Você está na página 1de 87

Práticas de

Enfermagem
Rotinas Administrativas e
Farmacologia na Enfermagem
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
ALESSANDRA VANESSA FERREIRA DOS SANTOS
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
PAULO HERALDO COSTA DO VALLE
AUTORIA
Paulo Heraldo Costa do Valle

Olá. Sou formado em Fisioterapia, com Mestrado e Doutorado


em Fisiologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com
experiência técnica, profissional e acadêmica na área de Saúde há mais
de 25 anos.

Trabalhei em várias universidades: Universidade de Cruz Alta


(Unicruz), Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande
do Sul (Unijuí), Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), Universidade
Gama Filho (UGF), Universidade Ibirapuera (Unib), Universidade Nove de
Julho (Uninove) e Kroton Educacional.

Além disso, trabalhei como consultor do Ministério da Educação


(MEC) para autorização, reconhecimento e renovação de cursos de
graduação durante 10 anos, e fui membro da Comissão Assessora do
Curso de Fisioterapia do Exame Nacional de Desempenho do Estudante
(Enade).

Ademais, fui membro da Comissão de Qualificação de Cursos e da


Comissão de Educação do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia
Ocupacional (Coffito) e membro da Comissão de Sindicância do Conselho
Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito).

Fui vice-presidente e presidente da Associação Brasileira de Ensino


em Fisioterapia (Abenfisio).

Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha experiência


de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso trabalho
junto com a Editora Telesapiens, compondo o seu elenco de autores
independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de
muito estudo e trabalho. Conte comigo sempre.
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do
desenvolvimento houver necessidade
de uma nova de apresentar um
competência; novo conceito;
NOTA: IMPORTANTE:
quando necessárias as observações
observações ou escritas tiveram que
complementações ser priorizadas para
para o seu você;
conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a
bibliográficas necessidade de
e links para chamar a atenção
aprofundamento do sobre algo a ser
seu conhecimento; refletido ou discutido;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso acessar quando for preciso
um ou mais sites fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das
assistir vídeos, ler últimas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando uma
atividade de competência for
autoaprendizagem concluída e questões
for aplicada; forem explicadas;
SUMÁRIO
Admissão, Alta, Transferência e Óbito................................................. 12
Admissão................................................................................................................................................ 12
Orientações quanto ao procedimento de admissão.......................... 15
Relação ou lista de pertences............................................................................. 16
Passagem do plantão................................................................................................................... 17
Tipos de passagem de plantão e local......................................................... 18
Alta hospitalar..................................................................................................................................... 18
Rotina da alta hospitalar........................................................................................... 19
Transferência................................................................................................................... 20
Censo........................................................................................................................................................ 21
Cuidados paliativos......................................................................................................................... 22
Cuidados de hospice..................................................................................................25
Programas de hospice..............................................................................................26
Óbito..........................................................................................................................................................27
Descrição dos procedimentos necessários..............................................28
Cuidados com o corpo após a morte do cliente/paciente...........29
Prontuário do Paciente e Formas de Registro................................. 31
Introdução à coleta de dados................................................................................................. 31
Diagnósticos de enfermagem................................................................................................33
Procedimentos respaldados por lei...................................................................................37
Classificação dos Medicamentos e Mecanismos de Ação......... 41
Classes terapêuticas...................................................................................................................... 41
Antibióticos........................................................................................................................................... 41
Grupo das penicilinas....................................................................................................................43
Penicilina G........................................................................................................................43
Penicilinas G procaína e G potássica..............................................................44
Penicilina G benzatina...............................................................................................44
Penicilinas semissintéticas.....................................................................................45
Oxacilina...........................................................................................................45
Cloxacilina.......................................................................................................45
Penicilina de amplo espectro............................................................................. 46
Penicilina de amplo espectro de segunda geração.......................... 46
Ampicilina....................................................................................................... 46
Amoxicilina ....................................................................................................47
Penicilinas de amplo espectro de terceira geração.......................... 48
Grupo dos anfenicóis ............................................................................ 49
Grupo dos aminoglicosídios............................................................. 49
Grupo das cefalosporinas.................................................................... 51
Cefalosporinas de primeira geração..............................................................52
Cefalexina........................................................................................................53
Cefalotina.........................................................................................................53
Cefadroxila......................................................................................................53
Cefazolina........................................................................................................54
Cefalosporinas de segunda geração.............................................................54
Cefoxitina.........................................................................................................54
Cefuroxima......................................................................................................54
Cefaclor.............................................................................................................55
Cefalosporinas de terceira geração................................................................55
Cefotaxima, ceftriaxona, ceftazidima e cefixima................55
Cefalosporinas de quarta geração...................................................................55
Cefepima..........................................................................................................55
Grupo das tetraciclinas......................................................................... 56
Grupo das lincosamidas.......................................................................57
Grupo dos glicopeptídeos/vancomicina................................ 58
Grupo das sulfonamidas...................................................................... 58
Grupo dos macrolídeos........................................................................ 59
Grupo dos imidazólicos/metronidazol..................................... 60
Grupo das quinolonas/ciprofloxacino e norfloxacino.....62
Antibióticos contra tuberculose..................................................... 63
Vias de Administração E Utilização Segura dos
Medicamentos...............................................................................................66
Drenos..................................................................................................................................................... 66
Sistemas de drenagem............................................................................................ 67
Indicação dos drenos................................................................................................ 68
Tipos de drenos dos sistemas passivos...................................................... 68
Laminares (Penrose)............................................................................... 68
Tubular e laminotubular ou “encamisado”.............................. 70
Tipos de drenos dos sistemas ativos............................................................. 71
Dreno de sucção (Porto-VAC)........................................................... 71
Dreno Jackson-Pratt................................................................................72
Aspectos legais..............................................................................................................73
Materiais necessários para o curativo do dreno....................................73
Etapas para o procedimento................................................................................73
Funções dos curativos.................................................................................................................75
Tipos de curativos...........................................................................................................................75
Convencionais................................................................................................................ 76
Recomendações para a realização do curativo................. 76
Hidrogel............................................................................................................................... 76
Hidrocoloides...................................................................................................................77
Polímeros........................................................................................................................... 78
Compressivos..................................................................................................................79
Bioativos.............................................................................................................................. 80
Alginatos............................................................................................................................. 80
Debridantes enzimáticos......................................................................................... 81
Curativos bactericidas e desodorantes........................................................82
Triglicerídio de cadeia média.............................................................................. 83
Procedimentos para a realização dos curativos...................................................... 83
Práticas de Enfermagem 9

04
UNIDADE
10 Práticas de Enfermagem

INTRODUÇÃO
Olá. Gostaria de lhe convidar neste momento para continuar este
processo de conhecimento e aprendizagem.

Nesta quarta Unidade, serão abordadas as rotinas administrativas e


a Farmacologia.

O primeiro assunto que você vai estudar nesta Unidade é referente


à admissão, passagem do plantão, alta hospitalar, aos cuidados paliativos
e ao óbito.

Posteriormente, serão estudados o prontuário do paciente e as


formas de registro por meio do estudo da coleta de dados, diagnósticos
de enfermagem, tipos de intervenção e procedimentos respaldados por
lei.

Também, serão abordadas a classificação dos medicamentos e


seus mecanismos de ação por meio do estudo das classes terapêuticas,
antibióticos e penicilinas.

E, por fim, você vai estudar informações referentes aos drenos e aos
tipos de curativos.
Práticas de Enfermagem 11

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4 – Rotinas administrativas
e Farmacologia na Enfermagem. Nosso objetivo é auxiliar você no
desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término
desta etapa de estudos:

1. Entender os processos de admissão, alta, transferência e óbito de


pacientes em um hospital.

2. Entender a metodologia de registro no prontuário de um paciente.

3. Identificar a classificação dos medicamentos e seus mecanismos


de ação.

4. Detectar as vias de aplicação dos medicamentos e o processo


seguro de sua administração.

Preparado para esta viagem sem volta rumo ao conhecimento?

Então vamos começar!

Bom trabalho!
12 Práticas de Enfermagem

Admissão, Alta, Transferência e Óbito


OBJETIVO:

Neste capítulo, você vai saber em detalhes todas as


informações referentes à admissão (orientações quanto
ao procedimento de admissão e relação ou lista de
pertences), passagem do plantão (tipos de passagem
de plantão), alta hospitalar (rotina da alta hospitalar,
orientações da enfermagem junto aos clientes/pacientes e
transferência), ao censo, aos cuidados paliativos (cuidados
de hospice e programas de hospice) e ao óbito (descrição
dos procedimentos necessários e cuidados com o corpo
após a morte do cliente/paciente).

E então? Motivado para desenvolver esta competência?


Vamos lá. Avante!

Admissão
A admissão corresponde ao momento de entrada do cliente/
paciente em um serviço de saúde, para fazer a ocupação de um leito.

O objetivo da admissão é submeter o cliente/paciente a um


tratamento clínico, cirúrgico ou, ainda, a execução de algum tipo de
procedimento específico (VOLPATO; PASSOS, 2021).
Figura 1 – Admissão do cliente/paciente

Fonte: Pixabay.
Práticas de Enfermagem 13

A internação de um cliente/paciente corresponde a um momento


em que existe a interrupção do seu ritmo de vida, portanto, é fundamental
que toda a equipe de enfermagem receba este novo cliente/paciente
com muita afeição, bondade e compreensão, dando todo o suporte e
atenção necessários para que este possa ter confiança, tanto no hospital
no qual está internado como em todo o serviço prestado.

IMPORTANTE:

A equipe de enfermagem deve sempre acompanhar


o cliente/paciente na enfermaria, devendo fazer a
apresentação a toda a equipe de enfermagem e aos seus
companheiros caso o quarto seja coletivo. Também é
necessário mostrar todo o espaço físico, como o banheiro e
a localização da campainha, além de informar quanto todos
os horários referentes às refeições e às visitas (CHAVES;
POSSO, 2012).
Figura 2 – Apresentação do cliente/paciente à equipe de enfermagem

Fonte: Pixabay.

A admissão do cliente/paciente no hospital é realizada pelo


enfermeiro e, durante esta ocasião, deve ser aplicada a sistematização
da assistência de enfermagem. O técnico de enfermagem também
pode desempenhar esta função desde que tenha todas as informações
14 Práticas de Enfermagem

necessárias, além de realizar todos os registros indispensáveis dos dados,


por exemplo:
•• Hora.
•• Causa da internação
•• Meio de locomoção.
•• Existência ou não de acompanhante.
•• Estado geral do cliente/paciente.
•• Sinais vitais.
•• Sinais e sintomas presentes.
•• Queixas.
•• Procedimentos realizados.
•• Exames.
•• Pertences do cliente/paciente.
•• Medicamentos.

O principal objetivo da equipe de enfermagem durante a


admissão é receber o cliente/paciente na unidade de internação
(VOLPATO; PASSOS, 2021).

IMPORTANTE:

Existe uma série de materiais que são essenciais no


momento da admissão do cliente/paciente, sendo eles
(COSTA; EUGENIO, 2014):
Prontuário do cliente/paciente.
Oxímetro.
Estetoscópio.
Balança antropométrica.
Esfigmomanômetro.
Relógio com ponteiro de segundos.
Caneta.
Formulários impressos.
Termômetro.
Práticas de Enfermagem 15

Orientações quanto ao procedimento de admissão


Durante o procedimento de admissão devem ser levados em
consideração os seguintes pontos:

•• Acolhimento do cliente/paciente sempre com cordialidade.

•• Garantia de que o leito a ser ocupado já está liberado para a


utilização.

•• Apresentação do cliente/paciente a toda a equipe de enfermagem


que está de plantão.

•• Orientação para o cliente/paciente de toda a rotina existente


dentro do ambiente hospitalar, como o horário das visitas médicas,
das visitas dos familiares e das refeições.

•• Solicitação ao cliente/paciente ou seus familiares de todos os


objetos de uso pessoal.

•• Registro da admissão do cliente/paciente por meio do formulário


próprio do serviço com os espaços necessários para todas
as anotações da equipe de enfermagem, entre elas: horário
da admissão, motivo da internação, sinais vitais, procedência,
apresentação do cliente/paciente, dados sobre o histórico
de saúde, dados sobre a presença de alergia e dados sobre a
utilização de medicações.

•• Início dos procedimentos terapêuticos de acordo a prescrição


médica e da equipe de enfermagem por meio da rotina existente
no serviço.

•• Comunicação da admissão do cliente/paciente para o enfermeiro


de plantão na unidade, para que possa ser feito o registro na
unidade com fins de controle ou censo da unidade de internação.

•• Comunicação ao serviço de nutrição sobre a nova internação,


devendo ser informado o nome completo do cliente/paciente e o
número do quarto e leito.
16 Práticas de Enfermagem

•• Encaminhamento de todos os exames solicitados para os diversos


setores competentes.

No caso dos clientes/pacientes cirúrgicos, deve ser confirmado


no momento da internação todos os procedimentos necessários quanto
ao pré-cirúrgico, bem como a comunicação ao médico responsável com
relação aos procedimentos de internação (VOLPATO; PASSOS, 2021).

Figura 3 – Orientações da enfermagem

Fonte: Pixabay.

Relação ou lista de pertences


Em alguns locais existe um procedimento adotado quanto à guarda
em um local seguro de todos os pertences do cliente/paciente, ficando
estes sob a responsabilidade da equipe de enfermagem. O principal
objetivo, neste caso, é evitar o extravio ou a perda dos pertences do
cliente/paciente.
Práticas de Enfermagem 17

IMPORTANTE:

Ao receber qualquer pertence de valor, como carteira,


relógio, prótese dentária ou qualquer outro objeto, e no
caso da existência de dinheiro, é necessário que haja uma
testemunha que comprove o valor/objeto que está sendo
guardado.
Ao realizar a entrega de todos os bens, deve ser registrada
no prontuário a data e a assinatura do cliente/paciente, do
seu familiar ou cuidador (CHAVES; POSSO, 2012).

Passagem do plantão
A passagem do plantão ou transferência é um ponto muito
importante de ligação no processo de trabalho da equipe de enfermagem
para o turno seguinte, sendo uma ação que garante a continuidade de
toda a assistência. O objetivo é garantir o fluxo de informações entre todas
as equipes de enfermagem nos diversos turnos que ocorrem durante o
período de 24 horas (VOLPATO; PASSOS, 2021).

IMPORTANTE:

O turno que vai receber o plantão deve sempre chegar por


volta de 10 a 15 minutos antes da passagem do plantão.

Todos os profissionais da equipe de enfermagem devem ter uma


postura considerada adequada durante toda a passagem do plantão.

A passagem deve sempre transcorrer em um ambiente muito sério,


não sendo indicada a utilização de gírias ou sons muito altos. Deve ser
registrada pelo profissional, devendo ser informado para o responsável
o nome do cliente/paciente, leito, modificações apresentadas e todas
as observações importantes, assim como as pendências. A linguagem
empregada deve ser sempre objetiva por meio do uso de um vocabulário
adequado e terminologias corretas (CHAVES; POSSO, 2012).
18 Práticas de Enfermagem

Tipos de passagem de plantão e local


Os tipos de passagem de plantão podem ser das seguintes formas
(VOLPATO; PASSOS, 2021):

•• Passagem de plantão à beira do leito, em que os membros da


equipe visitam e passam o plantão em cada leito ocupado por um
cliente/paciente.

•• Toda equipe de enfermagem reunida no posto de enfermagem,


ou até o corredor existente na frente do posto de enfermagem.

•• Só dois membros da equipe de enfermagem, o que vai passar e o


que vai receber o plantão.
Figura 4 – Passagem de plantão

Fonte: Pixabay.

Alta hospitalar
A alta hospitalar corresponde à saída do cliente/paciente da
unidade hospitalar, devendo ser realizado sempre por escrito e contendo
a assinatura e o carimbo do médico.
Práticas de Enfermagem 19

Os tipos de alta existentes são as seguintes:

•• Alta hospitalar – essa alta ocorre quando o cliente/paciente está


em condições de sair do hospital.

•• Evasão – é quando o cliente/paciente sai do hospital sem


apresentar as condições clínicas necessárias, não existindo a
assinatura do médico responsável. Nesse caso, deve ser feita uma
notificação oficial quanto ao ocorrido.

•• Alta a pedido – é um direito do cliente/paciente, entretanto, suas


condições clínicas devem ser consideradas, de modo a garantir
sua segurança e melhoria do quadro de saúde. Essa decisão deve
ser consensual entre cliente/paciente, o médico responsável
e seus familiares ou responsáveis. Cabe ao médico explicitar a
necessidade de permanência na unidade hospitalar, se necessário.

•• Alta condicionada ou licença médica – corresponde à alta


concedida ao cliente/paciente em condições especiais, ficando
condicionado o seu retorno na data preestabelecida (COSTA;
EUGENIO, 2014).

Rotina da alta hospitalar


Existe uma série de rotinas que devem ser seguidas durante a alta
hospitalar, sendo elas (VOLPATO; PASSOS, 2021):

•• Verificar se a alta hospitalar está com a assinatura do médico do


cliente/paciente no seu prontuário com data e horário.

•• O aviso da alta deve ser preenchido em duas vias por meio de um


impresso próprio da instituição hospitalar.

•• A primeira via do comunicado da alta hospitalar deve ser entregue


na recepção central do hospital.

•• A segunda via do aviso de alta hospitalar deve ser entregue ao


responsável do cliente/paciente, bem como na recepção central
do hospital no momento da saída do cliente/paciente.
20 Práticas de Enfermagem

•• O familiar ou o responsável pelo cliente/paciente deve sair com o


aviso e todos os seus pertences.

•• O cliente/paciente nunca deve ficar sozinho no hospital, devendo,


portanto, estar acompanhado com alguém da equipe de
enfermagem até a sua saída do hospital, mesmo que apresente
excelentes condições.

•• É necessário que seja dada toda a orientação necessária para


o cliente/paciente e seus familiares quanto à necessidade do
prosseguimento dos tratamentos, das dietas e outros cuidados
necessários.

•• Devem ser entregues ao cliente/paciente todos os exames que


foram realizados.

•• Todos os pertences do cliente/paciente devem ser entregues e


conferidos.

Transferência
A transferência do cliente/paciente é realizada da mesma forma
que a alta.

É necessário comunicar todos os serviços de acordo com a rotina. A


transferência pode ser interna, quando é feita entre unidades da mesma
instituição; ou externa, no caso em que é realizada para outras instituições
(VOLPATO; PASSOS, 2021).
Figura 5 – Transferência interna do cliente/paciente

Fonte: Pixabay.
Práticas de Enfermagem 21

VOCÊ SABIA?

A unidade à qual o cliente/paciente vai ser transferido deve


ser comunicada para que possa ser feita toda a preparação
necessária.
O prontuário deve estar completo para que possa ser
entregue na unidade do destino.
O cliente/paciente deve ser transportado conforme o seu
estado geral.

Na anotação da equipe de enfermagem devem conter as seguintes


informações:

•• Horário.

•• Condições do cliente/paciente.

•• Local e setor de destino.

•• Medicação.

•• Dieta.

•• Pertences do cliente/paciente.

•• Meios de transporte.

•• Condições gerais.

•• Locomoção.

Censo
O censo é um relatório no qual deve constar toda a movimentação do
cliente/paciente ocorrida nas últimas 24 horas, devendo iniciar na hora zero em
que o cliente/paciente foi internado.

Neste relatório deve conter o nome completo do cliente/paciente, número


do registro, quarto, leito e qual a clínica.

O censo também pode ser empregado para ajudar na passagem do


plantão (CHAVES; POSSO, 2012).
22 Práticas de Enfermagem

VOCÊ SABIA?

Atualmente, nas unidades de saúde também existe o censo


administrativo, que é realizado por meio de um sistema
informatizado, devendo conter as seguintes informações:

•• Nome completo.
•• Número do leito.
•• Idade.
•• Nome do médico responsável.
•• Data de internação.

Cuidados paliativos
Os cuidados paliativos são indicados em casos de doenças crônicas
graves e sem prognóstico de melhora ou cura. Os clientes/pacientes e
os seus familiares podem se beneficiar com o emprego dos cuidados
paliativos, visto a melhora da qualidade de vida ao paciente em fase
terminal.

Este é considerado um método holístico para a prevenção e redução


dos sintomas, promovendo o conforto e o bem-estar do indivíduo por
meio do cuidado da mente, do corpo e do espírito.

Os cuidados paliativos têm os seguintes focos (VOLPATO; PASSOS,


2021):

•• Prevenção.

•• Alívio.

•• Diminuição ou suavização dos sintomas da doença.

•• Diminuição ou suavização dos distúrbios ao longo da progressão


da doença.
Práticas de Enfermagem 23

REFLITA:

O principal objetivo dos cuidados paliativos é auxiliar os


clientes/pacientes e as suas respectivas famílias para que
possam ter uma melhor qualidade de vida, mesmo que por
um curto período de tempo.

Apesar de os cuidados paliativos serem especialmente indicados


nos casos dos clientes/pacientes que se encontram com uma doença
avançada ou crônica, também são considerados adequados para os
clientes/pacientes com qualquer diagnóstico ou idade.

É fundamental que a equipe de enfermagem auxilie todos os


clientes/pacientes e seus familiares a entenderem a importância dos
cuidados paliativos, uma vez que, muitas vezes, os clientes/pacientes
acabam recusando por não conhecer esse tipo de trabalho e todos seus
resultados (VOLPATO; PASSOS, 2021).

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a filosofia


dos cuidados paliativos é a seguinte:

•• Afirmar a importância da vida e considerar a morte como um


processo normal.

•• Não apressar nem postergar a morte.

•• Integrar os aspectos psicológicos e espirituais dos cuidados ao


cliente/paciente.

•• Oferecer um sistema de apoio para auxiliar todos os clientes/


pacientes, de modo que possam viver o mais ativamente possível
até a hora da morte.

•• Aumentar a qualidade de vida.

•• Utilizar uma abordagem de equipe para atender a todas as


necessidades dos clientes/pacientes e de seus familiares.
24 Práticas de Enfermagem

IMPORTANTE:

Existem vários tipos de terapias neste caso, como


acupuntura, aromaterapia, auriculoterapia, cristaloterapia,
ioga, massoterapia, musicoterapia, entre outras que vão
provocar efeitos positivos no combate a vários sinais e
sintomas, entre eles:
Ansiedade.
Depressão.
Dispneia.
Dor.
Estresse.
Náusea.
Figura 6 – Paciente terminal

Fonte: Pixabay.
Práticas de Enfermagem 25

Cuidados de hospice
Os cuidados de hospice correspondem a uma filosofia de cuidados
voltados para os clientes/pacientes terminais e suas famílias.

Todos esses cuidados têm como prioridade o tratamento da dor e


de todos os outros sintomas do cliente/paciente.

O objetivo é proporcionar maior conforto e qualidade de vida,


sempre com foco na atenção frente às necessidades e aos recursos
físicos, psicológicos, sociais e espirituais dos clientes/pacientes.

VOCÊ SABIA?

Todos os clientes/pacientes que são aceitos em um


programa de hospice, normalmente, têm menos de seis
meses de vida.

Esses serviços são oferecidos tanto em domicílio como no hospital.

Os cuidados de hospice estão fundamentados no relacionamento


de confiança entre sua equipe e o cliente/paciente e toda a sua família.

O conhecimento de quais são as expectativas esperadas, a


localização desejada dos cuidados e a dinâmica familiar vão auxiliar a
equipe de enfermagem para que esta possa prestar todos os cuidados
individualizados no fim da vida do cliente/paciente.

Ao contrário dos cuidados tradicionais, neste caso, os clientes/


pacientes são participantes considerados ativos em todos os aspectos
voltados aos cuidados, e seus desejos e vontades devem ser priorizados
pelos seus cuidadores.

Os objetivos dos cuidados ao cliente/paciente são estabelecidos


de forma mútua e todos os participantes devem compreender totalmente
as preferências de cuidados escolhidas pelo cliente/paciente devendo,
portanto, ser respeitada a sua vontade.

Os serviços de hospice possibilitam a existência das visitas de luto


realizadas pelos membros da equipe de enfermagem posteriormente
26 Práticas de Enfermagem

à morte do cliente/paciente para auxiliar toda a família a passar pelo


processo de luto (VOLPATO; PASSOS, 2021).
Figura 7 – Visitas dos familiares

Fonte: Shutterstock.

Programas de hospice
Os programas de hospice são estabelecidos por meio dos seguintes
serviços e fundamentos essenciais:

•• O paciente e a família são considerados como a unidade do


cuidado.

•• Tratamento de todos os sintomas.

•• Fornecimento de uma equipe interdisciplinar de cuidados.

•• Disponibilização de serviços médicos e de enfermagem durante


todos os momentos.

•• Assistência ao luto posteriormente à morte do cliente/paciente.

•• Utilização de voluntários treinados para visitas, quando


necessário, para dar apoio durante o descanso do familiar ou
Práticas de Enfermagem 27

cuidador. Para que o cliente/paciente seja elegível para os


serviços domiciliares de hospice, este deve ter um cuidador ou
familiar para prestar todos os cuidados quando ele não for mais
capaz de responder sozinho por todos os seus cuidados.

A equipe de enfermagem responsável pelos cuidados de hospice


utiliza a comunicação terapêutica, oferecendo os cuidados psicossociais
e tratamento especializado para todos os sintomas, garantindo sempre a
dignidade e a autoestima do cliente/paciente, por meio da manutenção
de um ambiente confortável e calmo, garantindo conforto espiritual e
esperança.

De certa forma, todas essas medidas visam a proteger o cliente/


paciente do abandono ou isolamento, garantindo apoio familiar, além de
auxiliar em todas as decisões éticas e no processo de luto.

Os membros da equipe de hospice atuam durante as 24 horas por


meio da coordenação de todos os cuidados entre os ambientes domiciliar
e hospitalar. O cliente/paciente que recebe os cuidados domiciliares
do hospice pode entrar em uma unidade de internação para fazer a
estabilização dos sintomas ou para o descanso do cuidador.

VOCÊ SABIA?

Conforme a morte do cliente/paciente vai ficando mais


próxima, a equipe do hospice garante um apoio mais
intensivo ao cliente/paciente e toda a sua família.

Óbito
Existe uma série de procedimentos que devem ser tomados no
caso do óbito do cliente/paciente, devendo ser utilizados os seguintes
materiais (VOLPATO; PASSOS, 2021):

•• Impresso referente ao aviso de óbito.

•• Prontuário do cliente/paciente.

•• Pertences do cliente/paciente.
28 Práticas de Enfermagem

Descrição dos procedimentos necessários


Os procedimentos necessários, neste caso, são os seguintes
(CHAVES; POSSO, 2012):

•• Registro do horário do óbito no prontuário (deve ser anotado o


horário que o médico fez a constatação do óbito), devendo ficar da
seguinte forma: horário da morte: e verificado óbito pelo Dr. (nome
do médico que atestou o óbito).

•• Deve ser certificado com o médico e com o Serviço de Verificação


de Óbitos (SVO) se o óbito já foi atestado e se o corpo vai ser
encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML).

•• O corpo deve ser sempre identificado.

•• Devem ser preparados todos os pertences do cliente/paciente


para que possam ser entregues aos familiares.

•• Os avisos do óbito devem ser preenchidos e encaminhados para


o setor responsável.

•• O corpo deve ser encaminhado para o IML. Normalmente,


nas instituições de saúde, o atestado de óbito é fornecido
posteriormente a 48 horas da internação, tendo a informação
referente quanto a causa de morte ou se o médico tinha algum
conhecimento anterior quanto ao diagnóstico do cliente/paciente.

•• Posteriormente à confirmação do óbito pelo médico, o corpo


do cliente/paciente deve ser preparado conforme técnicas
específicas.

•• Deve ser registrado se a família foi comunicada quanto ao


ocorrido, para que possa ir ao hospital com toda a documentação
do cliente/paciente.

•• Jamais o óbito deve ser comunicado para a família do cliente/


paciente por meio de um telefonema, o comunicado deve ser
sempre feito através da comunicação do médico ou do enfermeiro
responsável para a família do cliente/paciente.
Práticas de Enfermagem 29

Cuidados com o corpo após a morte do cliente/


paciente
Os cuidados após a morte do cliente/paciente realizados pelo
enfermeiro junto ao técnico de enfermagem são os seguintes (VOLPATO;
PASSOS, 2021):
•• Confirmação da existência do certificado de óbito, além do
documento constando o momento da morte e as medidas que
foram tomadas.
•• Constatação pelo enfermeiro se o cliente/paciente era ou não
doador de órgãos.
•• Alerta para toda a equipe de enfermagem quanto a possíveis
perguntas dos membros da família relacionadas aos motivos da
morte do cliente/paciente.
•• Determinação da solicitação de autópsia no caso de mortes que
ocorrem sob certas circunstâncias, como devido a algum tipo de
acidente ou uma situação de violência.
•• Fazer a identificação do cliente/paciente por meio do emprego
de dois identificadores, nome e data de nascimento ou nome e
registro médico.
•• Elevar a cabeceira da cama o mais rapidamente possível
posteriormente à morte para impedir a descoloração do rosto.
•• Solicitar se algum membro da família quer participar de toda a
preparação do corpo e quais são os seus pedidos com relação a
utilização de roupas especiais ou artigos religiosos.
•• Devem ser retirados todos os equipamentos, sondas e acessos
venosos que estavam no cliente/paciente.
•• Deve ser feita a limpeza do corpo por completo, tomando sempre
o cuidado com relação aos padrões de segurança onde existe a
presença de fluidos que podem estar contaminados.
•• Os cabelos devem ser penteados.
•• O corpo deve ser coberto com um lençol limpo e a cabeça deve
ser colocada em um travesseiro.
•• Os olhos devem ser fechados, as dentaduras na boca devem
permanecer na boca para que seja mantido o formato facial.
30 Práticas de Enfermagem

•• O ambiente deve ser limpo e o quarto desodorizado, quando


necessário; as luzes devem ser diminuídas.
•• Deve ser oferecida a possibilidade de os membros da família
verem o corpo.
•• Deve ser garantida a privacidade da família, avaliando, portanto, se
existe a necessidade ou o desejo dos membros da família quanto
à presença do profissional de enfermagem neste momento.
•• Devem ser determinados quais são os pertences pessoais que
devem ficar no corpo (aliança ou símbolo religioso); enquanto os
que não forem ficar devem ser entregues aos membros da família.
•• Deve ser mantida a privacidade e a dignidade quando for feito o
transporte do corpo para o outro local; este deve estar coberto
com um lençol limpo.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu


mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que
você realmente entendeu o tema de estudo deste
Capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter
aprendido informações sobre admissão, orientações com
relação aos procedimentos para a admissão e a relação
ou lista de pertences.

Outro assunto fundamental abordado foi quanto


à passagem do plantão e seus tipos, bem como quanto
à alta hospitalar, estudando a rotina, as orientações da
enfermagem junto aos clientes/pacientes e a transferência.

E, por último, foram abordadas informações sobre


o censo, os cuidados paliativos (cuidados e programas
de hospice) e o óbito (descrição dos procedimentos
necessários e cuidados com o corpo após a morte do
cliente/paciente).
Práticas de Enfermagem 31

Prontuário do Paciente e Formas de


Registro
OBJETIVO:

Neste capítulo, você vai saber em detalhes todas as


informações referentes ao prontuário do paciente e às
formas de registro ao estudar a introdução à coleta de
dados, aos diagnósticos de enfermagem, aos tipos de
intervenção e aos procedimentos respaldados por lei.

E então? Motivado para desenvolver esta competência?


Vamos lá. Avante!

Introdução à coleta de dados


Durante a coleta dos dados devem ser utilizadas as habilidades de
relacionamento interpessoal e comunicação.

É fundamental que toda a equipe de enfermagem esteja sempre


atenta durante o processo de cuidado com o cliente/paciente. No
entanto, durante o momento de avaliação do cliente/paciente e ao longo
do preenchimento do prontuário, é necessário o máximo de observação
por parte do enfermeiro.

Tudo que será coletado vai direcionar a atenção do profissional


para as informações referentes aos fenômenos da enfermagem (BARROS;
LOPES; MORAIS, 2019).
32 Práticas de Enfermagem

Figura 8 – Equipe de enfermagem

Fonte: Freepik

IMPORTANTE:

Neste caso, é preciso uma grande expertise quanto a


todos os conhecimentos de anatomia, fisiologia, patologia,
semiologia, Farmacologia, entre outros.

Para o preenchimento correto do prontuário é necessário, além da


entrevista com o cliente/paciente, um excelente exame físico, pautado nos
resultados das provas diagnósticas, informações de outros profissionais,
familiares ou cuidadores.

Todo instrumento de coleta de dados deve ser sempre


fundamentado nos referenciais teóricos da enfermagem, possibilitando
julgamento clínico e favorecendo a identificação das informações mais
relevantes, úteis, fidedignas e abrangentes.

Toda as informações obtidas ao longo da coleta de dados devem


ser avaliadas e interpretadas, compondo todas as respostas do indivíduo
frente ao diagnóstico de enfermagem com foco no problema, diagnóstico
de risco, de promoção da saúde ou de síndrome.
Práticas de Enfermagem 33

A equipe de enfermagem deve sempre selecionar os diagnósticos


de enfermagem com bastante rigor, de forma a aprimorá-los
constantemente.

Todas as deduções que não estão corretas podem levar a um erro


de diagnóstico e, como o diagnóstico é considerada a base para todas as
intervenções da enfermagem, uma baixa acurácia vai levar a resultados
não desejados e pouco resolutivos.

Para a identificação dos diagnósticos de enfermagem enquanto


uma etapa do processo de enfermagem, existem sistemas de linguagens
padronizadas que podem e devem ser empregados (BARROS; LOPES;
MORAIS, 2019).
Figura 9 – Diagnósticos de enfermagem

Fonte: Pixabay.

Diagnósticos de enfermagem
A classificação de diagnósticos de enfermagem de maior difusão
em todo o mundo é da Associação Norte-Americana de Diagnósticos de
34 Práticas de Enfermagem

Enfermagem, do inglês North American Nursing Diagnosis Association


(Nanda). A versão mais atual é a de 2021-2023, estando inclusos 267
diagnósticos, que abordam vários problemas de enfermagem nas
dimensões biopsicossocioespirituais, sendo eles:

•• Diagnósticos com foco no problema.

•• Diagnósticos de risco.

•• Diagnósticos de promoção da saúde.

•• Diagnósticos de síndrome.

Existem também outros sistemas de linguagem padronizada que


podem ser empregados na prática clínica, tendo como foco a identificação
dos diagnósticos de enfermagem, como a Classificação Internacional para
a Prática de Enfermagem (Cipe).

Ao serem identificados os diagnósticos de enfermagem, o


enfermeiro deve fazer o planejamento da assistência, buscando sempre
atingir todas as metas estabelecidas (POTTER, 2017).

VOCÊ SABIA?

A etapa de planejamento de enfermagem deve considerar


a competência técnica e científica do profissional por meio
da prescrição e realização das melhores intervenções
existentes, sendo continuamente necessária uma revisão
contínua.

Devem ser sempre consideradas todas as condições de trabalho,


bem como e os recursos humanos e tecnológicos disponíveis. Durante
esta etapa, pode ser empregada a Classificação dos Resultados de
Enfermagem (NOC), também conhecido como Nursing Intervention
Classification (NIC), instrumento que disponibiliza uma escala de medida
com cinco pontos, buscando criar metas que permitam fazer a avaliação
dos resultados sensíveis às intervenções de enfermagem.
Práticas de Enfermagem 35

Para a prescrição dos cuidados de enfermagem, o enfermeiro


deve utilizar diretrizes, protocolos clínicos e consensos, pautados nas
evidências, o que, sem dúvida, vai trazer maior segurança, respaldo e
resultados mais positivos.

Todas as ações devem estar voltadas aos fatores que colaboram


com a existência do problema, tendo como objetivo eliminá-lo ou reduzi-
lo. A falta de intervenções frente a um diagnóstico de enfermagem
identificado acaba colocando a saúde do cliente/paciente em risco
(BARROS; LOPES; MORAIS, 2019).

Tipos de intervenção

Os tipos de intervenções estabelecidas pelos enfermeiros são os


seguintes (POTTER, 2017):

•• Orientação.

•• Mensuração.

•• Monitoração.

•• Execução.

•• Supervisão.

Todos podem estar ligados ou não à prática clínica de outra


categoria profissional.

Todas essas intervenções podem ser iniciadas pelo enfermeiro


frente a um diagnóstico de enfermagem ou por outro profissional, sendo
efetuadas também pelo enfermeiro e/ou pela equipe de enfermagem,
tendo como definição as intervenções independentes, interdependentes
e dependentes.

Durante esta etapa, o enfermeiro pode empregar a Classificação


das Intervenções de enfermagem sendo que esta tem um grupo de
atividades que precisam ser realizadas.

As atividades anteriormente planejadas devem ser efetivadas por


meio de um processo organizado e responsável.
36 Práticas de Enfermagem

VOCÊ SABIA?

A certificação de todas as habilidades interpessoais,


cognitivas e psicomotoras para a realização dos cuidados
deve ser previamente analisada pelo profissional.
Entre todas as ações, existem vários tipos de procedimentos
que têm como objetivo atingir as metas estabelecidas.
Todos os procedimentos de enfermagem, normalmente,
são prescritos pelos enfermeiros ou pelos médicos
(POTTER, 2017).

REFLITA:

O enfermeiro tem o dever de decidir quanto à sua


competência para a realização de um determinado
procedimento.
Figura 10 – Equipe de enfermagem

Fonte: Freepik.
Práticas de Enfermagem 37

Procedimentos respaldados por lei


Existem vários procedimentos que estão atualmente respaldados
por meio da lei do exercício profissional do enfermeiro, por exemplo:

•• Sondagem vesical.

•• Sondagem de alívio.

•• Curativos.

•• Vários outros procedimentos.

Entretanto, ainda existem alguns tipos de procedimentos que não


têm um respaldo legal, como a intubação orotraqueal.

Todos os procedimentos nos quais as competências técnicas e


legais são da responsabilidade da equipe de enfermagem, devem ser,
portanto, realizados com a máxima excelência, diminuindo, com isso,
os riscos de complicações, além de prevenir os agravos e promover a
melhoria do estado de saúde.

É esperado que os enfermeiros busquem sempre, de forma


gradativa, todas as evidências responsáveis por fundamentar a realização,
além do aprimoramento de todos os procedimentos, tendo como objetivo
a busca constante da resolução de problemas.

Os princípios científicos da prática de enfermagem são:

•• Julgamento sobre todas as respostas humanas.

•• Intervenções exigidas.

•• Resultados obtidos.

Estes devem estar presentes durante a realização de todos os


procedimentos.

São considerados cuidados muito importantes:

•• Todos os esclarecimentos necessários para o cliente/paciente,


família/cuidador referente aos procedimentos realizados.
38 Práticas de Enfermagem

•• Preservação da privacidade do cliente/paciente durante a


realização de todos os procedimentos.

•• Comunicação efetiva que auxilie no relacionamento terapêutico


a ser considerado durante a realização dos vários procedimentos,
entre eles, o banho no leito, sondagens, coleta de exames,
administração de medicamentos, entre outros.

Cada um dos procedimentos tem uma série de responsabilidades


e competências necessárias para a sua realização (BARROS; LOPES;
MORAIS, 2019).

IMPORTANTE:

Para a realização das prescrições da enfermagem devem


ser considerados todos os procedimentos necessários ao
cliente/paciente, devendo ser realizadas todas as suas
etapas, não deixando de seguir nenhum dos princípios
científicos a serem executados.

Os pressupostos dos cuidados de enfermagem com base no


humanismo recomendam olhar a totalidade do ser humano que, mesmo
frente a todas as necessidades de cuidados técnicos e da realização dos
procedimentos, não deve ficar limitado apenas aos cuidados biológicos.

Todas as ações pautadas no cuidado devem ter foco no indivíduo,


sendo conduzidas para a conquista dos resultados esperados. Estes
devem ser registrados de forma adequada, sendo referidas todas as
respostas do cliente/paciente.

Durante a avaliação da enfermagem, todas as anotações são


fundamentais, visto que devem ser associadas à anamnese e ao exame
físico, permitindo a identificação da melhoria do cliente/paciente e
a comparação com a meta estabelecida durante o planejamento da
assistência de enfermagem (BARROS; LOPES; MORAIS, 2019).
Práticas de Enfermagem 39

Figura 11 – Avaliação da enfermagem

Fonte: Freepik

Todo o processo de avaliação das intervenções de enfermagem


e suas ações podem ser realizadas por meio do emprego da NOC,
permitindo a realização de uma comparação entre o estado anterior
do cliente/paciente e posteriormente à implementação de todas as
intervenções de enfermagem e suas ações.

Essa avaliação é responsável por identificar a melhora, a piora ou


a inalteração do estado do cliente/paciente, podendo ser necessária
à seleção de outro diagnóstico e/ou a implementação de novas
intervenções de enfermagem (POTTER, 2017).
40 Práticas de Enfermagem

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste Capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
todas as informações referentes ao prontuário do paciente,
que é considerado essencial para toda a equipe de
enfermagem, e fundamental para todo o processo de
cuidado com o cliente/paciente.

Outros assuntos muito importantes considerados foram


as formas de registro por meio do estudo da introdução
à coleta de dados, diagnósticos de enfermagem, tipos de
intervenção e procedimentos respaldados por lei.
Práticas de Enfermagem 41

Classificação dos Medicamentos e


Mecanismos de Ação

OBJETIVO:

Neste capítulo, você vai saber detalhes referentes à


classificação dos medicamentos e seus mecanismos
de ação por meio do estudo das classes terapêuticas de
antibióticos.
E então? Motivado para desenvolver esta competência?
Vamos lá. Avante!

Classes terapêuticas
A Farmacologia engloba uma série de conhecimentos sobre história,
origem, propriedades físicas e químicas, composição, efeitos bioquímicos
e fisiológicos, farmacodinâmica e suas propriedades terapêuticas.

Quanto às classes terapêuticas, os medicamentos são divididos em


antibióticos.

Antibióticos
Os antibióticos são substâncias com ação antimicrobiana, tendo a
função de eliminar a bactéria (bactericida) ou impedir a sua multiplicação
(bacteriostática).

São produzidos por agentes vivos, como os cogumelos ou as


bactérias.

Os antibióticos atuam, principalmente, sobre as bactérias gram-


positivas, gram-negativas ou sobre ambas, sendo considerados, nesse
último, como antibióticos de atuação de grande espectro (KAWAMOTO;
FORTES, 2011).
42 Práticas de Enfermagem

Figura 12 – Antibióticos

Fonte: Pixabay.

Para a escolha do melhor medicamento, devem ser levados


em consideração todos os exames laboratoriais, como a cultura e o
antibiograma, responsáveis por determinar a sensibilidade e a resistência
das bactérias aos mais diferentes tipos de antibióticos.

Os antibióticos podem ser administrados por meio de várias vias,


entretanto, a absorção da maioria se dá pela via oral, sendo, muitas vezes,
prejudicadas quando oferecidos junto com alimentos (SOARES; GERELLI;
AMORIM, 2010).

IMPORTANTE:

Os antibióticos são os responsáveis por alterar a flora


bacteriana natural do aparelho digestório e provocar uma
série de distúrbios gastrintestinais.

A utilização dos alimentos funcionais, como os prebióticos e


probióticos, é responsável por auxiliar no controle da diarreia e do
reequilíbrio da flora intestinal.

Em decorrência da toxicidade dos antibióticos, a infusão intravenosa


vai requerer a diluição do medicamento por volta de 50 a 100 m de soro e
tempo de infusão lento, entre 30 e 60 minutos, quando possível.

Em função dos riscos de alergia e anafilaxia, a pesquisa prévia


quanto à hipersensibilidade é considerada como um cuidado fundamental
(KAWAMOTO; FORTES, 2011).
Práticas de Enfermagem 43

Grupo das penicilinas


O grupo das penicilinas é formado por antimicrobianos
betalactâmicos, bactericidas, de origem natural ou sintética, sendo
indicado para o tratamento das mais diversas infecções, estando
distribuídos por todo o corpo humano, com exceção do sistema nervoso
central.

Esse grupo tem uma toxicidade bastante baixa nas doses


terapêuticas, podendo, portanto, ser utilizado tanto pelas gestantes
quanto pelas lactantes.

O problema são as reações de hipersensibilidade que podem


ser desencadeadas em decorrência do tratamento (SOARES; GERELLI;
AMORIM, 2010).
Figura 13 – Penicilina

Fonte: Wikimedia.

Penicilina G
A penicilina G é um termo bastante amplo que engloba um grande
grupo de penicilinas, entre elas (KAWAMOTO; FORTES, 2011):
44 Práticas de Enfermagem

•• Penicilina G potássica – frasco-ampola com pó liofilizado para


solução injetável com 5.000.000 e 10.000.000 UI, como sais de
sódio e potássio (sódica e potássica, respectivamente), o que
garante a estabilidade da substância no armazenamento.

•• Vias de administração – a via de escolha para a aplicação é


a intravenosa, porém pode ser administrada por meio da via
intramuscular. Os possíveis eventos adversos são erupções
cutâneas, urticarias, edema de laringe e anafilaxia.

Penicilinas G procaína e G potássica


As penicilinas G procaína e G potássica devem ser utilizadas da
seguinte forma (SOARES; GERELLI; AMORIM, 2010):

•• Frasco-ampola com Benzilpenicilina procaína 300.000 UI e


benzilpenicilina potássica 100.000 UI.

•• Vias de administração – são administradas apenas por meio da


via intramuscular profunda, devendo ser utilizadas com cuidado
para impedir a administração acidental intravenosa, intra-arterial
ou junto aos nervos.

•• Lesões permanentes podem ser desencadeadas devido a


aplicações nas proximidades ou no próprio nervo.

•• Os eventos contrários podem levar a uma reação imediata posterior


à aplicação intramuscular, terminando de forma espontânea, após
10 minutos, sendo observada uma sensação de “gosto estranho
na boca”, tontura, perturbações visuais e auditivas, palpitação,
agressividade, reações de hipersensibilidade, erupções cutâneas,
urticária, edema de laringe, tremores musculares ou convulsões.

Penicilina G benzatina
As penicilinas G benzatina devem ser utilizadas da seguinte forma
(KAWAMOTO; FORTES, 2011):

•• Frasco-ampola contendo 600.000 e 1.200.000 UI, ambos com


volume equivalente a 4 m.
Práticas de Enfermagem 45

•• É indicada nos casos de sífilis, febre reumática e faringite


estreptocócica.

•• A via de administração deve ser apenas intramuscular profunda,


na região glútea.

•• A solução deve ser homogeneizada adequadamente antes de ser


aspirada pela seringa.

•• Deve ser aplicada muito lentamente, devendo ser interrompida no


caso de queixas de dor muito intensa.

•• Os eventos contrários são dor na região da aplicação, erupções


cutâneas, urticária e reação anafilática.

Penicilinas semissintéticas
Os tipos de penicilinas semissintéticas são:

•• Oxacilina.

•• Cloxacilina.

Oxacilina
•• Frasco-ampola e cápsulas.

•• As vias de administração são oral, intramuscular e intravenosa.

•• É considerado um antibiótico com um espectro muito pequeno,


sendo mais utilizado por meio da via parenteral.

•• A administração através da via oral é mais limitada, uma vez que


alcança níveis sanguíneos diminuídos, devendo ser ingerido com
estômago vazio em 1 hora antes ou 2 horas após a alimentação.

•• Os eventos contrários são distúrbios gastrintestinais, exantema,


urticária, colite e anafilaxia (SOARES; GERELLI; AMORIM, 2010):

Cloxacilina
•• São indicados nos casos de infecções ósseas como a osteomielite,
artrite séptica, bronquite, endocardite, faringite, pneumonia,
46 Práticas de Enfermagem

septicemia, sinusite, infecções da pele e de tecidos moles


decorrentes das bactérias sensíveis à cloxacilina.

•• A via de administração é oral.

•• Precauções – deve ser ingerido 1 horas antes ou 2 horas após a


alimentação.

•• Os eventos contrários são sintomas gastrintestinais, especialmente


diarreia (KAWAMOTO; FORTES, 2011).

Penicilina de amplo espectro


As penicilinas de amplo espectro são consideradas de segunda,
terceira e quarta gerações.

Penicilina de amplo espectro de segunda geração


Os exemplos de penicilina de amplo espectro da segunda geração
são:

•• Ampicilina.

•• Amoxicilina.

Ampicilina
•• Pode ser administrada por meio de comprimido, cápsula,
suspensão oral e frasco-ampola com pó para solução injetável.

•• Vias de administração – devem ser selecionadas de acordo com a


necessidade terapêutica de cada paciente. No caso da ampicilina,
a via intramuscular é a mais recomendada, visto os menores riscos
associados à infusão. Caso seja indicado a via endovenosa, sua
infusão deverá ser de forma lenta e, no caso da via oral, também
de forma lenta, sendo associada à ingestão de outras soluções,
como o leite materno.

•• O principal evento adverso é a administração rápida, visto que


pode levar a convulsões. A administração por meio da via oral pode
causar diarreia, náuseas, vômitos, urticária, exantema e reações de
hipersensibilidade (SOARES; GERELLI; AMORIM, 2010).
Práticas de Enfermagem 47

IMPORTANTE:

As contraindicações são sensibilidade às penicilinas e/ou


cefalosporinas, asma, colite ulcerativa e comprometimento
renal e a gestação no primeiro trimestre.

Amoxicilina
•• Pode ser administrada por meio de uma cápsula e pó para
suspensão oral.

•• Vias de administração – por meio da via oral.

•• Indicações – infecções respiratórias e otorrinolaringológicas


(pneumonias, bronquite, otite média, faringite e amigdalite),
infecções urinárias (cistite, pielonefrite, uretrite e gonorreia),
infecções da pele e do tecido subcutâneo (erisipela, celulite,
abscessos, piodermites, ferimentos infectados, linfangite,
furunculose e antraz), infecções por clamídia em mulheres grávidas
intolerantes à eritromicina, febre tifoide, profilaxia da endocardite
bacteriana, doença de Lyme, erradicação de Helicobacter pylori
em pacientes com gastrite e úlcera gastroduodenal.

•• Precauções – neste caso, pode ser ingerida com o estômago vazio


ou na presença de alimentos (KAWAMOTO; FORTES, 2011).
Figura 14 – Helicobacter pylori

Fonte: Wikipedia.
48 Práticas de Enfermagem

Penicilinas de amplo espectro de terceira geração


Os exemplos de penicilina de amplo espectro de terceira geração
são:

•• Carbenicilina.

•• Piperacilina.

Carbenicilina

•• Apresentação – frasco-ampola com pó para solução injetável.

•• Vias de administração – intramuscular e intravenosa.

•• Indicações – nos casos de infecções por Pseudomonas aeruginosa,


Proteus sp e coli.

•• Precauções – devem ser pesquisados com cuidado devido às


reações de hipersensibilidade anteriores ao tratamento com o
fármaco.

Eventos contrários – sobrecarga de sódio, sendo necessário, neste


caso, uma avaliação muito cuidadosa dos eletrólitos, quando utilizadas
nos clientes/pacientes com insuficiências cardíaca e renais; reações de
hipersensibilidade; erupções cutâneas; prurido; urticária; e hipertermia.

Piperacilina

•• Apresentação – frasco-ampola.

•• Vias de administração – são indicadas nas infecções bacterianas


sistêmicas e/ou locais decorrentes dos microrganismos
gram-positivos e negativos aeróbios e anaeróbios sensíveis
à piperacilina/tazobactam ou à piperacilina nos tratos
respiratório inferior e urinário, infecções intra-abdominais
e de pele, septicemia bacteriana, infecções ginecológicas,
endometrite pós-parto e doença inflamatória pélvica, infecções
neutropênicas febris e osteoarticulares.
Práticas de Enfermagem 49

•• Precauções – casos de hipersensibilidade ao fármaco, existindo a


inibição da flora bacteriana normal. A medicação deve ser infundida
de forma diluída vagarosamente durante mais de 30 minutos.

•• Eventos adversos – distúrbios gastrintestinais e anafilaxia


(KAWAMOTO; FORTES, 2011).

Grupo dos anfenicóis

Cloranfenicol

•• Precauções – deve ser administrado através da via oral, sendo


recomendada a ingestão com água, entre 1 hora antes ou até
2 horas após as refeições; no caso da existência de irritação
gastrintestinal, deve ser administrado com leite ou após a
ingestão de alimentos.

•• Eventos adversos – anemia aplásica, embora pouco comum,


dificultando a utilização desse medicamento em decorrência
da gravidade da doença provocada.

•• As doses altas de cloranfenicol podem provocar nos recém-


nascido, a síndrome cinzenta, sendo marcada por náuseas,
vômitos, distensão abdominal, glossite, cianose, urticária,
exantema cutâneo, borramento visual, respiração irregular e
morte.

Grupo dos aminoglicosídios


A grande parte dos fármacos que formam o grupo de
aminoglicosídios têm uma ação bactericida, tendo um limite terapêutico e
tóxico muito reduzido, atravessando a barreira placentária, podendo levar
à surdez irreversível no feto, sendo ototóxico e neurotóxico.

Sulfato de gentamicina

•• Apresentação – ampola com solução injetável e creme.

•• Vias de administração – intramuscular e introvenosa.


50 Práticas de Enfermagem

•• Indicações – infecções decorrentes de cepas de bactérias


sensíveis como Pseudomonas aeruginosa, Proteus sp., E. coli,
Klebsiella ou Enterobacter, Serratia, Citrobacter, Staphylococcus
e Neisseria gonorrhoeae/ em casos de septicemia; bacteriemia;
infecções do sistema nervoso; meningite; infecções renal,
geniturinária, respiratórias, gastrintestinais, na pele, nos ossos ou
nos tecidos moles; queimaduras e feridas infectadas; infecções
intra-abdominais; peritonite; e infecções oculares.

•• Precauções – deve ser mantida a hidratação de forma adequada


ao longo do tratamento para impedir o comprometimento renal
(KAWAMOTO; FORTES, 2011).

IMPORTANTE:

Em função do potencial nefrotóxico e ototóxico, devem ser


sempre monitoradas as funções renais e auditivas.

•• Eventos adversos – vertigens, tonturas, zumbidos e perda de


audição.

Sulfato de amicacina

•• Apresentação – solução injetável.

•• Vias de administração – intramuscular e intravenosa.

•• Indicações – processos infecciosos decorrentes de germes


sensíveis à amicacina.

•• Precauções – quanto à administração, não deve ser associado


nenhum outro tipo de medicamento pela formação dos complexos
inativos.

•• Eventos contrários – nefrotoxicidade, neurotoxicidade,


ototoxicidade e neurite periférica (SOARES; GERELLI; AMORIM,
2010).
Práticas de Enfermagem 51

Estreptomicina

•• Indicação – é indicada para o tratamento da tuberculose em


associação com outros fármacos.

•• Precauções – os locais da injeção intramuscular devem ser


alternados.

•• Nas aplicações intravenosas, devem ser infundidas de forma


muito lenta.

•• Eventos adversos – nefrotoxicidade, miastenia gravis, ototoxicidade,


dermatite esfoliativa e neurotoxicidade (KAWAMOTO; FORTES,
2011).
Figura 15 – Estrutura química da estreptomicina

Fonte: Wikipedia.

Grupo das cefalosporinas


As cefalosporinas formam outro grupo de antibióticos
betalactâmicos, bactericidas, sendo classificado em gerações, em função
do momento em que foram sintetizados, com diferenças quanto ao
espectro em função das modificações nas cadeias laterais da estrutura
básica.
52 Práticas de Enfermagem

Possuem baixa toxicidade, podendo ser utilizadas ao longo da


gravidez e da lactação. As reações alérgicas são semelhantes às das
penicilinas, porém em menor frequência, substituindo-as nos clientes/
pacientes com reações de hipersensibilidade tardia.

São largamente prescritas aos clientes/pacientes hospitalizados


devido à grande cobertura antimicrobiana, porém há pouca ou nenhuma
ação contra Enterococos e Pseudomonas.

Existe uma ação limitada no sistema nervoso central e alta


nefrotoxicidade quando associadas aos aminoglicosídeos (KAWAMOTO;
FORTES, 2011).
Figura 17 – Reações alérgicas

Fonte: Wikimedia.

Cefalosporinas de primeira geração


O grupo de cefalosporinas têm ação contra várias bactérias aeróbias
gram-positivas e negativas, e agentes de infecções comunitárias. Não
conseguem atravessar a barreira hematoliquórica, não têm atividade
adequada contra Pseudomonas e são empregadas por algumas equipes
como agentes profiláticos previamente à cirurgia.
Práticas de Enfermagem 53

Cefalexina
•• Apresentação – pode ser tanto comprimido como em suspensão
oral.

•• Vias de administração – oral.

•• Indicação – infecções de pele e tecidos moles, profilaxia oral de


endocardite bacteriana nos clientes/pacientes muito sensíveis às
penicilinas.

•• Precauções – a utilização prolongada pode levar ao aparecimento


da candidíase oral, sendo necessário cuidado quanto à
administração em clientes/pacientes com insuficiência renal
grave.

•• Eventos adversos – náuseas, vômitos, diarreia, dispepsia e dor


abdominal (SOARES; GERELLI; AMORIM, 2010).

Cefalotina
•• Apresentação – frasco-ampola com pó para solução injetável.

•• Vias de administração – intramuscular e intravenosa.

•• Indicações – infecções da pele e dos tecidos moles decorrentes


das bactérias gram-positivas e negativas.

•• Precauções – devem ser observados os efeitos locais, como dor


e tromboflebite.

•• As infecções hospitalares mais sensíveis a cefalosporinas de


primeira geração devem ser tratadas com cefalotina para a
redução da seleção dos organismos mais resistentes.

•• Eventos adversos – distúrbios gastrintestinais e reações anafiláticas


(KAWAMOTO; FORTES, 2011).

Cefadroxila
•• Apresentação – em cápsula e em pó para suspensão oral.

•• Vias de administração – oral.


54 Práticas de Enfermagem

•• Indicações – amigdalite, otite, faringite, sinusite, infecções


respiratórias baixas, de pele e tecidos moles e do trato urinário.

•• Precauções – deve ser utilizada com cuidado em clientes/


pacientes com função renal prejudicada.

•• Eventos adversos – distúrbios gastrintestinais e reações de


hipersensibilidade.

Cefazolina
•• Apresentação – frasco-ampola com pó para solução injetável.

•• Vias de administração – intramuscular e intravenosa.

•• Indicações – profilaxia das infecções após cirurgias limpas ou


potencialmente contaminadas, como cesarianas, histerectomias e
correção de fraturas fechadas.

•• Como a meia-vida é mais longa que a cefalotina, esta permite


a administração de uma só dose no período intraoperatório em
procedimentos com duração de até quatro horas.

Cefalosporinas de segunda geração


•• A segunda geração das cefalosporinas é diferente da primeira, visto
que existe maior espectro de ação, alcançando microrganismos
gram-negativos resistentes, sendo consideradas ineficazes para
combater Pseudomonas e Enterococos.

Cefoxitina
•• Apresentação – frasco-ampola com pó liofilizado.

•• Vias de administração – intravenosa.

•• Indicação – utilização profilática em procedimentos cirúrgicos


gastrintestinais.

Cefuroxima
•• Apresentação – comprimido, suspensão oral e frasco-ampola.

•• Vias de administração – oral e intravenosa.


Práticas de Enfermagem 55

•• Indicação – atividade contra Haemophilus influenzae e. coli


resistentes às cefalosporinas de primeira geração, e utilização
profilática em cirurgias neurológicas e cardíacas.

Cefaclor
•• Apresentação – comprimido, drágea e suspensão oral.

•• Eventos adversos – distúrbios gastrintestinais, náuseas, vômitos e


diarreia.

•• Reações – dermatológicas por hipersensibilidade.

Cefalosporinas de terceira geração


Possuem utilização mais restrita, sendo administradas por meio da
via parenteral, e indicadas no caso de infecções decorrentes de bactérias
multirresistentes. Além disso, tem ação pseudomonicida.

Cefotaxima, ceftriaxona, ceftazidima e cefixima


•• Precauções – dor transitória na aplicação intramuscular e flebite
na aplicação intravenosa.

•• Eventos adversos – diarreia, distúrbios de evacuação, cefaleia,


náuseas, dor abdominal, flatulência, vômitos, erupções cutâneas,
reações de hipersensibilidade com erupções máculopapulares,
urticária, eosinofilia e hipertermia (SOARES; GERELLI; AMORIM,
2010).

Cefalosporinas de quarta geração


As cefalosporinas de quarta geração foram desenvolvidas para
manter boa atuação contra bacilos gram-negativos até as Pseudomonas
aeruginosa, além de ampliação do espectro contra outras bactérias gram-
positivas.

Cefepima
•• Apresentação – frasco-ampola com pó liofilizado.

•• Vias de administração – intramuscular e intravenosa.


56 Práticas de Enfermagem

•• Indicação – infecções hospitalares graves, por exemplo,


pneumonia e meningite decorrente dos bacilos gram-negativos
sensíveis ao fármaco (KAWAMOTO; FORTES, 2011).

Grupo das tetraciclinas

Tetraciclina

•• Acabo – bacteriostático.

•• Precauções – deve ser administrada sempre com o estômago


vazio, 1 hora antes ou 2 horas após a ingestão de alimentos.
Não deve ser associada com antiácidos, visto que estes vão
prejudicar a absorção da substância; deve ser impedida a
administração junto com leite e derivados em decorrência da
inativação provocada pelo cálcio.

•• Eventos adversos – náuseas, vômitos, diarreia, irritação gástrica,


trombocitopenia, neutropenia, eosinofilia, urticária, anafilaxia e
nefrotoxicidade.
Figura 18 – Urticária

Fonte: Wikipedia

Oxitetraciclina

•• Precauções – na administração por via oral é recomendada a


ingestão 1 hora antes ou 2 horas após as refeições, devendo
Práticas de Enfermagem 57

ser evitado o consumo de leite. No preparo do medicamento


para a utilização intramuscular, o conteúdo deve ser aspirado
na seringa. Substituída a agulha, deve ser feita uma aplicação
intramuscular mais profunda, na região de grande musculatura.

•• Eventos adversos – modificações gastrintestinais, anorexia,


náuseas, vômito, diarreia, glossite, disfagia, enterocolite e
lesões inflamatórias na região anogenital (SOARES; GERELLI;
AMORIM, 2010).

Doxiciclina

•• Precauções – deve ser administrada 1 hora antes ou 2 horas


após a ingestão dos alimentos.

•• Deve ser evitada a utilização ao longo do último trimestre de


gravidez e durante o período de lactação.

•• Os medicamentos com cálcio, magnésio, alumínio e ferro vão


interferir na absorção.

•• Eventos adversos – náuseas, vômito, dor abdominal, urticária,


disfunção hepática, artralgia e anafilaxia.

Grupo das lincosamidas

Clindamicina

•• Apresentação – cápsula, solução injetável e creme.

•• Vias de administração – oral, intramuscular, intravenosa e


aplicação tópica.

•• Precauções – são fármacos que podem ser empregados nos


clientes/pacientes com alergia à penicilina e às cefalosporinas;
não são indicadas as injeções intramusculares únicas, acima de
600 mg; e na aplicação intravenosa deve ser diluído, no mínimo,
em 50 ml de diluente, sendo feita a infusão de forma lenta.

•• Eventos adversos – distúrbios gastrintestinais e colites.


58 Práticas de Enfermagem

Lincomicina

•• Vias de administração – absorvida via oral, independentemente da


existência de alimentos no trato gastrintestinal. Também pode ser
utilizada por via parenteral.

•• Eventos adversos – sintomas gastrintestinais são os mais comuns.

Grupo dos glicopeptídeos/vancomicina


•• Apresentação – frasco-ampola com pó para solução injetável.

•• Vias de administração – intravenosa.

•• Indicação – endocardite bacteriana; infecção articular, infecção


grave por Estafilococo (em pacientes que não podem receber
penicilina ou cefalosporina), infecção óssea, do trato respiratório
inferior, da pele e estruturas; e septicemia bacteriana.

•• Ação – bactericida, faz parte da classe dos glicopeptídeos


tricíclicos.

•• Precauções – infusão rápida provoca a reação “síndrome do


homem vermelho”, marcada pela presença de rubor na face,
pescoço e tórax, prurido, hipotensão e choque. Os sintomas,
normalmente, vão parar com a interrupção da infusão. As infusões
rápidas, em bólus, podem levar à dor e a espasmos musculares
tanto no tórax como no dorso.

•• Eventos adversos – devem ser tomados cuidados com os


portadores de comprometimento renal, uma vez que estes
apresentam maior risco para as manifestações tóxicas. Pode
ocorrer dor e necrose nas administrações intramusculares ou
em extravasamento acidental nas aplicações intravenosas. A
tromboflebite pode ser impedida por meio de infusões lentas e
soluções diluídas (KAWAMOTO; FORTES, 2011).

Grupo das sulfonamidas


São indicadas para o tratamento de infecções do trato urinário e por
Toxoplasma gondii. Dão bacteriostáticos, normalmente, administrados por
via oral, metabolizados no fígado e excretados através das vias urinárias.
Práticas de Enfermagem 59

Sulfametoxazol-trimetoprima

•• Apresentação – comprimido, suspensão oral e ampola com


solução injetável.

•• Vias de administração – oral e intravenosa.

•• Indicação – infecções dos tratos respiratório, urinário e


gastrintestinal.

•• Precauções – deve ser ingerido com alimentos para atenuar a


irritação gástrica. Na infusão intravenosa, não deve ser associado
a outras substâncias ou soluções; não deve ser injetado em bólus,
diretamente na veia; deve ser procedida a diluição previamente à
infusão.

•• Eventos adversos – exantema alérgico, náuseas, vômitos e anemia


megaloblástica (SOARES; GERELLI; AMORIM, 2010).

Grupo dos macrolídeos


Azitromicina, claritromicina e eritromicina.

Indicação – são indicados no caso de infecções das vias respiratórias


superiores e inferiores, de pele e dos tecidos moles.

Precauções – efeitos hepatotóxico e nefrotóxico, além de risco de


ocorrência de colite pseudomembranosa.

•• Eventos adversos – náuseas; dispepsia; dor abdominal; vômito e


diarreia; cefaleia; paladar alterado; glossite; estomatite; monilíase
oral e descoloração da língua; elevação transitória de enzimas
hepáticas; disfunção hepática; colite pseudomembranosa;
arritmias ventriculares, incluindo taquicardia ventricular e Torsades
de Pointes; além das reações alérgicas como urticária e erupções
cutâneas leves até anafilaxia e síndrome de Stevens-Johnson.
Foram observados efeitos transitórios sobre o sistema nervoso
central, tontura, ansiedade, insônia e pesadelos a confusão,
alucinação e psicose.
60 Práticas de Enfermagem

Grupo dos imidazólicos/metronidazol


•• Apresentação – comprimido, suspensão oral, gel e solução
injetável.

•• Vias de administração – oral, tópica e intravenosa.

•• Indicação – é considerado um potente agente bactericida,


específico para germes anaeróbios.

•• Precauções – o comprimido não pode ser separado ou


mastigado; ao longo da administração intravenosa não devem
ser infundidas outras soluções ao mesmo tempo; e uma infusão
lenta impede a tromboflebite.

•• Eventos adversos – devem ser observados sinais de


comprometimento neurológico, como crise convulsiva, paresia
e parestesia de extremidades. Podem estar presentes sinais
gastrintestinais, por exemplo, anorexia, náuseas, gosto metálico
na boca, dor epigástrica, vômitos e diarreia. Bebidas alcoólicas
não devem ser consumidas ao longo do tratamento, pois podem
levar ao aparecimento de cólicas abdominais, náuseas, vômitos,
cefaleia e rubor facial.

•• Contraindicação – mulheres nutrizes.

Antibiótico antifúngico

Anfotericina B

•• Apresentação – frasco-ampola com pó liofilizado para solução


injetável.

•• Via de administração – intravenosa.

•• Indicações – infecções fúngicas progressivas potencialmente


graves, não devendo ser utilizado no tratamento de infecções
fúngicas não invasivas.

•• Conservação – é fotossensível, ou seja, antes da reconstituição


deve ser mantido sob a refrigeração e protegido da exposição
Práticas de Enfermagem 61

à luz. Após a reconstituição, pode ser utilizado em temperatura ambiente


por 24 horas; ao ser protegido da luz ou na geladeira, pode ser conservado
por sete dias.

•• Precauções – deve ser monitorada a frequência cardíaca e a temperatura


Deve ser medicado previamente com um antiemético, visto que anorexia
náuseas e vômitos podem reduzir os efeitos do medicamento. Deve se
observada a presença de sinais de modificações urinárias em função d
nefrotoxicidade, além do monitoramento da creatinina sérica.

•• A piridoxina é indicada para reduzir ou evitar os sintomas de neurite


periférica.

•• Eventos adversos – febre, calafrios, náuseas, vômitos, cefaleia e hipotensão


durante a infusão na primeira semana, reduzindo posteriormente. Podem
existir a supressão medular e hipopotassemia. A flebite pode ser reduzid
por meio da administração cuidadosa e lenta (KAWAMOTO; FORTES, 2011

Nistatina

•• Apresentação – suspensão oral com conta-gotas, drágea e creme.

•• Vias de administração – oral e tópica.

•• Indicações – infecções por Candida albicans, em função da redução d


imunidade. A candidíase oral é frequente nas crianças imunossuprimidas
após a utilização prolongada de antibióticos e radioterapia.

•• Recomendações – deve ser realizada a higiene bucal correta, fazendo o


cuidados com a limpeza das próteses dentárias, anterior à administração
da suspensão oral, que deve ser bochechada e mantida por um período de
tempo na cavidade oral antes de sua deglutição. Em lactentes e criança
menores, deve ser colocada metade da dose indicada em cada lado d
boca. Por exemplo: no caso da prescrição de um conta-gotas para o bebê
deve ser colocada a metade do conta-gotas em cada canto da boca de
forma que a solução escorra para o interior da cavidade oral.
62 Práticas de Enfermagem

Cetoconazol e fluconazol

•• Indicações – candidíase vaginal, candidíase oral, candidíase


disseminada, Tinea versicolor, Tinea corporis, Tinea cruris, pé de
atleta e dermatite seborreica (SOARES; GERELLI; AMORIM, 2010).
Figura 18 – Dermatite

Fonte: Shutterstock.

Grupo das quinolonas/ciprofloxacino e norfloxacino


•• Recomendações – os comprimidos devem ser ingeridos inteiros
e com pouco líquido, independentemente das refeições. Quando
ingeridos com o estômago vazio, a substância ativa é absorvida
de forma mais rápida. Na administração através da via intravenosa,
a duração em média é de 60 minutos, devendo ser realizada
de forma lenta, e em uma veia de bom calibre para diminuir o
desconforto e o risco da irritação venosa.

•• A solução para infusão pode ser administrada de forma direta ou


após a diluição em solução salina a 0,9%, solução de Ringer ou
lactato de Ringer, soro glicosado a 5% ou a 10%, em função da
sensibilidade à luz.

•• Eventos adversos – erupções cutâneas, prurido, febre


medicamentosa, náuseas, diarreia, vômito, dispepsia, dor
abdominal, flatulência, anorexia, colite pseudomembranosa,
hepatite, necrose hepática e reações anafiláticas.
Práticas de Enfermagem 63

Grupo das tienamicinas/imipeném e meropeném

•• Apresentação – formulações para a administração parenteral.

•• Precauções – os medicamentos com duas apresentações


diferentes para administração por meio das vias intravenosa e
intramuscular são de indicação exclusiva das vias recomendadas.

•• Eventos adversos – náuseas, vômitos, diarreia, manchas nos


dentes. eritema, dor e enduração local, tromboflebite, exantema,
prurido, urticária, eritema multiforme, síndrome de Stevens-
Johnson. angioedema, necrólise epidérmica tóxica (raramente),
dermatite esfoliativa (raramente), candidíase, febre e reações
anafiláticas (SOARES; GERELLI; AMORIM, 2010).

Antibióticos contra tuberculose

Estreptomicina
Figura 20 – Tuberculose

Pulmão normal Desenvolvimento Pulmão infectado com


da tuberculose tuberculose

Fonte: Freepik

Etionamida

•• Vias de administração – o comprimido pode ser associado com


estreptomicina, etambutol e pirazinamida.

•• Indicação – tuberculose pulmonar e extrapulmonar, associado


a outros tuberculostáticos nos casos de falência de tratamentos
anteriores, por resistência ou intolerância a rifampicina e
izoniazida, ou abandono de tratamento.
64 Práticas de Enfermagem

•• Precauções – os pacientes devem ser alertados para fazer


a comunicação de qualquer modificação visual ao longo do
tratamento.

Cloridrato de etambutol

•• Vias de administração – comprimido e solução oral.

•• Indicação – casos de tratamento em recidivas e retorno após


abandono do tratamento anterior e nos casos de falência de
tratamento com outros esquemas.

•• Precauções – não deve ser administrado em clientes/pacientes


que não são capazes de se comunicar ou com distúrbio visual.

Isoniazida

•• Vias de administração – deve ser administrada, de preferência,


em jejum, até 1 hora antes das refeições. Caso existam distúrbios
gastrintestinais, podem ser administradas junto com alimentos
ou antiácidos, desde que não tenham alumínio.

•• Precauções – devem ser evitadas as bebidas alcoólicas ao


longo do tratamento.

•• Eventos adversos – distúrbios gastrintestinais, anorexia, náuseas


e vômitos.

Rifampicina

•• Vias de administração – na situação de jejum, de preferência,


deve ser administrada 30 minutos antes do desjejum; caso
existam distúrbios gastrintestinais, deve ser administrada com
leite, suco ou alimento.

•• Precauções – deve ser evitada a utilização junto com salicilatos


e bebidas alcoólicas; deve ser utilizada a rifampicina nas últimas
semanas da gestação pelo risco de hemorragia pós-natal tanto
para a puérpera quanto para o recém-nascido.
Práticas de Enfermagem 65

•• Eventos adversos – distúrbios gastrintestinais, coloração


avermelhada da urina, fezes, saliva, suor e da lágrima. Calafrios,
tontura, febre, cefaleia, artralgia e mialgia, erupções cutâneas,
prurido e anorexia.

Pirazinamida

•• Vias de administração – via oral.

•• Precauções – deve ser mantido o monitoramento periódico do


ácido úrico e das enzimas para o controle da função hepática.

•• Eventos adversos – artralgia (KAWAMOTO; FORTES, 2011).

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste Capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
todas as informações referentes à classificação dos
medicamentos. Ao longo do conteúdo foram abordados
todos os principais antibióticos e o grupo das penicilinas
(penicilina G, G procaína, G potássica, G benzatina e
as penicilinas semissintéticas). Também estudamos
todos os mecanismos de ação por meio do estudo das
classes terapêuticas, antibióticos e penicilinas. Todas
essas informações são fundamentais para a atuação dos
enfermeiros juntos aos pacientes/clientes.
66 Práticas de Enfermagem

Vias de Administração E Utilização


Segura dos Medicamentos

OBJETIVO:

Neste capítulo, você vai saber detalhes referentes aos


drenos e aos tipos de curativos
Com relação aos drenos, serão estudados os sistemas
de drenagem, indicação, tipos de drenos dos sistemas
passivos e ativos, aspectos legais, materiais necessários
para o curativo e as etapas para o procedimento. Também
serão estudados os curativos por meio das funções dos
curativos, tipos (convencionais, hidrogel, hidrocoloides,
polímeros, compressivos, bioativos, alginatos, debridantes
enzimáticos, bactericidas e desodorantes) e, por último, os
procedimentos para a realização dos curativos.
E então? Motivado para desenvolver esta competência?
Vamos lá. Avante!

Drenos
A cavidade abdominal está restrita em sua parte superior pelo
músculo diafragma e, na inferior, pela abertura superior da pelve. Tanto nas
partes anterior e laterais, não existem limites precisos, sendo constituída
por várias camadas de diversas espessuras de pele, tecido conectivo,
gordura e músculos.

O peritônio é uma extensa membrana serosa constituída,


principalmente, pelo tecido conectivo. Este reveste o interior da parede
abdominal e se expande para cobrir a maior parte dos órgãos, sendo
formado por duas camadas, sendo elas:

•• Peritônio parietal.

•• Peritônio visceral.
Práticas de Enfermagem 67

O emprego dos sistemas de drenagem pode ocorrer como uma


forma prevenção do acúmulo de líquidos em um local fechado, o que, de
certa forma, vai retardar o processo de cicatrização.

Ao longo dos tempos foram utilizados vários tipos de materiais para


a drenagem, entre eles:

•• Metais.

•• Ossos.

•• Vidro.

•• Gaze.

•• Borracha.

A drenagem da cavidade abdominal é definida como forma


de tratamento ou profilática, sendo esta a mais empregada após
procedimentos cirúrgicos, tendo como objetivo impedir o acúmulo dos
fluidos e do ar originados do corpo humano a partir de um espaço morto
(MOTTA, 2020).

IMPORTANTE:

Os drenos abdominais são dispositivos inseridos no


interior de uma ferida ou cavidade, tendo a finalidade de
estabelecer ou criar um trajeto artificial, no qual existe uma
menor resistência, durante a qual os líquidos ou o ar vão
conseguir chegar ao meio externo.

Sistemas de drenagem
Os sistemas de drenagem sãos classificados em:

•• Abertos ou fechados.

•• Ativos ou passivos.

Já quanto à sua estrutura, são classificados em:

•• Laminares.

•• Tubulares.
68 Práticas de Enfermagem

E quanto ao tipo de drenagem, são classificados em sistemas que


atuam por meio da:

•• Capilaridade.

•• Gravitação.

•• Sucção.

Os sistemas fechados impossibilitam a existência da exposição do


conteúdo ao ambiente, sendo o contrário dos sistemas abertos, que vão
se comunicar com o ambiente externo (MOTTA, 2020).

Os sistemas ativos de drenagem também são denominados de


“sistemas de sucção”, sendo aqueles que atuam por meio da troca de
pressão negativa sobre o fluido, enquanto os passivos são canais para a
passagem dos fluidos e vão depender de alguns fatores, por exemplo:

•• Pressão interna da cavidade.

•• Quantidade de líquido presente para a drenagem.

Indicação dos drenos


Os drenos podem são empregados quando já existe secreção
que precisa ser drenada ou uma coleção localizada, como hematomas,
seromas e abscessos, quando é necessário fazer a orientação de uma
fístula, ou realizar a prevenção quanto ao acúmulo de exsudato em um
local considerado potencial (MOTTA, 2020).

Tipos de drenos dos sistemas passivos


Os tipos de drenos dos sistemas passivos são:

•• Laminares (Penrose).

•• Tubular e laminotubular ou “encamisado”.

Laminares (Penrose)
O dreno laminar (Penrose) é um tubo achatado, confeccionado em
borracha de látex macia e flexível, com diâmetro por volta de 1 e 3 cm,
Práticas de Enfermagem 69

sendo utilizado para fazer a drenagem de exsudato purulento, sangue ou


serosidade.

Quando for empregado no pós-operatório de cirurgia abdominal,


está exteriorizado por meio de uma contra-abertura próximo da incisão e
fixado à pele.
Figura 21 – Dreno de Penrose

Fonte: Barros, Lopes e Morais (2019).

Nos casos em que a drenagem não for mais necessária, esta pode
ser removida de uma única vez ou, então, mobilizada a cada dia até
que ocorra a sua remoção completa, o que impossibilita a formação de
coleções ao longo de todo o trajeto.
70 Práticas de Enfermagem

Tubular e laminotubular ou “encamisado”


Os drenos tubulares têm o mesmo princípio do laminar, entretanto,
a sua estrutura mais rígida permite um trajeto muscular aberto.
Figura 22 – Dreno tubular

Fonte: Barros, Lopes e Morais (2019).

O dreno japonês é um dreno tubular, com uma linha radiopaca. No


seu interior existem ranhuras para vão impedir colabamento.

Já o dreno de Kehr é específico para a drenagem das vias biliares,


sendo também considerado um exemplo de dreno tubular.
Figura 23 – Dreno de Kehr

Fonte: Barros, Lopes e Morais (2019).


Práticas de Enfermagem 71

Tipos de drenos dos sistemas ativos


Para a manutenção de uma pressão negativa no local drenado,
a drenagem ativa na cavidade abdominal é indicada quando existem
grandes descolamentos cutâneos ou manipulação no espaço subfrênico,
local onde vai ocorrer a variação da pressão em decorrência da respiração.

Os tipos de drenos dos sistemas ativos são os seguintes:

•• Dreno de sucção (Porto-VAC).

•• Dreno Jackson-Pratt.

Dreno de sucção (Porto-VAC)


O dreno de sucção (Porto-VAC) é multifenestrado e não colabável,
sendo produzido com polivinil clorido ou silicone com uma “sanfona”
externa, que é responsável por manter uma alta pressão negativa.
Apresenta baixos índices de infecção, mas pode obstruir facilmente.
Geralmente, é exteriorizado por uma contra-abertura perto da incisão,
sendo fixado à pele por meio do fio de náilon.

É vantajoso sob grandes retalhos cutâneos, como nos casos de


dermolipectomia, correção de hérnia incisional e cirurgias ortopédicas.
Quando a drenagem reduz de volume, o dreno pode ser, então, retirado
de uma única vez, após 24 a 72 horas.
Figura 24 – Sistema de drenagem Porto-VAC

Fonte: Barros, Lopes e Morais (2019).


72 Práticas de Enfermagem

Dreno Jackson-Pratt
O dreno de Jackson-Pratt tem uma porção achatada (laminar) que
fica no interior do corpo humano. É produzida em silicone, multifenestrada
e tem um mecanismo que impossibilita o seu colabamento total, com
uma zona de transição para tubular que se conecta a um “bulbo” (“pera”),
que mantém o ambiente de baixa pressão negativa. Dessa maneira, faz a
associação da capilaridade de um dreno laminar com a pressão negativa
de um dreno de sucção.

Uma possibilidade para esse caso é o emprego de drenos de tórax,


equipos de soro, sondas de Foley de forma isolada ou encamisada, por
meio de um dreno laminar para impossibilitar a ocorrência de traumatismo.
Figura 25 – Dreno de Jackson-Pratt

Fonte: Barros, Lopes e Morais (2019).


Práticas de Enfermagem 73

Aspectos legais
A manutenção dos drenos abdominais deve ser feita pela equipe
de enfermagem, por meio de ações subsidiadas pela sistematização da
assistência de enfermagem e pelos protocolos institucionais.

REFLITA:

A remoção dos drenos abdominais é uma atividade


considerada bastante complexa, devendo ser executada
pelo enfermeiro e prescrita pelo médico.

Materiais necessários para o curativo do dreno


Os materiais necessários para o curativo do dreno são:

•• Carrinho para curativo.

•• Luvas de procedimento.

•• Kit de curativo simples – uma pinça anatômica, uma pinça


“dente de rato”, uma pinça Kelly reta e um campo cirúrgico.

•• Luva estéril.

•• Gaze estéril.

•• Solução fisiológica a 0,9%.

•• Solução antisséptica.

•• Clorexidina alcoólica.

•• Fita adesiva.

•• Dispositivo para mensuração de débito.

•• Bolsa coletora.

Etapas para o procedimento


As etapas para o procedimento são:

•• Revisão da prescrição da equipe de enfermagem.


74 Práticas de Enfermagem

•• Reunião de todos os materiais necessários para a execução do


curativo e do controle da drenagem.

•• Explicação dos procedimentos ao cliente/paciente.

•• Posicionamento do cliente/paciente em decúbito dorsal.

•• Fechamento da porta ou colocação de um biombo, quando for


preciso.

•• Higienização das mãos.

•• Colocação da máscara e das luvas de procedimentos.

•• Esvaziamento da bolsa coletora e medição do conteúdo


drenado.

•• Retirada das luvas de procedimento.

•• O curativo pode ser feito por meio de uma luva estéril e de uma
gaze ou kit para os curativos.

•• Deve ser aberto o pacote de gaze estéril sobre o carrinho de


curativos.

•• Deve-se calçar a luva estéril ou abrir o kit de curativo estéril


sobre o carrinho do curativo.

•• Deve ser realizada a limpeza do local no qual vai ser inserido o


dreno com gaze embebida em uma solução fisiológica a 0,9%.

•• Devem ser avaliadas as características do local em que será


feita a inserção.

•• Deve ser friccionada a gaze embebida com clorexidina alcoólica


na inserção do dreno.

•• O local deve ser coberto por meio de uma gaze estéril ou, então,
pode ser empregada uma bolsa de drenagem.
Práticas de Enfermagem 75

Funções dos curativos


Agora abordaremos os vários tipos de curativos existentes, entre
eles:

•• Curativos simples – realizados por meio da oclusão com gaze


estéril no local da lesão, mantendo-a seca e limpa.

•• Curativos oclusivos – realizados na lesão com sua total


cobertura, evitando a existência de contato com o meio externo.

•• Curativos úmidos – utilizados para proteger os drenos e irrigar a


lesão com determinada solução tópica.

•• Curativos abertos – corresponde à limpeza da lesão, deixando-a


exposta ao meio externo.

•• Curativos compressivos – fazem a hemostasia local, prevenindo


a hemorragia.

Tipos de curativos
Os tipos de curativos existentes são:

•• Convencionais.

•• Hidrogel.

•• Hidrocoloides.

•• Polímeros.

•• Compressivos.

•• Bioativos.

•• Alginatos.

•• Debridantes enzimáticos.

•• Bactericidas e desodorantes.
76 Práticas de Enfermagem

Convencionais
Os curativos convencionais são aqueles realizados por meio da
utilização de uma compressão de gaze.

O princípio desse tipo de curativo está pautado na limpeza mecânica


diária onde existe a lesão, ocorrendo a redução da concentração das
bactérias presentes no local. A limpeza deve ser realizada delicadamente,
de forma a impedir a existência de traumas, visto que o tecido de
granulação róseo é bastante sensível.

Nos locais em que estão presentes tecidos necróticos, é necessário


que a limpeza seja realizada de uma forma mais agressiva, tendo como
objetivo fazer a remoção e o debridamento de toda a área necrótica.

Recomendações para a realização do curativo


As recomendações para a realização do curativo são:

•• Não deve ser utilizada a água de torneira, visto que não se sabe
como está a limpeza da caixa d’água.

•• Deve ser utilizada uma solução fisiológica ou água estéril, além


de luvas estéreis para a realização da limpeza da lesão.

•• Não devem ser utilizados os antissépticos locais no tecido de


granulação.

•• Durante a retirada da gaze na troca do curativo, esta deve ser


lavada com solução fisiológica ou água estéril para que não haja
agressão junto ao tecido de granulação.

•• A gaze deve estar embebida por solução fisiológica.

Hidrogel
Os curativos com hidrogel são formados por polímeros hidrofílicos,
preparados com as seguintes substâncias:

•• Gelatina.

•• Glicerina.
Práticas de Enfermagem 77

•• Polissacarídeos.

•• Poliacrilamidas.

Estes vão fazer a retenção de grande quantidade de água na sua


estrutura.
Figura 26 – Hidrogel

Fonte: Shutterstock.

Suas principais funções são:

• Reter a secreção da lesão.

• Manter a lesão hidratada.

Os curativos hidrossolúveis vão fazer a absorção e a secreção,


reduzindo a viscosidade do gel, deixando mais líquido e liberando a água
na superfície da ferida.

Hidrocoloides
Os curativos com hidrocoloides são formados por gelatina, que
são compostas por partículas de carboximetilcelulose suspensas em
polisobutileno e pectina, estando cobertos por um filme de poliuretano.
78 Práticas de Enfermagem

Suas principais funções são:

•• Absorção das secreções.

•• Impermeabilidade perante às bactérias externas.

•• Manutenção do pH ácido por meio do contato com a lesão,


reduzindo o crescimento bacteriano.

•• Manutenção da lesão úmida.

Esse tipo de curativo é indicado para lesões em que existe uma


média quantidade de secreção, lesões com tecido de granulação e
lesões que podem estar ocluídas.

É necessário que seja realizada limpeza no local da lesão com


solução fisiológica de 0,9% antes da realização do curativo. Este deve ser
mantido por um período de 5 a 7 dias ou, então, trocado antes do prazo
quando existe vazamento de secreção.

Deve ser observado cuidadosamente em volta da lesão para que


não haja maceramento no local.

Polímeros
Os curativos com polímeros de poliuretano são apresentados em
forma de espumas, visto o alto índice de absorção das secreções.

Por essa razão, se coadaptam à superfície da lesão ao fazer a


absorção da secreção.

Esses curativos podem vir ou não com uma camada de filme de


polímero, fazendo o bloqueio da entrada das bactérias no local.

As funções desse tipo de curativo são as seguintes:

•• Grande capacidade para absorção, devendo ser empregado no


caso das lesões com grandes quantidades de secreção.

•• Manutenção da umidade da lesão.

Em função de sua absorção e umidade controlada, não há


maceração do tecido em volta da lesão, sendo indicado para lesões mais
profundas.
Práticas de Enfermagem 79

Compressivos
Os curativos compressivos são empregados para a diminuição da
pressão venosa, sendo bastante apropriados para os casos de úlceras
venosas.

Esses curativos devem fazer a compressão do tornozelo com uma


redução gradual até o joelho.

IMPORTANTE:

Este procedimento não é indicado para os clientes/


pacientes idosos ou com processos inflamatórios. Nesse
caso, podem ser utilizadas meias elásticas comuns ou
meias confeccionadas para esta função.
Figura 27 – Curativo compressivo

Fonte: Shutterstock.

Também podem ser empregadas a bota de Unna, que correspondem


a faixas inelásticas cheias com a pasta de Unna, que é uma mistura de
óxido de zinco, gelatina e glicerina.
80 Práticas de Enfermagem

A compressão inelástica deve ser utilizada pelos clientes/pacientes


que têm a capacidade para a deambulação. No entanto, a compressão
elástica é mais indicada para os clientes/pacientes sem a referida
capacidade.

Bioativos
Os curativos bioativos são substâncias que fazem a interação de
forma direta nas fases de cicatrização, acelerando esse processo.

A base da substância é a becaplermina, sendo um fator de


crescimento derivado das plaquetas.

A utilização é indicada nos casos em que há deficiência dos fatores


de crescimento, como no caso de úlceras neuropáticas crônicas dos
clientes/pacientes diabéticos.

Alginatos
Os curativos à base de alginatos são realizados por meio de
substâncias derivadas das algas marinhas, tendo uma ação hemostática
e modelando-se sob a forma de gel em volta da lesão.

Ao entrar em contato com o exsudato da lesão, vai contribuir para


a manutenção de um ambiente mais úmido, auxiliando no processo de
cicatrização.

IMPORTANTE:

Este tipo é indicado para o tratamento de feridas com


média e alta quantidade de exsudato, não sendo indicado
nos casos de feridas infectadas.
Práticas de Enfermagem 81

Figura 28 – Alginato

Fonte: Shutterstock.

Debridantes enzimáticos
Os curativos debridantes enzimáticos são formados por substâncias
que fazem o debridamento de tecidos necróticos. Estes vão penetrar nos
tecidos em grandes profundidades. Portanto, quando removido o tecido
necrótico, devem ser suspensos, visto que não é indicado o seu contato
com o tecido que se encontra em fase de cicatrização, podendo provocar
danos. As substâncias consideradas debridantes são o colágeno e a
papaína.
82 Práticas de Enfermagem

Figura 29 – Molécula de colágeno

Fonte: Shutterstock.

Esse tipo de curativo é indicado no caso de feridas nas quais existe


tecido necrótico e uma grande quantidade de exsudato.

Curativos bactericidas e desodorantes


Os curativos bactericidas e desodorantes são formados por carvão
ativado impregnado com prata.
Figura 30 – Carvão ativado

Fonte: Shutterstock.
Práticas de Enfermagem 83

Estes têm o objetivo de fazer a absorção das bactérias e do odor da


lesão. Nas lesões com grande quantidade de exsudato, têm o poder de
fazer a remoção, sendo hipoalergênicos.

Esses tipos de curativos são indicados no caso de feridas infectadas


com grande quantidade de secreção com ou sem odor, gangrenas,
fístulas, deiscências cirúrgicas, úlceras de decúbito, por estase venosa,
úlceras arteriais diabéticas e carcinoma.

Triglicerídio de cadeia média


O triglicerídio de cadeia média não é um tipo de curativo, mas sim
um óleo muito empregado para o tratamento de úlceras de pressão,
escoriações, dermatites e diversos tipos de lesão.

Este óleo vai formar uma barreira protetora na pele, impossibilitando


a sua maceração. Também atua como agente anti-inflamatório, fazendo a
proliferação dos novos tecidos.

Procedimentos para a realização dos


curativos
Existe uma série de procedimentos para a realização dos curativos,
sendo eles:

•• Lavagem das mãos antes da realização de um procedimento.

•• Explicação ao cliente/paciente sobre o objetivo do tratamento


que será realizado e como será executado.

•• Colocação de biombos, quando necessário.

•• Preparação do ambiente de forma organizada.

•• Preparação do material esterilizado, devendo ser colocado em um


campo estéril.

•• Colocação do cliente/paciente na posição considerada adequada.

•• Exposição da região a ser tratada.


•• Proteção do cliente e da cama com forro ou impermeável, para
deixar o cliente/paciente e seu leito sempre seco e confortável.

•• Retirada do curativo anterior, quando existir. Caso esteja aderido


à pele, deve ser molhado com a gaze com solução salina

•• estéril.

•• Por meio da mão enluvada estéril, não contaminada, deve ser


feita a inspeção da lesão; e, se for necessário, deve ser colhido
o material para a cultura.

•• A luva contaminada deve ser desprezada; deve-se colocar


outro par estéril.

•• Devem ser utilizadas a pinça e a gaze, por meio da elevação da


extremidade que será pega por baixo do pacote com as mãos
limpas, impedindo que exista a contaminação do material.

•• Deve ser limpa a lesão com solução fisiológica a 0,9% sempre


da área menos contaminada para a mais contaminada.

•• Deve ser ocluído o local de acordo com a característica da lesão


e a solução tópica prescrita.

•• O material deve ser desprezado no lixo contaminado descartável


por meio de um saco plástico, devendo ser colocado o material
permanente em uma solução desinfetante ou desencrostante
durante 30 minutos, de acordo com a determinação da comissão
de infecção do hospital.

•• Deve ser realizada a lavagem das mãos.

•• Deve ser anotado no prontuário qual é o aspecto da lesão e


as queixas do cliente/paciente ao longo do procedimento e da
evolução da lesão.
Práticas de Enfermagem 85

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste Capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
todas as informações referentes aos sistemas de drenagem,
indicação dos drenos, tipos de drenos dos sistemas
passivos e ativos, aspectos legais, materiais necessários
para o curativo do dreno e as etapas para o procedimento.

Também foram estudados os curativos por meio das


funções dos curativos, tipos de curativos (convencionais,
hidrogel, hidrocoloides, polímeros, compressivos, bioativos,
alginatos, debridantes enzimáticos e curativos bactericidas
e desodorantes). E, por último, foram abordados os
procedimentos para a realização dos curativos.
REFERÊNCIAS
BARROS, A. L. B. L.; LOPES, J. L.; MORAIS, S. C. R. V. Procedimentos
de enfermagem para a prática clínica. Porto Alegre: Artmed, 2019.

CHAVES, L. C.; POSSO, M. B. S. Avaliação física em enfermagem.


Barueri: Manole, 2012.

COSTA, A. L. J.; EUGENIO, S. C. F. Cuidados de enfermagem. Porto


Alegre: Artmed, 2014.

KAWAMOTO, E.E.; FORTES, J. I. Fundamentos de Enfermagem. 3.


ed. São Paulo: Grupo GEN, 2011.

MOTTA, A. L. C. Normas, rotinas e técnicas de enfermagem. 7. ed.


São Paulo: Érica, 2020.

PATRÍCIO, D. F. et al. Dimensões de burnout como preditoras da


tensão emocional e depressão em profissionais de enfermagem em um
contexto hospitalar. Cadernos Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 29, n. 4,
p. 575-584, 2021.

POTTER, P. Fundamentos de Enfermagem: fatos essenciais. 9. ed.


São Paulo: Guanabara Koogan, 2017.

SILVA JÚNIOR, F. J. G. et al. Processo de morte e morrer: evidências


da literatura científica de enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem,
Brasília, v. 64, n. 6, p. 1122-1126, 2011.

SOARES, M. A. M.; GERELLI, A. M.; AMORIM, A. S. Enfermagem:


cuidados básicos ao indivíduo hospitalizado. Porto Alegre: Artmed, 2010.

SPINELI, V. M. C. D. et al. Necessidades educacionais em cuidados


paliativos de enfermeiros da atenção primária à saúde. Revista Brasileira
de Enfermagem, Brasília, n. 75, n. 3, p. 1-9, 2022.

VOLPATO, A. C. B.; PASSOS, V. C. S. Técnicas básicas de


enfermagem. Tatuapé: Martinari, 2021.

Você também pode gostar