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Empresarial
Rodrigo Souza da Costa
Unidade 4
Livro Didático
Digital
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autor
RODRIGO SOUZA DA COSTA
Desenvolvedor
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
O AUTOR
RODRIGO SOUZA DA COSTA
Sou o professor Rodrigo Souza da Costa e me sinto honrado por
poder, de alguma forma, contribuir com sua formação. A área de gestão
é um dos principais problemas (se não o principal) para o crescimento
socioeconômico do país.
INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO:
para o início do desen- houver necessida-
volvimento de uma de de se apresentar
nova competência; um novo conceito;
NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações es-
necessários obser- critas tiveram que ser
vações ou comple- priorizadas para você;
mentações para o
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e inda-
algo precisa ser gações lúdicas sobre
melhor explicado o tema em estudo, se
ou detalhado; forem necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamento atenção sobre algo
do seu conhecimento; a ser refletido ou
discutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das
assistir vídeos, ler últimas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma ativi- quando o desen-
dade de autoaprendi- volvimento de uma
zagem for aplicada; competência for
concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Logística de Produção e Distribuição....................................11
A Logística de Produção...........................................................11
A Produção Enxuta.................................................................14
Logística de Distribuição........................................................24
O Canal de Distribuição............................................................25
Distribuição Física....................................................................30
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04
UNIDADE
Logística Empresarial 9
INTRODUÇÃO
Olá, meu caro aluno! Tudo bem com você? A nossa disciplina tratará
sobre Logística Empresarial e, nesta unidade introdutória, o essencial é
que você compreenda como se dá a relação da gestão de suprimentos
com outra atividade essencial para o sucesso das empresas: a logística
empresarial.
A principal função da logística está relacionada à gestão estratégica
de todos os processos relacionados à movimentação de materiais, desde
a aquisição de insumos, passando pela movimentação e a armazenagem
de todos os itens que a empresa possui, até os fluxos de informações que
passam pela organização e todos os seus canais.
Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste
universo!
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OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso objetivo é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o
término desta etapa de estudos:
1. Identificar os principais fatores que levaram a mudança da
produção em massa para a produção enxuta;
2. Compreender os conceitos de Just in Time e Kanban, seu
funcionamento e suas regras;
3. Compreender a evolução e a importância da logística de
distribuição;
4. Explicar o conceito de canal de distribuição e as diferenças entre
as estratégias de distribuição.
A Logística de Produção
Diversos fatores são importantes para o acirramento da
concorrência nas décadas finais do século passado. A crise mundial na
economia dos anos 70, que condenou o mundo a um lento crescimento
econômico.
O declínio do modelo fordista-taylorista e do seu entorno
ambiental, apoiado nas economias de escala e na distribuição de renda
como forma de gerar demanda.
A recessão e o desemprego nas economias centrais, mostrando
que o bolo era menor do que parecia, forçaram a abertura de novos
mercados. A evolução tecnológica, de infraestrutura e logística, que
possibilitou a globalização da economia que trouxe oportunidades, mas
ampliou a arena competitiva. São, dentre outros, aspectos relevantes e
que não podem ser esquecidos.
Como resposta a estes desafios o modelo de produção enxuta,
ou Toyotismo, passa a ser o modelo dominante e impôs uma série de
mudanças no modo de produzir. Avanços tecnológicos propiciaram a
aceleração do processo de produção e da diversificação da variedade
de produtos ofertados.
Estes fatores causam um profundo repensar no modo de operar e
na forma de se obter competitividade, ou seja, uma quebra paradigmática
que recupera a importância da função produção e reposiciona o cliente e o
atendimento de suas necessidades como o objetivo central da organização.
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Fonte: Freepik
A Produção Enxuta
A produção enxuta surgiu da necessidade de adaptação do modo
de produção no Japão, já que não seria possível apenas copiar o modelo
da produção em massa.
O mercado era limitado, a força de trabalho no Japão não se
sujeitaria ao tratamento de custo variável, a economia do país não
permitia compra maciça das tecnologias de produção, os produtores
do exterior viam o Japão como grande opção de expansão de mercado,
e ao mesmo tempo, a concorrência seria muito forte e dificultaria as
exportações japonesas.
EXPLICANDO MELHOR
A produção enxuta seria mais adequada ao país porque
seu método de produção é flexível e se adapta à demanda
variável e pode trabalhar com demandas pequenas ou
demanda por produtos diferentes.
NOTA
Muda é tudo aquilo que consome recursos, mas não cria
valor, gerando perdas de eficiência no projeto. O sistema de
produção Toyota objetiva aumentar os lucros pela redução
de custos, ou seja, pela eliminação completa dos gastos
excessivos.
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IMPORTANTE
Não devemos nos esquecer de que a produção puxada
considera o cliente como o começo da cadeia, portanto as
necessidades do processo posterior regulam a produção
do anterior. O processo anterior produz então a quantidade
retirada.
EXPLICANDO MELHOR
Fica então claramente definido que no método de produção
em massa, todos os esforços são canalizados de maneira
a maximizar a produção, com alto volume de estoques
entre os processos, funções e máquinas altamente
especializadas, para que nada atrapalhe o volume de
produção.
Tudo isso faz com que os erros no processo somente possam ser
percebidos ao seu final, criando a necessidade constante de reparos –
que necessitam de pessoal e de recursos.
Enquanto isso, na produção enxuta, a produtividade é consequência
de um processo planejado e integrado, em que todas as partes conhecem
o processo total e trabalham de forma a minimizar os erros, sem utilizarem
o conceito de economia de escala, o que “obriga” a produção a se adequar
à demanda do mercado e às customizações exigidas pelos clientes.
Nos dois sistemas há uma grande diferença entre os papéis dos
funcionários na produção. Enquanto a produção em massa considera a
força humana tão substituível como qualquer um dos seus insumos, a
produção enxuta valoriza o trabalho coletivo, sugestões, colaboração e
melhoria contínua, o Kaizen.
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22 Logística Empresarial
VOCÊ SABIA?
Um dos princípios da produção em massa é a integração
vertical, que significa que a fábrica possa garantir o fluxo
completo da cadeia, fazendo com que sejam também
fornecedores da matéria-prima e distribuidores dos
produtos acabados.
NOTA
Quanto ao sistema de produção, as filosofias do MRP e
do Kanban parecem ser fundamentalmente opostas. O
Kanban incentiva um sistema de produção puxado e o
MRP um sistema empurrado. Na verdade, os dois sistemas
podem ser combinados.
Não existe Kanban para longo prazo, uma vez que ele começa
quando é feito o pedido. Por isso, usa-se o MRP para o longo prazo,
para planejar a capacidade de produção e os insumos, e o Kanban para
controlar a produção no curto prazo.
O MRP alimenta o sistema Kanban, uma vez que as empresas
não esperam despreparadas pelos pedidos dos clientes, principalmente
no mercado automobilístico em que há poucas possibilidades de
diferenciação do produto final.
A visão de eficiência é uma clara diferença entre os modelos de
empurrar – em que se entende que eficiência é produzir utilizando a
máxima capacidade da fábrica, ainda que isso gere estoques – e puxar,
em que o objetivo é atender a necessidade do cliente, mesmo com
ociosidade, que não é considerada na produção em massa por gerar
custos muito altos.
Os fatores anteriormente citados explicam muitas das razões
pelas quais os produtores ocidentais, em especial os americanos, não
conseguiram competir com as empresas japonesas. A prova de que
este é o novo paradigma se dá pela decisão de que para resgatar a
competitividade seria preciso abandonar os conceitos fordista-taylorista
e aprender e implantar o modelo de Produção Enxuta.
Na maioria dos países que tomaram esta decisão, o processo está
em andamento, como no Brasil e nos Estados Unidos, e o esforço tem
trazido resultados, mas a principal dificuldade reside em compor o tecido
organizacional coletivo e cooperativo que alavanca a competitividade
dos japoneses.
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Logística de Distribuição
VOCÊ SABIA?
Muitas são as definições para canal de distribuição uma
delas é: canal de distribuição é a estrutura de unidades
organizacionais dentro da empresa, agentes e firmas
comerciais fora delas, atacadistas e varejistas, por meio
das quais uma mercadoria, produto ou serviço são
comercializados.
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O Canal de Distribuição
Tanto para reduzir custos como para agregar valor é necessário
que se estabeleça o canal e a estratégia de distribuição mais adequada
para o produto. Para tomar essas decisões a empresa precisar avaliar o
nível de serviço exigido pelo consumidor e as características do produto,
e deve ser feito pelo pessoal de marketing, cujo foco é o mercadológico,
mas não se deve ignorar a opinião e as possíveis contribuições da área
de logística.
O modo de estruturar os canais torna-se uma importante decisão
estratégica. Num mercado onde a mudança e a concorrência são mais
frequentes, a importância e o papel deste canal estão se ampliando e o
tornam uma fonte de vantagem competitiva e de diferenciação perante
os concorrentes.
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28 Logística Empresarial
SAIBA MAIS
A evolução desse modelo é a loja de departamento, na
qual para cada tipo de produto ou necessidade são criadas
divisões específicas para sua comercialização, pois a
quantidade de opções e suas características exigem um
serviço mais especializado e vendedor mais preparado. A
Mesbla e o Mappin eram exemplos dessa fase.
IMPORTANTE
E esse é o ponto importante, numa época de virtualização,
pois a grande maioria dos produtos ainda precisa percorrer
o caminho entre a sua fabricação e o ponto de consumo. O
desafio é fazer chegar ao cliente na conveniência e no nível
de preço que ele esteja disposto a pagar.
Distribuição Física
A distribuição física é a atividade logística responsável pelo
abastecimento eficiente e eficaz dos canais de distribuição da empresa
com os produtos a serem vendidos, com o material de apoio a vendas e
com as peças de reposição para manutenção e assistência técnica.
É necessário armazenar e transportar os produtos para fazê-los
chegar aos clientes. Mas isso não é tão simples, a oferta da variedade e
da quantidade de produtos, no momento e no local mais conveniente ao
consumidor e a um custo que ele esteja disposto a pagar é fundamental
para garantir a sua satisfação.
Exemplo: Para realizar esta complexa tarefa é preciso projetar e
operar um sistema logístico que esteja apto a oferecer o nível de serviço
adequado, o que demanda muitas análises e decisões que envolverão
investimentos e influenciarão os custos da operação.
O projeto da distribuição física deve ter como premissa básica o
nível de serviço que o cliente deseja, por exemplo: é necessário saber
qual o tempo de espera aceito pelo mercado para se abastecer uma
localidade distante da fábrica.
REFLITA
Se o tempo for muito curto, é quase certa a necessidade de
se utilizar um armazém próximo ao consumidor para estocar
os produtos e tornar a entrega rápida. Outra possibilidade
seria dispor de um transporte muito rápido, como o aéreo,
o que permitiria o atendimento direto da fábrica, mas o
encareceria o custo de transporte.
VOCÊ SABIA?
Há basicamente dois tipos de clientes, os quais demandam
diferentes requisitos de serviço logístico: o primeiro é o dos
consumidores e estes podem ser divididos em dois grupos,
os que usam o produto para satisfazer suas necessidades e
aqueles que transformam os produtos que compram, como
indústrias e restaurantes, e os vendem aos seus clientes. Os
segundos são os componentes de um canal de distribuição,
distribuidores, varejistas, que oferecem produtos para
revenda, para outros intermediários ou consumidores finais.
NOTA
Quando a quantidade não é suficiente para carga completa,
uma opção é a de se usar um sistema de depósitos,
possibilitando a redução dos custos de distribuição e a
melhoria do nível de serviço oferecido.
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Logística Empresarial 33
NOTA
As decisões tomadas nesta etapa terão grande influência
nos custos logísticos e devem ter uma visão de longo
prazo pra garantir a satisfação dos clientes no presente e
no futuro.
RESUMINDO
Esses serviços incluem rápida entrega em curto espaço de
tempo após a solicitação pelo cliente, reposição contínua
de mercadoria, entregas para os pontos de uso ou consumo
em um horário cada vez mais amplo, como nas entregas
noturnas, movimentação paletizada mista, capacidade de
transação via EDI e transmissão eletrônica de dados para a
rastreabilidade do processo entre outros.
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RESUMINDO
Em suma, é preciso deixar de antecipar a demanda e enviar
grandes lotes para se conseguir economias de escala e
passar a repor com base na demanda real dos produtos, o
que exige mais agilidade e flexibilidade e força a integração
e parceria entre elos da cadeia de abastecimento.
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NOTA
Muitas empresas estão estreitando o relacionamento com
seus clientes e oferecendo distribuição direta. Contratos de
fornecimento e uma comunicação mais intensa, com pontos
de contatos facilitados, possibilitam que se atenda melhor
a pequenos varejistas, oferecem uma maior proximidade
com o mercado consumidor e melhoram o atendimento ao
consumidor final.
E-COMMERCE
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SAIBA MAIS
Ao longo de sua existência, os Brokers foram acumulando
informações e expertise sobre o mercado e seu
comportamento. Muitas vezes, estas informações são
transferidas para bancos de dados e são criados softwares
para seu tratamento e análise e estes podem ser fornecidos
para que se melhore o desempenho dos varejistas no
atendimento ao consumidor final.
REFLITA
A importância e a complexidade da distribuição física
transformaram este assunto numa preocupação estratégica
para as empresas. Desafiadas pelo aumento da variedade
de produtos e pela redução de seus ciclos de vida, pela
exigência de melhores serviços e pela redução de custos
que os clientes desejam, a resposta se deu pelo aumento
da eficiência em suas operações logísticas de distribuição
para garantir que os produtos desejados estejam disponíveis
nos locais e quantidades certas para o atendimento das
condições solicitadas pelos consumidores finais.
NOTA
Novas tecnologias e conceitos modernos, como Supply
Chain Management, estão impondo mudanças na forma de
se gerenciar a cadeia logística e exigem que a distribuição
física e seu papel sejam repensados, bem como, a
responsabilidade de reduzir custos e agregar valor para o
cliente final passa a ser dividida com todos os elos da cadeia.
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
que a competitividade ganhou novos patamares, passando
de uma abordagem individual para um escopo coletivo. A
concorrência passou a acontecer entre cadeias produtivas
e não mais entre as empresas individualmente. Isso
alterou a organização do sistema produtivo ao gerar um
adensamento e concentração nos setores produtivos. As
empresas são mais eficientes, utilizam plantas compactas,
atingem alta produtividade, são focadas em suas
competências centrais, estão constantemente melhorando
e inovando e buscam a aquisição de novas competências
só que agora isto é feito em conjunto. Nesse contexto, a
coordenação da cadeia passou a ser fundamental. Agora
o processo de produzir não é mais um ato isolado, mas
representa o alinhamento dos esforços de várias empresas
que juntando suas competências e coordenando seus
esforços agregariam o maior valor, diferenciando o produto,
ao cliente e, ao mesmo tempo, obteriam o mínimo custo.
Isso coloca a logística como uma competência central para
os produtores enxutos.
46 Logística Empresarial
BIBLIOGRAFIA
BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos. 4. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2001.
CHITALE, A.K. e GUPTA, R.C. Materials Management: Text and Cases (2. edition).
Nova Delhi: PHI, 2011.