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Pública
Orçamento Público e Créditos
Adicionais
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
ALESSANDRA VANESSA FERREIRA DOS SANTOS
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
ELAINE CHRISTINE PESSOA DELGADO
DAYANNA DOS SANTOS COSTA MACIEL
AUTORIA
Elaine Christine Pessoa Delgado
Possui graduação em Administração pela Universidade Federal de
Campina Grande (2007) e pós-graduação em Direito Administrativo pela
Faculdade Campos Elíseos (2020). Com experiência técnico-profissional
na área de gerência de empresas por mais de dez anos, Elaine também
é professora conteudista na empresa Modular Criativo.
OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do
desenvolvimento houver necessidade
de uma nova de apresentar um
competência; novo conceito;
NOTA: IMPORTANTE:
quando necessárias as observações
observações ou escritas tiveram que
complementações ser priorizadas para
para o seu você;
conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
sobre o tema em
melhor explicado ou estudo, se forem
detalhado; necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a
bibliográficas necessidade de
e links para chamar a atenção
aprofundamento do sobre algo a
seu conhecimento; ser refletido ou
discutido;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso quando for preciso
acessar um ou mais fazer um resumo
sites para fazer acumulativo das
download, assistir últimas abordagens;
vídeos, ler textos,
ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando uma
atividade de competência
autoaprendizagem for concluída e
for aplicada; questões forem
explicadas;
SUMÁRIO
O orçamento público e a sua história no Brasil............................... 12
Orçamento público......................................................................................................................... 12
Orçamento de desempenho................................................................................25
Orçamento programa.................................................................................................25
Orçamento participativo...........................................................................................28
Orçamento incremental............................................................................................29
Ciclo orçamentário..........................................................................................................................29
Elaboração........................................................................................................................ 30
Aprovação........................................................................................................................... 31
Execução.............................................................................................................................32
Controle e avaliação...................................................................................................32
Plano Plurianual..............................................................................................................35
Legalidade.........................................................................................................................45
Unidade ou totalidade.............................................................................................. 46
Universalidade............................................................................................................... 46
Exclusividade.................................................................................................................. 46
Anualidade ou periodicidade...............................................................................47
Orçamento bruto...........................................................................................................47
Discriminação ou especialização..................................................................... 48
Não afetação................................................................................................................... 48
Publicidade....................................................................................................................... 49
Equilíbrio............................................................................................................................. 49
Não estorno...................................................................................................................... 49
Créditos adicionais......................................................................................................................... 50
Créditos especiais........................................................................................................ 51
Créditos suplementares...........................................................................................52
Créditos extraordinários...........................................................................................53
Contabilidade Pública 9
02
UNIDADE
10 Contabilidade Pública
INTRODUÇÃO
Você sabia que o orçamento público é um importante instrumento
de planejamento utilizado para implementação das políticas públicas
e que ele passou por algumas classificações até chegar ao que hoje
encontramos como mais moderno? E que ele deve obedecer às leis que
trazem diretrizes, metas, prioridades? Por meio do orçamento público,
o Estado consegue viabilizar a realização das políticas públicas, com a
arrecadação de receitas e a previsão de despesas realizadas por meio
de programas que visam a alocar adequadamente os recursos públicos.
Além disso, o orçamento público possui funções relevantes e sua história
é marcada por modificações consideráveis nas constituições ao longo
dos anos. O orçamento público também passou por modificações nos
seus tipos, no qual, inicialmente, existia apenas a preocupação sobre os
gastos e, com o passar do tempo, passou a enfatizar o planejamento,
demonstrando compromisso com a sociedade. Com essa nova ênfase,
alguns dispositivos passaram a ser fundamentais para o orçamento
público, como os instrumentos de planejamento e gestão do orçamento,
incluídos aí o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei
Orçamentária Anual. O orçamento também precisa seguir as diretrizes
trazidas pelos princípios orçamentários, atentando-se para as exceções
constantes em alguns deles. Além do mais, existem alguns meios
de solicitar a aprovação de recursos quando não estão incluídos na
lei orçamentária, que é por meio dos créditos adicionais, mas que só
devem ser utilizados em situações específicas. Entendeu? Ao longo
desta unidade letiva, você vai mergulhar neste universo!
Contabilidade Pública 11
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até
o término desta etapa de estudos:
Orçamento público
Para compreender o que é o orçamento público, vamos relembrar
que o Estado possui a função de promover o desenvolvimento
econômico e social por meio de ações voltadas para a bem-estar da
população, e, para isso, ele precisa de recursos, ou seja, receitas. Mas
ele também possui a função de gerir adequadamente esses recursos
e saber utilizá-los corretamente, fazendo com que as despesas sejam
voltadas para o funcionamento dos serviços públicos e para a execução
de programas de governo.
Arrecadação de
receitas
Orçamento
público
Autorização
de despesas
IMPORTANTE:
IMPORTANTE:
IMPORTANTE:
Aspecto
administrativo -
planejamento
Aspecto
técnico - regras Aspecto político -
metodológicas decisões políticas
VOCÊ SABIA?
IMPORTANTE:
Fonte: Freepik.
IMPORTANTE:
IMPORTANTE:
SAIBA MAIS:
RESUMINDO:
OBJETIVO:
Unidade Classificação
Administrativa Institucional
Critério para
classificação do
gasto
Elemento de
Objeto do gasto
despesa
Ele foi muito conhecido como a “Lei dos meios”, pois o Estado
não se preocupava com os resultados, mas apenas com os meios para
conseguir realizar suas atividades.
Orçamento de desempenho
Como o próprio nome diz, ele considera o desempenho
organizacional. Por isso pode ser entendido como uma evolução em
relação ao orçamento tradicional.
IMPORTANTE:
Orçamento programa
O orçamento programa foi determinado tanto pela Lei nº 4.320/64
como também pelo DL nº 200/67 e é considerado como o orçamento
mais moderno, pois passa a enfatizar o planejamento, demonstrando
compromisso com a sociedade como também define com clareza os
objetivos (PALUDO, 2017).
26
Figura 6 – Orçamento–programa
Orçamento Planejamento
IMPORTANTE:
•• Avaliação de resultados.
VOCÊ SABIA?
Orçamento participativo
Fonte: Freepik.
IMPORTANTE:
Orçamento incremental
Nesse tipo de orçamento, existe um incremento, ou seja, um
aumento percentual dos gastos em relação ao ano anterior. Por isso
é levado em conta somente a elevação ou redução das despesas,
desconsiderando as alternativas possíveis (PALUDO, 2017).
Ciclo orçamentário
O processo orçamentário é formado por algumas etapas que são
desenvolvidas sequencialmente, formando o ciclo orçamentário.
Elaboração Aprovação
Controle e
avaliação Execução
Elaboração
Na etapa de elaboração, são analisadas todas as ações preliminares
referentes à alocação de recursos, ou seja, são realizados os estudos
para identificar as prioridades, determinar quais são os objetivos para
o período e estimar os recursos financeiros que serão essenciais para
a execução das políticas públicas, além da previsão de recursos para
investimentos e para o exercício da Administração Pública. Todos esses
elementos irão formar a proposta orçamentária.
IMPORTANTE:
Aprovação
Na etapa de aprovação, acontece a discussão e o estudo sobre
a proposta encaminhada. Ela acontece no Poder Legislativo que, no
âmbito federal, forma uma comissão mista permanente para que seja
realizado o debate, chamada de Comissão Mista de Planos (MENDES,
2015).
IMPORTANTE:
Execução
Na etapa de execução, ocorre a materialização dos objetivos
constantes no projeto, ou seja, tudo o que foi planejado em relação ao
orçamento passa a ser transformado em realidade, as receitas serão
arrecadadas e as despesas efetuadas.
IMPORTANTE:
Figura 9 – Execução
Execução
Uso dos créditos orçamentários
orçamentária
Controle e avaliação
Na etapa de controle e avaliação, são verificadas a eficácia
e eficiência dos projetos e atividades cumpridos, como também é
observada a conformidade e se são necessárias ações corretivas.
Esse controle pode ser de duas formas: pode ser controle interno,
realizado por um órgão da Administração Pública responsável, como
no âmbito federal pela Controladoria-Geral da União; e, ainda, pode ser
controle externo, exercido pelo Legislativo com auxílio do Tribunal de
Contas (CF/88).
RESUMINDO:
As leis orçamentárias
OBJETIVO:
IMPORTANTE:
Plano Plurianual
O Plano Plurianual (PPA) é o instrumento em que as ações do
governo são estruturadas para que possam ser alcançados objetivos e
metas definidos em um período de quatro anos.
para as despesas
PPA de capital e delas
decorrentes.
Mesmo não sendo uma tarefa tão fácil, visto que as desigualdades
regionais no Brasil são notórias, o PPA busca implementar o vínculo entre
o planejamento de longo prazo e os orçamentos anuais.
As diretrizes estão relacionadas com as normas gerais que irão
indicar o rumo a ser seguido, trazendo orientações e instruções a serem
utilizadas na gestão dos recursos públicos durante a validade do plano.
Os objetivos referem-se aos resultados que se espera atingir com
a execução das ações de governo, demonstrando o que deve ser feito
em busca do bem-estar da população.
As metas são medidas que devem fazer parte dos objetivos para
que seja possível mensurar e avaliar o nível em que os objetivos foram
atingidos, e elas podem ser de natureza qualitativa ou quantitativa
(MENDES, 2015).
As despesas de capital são aquelas que auxiliam na constituição ou
obtenção de um bem de capital, como as obras, os investimentos etc. E
quando se cita as despesas delas decorrentes, são as despesas necessárias
para o funcionamento ou a manutenção que passam a existir apenas após a
entrega daquele bem de despesa de capital (PALUDO, 2017).
EXEMPLO
Quando a Administração decide construir um hospital, ela está
realizando uma despesa de capital. No entanto, depois de pronto, o
hospital irá precisar contratar pessoal, pagar despesas, como energia,
luz etc. Essas outras despesas são decorrentes das despesas de capital.
Já os programas de duração continuada compreendem aqueles
que extrapolam o exercício financeiro, ou seja, programas que se
estendem para exercícios financeiros seguintes.
Importante também compreender que o PPA é considerado um
planejamento de médio e longo prazo e o seu período de vigência
não compreende o mesmo período de mandato do chefe do Poder
Executivo. Isso porque a sua elaboração é realizada no primeiro ano de
mandato e só passa a vigorar a partir do segundo ano, permanecendo
até o primeiro ano do mandato posterior, demonstrando, assim, uma
ideia de continuidade dos programas (MENDES, 2015).
Contabilidade Pública 37
EXEMPLO
IMPORTANTE:
Metas e
prioridades.
Diretrizes
da política fiscal Alterações
de acordo com a
trajetória susten- na legislação
tável da dívida tributária.
pública.
LDO
Política
Orientação da de aplicação
elaboração da das agências
LOA. financeiras de
formento.
Essa lei não pode entrar em vigor sem ser submetida à apreciação
do Congresso Nacional, como também sua aprovação deve anteceder
à elaboração da LOA, visto que irá fornecer as metas e prioridades que
constarão nela (CREPALDI e CREPALDI, 2013).
VOCÊ SABIA?
Poderes da União,
fundos, órgãos,
Orçamento fiscal administração direta e
indireta
Orçamento de
LOA investimento das Estatais independentes
empresas
Órgãos e entidades
Orçamento da
vinculados à seguridade
seguridade social
social
IMPORTANTE:
Constituição Federal
Lei nº 4.320/64
LRF (Lei nº 101/2000)
PPA
LDO
LOA
IMPORTANTE:
SAIBA MAIS:
RESUMINDO:
Princípios orçamentários
Os princípios orçamentários servem como um direcionador para
o processo orçamentário em todas as suas etapas e, além de serem
adotados à lei orçamentária, também devem ser seguidos pelos créditos
adicionais.
Legalidade
Determina que a Administração Pública só deve fazer o que a lei
autoriza de forma expressa, por isso o orçamento público deve seguir as
orientações da lei, visto que o orçamento é objeto da lei. Como no caso
da aprovação do orçamento, que deve seguir todo o processo legislativo
para que seja considerada legal (MENDES, 2015).
46 Contabilidade Pública
Unidade ou totalidade
Só deve existir um orçamento público para cada ente federado,
assim existe somente um orçamento para a União, apenas um para o
município, e assim por diante. E é formado pelos orçamentos fiscal, da
seguridade social e de investimento da mesma forma que reúne os
orçamentos dos órgãos de todos os poderes, possibilitando que cada
governo consiga enxergar o conjunto das finanças públicas (PALUDO,
2017).
Universalidade
Segundo esse princípio, deve ser levado em conta pelo orçamento
todas as despesas e todas as receitas, bem como nenhum dos poderes
de todos os entes da Administração Pública deve se afastar do orçamento
(PALUDO, 2017).
Exclusividade
Não pode existir na lei orçamentária nenhuma matéria diversa do
que a definida em lei.
Anualidade ou periodicidade
Vimos que o exercício financeiro adotado no Brasil coincide com
o ano civil, desse modo o orçamento deverá ter sua vigência limitada
ao exercício financeiro ao qual faça parte, não podendo exceder esse
período (PALUDO, 2017).
Orçamento bruto
Refere-se à inclusão dos valores brutos das parcelas de receitas e
despesas no orçamento, não devendo existir nenhum tipo de dedução.
Assim, as receitas e despesas devem ser incluídas pelos seus totais (Lei
nº 4.320/1964).
48 Contabilidade Pública
Discriminação ou especialização
No orçamento, não devem ser incluídos valores genéricos e que
não possuam discriminação. Por isso as receitas e despesas devem
ser obrigatoriamente discriminadas, indicando a origem e aplicação de
recursos (PALUDO, 2017).
Não afetação
De acordo com esse princípio, a receita de impostos não deve ser
vinculada a órgãos, fundos e despesas. Essa vedação é importante para
que seja possível ter recursos livres e que sejam utilizados de forma
racional, conforme as prioridades públicas (PALUDO, 2017).
Figura 16 – Princípio da não afetação
Não vinculação
Receitas de impostos
Publicidade
Faz com que documentos sejam obrigatoriamente publicados para
conhecimento da sociedade, como o relatório resumido de execução
orçamentária, auxiliando, dessa forma, na transparência da gestão
pública, demonstrando como estão sendo empregados os créditos
orçamentários (PALUDO, 2017).
Equilíbrio
Tem como objetivo garantir que a autorização de despesas não
será superior à arrecadação de receitas, proibindo, assim, que os gastos
públicos tenham um crescimento desordenado e que ocorra um défice
orçamentário.
Não estorno
Esse princípio está relacionado com a proibição de transposição,
remanejamento ou transferência de recursos sem a devida autorização.
Assim, quando um ente estiver precisando de recursos, ele deverá
solicitar a abertura de créditos adicionais, ou solicitar a autorização
para realizar a transposição, o remanejamento ou transferência desses
recursos (MENDES, 2015).
Essa regra cabe exceção, determinada pela Constituição Federal:
§ 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência
de recursos de uma categoria de programação para
outra poderão ser admitidos, no âmbito das atividades de
ciência, tecnologia e inovação, com o objetivo de viabilizar
os resultados de projetos restritos a essas funções,
mediante ato do Poder Executivo, sem necessidade da
prévia autorização legislativa prevista no inciso VI deste
artigo. (BRASIL, 1988)
50 Contabilidade Pública
Créditos adicionais
Sabemos que as dotações orçamentárias para cobrir as despesas
devem estar contidas na Lei Orçamentária Anual, e que a Constituição
Federal determina que nenhuma despesa poderá ser efetuada sem que
se faça parte dessa lei. No entanto a essa regra é trazida uma exceção
que se refere aos créditos adicionais.
IMPORTANTE:
Créditos especiais
Os créditos especiais são voltados para despesas que não
possuam dotação orçamentária própria (Lei nº 4.230/64).
Figura 17 – Créditos especiais
Despesas
Créditos sem dotação
especiais orçamentária
específica
Fonte: Elaborado pelas autoras, com informações da Lei nº 4.320/64.
EXEMPLO
Créditos suplementares
Os créditos suplementares, como o próprio nome sugere, atuam
como uma suplementação, um reforço, para um crédito orçamentário já
existente. Desse modo, já existe uma autorização para uma despesa na
LOA, só que essa não foi suficiente para suprir a necessidade.
Figura 18 – Créditos suplementares
Créditos suplementares
EXEMPLO
Créditos extraordinários
Os créditos extraordinários possuem particularidades que os
diferenciam notavelmente dos demais créditos adicionais, isso porque
eles são voltados para despesas urgentes e imprevisíveis, ou seja,
incluem situações que realmente não se podia prever.
Créditos
extraordinários
Despesas urgentes e
imprevisíveis
EXEMPLO
RESUMINDO:
REFERÊNCIAS
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República,
[1988]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm Acesso em: 28 mar. 2022.