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Avaliação

Nutricional

Livro Didático Digital


Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
CAIQUE DOS SANTOS RAMALHO
TATIANE MELO DE OLIVEIRA
AUTORIA
Caique dos Santos Ramalho
Olá! Sou formado em Nutrição pela Universidade Católica do
Salvador (UCSal), participei durante a graduação de monitorias em
congressos, disciplinas e empresas com foco em empreendedorismo no
ramo de alimentação. Atuei em liga acadêmica e projetos de pesquisas
no âmbito externo e interno da universidade. Tenho experiência na área
Ambulatorial, com foco nas doenças crônicas não transmissíveis (DCNT),
pela mesma universidade. Sou apaixonado pela área de Gerontologia e
quero transmitir minhas experiências de vida da melhor forma possível
para aqueles que, assim como eu, estão iniciando em suas profissões. Por
isso fui convidado pela da Editora Telesapiens a integrar o seu elenco de
autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase
de muito estudo e trabalho. Conte comigo!

Tatiane Melo de Oliveira


Olá! Sou formada em Nutrição pela Universidade Federal da Bahia
(UFBA), especialista em Nutrição Clínica sob a forma de residência e mestre
em alimentos, nutrição e saúde pela mesma universidade. Atualmente,
estou cursando doutorado em Gerontologia pela Universidade Estadual
de Campinas (Unicamp). Tenho experiência técnico-profissional na área de
Nutrição Ambulatorial, Hospitalar — em todos os níveis de complexidade
—, Atendimento Domiciliar de idosos, Home Care de Pacientes Crônicos e
como palestrante e professora de graduação e pós-graduação nas áreas
de Avaliação Nutricional, Terapia Nutricional, Assistência Nutricional a
Pacientes Críticos (UTI), Nutrição do Adulto e do Idoso, tudo isso ao longo
de 7 anos após minha formação. Atuei como nutricionista assistencial
em hospitais particulares e públicos de médio a grande porte, e como
professora/palestrante em universidades públicas e diversas faculdades
particulares. Sou apaixonada pelo que faço, adoro transmitir minha
experiência de vida e compartilhar conhecimento com aqueles que
estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora
Telesapiens a integrar o seu elenco de autores independentes. Estou
muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho.
Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Conceitos e Definições Básicas de Avaliação Nutricional e do
Diagnóstico Nutricional............................................................................. 10
Avaliação do Estado Nutricional ..........................................................................................10

Métodos Usados para a Avaliação Nutricional....................................... 12

Diagnóstico Nutricional................................................................................................................ 14

Métodos Diretos em Avaliação Nutricional....................................... 19


Conhecendo os Métodos Diretos........................................................................................ 19

Antropometria................................................................................................................. 20

Exames Bioquímicos..................................................................................................26

Consumo Alimentar.....................................................................................................32

Métodos Indiretos em Avaliação Nutricional .................................. 34


História Dietética ou Anamnese Alimentar....................................................................37

Exame Físico....................................................................................................................................... 38

Formulários de Triagem e Diagnóstico Nutricional.................................................42

Princípios, Peculiaridades e Aplicação da Avaliação Nutricional


em Coletividades......................................................................................... 45
Construção do Conhecimento de Estado Nutricional e Princípios da
Avaliação Nutricional de Coletividades...........................................................................45

Diferenças entre o Diagnóstico Nutricional Individual e o Diagnóstico


Nutricional Coletivo....................................................................................................................... 49

Métodos de Avaliação Nutricional de Coletividades.............................................55

Grandes Estudos Populacionais Realizados por Órgãos Públicos..............55

Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009....................55

Antropometria e Estado Nutricional de Crianças, Adolescentes e


Adultos no Brasil........................................................................................................... 56

Avaliação Nutricional da Disponibilidade Domiciliar de Alimentos


no Brasil............................................................................................................................... 56
Avaliação Nutricional 7

01
UNIDADE
8 Avaliação Nutricional

INTRODUÇÃO
Você sabia que a área de Avaliação Nutricional é uma das mais
importantes para o profissional de Nutrição? Isso mesmo. A avaliação
nutricional é de extrema importância para nortear a conduta nutricional do
indivíduo. É com base na avaliação nutricional que o nutricionista irá definir
a sua conduta, e é por meio dessa mesma disciplina que o profissional irá
monitorar e acompanhar os resultados gerados, podendo identificar se
houve sucesso ou não no tratamento nutricional. Essa avaliação é uma
competência do nutricionista e a sua principal responsabilidade é definir
o diagnóstico nutricional, além de monitorá-lo, com base nos parâmetros
nutricionais avaliados. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai
mergulhar neste universo!
Avaliação Nutricional 9

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivo é auxiliar
você no atingimento dos seguintes objetivos de aprendizagem até o
término desta etapa de estudos:

1. Interpretar os conceitos e as definições básicas da avaliação e do


diagnóstico nutricional.

2. Interpretar os métodos diretos em Avaliação Nutricional.

3. Interpretar os métodos indiretos em Avaliação Nutricional.

4. Interpretar os princípios, as peculiaridades e a aplicação da


avaliação nutricional em coletividades.

Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao


conhecimento? Ao trabalho!
10 Avaliação Nutricional

Conceitos e Definições Básicas de


Avaliação Nutricional e do Diagnóstico
Nutricional

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de compreender


os conceitos e as definições básicas para o aprendizado da
disciplina. Isso será fundamental para o exercício de sua
profissão. As pessoas que realizam o processo de avaliação
nutricional e definição do diagnóstico nutricional sem a
devida instrução têm problemas quanto à determinação
correta do diagnóstico nutricional e, consequentemente,
dos erros quanto à definição da conduta nutricional a ser
tomada. Motivado para desenvolver esta competência?
Então vamos lá. Avante!

Avaliação do Estado Nutricional

DEFINIÇÃO:

No dicionário, a palavra “avaliar” significa analisar, julgar,


classificar e, para realizar uma avaliação, julgamento ou
classificação, precisamos ter valores de referência, ou seja,
valores que estão de acordo com a normalidade.

Uma definição interessante de estado nutricional é proposta


por Vasconcelos (1993), segundo ele: “o estado nutricional é a síntese
orgânica das relações entre o homem, a natureza e o alimento, as quais se
estabelecem no interior de uma sociedade”. Segundo esse autor, o estado
nutricional de um indivíduo é um reflexo ou resposta de como o homem
se relaciona e interage com o ambiente (natureza, alimento e sociedade).
Avaliação Nutricional 11

EXPLICANDO MELHOR:

Considerando a junção dos conceitos acima, a avaliação do


estado nutricional é a forma como o profissional nutricionista
consegue analisar, com base em parâmetros de referência,
o corpo humano e as suas respostas ou reações a todos
os possíveis interferentes: fatores ambientais, alimentação
consumida e relações sociais (trabalho, família, amigos etc.).

Antes de conhecer os conceitos básicos relacionados à avaliação


nutricional de um indivíduo é importante conhecer como são distribuídos
os tecidos corporais que habitualmente o nutricionista avalia no paciente.
O corpo humano, em relação aos tecidos corporais, é organizado em
cinco níveis diferentes:

1. Anatômico (nível elementar).

2. Molecular.

3. Celular.

4. Sistema de tecidos.

5. Corpo inteiro (nível funcional).

Na prática em avaliação nutricional, considerando a praticidade e


o propósito, o método de dois compartimentos corporais é o mais usado.
Neste, um compartimento é a massa gorda ou o tecido adiposo; o outro é a
massa magra. A massa gorda ou tecido adiposo é composta basicamente
de gordura; já a massa magra ou massa livre de gordura é composta por
água, proteínas, ossos, minerais e outros compostos.
12 Avaliação Nutricional

Métodos Usados para a Avaliação Nutricional


Os métodos usados em avaliação nutricional podem ser classificados
em dois modos diferentes: diretos ou objetivos e indiretos ou subjetivos.

DEFINIÇÃO:

Os métodos diretos ou objetivos são usados para identificar


as alterações orgânicas do corpo, fornecendo subsídios
para o diagnóstico nutricional propriamente dito. Os
métodos indiretos ou subjetivos são usados para identificar
as possíveis causas do diagnóstico nutricional, isto é,
podem trazer para o profissional o esclarecimento quanto
à explicação do estado nutricional. Alguns autores também
falam em métodos quantitativos (aqueles que fornecem
informações numéricas ou em quantidade) e qualitativos
(aqueles que fornecem informações sobre a qualidade
e é passível de uma interpretação individual). Para fins
didáticos, vamos usar os termos diretos e indiretos, mas
também vamos explicar os termos objetivos e subjetivos.

Os métodos diretos são considerados objetivos porque,


normalmente, resultam em valores, índices e indicadores.
Os métodos objetivos são imparciais e claros, há números,
valores e referências para interpretar esses valores, gerando
um resultado conclusivo que não envolve a opinião de quem
está realizando a avaliação, isto é, qualquer pessoa que for
interpretar os mesmos valores irá encontrar os mesmos
resultados. Diferentemente dos métodos considerados
indiretos ou subjetivos, pois eles são dados que precisam
ser interpretados. Quando é necessária a interpretação
de algo subjetivo, que depende do conhecimento e da
habilidade individual de cada profissional, é possível que
em uma mesma avaliação dos métodos indiretos ou
subjetivos, os resultados sejam diferentes. No entanto, é
importante ressaltar que essa diferença não pode ser muito
grande ao ponto de modificar a gravidade/classificação do
diagnóstico nutricional do indivíduo.
Avaliação Nutricional 13

Os métodos diretos para a avaliação do estado nutricional são:


antropometria (peso, altura, dobra cutânea etc.), exames laboratoriais
ou bioquímicos, consumo alimentar (inquéritos alimentares) e métodos
de tecnologia sofisticada como densitometria, tomografia, ultrassom,
bioimpedância etc. Já como métodos indiretos há a anamnese alimentar
ou história dietética e o exame clínico nutricional (sinais e sintomas clínicos
nutricionais), o formulário de triagem e diagnóstico nutricional: avaliação
subjetiva global (ASG) e demais ferramentas para a realização de estudos
demográficos.
Figura 1 ‒ Métodos usados para a avaliação do estado nutricional

Avaliação nutricional

Métodos diretos Métodos indiretos

Antropometria História dietética/


anamnese alimentar

Bioquímicos Exame físico

Formulários de triagem
Consumo nutricional e de
alimentar diagnóstico

Fonte: Elaborada pelos autores (2021).


14 Avaliação Nutricional

Diagnóstico Nutricional
A partir da interpretação dos dados obtidos durante o processo
de avaliação do estado nutricional um resultado é gerado, o diagnóstico
nutricional.

EXPLICANDO MELHOR:

Quando o indivíduo apresenta um desequilíbrio entre


a ingestão de alimentos (nutrientes) e as necessidades
nutricionais (demanda energética), ou seja, tem um
consumo maior ou menor do que realmente precisa, pode-
se ter consequências ao corpo que são expressadas por
ele. Por meio da avaliação nutricional o profissional de
nutrição conseguirá identificar os sinais e/ou sintomas
que representam a possível desordem do organismo. O
resultado da interpretação desses sinais e/ou sintomas
no processo de avaliação nutricional é chamado de
diagnóstico nutricional.

PASSO A PASSO:

Veja, a seguir, um esquema do passo a passo do caminho que deve


ser feito até conseguirmos definir o diagnóstico nutricional:

1. Identificar do que se trata a situação-objetivo (se é um cliente de


consultório/ambulatório, se é um doente hospitalizado ou se é um
grupo específico).

2. Definir quais são os métodos adequados para a situação-objetivo


(qual a faixa etária do indivíduo ou da população a ser avaliada;
quais são os métodos possíveis de serem aplicados e melhor se
adéquam à situação).

3. Aplicar os métodos escolhidos conforme a técnica adequada.

4. Interpretar cada método aplicado, de forma a obter os resultados


de cada um de forma isolada.
Avaliação Nutricional 15

5. Conflitar e juntar todas as informações para obter um diagnóstico


nutricional definitivo.
Figura 2 ‒ Esquema que resume a realização do diagnóstico nutricional

História
dietética

Avaliação clínico- História familiar


nutricional

Diagnóstico Avaliação História


nutricional bioquímica- medicamentosa
conclusivo nutricional

Avaliação Sinais e
antropométrica sintomas

Fonte: Elaborada pelos autores (2021).

Vamos entender melhor o diagrama acima?

O diagnóstico nutricional conclusivo, ou seja, o final, representa


uma junção de diagnósticos parciais de diferentes métodos de avaliação,
todos com um único objetivo: identificar o problema nutricional existente
e as possíveis causas que possam explicá-lo. É composto de avaliação
clínica, bioquímica e antropométrica, todas voltados para identificações
de problemas e/ou causas nutricionais:

1.1 Avaliação clínico-nutricional: representa a avaliação de todos os


dados clínicos possíveis relacionados às questões nutricionais. São eles:

1.1.1 História dietética: também conhecida como anamnese alimentar.


Representa a coleta de dados indiretamente associados à alimentação do
indivíduo, bem como a coleta de dados da alimentação atual.

1.1.2 História familiar: refere-se à coleta de dados clínicos da família


que estejam ligados à nutrição, como ocorrência de algumas doenças e
causas de morte na família.
16 Avaliação Nutricional

1.1.3 História medicamentosa: refere-se à coleta de informações


sobre o uso contínuo de medicamentos e/ou suplementos alimentares.
Pensando, principalmente, na interação droga-nutriente.

Observação: a interação droga-nutriente é a interferência que


determinado nutriente pode exercer com a substância medicamentosa,
isto é, quando um determinado nutriente pode prejudicar ou melhorar a
absorção de determinado medicamento.

1.1.4 Sinais e sintomas: referem-se à avaliação de sinais clínicos e ou


sintomas físicos que possam estar relacionados à deficiência ou excesso
de algum nutriente.

NOTA:

Todos esses dados da avaliação clínico-nutricional fazem


parte da anamnese nutricional que, geralmente, é a
primeira a ser realizada.

1.2. Avaliação bioquímica-nutricional: refere-se à avaliação dos


exames bioquímicos que se relacionam com a nutrição. O objetivo é
investigar se há alguma alteração bioquímica que pode estar relacionada
à deficiência ou ao excesso de determinado nutriente.

1.3. Avaliação antropométrica: refere-se à avaliação das medidas


corporais. Com base na coleta das medidas são calculados os índices ou
indicadores nutricionais relacionados à composição e à distribuição de
tecidos corporais.
Avaliação Nutricional 17

REFLITA:

O diagnóstico nutricional é de fundamental importância


para a determinação da conduta nutricional adequada.
Se você errar o diagnóstico, possivelmente irá programar
uma conduta errada para o seu paciente. Mas calma,
com dedicação, estudo, bastante treino e prática você irá
aprimorar o seu diagnóstico, tornando-o cada vez mais
certeiro.

Além de servir para determinar a atual situação nutricional


do indivíduo, ou seja, como se fosse um retrato atual de
como o indivíduo chega para o profissional, o diagnóstico
nutricional também é importante para o monitorar a
conduta nutricional.

EXEMPLO:

Você recebe um paciente, realiza a avaliação nutricional com base


nos parâmetros escolhidos e, no final, tem um diagnóstico nutricional de
desnutrição. Com base nesse diagnóstico nutricional preestabelecido você
irá direcionar a sua conduta nutricional (prescrição da dieta, orientações
nutricionais etc.). Futuramente, esse paciente retorna para consulta e
você precisa saber se sua conduta nutricional teve algum efeito sobre
ele, se será necessário rever e/ou modificar alguma estratégia nutricional,
se será preciso encaminhá-lo para outro profissional da área de saúde
ou mesmo saber se houve melhora ou piora do estado nutricional. Tudo
isso só será possível com a realização de uma nova avaliação nutricional
e definição de outro diagnóstico nutricional, permitindo que você tenha
uma sequência de acompanhamento do paciente e possa comparar ele
com ele mesmo ou com outros pacientes.

O diagnóstico nutricional é uma ferramenta importante para o


nutricionista, uma vez que irá nortear o tratamento nutricional e avaliar
se a conduta nutricional foi eficiente. Quanto mais preciso, fiel e precoce
for o diagnóstico nutricional, maior será a chance de acerto na conduta
nutricional.
18 Avaliação Nutricional

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste Capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
nesse módulo a definição de estado nutricional, avaliação
nutricional e diagnóstico nutricional. Aprendeu, também,
sobre o que compõe o diagnóstico nutricional e o que ele
representa. Sei que você já está ansioso para aprender
sobre todos os métodos que são usados no diagnóstico
nutricional, mas calma, isso será abordado no próximo
módulo. De posse das informações contidas neste módulo
você é capaz de compreender a importância de definir
corretamente o diagnóstico nutricional. Pronto! Cientes
dos parâmetros que compõem o estado nutricional e o
diagnóstico nutricional, vamos dar início aos métodos
usados e às suas definições iniciais.
Avaliação Nutricional 19

Métodos Diretos em Avaliação Nutricional

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de identificar


os métodos diretos usados para a avaliação do estado
nutricional. Conhecer as características desses métodos
é de extrema importância para a correta aplicação e
interpretação dos dados coletados para a definição do
diagnóstico nutricional final. Imagine que legal ter dados
interpretados por você, obtidos da avaliação nutricional
realizada de forma coerente e com a escolha correta dos
métodos! Motivado para desenvolver esta competência?
Vamos lá. Avante!.

Conhecendo os Métodos Diretos


Os métodos usados em avaliação nutricional podem ser classificados
em dois modos diferentes: diretos ou objetivos e indiretos ou subjetivos.
Figura 3 ‒ Resumo dos métodos diretos de avaliação do estado nutricional

Métodos diretos

Antropometria

Exames
bioquímicos

Consumo
alimentar

Fonte: Elaborada pelos autores (2021).


20 Avaliação Nutricional

Os métodos diretos para avaliação do estado nutricional são:


antropometria (peso, altura, dobra cutânea etc.), exames laboratoriais
ou bioquímicos, consumo alimentar (inquéritos alimentares) e métodos
de tecnologia sofisticada como densitometria, tomografia, ultrassom,
bioimpedância etc. Já como métodos indiretos há a anamnese alimentar
ou história dietética e o exame clínico nutricional (sinais e sintomas clínicos
nutricionais), o formulário de triagem e diagnóstico nutricional: avaliação
subjetiva global (ASG), triagem de risco nutricional (NRS-2002) e demais
ferramentas para realização de estudos demográficos.

Como dito anteriormente, os métodos diretos em avaliação


nutricional são os que permitem identificar as alterações do estado
nutricional e definir o diagnóstico nutricional. Iremos abordar um pouco
mais sobre os métodos diretos.

Antropometria

VOCÊ SABIA?

A palavra “antropometria” vem do grego, em que anthro


significa corpo; e metria significa medida. Portanto,
antropometria é a medida do corpo.

A antropometria é um método direto de avaliação nutricional,


onde são realizadas medidas nas dimensões corporais do indivíduo
com o objetivo de determinar o diagnóstico nutricional ou monitorá-lo.
A avaliação e interpretação das medidas realizadas podem ser feitas de
maneira isolada, com base nos valores de referências, ou na forma de
índices ou indicadores antropométricos.
Avaliação Nutricional 21

DEFINIÇÃO:

O índice antropométrico é a combinação de uma ou


mais medidas relacionada ao sexo ou à idade. Ou seja,
para determinada medida, existirá um valor de referência
cuja interpretação se diferencia em relação ao sexo ou a
depender da idade. Esse índice é muito usado na avaliação
de crianças e adolescentes. O indicador antropométrico
é um parâmetro usado para a avaliação de padrões de
normalidade. Um indicador antropométrico pode ser uma
medida ou um índice.

A avaliação nutricional por meio da antropometria tem as seguintes


vantagens:

•• Para aplicação, podem ser usados equipamentos portáteis e de


baixo custo.

•• As técnicas usadas não são invasivas, o que torna fácil a realização


e a aceitação do método.

•• Os resultados são obtidos de forma rápida, além de serem


confiáveis.

•• Os indicadores antropométricos podem ser usados para monitorar


os efeitos da intervenção nutricional, bem como a saúde nutricional
do indivíduo.

Apesar de inúmeras vantagens para a aplicação do método, algumas


desvantagens são relatadas e devem ser analisadas com cuidado. Entre
as principais desvantagens, temos:

•• A antropometria tem baixa sensibilidade para detectar processos


de desnutrição aguda ou carências nutricionais específicas.
22 Avaliação Nutricional

EXPLICANDO MELHOR:

Se o indivíduo estiver iniciando um processo de desnutrição


a avaliação antropométrica não será capaz de identificar
a alteração antes que ela evolua para uma desnutrição
moderada ou grave. A identificação da desnutrição com a
avaliação antropométrica só acontece em fases mais graves
da desnutrição. Da mesma forma, a avaliação de medidas
do corpo não permite a detecção de carência nutricional
de algum nutriente específico, por exemplo, ferro, cálcio,
vitamina D etc.

•• Na presença de edema em alguma região corporal, haverá


possibilidade de erro na medida, e esta poderá ser interpretada
de forma errada. Em caso da presença de edemas na região do
corpo que será avaliada, a antropometria não deverá ser usada
para a avaliação do estado nutricional. Nesses casos, a realização
da medida pode ser usada como forma de acompanhamento do
edema (avaliar se houve aumento ou redução do edema).

As medidas mais usadas na avaliação antropométrica serão


descritas a seguir:

a. Peso: o peso representa o somatório de todos os compartimentos


corporais. Esse resultado pode ser aferido por meio de balanças
ou estimado por meio de fórmulas, quando não é possível aferir. A
avaliação do peso pode ter definições diferentes, a depender da
situação em que se está avaliando. São várias definições possíveis:
peso atual, peso usual ou habitual, peso ideal ou desejável e peso
ajustado.

NOTA:

A avaliação do peso diz respeito à avaliação da massa


corporal total. A medição do peso não discrimina dados
sobre a composição corporal do indivíduo (tecido adiposo
ou muscular).
Avaliação Nutricional 23

b. Altura ou estatura ou comprimento: medição do tamanho do


indivíduo. Pode ser realizada com o indivíduo em pé ou deitado.
Associada à avaliação do peso, compõe o índice de massa corporal
(IMC) e é usada para a avaliação de crescimento/desenvolvimento
em crianças (juntamente com outras medições). Pode ser aferido
com uso de estadiômetro, infantômetro, fita inelástica ou régua
antropométrica. Em caso de impossibilidade de aferição pode ser
estimada por fórmulas.

VOCÊ SABIA?

Os termos “estatura”, “altura” e “comprimento” são usados


em diferentes situações. “Estatura” ou “comprimento” é
usado para referir o tamanho de crianças até 2 anos (24
meses), sendo, normalmente, uma medida que se faz
deitada. A partir de 2 anos o termo “altura” já pode ser usado.

c. Circunferências ou perímetros: são medidas simples, de fácil


aplicação e amplamente empregadas na prática clínica. São
importantes ferramentas para o diagnóstico nutricional. Quando
associadas a outras medidas ou indicadores podem verificar
crescimento de dimensões do corpo ou mesmo avaliar a
distribuição de tecidos corporais. Para a realização das medidas
é necessária uma fita inelástica; deve-se atentar à posição
da fita, que deve estar linear ao corpo e de forma horizontal,
evitando compressão ou folga dos tecidos. Na prática clínica as
circunferências ou perímetros mais usados são: braço, cintura,
abdômen, quadril e panturrilha. Durante a aplicação da técnica
de avaliação das circunferências, algumas orientações são de
extrema importância:

•• Sempre que possível é recomendado que as medidas sejam


realizadas no lado não dominante do corpo, há aproximadamente
1cm do local marcado. Deve-se, portanto, confirmar com o
indivíduo qual é o seu lado não dominante.
24 Avaliação Nutricional

DICA:

Quando o indivíduo não souber responder qual é o seu lado não


dominante ou dominante, ofereça um objeto para que ele possa segurar
com a mão; o membro escolhido de forma involuntária pelo indivíduo
para apanhar o objeto sempre será o membro dominante. Lembrando
que a medida deverá ser realizada no lado não dominante.

•• A compressão da fita, no momento da aferição, deve ser o


suficiente para que esta fique ajustada ao corpo, porém não deve
haver compressão do tecido adiposo.

Veja a seguir alguns exemplos de compressão da fita durante a


realização da medida de uma circunferência.
Figura 4 ‒ Compressão errada (forte demais)

Fonte: Freepik.
Avaliação Nutricional 25

Figura 5 ‒ Compressão certa (fita justa, sem aperto ou folga)

Fonte: Freepik.

d. Pregas cutâneas ou dobras cutâneas: a aferição de pregas ou


dobras cutâneas é um método muito usado na prática clínica por
ser pouco invasivo e de baixo custo. Para a avaliação é necessário
o uso de compasso, plicômetro ou adipômetro. Com base em
medidas de regiões anatômicas do corpo humano, usando
protocolos específicos, é possível estimar o volume de gordura
do indivíduo.
26 Avaliação Nutricional

Figura 6 ‒ Demonstração de pinçamento

Fonte: Freepik.

As principais dobras/pregas realizadas na prática clínica são:


tricipital, bicipital, subescapular e suprailíaca.

Exames Bioquímicos
A avaliação bioquímica do estado nutricional é um método direto de
avaliação do estado nutricional, sendo uma das formas mais objetivas de
avaliar alterações no estado nutricional.

A profissão do nutricionista é regulamentada pela Lei n° 8.234, de


17 de setembro de 1991. Na referida lei, no artigo 4°, inciso VII, consta que
uma das atribuições destinadas ao nutricionista é a solicitação de exames
laboratoriais que sejam necessários ao acompanhamento nutricional
dietoterápico e que estejam relacionados à alimentação e à nutrição
humana.
Avaliação Nutricional 27

O Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) também tem legislação


que aborda a solicitação de exames bioquímicos. Nela, a Resolução n° 306,
de 24 de março de 2003, dispõe no art. 1° que: “compete ao nutricionista a
solicitação de exames laboratoriais necessários à avaliação, à prescrição
e à evolução nutricional do cliente/paciente”, e complementa, no
parágrafo 2°: “o nutricionista, ao solicitar exames laboratoriais, deve avaliar
adequadamente os critérios técnicos e científicos de sua conduta, estando
ciente de sua responsabilidade frente aos questionamentos técnicos
decorrentes” (CONSELHO FEDERAL DOS NUTRICIONISTAS, 2003).

REFLITA:

Ao nutricionista é permitido, por lei, a solicitação de exames


laboratoriais/bioquímicos. No entanto, apesar de não estar
definido quais são os exames liberados ou proibidos, cabe
ao profissional o bom senso de solicitar os exames que
estejam compatíveis à avaliação do estado nutricional ou
da avaliação da conduta dietoterápica.

A avaliação de exames é importante para auxiliar na prática clínica


profissional na identificação de problemas nutricionais já instalados
(deficiência ou excesso de nutrientes), confirmação de sinais e sintomas
clínicos, ou mesmo identificação precoce de problemas que ainda
não foram revelados por sinais ou sintomas físicos. Essa é uma grande
vantagem da avaliação bioquímica do estado nutricional: identificar
problemas nutricionais antes que as consequências estejam instaladas.

EXEMPLO 1:

Por meio da avaliação dos exames laboratoriais é possível identificar


que o indivíduo está com um quadro de anemia, antes que ele comece
a apresentar os sintomas da anemia já instalada. Assim, será possível
realizar um tratamento antes dos sinais e sintomas físicos.
28 Avaliação Nutricional

Mesmo tendo diversas vantagens em seu uso, a avaliação


bioquímica do estado nutricional tem limitações importantes. As dosagens
bioquímicas podem sofrer alterações de várias doenças e, quando isso
acontece, o exame perde a capacidade de caracterizar o estado nutricional
de maneira isolada. O exame poderá ser usado como parâmetro de
acompanhamento, inclusive para saber se a conduta nutricional está
exercendo algum efeito (positivo ou negativo) no estado nutricional do
indivíduo, porém não será possível dizer que aquela alteração bioquímica
é reflexo de um estado nutricional bom ou ruim.

EXEMPLO 2:

Você começa a acompanhar um paciente no hospital. Esse paciente


foi vítima de um acidente automobilístico e teve um sangramento
importante (de grande volume ou que durou muito tempo). Quando você
for avaliar os exames bioquímicos desse paciente, ele provavelmente
apresentará um quadro de anemia grave. No entanto, nesse caso, a
anemia não é por deficiência nutricional, mas sim devido à perda de
grande volume de sangue. Nesse paciente você irá usar o exame para
monitorar o estado nutricional dele (ver se está melhorando ou piorando),
mas não poderá dizer que a anemia dele é de causa nutricional. Entendeu?
O profissional deve estar atento a todos os fatores que possam interferir no
estado nutricional do indivíduo. A prática clínica e o estudo irão fornecer a
experiência necessária para tal.

NOTA:

Como é possível identificar todos os possíveis fatores


associados à avaliação bioquímica do estado nutricional?
Realizando uma anamnese detalhada, como veremos
posteriormente.
Avaliação Nutricional 29

Os principais motivos que podem gerar mudanças no estado


nutricional bioquímicos são os seguintes:

a. Mudanças no padrão de normalidade geradas por gênero, etnias,


ambientes diferentes ou mudanças, na idade ou no estado
fisiológico.

EXPLICANDO MELHOR:

Homens e mulheres têm diferentes padrões de normalidade


(valores de referência) nos exames bioquímicos. Isso
acontece devido a diferenças fisiológicas no corpo e
organismo dos indivíduos, por exemplo.

Pessoas de diferentes raças, considerando também as


diferenças fisiológicas, podem apresentar mudanças nos
valores de normalidade dos exames.

O ambiente que a pessoa vive pode gerar alterações significativas


no corpo. Essas alterações modificam as reações bioquímicas do corpo,
podendo influenciar nos valores de normalidade. Não é à toa que muitos
estudiosos da psicologia dizem que o ambiente pode adoecer ou curar
um indivíduo. Por fim, o estado fisiológico que o corpo se encontra pode
gerar diferenças importantes nos exames bioquímicos. No ser humano, os
estados fisiológicos mais importantes são: fase de crescimento (recém-
nascido, criança e adolescência), fase adulta, envelhecimento, gestação
e lactação. Em cada estado fisiológico do homem, os valores dos exames
bioquímicos serão diferentes; e os de referência para normalidade serão
distintos em cada etapa.

b. Fatores não nutricionais como: estresse e algumas doenças.

O estresse é uma condição clínica que altera o funcionamento do


corpo e pode gerar complicações mais graves quando não tratado. As
alterações provocadas a níveis bioquímicos não são de causas nutricionais,
ou seja, não foi a deficiência nutricional de qualquer nutriente que gerou
as alterações bioquímicas, foi o estresse.
30 Avaliação Nutricional

DEFINIÇÃO:

Doença crônica é toda condição patológica ou doença que


não é resolvida/curada em um período curto, comumente
definido como de 3 meses. Normalmente, são doenças
silenciosas, por exemplo: hipertensão, diabetes, anemia,
entre outras, que não colocam a vida do paciente em
risco a curto prazo. Por esse motivo a maioria das pessoas
não sentem necessidade de buscar por um atendimento
médico de emergência. O principal problema disso é que
a longo prazo elas vão piorando de forma lenta e gradativa
e, consequentemente, afetam as dosagens bioquímicas.
Para tanto, os exames bioquímicos do estado nutricional
podem estar alterados e isso não significa uma deficiência
nutricional e sim alterações crônicas da doença.

c. Interações entre fármacos e nutrientes e alterações da


biodisponibilidade entre nutrientes.

No processo de absorção das substâncias no nosso organismo, os


fármacos, substâncias químicas derivadas dos medicamentos, podem
competir com alguns nutrientes no momento de sua absorção. Quando
essa competição acontece, isso irá prejudicar a absorção de uma das
substâncias (nutriente ou fármaco). A longo prazo, isso pode gerar
alterações nas dosagens bioquímicas de alguns nutrientes. Por isso a
importância do horário e da forma de ingestão dos medicamentos. Da
mesma forma que fármacos competem com nutrientes, estes também
podem competir entre si no processo de digestão/absorção, ou mesmo
um nutriente pode ajudar ou diminuir a absorção de outro nutriente. Isso
tem relação com a biodisponibilidade.
Avaliação Nutricional 31

DEFINIÇÃO:

Biodisponibilidade diz respeito à quantidade de uma


substância que estará disponível (após digestão e absorção)
para desempenhar sua função no corpo humano (de onde
vem o prefixo “bio”). Alguns nutrientes têm a capacidade
de aumentar a biodisponibilidade de outro nutriente, isto
é, torná-lo aproveitável de forma mais fácil e eficiente pelo
nosso corpo. Além disso, alguns nutrientes também podem
ter o efeito contrário: diminuir a biodisponibilidade de outro
nutriente.

NOTA:

Tanto os nutrientes podem interferir na biodisponibilidade


do fármaco, como o fármaco pode interferir na
biodisponibilidade de um nutriente.

Em função das várias alterações que os exames bioquímicos


podem sofrer em decorrência de doenças, uso de medicamentos, entre
outras alterações, não é recomendado o uso da avaliação bioquímica
como método isolado para avaliação do estado nutricional. Sempre
é importante fazer associações e/ou confirmações por meio de outros
métodos de avaliação do estado nutricional.
32 Avaliação Nutricional

Consumo Alimentar
Para a avaliação do consumo alimentar contamos com a aplicação
dos inquéritos dietéticos. Esses métodos de investigação do estado
nutricional, permitem uma avaliação quantitativa e/ou qualitativa do
consumo alimentar do indivíduo.

EXPLICANDO MELHOR:

Por meio da avaliação do inquérito alimentar é possível


obter informações de duas maneiras: quantitativas, quando
é possível estipular as quantidades dos nutrientes (por
exemplo: a quantidade de carbo-hidratos, lipídeos etc.)
ou da maneira qualitativa, quando é possível avaliar a
qualidade da alimentação ingerida. Alguns métodos têm a
capacidade de fazer as duas avaliações ao mesmo tempo.

De acordo com a temporalidade, isto é, o intervalo de tempo em


que as informações são coletadas, os métodos para a avaliação do
consumo alimentar podem ser classificados em:

a. Prospectivos: registram informações recentes e estão associados


à dieta atual, ou seja, é coletada a média do consumo alimentar em
um curto período corrente. Os métodos utilizados nessa categoria
são o registro alimentar diário estimado, registro alimentar pesado
ou pesagem direta.

DEFINIÇÃO:

Registro alimentar pesado ou pesagem direta é quando o


indivíduo pesa os alimentos antes de comer.
Avaliação Nutricional 33

b. Retrospectivos: colhem a informação do passado imediato ou a


longo prazo e estão diretamente associados à dieta habitual do
indivíduo, ou seja, ao consumo padrão que a pessoa mantém
rotineiramente em um período prolongado. Para a investigação
retrospectiva, utilizam-se a frequência alimentar, a história
dietética e recordatórios de 24h periódicos/seriados.

Cada método de inquérito alimentar tem características próprias


que oferecem vantagens e/ou desvantagens em situações específicas.
É necessário o conhecimento dessas características para a escolha do
método mais adequado a ser aplicado.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo?


Agora, só para termos certeza de que você realmente irá
guardar o tema de estudo deste Capítulo, vamos resumir
tudo o que vimos. Você deve ter aprendido nesse módulo
a definição de métodos diretos para a avaliação do estado
nutricional. Aprendeu também quais são os métodos
considerados diretos e a definição deles. Além disso, viu
como e quando usá-los. Sei que você já está ansioso para
aprender sobre todos os métodos que são usados no
diagnóstico nutricional, mas calma, isso será abordado no
próximo módulo. De posse das informações contidas neste
módulo você é capaz de compreender a importância da
escolha adequada do método a ser usado. Pronto! Cientes
dos parâmetros que compõem os métodos diretos para
a avaliação do estado nutricional, vamos dar início aos
métodos indiretos usados e suas definições iniciais.
34 Avaliação Nutricional

Métodos Indiretos em Avaliação


Nutricional

OBJETIVO:

Ao término deste Capítulo você será capaz de identificar os


métodos indiretos usados para avaliar o estado nutricional.
Conhecer as características desses métodos e quais são os
mais usados na prática clínica é de extrema importância.
O profissional com esse conhecimento conseguirá correta
aplicação e interpretação dos dados coletados para
definição do diagnóstico nutricional final. Imagine que legal
ter um diagnóstico nutricional finalizado considerando
os dados coletados e interpretados por você. E o melhor,
obtidos da avaliação nutricional realizada de forma coerente
e com a escolha correta dos métodos disponíveis! Motivado
para desenvolver esta competência? Vamos lá. Avante!

Enquanto os métodos diretos buscam definir o diagnóstico


nutricional, os métodos indiretos procuram atuar na explicação do
diagnóstico nutricional, isto é, buscam identificar os fatores associados ao
processo de determinação do estado nutricional.

Além de atuarem na explicação dos possíveis fatores associados


ao processo de determinação do estado nutricional, os métodos indiretos
compreendem as ferramentas que realizam a identificação de indivíduos
ou grupos populacionais em risco nutricional.

São considerados métodos indiretos em avaliação nutricional:

•• Aspectos como sexo, idade, faixa etária, presença ou ausência


de doenças relacionadas mais fortemente com a nutrição e
informações sobre causas de morte na família. Todas essas
informações podem explicar alguma alteração encontrada durante
a aplicação dos métodos diretos.
Avaliação Nutricional 35

•• Informações socioeconômicos como renda pessoal e/ou familiar,


ocupação, nível de escolaridade e se tem acesso ao serviço
de saúde para a realização de acompanhamento. Informações
que podem interferir na forma de se alimentar e na escolha dos
alimentos.

•• Aspectos culturais como a existência de algum tabu alimentar ou


existência de preferências alimentares relativas a culturas locais
etc.

•• Características do estilo de vida como: prática de alguma atividade


física, se tem ou já teve o hábito de fumar e ingerir bebidas
alcoólicas etc., visto que esses fatores podem influenciar no
metabolismo energético tendo, consequentemente, influência no
estado nutricional.

•• Exame físico ou semiologia que corresponde à avaliação dos


sinais clínicos e sintomas.

•• Avaliação do consumo alimentar por meio da aplicação dos


inquéritos alimentares adequado à situação e ou à população
específica. São eles: recordatório alimentar de 24 horas, frequência
alimentar, registro alimentar, pesagem direta etc.
Figura 6 ‒ Resumo dos métodos indiretos de avaliação do estado nutricional

Métodos indiretos

Fatores
sociodemográficos e
estilo da vida

Exame físico

Ferramentas de
triagem nutricional

Fonte: Elaborada pelos autores (2021).


36 Avaliação Nutricional

NOTA:

O inquérito alimentar, isto é, a avaliação da ingestão


alimentar, pode ser classificada como método direto e
indireto de avaliação do estado nutricional. Ele é direto por
ter a capacidade de quantificar e avaliar mais precisamente
a deficiência ou excesso de algum nutriente, ao mesmo
tempo em que alguns métodos de avaliação do consumo
alimentar conseguem também explicar possíveis alterações
que possam ocorrer no diagnóstico nutricional.

Se você gostaria de avaliar a ingestão de nutrientes por meio da


aplicação do inquérito alimentar, se durante a coleta e avaliação dos
dados alimentares você percebe que existe uma provável deficiência de
algum nutriente, pela ausência de consumo das fontes alimentares desse
nutriente, juntamente com a avaliação bioquímica, pode-se confirmar
ou não a suspeita de nutriente. Nesse caso, a avaliação do inquérito tem
característica de método direto.

EXEMPLO:

Agora veja esse exemplo: o seu cliente tem um quadro de


obesidade importante. Quando você está coletando e avaliando os dados
alimentares, e com base no perfil alimentar avaliado, é possível concluir
que os hábitos alimentares do cliente são uma possível explicação para
o excesso de peso/obesidade do cliente. Dessa maneira, o inquérito
alimentar pode se tonar uma avaliação indireta do estado nutricional.

IMPORTANTE:

A associação de todos esses métodos é imprescindível para


melhorar o rigor e a precisão do diagnóstico nutricional,
tornando o resultado mais próximo da realidade.
Avaliação Nutricional 37

História Dietética ou Anamnese Alimentar

DEFINIÇÃO:

Trata-se de uma entrevista ampla com o objetivo de coletar


todas as informações referentes aos hábitos alimentares do
indivíduo durante a avaliação nutricional.

Na anamnese alimentar é possível coletar informações sobre os


hábitos alimentares atuais e/ou passados, avaliar se o indivíduo realizou
ou não algum tratamento dietético anterior, verificar se foram realizadas
modificações importantes nas condições de vida e que tenham relações
com a ingestão alimentar; investigação das preferências alimentares
do indivíduo; se existe alguma intolerância e/ou alergia alimentar
(diagnosticada ou suspeita); e se existem aversões alimentares.

NOTA:

Todas essas informações coletadas na anamnese alimentar


serão de grande importância para a prescrição nutricional e
o estabelecimento da conduta dietoterápica. Não adianta
prescrever um cardápio ao indivíduo sem saber quais são
suas preferências e/ou aversões. Dessa forma, a chance de
adesão ao tratamento nutricional será bem maior.

Além dos aspectos alimentares, na anamnese alimentar podem ser


contemplados também fatores como estilo de vida (tabagismo, consumo
de álcool e prática de atividade física) e uso de medicamentos e/ou
suplementos. A entrevista pode incluir também um método de inquérito
alimentar, como o recordatório de 24h, registro alimentar (se possível) ou
o questionário de frequência alimentar.
38 Avaliação Nutricional

NOTA:

A aplicação da anamnese alimentar ou história dietética


é muito útil para atendimentos de primeira consulta,
em função da ampla capacidade de avaliação de vários
aspectos importantes da alimentação necessários à
definição do perfil do cliente.

Exame Físico

DEFINIÇÃO:

Exame físico ou semiologia compreende o estudo e


a identificação dos sinais e sintomas do indivíduo que
comprovam o comprometimento do estado nutricional.

Sinais físicos são a forma em que o corpo manifesta que está doente
de forma visível, podendo ser identificados clinicamente pela avaliação
do profissional; no caso dos sinais físicos nutricionais é a manifestação
de sinais de deficiência de nutrientes. Já os sintomas clínicos são as
alterações sentidas pela pessoa que está doente, normalmente, o sintoma
é um relato subjetivo de quem está sofrendo as alterações. Geralmente,
os sintomas não podem ser vistos pelo examinador.

EXEMPLO:

Por exemplo, a dor é um sintoma subjetivo, pois cada um pode sentir


de diferentes formas e/ou intensidades, e um avaliador não consegue
mediá-la/visualizá-la. A febre é um sintoma e, ao mesmo tempo, um sinal
físico, pois é possível de ser medido. A sensação de náusea é um sintoma
também referido por quem sente, e não é possível de ser visualizada,
diferente do vômito, que pode ser visualizado e medido. O vômito, além
de ser um sinal clínico, também é um sintoma.
Avaliação Nutricional 39

Os sinais físicos podem ser observados pelo examinador por


meio de técnicas conhecidas como inspeção, palpação e ausculta.
Para a avaliação dos sinais físicos de alterações e/ou manifestações
semiológicas, referentes aos problemas nutricionais, o profissional conta
com a anamnese nutricional para a identificação das alterações clínico-
nutricionais e o exame físico para a avaliação dos sinais clínico-nutricionais.

A semiologia nutricional é um método com uma aplicação prática


e fácil. Por outro lado, também apresenta limitações, como todos os
métodos de avaliação nutricional. Uma das principais limitações do
exame físico é que as manifestações clínicas são evidenciadas apenas
nos estados mais avançados de excesso e/ou carência nutricional. Outra
limitação do método é a necessidade de treinamento do profissional para
melhorar a habilidade na identificação dos sinais clínicos nutricionais.

NOTA:

A habilidade na realização do exame físico é adquirida com


base na experiência profissional, isto é, quanto maior o
tempo de realização e aplicação de exame físico na prática
clínica, melhor será a capacidade de identificação de sinais
clínicos.

O exame clínico nutricional consiste em avaliar as alterações


orgânicas expressas nos tecidos externos do indivíduo ou mesmo a
evolução de qualquer doença que já exista no organismo. Essas situações
podem estar associadas (acontecer juntas) ou não à subnutrição.

DEFINIÇÃO:

Subnutrição é um termo que tem relação com má nutrição,


ou seja, quando ocorre falta de nutrientes ou uma oferta
de nutrientes deficientes que resulta em uma nutrição
inadequada.
40 Avaliação Nutricional

Por meio da semiologia nutricional busca-se identificar sinais e


sintomas de carência ou excesso de nutrientes, além de relacioná-los com
os hábitos alimentares. É um indicador subjetivo, uma vez que a avaliação
não resulta em um valor ou nota, e sim em impressões individuais e
particulares do avaliador (profissional) e do avaliado (paciente ou cliente).

A realização do exame físico, tanto geral como específico, é


importante, pois complementa a história clínica, alimentar e nutricional,
além de proporcionar elementos capazes de apoiar hipóteses sobre o
diagnóstico nutricional.

EXEMPLO:

Você, enquanto profissional, está realizando o atendimento de


um paciente. Quando avaliou a alimentação deste, percebeu que ele
não ingere alimentos com fontes de ferro. O paciente informa que tem
sintomas de cansaço fácil, dores nas pernas e fica ofegante com qualquer
atividade, mesmo leve. Nesse momento, você cria uma suspeita de que
ele pode estar com deficiência de ferro e com provável quadro de anemia.
Quando realiza o exame físico, percebe sinais que podem auxiliar na
confirmação da sua hipótese. Vejam que eu usei o termo “auxiliar”, pois
o exame físico auxilia na formação de suspeitas e hipóteses de provável
diagnóstico. O método que irá confirmar essa suspeita e dizer, com
certeza, se o paciente está ou não com anemia é o exame bioquímico
recomendado para o caso.

O exame físico engloba observações de tecidos com rápida


multiplicação de células, ou seja, proliferação rápida. Esses tecidos
conseguem refletir de forma rápida e precoce problemas nutricionais,
quando comparados a outros tecidos que não têm a mesmas
características. São considerados tecidos de proliferação rápida: sistemas
corporais (cardiovascular, respiratório, neurológico e gastrointestinal), de
tecido adiposo e muscular e da hidratação corporal.

O exame deve ser realizado de forma sistemática, isto é, com


organização, seguindo uma ordem de critérios e de forma progressiva.
Avaliação Nutricional 41

PASSO A PASSO:

O exame físico deve ser iniciado a partir da cabeça até a região


plantar. Seguindo a seguinte ordem: inicia-se pelo cabelo, seguido dos
olhos, narinas, face, boca (lábios, dentes, língua), pescoço (tireoide),
tórax (abdome), membros superiores (unhas, região palmar) e inferiores
(quadríceps, joelho, tornozelo, região plantar), pele e sistemas
(cardiovascular, neurológico, respiratório e gastrointestinal).

IMPORTANTE:
A ordem (região da cabeça em direção à dos pés) do
exame físico é importante, principalmente para segurança
do paciente. Não é nada higiênico avaliar tecidos externos
das pernas ou pés e, depois, mucosas, como os olhos ou
a boca. Além de não ser higiênico, pode fornecer risco de
contaminação ao paciente. Vale lembrar a importância
de higiene das mãos do profissional que está realizando
a avaliação, principalmente quanto ao uso de luvas
descartáveis.

Várias técnicas e procedimentos podem ser usados para a realização


do exame físico clínico. Entre todas as técnicas disponíveis iremos abordar
aqui as que estão voltadas à avaliação clínico-nutricional:

•• Inspeção: essa técnica será realizada por meio da visão, olfato e


audição do avaliador. Serão verificadas, por exemplo, a presença
de obesidade, caquexia, condição hídrica, integridade da pele,
cicatrização de feridas, icterícia, ascite, capacidade funcional,
estado mental etc.

•• Palpação: trata-se de uma avaliação táctil (usando as mãos) com


o objetivo de sentir pulsações e vibrações. Por meio dessa técnica
o profissional de nutrição pode avaliar as estruturas corporais
(textura, tamanho, temperatura, consistência e mobilidade). Essa
técnica permite avaliar, por exemplo, o turgor, a elasticidade e
a integridade da pele, tamanho de órgãos, presença de edema
periférico, massas abdominais, ascite, perda de peso, entre outros.
42 Avaliação Nutricional

•• Percussão: consiste na avaliação de sons para determinar o


contorno, o formato e a posição dos órgãos. Permite avaliar se o
órgão está sólido ou se há presença de líquido ou gases. Essa
técnica nem sempre é necessária no exame clínico-nutricional.

•• Ausculta: nessa técnica são avaliados os sons corpóreos, que


podem ser ouvidos com ou sem estetoscópio (coração, pulmões,
intestinais e vasos sanguíneos).

ACESSE:

Veja esta videoaula que fala sobre os conceitos e as


técnicas associadas à realização do exame físico. Para
acessar, clique aqui.

NOTA:

Os sinais e sintomas físicos associados aos nutrientes serão


discutidos em cada unidade, condizente com que mais
ocorrem nas respectivas faixas etárias.

Formulários de Triagem e Diagnóstico


Nutricional
Existem ferramentas que são usadas para a triagem nutricional
e/ou para o diagnóstico nutricional. Essas ferramentas são formulários
com questionamentos e orientações de como realizar a avaliação.
Normalmente, esses formulários geram pontuações e, a partir da
interpretação delas, é possível concluir a avaliação. A conclusão ou o
resultado, por sua vez, permite verificar se existe ou não risco nutricional,
ou mesmo definir o diagnóstico nutricional final.
Avaliação Nutricional 43

DEFINIÇÃO:

Triagem, como o próprio nome diz, quer dizer seleção. Em


um processo de triagem ocorre a separação de um grupo
em relação a outro. A triagem de risco nutricional refere-
se à identificação e, portanto, seleção de um grupo com
determinada característica nutricional. A triagem de risco
nutricional foi criada para identificar indivíduos que estejam
em risco nutricional para desenvolver desnutrição.

As recomendações corretas que existem são que todos os


pacientes que estejam internados devem ser submetidos a esse processo
de triagem nutricional. No entanto, essa prática nem sempre ocorre.
Muitas vezes, não há quantidade de profissionais suficientes para dar
conta da demanda, e os recursos financeiros são limitados para realizar
essa recomendação de forma correta.

IMPORTANTE:

Quanto antes for realizada a triagem de risco nutricional,


isto é, quanto mais precocemente for identificado o risco
nutricional para desenvolver desnutrição, mas rapidamente
o paciente irá ser tratado para tal.

Além de ferramentas que realizam triagem nutricional, existem os


formulários que, além de realizar a triagem nutricional de risco, também
definem diagnóstico. Entre elas a mais usada na prática clínica é a
avaliação subjetiva global – ASG.

Tanto a ASG como as ferramentas de triagem de risco nutricional


tornaram-se amplamente utilizadas em hospitais e em indivíduos com
diferentes condições clínicas e patologias. No entanto, o público em que
mais se aplicam essas ferramentas são a população de hospitalizados.

Os formulários mais comuns na prática clínica para triagem de risco


nutricional e para realização de diagnóstico nutricional são os seguintes:
44 Avaliação Nutricional

•• NRS-2002, do inglês Nutritional Risk Screening (triagem de risco


nutricional).

•• Subjective Global Assessment – SGA (avaliação subjetiva global


– ASG).

•• MNA-SF, do inglês Mini Nutritional Assessment Short Form


(miniavaliação nutricional reduzida).

•• MUST, do inglês Malnutrition Universal Screening Tool (instrumento


universal de triagem de desnutrição).

•• MST, do inglês Malnutrition Screening Tool (instrumento de triagem


de desnutrição).

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu


mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que
você realmente aprendeu sobre o tema de estudo deste
Capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter
visto nesse módulo a definição de métodos indiretos para
a avaliação do estado nutricional e a diferença entre os
métodos diretos e indiretos. Aprendeu, também, quais são
os métodos considerados indiretos, bem como a definição
deles. Além disso, viu como e quando usá-los. Sei que você
já está ansioso para aprender tudo a respeito dos métodos
que são usados no diagnóstico nutricional, mas calma,
isso será abordado nas próximas unidades, com base
nas diferentes faixas etárias que abordaremos. De posse
das informações contidas neste módulo você já é capaz
de compreender a importância da escolha adequada do
método a ser usado. Pronto! Cientes dos parâmetros que
compõem os métodos diretos e indiretos para avaliação
do estado nutricional, vamos dar início aos métodos para
avaliar o estado nutricional de grupos populacionais.
Avaliação Nutricional 45

Princípios, Peculiaridades e Aplicação da


Avaliação Nutricional em Coletividades

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz reconhecer as


diferenças entre uma avaliação nutricional individual e uma
avaliação nutricional de grupos populacionais diferentes.
Além disso, vai conhecer quais são os métodos de avaliação
usados em diferentes tipos de avaliação. O profissional que
tem esse conhecimento poderá ter mais segurança na
identificação do diagnóstico nutricional nessas diferentes
situações, além de um conhecimento mais abrangente
sobre estudos populacionais em nutrição. Motivado para
desenvolver esta competência? Vamos lá. Avante!

Construção do Conhecimento de Estado


Nutricional e Princípios da Avaliação
Nutricional de Coletividades
A avaliação nutricional de coletividades diz respeito à avaliação
nutricional de grupos populacionais específicos, buscando identificar o
diagnóstico nutricional desses grupos. O principal objetivo da avaliação
nutricional e determinação do diagnóstico nutricional em grupos
populacionais específicos é identificar os problemas nutricionais que
possam atingir determinado grupo de pessoas.

EXEMPLO:

Pode ser avaliação de alguma faixa etária específica, por exemplo,


avaliação nutricional de crianças, adolescentes, adultos ou idosos; pode
ser a avaliação de grupos que estejam em uma mesma localidade, por
exemplo: hospitalizados, moradores de determinada cidade, estado
ou país; pode ser a avaliação de indivíduos que tenham uma mesma
característica clínica, por exemplo: indivíduos portadores de diabetes (ou
46 Avaliação Nutricional

qualquer outra doença), pessoas que realizaram transplante de medula


óssea (ou qualquer outro), indivíduos que estudam em determinada
escola e indivíduos que tenham algum hábito em comum. Como podem
perceber, os exemplos são inúmeros.

A avaliação nutricional de coletividades é realizada para a


determinação de um diagnóstico nutricional do grupo populacional
avaliado, o diagnóstico nutricional coletivo.

DEFINIÇÃO:

O diagnóstico nutricional coletivo é o reconhecimento de


alguma alteração e/ou problema que afete a boa saúde e
a nutrição. É feito em um determinado grupo, por meio de
métodos de avaliação nutricionais adequados para grupos
populacionais.

Antes de estudarmos mais sobre a avaliação nutricional de grupos


populacionais é preciso lembrar o que é estado nutricional e quais fatores
podem interferi-lo.

EXPLICANDO MELHOR:

O estado nutricional é a forma como o corpo se manifesta,


biologicamente, a forma como ocorre a relação entre os
processos orgânicos com os aspectos sociais e externos,
isto é, o estado nutricional representa o resultado do
equilíbrio entre o consumo de alimentos (nutrientes) e o
gasto de energia exigido pelo corpo para cobrir todas as
necessidades nutricionais essenciais.

Considerando a definição revisada anteriormente e o entendimento


de estado nutricional, a realização da avaliação do estado nutricional
de grupos populacionais, ou seja, identificação do diagnóstico coletivo,
tem como principal objetivo pesquisar as formas mais predominantes de
manifestação orgânica do estado nutricional:
Avaliação Nutricional 47

a. Adequação ou nutricional (eutrofia): nessa manifestação o corpo


apresenta um equilíbrio entre o que é consumido e o que é gasto
energeticamente para o funcionamento do corpo.

b. Carência nutricional: nessa manifestação ocorre um desequilíbrio


entre o consumo e o gasto. O desequilíbrio é gerado por
deficiências gerais ou específicas de energia e/ou nutrientes. Com
o decorrer da deficiência podem ocorrer doenças ou alterações
da saúde.

c. Distúrbios nutricionais: nesse caso ocorrem problemas


relacionados ao consumo inadequado de alimentos ou nutrientes.
No entanto, os distúrbios podem ocorrer tanto pelo consumo
excessivo ou escasso de alimentos e/ou nutrientes. No caso de
distúrbios causados pela escassez, podemos citar a desnutrição;
e, no caso de distúrbios causados pelo excesso, existe a obesidade
como exemplo.

Devido à importância do adequado estado nutricional para todos


os profissionais de saúde, aumentou-se cada vez mais o interesse pelo
estudo da avaliação nutricional. Ficou evidente que a avaliação nutricional
e a determinação do diagnóstico nutricional são muito importantes no
processo de evolução dos pacientes, uma vez que o adequado estado
nutricional contribui para a prevenção, a detecção e o tratamento das
deficiências nutricionais.

Vamos revisar um conceito muito conhecido e importante sobre o


estado nutricional:

DEFINIÇÃO:
O estado nutricional é o produto ou a manifestação
biológica do conjunto de processos que se operam sobre
o “corpo social”, é a síntese orgânica das relações entre
homem, natureza e alimento que se estabelecem no
interior de uma determinada sociedade. Ou seja, além
de sua dimensão biológica (relação entre consumo e
necessidades nutricionais), o estado nutricional expressa
uma dimensão (ou determinação) histórico-social.
48 Avaliação Nutricional

É possível se identificar o estado nutricional dentro de um contexto


social, isto é, coletivamente. Além de identificar esse estado nutricional e/
ou diagnóstico coletivo, é possível investigar também as possíveis causas
que justificam (explicam) o diagnóstico nutricional. Veja a ilustração desse
conceito na Figura 7.
Figura 7 ‒ Diagrama da dimensão biológica do conceito de estado nutricional considerado
em avaliação de coletividades

Ingestão Necessidades ou
alimentar gastos nutricionais

Estado nutricional

Insuficiência de
consumo – Carências Normalidade Excesso ou
nutritivas nutricional desequilíbrio –
Distúrbios nutricionais

Desnutrição, anemia,
hipovitaminose A, Obesidade, diabetes,
bócio, cárie dental, aterosclerose,
escorbuto etc. hipertensão, SM etc.

Fonte: Adaptada de Vasconcellos (1993).


Avaliação Nutricional 49

Diferenças entre o Diagnóstico Nutricional


Individual e o Diagnóstico Nutricional
Coletivo
O diagnóstico nutricional só é possível a partir da avaliação
nutricional. Para falarmos um pouco mais sobre isso, vamos revisar o
conceito de diagnóstico nutricional.

EXPLICANDO MELHOR:

O diagnóstico nutricional final representa uma junção de


diagnósticos parciais de diferentes métodos de avaliação,
todos com um único objetivo: identificar o problema
nutricional existente e as possíveis causas que possam
explicá-lo.
O diagnóstico nutricional é composto de avaliação clínica,
bioquímica e antropométrica. Cada avaliação desta,
individualmente, terá o seu resultado e a interpretação
deles juntos irão identificar problemas nutricionais.

É importante ressaltar que essa definição de diagnóstico nutricional,


com todos os métodos de avaliação, é característica de uma avaliação
individual, uma avaliação clínica, facilmente realizada a nível hospitalar e
de consultório.

No entanto, quando vamos pensar na avaliação de coletividade,


precisamos fazer uma análise mais refinada em relação aos indicadores
do estado nutricional, e uma análise mais ampla em relação aos possíveis
fatores que possam estar associados ou mesmo justificar as alterações do
estado nutricional.

NOTA:

A avaliação nutricional individual é referente à avaliação


clínico-nutricional, e a avaliação nutricional coletiva diz
respeito à avaliação epidemiológica nutricional.
50 Avaliação Nutricional

DEFINIÇÃO:
Epidemiologia é o estudo da distribuição (ocorrência
e prevalência de doenças e/ou incapacidades) na
população humana e os fatores associados às doenças
e/ou incapacidades (possíveis condições que explicam
a ocorrência das doenças). Dessa forma, a epidemiologia
nutricional diz respeito ao estudo da ocorrência ou
prevalência de doenças ou outras alterações clínicas
que estejam associadas ao estado nutricional, bem aos
fatores que estejam associados ou que possam explicar as
alterações encontradas no diagnóstico nutricional.

No diagnóstico nutricional individual, o foco é sempre no indivíduo


que está sendo avaliado, ocorrendo uma avaliação individualizada, isto
é, com base nas necessidades e/ou objetivos identificados. Seguindo
esse raciocínio, todas as informações coletadas dizem respeito apenas
ao indivíduo (cliente ou paciente): suas rotinas alimentares próprias, suas
preferências e aversões alimentares e prováveis influências familiares.

Já no diagnóstico nutricional coletivo, o foco é diferente. O centro da


avaliação nutricional será a população que está sendo avaliada naquele
momento, ou seja, o foco será no grupo populacional. Cada indivíduo
que será avaliado é considerado como parte de um todo e, portanto, as
características valorizadas na avaliação são outras, sendo consideradas
com base na ocorrência em comum, com a maioria da população a ser
estudada, por exemplo: hábitos de vida como realização de atividade
física e ingestão de bebida alcoólica; questões culturais importantes
e que podem estar associadas ao estado nutricional; idade, sexo, etnia
da população em questão etc. Todos os parâmetros coletivos avaliados
servirão para compor o diagnóstico coletivo.
Avaliação Nutricional 51

Figura 8:‒ As principais características entre a avaliação individual e a coletiva

Avaliação individual Avaliação coletiva

Processos sociais
Processos biológicos Foco para explicar o
do indivíduo.
indivíduo.
Identificação das
Identificação de
relações causais
Maior relações de causa e
nas manifestações
eficiência efeito nos processos
orgânicas.
sociais.

Fonte: Elaborada pelos autores (2021).

Vocês devem ter percebido que a grande diferença em relação aos


diagnósticos (individual ou coletivo) é o foco de realização da avaliação e
o objetivo principal de determinar o diagnóstico.

Sobre o objetivo principal do diagnóstico individual, que já vimos


no início deste e-book, e veremos mais nas demais faixas etárias
que estudaremos posteriormente, é a intervenção nutricional e o
monitoramento nutricional.

Já o diagnóstico nutricional coletivo tem os seguintes objetivos:

•• Diagnosticar a magnitude (importância e gravidade) dos problemas


nutricionais,

EXEMPLO:

Pesquisadores conseguem identificar que a obesidade é um


problema que atinge aproximadamente metade da população adulta no
Brasil. Com base na avaliação nutricional e identificação de obesidade
(por meio do IMC ou outros métodos de avaliação corporal), uma grande
parte da população brasileira foi diagnosticada com esse problema que,
considerando a grande quantidade de pessoas afetadas, tornou-se um
problema de Saúde Pública.
52 Avaliação Nutricional

•• Identificar a distribuição geográfica dos problemas nutricionais,


isto é, qual a região em que determinado problema acontece com
maior frequência ou não.

EXEMPLO

O envelhecimento do Brasil vem ocorrendo de forma rápida e intensa.


As regiões brasileiras em que há maior número de idosos (acima de 60
anos) são as regiões Sul e Sudeste. Nesse exemplo, é possível perceber
que o problema, nesse caso o envelhecimento com base na avaliação
da faixa etária, ocorre no Brasil e é possível pontuar geograficamente as
regiões em que mais acontece.

•• Identificar e analisar os possíveis fatores que irão explicar a


ocorrência dos problemas nutricionais estudados visando
estabelecer às medidas de intervenção adequadas.

EXEMPLO:

Tomando como base o problema da obesidade que atinge boa parte


da população brasileira, a avaliação nutricional de coletividades iria fazer
parte da realização de um estudo, com indivíduos que tenham o problema
descrito (obesidade), buscando identificar os fatores nutricionais que
podem explicar ou estar associados à ocorrência do problema: realização
de inquéritos alimentares para verificar se o problema da obesidade é por
conta dos hábitos alimentares do brasileiro; investigação do estilo de vida
para verificar se o desenvolvimento de obesidade tem a ver com o nível
de atividade física dos brasileiros; investigação da história familiar para
verificar se na família de quem tem obesidade também tem familiares
próximos (pai, mãe, irmãos etc.) que também são obesos. Existem várias
opções de formas de investigar as possíveis causas e fatores associados
à obesidade.

•• Com base nos problemas identificados, é possível sugerir


intervenções nutricionais para grupos e coletividades.

EXEMPLO:

Há anos foi identificado, por meio de estudos, que a população


estava sofrendo de uma doença chamada “bócio endêmico”. Foi apontado
Avaliação Nutricional 53

que a principal causa de desenvolvimento dessa doença era a ingestão


muito baixa de iodo. As pessoas não consumiam a quantidade de iodo
suficiente para evitar que esse problema se desenvolvesse. Com base
nisso, os pesquisadores pensaram em uma intervenção nutricional que
atingisse o maior número possível de pessoas. Dessa forma, decidiram
que uma intervenção possível era fazer o enriquecimento do sal de
cozinha com iodo: o que se conhece com sal iodado. Essa intervenção
nutricional é um perfeito exemplo de intervenção nutricional a nível de
grupos populacionais e coletividades. E a escolha do sal não foi à toa,
visto que este é um alimento consumido por muitas pessoas, e a maioria
tem acesso a ele.

Similar a esse exemplo temos a farinha de trigo enriquecida com


ferro e ácido fólico, também pensando em reduzir a deficiência nutricional
desses nutrientes específicos na população. Atualmente, todas as farinhas
de trigo são feitas e acrescidas desses nutrientes na formulação.

•• Monitorar o resultado das intervenções realizadas.

EXEMPLO:

Tomando como base o exemplo anterior do sal enriquecido com


iodo e da farinha de trigo enriquecida com ferro e ácido fólico, após um
tempo de intervenção nutricional com esses alimentos enriquecidos,
pesquisadores realizaram novos estudos para verificar se a população
incorporou na rotina alimentar esses produtos enriquecidos e investigaram
novamente se ainda havia deficiência nutricional. Com o sucesso da
intervenção, isto é, como o resultado da intervenção houve redução dos
problemas nutricionais dessa ordem. Dessa forma, esses programas de
enriquecimento de alimentos são mantidos enquanto eles continuarem
fazendo bem à população. E como saberemos se um dia eles passarão a
desenvolver algum problema nutricional? Realizando estudos, pesquisas
científicas, estudando a população que consome esses produtos e as
características nutricionais dessas pessoas (realizar a avaliação nutricional).
54 Avaliação Nutricional

•• Planejar políticas públicas e programas voltados para nutrição e a


alimentação (com base nos problemas identificados).

EXEMPLO:

Quando foi identificado, por meio de estudos, que muitas crianças


estavam com desnutrição por falta de alimentação, o Estado, juntamente
com os pesquisadores envolvidos, criou várias políticas públicas e
programas na tentativa de resolver esses problemas. Um bom exemplo
de uma política pública conhecida foi a criação e o oferecimento de
merenda escolar em escolas e creches públicas. Outro programa criado a
partir de políticas públicas, pensando em ajudar a resolver o problema da
fome e miséria foi a criação de restaurantes populares, com preços mais
acessíveis para a população com baixo nível econômico.

•• Avaliar os resultados das políticas públicas e dos programas


nutricionais já existentes. A avaliação tem o objetivo de verificar
se as políticas e os programas implementados estão, de fato,
resolvendo os problemas nutricionais que eles se propõem a
resolver.

EXEMPLO:

Se o resultado das políticas implementadas é bom, elas são


mantidas. Quando o resultado não é o esperado, são estudadas formas
de modificação e melhora das políticas.
Figura 9 ‒ Diagnóstico individual e coletivo

Diagnóstico individual Diagnóstico coletivo

Sobre causas e
feitos relacionados a
Intervenção
Individual processos sociais e à
população
Políticas e ações para
Plano alimentar/ promoção da saúde da
terapia nutricional Objetivo alimentação saudável,
prevenção e controle
de agravos nutricionais.

Fonte: Elaborada pelos autores (2021).


Avaliação Nutricional 55

Métodos de Avaliação Nutricional de


Coletividades
Não existe diferença entre os métodos nutricionais usados na
avaliação individual e coletiva, são os mesmos indicadores.

A escolha de quais métodos usar, em avaliação da coletividade, vai


depender dos seguintes fatores:

•• O que se pretende avaliar.

•• O perfil da população que será estudada.

•• A disponibilidade de recursos físicos (materiais e equipamentos a


serem usados) e recursos humanos (quantos pesquisadores irão
realizar e operacionalizar a pesquisa).

Entre os métodos mais usados em estudos populacionais estão


a antropometria, os exames bioquímicos, os inquéritos alimentares e a
avaliação de dados demográficos e socioculturais.

Grandes Estudos Populacionais Realizados


por Órgãos Públicos
Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-
2009
Teve por objetivo fornecer informações sobre a composição dos
orçamentos domésticos, a partir da investigação dos hábitos de consumo,
da alocação de gastos e da distribuição dos rendimentos, segundo as
características dos domicílios e das pessoas. A POF investigou, também,
a autopercepção da qualidade de vida e as características do perfil
nutricional da população brasileira.
56 Avaliação Nutricional

Antropometria e Estado Nutricional de Crianças,


Adolescentes e Adultos no Brasil
Traz os resultados relativos às medidas antropométricas das
crianças, adolescentes e adultos, investigados no âmbito deste
levantamento. Para a análise dos resultados, o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) contou com a contribuição de técnicos do
Ministério da Saúde, além de especialistas em nutrição, de reconhecida
experiência e competência.

Avaliação Nutricional da Disponibilidade


Domiciliar de Alimentos no Brasil
Resultados relativos à condição nutricional da população brasileira
observada a partir da disponibilidade alimentar para consumo nos
domicílios. Os indicadores utilizados focalizam as propriedades nutricionais
do conjunto dos alimentos disponíveis nos domicílios e sua respectiva
adequação, tomando como padrão as recomendações formuladas sobre
o tema por órgãos nacionais e internacionais de reconhecida competência
nas áreas de alimentação e nutrição. O estudo foi realizado em parceria
com o Ministério da Saúde.

SAIBA MAIS:

Para saber mais sobre o tema, recomendamos a leitura dos


seguintes artigos:

•• Política de alimentação e nutrição: evolução das


abordagens. Para acessar, clique aqui.

•• Do diagnóstico à ação: programa de atividades


para o paciente obeso (PAPo) - uma abordagem
interdisciplinar com adolescentes. Para acessar,
clique aqui.
Avaliação Nutricional 57

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu


mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de
que você realmente entendeu o tema de estudo deste
Capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter
aprendido que a avaliação nutricional pode ser realizada
individualmente ou de forma coletiva. Aprendeu também
que existem diferenças importantes entre o diagnóstico
individual e o diagnóstico coletivo. Além disso, viu como
as pesquisas científicas podem ajudar no desenvolvimento
de programas nutricionais importantes para a população.
Com base nessas informações aprendidas você já é capaz
de perceber a importância desses conhecimentos para o
profissional de nutrição.
58 Avaliação Nutricional

REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n° 8.234, de 17 de setembro de 1991. Regulamenta a
profissão de nutricionista e determina outras providências. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 1991.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.


Departamento de Atenção Básica. Orientações para a coleta e análise
de dados antropométricos em serviços de saúde: norma técnica do
sistema de vigilância alimentar e nutricional. Brasília: Ministério da
Saúde, 2011.

BRASIL. Ministério da Saúde. Vigilância Alimentar e Nutricional.


Orientações básicas para a coleta, processamento, análise de dados
e informação em serviços de saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.

CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS (CFN). Resolução


n° 306, de 24 de março de 2003. Dispõe sobre solicitação de exames
laboratoriais na área de nutrição clínica, revoga a Resolução CFN n°
236, de 2000 e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF,
2003.

GARCIA, L. M. T. et al. do diagnóstico à ação: programa de atividades


para o paciente obeso (Papo) - uma abordagem interdisciplinar com
adolescentes. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, Florianópolis,
v. 15, n. 3, p. 189-194, 2010.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE).


Pesquisa do orçamento familiar. POF 1987-1988. Rio de Janeiro: IBGE,
1991.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE).


Pesquisa do orçamento familiar. POF 1995-1996: primeiros resultados.
Rio de Janeiro: IBGE, 1997.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE).


Pesquisa de orçamentos familiares. POF 2002-2003: análise da
disponibilidade domiciliar de alimentos e do estado nutricional no Brasil.
Rio de Janeiro: IBGE, 2004.
Avaliação Nutricional 59

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE).


Pesquisa de orçamentos familiares 2008-2009: análise do consumo
alimentar pessoal no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2011.

MARTINS, C. Diagnósticos em nutrição: fundamentos e


implementação da padronização internacional. Porto Alegre: Artmed,
2016.

MUSSOI, T. D. Avaliação nutricional na prática clínica: da gestação


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RAMOS, L. Avaliação nutricional. Salvador: Edufba, 2012.

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SEMIOLOGIA 04: introdução ao exame físico: propedêutica


(videoaula). BOOK. [S. l.: s. n.], 2014. 1 vídeo (12 min). Publicado pelo
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watch?v=bz98-PrK17Q&ab_channel=MedicinaResumida. Acesso em: 19
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REZENDE, F. et al. Revisão crítica dos métodos disponíveis para


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