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Gestão Tributária

Regimes Tributários e
o Simples Nacional
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
LUCIANE ROSA DE OLIVEIRA
AUTORIA
Luciane Rosa de Oliveira
Sou formada em Administração de Empresas e em Ciências
contábeis, além de possuir Mestrado em Administração e formação
pedagógica, o que propicia a licenciatura no curso de Administração, com
uma experiência técnico-profissional na área de Planejamento através de
projetos e ainda conhecimento na área empresarial de mais de 14 anos.
Passei por empresas como Prefeituras, empresas do ramo farmacêutico
e agropecuário, sendo que além da experiência em empresas descobri
uma nova paixão que é a docência, então desde 2012 atuo como docente
trabalhando com ensino técnico e posteriormente com nível superior.
Sou apaixonada pelo o que faço e adoro transmitir minha experiência
de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fui
convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores
independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de
muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou
mento; discutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer down- acumulativo das
load, assistir vídeos, últimas abordagens;
ler textos, ouvir
podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Entender os Regimes Tributários Brasileiros...................................10
Entendendo os Tipos de Empresa......................................................................................10

Classificação quanto ao Tipo Societário.......................................................................... 11

Enquadramento das Empresas.............................................................................................. 13

Microempreendedor Individual.......................................................................... 15

Microempresa.................................................................................................................. 16

Empresa de Pequeno Porte.................................................................................. 17

Apoio às Micro e Pequenas Empresas............................................................................. 18

Regimes de Tributários Brasileiros...................................................................................... 19

Simples Nacional......................................................................................... 22
Enquadramento ............................................................................................................................... 22

Facilitações ..........................................................................................................................................23

Documento Arrecadação Simples .....................................................................................24

Exclusão .................................................................................................................................................26

Organizações que se Enquadram no Simples Nacional............. 27


Condições para Enquadramento..........................................................................................27

Organizações que não se Enquadram.............................................................................27

Contabilização Opção e Aplicação do Simples Nacional........... 30


Como Funciona................................................................................................................................ 30

Como é Cobrado?........................................................................................................................... 30

Tipos de Alíquota......................................................................................................... 30

Cálculo do Imposto a ser Pago.......................................................................... 31

Empresas de Comércio...............................................................................................................32

Fabricas e Indústrias......................................................................................................................34

Empresas Prestadoras de Serviços....................................................................................35


Gestão Tributária 7

02
UNIDADE
8 Gestão Tributária

INTRODUÇÃO
Você sabia que as empresas brasileiras podem possuir diferentes
classificações? Elas podem ser qualificadas de acordo com o porte e
tamanho e ainda com o seu faturamento e enquadramento e que com
a economia estável o Brasil propiciará um desenvolvimento econômico
com a criação de inúmeros empregos nos próximos anos? Isso mesmo.
A área de tributação e enquadramento tributário é essencial para o
planejamento de uma empresa, sendo assim, você vai aprofundar esse
tema ainda nesta unidade, sua principal responsabilidade é conhecer
as tipificações das empresas, seu enquadramento e o regime tributário.
Hoje um dos regimes mais usados é o do Simples Nacional que propicia
a unificação de diversos impostos que, antes oneravam e muito as
empresas. Mas afinal o que é o Simples Nacional? Será que realmente é
uma boa alternativa para os empresários? Quais as limitações? Existem
desvantagens? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste
universo e entender como funciona a tributação e principalmente
entender o que é o Simples Nacional.
Gestão Tributária 9

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à ​Unidade 2- Simples N
​ acional. Nosso
objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências
profissionais até o término desta etapa de estudos:

1. Explicar os regimes tributários brasileiros.

2. Analisar como funciona o Regime Tributário Simples Nacional.

3. Identificar as organizações que podem ser beneficiadas com esse


regime.

4. Interpretar a contabilização, aplicação e opção do Simples


Nacional.

Conheça um pouco mais sobre os regimes de tributação que as


empresas (pessoas jurídicas) brasileiras podem optar, em especial ao
simples nacional entendendo as vantagens tributárias que esse regime
oferece.

Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?


Ao trabalho!
10 Gestão Tributária

Entender os Regimes Tributários


Brasileiros

OBJETIVO:

Ao término desta competência você será capaz de


entender como funcionam os regimes tributários das
empresas Brasileiras. Isto será fundamental para o exercício
de sua profissão. Entender como funcionam os regimes
e a tributação tornaram-se essenciais para o sucesso
empresarial, uma vez que, qualquer planejamento deverá
considerar o faturamento e o regime que a empresa adotará.
E então? Motivado para desenvolver esta competência?
Então vamos lá. Avante!

Entendendo os Tipos de Empresa


Você já deve ter escutado “João” abriu uma empresa. Seria uma
microempresa, empresa de pequeno porte, ou ainda nosso amigo “João”
seria um microempreendedor individual? Esses termos definem as
classificações das empresas brasileiras, mas o que diferencia cada um
desses termos?

No momento da abertura de uma pessoa jurídica por meio da


criação de um CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), o contribuinte
poderá escolher qual tipo de classificação a sua empresa se enquadra.
Existem duas classificações quanto tipo societário se a empresa terá
apenas um dono, será uma sociedade, ou se será uma cooperativa ou
sociedade anônima, ou seja, o tamanho da empresa que influenciará
diretamente no tipo de tributação que esta será passível.
Gestão Tributária 11

SAIBA MAIS:

A criação de uma empresa traz a necessidade de um


registro com a Receita Federal, ou seja, de um CNPJ. Essa
obrigatoriedade surgiu no dia 1º de julho de 1998, por
intermédio da Instrução Normativa SRF nº 27/1998. Esse
número que pode ser pesquisado junto ao site da Receita
Federal possui dados como uma identidade da empresa,
com informações que vão da data de abertura, nome
fantasia, nome da empresa, CNAE (atividade principal e
secundárias), natureza jurídica e ainda a situação cadastral
dela.

Classificação quanto ao Tipo Societário


Ter uma empresa é um dos sonhos de muitos brasileiros. No ano
de 2019, a taxa de empreendedorismo total chegou a 38% de acordo
com a GEM (Global Entrepreneurship Monitor), e o que tudo indica esse
número deverá aumentar nos próximos anos.

Mas além de uma ideia e do planejamento é preciso, no momento


da formalização de uma empresa, registrar na Junta Comercial a
solicitação de abertura da mesma e cabe ao empresário definir o
tipo da sua empresa, podendo ser empresário individual, sociedade
limitada, empresa individual de Responsabilidade limitada, cooperativa
e sociedade anônima.

• Empresário Individual: constituído por uma única pessoa,


por meio de um requerimento de empresário, sendo que sua
responsabilidade é de forma ilimitada sem a separação dos bens
da pessoa física com a pessoa jurídica.
12 Gestão Tributária

Figura 1- Empresário planejando

Fonte: Freepik

• Sociedade limitada: é constituída por mais de uma pessoa por


meio de um contrato social que define a participação de cada um,
sendo que os sócios respondem de acordo com a sua cota de
capital.

• Empresa individual de responsabilidade limitada EIRELI:


também é composta por apenas um dono, sendo que a diferença
do empresário individual é que a responsabilidade é limitada,
porém para sua legalização é necessário que o capital integralizado
da empresa seja no valor de 100 salários mínimos.

• Cooperativa: são sociedades em que as pessoas possuem


interesses em comum, sendo que a responsabilidade dos
associados poderá ser limitada ou ilimitada, sendo que a
assembleia é o instrumento de formalização, sendo considera
uma sociedade simples.

• Sociedade anônima: ou SA são empresas que o capital é dividido


em ações que podem ser de capital aberto ou fechado.
Gestão Tributária 13

VOCÊ SABIA?

Que a internet foi uma grande aliada para diminuir a espera


na hora da formalização de uma empresa? Antes deste
recurso o contador encaminhava a documentação, recebia
o protocolo e poderia demorar até 30 dias para receber o
deferimento. Com a informatização das Juntas Comerciais
brasileiras, as 27 autarquias (uma em cada estado) são
responsáveis pela criação, modificação e encerramento
das atividades empresariais, tendo em seus sites
funcionalidades como o registro de uma empresa, sendo
que após a solicitação o processo pode ser encaminhado
eletronicamente ou entregue em uma unidade de
atendimento.

Enquadramento das Empresas


Não existe uma unanimidade na análise da classificação de uma
empresa, sendo que o mais usual é de acordo com a sua arrecadação.
Mas o Brasil desde 1984 já entendia que as empresas de menor tamanho
propiciam a geração de empregos, melhoram a distribuição de renda,
dessa forma, torna-se interessante o fomento a esse tipo de empresa.

Entenda como a Legislação tributária sempre buscou auxiliar as


Micro e pequenas empresas:
Quadro 1- Evolução na legislação tributária para MEI, ME e EPP

Instituição do estatuto da microempresa


Lei 7.256 de 27 de
visando um tratamento simplificado e
novembro de 1984
diferenciado.
Em seu inciso IX a Constituição Federal
Artigo 170 da
propõe favorecimento e tratamento
Constituição Federal de
diferenciado às empresas de capital
05 de outubro de 1988
brasileiro e de pequeno porte.
14 Gestão Tributária

Artigo 179 da Propõe atendimento diferenciado às micro


Constituição Federal do e pequenas empresas visando estimular
Brasil de 05 de outubro o desenvolvimento regional por meio da
de 1988 simplificação dos impostos.
Apesar da criação do SEBRAE ter sido
em 1972, com nomenclatura de CEBRAE
(Centro brasileiro de apoio a pequena
Decreto nº 99.570, de 9 e a média empresa) foi no ano de 1991
de outubro de 1991 que transformou-se em serviço social
autônomo. Hoje faz parte do Sistema “S” e
recebe recursos das contribuições relativas
a folhas de pagamento.
Lei 8.864 de 28 de Define “empresa de pequeno porte” já citada
março de 1994 na Constituição Federal desde 1988.
Criação do SIMPLES NACIONAL o sistema
integrado de pagamento de impostos e
Lei 9.317 de 05 de de contribuições das micro e pequenas
dezembro de 1996 (Lei empresas com a unificação de diversos
do SIMPLES) impostos, além de diminuir a carga de
impostos, privilegiado as micro e pequenas
empresas.
Lei 9.841 de 05 de Cria o novo Estatuto das micro e pequenas
outubro de 1999 empresas.
Regulamenta o Simples Nacional como
regime tributário, com a unificação de
Lei complementar nº diversos impostos em um só e compartilha
123, de 14 de dezembro a arrecadação, cobrança e fiscalização
de 2006 de tributos, benefício este apenas às
microempresas e empresas de pequeno
porte.
Cria a figura do Microempreendedor
Lei Complementar nº Individual - MEI e modifica partes da Lei
128/2008 Geral da micro e pequena empresa - Lei
Complementar 123/2006.
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Gestão Tributária 15

Dessa forma, podemos definir as empresas como: microempreen-


dedor individual, micro empresa, empresa de pequeno porte e médias e
grandes empresas.

Microempreendedor Individual
Para entender o porquê da criação do microempreendedor
individual você precisa compreender que até 2008, muitas pessoas
viviam na informalidade, esse era um reflexo de uma economia
empreendedora por oportunidade, ou seja, aquela sem planejamento.
Inúmeros profissionais como carpinteiros, mecânicos, cabeleireiras,
artesãos trabalhavam de forma autônoma, tinham um pequeno negócio,
mas que viviam na informalidade. Achavam que o processo de abertura
de um CNPJ era bastante demorado e burocrático.
Figura 2 – Mecânicos são exemplos de MEI

Fonte: Freepik

Esses profissionais acabavam sem contribuir para o INSS, o que


ocasionava que os mesmo não eram assegurados, dessa forma, não
poderiam se aposentar, solicitar auxílio-doença, por exemplo.
16 Gestão Tributária

A Lei Complementar nº 128/2008 regulamentou o MEI, ou seja,


a criação de um CNPJ de forma fácil e rápida, através do site para
empresas que faturem até R$ 5.000,00 mensais, ou R$ 60.000,00
anuais, que tenham até um funcionário, sendo necessário recolher o
DAS (documento de arrecadação do simples nacional) assegurando
direitos ao INSS, Certidão de Regularidade Fiscal líquida de impostos o
que proporcionará participar em processos licitatórios e ainda direito a
incentivos governamentais (FARIAS, 2016).

SAIBA MAIS:

Você presta serviço e quer se regularizar? Acesse o


site disponível aqui, clique em “formalize-se”, coloque o
número do seu CPF e crie sua conta. Entre com o CPF,
nome completo, e-mail, telefone celular e aceite o termo
de uso. Logo após você receberá uma confirmação e crie
uma senha, entrando no sistema coloque em “formalize-se”
para criação de um CNPJ, ali você poderá ter uma atividade
principal e até 15 atividades secundárias. Neste site além
de inúmeras informações como direitos e obrigações, dicas
de segurança dos bombeiros você também poderá gerar o
seu DAS que poderá ser por boleto, pagamento online ou
parcelamento.

Microempresa
De acordo com a Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro
de 2006, no seu Artigo terceiro, consideram-se microempresas ou
empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade
simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário
individual, devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis
ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas.

Sendo que para microempresa em cada ano-calendário, receita


bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais);
(LEI COMPLEMENTAR 123, 14 de dezembro de 2006).
Gestão Tributária 17

O número de colaboradores de uma microempresa também varia,


mas em média de acordo com SEBRAE (2016), o número de funcionários
para uma empresa denominada com micro empresa (ME) na indústria e
no comércio e serviços é:
Quadro 2- Número de colaboradores microempresa

Indústria Comércio e serviços


Até 19 pessoas ocupadas Até 9 pessoas ocupadas
Fonte: Sebrae (2016).

Empresa de Pequeno Porte


De acordo com a mesma lei a empresa será enquadrada como
de pequeno porte, quando tiver receita bruta superior a R$ 360.000,00 (tre-
zentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 (qua-
tro milhões e oitocentos mil reais) (BRASIL, 2006).

Outro ponto relevante é que para o SEBRAE, o número de


funcionários em média para uma empresa denominada com empresa de
pequeno porte EPP na indústria e no comércio e serviços é:
Quadro 3- Número de colaboradores EPP

Indústria Comércio e serviços

De 20 pessoas ocupa-
das a 99 pessoas ocu- De 10 pessoas ocupadas a 49 pessoas ocupadas
padas

Fonte: Sebrae (2016)

Para você entender o quanto as micro e pequenas empresas


influenciam na economia brasileira entenda que com relação à criação
de empregos no período de 2005 a 2015, conforme dados do Sebrae
(2016):
As micro e pequenas empresas criaram 6,1 milhões de
empregos com carteira assinada, elevando o total de
postos nessas empresas de 11,1 milhões, em 2005, para
17,2 milhões, em 2015. Em todo o período, o crescimento
médio do número de empregados nas MPEs foi de 4,5%
a.a. (SEBRAE, p. 35, 2016)
18 Gestão Tributária

Se compararmos as micro e pequenas empresas no período de


2005- 2010 com relação aos empregos, ocorreu um aumento significativo
de 2,2 milhões de empregos uma vez que foram criados 3,9 milhões.
Em 2015, as micro e pequenas empresas foram
responsáveis por 99% dos estabelecimentos, 53,9% dos
empregos privados não agrícolas formais no país e 43,6%
da massa de salários. Entre 2005 e 2015, de cada R$ 100
pagos aos trabalhadores no setor privado não agrícola,
cerca de R$ 41, em média, foram pagos por micro e
pequenas empresas. (SEBRAE, p. 35, 2016)

Entenda que uma atendimento diferenciado a esse tipo de


empresa é essencial, uma vez que a maioria dos estabelecimentos
brasileiros (99%), a maioria de empregos privados, sendo 53,9% são de
micro e pequenas empresas sendo responsável por 43, 6% dos salários
pagos, demonstrando assim a importância econômica e estratégica para
o desenvolvimento do Brasil, afirmando a necessidade do governo em
pensar formas de fomentar essas empresas.

Apoio às Micro e Pequenas Empresas


Então o governo por entender a importância no fomento das
micro e pequenas empresas criou o SEBRAE, inicialmente CEBRAE, mas
em 1991 que tornou-se uma entidade privada sem fins lucrativos, que
propõe oferecer programas e projetos para o desenvolvimento das micro
e pequenas empresas ou consultoria empresarial visando melhorar a
competitividade, realizar melhorias na gestão dessas empresas. Uma
instituição que faz parte do sistema “S”, mantido com parte dos recursos
pagos pelas empresas nas contribuições patronais, sendo todas as
empresas que recolhem o INSS, assim são repassados ao Sebrae o valor
de 0,03% da folha de pagamento das empresas.
Gestão Tributária 19

Figura 3- SEBRAE- Serviço brasileiro de apoio à micro e pequenas empresas

Fonte: Wikmedia

O SEBRAE tem sede em Brasília e tem atuação nacional, em


todos os 27 estados brasileiros, com 700 pontos de atendimento com
consultorias, palestras, cursos e programas como Agente Local de
Inovação (ALI), Empretec, além de cursos a distância visando a capacitação
dos empreendedores. Dessa forma, por meio de um direcionamento
estratégico o Sebrae Nacional desenvolve ações e projetos com base na
realidade regional e as diretrizes nacionais (RALIO; DONADONE, 2015).

Regimes de Tributários Brasileiros


No Brasil existem quatro formas tributação das empresas de
acordo com porte em se enquadram sendo eles: Microempreendedor
individual, simples nacional, lucro real, lucro presumido, lucro arbitrado.
Quadro 4- Regimes tributários brasileiros

Regime Características
O MEI é enquadrado no simples nacional, e realiza o paga-
MEI mento através do DAS e é isento de tributos federais, pagan-
do uma taxa única mensal.
É o regime utilizado por microempreendedores individuais,
Simples nacional microempresas e empresas de pequeno porte, com fatura-
mento até 4,8 milhões por ano.
Com base no lucro apurado pela empresa, com limites de
Lucro presumido
faturamento de até R$ 48 milhões por ano.
Qualquer empresa poderá se enquadrar e obrigatoriamente
Lucro real em empresas com faturamento anual superior a R$ 48 mil-
hões.
20 Gestão Tributária

Com faturamento no ano calendário anterior igual ou menor


Lucro arbitrado a R$ 78 milhões ano ou R$ 6,5 milhões em cada mês de ativ-
idade.
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).

Cabe então ao gestor realiza rum planejamento tributário, analisar


seu faturamento, seu ramo de atividade para se enquadrar nos regimes
tributários sendo que o que traz mais vantagens para micro e Pequenas
empresas é o simples nacional.

SAIBA MAIS:

Caso queira se aprofundar no assunto, acesse o artigo “Os


Impactos dos Regimes Tributários sobre o Resultado dos
Exercícios. Para isso, clique aqui.
Gestão Tributária 21

RESUMINDO:

Nesta unidade você conseguiu compreender que


existem diferentes tipos de empresas que podem ser
individuais: empresário individual ou empresa individual de
responsabilidade limitada EIRELI, sociedades simples na
união de duas ou mais pessoas para abrir um negócio com
base em um documento denominado contrato social, que
a empresa poderá ser uma sociedade cooperativa, que é
uma sociedade simples em que as pessoas possuem cotas
e suas decisões são em assembleia ou ainda sociedades
anônimas, que são empresas com ações que podem
ter capital aberto ou fechado. Que as empresas podem
ter como regime de tributação o microempreendedor
individual, simples nacional, lucro real, lucro presumido e
lucro arbitrado. Tendo em vista que, de acordo com dados
do SEBRAE (2016), a maioria dos empregos (53%) são
gerados por micro e pequenas empresas, bem como, o
número de estabelecimentos no Brasil (99%), demonstrando
assim a importância econômica e social dessas empresas.
O governo propôs formas de desburocratizar e facilitar o
pagamento de impostos por meio do simples nacional.

Nesta unidade demonstrou-se que é notória a importância


econômica e social das micro e pequenas empresas,
pois elas são responsáveis por empregos o que auxilia na
diminuição das desigualdades sociais. Essas empresas
possuem importância estratégica para o desenvolvimento,
desta forma, elas recebem vantagens na tributação como
o regime de tributação simples nacional.
22 Gestão Tributária

Simples Nacional

OBJETIVO:

Objetivo: Nesta unidade abordaremos a alta carga


tributária brasileira que sempre foi um empecilho para o
desenvolvimento das empresas. Análise: seria justo uma
pequena empresa com apenas um funcionário pagar o
mesmo imposto que uma multinacional? Não, pois isso
contribuiria para a má distribuição de renda. E então?
Motivado para desenvolver esta competência? Então
vamos lá. Avante!.

Podemos definir o termo “SIMPLES NACIONAL” dentro do contexto


organizacional da seguinte maneira:

DEFINIÇÃO:

Simples nacional é o regime tributário simplificado para


micro e pequenas empresas, visando proporcionar uma
menor carga tributária a essas empresas com intuito de
estimular o crescimento dessas empresas e do emprego.
Este imposto abrange oito tributos, entre os quais o ICMS e
o ISS, que são recolhidos por meio de um documento único
o DAS e é apurado com base em uma alíquota única.

Enquadramento
Para optar ao simples nacional poderão ser micro empreendedores
individuais, micro empresas e empresas de pequeno porte, devido sua
função estratégica e social, sendo que a lei 123/2006 define que estas
empresas deverão ter um tratamento diferenciado. Para enquadramento
ficou assim definido conforme Souza (2018), para as microempresas
aquelas, no ano-calendário, tenha como receita bruta igual ou inferior a
R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais).
Gestão Tributária 23

Na empresas de pequeno porte tendo como receita bruta no cada


ano-calendário de 31/12/2017: superior a R$ 360.000,00 (trezentos e
sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e
seiscentos mil reais) e a partir de 1º/01/2018: superior a R$ 360.000,00
(trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00
(quatro milhões e oitocentos mil reais).

Fica assim definido também por meio da lei 123/2006 que


estas empresas receberão tratamento diferenciado na apuração e
recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos estados, do
Distrito Federal e dos municípios, mediante regime único de arrecadação,
inclusive obrigações acessórias, as quais ocorrem através da DAS, e ainda
vantagens no cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias,
inclusive obrigações acessórias.

Facilitações
Estas empresas ainda terão facilitações ao acesso a crédito e ao
mercado, tendo à preferência nas aquisições de bens e serviços pelos
poderes públicos, à tecnologia, ao associativismo e às regras de inclusão
e terão sua inscrição no cadastro nacional único de contribuintes,
adotado para a arrecadação, a fiscalização e a cobrança compartilhadas
pelos entes federados.

EXEMPLO:

Na aquisição de um bem ou serviço por empresa pública no


processo de licitação a microempresa e empresa de pequeno porte, terão
preferência como no artigo 44 da Lei 123/2006, no caso de empates as
micro e pequenas empresas. Entende-se por empate aquelas situações
em que as propostas apresentadas pelas microempresas e empresas
de pequeno porte sejam iguais ou até 10% superiores à proposta mais
bem classificada. § 2º. Na modalidade de pregão, o intervalo percentual
estabelecido no § 1º deste artigo será de até 5% superior ao melhor preço.
24 Gestão Tributária

Documento Arrecadação Simples


Dessa forma, desde 1984 (ver quadro 1) o governo tem buscado
soluções para diminuir ou simplificar a arrecadação de impostos sendo
que o SIMPLES NACIONAL de acordo com o Art. 13, é um documento
único para o recolhimento dos Impostos.
Figura 4 – DAS

Fonte: Governo de Alagoas (2016).

O documento de arrecadação do simples é um documento mensal


gerado pelo contador ou pelo setor de contabilidade que contém o
nome da empresa, a data de recolhimento e o código de barras para
pagamento.

Esse documento recolhe mensalmente os seguintes impostos e


contribuições:
Gestão Tributária 25

I - Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ.

II - Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI.

III - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL.

IV - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS.

V - Contribuição para o PIS/Pasep.

VI - Contribuição Patronal Previdenciária - CPP para a Seguridade


Social, a cargo da pessoa jurídica.

VII - Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de


Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual
e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS.

VIII - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS.

Portanto, o simples nacional é um regime tributário previsto em lei


que propõe um tratamento diferenciado a micro e pequenas empresas
brasileiras, com a simplificação do cálculo do imposto visando fomentar
esse tipo de empresa.

EXPLICANDO MELHOR:

Simples nacional é o regime tributário simplificado para


micro e pequenas empresas, que em uma única cobrança
fará a arrecadação de diversos impostos municipais,
estaduais e federais. Os de competência federal sendo
eles: Imposto de Renda pessoa Jurídica (IRPJ), Imposto de
Produto industrializado (IPI), Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido – CSLL; Contribuição para o Financiamento
da Seguridade Social – COFINS; Contribuição para o PIS/
PASEP; Contribuição Patronal Previdenciária - CPP para a
Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica. Os impostos
de competência estadual: Imposto sobre Operações
Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações
de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal
e de Comunicação (ICMS) e os impostos de competência
Municipal: Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
(ISSQN) ou (ISS).
26 Gestão Tributária

Exclusão
O regime do simples nacional é facultativo, dessa forma, a empresa
que tiver interesse precisara optar, sendo que, uma vez escolhido é
irretratável para todo o ano-calendário, podendo ser modificado apenas
no próximo ano, sendo que Souza (2018) define que as empresas poderão
ser excluídas em situações previstas como impeditiva de acesso ao
direito ao tratamento jurídico diferenciado previsto na LC 123/2006,
ela será excluída de tal tratamento jurídico e do simples nacional, com
efeitos a partir do mês seguinte ao que incorrida a situação impeditiva.

A renda bruta também poderá excluir as empresas do regime


do simples nacional sendo que a empresa de pequeno porte que no
ano-calendário exceder o limite de receita bruta anual fica excluída, no
próximo mês subsequente à ocorrência.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudo? Agora, só para termos certeza de que você realmente
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir
tudo o que vimos. Falamos sobre o simples nacional,
enquadramento, facilitações, documentos de arrecadação
simples e exclusão.
Gestão Tributária 27

Organizações que se Enquadram no


Simples Nacional
Condições para Enquadramento
O simples nacional traz facilidades, mas não são para todas as
empresas que podem se enquadrar, pois é necessário o cumprimento
de algumas condições para a empresa poder ter esse enquadramento
diferenciado.

Para enquadrar-se no simples nacional a empresa deve ser MEI,


microempresa ou empresa de pequeno porte (veja o faturamento
e as características no Quadro 2), atender a legislação vigente e na
formalização da empresa optar pelo simples nacional.

A Lei Complementar 155/2016 trouxe algumas alterações, uma


delas é que micro e pequenas empresas tais como: cervejarias, vinícolas,
produtores de licores e micro e pequenas destilarias, poderão ser
optantes pelo simples nacional (BRASIL, 2016).

Organizações que não se Enquadram


Ainda existe algumas empresas que não se enquadram no simples
nacional e a lei no Art. 17 define que as seguintes empresas mesmo
sendo microempresa ou empresa de pequeno porte não poderão ser
optantes pelo simples nacional sendo elas em seu Inciso primeiro com
relação à exploração financeira, creditícia como empresas de factoring,
assim definindo em lei:
I - que explore atividade de prestação cumulativa e
contínua de serviços de assessoria creditícia, gestão
de crédito, seleção e riscos, administração de contas
a pagar e a receber, gerenciamento de ativos (asset
management) ou compra de direitos creditórios
resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação
de serviços (factoring) ou que execute operações de
empréstimo, de financiamento e de desconto de títulos
de crédito, exclusivamente com recursos próprios, tendo
como contrapartes microempreendedores individuais,
28 Gestão Tributária

microempresas e empresas de pequeno porte, inclusive


sob a forma de empresa simples de crédito. (BRASIL, 2006
Art. 17)

Para ser optante pelo simples nacional a microempresa ou empresa


de pequeno porte deverá ter sócios domiciliados no Brasil e é vetado a
participação em entidade pública, assim como definem Incisos ll e lll.
II - que tenha sócio domiciliado no exterior;

III - de cujo capital participe entidade da administração


pública, direta ou indireta, federal, estadual ou municipal.
(BRASIL, 2006, Art. 17)

Empresas com débitos municipais, estaduais e federais não


poderão ser optantes pelo simples nacional conforme o Inciso V, bem
como, dividas com o INSS, atente que empresas de prestação de
serviços de transporte intermunicipal e interestadual (Inciso VI), geradora
de energia elétrica (Brasil, 2006).
VI - que preste serviço de transporte intermunicipal
e interestadual de passageiros, exceto quando na
modalidade fluvial ou quando possuir características
de transporte urbano ou metropolitano ou realizar-se
sob fretamento contínuo em área metropolitana para o
transporte de estudantes ou trabalhadores;

VII - que seja geradora, transmissora, distribuidora ou


comercializadora de energia elétrica;

VIII - que exerça atividade de importação ou fabricação de


automóveis e motocicletas;

IX - que exerça atividade de importação de combustíveis;

X - que exerça atividade de produção ou venda no atacado


de:

a) cigarros, cigarrilhas, charutos, filtros para cigarros, armas


de fogo, munições e pólvoras, explosivos e detonantes.
(BRASIL, 2006, Art. 17)

Atente que o simples nacional visa facilitar e desenvolver micro


e pequenas empresas brasileiras, sendo que no Inciso XV proíbe o
enquadramento de empresas que produzam bebidas alcoólicas,
compostos, cervejas sem álcool.
Gestão Tributária 29

Ainda não poderão ser optantes pelo simples nacional, as empresas


que realizem a locação de mão de obra, loteamento e à incorporação
de imóveis, de locação de imóveis próprios, e com alguma restrição,
irregularidade em cadastro fiscal federal, municipal ou estadual, quando
exigível (BRASIL, 2006).

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudo? Agora, só para termos certeza de que você realmente
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos
resumir tudo o que vimos. Falamos sobre as organizações
que se enquadram no simples nacional, condições de
enquadramento e falamos ainda das organizações que não
se enquadram
30 Gestão Tributária

Contabilização Opção e Aplicação do


Simples Nacional
Como Funciona
Mensalmente o contador (ou responsável pela empresa) emitirá
um DAS (Documento de arrecadação do simples), sendo que o prazo
para recolhimento do DAS até o dia 20 do mês subsequente àquele
em que houver sido auferida a receita bruta, sendo então que o DAS
abrangerá os seguintes tributos: IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, Cofins, IPI, ICMS,
ISS e a contribuição para a seguridade social destinada à previdência
social a cargo da pessoa jurídica (CPP).

Por meio do sistema eletrônico é disponibilizado às micro


empresas e empresas de pequeno porte a realização do cálculo do valor
mensal devido, facilitando assim a geração do DAS, para constituição do
crédito tributário. Outra facilidade é a apresentação da declaração única
e simplificada de informações socioeconômicas e fiscais.

Como é Cobrado?
A empresa enquadrada no simples nacional, dependendo do
seu faturamento, pagará alíquotas diferenciadas que variam de 4% a
31%, em um documento único. Cada empresa, dependendo do tipo de
atividade que se enquadra, terá alíquotas diferenciadas, sendo que essas
mudanças têm vigência a partir de 2018, devido a Lei complementar nº
155 de 27 de outubro de 2016, sendo essa a última alteração.

Tipos de Alíquota
As alíquotas previstas pela Lei Complementar 123, inciso I e § 6º,
explanam sobre os percentuais sob o faturamento sendo disposto da
seguinte forma sendo a alíquota normal, a que consta das tabelas dos
anexos I a V, sendo a mais comum, máxima que correspondente à última
faixa de receita bruta acumulada RBT-12 de cada uma das tabelas dos
Gestão Tributária 31

anexos I a V-A da referida resolução e a majorada última faixa de cada


anexo acrescida de 20%, máxima e alíquota majorada (BRASIL, 2006).
I – Alíquota Normal, a utilizada no cálculo dos tributos
devidos no Simples Nacional, conforme previsto no § 3o
do art. 18 da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro
de 2006; II – Alíquota Máxima, a utilizada no cálculo dos
tributos devidos no Simples Nacional nos períodos de
apuração que incidirem na hipótese prevista no § 5o do
art. 21; III – Alíquota Majorada Limite Nacional, a utilizada
no cálculo dos tributos devidos no Simples Nacional
a partir do período de apuração em que a empresa
ultrapassar o limite máximo de receita bruta anual, exceto
no ano de início de atividades, conforme o § 16-A do art.
18 da Lei Complementar no 123, de 2006; IV – Alíquota
Majorada Limite Nacional Proporcional, a utilizada no
cálculo dos tributos devidos no Simples Nacional a partir
do período de apuração em que a empresa, no ano de
início de atividades, ultrapassar o limite máximo de
receita bruta anual, conforme disposto no § 16 do art.
18 da Lei Complementar no 123, de 2006; V – Alíquota
Majorada Sublimite Estadual, os percentuais utilizados no
cálculo do ICMS e do ISS devidos no Simples Nacional
a partir do período de apuração em que a empresa
ultrapassar o sublimite estadual, exceto no ano de início
de atividades, conforme disposto no § 17-A do art. 18 da
Lei Complementar no 123, de 2006; VI – Alíquota Majorada
Sublimite Estadual Proporcional, os percentuais utilizados
no cálculo do ICMS e do ISS devidos no Simples Nacional
a partir do período de apuração em que a empresa, no ano
de início de atividades, ultrapassar o sublimite estadual,
conforme disposto no § 17 do art. 18 da Lei Complementar
no 123, de 2006. (BRASIL, 2016)

Cálculo do Imposto a ser Pago


As alíquotas variam podendo ser cobradas de acordo com sua
classificação sendo normal, máxima ou Majorada. Considera também o
faturamento, tipo de empresa e estão propostos na Lei Complementar
155 no Art. 18, definido que será definido um cálculo entre alíquota
nominal efetiva, de acordo com o Anexo l a V, utilizando a RECEITA
BRUTA acumulada nos doze meses anteriores. Dessa forma, temos a
seguinte fórmula:
32 Gestão Tributária

Fórmula:
Alíquota Efetiva=

Onde:

RBT12: receita bruta acumulada nos doze meses anteriores


ao período de

Apuração.

Aliq: alíquota nominal constante dos Anexos I a V da Lei


Complementar.

PD: parcela a deduzir constante dos Anexos I a V da Lei


Complementar.

As alíquotas então poderão variar de acordo com o faturamento


e tipo de empresa e estão propostos no Anexo V da Lei Complementar
155, mas podemos definir que serão cobradas de acordo com seu
faturamento e tipo de empresa, sendo que com esta última modificação
o número de tabelas de alíquotas de seis caiu para cinco e as faixas de
faturamento modificaram de vinte para seis, sendo definidas as alíquotas
diferenciadas para:

• Um grupo para empresas do comércio.

• Um grupo para indústrias.

• Três grupos para prestação de serviços.

Cada um desses grupos serão descritos a seguir.

Empresas de Comércio
As atividades de comércio existem no Brasil desde o seu
descobrimento. Essas atividades geram empregos e impostos. São
consideradas empresas de comércio aquelas que realizam atividades de
compra e venda de mercadorias, podendo ser varejistas ou atacadistas.
Para serem optantes pelos simples nacional deverão ser classificadas
como ME, ou EPP, dessa forma, utilizam como base de cálculo o seu
faturamento com alíquotas de acordo como quadro 5
Gestão Tributária 33

Quadro 5 – Alíquotas do simples nacional para o comércio

Receita Bruta 12 meses Alíquotas

Até 180.000,00 4%
De 180.000,01 a 360.000,00 7,3 %
De 360.000,01 a 720.000,00 9,5 %
De 720.000,01 a 1.800.000,00 10,7%
De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,3%
De3.600.000,01 a 4.800.000,00 19%
Fonte: Elaborado pelo autor com base no Anexo V da Lei Complementar 155.

Note que as alíquotas para o comércio começam em 4% para a


menor faixa de faturamento indo até 19% para empresas com faturamento
de R$ 3.600.000,01 a R$ 4.800.000,00. Note que esse é o valor máximo
para uma empresa ser optante pelo simples nacional. Enquadram-se
microempresas e empresas de pequeno porte.
Figura 5- Loja de comércio de roupas

Fonte: Pixabay
34 Gestão Tributária

EXEMPLO:

As empresas varejistas de roupas, material de construção, de


veículos, farmácias, supermercados, fruteiras, óticas, papelarias e
açougues são exemplos de empresas de comércio.

Fabricas e Indústrias
As fábricas são as empresas em transformação, aquelas que
transformam a matéria prima em novas mercadorias, agregando valor.
O Brasil possui uma grande capacidade produtiva, que ainda não foi
totalmente explorada. Nossas empresas precisam investir em inovação
constantemente para tornarem-se competitivas, uma vez que, hoje a
concorrência é global e não mais local. Com relação as alíquotas para
fábricas e indústrias, veja no quadro 6.
Quadro 6 – Alíquotas do simples nacional para indústrias

Receita Bruta 12 meses Alíquotas


Até 180.000,00 4,5 %
De 180.000,01 a 360.000,00 7,8 %
De 360.000,01 a 720.000,00 10 %
De 720.000,01 a 1.800.000,00 11,2%
De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,7%
De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30%
Fonte: Elaborado pelo autor com base no Anexo V da Lei Complementar 155.

As alíquotas para a indústria começam em 4,5% para a menor


faixa de faturamento indo até 30% para empresas com faturamento de
R$ 3.600.000,01 a R$ 4.800.000,00. Note que esse é o valor máximo
para uma empresa ser optante pelo simples nacional. Enquadram-se
microempresas e empresas de pequeno porte.
Gestão Tributária 35

Figura 6- Exemplo de indústria

Fonte: Freepik

Empresas Prestadoras de Serviços


As empresas prestadoras de serviços são aquelas que oferecem
serviços às pessoas físicas e as pessoas jurídicas. Ficará determinado no
cadastramento do CNPJ a atividade principal da empresa o que definirá
a alíquota que deverá ser paga. Para efeitos do simples nacional existem
três grupos.

No grupo 1 são as empresas como a de instalação, de reparos


e de manutenção. Ainda outros tipos de prestadores de serviços
como: agências de viagens, escritórios de contabilidade, academias,
laboratórios, empresas de medicina e odontologia. Essas empresas terão
como base de cálculo de acordo com o apresentado no quadro 7.
36 Gestão Tributária

Quadro 7 – Alíquotas do simples nacional para empresas prestadoras de serviços (Grupo 1)

Receita Bruta 12 meses Alíquotas

Até 180.000,00 6%

De 180.000,01 a 360.000,00 11,2 %

De 360.000,01 a 720.000,00 13,5 %

De 720.000,01 a 1.800.000,00 16%

De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 21%

De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 33%

Fonte: Elaborado pelo autor com base no Anexo V da Lei Complementar 155.

As alíquotas para a prestação de serviços do grupo 1 começam


em 6% para a menor faixa de faturamento indo até 33% para empresas
com faturamento de R$ 3.600.000,01 a R$ 4.800.000,00. Note que esse
é o valor máximo para uma empresa ser optante pelo simples nacional.
Enquadram-se microempresas e empresas de pequeno porte.
Figura 7 – Academia

Fonte: Pixabay
Gestão Tributária 37

A academia é um exemplo de empresa prestadora de serviços que


faz parte do Grupo 1, que poderá ser optante pelo simples, desde que
seja uma microempresa ou empresa de pequeno porte.

No caso de empresas prestadoras de serviços que fornecem


serviço como: limpeza, vigilância, obras, construção de imóveis, serviços
advocatícios, estas entram no grupo 2, apresentadas no quadro 8, com
as alíquotas do Simples Nacional em vigência desde de janeiro de 2018.
Quadro 8 – Alíquotas do simples nacional para empresas prestadoras de serviços (Grupo 2)

Receita Bruta 12 meses Alíquotas


Até 180.000,00 4,5 %
De 180.000,01 a 360.000,00 9%
De 360.000,01 a 720.000,00 10,2 %
De 720.000,01 a 1.800.000,00 14%
De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 22%
De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 33%
Fonte: Elaborado pelo autor com base no Anexo V da Lei Complementar 155.

As alíquotas para empresas prestadoras de serviço do grupo 2


começam em 4,5% para a menor faixa de faturamento indo até 33% para
empresas com faturamento de R$ 3.600.000,01 a R$ 4.800.000,00. Note
que esse é o valor máximo para uma empresa ser optante pelo simples
nacional. Enquadram-se microempresas e empresas de pequeno porte.
38 Gestão Tributária

Figura 8 - Prestadora de serviço de limpeza

Fonte: Pixabay

A terceirização é uma realidade nas empresas, pois traz benefício


como desoneração da folha e empresas prestadoras de serviço de
limpeza normalmente são contratadas por grandes empresas, conforme
podemos visualizar na figura 7.

Ainda temos o terceiro grupo de prestadores de serviço previsto


em lei que fornecem serviço de auditoria, jornalismo, tecnologia,
publicidade, engenharia, entre outros. Essas empresas terão a alíquota
de acordo com o quadro 9.
Quadro 9 – Alíquotas do simples nacional para empresas prestadoras de serviços (Grupo 3)

Receita Bruta 12 meses Alíquotas


Até 180.000,00 15,5 %
De 180.000,01 a 360.000,00 18 %
De 360.000,01 a 720.000,00 19,5 %
Gestão Tributária 39

De 720.000,01 a 1.800.000,00 20,5%


De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 23%
De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30,5%
Fonte: Elaborado pelo autor com base no Anexo V da Lei Complementar 155.

As alíquotas para prestadores de serviço do grupo 3 começam em


15,5% para a menor faixa de faturamento indo até 30,5% para empresas
com faturamento de R$ 3.600.000,01 a R$ 4.800.000,00. Note que esse
é o valor máximo para uma empresa ser optante pelo simples nacional.
Enquadram-se microempresas e empresas de pequeno porte.
Figura 9 – Auditoria

Fonte: Pixabay

Com os escândalos de corrupção e a busca por uma transparência


na relação entre as empresas e o mercado, tem crescido no Brasil as
oportunidades para a prestação de serviço em auditoria principalmente
a contábil em que o profissional irá analisar e verificar a veracidade dos
dados da empresa, conforme podemos ver o exemplo na figura 8.

Ao finalizar esta unidade você deve ter compreendido como


funciona a contabilização para o efetivo pagamento do simples nacional,
40 Gestão Tributária

aprendeu também que as alíquotas para o pagamento diferem de


acordo com o ramo da empresa e que o faturamento também é um dos
determinantes para a alíquota que deverá ser paga.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo desta unidade
letiva, vamos resumir tudo o que vimos.

Nesta unidade letiva você teve a oportunidade de entender


que existem diferentes formas de formalização de uma
empresa podendo ser uma empresa individual com apenas
uma pessoa, empresa individual com responsabilidade
limitada, sociedade que é regida pelo contrato social,
cooperativa e sociedade anônima. No Brasil existem
algumas formas de tributação tais como: simples nacional,
lucro presumido, lucro real e lucro arbitrado sendo o
que é aplicado em microempreendedores individuais,
microempresas e empresas de pequeno porte é o simples
nacional que é uma forma de simplificar e desburocratizar o
pagamento de impostos das micro e pequenas empresas,
uma vez que, esse grupo é responsável pela maioria dos
empregos e do número de estabelecimentos, sendo que
o apoio a essas empresas têm um aspecto econômico e
social, por isso, o governo desde de 1984 vem apresentado
formas para auxiliar essas empresa, sendo que o simples
nacional que está em vigor desde de janeiro de 2018 prevê
a unificação de nove impostos para facilitar a cobrança e
a fiscalização. E que paga o cálculo do imposto é previsto
em lei que terá cinco grupos de cobrança sendo um para
empresas do comércio, uma para indústria e três grupos
para os prestadores de serviço. Essas alíquotas variam de
4% a 33%.
Gestão Tributária 41

REFERÊNCIAS
BRASIL, Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.
Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno
Porte. Brasília, DF. Planalto Federal. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp123.htm. Acesso em: 11 dez 2019

BRASIL, Lei Complementar nº 139, de 10 de novembro de 2011.


Altera dispositivos da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de
2006, e dá outras providências. Brasília, DF. Planalto Federal. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp139.htm. Acesso
em: 11 de dez 2019.

FARIA. R. A. C. de, Contabilidade tributária, Porto Alegre : SAGAH,


2016.

Ralio, V.R.Z.; Donadone, J.C. Estudo sobre o Histórico de Atuação


do Sebrae na Consultoria para Micro e Pequenas Empresas Brasileiras.
Revista Gepros. 2015. Disponível em: https://revista.feb.unesp.br/index.
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SEBRAE. Global Entrepreneurship Monitor. Empreendedorismo


no Brasil: 2016 \ Coordenação de Simara Maria de Souza Silveira Greco;
diversos autores -- Curitiba: IBQP, 2016. 208 p. Disponível em: https://
www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/GEM%20
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