quadro abaixo:
Quadro 2: Classificação dos Pronomes Pessoais

Subject Object Possessive Possessive Reflexive


Pronoun Pronoun Adjective Pronoun or Intensive
(Determiner) Pronoun
I Me My Mine Myself
You You Your Yours Yourself
He Him His His Himself
She Her Her Hers Herself
It It Its - Itself
We Us Our Ours Ourselves
You You Your Yours Yourselves
they them Their theirs themselves

2. Demonstrative Pronouns: That/ this, those/these


This is my son.
That is the book I want.
These are my sisters, Elaine and Tania.
Those clothes are expensive.
3. Indefinite Pronoun: some, somebody/someone
(personas), something (coisa), somewhere (lugar), somehow
(maneira/ jeito), any , and others. Exemplos:
Some exercises are difficult to do.
I don’t have any money on me today.
I saw your keys somewhere.
I gave her something to drink.

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 155

Estudaremos com mais detalhes os pronomes indefinidos


nas próximas unidades.
4. Relative Pronoun: tem função de sujeito ou de objeto.
São eles: who/that, which/that, whose, where, when, what.
Exemplos:
The boy who/that arrived is blond.
The cat that/which is in the garden belongs to my mother.
The place where I live is far from here.
I don’t know what happened yesterday.
5. Pronomes Interrogativos (Question words): what, who,
whom, whose, when, where, which, how, why. Exemplos:
Who is that tall woman?
Whom did you meet at the beach?
Whose is that cat?
What time is it?

Adjetivo (adjective)
É a palavra que acompanha o nome para determiná-lo ou
qualificá-lo:
Exemplos:
He is a bad boy.
She is a good girl.
Peter has blue eyes.
Observem que os adjetivos da língua inglesa são usados
antes dos substantivos.
Na língua inglesa, os adjetivos estão classificados em:
descriptive/qualitative, demonstrative, quantitative, interrogative,
possessive e numeric.

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156 Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês

Exemplos:
The Spanish woman is here. (1)
Paul is tall and young. (2)
This is my pencil. (3)
I have much money. (4)
A regra geral é usar o adjetivo antes dos substantivos em
inglês, mas com alguns verbos, o adjetivo pode ser colocado
após o substantivo, como no exemplo (1). Os verbos são: to be,
to look, to become, to seem, to taste, to feel e to smell.

Verbo
É a classe de palavra com significado léxico que exprime
um processo que representa ação (trabalhar, estudar, pensar),
estado (ser, permanecer, estar) ou mudanças de estado (tornar,
ficar) situadas no tempo.
Exemplos:
Our teacher works everyday.
She worked yesterday.
The girl is very happy.
He is just finishing dinner.
We are going to work next Saturday.
1. Classificação do verbo
Os verbos da língua inglesa são basicamente divididos em
dois grupos: regulares e irregulares. Veja cada um deles:
a. Regulares: em Português são os que mantém
igual a raiz ou lexema em todas as conjugações. Já em inglês,
são aqueles que possuem a terminação -ed no passado simples
(Simple Past) e no particípio passado (Past Participle). Exemplos:

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 157

Infinitive Verb Simple Past Past Participle


to drop dropped dropped
to decrease decreased decreased
to invest invested invested
to increase increased increased
to raise raised raised
to lift lifted lifted
I invested in dollars.
He raised his hand so he could speak.
b. Irregulares: São aqueles que variam a sua raiz
em algum tempo verbal. Mas em inglês, são aqueles que não
possuem terminação -ed no passado simples (Simple Past) e no
particípio passado (Past Participle). Exemplos:
Infinitive Verb Simple Past Past Participle
to rise rose risen
to fall feel fallen
to go went gone
to have had had
to come came come
to buy bought bought
He bought chocolates yesterday.
I went to Brazil last year.
My brother came from the United States of America.
Veja exemplos dos tempos verbais em inglês:
He likes to play the guitar. (Simple Present Tense)
I talked about it. (Simple Past)

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158 Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês

We are working now. (Present Continuous)


They went home. (Simple Past)
Was it raining yesterday when you arrived? (Past
Continuous)
Are you going to work tomorrow? (Going to Future)
Will you be able to help me? (Simple Future)
I will be still working tomorrow, by the time you arrive.
(Future Continuous)
Have you ever been to Germany? (Present Perfect)
You would have passed the exams if you had studied more.
(Past Perfect)
She had seen. (Past Participle)
I have been playing a lot of tennis recently. (Present Perfect
Continuous)
I had been working really hard by the time I was promoted.
(Past Perfect Continuous)

Advérbios (adverbs)
É a palavra invariável que modifica o verbo, o adjetivo e
o próprio advérbio.
Exemplos:
Daniel will arrive here tomorrow.
He traveled tonight.
I always have breakfast in my job.
Os advérbios são classificados como advérbios de:
1. lugar: above (acima), down (abaixo, para baixo),inside
(dentro),anywhere (qualquer/todo/nenhum lugar),everywhere
(por toda parte),outside (lado de fora),away (longe, a

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 159

distância),here (aqui, neste lugar),there (aí, ali, lá),backward/


backwards (para trás, em ordem inversa),near (perto),far (longe);
2. modo: well (bem), fast (rápido), badly (mal), just
(somente, exatamente), stupdly (estupidamente), brilliantly
(brilhantemente), loudly (em voz alta);
3. frequência: always (sempre), usually, frequently
(frequentemente), often (com frequência), sometimes (às vezes),
occasionally (eventualmente), rarely (raramente), seldom
(raramente), hardly ever (quase nunca), never (nunca);
4. tempo: soon (logo), first (primeiramente, antes
de tudo), tonight (hoje à noite), late (tarde), early (cedo),
eventually (finalmente), forever (para sempre), immediately
(imediatamente), then (então, naquele tempo);
5. intensidade: too (demais), very (muito), much (muito),
too much (demais, em excesso), very much (muito), almost
(quase), rather (bastante), quite (bem), fairly (razoavelmente),
really (realmente, de fato);
6. dúvida/certeza (Adverbs of Doubt/Certainty):
maybe(talvez), perhaps(talvez), possibly(possivelmente),
probably(provavelmente), definitely(definitivamente), certaily
(certamente, seguramente, evidentemente), clearly (claramente,
sem dúvidas, evidentemente), assuredly (indubitavelmente, sem
dúvidas).

Preposição (preposition)
É a categoria gramatical invariável, que não tem significado
próprio e serve para unir, interligar palavras. Exemplos:
As preposições em inglês são: in, on e at

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160 Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês

Conjunção (conjunction)
É uma classe gramatical invariável que serve para
unir as orações, possibilitando a relação de coordenação e de
subordinação. Exemplos:
As conjunções coordenadas em inglês são: for, and, nor,
but, or, yet e so.
Exemplos:
We stayed at home and watched television. (adição)
I am a serious woman, but a very sensitive person.
(oposição)
He could go, or stay a little more. (alternância)
It was raining, so I took my umbrela. (consequência)
I believed her, for surely she would not lie to me.
(explicação)
She seemed neither surprised nor worried. (alternativa
negativa)

Interjeição (Interjection)
As interjeições são palavras que expressam um sentimento,
uma emoção.
Algumas interjeições em inglês: hello! Oh! Ah! In!

Determinantes (Determiners)
Esta classe de palavras, é conhecida na língua portuguesa
como os artigos que têm a função de introduzir, identificar e
determinar ou não os substantivos. Em inglês, os artigos são
definidos (definite articles) “the” representando a, as, o, os e os
artigos indefinidos (indefinite articles) “a/an” representando um,
uma.

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 161

RESUMINDO

E então? Você gostou deste estudo? Aprendeu tudo sobre os


pronomes relativos? Agora, para temos certeza de que você
aprendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo
o que vimos. Nesta unidade, vimos que a classes gramatical
da língua inglesa está dividida em 9 classes e estudamos
superficialmente cada uma delas, somente para relembrá-las,
pois já foram estudadas detalhadamente. Aprendemos que os
substantivos (nouns) são classificados em: abstrato, concreto,
próprio, coletivo, compostos, animados e inanimados e os
contáveis e incontáveis. Os adjetivos (adjectives) são colocados
sempre antes dos substantivos, mas quando acompanhados dos
verbos: to be, to look, to become, to seem, to taste, to feel e
to smell são escritos depois dos nomes, e estão classificados
em: descriptive/qualitative, demonstrative, quantitative,
interrogative, possessive e numeric. Os pronomes (pronouns) são
classificados em: subject pronouns, object pronoun, possessive
adjective, possessive prounoun, reflexive pronoun, question
words, relative pronoun, indefinite pronoun e demonstrative
pronoun. Em relação ao verbo, pudemos conhecer a diferença
entre os verbos regulares e irregulares, sendo estes terminados
em -ed nos tempos Simple Past e Past Participle; e exemplos
de frases com os demais tempos verbais. As outras classes de
palavras como adverb, preposition, conjunction, interjection e
determiners também foram citadas superficialmente para serem
relembradas. Espero que tenha aproveitado o estudo e este
material!Bom estudo!

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162 Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês

Estratégias de interpretação a partir da


tipologia textual na tradução

OBJETIVO

Ao término deste capítulo você será capaz de entender a


Interpretação e suas estratégias, a partir do conhecimento da
tipologia e dos gêneros textuais mais utilizados na interpretação.
E então? Motivado(a) para desenvolver esta competência?
Vamos lá. Avante!

Figura 6: Key-old-flower

Fonte: Pixabay

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 163

Vimos que a interpretação é a tradução oral e que se dá


em diversas modalidades, sendo divididas em: a interpretação
consecutiva, a interpretação simultânea e a interpretação
intermitente.
Para ter um bom desempenho na tarefa de interpretação
é importante estar atento (a) às estratégias que servirão como
dicas para serem adotadas principalmente na modalidade de
interpretação simultânea.
Segundo Abuín (2005), as estratégias da interpretação
simultânea são processos, tanto conscientes quanto inconscientes,
verbais ou não-verbais, que um intérprete usa para solucionar
os problemas que encontra ao interpretar, de acordo com suas
necessidades específicas.
É importante que observemos as estratégias para um bom
desempenho na interpretação. Serão apresentadas neste capítulo
as estratégias relacionadas à criação de um bom ambiente de
trabalho, à tipologia de texto, ao fator tempo, e à aquisição de
conhecimento e preparação dos intérpretes. Veremos cada uma
delas.

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 163 05/10/2021 17:35:21
164 Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês

A criação de um bom ambiente de


trabalho
Figura 7: Bola-silhuetas-homens-slide-rolo.

Fonte: Pixabay

É fator primordial, a criação de um bom ambiente de


trabalho para que os intérpretes possam estar confiantes e
seguros no ambiente de trabalho. Desenvolver um ambiente
de respeito é essencial, além de outros fatores que podem
influenciar o desempenho do intérprete e sobre os quais o
intérprete tem controle, em especial na interpretação simultânea.
Enumeramos alguns: a qualidade do equipamento de som que
deve ser testado pelo intérprete antes de iniciar o serviço, outra
questão é saber manter a distância adequada do microfone. Outro
fator importante a ser ressaltado é a boa convivência entre os
intérpretes que estão na mesma cabine de interpretação, manter
o respeito e o trabalho em equipe é muito importante.
Além de dar dicas para um bom entendimento de equipe
na cabine, em Conference Interpreting: principles and practice,
Taylor-Bouladon (2000) enumera as características de bom
comportamento que cada intérprete deveria observar na

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 165

interpretação simultânea de um evento — e o autor considera


a interpretação prestada como se partisse de uma equipe, pois
o intérprete, por definição, não deve se destacar como uma
personalidade, mas unicamente como um prestador de serviços,
que comunica o que diz o orador, no idioma de chegada.

Tipos de Texto na Interpretação


Os tipos de texto que encontramos na interpretação,
principalmente na Interpretação Simultânea, apresentam algumas
diferenças em relação aos escritos, e também, em relação ao que
se produz nos diálogos orais informais.
Segundo Alexieva (1992), a nebulosidade acerca dos tipos
de texto e as suas características é ainda maior na interpretação,
uma vez que os limites entre o meio oral e o meio escrito
frequentemente se confundem em situações em que um texto
escrito é apresentado oralmente.
Há uma grande diversidade de tipos de texto na
interpretação de conferências e segundo, Kopczynski (NISKA,
1999) a seguinte categorização dos tipos de texto mais comuns
encontrados em conferências:
a. monólogo (ou diálogo) oral não preparado;
b. monólogo oral semipreparado e com notas;
c. monólogo escrito destinado à apresentação oral,
lido em voz alta;
d. monólogo escrito destinado ao meio escrito, lido
em voz alta.
Você sabe o que é um monólogo e um diálogo? Antes de
continuarmos com o tema, vamos rever o conceito de cada um.
O Monólogo é um tipo de texto que é interpretado ou
enunciado por apenas uma pessoa. Dessa forma, o discurso
é feito para si próprio, de modo que o público, leitores ou

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166 Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês

ouvintes têm a sensação de ler o pensamento do seu intérprete.


https://bit.ly/2ChGxb4
E agora vejamos o que é um diálogo!
De etimologia latina dialogus. i; do grego diálogos.ou.
Fala interativa entre duas ou mais pessoas; conversa. https://
www.dicio.com.br/dialogo/
Dos quatro tipos de texto, o mais comum é o terceiro na
interpretação simultânea.
Segundo Niska (1999), a interpretação seria realizada
a partir de um discurso apresentado de forma espontânea (ou
impromptu ou semipreparado) que, consequentemente, conteria
menor densidade lexical, mais redundância e estruturas sintáticas
menos complexas.
Segundo Gile (1995), na maioria das vezes, a interpretação
(simultânea) ocorre com base num discurso que se apoia num
manuscrito. Na melhor das hipóteses, esse é posto à disposição
do intérprete antes da conferência para que ele, com base no
manuscrito, possa se preparar eficientemente. Muitas vezes,
porém, acontece de o manuscrito só ser entregue no começo do
evento ou ainda só no começo do discurso a ser traduzido.
Apesar de o intérprete ter à sua disposição o manuscrito (o
que é positivo), ele tem que enfrentar a dificuldade adicional de
acompanhar, ao mesmo tempo, o discurso oral e o texto escrito.
Conforme diz Gile (1995), é fundamental, nesse caso, que o
intérprete focaliza não só o manuscrito, mas também o discurso,
uma vez que as estratégias cognitivas do intérprete precisam
ser ajustadas à maneira de proceder do orador: este pode, por
exemplo, fazer leitura, desvios (mudanças), omissões, adições
ou, ainda, fazer outro discurso que aquele no manuscrito.

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 167

O Tempo
Figura 8: Ampulheta-areia-tempo.

Fonte: Pixabay

O fator tempo é muito importante para o intérprete, pois o


tempo escapa ao controle dele uma vez que este recebe o texto
de partida na velocidade determinada pelo orador. Segundo Gile
(1995), em vez de serem livres para reorganizarem as sequências
de informação e ideias, ou através da omissão ou modificação
de algumas destas, os intérpretes precisam seguir o rumo e a
velocidade, escolhidos pelo orador.
No meio do discurso, não há tempo para se deter, numa
palavra ou expressão difícil para achar a solução “perfeita”. O
intérprete sempre atua sob pressão de tempo, porque ele tem que
produzir sua interpretação à mesma velocidade que o orador.
Comparando a função do intérprete ao do tradutor em
relação ao fator tempo, é sabido que o tradutor pode levar
tempo para consultar especialistas e procurar informação

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168 Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês

em documentos e em dicionários para resolver problemas e


“minúcias” da linguagem. De acordo com Rudd & Fraser, o
tradutor justamente se caracteriza por possuir, entre outras coisas,
“(...) prontidão para aplicar-se meticulosamente aos detalhes e à
precisão” (2000:195). Intérpretes, em contraste, são fortemente
restringidos pelo tempo já que eles trabalham na velocidade da
produção do discurso, isto é, 100 a 200 palavras por minuto,
na média (GILE, 1995:111). Em consequência, o tempo que os
intérpretes têm para realizar a interpretação é completamente
limitado e, no caso da Interpretação Simultânea, o intérprete
tem somente poucos segundos para concluir o processamento
dos segmentos individuais do discurso. Embora os intérpretes
possam consultar-se entre si, já que geralmente trabalham em
dois na Interpretação Simultânea, podem também consultar a
informação nos documentos ou glossários à sua disposição, mas
não pode parar no meio de uma interpretação para fazê-lo.

Conhecimento e preparação do Intérprete


Como todo profissional, o intérprete precisa adquirir
conhecimento e preparar-se para desempenhar bem o serviço
de interpretação. O conhecimento linguístico tem que estar
presente, como um pré-requisito, no intérprete. Vamos relembrar
o que é conhecimento linguístico.
O conhecimento linguístico é compartilhado por todos
os indivíduos falantes de determinada língua, observe que o
funcionamento de uma língua envolve a articulação de vários
componentes: a relação entre os sons (fonologia), a estruturação
de palavras (morfologia), a organização das palavras em frases
(sintaxe), o significado das palavras (semântica). Além destes,
temos o conhecimento textual-discursivo que se refere aos modos
de produção e recepção dos textos em diferentes situações de
comunicação. O conhecimento desse funcionamento da língua
é, para os falantes, um conhecimento implícito, derivado de uma

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 169

capacidade de linguagem que nos permite adquirir e dominar


uma língua. https://bit.ly/3ejbAQN
Porém, segundo Gile (1995:145), a interpretação
geralmente é menos exigente que a tradução no que concerne à
precisão linguística e ao uso de terminologia técnica específica.
Mas, ainda de acordo com Gile, os intérpretes precisam ter
uma “cultura geral” mais ampla uma vez que o conhecimento
necessário na interpretação, muitas vezes, é bem imprevisível.
No meio de uma conferência sobre o processamento de
dados, por exemplo, pode aparecer uma citação da Bíblia, ou
referências à política mundial podem ser feitas numa conferência
sobre a agricultura (1995:112). Gile (1995:147) divide a fase
preparatória na interpretação de conferências em três passos:
preparação prévia, preparação na última hora e preparação
durante a conferência.
a. Preparação prévia: Os intérpretes
sistematicamente pedem aos organizadores de uma conferência
que providenciem, antecipadamente, o conjunto inteiro de
documentos em todas as línguas representadas na conferência.
Esses documentos são, por definição, altamente importantes e
são usados pelos intérpretes na preparação prévia do evento. Os
briefings, momentos em que os intérpretes podem tirar dúvidas
com os especialistas da área, também fazem parte importante
da preparação prévia, embora estes geralmente sejam realizados
pouco tempo antes da conferência, muitas vezes poucos minutos
antes da abertura.
b. Preparação na última hora: Não é raro que os
documentos da conferência só estejam disponíveis aos intérpretes
na última hora antes da conferência, no local do evento. Grande
parte da aquisição de conhecimento ocorre com base nesses
documentos.
c. Preparação durante a conferência: Muita
informação é obtida durante a própria conferência, através
de documentos entregues depois da abertura, de conversas

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170 Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês

com outros participantes nos intervalos e através do conteúdo


das apresentações e discussões que, muitas vezes, fornecem
inclusive mais informação que os documentos.
Embora o intérprete, se prepare nestas três etapas citadas
acima, ele não pode prever as possíveis eventualidades que
ocorrem em cada discurso a ser interpretado.

RESUMINDO

E então? Você gostou deste estudo? Aprendeu tudo sobre os


pronomes relativos? Agora, para temos certeza de que você
aprendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo
o que vimos. Nesta unidade, você aprendeu sobre as estratégias
de Interpretação, principalmente da modalidade de Interpretação
Simultânea, para ter um bom desempenho na interpretação.
Vimos as estratégias relacionadas à criação de um bom ambiente
de trabalho, no qual destaca-se a boa convivência entre os
intérpretes mantendo respeito, harmonia e trabalho em equipe,
além da qualidade do equipamento de som que deve ser testado
pelo intérprete antes de iniciar o serviço, outra questão é saber
manter a distância adequada do microfone. Outra estratégia é em
relação à tipologia de texto, que permite preparar o intérprete a
desenvolver um ótimo trabalho, quando recebem os textos antes
de aplicar o serviço de interpretação, familiarizando-se com os
temas e preparando-se para o monólogo (ou diálogo) no dia da
interpretação. Vimos também sobre o fator tempo, escasso, porém
muito importante para o intérprete, já que tem pouco tempo para
tomar decisões decisivas nos momentos de equívocos que podem
acontecer, tornando-se assim, o fator tempo muito precioso.
E em relação à aquisição de conhecimento e preparação dos
intérpretes, vimos que o intérprete deve adquirir conhecimento
e preparar-se para desempenhar bem o serviço de interpretação,
e o conhecimento linguístico tem que estar presente, como um

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 171

RESUMINDO (CONTINUAÇÃO)

pré-requisito, no intérprete.
Parabéns! Chegamos ao final de mais uma leitura. Mas
não se preocupe, porque teremos muito mais informações,
principalmente sobre a ética do tradutor profissional no próximo
capítulo. Até breve!

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172 Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês

Ética do tradutor profissional

OBJETIVO

Ao término deste capítulo você será capaz de entender sobre o


conceito de ética, e como deve proceder o tradutor profissional,
sendo de importância para o exercício dessa profissão. E então?
Motivado para desenvolver esta competência? Vamos lá. Avante!

Figura 9: Foco-livro-palavra.

Fonte: Pixabay

Nesta unidade trabalharemos sobre o significado da ética


e da ética profissional dos profissionais de tradução, como
conhecimentos relevantes para que tenha um bom desempenho
nos ofícios seja de tradutor ou de intérprete.

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 173

Conceito
A ética é um termo muito usado no dia a dia, principalmente
entre os profissionais. Quem não ouviu falar em “Ele não tem
ética”, ou “É um profissional sem ética”? No entanto, muitos
não sabem o que significa a palavra ética ou aplica em situações
que não correspondem ao sentido de ética. Na filosofia ocidental,
também aqui a origem do termo ética pode ser encontrada na
Grécia antiga, com duas variantes segundo, Moore (1975) a
primeira é a palavra grega éthos, com ‘e’ curto, que pode ser
traduzida por costume [ou hábito], a segunda também se escreve
éthos, porém com ‘e’ longo, que significa propriedade do
caráter. A primeira é a que serviu de base para a tradução latina
Moral, enquanto a segunda é a que, de alguma forma, orienta a
utilização atual que damos à palavra Ética.
Segundo Adolfo Sanchez Vázquez (1915), “a ética é a
teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em
sociedade, ou melhor, é ciência de uma maneira específica de
comportamento humano”. Veja que isso significa que não existe
um único conjunto absoluto de regras, princípios ou ideais
relacionadas à melhor maneira de agir do homem que possa ser
considerada a verdadeira ética.
E a Ética Profissional, o que significa?
A ética profissional é um conjunto de normas de condutas
que regem a prática de qualquer profissão. Tais leis são elaboradas
com o intuito de proteger os profissionais da categoria como um
todo e os indivíduos que dependem desse profissional que deve
ter uma boa ética, sendo comprometido, responsável, honesto, e
que não se deixa corromper em nenhum ambiente.
Segundo Leonardo Boff (2017), a ética surge a partir do
modo como se estabelece a relação com esses diferentes tipos
de outro. Pode fechar-se ou abrir-se ao outro, pode querer
dominar o outro, pode entrar numa aliança com ele, pode negar
o outro como alteridade, não o respeitando, mas incorporando-o,

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174 Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês

submetendo-o ou simplesmente destruindo-o. De todas as formas,


o outro representa uma proposta que reclama uma resposta. Desse
confronto entre proposta e resposta surge a responsabilidade. Ao
assumir minha responsabilidade ou demitir-me dela, me faço
um ser ético. Dou-me conta da consequência de meus atos. Eles
podem ser bons ou ruins para o outro e para mim. (MOORE,
1975)
Figura 10: Responsabilidade.

Fonte: Pixabay

Tanto para Anthony Pym como para Gertrudis Payàs ou


Valentín García Yebra, está claro que a responsabilidade é a base
da ética, e isso supõe duas coisas: a) que o tradutor é um ser
especial e b) que o labor do tradutor compromete ele mesmo que
não queira.
Porque obviamente é um ser especial, um ser que tem a
capacidade de comunicar-se aos que falam sua mesma língua e
aos que falam outro idioma.
Um tradutor é um mediador cultural, uma persona
que conhece e vive de duas ou maias culturas; sua vida
transcorre na fronteira das coisas, das línguas, das histórias,
dos acontecimentos. É responsável, entre outras coisas, de

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 175

favorecer ou de defender sua língua materna nos processos de


globalização. É também um investigador nato: cada dificuldade
numa tradução é a oportunidade para investigar.
É evidente que o tradutor, quando decide ser tradutor,
assume consciente ou inconscientemente uma responsabilidade,
ante si mesmo, ante sua consciência e sua tranquilidade de saber
que é um profissional que faz seu trabalho o melhor possível, mas
também ante os textos que traduz, ante os clientes que confiam
nele, ante os companheiros de profissão que esperam de seus
colegas um comportamento honrado, profissional e baseado em
sólidos princípios éticos.
O tradutor é também um herói em ocasiões, pois obra
o milagre da comunicação em situações complexas como os
intérpretes.
É óbvio que historicamente se reconhece o tradutor pela
responsabilidade por permitir a língua novas palavras, um
caminho de homogeneização linguística, renovando o léxico de
forma enriquecedora.
Mas nem tudo é obrigação. O tradutor também tem direitos,
derivados da responsabilidade que requer a sua tarefa. Valentín
García Yebra enumera alguns que são facilmente de assumir: a)
que se mencione seu nome, b) que pagam uma tarifa justa, c)
que respeitem seu trabalho, e d) que o reconheçam socialmente.
Se se cumprem estes quatro princípios e os tradutores
trabalhem consequentemente com eles, possivelmente o debate
ético se tornaria desnecessário tanto para os clientes como para
os tradutores, porque, como diria o filósofo espanhol Fernando
Savater, “não creio que a ética sirva para resolver algum debate,
mesmo que seu trabalho seja ajudar a iniciá-lo”.

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176 Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês

Figura 11: Wordcloud-personagem.

Fonte: Pixabay

Agora, vamos observar o código de ética do tradutor.

Código de Ética do Tradutor


O Código de ética do tradutor é um conjunto de regras
que servem para nortear o comportamento dos indivíduos, os
tradutores e os intérpretes durante o exercício do seu serviço.
É importante conhecer os princípios fundamentais, as relações
com os colegas e com os clientes, as responsabilidades dos
profissionais e a aplicação do código de ética para obter o bom
desempenho na função que exercerá.

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 176 05/10/2021 17:35:23
Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 177

Veja o Código de ética do Tradutor abaixo.


CÓDIGO DE ÉTICA DO TRADUTOR
Parte integrante dos Estatutos do Sindicato Nacional dos
Tradutores - SINTRA
* Aprovado em Assembleia Geral em 19 de fevereiro de
1991
CAPÍTULO I
Princípios Fundamentais
Art.1° - São deveres fundamentais do tradutor:
§1° respeitar os textos ou outros materiais cuja tradução
lhe seja confiada, não utilizando seus conhecimentos para
desfigurá-los ou alterá-los;
§2° exercer sua atividade com consciência e dignidade, de
modo a elevar o conceito de sua categoria profissional;
§ 3° Utilizar todos os conhecimentos linguísticos, técnicos,
científicos ou outros a seu alcance, para o melhor desempenho
de sua função;
§4° empenhar-se em participar da tomada de decisões do
seu órgão de classe e em vê-las acatadas, em particular no que
se refere à remuneração justa, às condições de trabalho e ao
respeito aos direitos do tradutor;
§5° solidarizar-se com as iniciativas em favor dos interesses
de sua categoria profissional, ainda que não lhe tragam benefício
direto.
CAPÍTULO II
Relações com os Colegas
Art. 2° - O tradutor deve tratar os colegas com lealdade,
respeito e solidariedade.

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178 Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês

Art. 3° - O tradutor deve abster-se de qualquer ato que


signifique concorrência desleal a outros tradutores ou exploração
do trabalho de colegas, seja em sentido comercial ou outro.
CAPÍTULO III
Relações com o Contratante do Serviço
Art. 4° - O tradutor deve servir lealmente ao interesse de
quem lhe contratou o serviço.
Art 5°. - O tradutor deve empenhar-se em lavrar
previamente por escrito, com o contratante do serviço, as
obrigações recíprocas concernentes ao trabalho em causa.
CAPÍTULO IV
Do Segredo Profissional
Art. 6° - O tradutor é obrigado a guardar segredo sobre
fatos de que tenha conhecimento por tê-los visto, ouvido ou
deduzido no exercício de sua atividade profissional, a menos que
impliquem delito previsto em lei ou que possam gerar graves
consequências ilícitas para terceiros.
CAPÍTULO V
Responsabilidade Profissional
Art. 7° - O tradutor é responsável civil e penalmente por
atos profissionais lesivos ao interesse do contratante de seus
serviços, cometidos por imperícia, imprudência, negligência ou
infrações éticas.
CAPÍTULO VI
Aplicação deste Código
Art. 8° - Cabe ao Sindicato Nacional dos Tradutores
- SINTRA a apuração de faltas cometidas contra este Código
de Ética, a aplicação das penalidades previstas nos Estatutos
do SINTRA e, quando cabível, o encaminhamento do caso aos
órgãos competentes.

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Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês 179

Art. 9° - Com discrição e fundamento, o tradutor dará


conhecimento ao SINTRA dos fatos que constituam infração às
normas deste Código.

IMPORTANTE

Seguem sugestões de sites sobre o código de ética dos tradutores:


https://bit.ly/2O7Ot1d; Código de ética https://bit.ly/3gJyAtU e
o site do sindicato dos tradutores: https://bit.ly/3e8DXkQ.

Parabéns! Chegamos ao final de mais uma leitura. Espero


que tenha aprendido os temas do nosso estudo!

RESUMINDO

E então? Você gostou deste estudo? Aprendeu tudo sobre os


pronomes relativos? Agora, para temos certeza de que você
aprendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo
o que vimos. Nesta unidade, você conheceu sobre os conceitos
de ética e de ética profissional, destacando a ética como a
responsabilidade que se tem sobre si e sobre o outro, mostrando
assim, que a responsabilidade é a base da ética e o tradutor, quando
decide ser tradutor, assume consciente ou inconscientemente
uma responsabilidade, ante si mesmo, ante sua consciência e sua
tranquilidade de saber que é um profissional que faz seu trabalho
o melhor possível, mas também ante os textos que traduz, ante
os clientes que confiam nele, ante os companheiros de profissão
que esperam de seus colegas um comportamento honrado,
profissional e baseado em sólidos princípios éticos. Outro ponto

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 179 05/10/2021 17:35:23
180 Oficina de Tradução, Versão e Interpretação em Inglês

RESUMINDO (CONTINUAÇÃO)

importante que vimos foi sobre o código de ética dos tradutores


e intérpretes, podendo assim conhecer um pouco mais desse
universo profissional.
Espero que tenha aproveitado seu estudo! Até o próximo curso!

ebook completo impressão - Oficina Trad Versão Int Inglês - Aberto - SER.indb 180 05/10/2021 17:35:24
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