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Auditoria da

Qualidade

Livro Didático Digital


Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS

Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
PERI DA SILVA SANTANA
AUTORIA
Peri da Silva Santana
Sou Mestre em Engenharia da Produção, Pós-Graduado e Especialista
em Estratégia e Gestão Estratégica, Graduado em Administração e com
Licenciatura em Sociologia. Especialista em Administração e Gestão
Estratégica, com Aperfeiçoamento em Estudos Sociais e Licenciado em
Sociologia pela FIC. Fui aluno especial nas disciplinas da Universidade de
São Paulo-USP, no Programa de Mestrado em Administração/FEA-USP na
disciplina: GQVT - Gestão da Qualidade de Vida no Trabalho, no Programa
de Mestrado em Comunicação/ECA-USP na disciplina “As aventuras
estéticas da Publicidade” e, na USP-Leste EACH, no programa de Gestão
Têxtil, na disciplina “Gestão e modelagem matemática”. Sou Especialista
e Pós-Graduado lato sensu em Administração Estratégica Empresarial,
com extensões pela Fundação Getúlio Vargas FGV-EAESP em Gestão
Estratégica, pela Escola Superior de Propaganda e Marketing - ESPM em
CRM (Customer Relationship Management) e em Relacionamento com
o Cliente, pela Fundação Vanzolini em FMEA (Failure Modes and Effects
Analysis) e Análise do Tipo e Efeito de Falha, pela Fundação Faculdade
Trevisan em Planejamento Estratégico e pelo Instituto e Fundação IPEC
em Didática do Ensino Superior. Tenho experiência e vivência na área
de Administração e Gestão, processos gerais de gestão, auditoria e
glosa, logística, departamento financeiro, automação bancária, indústria
e gráfica. Atuo principalmente nos temas de Administração, Estratégia,
Comunicação, Planejamento, Logística e Gestão. Sou apaixonado pelo
que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que
estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidado pela Editora
Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito
feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte
comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Preparando, Aprovando e Distribuindo o Relatório da
Auditoria........................................................................................................... 12
Planejamento do Relatório de Auditoria......................................................................... 15

Matriz de Planejamento .......................................................................................... 17

Matriz de Achados........................................................................................................ 19

Características do Relatório de Auditoria.......................................... 23


Conteúdo do Relatório de Auditoria...................................................................................25

Capa........................................................................................................................................25

Introdução..........................................................................................................................26

Resumo Executivo........................................................................................................28

Terminologia Utilizada...............................................................................................29

Apresentar um Plano de Auditoria ................................................................. 30

Descrever os Fatos Constatados....................................................................... 31

Tipos de Relatórios...................................................................................... 33
Tipos de Relatórios.........................................................................................................................33

Relatórios Finais Sintéticos....................................................................................33

Relatórios Finais Analíticos.....................................................................................34

Relatórios Especiais....................................................................................................34

Relatórios Parciais.........................................................................................................35

Relatórios Verbais.........................................................................................................35

Relatórios de Auditoria................................................................................................................ 36

Auditoria na Gestão Pública (Tipos de Relatórios)...................................................37

Relatório Preliminar.........................................................................................................................37
Relatório Final ................................................................................................................................... 38

Relatório Simplificado.................................................................................................................. 39

Relatório Informativo..................................................................................................................... 39

Relatório Anual de Atividades da Auditoria Interna (RAINT):........................... 40

Relatório Sobre as Responsabilidades da Administração para Controle


Interno....................................................................................................................................................... 41

Aprovando e Distribuindo o Relatório de Auditoria....................... 45


Concluindo a Auditoria.................................................................................................................45

Como Implementar a Qualidade Total............................................................................. 46

Implantar a Gestão da Qualidade....................................................................................... 50

Melhoria Contínua e a Trilogia de Juran.......................................................................... 51

Aprovando o Relatório de Auditoria...................................................................................53

Distribuindo o Relatório de Auditoria.................................................................................54


Auditoria da Qualidade 9

04
UNIDADE
10 Auditoria da Qualidade

INTRODUÇÃO
A auditoria da qualidade tem um papel importante nas organizações
que as adotam e que sabem trabalhar com ela. Consiste em avaliar
e adaptar processos de acordo com as disposições impostas pelo
planejamento estratégico. Nesta unidade 4, vamos ver as conformidades e
não conformidades, resumo, conclusão e a reunião de encerramento que
ocorre por meio da coleta sistemática e documentada de informações, a
fim de identificar, registrar e obter evidências objetivas acerca das áreas
de não conformidade com os parâmetros determinados e apontar quais
são as causas. Pode-se dizer, portanto, que a auditoria de qualidade é
um processo organizado para a coleta de informações, tornando possível
o reconhecimento das ações coercitivas a serem tomadas para que o
progresso seja alcançado. Atualmente, grandes organizações e empresas
com grandes investimentos e controles internos e externos priorizam e
investem em auditoria. São realizadas e feitas as evidências da auditoria,
que devem ser avaliadas de acordo com o critério do auditado para gerar
as constatações. Antes da reunião de encerramento, a equipe da auditoria
deve reunir-se para analisar as constatações e para acordar quanto às
conclusões. A equipe da auditora também deve realizar uma reunião de
encerramento com o responsável pelas funções ou processos auditados.
Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste
universo!
Auditoria da Qualidade 11

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso objetivo é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o
término desta etapa de estudos:

A competência nada mais é que a capacidade, em um determinado


assunto ou área, de estar apto e de ter conhecimento, o que se dará
dentro do nosso objetivo, que é de auxilio e apoio ao discente no
desenvolvimento das competências profissionais no término da disciplina
e módulo:

1. Interpretar as funções da auditoria da qualidade, preparando,


aprovando e distribuindo o relatório da auditoria.

2. Identificar e conhecer o entendimento dos processos e funções de


aprovação e relatórios.

3. Demonstrar as funções específicas do Relatório.

4. Executar os processos da conclusão auditoria da qualidade,


preparando, aprovando e distribuindo o relatório da auditoria.

Vamos lá, preparado para uma viagem sem volta rumo ao


conhecimento? Ao trabalho!
12 Auditoria da Qualidade

Preparando, Aprovando e Distribuindo


o Relatório da Auditoria

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de entender as


funções da auditoria da qualidade, preparando, aprovando
e distribuindo o relatório da auditoria. Isso será fundamental
para o exercício de sua profissão. As pessoas que tentaram
tomar decisões profissionais sem a devida instrução tiveram
problemas ao preparar esse relatório. E então? Motivado
para desenvolver essa competência? Então vamos lá.
Avante!

De forma genérica, o relatório consiste em um instrumento que


permite comunicar os achados do processo de auditoria.
Figura 1– Megafone

Fonte: Freepik.
Auditoria da Qualidade 13

O relatório da auditoria é um documento que ratifica os resultados


da auditoria. É por meio dele que o auditor divulgará o que foi examinado,
destacando os pontos negativos e positivos, bem como as suas
conclusões, visando a assegurar que a direção da entidade saiba o que
está dentro dos padrões de conformidade e o que deve ser aprimorado.
Ademais, o texto deve ser objetivo, claro, imparcial, com o intuito de
garantir que os resultados da auditoria sejam úteis, possibilitando que a
organização utilize-os como guia para direcionar suas ações.
Figura 2– Opostos

Fonte: Pixabay.

Os relatórios de auditoria são compostos pelas conclusões e


recomendações escritas dos auditores emitidos para a administração
de uma empresa, elucidando os erros, fraudes ou deficiências durante a
revisão de procedimentos. A linguagem dos relatórios deve ser concisa
e cooperativa, apontando possíveis soluções. Ademais, deve abranger
possíveis detalhamentos que facilitem à administração a tomada de
medidas necessárias à correção das inconformidades encontradas.
14 Auditoria da Qualidade

Figura 3 – Corrigir

Fonte: Freepik.

O relatório do auditor constitui a etapa mais importante da auditoria


implementada, representando a fase central do trabalho do auditor, a
qual consiste na comunicação dos resultados. Um relatório que enseje a
contestação do auditado ou que permita à direção da entidade avaliar o
trabalho efetuado de forma negativa significa a desmoralização do valor
da auditoria e, por fim, a desmoralização do próprio profissional.
Figura 4– Megafone

Fonte: Freepik.
Auditoria da Qualidade 15

Há situações em que, durante a etapa da averiguação dos fatos,


o auditor conhece as técnicas e procedimentos da área na qual atua,
contudo, ao apresentar o relatório, acaba não se utilizando de seus
atributos técnicos, desmerecendo o trabalho de campo.

É por meio do relatório que o auditor mostrará o que foi


averiguado. É nesse período que a direção da entidade e os envolvidos
na implementação das tarefas serão informados a respeito do que pode
ser aprimorado. Por isso é essencial que todo o trabalho do auditor seja
planejado e estruturado, contendo conclusões lógicas. Assim, o auditor
deve ser prudente e expressar-se de forma correta e no momento correto.
Porém, muitas vezes, o auditor desperdiça relatórios, expondo fatos de
maneira desorganizada e apresentando sugestões não condizentes com
as soluções almejadas.

Caso o auditor consiga realizar um relatório que seja inteligível por


qualquer pessoa que leia, poderá assegurar-se de que o resultado do seu
serviço será aceito e que a alta direção da entidade valorizará e apreciará
seu trabalho.

Planejamento do Relatório de Auditoria


Visando a assegurar que os relatórios emitidos atendam aos
requisitos de qualidade e atinjam seus objetivos, é preciso que as equipes,
em conjunto com o auditor líder, planejem a divulgação dos registros.
Até porque o relatório é produto da auditoria e apenas um trabalho bem
planejado pode constituir um produto de qualidade. Assim, é essencial
que os auditores tracem o objetivo do processo de auditoria. Após essa
fase, as equipes precisam determinar as questões de auditoria. Devem-se
formular as questões da auditoria, de maneira a permitir que o auditor trace
um esboço do relatório, contendo as hipóteses dos principais achados e
das conclusões, o que subsidia uma avaliação da qualidade das questões.
16 Auditoria da Qualidade

Figura 5– Planejar

Fonte: Freepik.

É relevante que o planejamento de auditoria considere os potenciais


resultados dos testes, os quais serão implementados durante os trabalhos
de auditoria, bem como as expectativas do auditado no tocante aos
resultados que serão comunicados por meio do relatório. O processo de
escrita é interativo e, nessas circunstâncias, repete-se várias vezes, de
forma que cada resultado parcial seja utilizado na fase posterior, até que
se construa um relatório final satisfatório.

Destarte, a matriz de planejamento e a matriz de achados são dois


instrumentos úteis que podem orientar o processo. O primeiro contribui
para o planejamento dos trabalhos e para a supervisão contínua, enquanto
o segundo é empregado para a formulação do planejamento do relatório,
sua elaboração, supervisão e sua revisão final. Observa-se que ambos
os instrumentos fundamentam o processo de melhoria contínua da
qualidade dos serviços de auditoria prestados e cada um compõe uma
base para o desenvolvimento de uma etapa da elaboração de relatórios.
Auditoria da Qualidade 17

VOCÊ SABIA?

A importância de um planejamento interno da auditoria.


Acesse aqui.

Matriz de Planejamento
A matriz de planejamento é uma ferramenta cuja finalidade é
esquematizar as informações importantes de um trabalho de auditoria, as
quais fundamentarão sua execução e o detalhamento do escopo. Já a matriz
de achados é um quadro-resumo que permite aos auditores sistematizar
informações relevantes angariadas na fase de implementação da auditoria,
a fim de elaborar um relatório posteriormente, conforme imagem.
Quadro 1 - Matriz de planejamento

Atributo Descrição
Apresentar, em forma de perguntas, os
Questões de aspectos que compõem o escopo da
auditoria fiscalização e que precisam ser investigados
com vistas à satisfação do objeto.
Informações Identificar as informações necessárias para
requeridas responder às questões.
Fontes de
Identificar as fontes de cada item de informação.
informação
Detalhamento do
Descrever as tarefas que serão realizadas.
procedimento
Objetos Indicar o documento, o projeto e o programa.
Membro Pessoas encarregadas pela execução de cada
responsável procedimento.
Período Dias em que o procedimento será realizado.
Esclarecer resultados e conclusões que podem
Possíveis achados
ser obtidos.
Fonte: Elaborado pelo autor (2021).
18 Auditoria da Qualidade

Essa matriz é composta por questões, informações, fontes,


detalhes do procedimento, objetos, membros e possíveis achados. Após
uma revisão e levantamento do supervisor, ela pode ser submetida a um
painel de referência (como se fosse um brainstorming), tempestade de
ideias com o objetivo de colher e levantar críticas, sugestões para seu
detalhamento e aprimoramento. depois dos ajustes necessários em
função do resultado das discussões do painel de referência.
Figura 6 – Brainstorming

Fonte: Freepik.
Auditoria da Qualidade 19

Matriz de Achados
A matriz de achados é uma documentação que auxilia e norteia
a organização de dados e informações e que corresponde ao que
foi encontrado, ou seja, ao que foi achado na auditoria em sua fase
de execução e que deve ser guardado juntamente com a matriz de
planejamento.
Quadro 2 - Matriz de achados

Atributo Descrição
Achado Corresponde ao achado.
Situação Situação existente, identificada e documentada
encontrada durante a execução.
Legislação, norma, jurisprudência,
Critério
entendimento doutrinário ou padrão adotado.
Informações obtidas durante a auditoria
Evidência no intuito de documentar os achados e de
respaldar os julgamentos.

Causa O que motivou a ocorrência do achado.

Efeito Consequências do achado.


Encaminhamento Identificação do responsável.
Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

Organizações públicas e não públicas discordam quanto à eficácia


da divulgação pública do controle interno sobre relatórios financeiros e
fragilidades materiais. Os relatórios podem ser exigidos por credores,
capitalistas de risco ou outros parceiros da organização. Mas as
organizações podem relatar de forma voluntária a respeito do controle
interno (GRAHAM, 2015).
20 Auditoria da Qualidade

No que diz respeito aos relatórios de entidade não pública, entende-


se que:

•• Não existe necessidade de relatar a respeito dos controles


internos, a menos que seja uma exigência de um regulador ou de
uma associação de diferentes entidades.

Entre os aspectos que motivam as organizações quanto à divulgação


voluntária dos controles internos, pode-se destacar:

•• Disputa por fundos entre organizações sem fins lucrativos.


Figura 7– Interrogação

Fonte: Pixabay.

•• É uma forma de agregar valor e alcançar confiança junto ao público.

Importante destacar que, ainda que as organizações discordem


quanto à necessidade do relatório, existem relatórios para diferentes tipos
de organizações e para alcançar diferentes objetivos. Alguns deles serão
explorados no terceiro capítulo desta unidade, certo? Mas, no próximo
capítulo, vamos falar sobre as características dos relatórios. Espero que
esteja preparado(a)!
Auditoria da Qualidade 21

Para finalizar, observe alguns problemas que podem interferir nos


relatórios de auditoria, baseado em ASQ, a saber:

•• Controle de distribuição: relatórios em formato eletrônico e


disponibilizado na rede, podem ser compartilhados com qualquer
pessoa.
Figura 8– Pessoas de negócios usando internet

Fonte: Freepik.

•• Falta de correção: quando os relatórios não são revisados, podem


conter desvios de gramática, erros de ortografia, etc.

•• Relatórios não concisos: podem ser longos quando informações


clichê são coladas neles.

•• Adulteração do conteúdo do relatório: caso o arquivo não


seja protegido, o conteúdo do relatório pode ser alterado, e a
integridade da informação pode ser removida.
22 Auditoria da Qualidade

Figura 9– Documento eletrônico

Fonte: Freepik.

•• Recuperando: os relatórios se tornam inacessíveis em função da


obsolescência ou de falhas dos meios de armazenamento.

•• Removendo (destruindo): quando os relatórios são colocados em


formato eletrônico, pode ser impossível destruí-los.

RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido as
funções da auditoria da qualidade, preparando, aprovando
e distribuindo o relatório da auditoria. O relatório da auditoria
é um documento que ratifica os resultados da auditoria. Os
relatórios de auditoria são compostos pelas conclusões
e recomendações escritas dos auditores emitidos para
a administração de uma empresa, elucidando os erros,
fraudes ou deficiências durante a revisão de procedimentos.
Para assegurar que os relatórios emitidos atendam aos
requisitos de qualidade e atinjam seus objetivos, é preciso
que as equipes, em conjunto com o auditor-líder, planejem
a divulgação dos registros. A matriz de planejamento e a
matriz de achados são dois instrumentos úteis que podem
orientar o processo. A matriz de planejamento contribui para
o planejamento dos trabalhos e para a supervisão contínua.
E a matriz dos achados é empregada para a formulação
do planejamento do relatório, sua elaboração, supervisão
e sua revisão final.
Auditoria da Qualidade 23

Características do Relatório de Auditoria

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de identificar


e conhecer o entendimento dos processos e funções
de aprovação e relatórios. Isso será fundamental para o
exercício de sua profissão. As pessoas que desconsideraram
essas instruções tiveram problemas ao elaborar o relatório
de forma intuitiva. E então? Motivado para desenvolver essa
competência? Então vamos lá. Avante!

No geral, podemos entender que o relatório de auditoria possui as


seguintes características:

•• Tem como finalidade informar os resultados do trabalho da


auditoria.

•• Deve ser minuciosamente planejado e bem escrito.


Figura 10– Planejamento

Fonte: Freepik.
24 Auditoria da Qualidade

•• Deve conter fatos constatados como relevantes.

•• Deve apresentar sugestões e recomendações de melhoria efetivas.

•• Apontar os procedimentos não observados.

•• Trazer comentários do auditado


Figura 11– Conceito de opinião

Fonte: Freepik.

Segundo Arter (2003), os relatórios da auditoria possuem as


seguintes características: os relatórios precisam ser precisos, concisos,
claros, oportunos e possuir tom.

•• Conciso: as palavras supérfluas não podem bloquear a recepção


da mensagem.

•• Claro: fixar as mensagens na mente do leitor de forma objetiva.

•• Oportunos: explorar tópicos de seu interesse.

•• Tom: o relatório precisa ser cortês e profissional.

•• Preciso: as declarações e referências têm de ser precisas.


Auditoria da Qualidade 25

Figura 12 – Mira

Fonte: Pixabay.

SAIBA MAIS:

Dicas de persuasão para relatórios da auditoria. Acesse


aqui.

Reconhecidas essas características, a partir de agora, vamos


explorar o conteúdo essencial de um relatório de auditoria.

Conteúdo do Relatório de Auditoria


Capa
A fim de causar uma boa impressão, é importante iniciar com uma
capa de qualidade. Ela será o ponto primário de contato da alta direção
com os resultados da auditoria. Por essa razão, é relevante que esse item
contenha informações como:

•• Título do relatório de auditoria.

•• Nome do auditor incumbido.

•• Data de término da auditoria.

•• Nome da entidade ou unidade de negócio auditada.


26 Auditoria da Qualidade

Introdução
Na introdução, o auditor deve oferecer uma visão ampla, com
informações genéricas sobre a área e processos auditados, indicando
quais normas estão dando suporte para a realização do trabalho (ex.:
ISO 9001 e ISO 14001). Outrossim, o leitor deve ser informado a respeito
de qualquer histórico que possa precisar saber antes de ler o relatório
completo. Dessa maneira, qualquer pessoa que leia o relatório poderá
compreender as razões que levaram a auditoria a ser organizada.
Figura 13– Homem procurando algo

Fonte: Freepik.

O relatório pode tratar, por exemplo, do surgimento de uma nova


legislação que exerce influência sobre operações da organização. A
introdução pode descrever quais leis eram aplicadas até o momento,
quais são suas falhas e como a nova lei tratará essas questões.
Auditoria da Qualidade 27

Figura 14– Legislação

Fonte: Freepik.

O parágrafo de ênfase consiste no parágrafo incluído no relatório do


auditor e que trata de um assunto divulgado que, segundo o julgamento
do auditor, é de grande importância para o entendimento dos leitores do
relatório de auditoria da qualidade.
Figura 15 – Pensando

Fonte: Pixabay.
28 Auditoria da Qualidade

Nessas circunstâncias, caso o auditor considere necessário


explanar as informações da nota explicativa ou caso esteja satisfeito com
seu trabalho e não identifique qualquer limitação nele, poderá utilizar o
parágrafo de ênfase a fim de respaldar informações e orientar o leitor
sobre os conhecimentos prévios requeridos para o entendimento do
relatório.

Resumo Executivo
O resumo executivo deve conter as conclusões relativas aos
trabalhos implementados de maneira compactada. Ele deve ser
estruturado da maneira a seguir:

•• Realizar uma breve descrição do objeto de auditoria, objetivos,


escopo e data de início e conclusão.

•• Expor as conclusões do auditor.


Figura 16 – Foco

Fonte: Freepik.

Pode-se, portanto, informar que o objetivo central da auditoria seria


avaliar os processos da organização, com a finalidade de identificar o nível
de conformidade em relação à nova legislação. Por fim, pode-se informar
que uma das principais conclusões é de que a entidade necessita executar
manutenções no tocante às instalações.
Auditoria da Qualidade 29

Terminologia Utilizada
É conveniente apresentar os termos empregados na elaboração do
relatório, para que todos os leitores possam compreender as informações
apresentadas. Citando um caso análogo: caso haja referências à ISO, é
conveniente elucidar que se trata da Organização Internacional para
Padronização.
Figura 17– ISO

Fonte: Freepik.
30 Auditoria da Qualidade

Apresentar um Plano de Auditoria


O plano de auditoria deve descrever o auditor principal e suas
qualificações, bem como outros auditores que compõem a equipe. Essa
seção também deve descrever quais documentos foram avaliados e
quem foi entrevistado.
Figura 18 – Planejamento

Fonte: Freepik.

O auditor deve explicar quais etapas foram seguidas durante o


processo de revisão (a ferramenta de mapeamento de processos pode
ajudar) e quais critérios foram selecionados para eleger os documentos e
os respondentes a serem entrevistados.
Auditoria da Qualidade 31

Descrever os Fatos Constatados


Quando certas coisas são inconsistentes com os padrões
estabelecidos, o auditor deve prestar atenção aos fatos e evidências
encontrados. Finalmente, o auditor deve resumir as sugestões de
melhorias organizacionais na seção “Recomendações” do relatório.

•• Ser positivo: ele deve concentrar-se no que está acontecendo no


momento e em como os aspectos positivos da empresa podem
ser aplicados nas áreas ou processos ineficazes.
Figura 19 – Positivo

Fonte: Pixabay.

•• Ser específico: o auditor deve indicar claramente quais aspectos


não atendem aos critérios estabelecidos e que medidas devem
ser tomadas para garantir a conformidade. Ele deve indicar
claramente quem precisa agir.

•• Ser sucinto: o examinador deve ser breve nas recomendações e


incluir apenas as informações e detalhes realmente necessários.
32 Auditoria da Qualidade

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
a identificar e conhecer o entendimento dos processos
e funções de aprovação e relatórios. Os relatórios de
auditoria precisam ser: concisos (as palavras supérfluas
não podem bloquear a recepção da mensagem), claros
(fixar as mensagens na mente do leitor de forma objetiva),
oportunos (explorar tópicos de seu interesse), adequados
em relação ao tom (o relatório precisa ser cortês e
profissional) e precisos (as declarações e referências têm de
ser precisas). Reconhecidos esses aspectos, descrevemos
o conteúdo básico do relatório de auditoria: capa (ponto
primário de contato da alta direção com os resultados
da auditoria), introdução (visão ampla), resumo executivo
(conclusões relativas aos trabalhos implementados de
maneira compactada), etc. Os termos empregados na
elaboração do relatório têm de ser claros e objetivos. O
auditor deve explicar quais etapas foram seguidas durante
o processo de revisão. O auditor precisa mostrar os fatos e
as evidências encontrados. Ele também precisa resumir as
sugestões de melhorias organizacionais.
Auditoria da Qualidade 33

Tipos de Relatórios

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de demonstrar


as funções específicas do relatório. Isso será fundamental
para o exercício de sua profissão. As pessoas que
desconsideraram essas instruções tiveram problemas
ao operacionalizar o relatório apropriado para o tipo de
auditoria realizado. E então? Motivado para desenvolver
essa competência? Então vamos lá. Avante!.

Tipos de Relatórios
Existem várias formas para estabelecerem-se as categorias de
relatórios. Contudo é preciso levar em conta que o relatório é bastante
complexo e de nada vale a designação da categoria correta de relatório
se o conteúdo não estiver à altura das necessidades da organização.
O auditor deve ter organizado um sistema de emissão de relatórios, o
qual seja adequado ao momento ou situação, em que os fatos estejam
ocorrendo ou sendo apurados. Dessa maneira, pode-se dividir os
relatórios em 5 tipos:

Relatórios Finais Sintéticos


São os relatórios que resumem a transmissão dos fatos e requerem
uma maior capacidade do auditor. Relatórios sintéticos são relatórios que
devem ser usados ​​para informar rápida e facilmente à gerência a respeito
do que não está indo bem na organização. Portanto os relatórios sintéticos
são os mais difíceis de escrever, porque devem ser capazes de relatar
fatos em um texto curto, da maneira mais abrangente possível, sem
negligenciar os pequenos detalhes que afetam o objetivo central.
34 Auditoria da Qualidade

Relatórios Finais Analíticos


Esses são relatórios projetados para fornecer aos auditores todas
as informações e detalhes necessários para resolver adequadamente os
problemas, sem números longos e intermináveis que
​​ não levam a nada.
O relatório de análise é o meio de comunicação que o auditor possui
em relação a todos os departamentos envolvidos no trabalho. Essa é
a maneira de se comunicar com os funcionários no nível operacional.
Portanto deve ser claro e simples apresentá-los.

Relatórios Especiais
Relatórios especiais são relatórios distantes da vida cotidiana. Eles
também podem ser considerados relatórios confidenciais, devem ser
entendidos como um requisito exclusivo dos diretores de uma empresa e
têm interesse de propriedade em um determinado assunto.

EXEMPLO

Um diretor da empresa chama o gerente de auditoria e solicita um


projeto ou tópico que seja de seu interesse. Relatórios especiais também
são relatórios de denúncia privada de fraudes indesejadas.
Figura 20– Fraude

Fonte: Pixabay.
Auditoria da Qualidade 35

Relatórios Parciais
Durante o processo de auditoria, os auditores costumam encontrar
fatos ou eventos que devem atrair imediatamente a atenção da gerência
ou da gerência da empresa. O problema é comum durante o exame e
precisa ser corrigido imediatamente para evitar falhas de continuidade
e proporcionar tempo suficiente para a preparação para o relatório final.
Alguns relatórios são recursos que podem ser usados ​​para essa finalidade.

Por exemplo, quando os recursos humanos realizam uma auditoria,


o auditor descobre que certas partes da diretriz do fundo de seguridade
social do GRPS foram calculadas incorretamente. Um subrelatório
deve ser criado imediatamente, refletindo a situação atual que precisa
ser corrigida. Com efeito, esse relatório não fornecerá uma introdução
completa e sóbria ao que aconteceu, mas aborda a necessidade de
resolver esse problema.

Alguns relatórios podem aparecer em papel comum, devidamente


identificado. Alguns relatórios também podem transmitir quaisquer
dificuldades ou eventos que afetem diretamente o trabalho que está
sendo executado, ou transmitir algumas outras dificuldades ou eventos
relacionados às atividades do auditor.

Relatórios Verbais
O relatório oral aplica o mesmo conceito que o relatório escrito,
mas há uma diferença fundamental: não há minuta a ser corrigida antes
da redação final. Em um relatório escrito, o auditor pode reescrever o
parágrafo, alterar a frase e o período e melhorar o texto, antes que chegue
ao receptor. Em um relatório oral, se não estiver bem preparado, o auditor
ficará mais vulnerável e sujeito a condições adversas.

É importante considerar a diferença entre o que se diz e o que se


escreve. Os relatórios orais podem ser diferenciados de outros tipos de
relatórios por ser mais rápido. O aspecto mais importante a considerar ao
entregar um relatório oral é o desempenho da tarefa pelo examinador. O
auditor deve ser muito objetivo e claro e tornar seu discurso facilmente
compreensível, uma vez que, ao final de um relatório oral, não há fontes
36 Auditoria da Qualidade

que mostrem o que não está claro. Portanto o relatório oral também
deve ser planejado com antecedência e estruturado, pois o examinador
deve estar preparado para atrair a atenção de seus ouvintes, fornecendo
fatos, recomendações ou sugestões devidamente fundamentadas, com
interesse compartilhado na solução de problemas.

Relatórios de Auditoria
O relatório de auditoria indica a implementação da experiência real
da auditoria. Nesse caso, uma explicação incorreta pode causar a perda
de todo o conteúdo. Portanto textos bem projetados precisam relatar
não conformidades, observações e precauções encontradas, além de
informações necessárias para qualquer tipo de relatório, como datas,
locais e informações sobre os responsáveis.

Algumas etapas simples, mas muito relevantes, podem subsidiar a


criação do relatório de auditoria:

•• Entender o processo a ser testado cuidadosamente para evitar


inconsistências que não são percebidas e, portanto, não são
relatadas.

•• Não use expressões muito complicadas. Caso seja preciso usar


termos ou acrônimos técnicos, convém inserir definições no texto.

•• Incluir os fatos positivos confirmados na auditoria.

•• Executar uma revisão para recomendar aspectos que podem ser


aprimorados no processo.

•• Escrever relatórios dessa maneira e tornar o texto mais objetivo


dará aos leitores mais interesse e credibilidade na leitura, o que
ajudará a os gerentes a entender e tomar decisões.
Auditoria da Qualidade 37

Auditoria na Gestão Pública (Tipos de


Relatórios)
Segundo Santos (2017), auditoria interna consiste em um órgão que
executa auditorias nas atividades de gestão pública em determinados
períodos, a fim de assistir a organização quanto ao cumprimento de seus
objetivos. Reconhecida a finalidade desse procedimento, os próximos
tópicos exploram alguns tipos de relatórios utilizados.

Relatório Preliminar
De acordo com Santos (2017), o relatório preliminar consiste em um
documento enviado pela equipe de auditoria detalhando todo o trabalho
de auditoria interna. Esse relatório possui a seguinte estrutura:
•• Dados iniciais: consiste na apresentação do relatório, devendo
conter: o tipo de auditoria, o exercício, o departamento auditado,
processo, período de execução, entre outros.
•• Equipe responsável pela auditoria e informações gerais.
•• Escopo de trabalho.
•• Amostra.
•• Objetivos.
•• Técnicas de auditoria aplicada.
•• Riscos de auditoria.
•• Resultado dos testes.
•• Relato gerencial.
•• Análise da auditoria interna.
•• Fatos.
•• Causas/critérios/consequências.
•• Sugestões.

•• Respostas breves para o caso de questões de auditoria interna.

Como pode ser observado, a análise da auditoria interna está baseada


em achados de auditoria, em que as evidências são documentadas nos
documentos de trabalho (SANTOS, 2017).
38 Auditoria da Qualidade

Relatório Final
Para Santos (2017), o relatório final diz respeito a um documento
emitido pelos auditores internos, por meio de análise e acordo do auditor-
chefe, com base no relatório preliminar da equipe de auditoria, sendo
necessário fazê-lo passar por três revisões, a saber:

•• Revisão técnica: possui o objetivo de verificar se os registros são


consistentes do ponto de vista técnico, explorando o conteúdo e a
objetividade quanto à relevância do conteúdo. Ela é realizada pelo
auditor chefe ou por quem ele indicar.

•• Revisão gramatical: tem como objetivo analisar se os registros


estão em concordância com as normas gramaticais, bem como
se são claros e coerentes. Ela é realizada especialmente por um
servidor da área de assistência administrativa ou por quem o
auditor chefe indicar.
Figura 21– Leitura e escrita

Fonte: Freepik.

•• Revisão de formatação: seu principal objetivo é facilitar a leitura e


seguir padrões de formatação expressos nessa instrução interna.
Ela tem de ser realizada, preferencialmente, por servidor do
Auditoria da Qualidade 39

departamento de assistência técnica ou por uma pessoa indicada


pelo auditor chefe.

Esse relatório possui a seguinte estrutura:

•• Dados iniciais.

•• Escopo de trabalho.

•• Amostra.

•• Objetivos.

•• Técnicas de auditoria.

•• Risco de auditoria.

•• Resultado dos exames.

•• Relato gerencial.

•• Análise da auditoria interna.

•• Conclusão.

Esse relatório deverá ser emitido ao magnífico reitor. Será enviado,


também, a outras instituições (Controladoria Geral da União/Regional, à
Pró-Reitoria auditada, ao órgão de apoio ao Comitê Gestor de Riscos e
Controle Interno, etc.

Relatório Simplificado
O relatório simplificado é emitido pela auditoria interna quando são
realizados trabalhos de auditoria simplificados, com escopo de trabalho
reduzido e pontual, visando observar fatos específicos. Esse tipo de
relatório é emitido em casos esporádicos e poderá conter recomendações
específicas.

Relatório Informativo
O relatório informativo é um documento emitido pela auditoria
interna em caso de auditorias específicas, cujo escopo de trabalho é
reduzido e pontual. Também busca informações para trabalhos de futuras
40 Auditoria da Qualidade

auditorias ou para elaboração do Plano Anual de Atividades de Auditoria


Interna. No geral, ele não possui nenhum tipo de recomendação.

Relatório Anual de Atividades da


Auditoria Interna (RAINT):
O RAINT mostra os resultados da auditoria de um determinado
período e deverá conter o relato sobre os processos de auditoria interna
em função das ações planejadas.

Santos (2017) destaca que existem diferenças conceituais entre


auditoria interna e controle interno. Observe:

•• Auditoria interna: compreende os exames, as análises, as


avaliações, os levantamentos e comprovações estruturados
para explorar a integridade, a adequação, a eficácia e a eficiência
de processos, sistemas de informações e controles internos
integrados ao ambiente e de gestão de riscos, com a finalidade de
auxiliar a organização na busca de seus objetivos.
Figura 22– Levantamento

Fonte: Freepik.
Auditoria da Qualidade 41

•• Controle interno: é o conjunto de atividades, planos, rotinas,


métodos e procedimentos aplicados para assegurar o alcance
dos objetivos das unidades da administração pública de modo
confiável e concreto, mostrando possíveis desvios ao longo da
gestão.

Para proporcionar melhor compreensão, o próximo tópico explora


um tipo de relatório que pode ser utilizado para controle interno. Está
preparado(a) para conhecer um pouco sobre esse assunto?

Relatório Sobre as Responsabilidades da


Administração para Controle Interno
Muitas organizações costumam incluir outras declarações de
gestão associadas ao controle interno nos relatórios direcionados aos
acionistas (GRAHAM, 2015).

IMPORTANTE:

Faz-se necessário prestar atenção às divulgações adicionais


para que não sejam confundidas com os relatórios
solicitados a respeito do controle interno (GRAHAM, 2015).

Declarações enganosas ou incompletas também precisam


de atenção. Os auditores são orientados a negar associação
com essas declarações. Nesse sentido, os comentários
adicionais sobre a eficácia dos controles internos ou
outras afirmações associadas à gestão precisam ser
cuidadosamente revisados pelo auditor (GRAHAM, 2015).

Graham (2015) afirma que o auditor precisa ajustar o relatório sempre


que existirem as seguintes condições:

•• Os componentes do relatório da administração quanto ao controle


interno estão incompletos ou são mostrados de modo inadequado.

•• Existe uma restrição em relação ao escopo do trabalho.


42 Auditoria da Qualidade

•• O auditor utiliza como base os relatórios de outros auditores.

•• Existem outras informações no relatório anual da administração a


respeito do controle interno de relatórios financeiros.
Figura 23– Financeiro

Fonte: Pixabay.

•• Quando há distorções quanto à certificação anual da administração,


quanto à Lei Sarbanes-Oxley.

Graham (2015) observa que, para acessar informações


complementares a respeito das possíveis mudanças que podem interferir
no controle interno da organização quanto aos relatórios financeiros e,
assim, quanto ao relatório do auditor, faz-se necessário que o auditor
considere os seguintes aspectos:

•• Relatórios transmitidos no período subsequente.

•• Relatórios de auditor independentemente de limitações existentes


no controle interno.

•• Relatórios da agência reguladora a respeito do controle interno da


organização quanto aos relatórios financeiros.

•• Informações a respeito da eficácia do controle interno da


organização sobre relatórios financeiros obtidos por meio de
outros compromissos.
Auditoria da Qualidade 43

Nas auditorias de controle interno, a respeito dos relatórios


financeiros, Graham (2015) destaca que o auditor precisa considerar os
seguintes aspectos:

•• Mapear a responsabilidade da gestão por definir e manter um


controle interno eficaz a respeito de relatórios financeiros.

•• Comunicar a avaliação efetuada pela administração quanto à


eficácia do controle interno.

•• Declarar que a administração não usou os procedimentos do


auditor realizados durante as auditorias de controle interno sobre
relatórios financeiros ou declarações como parte da base para a
avaliação da administração e da eficácia do controle interno sobre
relatórios financeiros.

•• Mencionar a conclusão da administração em relação à eficácia


do controle interno da organização, com base nos critérios de
controle e na data especificada.

•• Informar que a gestão compartilhou todas as deficiências nos


processos de controle interno associados a relatórios financeiros.

•• Caracterizar fraudes que interferem nas demonstrações financeiras


e que envolvem a alta administração ou gerência ou outros
funcionários que têm um papel significativo no controle interno da
empresa sobre os relatórios financeiros.

•• Anunciar as limitações identificadas durante trabalhos anteriores,


bem como atentar-se para as possíveis alterações realizadas
depois da data em que está sendo relatado.
44 Auditoria da Qualidade

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu


mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de
que você realmente entendeu o tema de estudo deste
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter
aprendido as funções específicas do relatório. O relatório
de auditoria indica a implementação da experiência real da
auditoria. Os textos bem projetados precisam relatar não
conformidades, observações e precauções encontradas,
além de informações necessárias para qualquer tipo
de relatório, como datas, locais e informações sobre os
responsáveis. Existem várias formas para estabelecerem-
se as categorias de relatórios. Cabe ao auditor possuir
um sistema organizado de emissão de relatórios, o qual
seja adequado ao momento ou situação. Exploramos os
seguintes tipos de relatórios: relatórios finais sintéticos,
relatórios finais analíticos, relatórios especiais, relatórios
parciais, relatórios verbais. Também exploramos alguns
relatórios utilizados em auditorias na gestão pública:
relatório preliminar, relatório final, relatório simplificado,
relatório informativo, etc.
Auditoria da Qualidade 45

Aprovando e Distribuindo o Relatório de


Auditoria

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de executar


os processos de conclusão da auditoria da qualidade,
preparando, aprovando e distribuindo o relatório da
auditoria. Isso será fundamental para o exercício de sua
profissão. As pessoas que não consideraram as devidas
instruções tiveram problemas ao desenvolver um relatório.
E então? Motivado para desenvolver essa competência?
Então vamos lá. Avante!.

É conveniente que o relatório da auditoria seja emitido dentro do


prazo convencionado. Caso isso não seja possível, é importante que as
razões para o atraso sejam comunicadas ao cliente da auditoria, sendo
necessário acordar uma nova data.

Outrossim, o relatório de auditoria deve ser datado, analisado


criteriosamente e aprovado, segundo os parâmetros determinados pelo
programa de auditoria. Posteriormente, o documento aprovado deve ser
distribuído aos receptores determinados pelo cliente de auditoria, até
porque o relatório da auditoria é propriedade dele. Ademais, é importante
que os membros da equipe de auditoria e todos os receptores do relatório
respeitem e mantenham a confiabilidade do relatório.

Concluindo a Auditoria
A partir das informações coletadas na auditoria, bem como evidências
coletadas, o auditor precisa verificar os processos, procedimentos e
padrões da organização, identificando:

•• Não conformidades.

•• A diferença entre fato (eventos reais) e inferência (conclusões).


46 Auditoria da Qualidade

•• Oportunidades de melhoria.

Após relacionar não conformidades, oportunidades de melhoria e


boas práticas, o auditor precisa verificar sua coerência com os auditados.

VOCÊ SABIA?

Dicas de conclusão de relatórios da auditoria. Acesse aqui.

Como Implementar a Qualidade Total


Não existe uma solução única para cada situação ao planejar e
implementar um sistema geral de gestão da qualidade ou estratégia de
gestão da qualidade. Cada organização é única em sua cultura, práticas
de gerenciamento e processos usados para
​​ criar e entregar seus produtos
e serviços. Portanto a estratégia de gerenciamento da qualidade será
diferente de acordo com o contexto específico de cada organização.

A alta gerência determina os principais valores e princípios a serem


usados ​​e comunica-os ao restante da empresa. Com base nessas etapas,
é desenvolvido um plano norteador de qualidade geral. A organização
identifica e prioriza as necessidades do cliente e alinha produtos e
serviços para atender à demanda. A gerência desenhou um processo
fundamental para a organização atender às necessidades do cliente. A
gerência supervisiona a formação de equipes para melhorar os processos,
avaliando o progresso e revisando os planos, conforme necessário.

Busca-se a conscientização contínua dos funcionários e o


fornecimento de feedback sobre o status. Um sistema de recompensa
também foi introduzido nessa fase. Quando uma organização deseja obter
qualquer certificação ISO, deve passar por uma revisão de certificação.
Um método alternativo usado por muitas empresas é organizar auditorias
antes da chegada do certificador. No entanto ainda existem muitas
empresas que continuam a falhar.
Auditoria da Qualidade 47

Visando a garantir consistência e integridade das auditorias, metas


e escopo devem ser definidos para cada auditoria. Isso também ajudará a
selecionar auditores para garantir objetividade e imparcialidade. As etapas
atuais são sempre rígidas em detalhes e os resultados são positivos
apenas quando todos os intervalos estão de acordo com o processo em
execução.

Além disso, se eles precisam obter os melhores resultados da


auditoria, o auditor deve ter alguma compreensão do conteúdo da
auditoria. Ainda, a gerência também é importante para executar ações
nos resultados da auditoria. Isso geralmente se limita às ações corretivas
relacionadas às falhas encontradas, mas também deve considerar as
causas principais e medidas mais amplas para diminuir ou eliminar os
riscos.

Deve-se fazer um acompanhamento para garantir que as medidas


adotadas pela auditoria sejam eficazes. Sempre ter conhecimentos acerca
dos requisitos e como usá-los na auditoria, fazendo um bom plano com base
nas informações contidas no programa de auditoria e na documentação
fornecida pelo auditado, seguindo esse plano sem desvios. Até porque,
durante uma auditoria, podem ocorrer problemas inesperados que podem
afetar a visão do trabalho. Por isso é importante manter uma boa lista de
verificação para evitar problemas. Uma revisão feita por uma equipe de
duas pessoas é ideal para adicionar mais conhecimento técnico, focar
em áreas específicas e trabalhar harmoniosamente no brainstorming, não
sendo recomendada a auditoria de apenas um auditor.
Quadro 3- Matriz para lista de verificação de auditoria

Matriz para lista de verificação de auditoria

Segu- Pro- Meio am- Conheci- Pes- Eficiên- Objeti-


Cliente Custos
rança duto biente mento soas cia vos

Planejar

Fazer

Checar

Agir
Fonte: Elaborado pelo autor (2021).
48 Auditoria da Qualidade

É importante redigir o relatório o mais rápido possível, de acordo


com os procedimentos estabelecidos pela coordenação de auditoria para
fornecer uma descrição mais realista.
Quadro 4 - Exemplos das formas não recomendáveis de relatar as observações

Forma não recomendável Forma recomendável


Vassouras largadas em cantos de
Falta suporte para vassouras
parede e encostadas nas máquinas
Fazer reuniões com a equipe para
discutir sobre os problemas de Sujeira generalizada na área
limpeza
Disposição das mesas e armários
Sala com pouco espaço
dificulta a circulação
Vários documentos obsoletos
Descartar documentos obsoletos
mantidos no arquivo da engenharia

Realizar campanhas para a Banheiros com papéis no piso e com


melhor utilização dos banheiros odor desagradável
Cinco lâmpadas queimadas no
Trocar lâmpadas queimadas
almoxarifado
Fone: Elaborado pelo autor (2021).

Criar uma descrição que seja inteligível por parte do auditado


visando a evitar dúvidas e questionamentos futuros. Empregar a norma
culta da língua portuguesa. Caso haja dúvidas no tocante à gramática,
consultar um dicionário ou um colega é de grande relevância. Pode-
se, ainda, utilizar os recursos de correção gramatical do aplicativo do
computador para corrigir erros de digitação. Entregar o relatório conforme
o formato e o prazo definido. Sugerir melhorias para a coordenação de
auditoria (revisões dos indicadores de avaliação, do mapeamento das
áreas, do tempo de auditoria, do formato e prazo para entrega do relatório
etc.).

É importante que os auditores apliquem melhor os procedimentos


de auditoria interna - o programa pode precisar ser reconsiderado. Faz
sentido integrar processos de auditoria, por exemplo, auditoria ambiental,
segurança e qualidade para otimizar o uso de recursos. No entanto, para
Auditoria da Qualidade 49

ser competente nessas áreas, é necessário um programa abrangente de


treinamento e educação.

Convencer a gerência sênior da necessidade de auditoria pode


ser uma tarefa assustadora, mas a crença dos funcionários de que são
auditores voluntários pode ser ainda mais difícil. Entretanto argumentos
convincentes podem ser feitos se a tarefa for explicada com base no
desenvolvimento organizacional e individual, divulgando para uma grande
quantidade de pessoas os aspectos do negócio.

A maioria dos auditores realiza suas tarefas de auditoria durante


meio período, coordenando-as com seu trabalho “real”. É importante que
aqueles que realizam auditorias recebam algum reconhecimento por
seus esforços. Se há um processo de avaliação, por exemplo, convém
que o gerente do programa de auditoria dê uma contribuição para a
avaliação do auditor, bem como o gerente de linha ou o principal “dono”
do processo.

Mais atenção deve ser dada à frequência das revisões. É comum


escolher qualquer frequência, independentemente do impacto da
atividade na empresa ou dos resultados de análises anteriores. Ao avaliar
o processo de auditoria, a natureza geral da não conformidade deve ser
considerada para determinar se o resultado esperado é considerado
se uma não conformidade for encontrada. Quando a gerência analisa
rigorosamente questões gerais, como procedimentos desatualizados
ou mudanças organizacionais, devem ser feitos esforços para solucionar
as deficiências sistêmicas, em vez de analisar vários casos. Por exemplo,
uma maneira fácil é por intermédio do banco de dados.

Existem erros sistemáticos, como nos seguintes exemplos: mudanças


organizacionais; falta de treinamento; procedimentos desatualizados; má
comunicação; as questões disciplinares; acessibilidade à informação; falta
de recursos e capacidade do equipamento.
50 Auditoria da Qualidade

Implantar a Gestão da Qualidade


A partir de trabalhos de racionalização, organização, limpeza,
conservação e disciplina, a entidade transforma-se em um ambiente
saudável para todos os stakeholders.

No Brasil, o método housekeeping é conhecido por 5 “Ss” (iniciais


das cinco palavras japonesas que norteiam o programa).
Figura 24 – 5 S

Seiri
(Utilização)

Shitsuke Seiton
(Organização
(Disciplina)
5S

Seiso
Seiketsu (Limpeza)
(Padronização)

O significado de cada uma das palavras:

•• Seiri (senso de Seleção) - isso significa usar os recursos


disponíveis, conforme necessário e apropriado, para evitar
excesso, desperdício e abuso.

•• Seiton (senso de Ordenação) - organiza sistematicamente a


maneira de trabalhar (objetos, dados e dispositivos) para que
possam ser usados ​​com rapidez e segurança a qualquer momento.
Auditoria da Qualidade 51

•• Seiso (senso de Limpeza) - trata-se do compromisso dos


membros da organização de limpar todos os aspectos do ambiente
de trabalho e garantir que ele continue a melhorar.

•• Seiketsu (senso de Bem-Estar) - eliminar os fatores que podem


ter um impacto negativo nas pessoas no local de trabalho.

•• Shitsuke (senso de Autodisciplina) - a autodisciplina inclui


realizar tarefas espontaneamente e melhorar o desempenho sem
ser forçado pela hierarquia ou pela pressão dos colegas. Os 5 “Ss”
devem ser executados para melhorar as condições de trabalho e
implementar uma cultura de melhoria contínua.

Dessa forma, visando a obter sucesso, todo programa de gestão


da qualidade e de melhoria deve ser fundamentado em critérios, sendo
alguns fatores relevantes para a implantação dos “5 Ss”:

•• Treinamento e educação.

•• Envolvimento de todos os membros da organização.

•• Aplicação da metodologia adequada.

•• Alta direção acompanhando o processo.

Além dos 5 “Ss”, dos princípios da qualidade e das ferramentas da


gestão da qualidade, as utilizações das metodologias de gestão também
podem amparar a melhoria contínua do sistema de gestão da qualidade
e, por conseguinte, dos resultados da empresa.

Melhoria Contínua e a Trilogia de Juran


De acordo com Juran, a gestão da qualidade é implementada pelo
uso de três processos: planejamento da qualidade, controle da qualidade
e melhoramento da qualidade.

a. Planejamento da qualidade: criar produtos e desenvolver


processos conforme as necessidades dos clientes, requerendo
pesquisar, determinar quem são esses clientes, quais são
suas necessidades, desenvolver características de produtos e
52 Auditoria da Qualidade

processos que os atendam e transferir sempre o planejamento


estratégico às forças operacionais da organização. O Planejamento
deve ser formal, envolvendo vários conhecedores e responsáveis
por etapas, a fim de que o resultado seja alcançado. É relevante
que sejam observados, então, os pontos de entrada e saída de
cada fase do processo.

b. Controle da qualidade: o objetivo do controle de qualidade é o


de minimizar falhas e não conformidades, mantendo a capacidade
de alcançar as metas operacionais determinadas. Todos os
membros da entidade são ativos no controle da qualidade, pois o
autocontrole é pré-requisito universal, e todo tipo de evento pode
influenciar o alcance das metas.

Então podemos ver, por meio deste conteúdo e aulas, que falhas
podem ocorrer quando uma Auditoria da qualidade é realizada e, com
isto, algumas das falhas podem ser:

•• Falhas relacionadas com o objetivo da auditoria.

•• Relacionadas aos recursos para auditoria.

•• Falhas relacionadas ao processo da auditoria.

•• Relacionadas com o resultado da auditoria.

•• Problemas como a falta de tempo ao realizar auditoria interna.

•• Problemas por estar envolvido no processo de realização de


auditoria um ser humano caracterizando uma atividade humanos-
hardware-software.

Com isto, podemos analisar e ver que a competitividade está cada


vez mais acirrada, somada com as exigências dos mercados globalizados
e das demandas e necessidades da sociedade, que requer uma adoção
de novos métodos de gerenciamento mais transparentes da gestão
e da tecnologia nas empresas, pois elas dependem da capacidade de
implementar novos procedimentos, especialmente na atividade produtiva
e ou de serviços.
Auditoria da Qualidade 53

Verifica-se que, para saber se uma empresa está dentro dos


padrões estabelecidos pelas normas, deve ser feita uma auditoria, que
garante a qualidade, auxiliando no desenvolvimento e aprimoramento de
controles internos, permitindo a detecção de falhas ou fraudes, cada vez
mais comuns no ambiente corporativo e competitivo. Aprimora-se, assim,
o desenvolvimento das pessoas e dos stakeholders e, enfim, contribui-se
muito para o desenvolvimento das empresas.

c. Melhoramento da qualidade: procurar formas de expandir o


desempenho de modo inovador, com foco na melhoria contínua,
tanto nas características de um produto quanto na frequência de
falhas. Até porque, para manter-se competitiva, a organização
deve reduzir drasticamente as deficiências em seus produtos,
serviço ou processos, investindo em diagnósticos para descobrir a
má qualidade e identificar as melhores soluções.

Aprovando o Relatório de Auditoria


Para Russel (2012), os auditores precisam relatar continuamente
grande quantidade de descobertas. E também precisam:

•• Analisar e determinar os problemas de controle comuns.

•• Explorar e agrupar mais informações.

•• Analisar as situações complementares, para definir as falhas do


sistema que provocam discrepâncias.

Na sequência, precisam elaborar um resumo geral de tudo que foi


explorado. Faz-se necessário responder às seguintes perguntas quanto
aos sistemas de controle: eles estão em conformidade? Funcionam? Essa
é a parte mais relevante de todo o relatório.

IMPORTANTE:

Tendo em vista que a maioria dos leitores são gerentes e


supervisores, os termos precisam ser formulados de forma
técnica, baseados em termos gerenciais.
54 Auditoria da Qualidade

Russell (2012) destaca que a reunião de saída é uma oportunidade


para você mostrar seu relatório aos gerentes do grupo. Essa é uma tarefa
do líder da equipe. Faz-se necessário que o líder da equipe comece
declarando que a auditoria está se concluindo. Na sequência, você
precisa realizar uma apreciação da hospitalidade proporcionada a você e
a sua equipe. Enfatizar que a tarefa foi concluída e chamar a atenção para
os seguintes pontos:

•• Mostrar o resumo.

•• Resumir as descobertas e as práticas positivas.

•• Solicitar quaisquer correções ou explicações a respeito das


áreas imprecisas.

•• Discutir o processo de acompanhamento da ação corretiva.

Por sua vez, você precisa fazer uma recapitulação do escopo


e propósito da auditoria e acertar no resumo. Ao falar com os demais
envolvidos neste processo, sugere-se:

•• Fazer com que todos sintam que o conteúdo.

•• Destaque descobertas ou práticas positivas.

•• Distribua cópias dos resultados ou das fichas de prática positiva.

Em síntese, o relatório escrito precisa conter informações básicas


como:

•• Introdução.

•• Resumo.

•• Conclusões adversas.

•• Práticas positivas.

Distribuindo o Relatório de Auditoria


A respeito da distribuição do relatório de auditoria, Russell (2012)
traz as seguintes considerações:
Auditoria da Qualidade 55

•• A lista de distribuição de um relatório de auditoria tem de ser


registrada no relatório.

•• A distribuição fica a critério do cliente.

•• Um relatório de auditoria interna é distribuído ao supervisor da


área auditada e a alguém da alta administração.

•• Um relatório de auditoria externa normalmente vai para um


gerente de divisão ou CEO.

•• O relatório de auditoria externa pode ser enviado a um gerente de


produção ou de qualidade.

•• A organização responsável pela auditoria possui uma cópia do


relatório em seus arquivos oficiais, e cada membro da equipe de
auditoria pode reter uma cópia.

•• O auditor-líder não deve enviar um relatório diretamente para


o auditado de forma imediata, a menos que seja validado pelo
cliente. Isto é, o cliente tem a opção de receber o relatório de
auditoria e anexá-lo em uma carta de apresentação antes de o
relatório ser compartilhado com o auditado.
56 Auditoria da Qualidade

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
como executar os processos de conclusão da auditoria
da qualidade, preparando, aprovando e distribuindo o
relatório da auditoria. O relatório de auditoria deve ser
datado, analisado criteriosamente e aprovado segundo
os parâmetros determinados pelo programa de auditoria.
A fase de conclusão envolve a verificação dos processos,
procedimentos e padrões da organização com base nas
informações coletadas. Mostramos que não existe uma
solução única para cada situação ao planejar e implementar
um sistema geral de gestão da qualidade ou estratégia de
gestão da qualidade. Para implantar a gestão da qualidade,
as organizações podem utilizar a metodologia dos 5 “S”
(iniciais das cinco palavras japonesas que norteiam o
programa): seiri (senso de seleção), seiton (senso de
ordenação), seiso (senso de limpeza), seiketsu (senso de
bem-estar), shitsuke (senso de autodisciplina). Exploramos
as etapas que permitem a melhoria contínua e a trilogia de
Juran, em que a gestão da qualidade é implementada pelo
uso de três processos: planejamento da qualidade, controle
da qualidade e melhoramento da qualidade. E realizamos
algumas considerações a respeito da aprovação e da
distribuição do relatório de auditoria.
Auditoria da Qualidade 57

REFERÊNCIAS
ALVES, P. M. de A.; FREITAS, A. de O. Ferramentas informatizadas
utilizadas na auditoria. Revista Brasileira de Contabilidade – RBC, [S. i.],
n. 225, jun. 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR


ISO 19011: diretrizes para auditoria de sistemas de gestão (Guidelines for
auditing management systems). Rio de Janeiro, 2012.

BROCKA, B.; BROCKA, M. S. Gerenciamento da qualidade. São


Paulo: Makron Books do Brasil, 1994.

CARLA, M. Evoluindo o gerenciamento de não conformidades usando


os conceitos de projetos. Blog da Qualidade, [online], 2019. Disponível
em: https://blogdaqualidade.com.br/evoluindo-o-gerenciamento-de-
nao-conformidades/. Acesso em: 17 set. 2021.

CROSBY, P. B. É preciso praticar uma filosofia da qualidade. Revista


Controle da Qualidade, São Paulo, n. 73, 1998.

DA COSTA, G. P. C. Contribuições da auditoria contínua para a


efetividade do controle externo. 2012. Monografia (Especialização em
Auditoria e Controle Governamental). Instituto Serzedello Corrêa – ISC/
TCU, Brasília, DF, 2012.

GARVIN, D. A. Gerenciando a qualidade: a visão estratégica e


competitiva. Rio de Janeiro: Qualitymark Editora, 1992.

JURAN, J.M. Juran planejando para a qualidade. 2. ed. São Paulo:


Pioneira, 1992.

SANTOS, T. V. Manual De Auditoria Interna Uffs. UFFS:


Chapecó, 2017. Disponível em: https://www.google.com.br/

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