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Fundamentos

Contábeis
Unidade I
Teorias Contábeis e os Relatórios Básicos
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
DANIELI PULGA
AUTORIA
Danieli Pulga
Sou bacharel em Administração e especialista em Administração
Financeira, Contábil e Controladoria, com uma experiência profissional na
área financeira e de custos de mais de 10 anos. Trabalhei em empresas
prestadoras de serviços aplicando todo o conhecimento da Administração
e da Contabilidade, implantando métodos de controle e rotinas de trabalho.
Essas experiências contribuíram para minha formação profissional e, em
paralelo, venho realizando trabalhos como docente há quase 9 anos. Sou
apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida
àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada
pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes.
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e
trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Introdução à contabilidade......................................................................10
Percurso histórico das Ciências Contábeis...................................................................10

Conceitos e definições................................................................................................................. 13

Usuários da contabilidade......................................................................................................... 15

Pessoa física e pessoa jurídica............................................................................................... 17

Atos e fatos administrativos ou contábeis..................................................................... 18

Fatos permutativos e fatos modificativos.................................................... 18

Postulados, Princípios e Convenções da Contabilidade............ 20


Postulados............................................................................................................................................ 20

Princípios................................................................................................................................................ 22

Convenções.........................................................................................................................................25

A Técnica Contábil e os Relatórios Básicos...................................... 30


Escrituração – métodos e sistemas................................................................................... 30

Introdução ao lançamento........................................................................................................33

Livros contábeis.............................................................................................................34

Relatórios contábeis na tomada de decisão............................................................... 36

O Comitê de Pronunciamentos Contábeis ....................................... 40


Conhecendo órgãos normativos e fiscalizadores................................................... 40

Comitê de Pronunciamentos Contábeis.........................................................................42

Pronunciamento Conceitual Básico (R2): Objetivo da elaboração


e divulgação do relatório contábil-financeiro..........................................47
Fundamentos Contábeis 7

01
UNIDADE
8 Fundamentos Contábeis

INTRODUÇÃO
Você já parou para pensar em contabilidade? Já percebeu que você
tem contato imediato com algo dessa área praticamente todos os dias?

Agora você deve estar se perguntando: Como assim? Contabilidade


é uma ciência específica e somente contadores têm contato com a
contabilidade! Estou aqui para desmistificar essa ideia de que contabilidade
é só para contadores. Você, enquanto pessoa física, correntista bancário
que adquire bens, gerencia seus negócios ou os negócios de terceiros é
alguém que tem contato com a contabilidade sim! Para entender melhor
e descobrir onde vocês esbarram, venha estudar esta unidade letiva e
mergulhar neste universo!
Fundamentos Contábeis 9

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar você no
desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término
desta etapa de estudos:

1. Compreender a origem da Contabilidade e a utilização nos dias


de hoje;

2. Definir os conceitos que fazem parte da Contabilidade e a


importância deles na gestão financeira e patrimonial;

3. Aplicar os conceitos e técnicas à rotina gerencial;

4. Identificar e conhecer sobre órgãos que interferem nas normas e


técnicas contábeis.

Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?


Ao trabalho!
10 Fundamentos Contábeis

Introdução à contabilidade

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo você será capaz de entender


como funciona a contabilidade e quais são os seus
pilares. Toda vez que falamos nesse assunto, parece
haver conceitos muito distintos e isso é uma verdade. No
entanto, será muito fácil e esclarecedor, pois a partir desses
conceitos, você poderá entender o quanto a contabilidade
está presente em seu dia a dia tornando mais simples a
forma de lidar com questões relacionadas à área. Além
disso, você conhecerá um pouco mais desse mundo de
“fazer contas” e quem sabe até sempre em alta! E então?
Motivado para desenvolver esta competência? Então,
vamos lá. Avante!

Percurso histórico das Ciências Contábeis


A contabilidade é uma ciência, com seus conceitos, princípios e
regras utilizados por muitos. Com ela, há um amplo mercado profissional
com diversas áreas de atuação. No Brasil e no mundo, conceitos e técnicas
da contabilidade são utilizados como recursos para controle e respaldo
de dados e informações.

Há alguns anos, grandes empresas apresentaram necessidades


de controle e proteção ao seu patrimônio, desenvolvendo métodos
extremamente eficazes, evitando fraudes e desvios monetários. Até
mesmo o Estado se utiliza dos métodos contábeis para conhecer e
controlar o rendimento das grandes áreas produtivas, aplicando a
cobrança de impostos e arrecadações de recursos para a gestão do país.

Atividades e práticas de contabilidade acompanham e evoluem


juntamente com a história da humanidade, existindo desde que se iniciaram
a organização de recursos para garantir a sobrevivência do homem. A
partir da necessidade do ser humano em realizar mudanças nômades, por
exemplo, foi preciso conhecer sobre os recursos disponíveis, de modo que
pudesse ser realizado um planejamento para as próximas temporadas.
Fundamentos Contábeis 11

Até esse momento, o processo de quantificação sobre as métricas


dos recursos disponíveis ocorria de maneira informal e intuitiva e sem
qualquer método desenvolvido por especialistas. A mensuração dos itens
foi realizada sem muito progresso até a criação das ciências e técnicas
matemáticas, além do crescimento das atividades comerciais, mercantis
e bancárias, vivenciadas períodos depois.
Figura 1 - Papiro, tipo de planta adaptada pelos egípcios para registrar os números
resultantes da agricultura

Fonte: Wikimedia Commons

Se analisarmos os fatos, a contabilidade é uma ciência tão antiga


quanto a própria humanidade. Existem autores que consideram que o
próprio homem das cavernas já contabilizava seus instrumentos de caça.
Porém, foi na Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates, atualmente região
do Iraque, que foram encontrados os primeiros registros patrimoniais.

Seguindo pela história, no Baixo Nilo, os egípcios com sua técnica


milenar da agricultura, contabilizavam a produção e seus estoques
de mantimentos em papiros e, então, tivemos nossos primeiros livros
contábeis. Os fenícios, grandes navegadores, formam outro povo
contribuinte, pois registravam suas operações de troca por meio de
símbolos. Lembra-se dos Romanos? Aquele povo que quase dominou o
mundo? Bem, sabemos que foi um povo que expandiu seu domínio por
uma região muito grande. Devido à forma de organização das informações
12 Fundamentos Contábeis

e anotações patrimoniais, considera-se que foram os criadores de um


sistema jurídico de contabilidade.

No final da Idade Média, com o aquecimento do comércio na


Europa, mais especificamente na Itália, que surgiu a necessidade de
escrituração dos itens patrimoniais para a visão do consumidor e do
fornecedor e aí surgiu a sistematização dos controles. Nesse período,
um frade franciscano chamado Lucca Paccioli, foi o criador do método
das partidas dobradas, no qual todo crédito precisa de um lançamento
a débito de igual valor. Esse tem sido o método mais popular da
contabilidade (GONÇALVES, 2019).

Com o avanço dos tempos, especificamente no período da história


da Europa, aproximadamente entre meados do século XIV e o fim do
século XVI, os cálculos contábeis foram desenvolvidos por meio de
termos conhecidos por nós até os dias atuais, tais como: débitos, créditos,
razão, balanços e demonstrações de resultado.

REFLITA:

Onde você vê ou ouve falar de débito e crédito? Em que


contexto esses termos fazem parte do seu cotidiano
interferindo no patrimônio?

Reis e Silva (2008) relatam importantes fatos sobre a história da


contabilidade no Brasil. Nesse cenário, contadores e provedores da
fazenda registravam o patrimônio e chegaram junto com a família real.
Para qualificar os profissionais da época, foram ministradas aulas de ensino
contábil e surgiu também a mais antiga associação da classe, chamada
“Associação dos Guarda Livros da Corte”.

Em 1870 foi publicado o Decreto Imperial nº4475 que regulamentou


a profissão de guarda-livros, que é como a profissão de contador era
chamada nesse período.

No entanto, foi no ano de 1932, no governo de Getúlio Vargas que a


profissão de contabilidade trouxe melhorias para a profissão de contador
onde foram estabelecidas novas condições para seu registro.

O salto maior, no entanto, aconteceu em 1943, quando foi sancionada


a Lei nº6141 tratando do ensino comercial e também das diretrizes para o
Fundamentos Contábeis 13

ensino de contábeis, sendo, no ano de 1945, publicado o Decreto nº7938


responsável por consolidar o ensino da contabilidade.

Por fim, no ano de 1946, no Governo de Gaspar Dutra, foi publicado


o Decreto nº9295 dispondo sobre a criação dos Conselhos Federais
e Regionais de Contabilidade, como também definiu os perfis dos
profissionais da área contábil.

Conceitos e definições
Já estudamos até aqui o surgimento e a evolução da contabilidade
e como ocorreu a construção do seu campo de aplicação. Convém,
portanto, conhecermos de fato qual a definição do termo antes de
estudarmos os outros aspectos.

Na literatura, algumas definições estão disponíveis de forma


complementar. Assim, Marion (2005) disserta que a contabilidade é o
instrumento que auxilia a administração a tomar decisões através de
mensuração monetária dos dados econômicos e apresentando-os em
forma de relatórios que auxiliam na tomada de decisão. De acordo com
Padoveze (2014), A contabilidade é a ciência que estuda o Patrimônio.
Almeida (2016) complementa que a contabilidade é importante para
manter o monitoramento das atividades empresariais e também
prestar contas aos usuários interessados nas entidades por meio das
suas demonstrações contábeis. Por fim, Ribeiro (2017, s. p.) afirma que
“a contabilidade, portanto, é uma ciência social que tem por objeto o
patrimônio das entidades econômico-administrativas e seu principal
objetivo é controlar o patrimônio das entidades em decorrência de suas
variações”.

Em outras palavras, a contabilidade é uma ciência que se utiliza de


métodos e técnicas de registro e controle do patrimônio de uma entidade.
Inclusive, temos aqui grandes caracterizadores dessa ciência, pois o
patrimônio é o objeto de estudo e controlar o patrimônio é o objetivo da
contabilidade.

IMPORTANTE:

Patrimônio é o objeto da contabilidade. Controlar o patrimônio


é o seu objetivo.
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Para entender sobre o que se trata o patrimônio, é importante


compreender sobre o princípio da entidade. Nesse sentido, de acordo
com a Resolução CFC n° 750/1993, alterada pela Resolução CFC n°
1.282/2010, em seu artigo 4° e parágrafo único, são apresentados os
seguintes conceitos a respeito desse princípio:
Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio
como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia
patrimonial, a necessidade da diferenciação de um
Patrimônio particular no universo dos patrimônios
existentes, independentemente de pertencer a uma
pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou
instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou
sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o
Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios
ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE,


mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação
contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova
ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-
contábil.

Para cumprir com o seu objetivo, a contabilidade tem como


atribuições: captar, registrar, acumular, resumir e apresentar as informações
pertinentes ao objeto de estudo. Essas atribuições se relacionam com a
contabilidade mutuamente. Observe a relação entre os elementos na
figura a seguir.
Figura 2 - Atribuições da contabilidade

Captar Registrar

Patrimônio

Apresentar Resumir Acumular

Fonte: Elaborado pela autora (2021).


Fundamentos Contábeis 15

É necessário captar informações e dados através de documentos


e sistemas. Podemos observar melhor essa atribuição se pensarmos que
existem notas fiscais e contratos com informações de objetos e valores
de transações. Essas informações contribuirão para o registro, ou seja,
de forma sistemática e padronizada, os dados serão escritos e guardados.
Acumular esses dados ou informações possibilitará a mensuração. Afinal,
é importante sabermos o que temos e também quanto temos de forma
resumida, para uma leitura facilitada. Quando se trata de elaborarmos
relatórios para os devidos interessados, temos através da contabilidade a
possibilidade de apresentar essas informações em um padrão universal
de fácil entendimento.

Imagine que você é gestor de uma grande corporação e que


recebe a oferta de compra de parte desse conglomerado. Como você
aconselharia o proprietário a formar o preço de venda e a defender esse
valor? Acertou se você pensou em acionar a contabilidade e se utilizar dos
relatórios por ela apresentados, bem como das explicações e análises por
ela realizadas.

Podemos concluir então que através dos registros e relatórios


contábeis é possível aprimorar o controle do patrimônio, formando um
pilar seguro, onde você pode embasar a tomada de decisões.

Usuários da contabilidade
Outro ponto importante a lembrar é que os administradores não
são os únicos interessados nas informações contábeis. São considerados
usuários da contabilidade todos aqueles que têm algum tipo de interesse
nas informações de determinada corporação, são eles:
16 Fundamentos Contábeis

Figura 3 - Usuários das informações contábeis

Analistas de
Clientes Stakeholders Fornecedores
mercado

Informações Contábeis

Investidores Funcionários Governo Bancos

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

Nesse sentido, os autores Bifi et al. (2017) e Ribeiro (2017) afirmam


que os usuários podem ser categorizados em oito tipos, tais quais:

• Investidores - (acionistas, sócios) que procuram estar “por dentro”


das informações de rendimento e lucratividade para tomarem
decisões de investimento.

• Stakeholders - (demais interessados no bom e perfeito


funcionamento da organização) cobrança de medidas e resultados.

• Analistas de mercado - que poderão identificar itens que


agreguem valor ou não à organização.

• Bancos - que periodicamente solicitam relatórios contábeis para


analisar e determinar escores de crédito às organizações.

• Fornecedores - também voltados para análise e concessões de


crédito.

• Clientes - que poderão sentir-se mais confiantes ao transacionar


itens com entregas e prazos.

• Funcionários - interessados em formar carreiras dentro das


organizações.

• Governo - um grande interessado em conhecer a renda e o


crescimento das áreas produtivas, pelas quais também recebe
Fundamentos Contábeis 17

recursos em seus caixas para realizar a gestão da grande máquina


que é o país.

Sobre os usuários da contabilidade, Ribeiro (2017, s. p.) esclarece o


seguinte:
Os usuários das informações contábeis são pessoas físicas
e jurídicas que as utilizam para registrar e controlar a
movimentação de seus patrimônios, bem como aqueles
que, direta ou indiretamente, tenham interesse nesse
controle; na apuração de resultados; na avaliação da
situação patrimonial, econômica e financeira; na análise
do desempenho e do desenvolvimento da entidade,
como titulares (empresas individuais), sócios, acionistas
(empresas societárias), gerentes, administradores, governo
(fisco), fornecedores, clientes, bancos, etc.

É possível perceber, por meio da classificação dos usuários


da contabilidade fornecida pelos autores, que a maioria deles estão
indiretamente ligados à entidade.

Pessoa física e pessoa jurídica


Após observarmos todos os usuários, podemos dizer de uma forma
resumida que a contabilidade é mantida para as pessoas físicas e para as
pessoas jurídicas, ou seja, qualquer um dos dois pode perfilar algum dos
tipos de usuários citados anteriormente. No entanto, é possível que você
esteja se perguntando: o que é uma pessoa física e uma pessoa jurídica?
Essa diferenciação é simples. Qualquer ser humano é uma pessoa física
e uma empresa é uma pessoa jurídica. Uma pessoa jurídica não tem
vontade própria. Normalmente é formada por uma ou mais pessoas
físicas que, em comum acordo, iniciam uma sociedade e tomam decisões
no decorrer da vida.

O Código Civil pontua muitas diferenças entre ambas, mas aqui


observaremos que uma pessoa jurídica só passa a existir a partir da
disposição de uma pessoa física em investir tempo e recursos.
18 Fundamentos Contábeis

IMPORTANTE:

O Governo, através da Receita Federal, utiliza-se de um


documento de onze dígitos, chamado Cadastro de Pessoa
Física (CPF), para identificar os contribuintes. Utiliza-se
de outro código com catorze dígitos para identificar as
pessoas jurídicas, o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
(CNPJ). Ambos contêm informações sobre movimentação
financeira e patrimonial dos contribuintes.

Atos e fatos administrativos ou contábeis


Vamos retomar o raciocínio onde uma ou mais pessoas físicas
iniciam uma sociedade que dá origem a uma pessoa jurídica com o
intuito de lucro e continuidade. Para que isso aconteça, os diretores
ou administradores da empresa ou os próprios sócios nessas posições
praticam atos administrativos ou empresariais. Ou seja, a administração
patrimonial faz-se pela prática dos atos. Alguns desses atos podem afetar
o patrimônio empresarial e passam a ser chamados de fatos.

EXEMPLO: periodicamente o sócio faz visitas ao gerente da conta


bancária, com o intuito de relacionamento, não afetando o patrimônio da
empresa. No entanto, se ele decide encerrar a conta no banco, temos
então um fato, que ocasionará uma modificação patrimonial.

Fatos permutativos e fatos modificativos


Os fatos contábeis podem ocorrer de duas formas: na primeira delas,
o patrimônio sofre uma alteração apenas em qualidade e na outra, sofre
alteração em quantidade. A primeira vamos chamar de fatos permutativos,
onde ocorrem alterações dos itens patrimoniais, sem modificação de
valores, por exemplo, a compra de materiais para estoque, utilizando
dinheiro do caixa.

O segundo tipo de fato chamaremos de modificativo, pois ocorrerá


uma alteração no patrimônio, porém de forma quantitativa, ou seja, o fato
Fundamentos Contábeis 19

será gerador de um resultado de lucro ou prejuízo, podendo aumentar ou


diminuir o patrimônio líquido dessa entidade.

SAIBA MAIS:

Quer se aprofundar ainda mais nesse tema? Leia o artigo A


evolução da contabilidade ao longo da história do Brasil. O
estudo da evolução dessa ciência possibilita compreender
seu cenário no mundo moderno. Assim, o objetivo desse
estudo é analisar as principais mudanças nas práticas
contábeis ao longo da história no Brasil.
Clique aqui para acessar.

RESUMINDO:

Neste capítulo, você aprendeu que a contabilidade é uma


ciência tão antiga quanto a própria humanidade. Lucca
Paccioli foi o criador do método das partidas dobradas,
no qual todo crédito precisa de um lançamento a débito
de igual valor. Esse tem sido o método mais popular da
contabilidade. Foi em 1905, no governo do Presidente
Eurico Gaspar Dutra, que a contabilidade foi reconhecida
como profissão. A contabilidade é a ciência que estuda o
patrimônio. São considerados usuários da contabilidade
todos aqueles que têm algum tipo de interesse nas
informações de determinada corporação. Observamos
todos os usuários e podemos dizer de uma forma resumida
que a contabilidade é mantida para as pessoas físicas e
para as pessoas jurídicas.
20 Fundamentos Contábeis

Postulados, Princípios e Convenções da


Contabilidade

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo você será capaz de entender


que estamos falando da contabilidade sendo utilizada por
pessoas físicas e jurídicas com interesses em informações.
Também falaremos que em uma sociedade de pessoas
físicas, que é a pessoa jurídica, os sócios e gestores
tomam decisões que poderão alterar qualitativamente e
quantitativamente o patrimônio da entidade.

Postulados
Já falamos que um dos objetivos da contabilidade é registrar fatos
de forma que sejam visíveis e de fácil entendimento. Foi no momento de
registrar esses fatos que surgiu a necessidade de criar regras e padronizar
a forma de realização dos registros. Então, mediante dúvidas e resoluções,
os antigos contadores adotaram regras que passaram a ser aceitas e
seguidas por todos. Essas regras básicas são denominadas princípios
contábeis, que sustentam a estrutura teórica para escrituração e análise
contábil.

Para ilustrar a importância dos princípios, utilizaremos, como muitos


autores, o “edifício contábil”.

Favero et al. (2009) conceitua os postulados como princípios de fato


reconhecido, mas não demonstrados. Além disso, esses princípios podem
ser entendidos como uma proposição não evidente nem demonstrável,
que pode ser admitido como um princípio de um sistema dedutível, de
uma operação lógica ou de um sistema de normas práticas.

No Brasil, as normas e práticas da contabilidade categorizam os


postulados de maneira muito abrangente, uma vez que se relacionam
com o ambiente e as condições adequadas para se executar a
contabilidade, na qual temos dois postulados: o Postulado da Entidade
Fundamentos Contábeis 21

Contábil e o Postulado da Continuidade. Ou seja, de forma resumida, os


postulados podem ser entendidos como elementos vitais, básicos e de
estruturação da contabilidade, sendo a base da construção, ou seja, a
base da contabilidade. Vejamos então o conceito dos dois postulados.

• Entidade: esse postulado define que a contabilidade de uma


entidade (empresa ou pessoa) não pode ser confundida com a
contabilidade dos membros que a possuem. A escrituração de uma
empresa tem que ser completamente separada da escrituração
de seus proprietários. Isso significa que, se determinado bem é
de posse da pessoa jurídica, ela deverá ser registrada como tal e
não será considerada de posse do sócio, pessoa física. Na prática,
esse postulado evita que se misturem as contas e os bens dos
sócios com as contas e os bens da empresa.

• Continuidade: a própria palavra nos remete ao entendimento


de que não haverá extinção. A empresa deve ser avaliada e
escriturada, na suposição de que a entidade nunca será extinta.
Os ativos dessa empresa serão avaliados partindo desse
pressuposto, porém, ao contrário disso, caso esteja ocorrendo um
encerramento de atividades, mudarão os critérios de avaliação dos
ativos. Esse postulado também baliza a apuração dos resultados.
Logo, imagine que você decide abrir uma empresa. O objetivo é
que ela cresça e perdure ao longo dos tempos e passe de geração
em geração.

Sobre a utilidade dos postulados na contabilidade (FAVERO et al.,


2010, p. 35) afirma:
Pode-se dizer que os postulados representam o alicerce
sobre o qual se desenvolve todo o raciocínio contábil.
Assim, verifica-se que os postulados representam para
a contabilidade as vigas balizadoras necessárias para o
alcance dos objetivos que é a geração de informações
para a tomada de decisão.

Portanto, na contabilidade, essa classificação de elementos


envolve um campo de aplicação mais abrangente ligando-se com certos
aspectos do ambiente que cerca o campo e as condições em que a
contabilidade deve atuar. Nesse sentido, Iudícibus (2004) afirma que os
22 Fundamentos Contábeis

postulados são uma proposição ou observação de certa realidade que


pode ser considerada não sujeita à verificação ou axiomática. Os aspectos
que envolvem os postulados, podem ser considerados meras exposições
de verdades. No entanto, por serem essenciais ou não especificarem o
campo dos princípios contábeis seguintes, muitas vezes deixam de ter
utilidade.

Princípios
O termo “princípio” na contabilidade é entendido por Hendriksen e
Van Breda (2015) como uma lei ou regra geral adotada ou considerada
como diretriz de ação: uma base aceita de conduta ou prática. De acordo
com Reis (1996, p. 32), “os princípios fundamentais da contabilidade
representam a estrutura teórica das doutrinas da ciência contábil”.

Para que a escrituração acontecesse de forma assertiva e imune a


dúvidas, numa tentativa de normalizar e se chegar a uma melhor forma de
controle do patrimônio, a resolução estabelecida pelo Conselho Federal
de Contabilidade, CFC n° 1,282/2010, classifica os princípios como forma
de exteriorização de critérios aceitos pela maioria dos contadores.

Além desses, podemos citar princípios que partem desde o atributo


monetário aos princípios técnicos de operacionalização contábil. Esses
princípios são:

• Denominador comum monetário - esse princípio trata de que a


contabilidade deve ser feita em uma única moeda e que todos
os itens devem ser avaliados por essa mesma moeda. No Brasil,
a moeda oficial é o Real, logo, mesmo que um determinado item
seja adquirido em outra moeda, dólar, por exemplo, o registro
deverá ser convertido e realizado em reais. Da mesma forma que
a avaliação de bens. De acordo com Reis (2017, p. 80):
O Princípio do Denominador Comum Monetário representa
uma qualidade agregativa da contabilidade, procurando
assemelhar ativos e passivos a uma mesma unidade
monetária, que é a moeda corrente do país. Dessa forma,
as demonstrações contábeis são apresentadas com
uniformidade e padrão, de forma a facilitar a análise dessas
demonstrações pelos usuários da contabilidade.
Fundamentos Contábeis 23

• Competência de exercícios - a) Princípio da realização da receita:


O Princípio de Realização da Receita consiste em registrar a
receita no momento da sua realização; b) Princípio do confronto
das despesas com as receitas: de acordo com esse princípio, as
despesas incorridas, relativas às receitas reconhecidas, devem ser
objeto de registro contábil em igual momento do reconhecimento
da receita.

Esses princípios são aplicados para a contabilização das receitas


e das despesas. Podemos dizer que ambas passam por dois momentos
possíveis de contabilização dos fatos: o momento econômico (de sua
ocorrência ou geração) e o momento financeiro (de sua efetivação
financeira, através do pagamento ou recebimento).

Considerando a necessidade de optar por um dos dois momentos,


foi estabelecido que as receitas e as despesas devem ser contabilizadas
quando ocorrem, ou seja, no momento econômico de sua geração e
não quando recebidas ou pagas. Essa decisão tornou-se o princípio
da competência do exercício, em que as receitas e as despesas
devem ser contabilizadas como tais, no momento de sua ocorrência,
independentemente de seu pagamento ou recebimento.

Um exercício contábil é o período de um ano em que se faz a


apuração do resultado. Nem sempre o exercício contábil coincide com o
ano civil, podendo ser determinado pela empresa. No entanto, ele deve
ter 12 meses. Vale ressaltar que a legislação comercial e fiscal exige no
mínimo um balanço patrimonial e uma demonstração dos resultados de
cada exercício.

• Regime de caixa - existe outra forma de registro das contas


contábeis. Porém, sua aplicação é restrita a entidades sem fins
lucrativos. Nesse tipo, no que chamamos regime de caixa, as
receitas são contabilizadas no momento do recebimento e as
despesas no momento do pagamento. Também é um método
utilizado para alguns relatórios financeiros.
24 Fundamentos Contábeis

Figura 4 – Análise de relatório contábil

Fonte: Freepik

• Custo como base de valor - esse princípio diz que as aquisições


de ativos deverão ser contabilizadas pelo seu valor histórico, ou
seja, pelo valor de compra ou aquisição. Um exemplo disso é a
compra de um veículo, que sofre desvalorização rapidamente.
No entanto, o registro é feito a partir do valor de compra, mesmo
que tenha sido desvalorizado. A Deliberação CVM nº 29/1986
menciona que no Brasil o Princípio do Custo como Base de Valor
poderia ser intitulado “O Princípio do Custo Histórico Corrigido
como Base de Valor”.

Há uma restrição a esse princípio em situações em que em uma


aquisição, o valor de custo é superior ao valor de venda ou mercado,
então devemos avaliar esse ativo pelo mercado.

Cabe colocarmos nesse princípio outra situação muito comum,


que é o tratamento e registro de mercadorias em estoque. No caso de
empresas comerciais, com a finalidade de revenda, existe a intenção de
obtenção de lucro. Logo, o princípio do custo como base de valor diz
que os bens adquiridos devem ser registrados pelo preço de compra ou
o chamado preço de custo. Mesmo sabendo que será vendido por valor
maior ao custo de aquisição, o registro deve ser efetuado e mantido pelo
preço de custo.
Fundamentos Contábeis 25

Quando ocorrer a venda, a mercadoria sairá do estoque e a baixa


de estoque deverá ser realizada novamente pelo preço de custo. O valor
da venda será registrado em uma conta chamada receita, pelo preço
de venda, ou seja, muito provavelmente por um valor maior. Logo, a
diferença entre os valores da receita de vendas, menos o valor do custo
da mercadoria vendida, significa o lucro bruto na venda de mercadorias.

• Essência sobre a forma - A essência sobre a forma é destacada


pela Deliberação CVM nº 29/86 no Item 1, parágrafo 2º, como
conceito-chave e não como princípio contábil. Esse princípio
é relacionado com os aspectos legais e fiscais que levam a
determinadas interpretações sobre alguns eventos. Para a
contabilidade deve prevalecer a natureza econômica do evento a
ser registrado e não a forma em que está legalmente apresentado.
Um bom exemplo disso é o leasing financeiro, cuja forma são as
despesas de aluguel. No entanto, a essência do evento é a compra
de um ativo.

• Princípios conforme deliberações - os princípios de contabilidade


diferem em terminologia de acordo com o órgão contábil que os
instituiu. Veremos cada um a seguir.

Convenções
As convenções fazem restrições aos princípios contábeis. Podem
ser consideradas como normas ou até mesmo como um guia prático para
o trabalho do contador. Sobre as convenções, Reis (2017, p. 81) afirma que:
As Convenções Contábeis são consideradas restrições
aos princípios de contabilidade e também são chamadas
de Qualificações Contábeis. As Convenções Contábeis
complementam os Postulados e Princípios Contábeis,
auxiliam o profissional da Contabilidade nas instruções
finais a fim de encontrar a direção norteada pelo Princípio
Contábil.

Além disso, as convenções descrevem e limitam como devem ser


feitos os registros. Conheça mais sobre cada um em seguida.
26 Fundamentos Contábeis

• Objetividade: a Convenção da Objetividade determina que as


mensurações devem estar comprovadas por documentos e
critérios objetivos e se não houver documentação, que possam
ser corroboradas por consenso de profissionais qualificados (REIS,
2017). O contador deve ser objetivo ao efetuar a escrituração de um
fato. Deve se apoiar em elementos objetivos, evitando o máximo
possível qualquer subjetividade, lembrando que a contabilidade é
uma ciência exata. O lançamento registrado deve ser avalizado por
um documento hábil respaldando a mensuração do objeto.

• Competência: de acordo com Reis (2017), o Princípio de


Competência determina que os efeitos das transações devem ser
registrados no momento em que eles ocorrem independentemente
da realização financeira, do recebimento ou do pagamento.
O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da
confrontação de receitas e de despesas correlatas.

• Conservadorismo: o profissional da contabilidade deve considerar


os valores de forma mais conservadora possível quando se
encontrar frente a duas ou mais opções de mensuração para um
mesmo fato, sem se desviar dos princípios contábeis. Nesses casos,
deve considerar os menores valores para o ativo e maiores valores
para o passivo (REIS, 2017). Em situações de dúvida, o contador
deve optar pela forma mais conservadora de escrituração. Para o
caso de dúvida, fazer o lançamento de todas as despesas sempre
que possível. No caso de receita, se houver dúvida, não se deve
lançar.

• Materialidade: o profissional da área contábil deve avaliar a relação


custo benefício da informação prestada por ele, enfatizando a
influência da informação negada para o usuário à luz dessa relação
custo benefício (REIS, 2017). Voltamos à questão da exatidão, agora,
com um olhar para o custo-benefício da informação. O contador
deve sempre buscar a exatidão numérica do lançamento, levando
em consideração que o custo não seja prejudicial à empresa.
Aqui, a tratativa de lançamentos com valores maiores deve ser
Fundamentos Contábeis 27

mais cautelosa, enquanto a tratativa de lançamentos de valores


menores exige menos rigor.

• Consistência ou uniformidade: a Convenção da Consistência diz


respeito à manutenção dos critérios de mensuração para que as
demonstrações contábeis possam ser comparadas com clareza
e consistência. As mudanças de critério devem ser reveladas em
notas explicativas (REIS, 2017). Depois que o contador adotou
determinado critério de avaliação de um ativo ou passivo, ele
deverá adotar esse critério consistentemente e uniformemente
ao longo dos anos. Como as informações e os registros contábeis
perduram durante toda a existência da entidade, o critério deve se
manter inalterado. Existe a possibilidade de alteração, no entanto,
ela deverá ser evidenciada em nota explicativa. Mudanças não
devem ser repetitivas.

• Comentários: a contabilidade se utiliza de uma metodologia


prática e demanda informações dos diversos usuários da
informação contábil que podem se alterar com o passar do tempo.
Inclusive, muitas normas foram alteradas mediante fatos que
aconteceram no meio corporativo de grandes empresas trazendo
a necessidade de mudanças e melhorias nos controles.

• Registro pelo valor original: esse princípio determina o registro


dos ativos e passivos pelo seu valor original em moeda nacional.
Posteriormente pode haver atualização dos valores registrados
decorrentes do Custo Corrente, Valor Realizável, Valor Presente,
Valor Justo e Atualização Monetária. De acordo com Reis (2017, p. 83):
Custo corrente é o valor do custo histórico, considerando-
se o desgaste pelo estado atual do bem e nos casos do
passivo, o valor a ser pago sem descontos no período da
demonstração contábil. Valor Realizável é o valor pelo
qual o bem consegue ser realizado em casos de venda
ordenada e para o passivo é o valor a ser pago sem
descontos no curso normal das operações da entidade.
Valor Presente nos casos do ativo é o valor atual dos fluxos
de caixa futuros a ser gerado por esse ativo, enquanto que
no passivo é o valor atual dos pagamentos necessários
para saldá-lo. Valor Justo é o valor pelo qual um ativo pode
28 Fundamentos Contábeis

ser trocado, e um passivo o valor pelo qual o bem pode ser


saldado em condições normais de negociação, ou seja, o
valor de mercado para a transação.

• Atualização monetária: é a correção do valor registrado


contabilmente pelo índice de desvalorização da moeda. A
atualização monetária não implica em ganho, mas sim somente
trazer o valor registrado ao valor atual devido à perda de valor
causada pela inflação. O princípio da Atualização Monetária
constante na Resolução CFC nº 750/93 foi extinto como princípio
pela Resolução nº 1.282/2010. Todavia, o processo de atualização
monetária passou a ser tratado como uma forma de variação
do custo histórico e está contido no princípio de Registro Pelo
Valor Original (art. 7º, parágrafo 1º, II, “e” da Resolução CFC nº
1.282/2010).

• Evidenciação: toda e qualquer informação que não for considerada


como suficientemente explicativa deverá ser reforçada com
notas explicativas. Informações necessárias à facilitação do
entendimento dos relatórios devem fazer parte das notas
explicativas, sejam detalhamentos de números ou qualificação às
informações numéricas.

• Oportunidade: o Princípio da Oportunidade refere-se à integridade


dos registros e das informações que devem ser apresentadas
de forma tempestiva, ou seja, devem ser registradas todas as
variações sofridas pelo patrimônio da entidade no momento em
que elas ocorrem. As informações provenientes desses registros
devem ser relevantes, oportunas e confiáveis. Todavia, algumas
vezes, é difícil mensurar o valor exato a ser registrado, nesses
casos os cálculos devem ser efetuados por estimativa.

• Atualização monetária: o Princípio de Atualização Monetária


implica em atualizar os valores da Demonstração Contábil, a fim
de compensar as perdas ocasionadas pela inflação. O princípio da
Atualização Monetária, constante na Resolução CFC nº 750/1993,
foi extinto como princípio pela Resolução nº 1.282/2010. Todavia,
o processo de atualização monetária passou a ser tratado como
Fundamentos Contábeis 29

uma forma de variação do custo histórico e está contido no


princípio de Registro Pelo Valor Original (art. 7º, parágrafo 1º, II, “e”
da Resolução CFC nº 1.282/2010).

SAIBA MAIS:

Quer se aprofundar ainda mais nesse tema? Leia o artigo


Estudo sobre os princípios contábeis praticados no Brasil
e sua evolução histórica até os dias atuais. Esse trabalho
trata da evolução histórica dos princípios contábeis no
Brasil sob o ponto de vista legal e literário, mencionando as
diversas denominações atuais e passadas que a doutrina
e a legislação adotaram, mas tomando como diretriz a
Resolução do CFC nº 750 de 1993. Clique aqui para acessar.

RESUMINDO:

Chegamos ao final de mais uma seção desta unidade,


na qual tratamos inicialmente os aspectos conceituais e
introdutórios, os conceitos que fazem parte da contabilidade
e a importância deles na gestão financeira e patrimonial, de
modo que inicia a sua familiarização em aspectos do tema
que estão relacionados à contabilidade e aos principais
escopos de observação da sua composição. Você deve ter
aprendido que é de extrema importância para o profissional
que atua no âmbito da contabilidade reconhecer os
componentes e processos da ciência que estuda o
patrimônio, bem como os elementos que contribuem para
a normatização das práticas no Brasil. Também podemos
relembrar que os postulados, os princípios e as convenções
norteiam os contadores sobre como tratar as informações
e como registrá-las. Além disso, existe um padrão de
registro para que qualquer usuário da informação contábil
esteja apto à leitura e ao entendimento dela. Por fim, o
aprendizado do capítulo possibilita o conhecimento sobre
os principais elementos que o profissional em contabilidade
precisa utilizar para desempenhar as atividades de maneira
ética e assertiva.
30 Fundamentos Contábeis

A Técnica Contábil e os Relatórios Básicos


Objetivo: Vimos até aqui os conceitos introdutórios da contabilidade,
as regras básicas para registro dos fatos ocorridos em uma entidade,
úteis e necessárias para o conhecimento dos diversos usuários. Agora,
vamos entrar nos usos da contabilidade como ferramenta operacional de
forma que cumpra com seus objetivos. Motivado para desenvolver esta
competência? Então, vamos lá. Avante!

Escrituração – métodos e sistemas


O objetivo da contabilidade é controlar o patrimônio fornecendo
informações que prestem auxílio durante o processo de tomada de
decisão, quanto aos domínios financeiros em uma entidade. Entretanto,
para que isso aconteça, é preciso entender que os profissionais da área
da contabilidade fazem uso de alguns instrumentos específicos com
a finalidade de realizar o fornecimento das informações garantindo a
confiabilidade do que está sendo direcionado. Essas técnicas realmente
existem e são o que de fato é utilizado para subsidiar o processo de
tomada de decisão na gestão das entidades quanto ao gerenciamento
financeiro.

Ao entender que a contabilidade é composta por um conjunto de


teorias, conceitos e técnicas utilizadas para atingir o objetivo de controlar
uma massa patrimonial (PADOVEZE, 2014), devemos lembrar dessa
ciência como o principal instrumento para o controle do patrimônio. Nesse
sentido, afirma-se que:
Como ciência de controle do patrimônio empresarial, ela
teve de fazer diversas ramificações ou especializações
para poder atender melhor aos diversos aspectos
de controles patrimoniais que foram surgindo e que
mereciam atendimento especial face às necessidades de
informações dos diversos usuários internos e externos. De
qualquer forma, o método contábil é o único e é utilizado
indistintamente para atender a todos os segmentos
específicos da contabilidade. (PADOVEZE, 2014, s. p.)
Fundamentos Contábeis 31

Alguns elementos são importantes para o processo de construção


das ferramentas que torna possível a operacionalização das técnicas
contábeis. Na tabela a seguir podemos observar os segmentos que
facilitarão a didática dessa ciência:
Tabela 1 - Segmentos da contabilidade

Fonte: Padoveze (2014).

Nesse momento, vamos nos atentar ao primeiro ponto, a


escrituração, que é o primeiro passo antes de partir para qualquer
outra área da contabilidade. A escrituração é uma técnica de lançar
apontamentos em livros. Com a tecnologia, parece um pouco ultrapassado
pensarmos em lançamentos em livros, no entanto, a contabilidade,
mesmo utilizando a tecnologia, gera lançamentos em livros. Os registros
32 Fundamentos Contábeis

são realizados ao longo de um exercício contábil e ao seu final, os livros


são impressos, registrados e guardados ou apresentados aos usuários de
interesse. É importante lembrar de que toda a movimentação patrimonial
de uma entidade estará registrada e impressa em um livro, devidamente
documentado.

REFLITA:

Independente do sistema utilizado para registro, o método


de registro deverá ser único!

O método utilizado é o método das partidas dobradas. Explicando


o método, podemos dizer que tem esse nome porque o mesmo valor é
lançado em duas contas (itens patrimoniais ou de resultado) no mínimo,
através dos débitos e créditos. De acordo com Kettle e Schnetzler (2020,
p. 23), o método das partidas dobradas (MPD) “refere-se a um método de
registro adotado pela ciência contábil no decorrer de sua história. Este
método é a base da escrita contábil que é sustentada por teorias que,
amparadas em suas Escolas, procuraram explicar os porquês da forma de
se fazer tal escrita”.

REVISANDO: vale lembrar do Renascimento, quando Lucca Paccioli


criou o método das partidas dobradas, onde para um débito existe um
ou mais créditos de igual valor ou vice-versa.

O método decorre da seguinte forma:

Partida == Registro == Escrituração == Lançamento

É importante salientar que a finalidade de se lançar em dois


lugares é manter a equação de trabalho ou de equilíbrio patrimonial
em situação de igualdade. Isso nos faz lembrar que a contabilidade, em
alguns momentos, é simbolizada pela balança, representando equilíbrio,
igualdade.
Fundamentos Contábeis 33

Figura 5 - A balança simboliza o equilíbrio do patrimônio de uma entidade

Fonte: Pixabay

Introdução ao lançamento
Lançamento é o registro ou a escrituração de cada transação ou
evento econômico nos livros contábeis. O lançamento deve conter a data,
a conta de débito, a conta de crédito, o histórico e o valor.

As informações que compõem o lançamento devem ser originadas


ou baseadas em um documento que o habilite chamado documento hábil.
Nenhum lançamento poderá ser feito nos livros contábeis sem que haja
um documento como respaldo das informações, comprovando-as tanto
em nível fiscal, quanto em nível comercial e mesmo em nível de controle
patrimonial. Essa documentação pode ser de origem interna ou externa.
São exemplos de documentação externa: recibos de depósitos bancários,
comprovantes de aplicações financeiras, cópias de cheques, notas fiscais,
faturas, escrituras, duplicatas, recibos em geral etc. Certamente você já
utilizou e já teve conhecimento de pelo menos três desses documentos.

Os documentos internos podem ser as requisições de almoxarifados,


comunicados de transferência, notificações, notas de débito ou crédito,
relatórios de despesas de viagem etc.
34 Fundamentos Contábeis

Livros contábeis
É importante retomar o fato de que a tecnologia veio como
uma ferramenta que agrega valor e promove agilidade e segurança
da informação. No entanto, a didática é construída em cima de uma
contabilidade tradicional. Alguns termos podem parecer antigos e
inadequados ou até mesmo sem muita relação com a prática contábil
atual, mas ainda assim, fazem parte da ciência e são a base conceitual
para o funcionamento e aplicação do método.

Sobre a escrituração contábil e os livros contábeis, Moreira (2017, p.


7) afirma:
Com o surgimento, o desenvolvimento da contabilidade
e a escrituração de seus registros contábeis, surgiram
muitas ferramentas fundamentais ligadas a ela, e uma
delas são os livros Diários e o Razão. O preenchimento
do livro Diário deve obedecer ao método das partidas
dobradas, e sua escrituração deve ser individualizada e
respeitar a ordem cronológica das operações da entidade,
sendo dispensável a sua escrituração. Com a escrituração
do livro-razão e as informações fornecidas através dele,
a empresa terá um melhor controle de seu patrimônio,
além dessas informações conduzirem a resultados
positivos para melhor administração de todas as entidades
empresarias. Outro principal livro contábil é o livro diário,
que através de sua escrituração registra completamente as
operações que abrangem o patrimônio, durante o decorrer
de um período, e ao contrário do livro-razão, o diário deve
ser legalizado e seu uso é obrigatório, e onde se escritura
todas as operações contábeis da entidade. Seu registro
deve obedecer às regras de escrituração cronológica
de seus atos, que serão as operações da atividade que
possam vir ou alterar o contexto patrimonial da empresa.

Os próprios livros aos quais o autor de refere eram utilizados pelos


contadores ao registrarem os fatos. Atualmente, eles são chamados
de livros, contém a mesma essência, porém são relatórios gerados e
apresentados, mas ainda são chamados de livros. São dois:

• Livro diário: É um livro contábil de preenchimento obrigatório


(exigido por lei), onde são lançadas as operações do dia a dia de
uma entidade. Nele, são registrados os fatos contábeis em partidas
Fundamentos Contábeis 35

dobradas, ou seja, os totais de débito e de crédito deverão ser


sempre iguais.

Os lançamentos devem ser realizados em ordem cronológica,


com individualização, clareza e referência ao documento hábil, todas as
operações ocorridas e quaisquer outros fatos que provoquem variações
patrimoniais. Nesse livro deve conter:

• Data da operação (transação).

• Título da conta débito e da conta crédito.

• Valor do débito e do crédito.

• Histórico  (alguns dados fundamentais sobre a operação em


registro: número da nota fiscal, cheque, terceiros envolvidos etc. O
histórico deve ser o mais breve possível, escrito de forma reduzida).

Observe na figura a seguir a representação gráfica de um modelo


de livro diário com alguns itens obrigatórios.
Figura 6 - Modelo de livro diário

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

• Livro-razão é um livro fundamental ao processo contábil e


exigido pela legislação brasileira para empresas cuja tributação
do Imposto de Renda seja com base no lucro real.

Por meio desse livro é possível controlar separadamente o


movimento de todas as contas. O controle individualizado das contas é
36 Fundamentos Contábeis

importante para se conhecer os seus saldos, possibilitando a apuração de


resultados e elaboração de demonstrações contábeis, como o balancete
de verificação do livro-razão, balanço patrimonial etc.

Através desse livro, temos o detalhamento por contas individuais


dos lançamentos realizados no diário, sendo usado para resumir e totalizar
esses lançamentos por conta ou subconta. A figura a seguir demonstra
a representação gráfica de um modelo de livro-razão com alguns itens
específicos desse exemplo.
Figura 7 - Modelo de livro-razão

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

Relatórios contábeis na tomada de decisão


As informações contidas nos relatórios contábeis, ou demonstrações
financeiras, são utilizadas pelos gestores da entidade com os objetivos de:
prestar contas, fornecer informações e ser um instrumento de subsídio
para tomada de decisões no aspecto econômico-financeiro de uma
entidade. No entanto, além dos acionistas, credores e gestores, outros
atores também podem fazer uso dessas informações, como o governo e
seus órgãos de fiscalização.

Para estar em conformidade com as exigências da organização e de


seus usuários, as demonstrações financeiras costumam ter periodicidade
mensal, trimestral ou anual, a depender da finalidade e das políticas da
empresa. De acordo com Marion (2009, p. 46):
Fundamentos Contábeis 37

Os dados coletados pela contabilidade são apresentados


periodicamente aos interessados de maneira resumida e
ordenada, formando, assim, os relatórios contábeis. Os
relatórios são elaborados de acordo com as necessidades
dos usuários. Evidentemente, um relatório sobre o
resultado anual de uma farmácia destacará muito menos
pormenores que o de uma siderúrgica, que, normalmente,
tem um número elevado de proprietários, grande volume
de negócios, diversos tipos de impostos a recolher,
operações em muitas agências bancárias.

Os registros realizados nos livros contábeis cooperam com as


etapas do processo contábil. Esse processo obedece um movimento
que podemos chamar de fluxo contábil, que de acordo com Silva, Nardi
e Ribeiro (2015) é capaz de reconhecer, mensurar e reportar a realidade
do desempenho econômico e financeiro da empresa de modo a fornecer
informações aos usuários para auxiliá-los no processo de tomada de
decisão, dando a eles bases consistentes para análise da companhia e
consequente iniciativa quanto à alocação de recursos. De forma resumida,
podemos descrever o fluxo contábil da seguinte maneira:
Figura 8 - Resumo do fluxo contábil

Captar Partida dobrada

Registrar Diário

Acumular Razão

Resumir Balancete

Demonstrações
Apresentar
financeiras

Fonte: Elaborado pela autora (2021).


38 Fundamentos Contábeis

As principais informações contidas nesses registros revelam o


patrimônio da empresa, as obrigações com terceiros, as operações
de entradas e as saídas de capital, entre outras atividades do âmbito
financeiro que são realizadas pela entidade. Os autores Silva e Souza (2011,
p. 69) afirmam que “os registros contábeis realizados periodicamente
pelas empresas são a fonte dos dados para o processo de elaboração
das Demonstrações Financeiras”.

Os relatórios contábeis podem compreender diversos tipos, porém


o art. 176 da Lei n° 6.404/1976 estabelece que a empresa, ao final de
cada exercício social, tem o dever de elaborar algumas demonstrações
financeiras, com o intuito de informar com transparência a situação do
patrimônio da entidade e as mutações ocorridas no período. Sendo assim,
se caracterizam como relatórios obrigatórios os seguintes:

a. Balanço Patrimonial (BP).

b. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).

c. Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA).

d. Demonstração das Origens e Aplicações de Recurso (DOAR) — no


caso de Sociedades Anônimas.

O Conselho Federal de Contabilidade institui normas para a


elaboração de cada um desses relatórios, no entanto, a configuração
pode mudar de empresa para empresa, uma vez que as informações a
serem fornecidas variam de acordo com a constituição dessa sociedade,
assim como seu setor de atuação e a dimensão do negócio.
Fundamentos Contábeis 39

SAIBA MAIS:

Quer se aprofundar ainda mais nesses assuntos correlatos


aos relatórios contábeis e sua participação nos processos
de decisão? Então, leia o artigo Assimetria informacional no
mercado de capitais do Brasil: os relatórios contábeis são
capazes de reduzir o risco de investimento?. Baseado na
Teoria Positiva Contábil e na Teoria Moderna do Portfólio,
o artigo foi desenvolvido com o intuito de verificar se as
informações contábeis são eficientes a ponto de influenciar
o risco de investimentos no mercado acionário brasileiro.
Clique aqui para acessar.

RESUMINDO:

Agora, para garantir que você realmente entendeu o tema


de estudo deste capítulo, vamos resumir mais uma vez todo
o assunto que trabalhamos. Vimos que a contabilidade é
o conjunto de teorias, conceitos e técnicas utilizadas para
atingir o objetivo de controlar uma massa patrimonial e que
a escrituração é uma técnica de lançar apontamentos em
livros. Além disso, aprendemos que lançamento é o registro
ou a escrituração de cada transação ou evento econômico
nos livros contábeis. Por fim, vimos que os relatórios
contábeis são uma peça fundamental para o processo
de gerenciamento e tomada de decisão nas empresas. A
tecnologia veio como uma ferramenta que agrega valor e
promove agilidade e segurança da informação, no entanto,
a didática é construída em cima de uma contabilidade
tradicional.
40 Fundamentos Contábeis

O Comitê de Pronunciamentos Contábeis

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo você será capaz de entender


que no Brasil e no mundo a contabilidade é utilizada
como método e técnicas de escrituração e registro dos
fatos econômicos das empresas. Para que seja utilizado
um padrão único e assertivo existem órgãos reguladores
e fiscalizadores. Isso será fundamental para o exercício de
sua profissão. E então? Motivado para desenvolver essa
competência? Então, vamos lá. Avante!

Conhecendo órgãos normativos e fiscalizadores


Neste capítulo, entenderemos melhor alguns órgãos que interferem
nas normas e técnicas contábeis. Todas as atividades do campo contábil
no território brasileiro são regulamentadas no âmbito federal por um
conselho da profissão. Dessa forma, é importante que, inicialmente,
você conheça, de forma rápida, sobre o que é o Conselho Federal de
Contabilidade (CFC) e qual o seu papel no mundo prático e teórico da
contabilidade.

Conforme pudemos conhecer ao longo da disciplina, a contabilidade


é repleta de técnicas e métodos com algumas normas para que sejam
realizados os seus procedimentos, essas normas são estabelecidas,
regulamentadas e fiscalizadas pelo Conselho Federal de Contabilidade
(CFC). O CFC é uma autarquia criada para regular a conduta dos
profissionais de contabilidade no Brasil, estabelecendo algumas regras
sobre as práticas envolvidas. Veja o que diz a sua apresentação:
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) é uma Autarquia
Especial Corporativa dotada de personalidade jurídica de
direito público. Criado e regido por legislação específica, o
Decreto-Lei nº 9.295, de 27 de maio de 1946, o CFC possui
estrutura, organização e funcionamento regulamentados
pela Resolução CFC nº 1.370, de 8 de dezembro de 2011,
que aprova o Regulamento Geral dos Conselhos de
Fundamentos Contábeis 41

Contabilidade. O CFC é integrado por um representante


de cada estado e mais o Distrito Federal, no total de 27
conselheiros efetivos e igual número de suplentes – Lei nº
11.160/05 -, e tem, dentre outras finalidades, nos termos da
legislação em vigor, principalmente a de orientar, normatizar
e fiscalizar o exercício da profissão contábil, por intermédio
dos Conselhos Regionais de Contabilidade, cada um em sua
base jurisdicional, nos Estados e no Distrito Federal; decidir,
em última instância, os recursos de penalidade imposta
pelos Conselhos Regionais, além de regular acerca dos
princípios contábeis, do cadastro de qualificação técnica e
dos programas de educação continuada, bem como editar
Normas Brasileiras de Contabilidade de natureza técnica e
profissional. (CFC, on-line)

Dentre suas diversas atribuições legais, também é responsável


por criar novas normas e regras de funcionamento ou modificações em
normas existentes que garantam a confiabilidade e a lisura do exercício da
profissão dentro dos domínios nacionais, no entanto, esse olhar também
tem o intuito da convergência da contabilidade brasileira com os padrões
internacionais. Essas alterações se tornam necessárias por motivos de
modificações de leis e lançadas pelo governo ou até mesmo devido a
fraudes ocorridas no meio corporativo.

Para esclarecer melhor a necessidade dessa autarquia para a


profissão e para a sociedade, podemos citar alguns exemplos de fraudes
de grandes empresas que manipularam seus documentos contábeis
fazendo com que milhões de acionistas, funcionários e até a sociedade
saíssem lesados pela má gestão e por crimes cometidos. Graças à
fiscalização os casos foram descobertos. São alguns exemplos: A Enron,
empresa de energia americana, localizada em Houston, Texas, que
empregava 21.000 funcionários. Decretou falência em 2001 após denúncia
de fraude contábil e fiscal. O que houve: inflou os ganhos e diminuiu os
prejuízos. Outro caso ocorreu com a Xerox, companhia norte-americana
auditada envolvida em escândalo de fraude contábil e fiscal no ano de
2002. O que houve: elevou artificialmente seus resultados e apresentou
lucro maior do que o auferido num período de quase cinco anos.

Além desses dois escândalos, aconteceram muitos outros que


levaram os órgãos reguladores dos países a voltarem sua atenção
42 Fundamentos Contábeis

a uma reformulação de normas e procedimentos. Criando normas e


leis que regem a política monetária do país, existem órgãos e comitês
governamentais, tais como Banco Central do Brasil (Bacen), Comissão de
Valores Mobiliários (CVM), Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB),
Superintendência de Seguros Privados (Susep), Federação Brasileira
de Bancos (Febraban), além de outros relacionados às áreas produtivas
do país, bem como o rendimento e recolhimento de tributos. Esses são
órgãos reguladores.

Comitê de Pronunciamentos Contábeis


Para que a contabilidade Brasileira atenda às leis impostas, devem
ocorrer alterações e adaptações, assim, foi criado através da Resolução
CFC nº 1.055/2005, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC)
por meio de uma união de esforços e objetivos comuns das seguintes
entidades:

• Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca).

• Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do


Mercado de Capitais (Apimec Nacional).

• B3 Brasil Bolsa Balcão.

• Conselho Federal de Contabilidade (CFC).

• Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon).

• Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras


(Fipecafi).

• Entidades representativas de investidores do mercado de capitais.

O CPC tem como objetivo o estudo, o preparo e a emissão de


documentos técnicos  sobre procedimentos de contabilidade, além da
divulgação de informações dessa natureza para permitir a emissão de
normas pela entidade reguladora brasileira, tendo em vista a centralização
e uniformização de seu processo de produção, levando sempre em conta
a convergência da contabilidade brasileira aos padrões internacionais.
Fundamentos Contábeis 43

REVISANDO: lembra-se quando falamos dos Princípios e Conven-


ções? São procedimentos básicos complementados por novas técnicas ou
por aperfeiçoamento de técnicas estudadas e preparadas pelo CPC.

A criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis se tornou


necessária por colaborar ativamente com a convergência internacional das
normas contábeis (redução de custo de elaboração de relatórios
contábeis, redução de riscos e custo nas análises e decisões e redução de
custo de capital), com a intenção de centralização na emissão de normas
dessa natureza (no Brasil, diversas entidades o fazem) e representação e
processos democráticos na produção dessas informações (produtores da
informação contábil, auditor, usuário, intermediário, academia e governo).
Conheça algumas de suas características básicas na figura a seguir.
Figura 9 - Características do CPC

Autônomo
das entidades
representadas

Os membros Estrutura
não auferem CPC fornecida pelo
remuneração CFC

Pode ser formado


por inúmeras
entidades

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

Um fato interessante e bastante usual para o nosso aprendizado


é trazido por Trazzi e Martins (2018) quando pontuam que em 2009 o
CPC emitiu o Pronunciamento para as Pequenas e Médias Empresas
(CPC PME), cujo foco incide na melhoria da qualidade e confiabilidade
dos relatórios contábeis dessas instituições comparativamente àqueles
preparados por empresas de grande porte.
44 Fundamentos Contábeis

O CPC atua dessa forma, ou seja, tentando otimizar as atividades


do ambiente contábil e empresarial, de acordo com o contexto de
evolução do mercado e as necessidades dos parâmetros contábeis. Para
compreender melhor sobre esse órgão, veja como se apresenta o CPC
em seu regulamento nos artigos 1 e 2.
Art. 1º O Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC,
idealizado a partir da união de esforços e comunhão de
objetivos das entidades que o constituem, por expressa
solicitação desses seus membros componentes iniciais,
formalmente criado pela  Resolução nº. 1.055, de 07 de
outubro de 2.005  do Conselho Federal de Contabilidade
– CFC, para que este, além de dele participar, lhe desse a
infraestrutura de apoio que viabilizasse o alcance de sua
missão.

Art. 2º O CPC será regido pela Resolução que o criou


e, complementarmente, por este Regimento Interno,
aprovado unanimemente, em sua versão original, pela
Assembleia dos Presidentes das entidades que constam
dessa Resolução. (CFC, 2005)

Após a criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC)


no Brasil, em 2015, o órgão passou a ser responsável, desde então, pela
emissão de pronunciamentos técnicos, interpretações e orientações
contábeis em conformidade com o conjunto de normas internacionais.
Para entender melhor sobre a emissão dos documentos por esse órgão,
veja a seguir o que diz os artigos 13, 14, 18 e 19 da regulamentação do CPC:
Art. 13 De acordo com a Resolução CFC nº. 1.055/05,
é atribuição do CPC estudar, pesquisar, discutir,
elaborar e deliberar sobre o conteúdo e a redação de
Pronunciamentos Técnicos, podendo, inclusive, emitir
Interpretações, Orientações e Comunicados.

Art. 14 Os Pronunciamentos Técnicos estabelecem


conceitos doutrinários, estrutura técnica e procedimentos
a serem aplicados.

Art. 18 Com o objetivo de que todos os documentos


emitidos pelo CPC estejam convergentes às normas
internacionais de contabilidade emitidas pelo International
Accounting Standards Board  (IASB), o CPC dará
conhecimento público da inclusão de aprimoramentos e
Fundamentos Contábeis 45

de correções em documentos já editados, por meio do


documento intitulado “Revisão CPC No “X””.

Art. 19 Os Comunicados têm como objetivo chamar a aten-


ção para algum esclarecimento adicional sobre a adoção
dos Pronunciamentos Técnicos e/ou Interpretações, além
de outros comentários sobre a adoção das normas inter-
nacionais no Brasil, junto à mídia e demais interessados
no tema.

Parágrafo único. Os Comunicados do CPC serão seguidos


de numeração sequencial, por exemplo, Comunicado CPC
Nº “X”. (CFC, 2005)

Após a criação do CPC em 2005, numerosas alterações foram


introduzidas no Brasil a partir das Leis nº 11.638, de 28 de dezembro de
2007, e 11.941, de 27 de maio de 2009, no intuito de uniformizar as normas
brasileiras aos padrões das normas internacionais de contabilidade, as
International Financial Reporting Standards (IFRS).

No entanto, esse trabalho não é competência exclusiva do CPC,


a execução dessas atividades depende de um trabalho integrado entre
diversos órgãos e instituições. A seguir, entenda o fluxograma da hierarquia
CPC e demais instituições:
Figura 10 - Hierarquia de funcionamento, aprovação e pronunciamento do CPC

IASB emite IFRS

CPC emite pronunciamentos, orientações e


interpretações com base nas IFRS

Bacen, CVM, SRF, Susep


Aprovam em seus âmbitos de atuação
pronunciamentos, orientações e interpretações
do CPC.

Fonte: Marion (2018).


46 Fundamentos Contábeis

Marion (2018) aponta a hierarquia de funcionamento, aprovação e


pronunciamento do CPC envolvendo alguns órgãos diferentes do que
citamos anteriormente. Sá e Malaquias (2012) reafirmam que esse comitê
é integrado pela Associação Brasileira de Companhias Abertas (Abrasca),
pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), pelo Conselho Federal
de Contabilidade (CFC), pela Associação dos Analistas e Profissionais de
Investimento do Mercado de Capitais (APIMEC), pela Fundação Instituto
de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi) e pelo Instituto
dos Auditores Independentes (Ibracon). Para maior clareza sobre os
órgãos envolvidos com o CPC, analise as siglas referentes a eles na tabela
a seguir.
Tabela 2 - Siglas

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

É importante salientar que muitas empresas são sociedades de


capital aberto, sociedades anônimas ou, em outras palavras, as empresas
que abriram seu capital para venda de ações, buscando investidores que
passam a ser sócios de pequenas partes do capital social.

REVISANDO: o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) deter-


mina métodos para elaboração de documentos contábeis.

Para viabilizar a interpretação dos investidores e a tomada de


decisão, o CPC padronizou os relatórios contábeis de forma que as
entidades possam expor de forma detalhada e resumida os dados
Fundamentos Contábeis 47

colhidos pela contabilidade, com o objetivo de relatar os principais fatos


financeiros registrados em um determinado período.

Podemos observar a seguir a alteração da CPC 00 (R2) - Estrutura


Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro,
aprovada em 01/11/2010, divulgada em 10/12/2019:
SITUAÇÃO E FINALIDADE DA ESTRUTURA CONCEITUAL SP

1.1 A Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro


(Estrutura Conceitual) descreve o objetivo dos conceitos
para, relatório financeiro para fins gerais.

A finalidade dessa Estrutura Conceitual é:

(a) auxiliar o desenvolvimento das Normas Internacionais


de contabilidade (IFRS) para que tenham base em
conceitos consistentes.

(b) auxiliar os responsáveis pela elaboração (preparadores)


dos relatórios financeiros a desenvolver políticas contábeis
consistentes quando nenhum pronunciamento se aplica
à determinada transação ou outro evento, ou quando o
pronunciamento permite uma escolha de política contábil;
e (c) auxiliar todas as partes a entender e interpretar os
Pronunciamentos. (CPC, 2019)

Assim como demonstra Ribeiro (2018), entender as atribuições que


envolvem o tema CPC é de extrema importância para a profissão contábil,
pois busca harmonizar as normas nacionais com as internacionais,
influenciando para que o Brasil caminhe para um processo de convergência
das normas de contabilidade instituídas nacionalmente para as normas
internacionais de contabilidade.

Pronunciamento Conceitual Básico (R2): Objetivo


da elaboração e divulgação do relatório contábil-
financeiro
Um relatório contábil-financeiro tem como objetivo fornecer
informações contábeis qualitativas e quantitativas de determinada
entidade que sejam úteis a investidores e credores para que eles possam
tomar decisões a respeito dessa entidade. Veja o que diz o pronunciamento
técnico CPC 00 (R2) sobre sua apresentação e seus objetivos:
48 Fundamentos Contábeis

1.1 O objetivo do relatório financeiro para fins gerais forma


a base dessa Estrutura Conceitual. Outros aspectos dessa
Estrutura Conceitual – as características qualitativas de
informações financeiras úteis e a restrição de custo sobre
tais informações, o conceito de entidade que reporta,
elementos das demonstrações contábeis, reconhecimento
e de reconhecimento, mensuração, apresentação e
divulgação – decorrem logicamente do objetivo.

1.2 Objetivo, utilidade e limitações do relatório financeiro


para fins gerais é fornecer informações financeiras sobre
a entidade que reporta que sejam úteis para investidores,
credores por empréstimos e outros credores, existentes e
potenciais, na tomada de decisões referente à oferta de
recursos à entidade. (CPC, 2019)

O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações


sobre a situação financeira e patrimonial de uma entidade, destacando o
desempenho organizacional e as mudanças ocorridas no âmbito financeiro
da empresa, de forma que suas informações sejam úteis aos usuários
internos e usuários externos. Conheça os usuários do pronunciamento
técnico CPC 00 (R2):
1.3 As decisões descritas no item 1.2 dependem dos
retornos que os existentes e potenciais investidores,
credores por empréstimos e outros credores esperam, por
exemplo, dividendos, pagamentos de principal e juros ou
aumentos no preço de mercado [...].

1.4 Para fazer as avaliações descritas no item 1.3, os


investidores, credores por empréstimos e outros credores,
existentes e potenciais, precisam de informações sobre: (a)
os recursos econômicos da entidade, reivindicações contra
a entidade e alterações nesses recursos e reivindicações
(ver itens de 1.12 a 1.21); e (b) a eficiência e eficácia da
administração e do órgão de administração da entidade
no cumprimento de suas responsabilidades sobre o uso
dos recursos econômicos da entidade.

1.5 Muitos investidores, credores por empréstimos e


outros credores, existentes e potenciais, não podem exigir
que as entidades que reportam forneçam informações
diretamente a eles, devendo se basear em relatórios
financeiros para fins gerais para muitas das informações
financeiras de que necessitam. Consequentemente, eles
Fundamentos Contábeis 49

são os principais usuários aos quais se destinam relatórios


financeiros para fins gerais.

1.6 Contudo, relatórios financeiros para fins gerais não


fornecem nem podem fornecer todas as informações de
que necessitam investidores, credores por empréstimos
e outros credores, existentes e potenciais. Esses usuários
precisam considerar informações pertinentes de outras
fontes, como, por exemplo, condições e expectativas
econômicas gerais, eventos políticos e ambiente político e
perspectivas do setor e da empresa. (CPC, 2019)

A principal utilidade dos relatórios é prestar informações úteis para


auxiliar o processo de decisão. Veja o que o regulamento diz sobre o
processo de tomada de decisão por parte desses usuários:
1.7 Relatórios financeiros para fins gerais não se destinam a
apresentar o valor da entidade que reporta, mas fornecem
informações para auxiliar investidores, credores por
empréstimos e outros credores, existentes e potenciais,
a estimar o valor da entidade que reporta [...]. (CPC, 2019)

Ribeiro Filho, Lopes e Pederneiras (2009) relatam que o objetivo


das demonstrações contábeis é possibilitar informações relevantes para
auxiliar na tomada de decisão dos seus responsáveis, evidenciando a
situação econômico-financeira da entidade e seus resultados. Nesse
sentido, o CPC demonstra seu uso específico no processo decisório:
1.8 Usuários primários individuais têm necessidades
e desejos de informação diferentes e possivelmente
conflitantes. Ao desenvolver os Pronunciamentos, busca-
se fornecer um conjunto de informações que atenda às
necessidades do maior número de principais usuários.
Contudo, concentrar-se em necessidades de informação
ordinárias não impede que a entidade que reporta inclua
informações adicionais que sejam mais úteis para um
subconjunto específico de principais usuários.

1.9 A administração da entidade que reporta também está


interessada em informações financeiras sobre a entidade.
Contudo, a administração não precisa se basear em
relatórios financeiros para fins gerais, pois ela pode obter
internamente as informações financeiras de que precisa.

1.10 Outras partes, como reguladores e o público em geral,


que não investidores, credores por empréstimos e outros
50 Fundamentos Contábeis

credores, podem também considerar relatórios financeiros


para fins gerais úteis. Contudo, esses relatórios não são
direcionados essencialmente a esses outros grupos.

1.11 Em grande medida, relatórios financeiros baseiam-


se em estimativas, julgamentos e modelos e, não, em
representações exatas. (CPC, 2019)

ACESSE:

Quer se aprofundar nesse tema? Recomendamos o


acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento:
CPC 00 (R2) - Estrutura Conceitual para Elaboração e
Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro, disponível
em: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/
Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=80

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu


mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de
que você realmente entendeu o tema de estudo deste
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter
aprendido que a contabilidade é uma ciência que surgiu
há muito tempo. Através dessa ciência, são registrados
fatos econômicos de entidades que podem ser pessoas
físicas ou jurídicas, de forma organizada, obedecendo
princípios e convenções norteadoras da forma de registro,
com o objetivo de tornar as informações visíveis e de fácil
interpretação, pela padronização dos métodos de registro.
Devido à demanda dessas informações pelos usuários da
contabilidade e por essas informações serem universais,
elas devem ser revistas periodicamente e reformuladas
de forma que atendam às necessidades das entidades
conforme leis e medidas aplicadas pelo Estado, lembrando
da consonância com a normas internacionais. Isso se dá
principalmente em função de investidores em empresas
de capital aberto, que necessitam de informações para
tomadas de decisão de investimento e de crédito.
Fundamentos Contábeis 51

REFERÊNCIAS
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introdução à contabilidade. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil, 2016.

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Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC. 2005. Disponível em: http://
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