Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Bioquímica Humana
Organizadora Katiucha Rocha Organizadora Katiucha Rocha
CM
MY
CY
CMY
ROCHA, KATIUCHA
R672b Bioquímica humana [recurso eletrônico] / Katiucha
Rocha - Recife: Telesapiens, 2021.
216 p.: il.; 21cm
ISBN 978-65-86073-27-0
1. Bioquímica. I. Título.
CDD 612.015 (22.ed)
CDU 616-074
Créditos Institucionais
2020 by Telesapiens
Todos os direitos reservados
A AUTORA
KATIUCHA ROCHA
Olá. Meu nome é Katiucha Rocha. Sou formada em Ciências
Biológicas, com mestrado e doutorado em Ciências Biológicas
– Farmacologia e Pós-doutorado em Farmacologia. Possuo uma
experiência técnico-profissional na área de bioquímica de mais
de 4 anos. Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir
minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas
profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a
integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz
em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte
comigo!
ICONOGRÁFICOS
Esses ícones que irão aparecer em sua trilha de aprendizagem
significam:
OBSERVAÇÃO
OBJETIVO
Uma nota explicativa
Breve descrição do objetivo
sobre o que acaba de
de aprendizagem; +
ser dito;
RESUMINDO
CITAÇÃO
Uma síntese das
Parte retirada de um texto;
últimas abordagens;
TESTANDO
DEFINIÇÃO
Sugestão de práticas ou
Definição de um
exercícios para fixação do
conceito;
conteúdo;
IMPORTANTE ACESSE
O conteúdo em destaque Links úteis para
precisa ser priorizado; fixação do conteúdo;
++
EXPLICANDO
SOLUÇÃO
+ DIFERENTE Resolução passo a
Um jeito diferente e mais passo de um problema
simples de explicar o que ou exercício;
acaba de ser explicado;
EXEMPLO CURIOSIDADE
Explicação do conteúdo ou Indicação de curiosidades
conceito partindo de um e fatos para reflexão sobre
caso prático; o tema em estudo;
01
UNIDADE
12 Bioquímica Humana
INTRODUÇÃO
Você sabia que proteínas constituem a forma de expressão
da informação genética sendo fundamentais a sobrevivência
de um organismo? Proteínas são macromoléculas que atuam
em praticamente todas as atividades biológicas. As principais
funções de proteínas compreendem a atividade hormonal, catálise
biológica, contração muscular, função estrutural, transporte,
defesa contra patógenos, coagulação, entre outras. Proteínas
também podem ser definidas como polímeros de aminoácidos
apresentando vários tamanhos e quatro níveis de organização.
Os aminoácidos são provenientes da síntese e degradação de
proteínas não necessárias ao metabolismo, da dieta rica em
proteínas ou da síntese de novo. O excedente de aminoácidos não
pode ser armazenado no corpo humano e, portanto, é excretado
por uma via interessante como será discutido no decorrer dos
capítulos. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai
mergulhar neste universo!
Bioquímica Humana 13
OBJETIVOS
Olá, seja muito bem-vindo a nossa Unidade 1, nosso
objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes
competências profissionais até o término desta etapa de estudos:
OBJETIVO
Fonte: A autora
Bioquímica Humana 17
IMPORTANTE
Tabela 1: Nomenclatura dos aminoácidos contendo abreviaturas de uma letra e de três letras
18 Bioquímica Humana
Figura 4: Aminoácidos com cadeias polares carregadas negativamente, Aminoácidos com cadeias polares
carregadas positivamente, aminoácidos apolares, aminoácidos com cadeias polares e não carregadas
IMPORTANTE
CURIOSIDADE
RESUMINDO
OBJETIVO
Enzimas
Enzimas são proteínas altamente específicas que interagem
com um ou alguns poucos substratos catalisando apenas um
tipo de reação química, ou seja, transformam quimicamente
substratos em produtos durante reações essenciais para os
sistemas vivos. As estruturas proteicas primarias, secundárias,
terciarias e quaternárias das enzimas são fundamentais para sua
atividade catalítica.
A ativação de enzimas depende de sua ligação a cofatores
que podem ser metais e/ou moléculas orgânicas derivadas de
vitaminas denominadas coenzimas. Uma enzima ligada a cofator
é cataliticamente ativa e chamada de holoenzima, enquanto
a parte proteica é denominada apoenzima ou apoproteína. As
enzimas aumentam a velocidade das reações sem sofrerem
alterações no processo global.
Devido à grande energia de ativação, a velocidade das
reações químicas não catalisadas são geralmente lentas.
Bioquímica Humana 31
++
+
EXPLICANDO DIFERENTE
IMPORTANTE
Cofatores enzimáticos
Cofatores são imprescindíveis para que enzimas exerçam
seu papel catalítico. Entre os cofatores encontram-se moléculas
orgânicas ou coenzimas geralmente derivadas de vitaminas e
compostos inorgânicos como íons Fe2+, Mg2+, Mn2+, Zn2+.
Algumas enzimas, entretanto, requerem ambos, uma coenzima e
um ou mais íons metálicos para sua ativação.
As vitaminas são divididas em dois grandes grupos:
vitaminas hidrossolúveis quando solúveis em água e vitaminas
lipossolúveis, solúveis em lipídeos e solventes orgânicos.
Vitaminas não podem ser sintetizadas pelas células humanas
(exceto vitamina D) e devem ser obtidas por meio da dieta.
As vitaminas hidrossolúveis compreendem as vitaminas
do complexo B e ácido ascórbico (vitamina C). Essas vitaminas
não são armazenadas no organismo, exigindo seu abastecimento
diário. Devido a solubilidade em água, o excedente é eliminado
na urina. O complexo B possui 8 vitaminas a saber: B1- tiamina,
B2- riboflavina, B3- Niacina, B5- ácido pantotênico, B6-
piridoxina, B7- Biotina, B9- ácido fólico e B12- cianocobalamina.
As funções associadas ao complexo B são produção de energia,
síntese e reparo de DNA, RNA, metilação genômica e não
genômica, síntese de neuroquímicos e moléculas sinalizadoras.
O aporte diário de todas as vitaminas do complexo B é essencial
para o funcionamento fisiológico e neurológico ótimos.
Bioquímica Humana 37
RESUMINDO
OBJETIVO
Degradação de aminoácidos
A degradação de aminoácidos ocorre no tecido hepático. Ao
atingir o fígado, há remoção do grupo α-amino dos aminoácidos
para permitir que sejam degradados.
O grupo α-amino é transferido para um grupamento
α-cetoácido resultando em glutamato e outro grupamento
Bioquímica Humana 43
Ciclo da Ureia
O processo global da síntese de ureia requer energia de três
moléculas de ATP e a participação sucessiva de cinco enzimas.
A amônia que chega a matriz mitocondrial das células é
unida ao dióxido de carbono produzido no ciclo do ácido cítrico
(CO2 na forma de HCO3) formando um composto chamado
Bioquímica Humana 45
RESUMINDO
Síntese Proteica
OBJETIVO
DNA e RNA
A informação genética armazenada no DNA é repassada
as células-filhas através do processo de replicação e deve ser
expressa por meio da transcrição antes de ser traduzida. No
processo de transcrição informações contidas nos cromossomos
são utilizadas para construção de moléculas de RNA mensageiro
(RNAm) que, em seguida, é traduzido em proteína. Portanto, a
via de síntese de proteínas é denominada tradução e é dependente
da informação contida nos ácidos nucléicos (DNA e RNA) para
expressar a sequência específica de aminoácidos utilizados na
construção do polipeptídeo.
O código genético é representado por letras que representam
bases nitrogenadas presentes no DNA e RNA. No processo de
tradução esse código de letras é lido 3 a 3, ou seja, cada trinca
de letras ou bases nitrogenadas é chamado de códon e indica
o aminoácido que será adicionado a cadeia polipeptídica em
construção. Esse código genético é dito universal e degenerado
pois um códon corresponde a um único aminoácido, mas um
aminoácido pode ter vários códons que o representam. O código
e lido a partir de um ponto fixo em uma sequência continua de
bases lidas 3 a 3.
Bioquímica Humana 49
Etapas da Transcrição
O material genético em eucariotos está associado a
histonas formando nucleossomos que dificultam o processo
de transcrição. A remodelação da cromatina é necessária para
deixá-la em uma forma mais relaxada chamada eucromatina
para que ocorra a transcrição.
Apenas uma das fitas de DNA é transcrita em um RNAm
por vez e apenas uma pequena parte dos genes é transcrita. As
moléculas de ácidos nucleicos (DNA e RNA) somente conseguem
se parear se estiverem em sentidos opostos. Esse sentido é dado pela
posição dos carbonos 5’ e 3’ do açúcar (uma pentose - desoxirribose
no DNA e ribose no RNA) presente nessas moléculas.
O processo de transcrição é iniciado após a enzima RNA
polimerase reconhecer e ligar-se a uma região promotora no
gene. Essa região é associada a fatores gerais de transcrição
os quais atraem a enzima RNA polimerase II e a posicionam
no local adequado para o início da transcrição. Em células
eucarióticas a RNA polimerase II é a responsável pela ligação a
região promotora chamada TATA ou Hodness rica em Adenina
e Timina, localizada a 25 nucleotídeos da base inicial do sítio
de transcrição. A região promotora contém o sitio de início da
Bioquímica Humana 51
Ativação de Aminoácidos
O RNAt é uma molécula adaptadora capaz de interagir
com sítios específicos do ribossomo durante a tradução do
polipeptídeo definindo a posição dos aminoácidos de acordo com
a sequência de bases do RNAm. Ele tem sítio de ligação específico
para o aminoácido na extremidade 3’ enquanto a extremidade 5’
é formada pelo anticódon, local que reconhece e se associa ao
RNAm através de interação entre bases complementares.
Bioquímica Humana 53
IMPORTANTE
RESUMINDO
02
UNIDADE
62 Bioquímica Humana
INTRODUÇÃO
Você sabia que carboidratos constituem moléculas
orgânicas mais abundantes na natureza. Isso mesmo! Eles podem
ser denominados como açúcares, hidratos de carbono, glicídeos
e glucídeos. Essas moléculas são classificadas em carboidratos
simples e carboidratos complexos. Dentre suas principais funções
encontram-se formação de membranas biológicas, comunicação
celular e paredes celulares de bactérias. Entretanto, a principal
função dos carboidratos é o fornecimento de energia química
para manutenção do metabolismo. A glicose é o principal
carboidrato absorvido no trato intestinal e sua oxidação pela via
glicolítica gera moléculas de piruvato. O piruvato será conduzido
do citosol a mitocôndria, convertido em Acetil-coenzima A e
posteriormente oxidada para produção de equivalentes redutores,
consequentemente energia. Parte dos carboidratos ingeridos na
dieta é armazenado na forma de glicogênio. Durante períodos
de jejum ocorre quebra de glicogênio, bem como produção de
glicose via gliconeogênese como veremos no decorrer desta
unidade. A captação de glicose pelos tecidos e sua concentração
sanguínea são controlados por hormônios cuja deficiência na
produção ou na resposta tecidual promove desenvolvimento de
patologias como Diabetes mellitus. Entendeu? Ao longo desta
unidade letiva você vai mergulhar neste universo!
Bioquímica Humana 63
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo a nossa Unidade 2. Nesta
unidade, o nosso objetivo é auxiliá-lo no desenvolvimento das
seguintes competências profissionais:
OBJETIVO
Classificação de monossacarídeos
Os monossacarídeos podem ver classificados como D
(Dextrogiro) ou L (Levógiro). Esta classificação está baseada na
convenção de que o carbono classificado como C1 é o carbono
ligado ao grupamento aldeído ou cetona, enquanto o carbono
assimétrico, é representado pelo carbono mais distante dos
grupamentos aldeído e cetona.
66 Bioquímica Humana
IMPORTANTE
CURIOSIDADE
IMPORTANTE
RESUMINDO
OBJETIVO
Via glicolítica
A principal via do catabolismo de glicose é chamada de
via glicolítica (do grego: glykys – açúcar e lysis- quebra). Esta
78 Bioquímica Humana
IMPORTANTE
Glicogênese
O glicogênio é a forma de armazenamento de glicose em
uma maneira rapidamente mobilizável. Os principais estoques
encontram-se no fígado (100g) e no músculo esquelético (300g).
O amido é a forma de armazenamento da glicose por
vegetais, sendo metabolizável pelo organismo humano. Assim
como o glicogênio, é um polímero de glicose diferindo apenas
na estrutura. Amido é composto por amilose e amilopectina.
A amilopectina é uma molécula ramificada enquanto a amilose
é linear. O amido é digerido pela enzima amilase como o
glicogênio.
O glicogênio é um homopolissacarídeo de cadeia
ramificada formado apenas por moléculas de glicose, ou seja,
um polímero de glicose. A união glicosídica primária é uma
ligação α (1→4). Após 8 a 10 resíduos de glicosil, existe uma
ramificação contendo uma ligação α (1→6). O glicogênio fica
armazenado em grânulos no citosol celular que contém enzimas
tanto de síntese quanto de degradação desse polissacarídeo.
A formação do glicogênio necessita de ATP e uma molécula
chamada trifosfato de uridina (UTP). A enzima envolvida na
síntese do glicogênio é a glicogênio sintase responsável pela
formação das ligações α (1→4) entre os resíduos de glicose
(glicosil). Esta enzima só pode alongar cadeias já existentes
Bioquímica Humana 83
++
+
EXPLICANDO DIFERENTE
Glicogenólise
Para que ocorra o glicogenólise é necessário que haja
liberação de glucagon. O glucagon e adrenalina quando ligados a
receptores de membranas sinalizam a necessidade de degradação
de glicogênio para elevar a concentração de glicose disponível
fornecendo energia as células. Estes hormônios ativam a
proteína cinase A dependente de adenosina monofosfato cíclico
(AMP cíclico).
A ativação de proteína cinase A (PKA) dependente de AMP
cíclico fosforila (inativa) a glicogênio sintase, enzima utilizada
na síntese de glicogênio. PKA promove ativação da foforilase-
quinase b que ativa a glicogênio fosforilase responsável pelo
processo de degradação do glicogênio denominado glicogenólise.
86 Bioquímica Humana
CURIOSIDADE
Gliconeogênese
O suprimento de glicose a partir de estoques de glicogênio
presentes em músculo esquelético e fígado não é suficiente
para fornecer energia entre as refeições ou durante períodos de
jejum mais longos, ou ainda durante a prática de atividade física
intensa. Nestas situações o organismo precisa sintetizar glicose
a partir de precursores que não são carboidratos.
A gliconeogênese, “formação de novo açúcar”, é um
processo que converte piruvato e compostos com três ou quatro
átomos de carbonos em glicose.
Os precursores de glicose em animais compreendem
compostos contendo três átomos de carbono como lactato,
piruvato, glicerol, além dos aminoácidos glicogênicos. Em
humanos e mamíferos em geral, a gliconeogênese ocorre
principalmente no fígado, em menor extensão no córtex renal
bem como em células epiteliais que revestem internamente o
intestino delgado.
A glicose, produto da gliconeogênese, passa dos locais de
síntese para o sangue e vai suprir os demais tecidos do organismo.
Após exercício intenso, o lactato produzido pela glicose
anaeróbica no músculo esquelético retorna ao fígado para ser
convertido em glicose, que por sua vez, pode retornar ao músculo
onde é convertido em glicogênio pelo ciclo de Cori.
90 Bioquímica Humana
REFLITA
IMPORTANTE
IMPORTANTE
RESUMINDO
OBJETIVO
IMPORTANTE
REFLITA
++
+
EXPLICANDO DIFERENTE
REFLITA
Diabetes mellitus
As concentrações séricas elevadas de insulina reduzem
os níveis de glicose sanguínea ao inibir a produção hepática
deste carboidrato, estimular a sua captação, bem como seu
metabolismo no fígado, músculo e tecido adiposo.
A concentração sanguínea de glicose está associada a
secreção de insulina e constitui seu principal secretagogo.
Desequilíbrios na concentração sérica de glicose associadas
ao comprometimento na secreção e/ou resposta tecidual ao
hormônio insulina é responsável pelo desenvolvimento do
diabetes mellitus.
Existem dois tipos de diabetes mellitus: tipo1 e tipo 2.
Diabetes mellitus tipo 1 é uma doença autoimune onde as células
β-pancreáticas não produzem insulina causando um déficit grave
na concentração sérica deste hormônio. A terapia recomendada
é a administração de insulina em injeções subcutâneas. Diabetes
mellitus tipo 2 está associado a resistência à insulina, redução
106 Bioquímica Humana
RESUMINDO
03
UNIDADE
110 Bioquímica Humana
INTRODUÇÃO
Você sabia que lipídeos constituem grupo diverso de
moléculas biológicas, insolúveis em água e solúveis em
solventes orgânicos. Podem ser divididos em óleos quando
provenientes de origem vegetal ou gorduras geralmente de
origem animal. A classificados dos lipídeos envolve presença
ou não de ácidos graxos em sua estrutura. Entre as principais
funções dos lipídeos destacam-se formação de membranas
biológicas, cofatores enzimáticos, hormônios, mensageiros
intracelulares, transportadores, ancoras de proteínas,
emulsificantes do trato digestório. A função mais importante
é armazenar energia na forma de triacilglicerol em tecido
adiposo. Os principais lipídeos de importância biológica são
triacilglicerol, fosfolipídios e colesterol. O metabolismo dessas
macromoléculas envolve reações de síntese e degradação, as
quais ocorrem em locais diferentes nas células. As reações de
biossíntese envolvem formação de malonil –Coenzima A a partir
de acetil-Coenzima A catalisada pela Acetil-CoA carboxilase e
dependente de biotina. O produto principal da biossíntese de
lipídeos é o palmintoil-CoA. A degradação de ácidos graxos é a
via central de produção de energia. A oxidação de ácidos graxos
ocorre em 3 etapas com a participação de enzimas presentes na
matriz mitocondrial. A digestão de lipídeos ocorre no estômago,
duodeno e sua absorção é feita no sistema linfático na forma de
quilomícrons. Alterações no metabolismo dessas biomoléculas
podem promover dislipidemia, aterosclerose e resistência à
insulina. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai
mergulhar neste universo!
Bioquímica Humana 111
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso objetivo
é auxiliar você no atingimento dos seguintes objetivos de
aprendizagem até o término desta etapa de estudos:
4
Identificar as desordens metabólicas associadas aos
lipídeos como dislipidemia, aterosclerose e doenças
cardiovasculares executando procedimentos para
evita-los.
OBJETIVO
Fonte: A Autora
Fonte: A Autora
Bioquímica Humana 115
Fonte: A Autora
IMPORTANTE
Fonte: Wikimwdia
Fonte: Wikimwdia
IMPORTANTE
RESUMINDO
OBJETIVO
IMPORTANTE
Síntese de Prostaglandinas
Prostaglandinas (PGs) exercem várias funções e estão
presentes em todos os tecidos animais. Estes compostos são
chamados eicosanoides derivados do ácido araquidônico (C 20:4),
que sofre ação da enzima cicloxigenase (COX), se tornando cíclico
e formando um anel pentano o qual recebe várias insaturações.
As prostaglandinas (assim como os leucotrienos) têm sua síntese
desencadeada por estímulos nas membranas celulares, que podem
ser de natureza fisiológica, farmacológica ou patológica. Estes
estímulos ativam a fosfolipase A2 que quebram os fosfolipídios
de membrana originando ácido araquidônico.
A ação de ciclooxigenases (COX) transforma o ácido
araquidônico em prostaglandina G2 (PGG2) enquanto a peroxidase
converte PGG2 em prostaglandina H2 (PGH2) precursora das
demais protaglandinas e tromboxanos. As PGs primárias,
por assim dizer, têm pouca atividade, mas são substrato para
formação das diversas PGs com atividade, como PGD2, PGE2,
PGF2α, prostaciclinas (PGI2) e também dos tromboxanos (TX)
(Figura 10). Estas reações ocorrem no reticulo endoplasmático
liso localizado no citoplasma das células. As prostaglandinas
formadas a partir da ação das ciclooxigenases ligam-se a
receptores prostanóides que se encontram localizados na
membrana celular, acoplados à proteína G. A ativação da proteína
G resulta na estimulação de sistemas efetores responsáveis pela
liberação de segundos mensageiros em diversos tecidos.
Bioquímica Humana 133
IMPORTANTE
Síntese de Colesterol
O colesterol é um dos componentes de membranas celulares,
precursor de hormônios esteroides, mineralocorticoides e ácidos
biliares. Composto por 27 carbonos, é considerado o principal
esteroide no organismo.
A síntese do colesterol envolve duas moléculas de
acetil-CoA que se condensam formando acetoacetil-CoA,
a qual sofrerá condensação com uma terceira molécula de
acetil-CoA produzindo um composto de 6 carbonos chamado
β-hidroximetilglutaril-CoA (HMG-CoA).
Na reação seguinte o HMG-CoA é reduzido a mevalonato
pela enzima HMG-CoA redutase em presença de NADPH como
doador de elétrons. A HMG-CoA redutase é uma proteína integral
de membrana localizada no retículo endoplasmático liso e constitui
o principal ponto de regulação da via de síntese do colesterol.
O mevalonato recebe três grupamentos fosfato proveniente
de três moléculas de ATP formando isopentenil-pirofosfato.
O isopentenil-pirofosfato é condensado com uma molécula
de dimetil-pirofosfato originando geranil-pirofosfato que
posteriormente é condensado com uma molécula de isopentenil-
pirofosfato dando origem ao farnesil-pirofosfato. Por fim,
duas moléculas de farnesil- pirofosfato se associam formando
o esqualeno (Figura 12). A ciclização do esqualeno produz
lanosterol que será convertido a colesterol em uma série de 20
reações químicas.
Bioquímica Humana 137
Síntese de Triacilglicerol
Ácidos graxos sintetizados ou ingeridos são convertidos
em triacilgliceróis (TG) para armazenamento ou incorporados
em fosfolipídios de membrana.
A primeira etapa na biossíntese de TG é a acilação dos
grupos hidroxil livres do glicerol 3-fosfato por duas moléculas
de acil-graxo-CoA produzindo diacilglicerol 3-fosfato ou ácido
138 Bioquímica Humana
RESUMINDO
OBJETIVO
Figura 12: Conversão do glicerol a gliceraldeído 3-fosfato para produção de energia ou glicose via
gliconeogênese
Cálculos assumem que a fosforilação mitocondrial produz 1,5 ATP para cada FADH2 e 2,5 ATPs por NADH
oxidado. *GTP produzido no cilco de Krebs é convertido a ATP pelo nucleosídeo difosfato quinase.
Fonte: Wikimedia
A HDL contém Apo AI, Apo CI, Apo CII e LCAT que
catalisa a formação de ésteres de colesterol a partir da lecitina
e colesterol. Esta lipoproteína fornece proteínas Apo CII e Apo
E para quilomícron nascente transformando esta lipoproteína
em quilomícron maduro. Após a ativação da lipase lipoproteica
o quilomícron devolve para a HDL a proteína Apo CII
transformando-se em quilomícron remanescente.
HDL também fornece a Apo CII e Apo E para VLDL-
nascente transformando-a em VLDL-madura. Ao ativar a
lipoproteína lipase a VLDL devolve a Apo CII para o HDL
sendo convertida em IDL. IDL por sua vez, devolve ao HDL a
Apo E, originando LDL.
Apo CII é a proteína responsável pela ativação da enzima
lipoproteína lipase que hidrolisa os TG em ácido graxo e glicerol.
TG e Apo CII estimulam sua atividade enquanto Apo CII inibe.
O transporte reverso do colesterol realizado pelo HDL é
mediado por receptores de membrana chamados SR-BI responsáveis
pela transferência de ésteres de colesterol da lipoproteína ao fígado.
Os receptores transferem também ésteres de colesterol da HDL para
tecidos esteroidogênicos e podem participar do transporte reverso,
transferindo colesterol das células para o HDL. Essa capacidade
do HDL transportar lipídeos, principalmente ésteres de colesterol,
dos tecidos periféricos para o fígado é responsável pelo efeito
antiaterogênico associado a esta lipoproteína.
Bioquímica Humana 153
RESUMINDO
OBJETIVO
IMPORTANTE
RESUMINDO
04
UNIDADE
164 Bioquímica Humana
INTRODUÇÃO
Você sabia que o metabolismo é o conjunto de reações
químicas que ocorre na célula? Isso mesmo. O metabolismo é
dividido em reações de síntese e degradação de macromoléculas.
As reações metabólicas são reguladas por hormônios que atuam
principalmente em órgãos com maior atividade metabólica. O
fígado tem papel central no metabolismo porque recebe e distribui
os nutrientes, mantém a glicemia, promove a detoxificação e
converte produtos nitrogenados em ureia para serem excretados
na forma de urina. O tecido adiposo é essencial em períodos de
jejum prolongado fornecendo ácidos graxos aos tecidos extra-
hepáticos e ao fígado para formação de corpos cetônicos. Os
órgãos através da ação hormonal atuam em conjunto para suprir
as necessidades energéticas do corpo. Em outras palavras, quando
a dieta provê excedente de energia, este excedente é estocado
na forma de glicogênio e triacilglicerol. Quando há necessidade
de energia as reservas são mobilizadas para manutenção da
homeostasia corporal. Nesta unidade estudaremos as inter-
relações metabólicas associadas as principais vias de síntese e
degradação, bem como a integração na atividade de diferentes
órgãos participantes destas vias. Entendeu? Ao longo desta
unidade letiva você vai mergulhar neste universo!
Bioquímica Humana 165
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso objetivo
é auxiliar você no atingimento dos seguintes objetivos de
aprendizagem até o término desta etapa de estudos:
OBJETIVO
SAIBA MAIS
IMPORTANTE
IMPORTANTE
IMPORTANTE
RESUMINDO
Identificando as inter-relações
metabólicas no estado alimentado
OBJETIVO
Órgãos-chave no metabolismo
Nas unidades anteriores você aprendeu sobre as
macromoléculas, suas principais funções, como podemos
utilizá-las na produção de energia e construção em nosso
organismo. Agora será possível compreender a conexão entre o
metabolismo dessas macromoléculas, bem como conhecer um
pouco mais a respeito dos processos de regulação energética.
Estudaremos cada um dos principais órgãos envolvidos no
controle do metabolismo e enfatizaremos as correlações entre
eles no estado alimentado e estado de jejum.
Os principais órgãos envolvidos no controle do
metabolismo são fígado, tecido adiposo, músculo, pâncreas e
cérebro.
O pâncreas é uma glândula mista, com parte exócrina e
endócrina. A porção exócrina é responsável pela produção de
enzimas digestivas. A parte endócrina, onde são secretados
hormônios, é formada pelas ilhotas pancreáticas (Ilhotas de
Langerhans). As ilhotas são compostas por células α, β e δ que
Bioquímica Humana 179
SAIBA MAIS
IMPORTANTE
IMPORTANTE
RESUMINDO
OBJETIVO
Estado de Jejum
O período absortivo compreende 2 a 4 horas após a
refeição quando a concentração de glicose sanguínea aumenta
estimulando a secreção de insulina pelas células β enquanto
reduz a concentração de glucagon secretada pelas células α
pancreáticas. A partir de 4 horas após refeições ocorre queda na
concentração sérica de glicose e eleva-se a secreção de glucagon
pelas células α das ilhotas pancreáticas. Receptores de glicose
presentes no hipotálamo respondem a redução na glicose sérica
liberando entre outros hormônios como a adrenalina que tem
ação antagônica a insulina.
O período pós-absortivo ou jejum é considerado um
período de privação nutricional pela redução na concentração
de nutrientes na corrente sanguínea e, portanto, um período
onde vias catabólicas estão ativas. Neste período ocorre intensa
troca de moléculas ricas em energia entre fígado, tecido adiposo
e músculo. O objetivo desta inter-relação é manter a glicemia
em concentração aceitável necessária a tecidos como encéfalo,
Bioquímica Humana 191
IMPORTANTE
SAIBA MAIS
IMPORTANTE
IMPORTANTE
IMPORTANTE
RESUMINDO
OBJETIVO
Desordens Metabólicas
As desordens metabólicas podem ser provocadas por
patologias que de alguma maneira contribuem para alteração do
metabolismo ou homeostasia corporal. As doenças discutidas
a seguir podem promover redução no aporte energético
mimetizando um possível estado de jejum como descrito para
doenças inflamatórias intestinais. Já alterações na produção
dos hormônios da tireoide estão relacionados com prejuízos
na atividade metabólica, acelerando ou reduzindo atividade
das reações químicas. Síndrome metabólica e diabetes mellitus
também são considerados desordens metabólicas importantes,
entretanto, já foram discutidos em unidades anteriores (Vide
unidades 2 e 3).
IMPORTANTE
RESUMINDO
REFERÊNCIAS
UNIDADE 01
BOONE-VILLA, D., AGUILERA-MÉNDEZ, A.,
MIRANDA-CERVANTES, A., FERNANDEZ-MEJIA, C.
Effects of Biotin supplementation in the diets on adipose tissue
cGMP concentrations, AMPK activation, lipolyses, and sérum-
free fatty acid levels. J. of Med. Food, v. 18(10), p.1150-1156,
2015.
CHAMPE, Pamela C, HARVEY, Richard A, FERRIER,
Denise R. Bioquímica Ilustrada. 30 Edição. Porto Alegre:
Artmed, 2006.
DAS DORES, S.M.C., RUPP DE PAIVA, S.A.,
CAMPONA, A.O. Vitamina K: Metabolismo e nutrição. Rev.
Nutr., v.14(3), p.207-218, 2001.
DEVLIN, Thomas M. Manual de bioquímica com
correlações clínicas. 40 Edição. São Paulo: Edgard Bluncher
Ltda, 1998.
HARTL, F. U. Protein Misfolding Diseases. Ann. Rev.
Biochem., v.86, p. 21-26, 2015.
HIRST BH. Dietary regulation of intestinal nutrient
carriers. Proc Nutr Soc, 52,2, 315-324, 1993. KIRKIN, V.,
MCEWAN, D.G.; NOVAK, I. A role for ubiquitin ins selective
autophagy. Molec. Cell, v.34 (3), p. 259-269, 2009.
LIEBERMAN, M., MARKS, A.D., SMITH, C.M. Marks’
basic medical biochemistry: a clinical approach, 30 Edição.
Wolters Kluwer/Lippincott Williams & Wilkins, Philadelphia,
2009. KIRKIN, V., McEWAN, D.G., NOVAK, I., DIKIC, I. A
roles for ubiquitin in selective autophagy. Molec. Cell, v. 34(3),
p. 259-269, 2009.
210 Bioquímica Humana
UNIDADE 03
BIESEK, S; ALVES, L A.; GUERRA, D. Determinando
as necessidades energéticas. 2 ed. Ver. E ampl. – Barueri, SP:
Manole, 2010.
CHAMPE, Pamela C, HARVEY, Richard A, FERRIER,
Denise R. Bioquímica Ilustrada. 30 Edição. Porto Alegre:
Artmed, 2006.
CLAYTON, B.; STOCK, Y. Fundamentos de Farmacologia.
12º Edição, Portugal: Luso-ciência, 2002.
COSTA, R.S., et al. Doenças cardiovasculares. In:
CUPPARI, L., editor. Guia de medicina ambulatorial e hospitalar
- UNIFESP - Escola Paulista de Medicina: nutrição clínica no
adulto. Manole ed. Barueri, p. 287-312. 2005.
FALUDI, A.A.; IZAN, M.C.O.; SARAIVA, J.F.K., et al.
Atualização da diretriz brasileira de dislipidemias e prevenção
da aterosclerose. Arq. Brasileiro de Cardiol., v. 109 (2), p. 1-62;
2017
GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia
Médica. 12. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
DEVLIN, T.M. Manual de bioquímica com correlações
clínicas. 40 Edição. São Paulo: Edgard Bluncher Ltda, 1998.
HOUTKOOPER, R.H.; VAZ, . FM. Cardiolipin, the heart
of mitochondrial metabolism. Cell Mol Life Sci., v. 65, p. 2493-
2506, 2008.
INNERARITY, T.L. Familial hypobetalipoproteinemia
and familial defective apolipoprotein B100: genetic disorders
associated with apolipoprotein B. Curr Opin Lipidol., v. 31, p.
104-109, 1990.
LAMBETH, J.D. Cytochrome P-450scc. Cardiolipin as an
effector of activity of a mitochondrial cytochrome P-450. J Biol
Chem., v. 256, p. 4757-4762, 1981.
214 Bioquímica Humana