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Aula 1
DEMANDA DE PRODUÇÃO
Esta aula tem como objeto tornar o estudante apto a planejar áreas de qualquer tipo de unidade
de refeições, seja uma lanchonete, um bistrô ou até mesmo um serviço de food truck.
35 minutos
INTRODUÇÃO
Olá, estudante! Você chegou à aula que ajuda a traduzir os sonhos de muitos profissionais da gastronomia em
realidade. Afirmamos isso porque muitos profissionais de gastronomia têm em mente a imagem daquele lugar
onde gostariam de trabalhar. Esse local é formado por setores onde são produzidas as iguarias gastronômicas,
com seus móveis, decorações e iluminação. Além disso, é o espaço onde os clientes serão recebidos. Mas a
dúvida é: esse local idealizado está adequado do ponto de vista comercial, sanitário, de produtividade e
segurança do trabalho?
Para ajudá-lo a responder a essa questão, preparamos esta aula. Ela o deixará apto a planejar áreas de
qualquer tipo de unidade de refeições, seja uma lanchonete, um bistrô ou até mesmo um serviço de food truck.
Agora que você já sabe a relevância desta aula para o gerenciamento do seu sonho ou para a condução de
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Vamos explorar o conceito de Unidade Produtora de Refeição (UPR) e seus tipos. A partir deste conhecimento,
você poderá projetar a demanda de produção de áreas físicas para uma UPR.
Ao longo dos anos, o conceito de UPR tem sido explorado em diversos estudos. A primeira UPR registrada foi o
restaurante Boulangere em 1765 em Paris, cujo cardápio era exclusivamente um tipo de caldo. No entanto,
tabernas e pousadas já ofereciam refeições completas associadas à hospedagem, como o Tour D'Argent,
albergue fundado em 1533, conhecido pela qualidade de suas refeições. Após a Revolução Francesa, houve um
aumento significativo no número de restaurantes abertos por chefs de cozinha, visando atender à crescente
As UPRs englobam estabelecimentos que fornecem refeições fora de casa, como restaurantes, bares, bistrôs,
lanchonetes, fast food e até mesmo "comida de rua". Além disso, existem as Unidades de Alimentação e
Nutrição (UANs), que atendem organizações como hospitais, indústrias, escolas, entre outros, oferecendo
serviços de refeições. A diferença fundamental entre uma UAN e uma UPR é que, na segunda, o cliente tem
autonomia para escolher onde se alimentar (ETO, 2019; CARNEIRO, 2018; ROSA; MONTEIRO, 2014).
O restaurante é um dos tipos mais comuns de UPR. Nele, são preparados cardápios completos, incluindo
entrada, prato principal, acompanhamento, bebida e sobremesa. Devido à diversidade de preparações, é
comum ocorrer uma maior setorização na produção e uma diversidade de especializações da mão de obra. Os
restaurantes podem ser classificados de diferentes formas: quanto à modalidade de atendimento, como
refeições self-service, à la carte ou por quilo; e quanto ao estilo, como tradicional, clássico, internacional ou
gastronômico. Cada um desses tipos tem suas próprias características e atrai públicos específicos (ETO, 2019;
CARNEIRO, 2018; SEBRAE, 2014).
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Os bistrôs são estabelecimentos menores, com capacidade entre 12 e 20 lugares. Eles preparam refeições
simples, práticas e completas, que podem ser servidas no balcão ou em mesas. O ambiente é intimista e
confortável, e os preços costumam ser mais acessíveis em comparação aos restaurantes tradicionais
(MONTEIRO, 2013).
As cafeterias, por sua vez, inicialmente serviam apenas café, mas passaram a oferecer também lanches, bolos,
salgados e sobremesas. O atendimento pode ser feito no balcão ou em mesas. (MONTEIRO, 2013).
Os bares são conhecidos por oferecerem bebidas complementadas por petiscos e lanches. Alguns também
oferecem pequenas refeições, que podem ser servidas em balcões ou mesas. O ambiente dos bares é voltado
para proporcionar lazer e descontração, na maioria das vezes funcionando à noite. Apresentam música e outras
Os estabelecimentos de fast food são caracterizados por preparações padronizadas, rápidas e de fácil execução,
geralmente ricas em calorias. As grandes redes de fast food normalmente possuem uma cozinha central que
produz parte de seus itens, enviando-os para suas lojas, onde são finalizados e distribuídos aos clientes (ETO,
Os food trucks, também conhecidos como "comida sobre rodas", fazem parte do segmento de comida de rua.
Estão presentes na alimentação dos americanos desde 1806 e eram vistos como comida de "má qualidade". A
partir de 2008, com a entrada de chefs de cozinha nesse segmento, motivados pelo desemprego em face da
crise econômica, passou a ser empregada uma qualidade melhor nos produtos e atendimento, popularizando
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Agora que você conheceu as UPRs, veremos como identificar as demandas de suas áreas.
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DEMANDA
Agora, você terá a oportunidade de conhecer as principais áreas que compõem uma UPR, além de aprender
como proceder para identificar outras áreas necessárias ao tipo de UPR, o que é essencial para um
estabelecimento. Deve ser protegido contra intempéries e conter uma plataforma de descarga para facilitar
BRASIL, 2004).
perecíveis e áreas para não perecíveis. Os produtos perecíveis devem ser armazenados em câmaras frias,
geladeiras e/ou freezers, enquanto os não perecíveis podem ser armazenados em despensas ou estoques
para gêneros alimentícios e descartáveis, sendo que os materiais de limpeza devem ficar em local separado
exclusivo. A demanda dessa área pode variar de acordo com a política de compras e processos
natura antes da sua cocção (BRASIL, 2004). Normalmente, é dividida em pré-preparo de carne, hortifruti,
sucos e sobremesas.
Preparo: área destinada ao processamento térmico dos alimentos, onde são obtidos os produtos finais.
Essa área deve estar localizada o mais próximo possível da central de gás e áreas de pré-preparo (ETO,
Distribuição: local de atendimento aos clientes, destinado ao consumo da refeição, sendo denominado
salão ou refeitório. O dimensionamento deste setor está relacionado com a modalidade de serviço
executada, como à la carte, self-service ou pesagem por quilo (SANT'ANA, 2012; BRASIL, 2004 TEIXEIRA et
al., 2000).
Higienização: esse setor é dividido em duas áreas – higienização de panelas e lavagem de utensílios. A
primeira deve estar situada próxima aos setores de preparo, mas isolada por paredes. A área destinada à
higiene de utensílios, também conhecida como devolução de bandejas, é onde ocorre a lavagem dos
utensílios utilizados pelos clientes em sua refeição. Normalmente, fica próxima ao salão de distribuição e
também é uma área fechada, com guichês para entrega de louças (BRASIL, 2004; TEIXEIRA et al., 2000).
Vestiários e sanitários: destinados separadamente aos clientes e funcionários. Não devem ter ligação
direta com a área de preparo. Para os funcionários, deve haver separação entre sanitário e vestiário, o qual
deve ser provido de armários para guarda de pertences (BRASIL, 20074).
Área de descarte de lixo: deve ser localizada em um ponto que facilite a remoção. Quando possível, o
local deve ser refrigerado para retardar a proliferação de bactérias (TEIXEIRA et al., 2000; BRASIL, 2004).
Área para guarda de botijões de gás: deve estar localizada externamente à cozinha, protegida por
grades, e seguir as recomendações do grupamento de bombeiros (TEIXEIRA et al., 2000; BRASIL, 2004.
Escritório: preferencialmente, deve ser situado próximo às áreas de produção e salão, facilitando a
supervisão (TEIXEIRA et al., 2000).
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Caixa: localizado próximo à saída dos clientes e sem comunicação direta com os demais ambientes
Para mapear a demanda de áreas de uma UPR, recomenda-se a realizar uma entrevista com o gestor do local,
listando todos os serviços que serão realizados e a modalidade de atendimento. Também é importante
considerar se haverá estações de bar no salão e/ou serviços de garçons. Um checklist pode ajudar a verificar se
alguma área foi esquecida. No Quadro 1, há um modelo de checklist utilizado nos serviços de consultoria que
Data:
Nome do empreendimento:
Tipo de UPR:
Capacidade:
Turnos de trabalho:
SETOR RECEBIMENTO
SETORES DE ESTOCAGEM DE
MATERIAL
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SETORES PRÉ-PREPARO
DISTRIBUIÇÃO E FINALIZAÇÃO
Área de porcionamento de
20
preparações
21 Área de gambiza
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23 Refeitório
CLIENTES
25 WC para clientes
ÁREA DE ESCRITÓRIO
27 Área de escritório
ENERGIA
33 Monta carga
SETORES DESTINADOS A
HIGIENIZAÇÃO
36 Higienização de panelas
Higienização de utensílios de
37
copa
Higienização e guarda de
38 utensílios de limpeza – mops,
carros limpeza
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40 Cozinha dietética
Anteriormente, vimos os tipos de UPRs e características de seus produtos e serviços; aprendemos a identificar a
demanda de setores e áreas para um planejamento físico adequado. Agora vamos aplicar esses conhecimentos
na prática. Para tanto, vamos conhecer Fabiana, gastrônoma contratada pelo senhor Paulino, que tem o sonho
Segundo dados da entrevista feita por Fabiana, identificou-se que o Sr. Paulino espera atender até 500 clientes
por dia, no horário do almoço, durante os sete dias da semana. Na proposta de cardápio da churrascaria,
constam: sistema de rodízio com aproximadamente 12 tipos de corte de carne, 8 tipos de salada e
acompanhamentos como feijão tropeiro, mandioca, batata, banana frita e arroz. Estes últimos serão dispostos
em balcões quentes e frios nos salões.
Além disso, será providenciada a distribuição de sobremesas à la carte por garçons, que as oferecerão aos
clientes por meio de carros expositores. Um setor de bar para bebidas deve estar centralizado no salão. O
abastecimento de todos os gêneros será semanal. O Sr. Paulo gostaria de saber de Fabiana quais são as áreas
mínimas que devem ser construídas a fim de garantir o atendimento à legislação.
Para responder eficazmente ao Sr. Paulino, a primeira ação de Fabiana foi consultar a Vigilância Sanitária do
município e o Grupamento do Corpo de Bombeiros. Nestes órgãos, ela soube que a legislação sanitária aplicada
para à UPR é a Portaria CVS 5-09/04/2013. Neste sentido, segundo a portaria, são obrigatórias áreas específicas
vestiário e instalação sanitária para funcionários; f) instalação sanitária para clientes; g) local para depósito de
lixo orgânico e reciclável; h) área para armazenamento de gás instalada em local ventilado e protegido; i) área
exclusiva para instalação de materiais de limpeza, tais como baldes, vassouras, pano de chão; j) local específico
para pagamento.
Com base na entrevista com o Sr. Paulino, Fabiana conseguiu verificar ainda a necessidade de criação das
seguintes áreas: 1) estoque para alimentos secos e descartáveis; 2) estoque de material de limpeza; 3) estoque
para guarda de carvão e madeiras; 4) estoque para bebidas; 5) câmaras congeladas para armazenamento de
carne; 6) câmara refrigerada para hortifrúti; 7) câmara refrigerada para pré-preparo; 8) área de açougue; 9) área
de pré-preparo de verduras e legumes; 10) área de churrasqueira; 11) área de cocção dos pratos do buffet; 12)
área de bar.
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Portanto, neste projeto, foram identificadas demandas de 21 áreas. O senhor Paulo ficou impressionado com
tantos setores que precisará planejar para ter sucesso em sua churrascaria. Oportunamente, você irá aprender
como determinar o espaço de cada setor, bem como dimensionar equipamentos, utensílios, e montar um
layout adequado.
VIDEO RESUMO
Não perca a chance de assistir ao vídeo desta aula! Nele, você encontrará um resumo poderoso de tudo o que
estudamos nesta unidade. Prepare-se para mergulhar em uma linha evolutiva das UPR, entender as principais
diferenças entre elas e visualizar de forma cativante as áreas que exploramos juntos. Acredite, este vídeo é
dinâmico e imperdível! Não perca tempo, aproveite essa oportunidade única de aprendizado. Você não vai se
arrepender.
Saiba mais
Durante nossos estudos, falamos muito sobre os tipos de UPR e, entre elas, abordamos a evolução das
comidas de rua com o advento de food trucks, que têm se popularizado cada vez mais.
Em várias regiões do Brasil há legislações específicas para a regulação do food truck. O Sebrae elaborou
um material bem didático com o passo a passo de como montar um food truck. Confira!
Para saber mais sobre a evolução dos tipos de UPR, recomendamos o livro de Renata Zambom Monteiro
Aula 2
FLUXO DE PRODUÇÃO
Embora o conceito de "fluxo de produção" possa parecer abstrato e difícil de entender neste
momento, à medida que você compreender seu conceito e conhecer os símbolos envolvidos,
poderá facilmente criar um fluxo que descreve toda a jornada dos alimentos dentro da UPR até
chegar ao prato do cliente.
33 minutos
INTRODUÇÃO
Olá, estudante! Nesta aula, você aprenderá a otimizar o fluxo de produção da Unidade Produtora de Refeição
(UPR) para aumentar a produtividade, evitar riscos de contaminação cruzada e cumprir as regulamentações de
segurança alimentar. Embora o conceito de "fluxo de produção" possa parecer abstrato e difícil de entender
neste momento, à medida que você compreender seu conceito e conhecer os símbolos envolvidos, poderá
facilmente criar um fluxo que descreve toda a jornada dos alimentos dentro da UPR até chegar ao prato do
cliente. Além disso, você aprenderá a organizar a movimentação de pessoas e resíduos para evitar a
contaminação cruzada. Ao mapear o fluxo da unidade, você poderá identificar áreas ociosas e propor
modificações para ganhar mais espaços produtivos. Por fim, ao utilizar estes aprendizados, sem dúvida você
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Aqui exploraremos o conceito de fluxo, sentido de direcionamento de fluxo e mapa de produção, aplicando-os à
atividades relacionadas aos alimentos, inclui a coleta de resíduos e a movimentação de funcionários e clientes
(MONTEIRO, 2013; SANTA'NA, 2012; TEIXEIRA et al., 2000). Estabelecer um fluxo adequado em uma UPR evita
O estabelecimento do fluxo racional de preparo de refeições também está de acordo com as normas sanitárias
internacionais, como o Codex Alimentarius (OPAS, 2006), e as normas nacionais, como a Resolução da Anvisa
Na Figura 1 temos um modelo de fluxo de matéria prima, utilizado no preparo de refeições para uma Unidade
de Alimentação e Nutrição (UAN). O alimento percorre uma jornada em uma única direção, começando por sua
entrada na unidade, passando pela área de armazenamento no setor de aprovisionamento. Quando solicitado
para preparação, o alimento segue diretamente para o setor de processamento, que inclui áreas de pré-preparo
de diversos alimentos e tratamento térmico na área de cocção. A jornada do alimento encerra-se no setor de
distribuição, que abrange as áreas de copas/refeitório. O fluxo de recolha de lixo ocorre lateralmente entre
todos os setores, evitando a contaminação cruzada entre matéria-prima e resíduos. O setor de higienização está
utensílios sujos pelas diversas áreas, prevenindo, assim, a contaminação cruzada. Esse modelo de fluxograma,
onde a circulação dos alimentos é estudada para garantir movimentação contínua e avante, evitando
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A partir do fluxo de produção, juntamente com informações sobre a proximidade física das atividades,
movimentação de pessoas, utensílios e equipamentos, temos o Mapa de Fluxo de Produção, que é a
A partir do mapa de fluxo de produção, correções nos processos podem ser efetuadas para melhorar a
produtividade, a agilidade no atendimento ao cliente e outros processos. Um estudo que ilustra bem esta
situação foi realizado por Flessas et al. (2015) em um restaurante comercial. Utilizando o mapa de fluxo de
processos, os autores identificaram inconsistências, como: acesso direto de garçons à área de cocção, distância
longa de alimentos acabados até o buffet, cruzamento de diversos tipos de alimentos na área de pré-preparo,
entre outras. Neste estudo, além da identificação dos “gargalos” no fluxo de produção, foram realizadas
modificações no fluxo, as quais produziram economia de 40% nos custos de armazenamento de produtos,
Os autores referiram, ainda, que as modificações nos fluxos permitiram ganho em área física para espaço de
Agora que você entendeu os conceitos de fluxo de produção, "marcha avante" e mapa de fluxo e a relevância
destes para o sucesso de uma UPR, vamos aprender como aplicar esses conceitos na prática.
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Agora, abordaremos a aplicação do fluxo e mapa de fluxo, explorando diferentes modelos e suas aplicações.
Discutiremos o fluxo de produção, com foco no processo de preparo de refeições em uma Unidade de
Produção de Refeições (UPR), visando máxima produtividade, redução de custos, segurança alimentar e
satisfação do trabalhador e do cliente. Além disso, mostraremos como o fluxograma pode ser aplicado em
diferentes atividades, como o departamento pessoal para pagamento de salários e o pedido de compras em
uma UPR.
Quando elaboramos um fluxograma do preparo de refeições, estamos abrangendo todas as atividades que os
diversos tipos de alimentos fazem na unidade, desde a chegada dos alimentos à UPR até a sua transformação
na preparação pronta, no prato do cliente. Neste fluxograma, incluímos também os processos de higienização
de louças e utensílios, bem como a coleta de resíduos que apoiam o processo de preparo. Em cada etapa que o
alimento percorre, é crucial que decisões sejam tomadas, a fim de garantir que o “próximo cliente”, entendido
aqui como área ou setor, receba o produto adequado. Por exemplo, na separação de mercadorias, é necessário
definir as solicitações de quem o estoquista deve atender, evitando problemas de falta de produtos na cozinha.
produtos, documentos e dados. O Quadro 1 expõe os símbolos mais comuns utilizados na elaboração de
fluxograma. A técnica 5W2H é útil para organizar as ideias e explicar os problemas. Ela consiste em sete
perguntas (o que, como, quem, quando, onde, por quê, quanto custa), que ajudam a detalhar cada etapa do
processo.
É importante que os fluxogramas sigam uma ordem lógica, sendo elaborados de cima para baixo e da esquerda
são necessários
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entre os processos
página
Na Figura 1 temos um exemplo de fluxograma de preparo de refeições em uma UPR, utilizando a técnica 5W2H.
O fluxo vai desde a chegada da matéria-prima até a higienização. Em seguida, no Quadro 2 você pode encontrar
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No Quadro 2, você tem um exemplo de como a técnica 5W2H pode te ajudar a montar um fluxograma.
restaurante.
Higienização e reposição de
utensílios na produção e salão.
Recolha de resíduos.
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necessárias?
Garantir a satisfação do cliente.
Elas afetam o produto
Por quê? Assegurar as etapas de segurança
Motivo/benefício. final?
Why? dos alimentos.
Impactam na Atender requisitos legais.
produtividade ou nos
custos?
Área de recepção.
Área de estocagem.
Cozinha/preparo de alimentos.
Os locais onde as
Setor de finalização e espera de
atividades acontecem
Onde? Local: área, distribuição.
estão adequados?
Where? departamento. Cumbuza/ponto de apoio garçons.
Seria adequada a Ponto de recolha de pratos e
realização de uma distribuição pelos garçons ao
atividade em outro local? cliente.
entrada na unidade.
dos setores.
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utensílios do salão.
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estoque.
cozinheiro obedecem às
cumbuza.
A higienização de utensílios e
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Avalia quantitativamente
a operação em termos
recurso e produtividade?
Agora que você viu como montar fluxogramas, é importante que você saiba que existem vários tipos de
fluxogramas, como o vertical, usado para processos simples; o horizontal, utilizado para atividades que
envolvem várias unidades ou retorno de atividades para o mesmo setor; e o diagonal, mais complexo, com
subfluxos que se unem ou fracionam em determinadas fases. No Quadro 3 você conhecerá alguns tipos mais
utilizados em UPR:
Vertical
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Horizontal
Diagonal
Fonte: Freepik.
Agora que você conheceu e aprendeu como utilizar o fluxograma, vamos na próxima aula verificar o uso desta
Durante os estudos, você aprendeu conceitos importantes sobre fluxo de produção e mapa do processo, além
de ter aprendido a elaborar um fluxo de produção. Agora é hora de aplicarmos esse conhecimento para ajudar
a gastrônoma Fabiana, que está acompanhando um novo projeto: a Lanchonete do Tonho. Trata-se de um
Misto quente/frio.
Além disso, são oferecidas bebidas como suco natural de laranja e refrigerante. Os lanches são entregues em
Apesar de contar com o apoio de três experientes garçons, o senhor Tonho tem recebido muitas reclamações
de clientes devido à ausência dos garçons no salão para anotarem os pedidos. Diante disso, o senhor Tonho
pede a Fabiana que analise a situação e indique três possíveis soluções para resolver os problemas do
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Em primeiro lugar, é importante que Fabiana faça um levantamento de todos os serviços oferecidos na
lanchonete. Em seguida, é essencial que ela faça uma entrevista com todos os funcionários, questionando o que
eles fazem, quando fazem, como fazem, por que fazem, onde fazem, e quem os auxilia no processo.
Ao realizar esse tipo de questionamento aos garçons, ela descobriu que eles frequentemente precisavam ir ao
estoque para solicitar refrigerantes e sachês a fim de atender os clientes. Essa atividade era feita repetidamente
a cada vez que um cliente solicitava esses produtos. Quando questionados sobre onde ficava a área destinada à
guarda das bebidas, os garçons informaram que ela era afastada do salão, mas próxima ao setor de
recebimento.
Fabiana perguntou se o estoquista deveria entregar esses materiais aos garçons, e eles responderam que essa
seria a situação ideal. No entanto, eles não conseguem fazer um pedido antecipado desses insumos, pois não
Com base nessa entrevista e no desenho do mapa do processo, Fabiana propôs três alternativas ao senhor
Tonho:
1. Incluir um refrigerador no setor de finalização e deixar disponível a média diária de unidades de consumo
de refrigerante para acesso imediato pelos garçons. Assim, ao retirarem os lanches dos clientes, os garçons
2. Colocar três vending machines no salão, para as quais os clientes poderiam adquirir fichas diretamente no
caixa para obter refrigerantes. Essa medida liberaria os garçons para o atendimento exclusivo aos lanches
e manutenção da organização dos clientes.
3. Por fim, ela propôs incluir no setor de finalização um dispenser com ketchup, canudos, maionese e folhas
de papel. Esses itens seriam colocados em bandejas do restaurante para que os garçons pudessem
O senhor Tonho ficou bastante impressionado com as soluções apresentadas por Fabiana e decidiu agendar
uma reunião com toda a equipe para decidir qual seria a melhor alternativa.
Caro estudante, no exemplo acima, citamos um caso muito comum em Unidades de Produção de Refeições
(UPRs), que é a falta de atenção à disposição adequada dos produtos durante o processo. Fabiana rapidamente
observou que, ao colocar o refrigerante mais próximo do cliente, haveria uma redução na movimentação de
pessoas. Esse é um fator que aumenta a competitividade das empresas. Agora que você aprendeu todos esses
conceitos, pode colocá-los em prática ao prestar atenção aos fluxos quando visitar ou frequentar uma UPR. O
VÍDEO RESUMO
Estudante, no vídeo resumo você terá um apanhado rápido de tudo o que abordamos nesta unidade. No vídeo,
vamos reforçar o passo a passo para o fluxo de processo, e vamos discutir ainda alguns casos verídicos
extraídos de artigos científicos para você ampliar a sua vivência desta matéria na prática de uma UPR. O vídeo
Saiba mais
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Durante nossos estudos, falamos muito sobre a aplicação de fluxograma para preparo de refeições. Você
consegue fazer um fluxograma com recursos do Word, abrindo a aba inserir, clicando no ícone “forma” e,
por fim, selecionando os símbolos do fluxograma conforme pertinentes. Porém, existem outras
ferramentas gratuitas bem interessantes: uma em particular é bem intuitiva e vamos compartilhar com
você:
Passo 1: acesse o site draw.io e clique em "Iniciar diagrama" para abrir um novo arquivo em branco.
Do lado esquerdo da tela, você verá uma barra de ferramentas com uma variedade de símbolos. Selecione
os símbolos adequados para representar cada etapa do processo em uma lanchonete, como "Cliente",
"Pedido", "Preparação", "Pagamento", "Entrega", etc. Clique nos símbolos desejados e arraste-os para a
área de trabalho.
Use a ferramenta de linha ou seta na barra de ferramentas para conectar os símbolos em ordem,
representando a sequência de etapas na lanchonete. Clique na ferramenta de linha, clique no ponto inicial
do símbolo de origem e arraste até o ponto final do símbolo de destino. Repita o processo para todas as
etapas.
Clique duas vezes em cada símbolo para adicionar um texto explicativo sobre cada etapa do processo. Por
exemplo, no símbolo "Pedido" você pode escrever "Cliente faz o pedido no balcão".
Utilize as opções de formatação do draw.io para ajustar o estilo do seu fluxograma. Você pode alterar as
cores, tamanhos de fonte, estilos de linha, etc. para tornar o fluxograma mais visualmente atraente e fácil
de entender.
Quando o seu fluxograma estiver completo, clique em "Arquivo" e escolha "Salvar" para salvar o arquivo.
Você pode salvar o fluxograma localmente no seu computador ou armazená-lo na nuvem, como no Google
Drive ou Dropbox, se preferir. Além disso, você pode exportar o fluxograma como um arquivo PDF ou
imagem para compartilhá-lo facilmente com outras pessoas.
Esperamos que este passo a passo seja útil para você criar um fluxograma utilizando o draw.io.
Aula 3
DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL
Nesta aula vamos entender as demandas de espaços requeridos para a execução correta das
atividades, o que, além de favorecer a produtividade, evita agravos à saúde do trabalhador.
32 minutos
INTRODUÇÃO
Olá, estudante! Você tem aprendido várias informações necessárias para o planejamento físico de uma UPR de
sucesso. Primeiro, você conheceu os diversos tipos de UPR e aprendeu como identificar as demandas de áreas
para estes locais. Em seguida, você aprendeu a planejar a organização das demandas de áreas e setores da
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UPR, em uma perspectiva de fluxo racional de forma a ganhar maior produtividade, atendimento à legislação de
segurança dos alimentos e do trabalho. Agora, nesta aula vamos adicionar mais um “tempero mágico” no seu
conhecimento: entender as demandas de espaços requeridos para a execução correta das atividades, o que,
além de favorecer a produtividade, evita agravos à saúde do trabalhador. E não vamos parar por aí, pois, nesta
aula, você aprenderá também a dimensionar espaços destinados a áreas de apoio do trabalhador, como
vestiários, além de explorar bem o conceito de treinamento para os colaboradores. O estudo deste módulo é de
extrema relevância para te transformar em um profissional competente e também para o sucesso da UPR,
então, vamos nos dedicar!
Aqui, vamos explorar o conceito de dimensionamento adequado do espaço físico de trabalho, bem como os
espaços destinados ao apoio dos funcionários, como vestiários, refeitórios e banheiros. Também abordaremos
O dimensionamento adequado dos espaços físicos de trabalho é extremamente relevante para a prevenção de
acidentes, garantia da saúde no trabalho e cumprimento das legislações sanitárias e trabalhistas. Para entender
melhor essa questão, vamos observar o Quadro 1, que ilustra duas atividades típicas de uma Unidade de
Imagem de atividades típicas de uma Inadequações dos espaços de trabalho e risco para saúde
UPR
Figura 1 | Homem cortando a carne Em uma UPR, um colaborador pode ficar de 6 a 11 horas
do trabalho e na produtividade.
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No Quadro 1, pudemos observar o dimensionamento inadequado das estações de trabalho para duas
atividades típicas. No entanto, nas UPR, é comum a existência de mais de 20 atividades diferentes, realizadas de
forma repetitiva, monótona e em ritmo intenso, associado às condições ambientais não favoráveis, com
temperatura, iluminação e ventilação insatisfatórias, além da pressão para cumprir os horários das refeições.
Tais condições propiciam aumento da intensidade do esforço, comprometendo a saúde dos colaboradores
(PIMENTA et al., 2020).
Os postos de trabalho adequados são aqueles que permitem que diferentes pessoas adotem posturas
confortáveis, evitando lesões, dores, fadiga e estresse resultantes do esforço físico intenso e da permanência
prolongada em posições desconfortáveis. Para tanto, a correção dos postos de trabalho, utilizando objetos e
mobiliários adequados às diferenças corporais dos usuários, é necessária (PIMENTA et al., 2020).
No Brasil, a Norma Regulamentadora 17 do Ministério do Trabalho trata das condições de trabalho, abrangendo
aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e
Para avaliar as questões de espaços físicos e adequação aos colaboradores, os ergonomistas utilizam dados
antropométricos dos colaboradores e sua relação com os equipamentos, ferramentas e condições do ambiente,
como: iluminação, ventilação, ruído, temperatura, organização da atividade, além da divisão hierárquica, tempo
de execução e relações interpessoais. Essa avaliação permite a adequação dos espaços de trabalho às
No que diz respeito às áreas de apoio aos funcionários, como vestiários e sanitários, a Portaria 3214, de 8 de
junho de 1978, e a Norma Regulamentadora NR 24 estabelecem as condições sanitárias e de conforto nos locais
de trabalho, determinando a quantidade e a forma de adequação dessas áreas para os funcionários. Apesar de
melhorias significativas nas condições de planejamento físico das UPR nos últimos anos, a questão da
ergonomia, que estuda as relações de interação entre o homem e a máquina visando à eficiência ideal e à
segurança ainda é incipiente para atender às necessidades de segurança do trabalho (PIMENTA et al., 2020;
MONTEIRO, 2013; SANTANA, 2012).
Um dado importante relacionado à adequação do colaborador à natureza de sua atividade, que vai além da
Emprego enfatiza que não basta fornecer equipamentos de proteção individual ao colaborador, é necessário
também oferecer treinamento sobre a importância do uso correto, a forma de utilização e as atividades em que
seu uso é imprescindível para garantir a segurança no trabalho. Esse treinamento deve ser documentado por
De acordo com Chiavenatto (1991 apud TEIXEIRA et al., 2000, p.144), o treinamento é um processo educacional
de curto prazo no qual as pessoas adquirem conhecimentos, atitudes e habilidades com base em objetivos
definidos. As vantagens do treinamento para uma UPR são inúmeras, como o apoio ao desenvolvimento do
Agora que você está familiarizado com os fundamentos dos programas de espaços de trabalho e treinamento,
vamos aprofundar nosso estudo sobre como implementar esses conceitos em uma UPR.
Agora, você terá a oportunidade de aprender sobre como determinar o espaçamento físico dos postos de
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Com relação às áreas de apoio ao funcionário, que compreendem vestiário e sanitário, a Portaria 3214, de 8 de
de um vaso sanitário para o grupo de 20 colaboradores e um lavatório para cada 10 grupos de trabalhadores,
além de um chuveiro com água quente/fria para cada 10 funcionários em atividade, separados por sexo, exceto
para estabelecimentos de natureza comercial e administrativa com até 10 colaboradores; neste caso, a unidade
pode trabalhar com um único sanitário. No dimensionamento de vestiários, considera-se um mínimo de 1,50 m²
A separação entre vasos e chuveiros deve proporcionar privacidade, com separação destes por meio de
Em relação aos armários, a norma propõe metragens de acordo com o tipo de armário e compartimentos,
ressaltando que unidades que higienizam os uniformes ficam dispensadas de ter os dois armários simples ou
duplo, bastando somente um armário para guarda de pertences pessoais, que deve ter dimensões mínimas de
0,80 m (oitenta centímetros) de altura por 0,30m a 0,50 m (trinta centímetros) de largura e 0,40m (quarenta
altura de 0,40m (quarenta centímetros), se destine a abrigar a roupa de uso comum e o outro
compartimento, com altura de 0,40m (quarenta centímetros), a guardar a roupa de trabalho (BRASIL,
2022c).
Com relação ao dimensionamento de postos de trabalho, a NR 17 informa que deve ser procedida uma
avaliação ergonômica do trabalho (AET) e que as inadequações encontradas sejam devidamente tratadas.
No Quadro 2, são apresentadas recomendações de espaços de circulação para postos de trabalho em unidades
de alimentação e nutrição.
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Observações
600-700 refeições 0,75 a 0,72m X nº refeição
No cálculo: considerar maior turno
800 refeições 0,70 m x nº refeições Após cálculo da área, acrescentar mais 5%
Setores de refeições
Em relação aos treinamentos, estes ocorrem na admissão de novos funcionários, o que é denominado
treinamento de integração. Nesse momento, o colaborador toma conhecimento de seus direitos e deveres, dos
objetivos da organização, da missão e visão. Recomenda-se também que, durante a integração, sejam
realizados treinamentos sobre o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Além disso, é necessário
que a equipe seja treinada nas funções que desempenha, por meio de um programa de treinamento que inclua
tópicos como título do treinamento, objetivos gerais e específicos, justificativa, público-alvo, carga horária,
duração, local, conteúdo programático, métodos didáticos, recursos audiovisuais, técnicas para avaliação da
eficácia do treinamento e responsáveis.
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Instrução de serviço on the job: realizado no próprio local de trabalho no desenvolvimento da atividade.
Treinamento externo: pode ser dentro ou fora da organização, em forma de cursos, palestra, discussão
em grupo.
Além disso, os treinamentos podem ser gerais: quando é de interesse para todos os cargos como relações de
trabalho.
Com base nessas informações, podemos colocar esse conteúdo em uma situação prática; por exemplo, ao
dimensionamento adequado dos espaços de trabalho, como a definição do número de vestiários e sanitários
com base nas normas estabelecidas pela Portaria 3214, de 8 de junho de 1978, a NR 24. Além disso, é
importante realizar uma avaliação ergonômica do trabalho (AET) para identificar possíveis inadequações e tratá-
las. Também é fundamental realizar treinamentos para os colaboradores, incluindo um programa de integração
que aborde seus direitos, deveres, objetivos da organização e normas da unidade, bem como treinamentos
funcionais específicos para cada cargo. Esses treinamentos podem ser realizados tanto no próprio local de
trabalho quanto externamente, de acordo com a necessidade e o tipo de conhecimento a ser transmitido.
Sandra é uma gastrônoma que foi contratada para auxiliar no gerenciamento do bistrô Bon appétit. Embora
estivesse muito empolgada, seu primeiro dia de trabalho foi bastante desconfortável. Assim que chegou à
unidade, ela observou a falta de três colaboradores no setor de cocção, o que representava uma redução de
30% na equipe. De acordo com o RH, dois colaboradores deste setor estavam afastados devido a problemas
osteomusculares, e o terceiro havia sofrido um acidente no dia anterior ao bater a cabeça na quina da coifa.
Além disso, Sandra notou algumas situações preocupantes, como mostrado na Figura 3, em que vários
colaboradores estavam utilizando o mesmo fogão simultaneamente. Ela também percebeu que todos os
funcionários começavam a trabalhar no mesmo horário e que as condições ambientais na cozinha eram de
muito calor e ruído. No final do dia, tanto ela quanto a equipe estavam exaustos. Pensando nisso, vamos ajudar
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Fonte: Freepik.
Sandra é uma gastrônoma que foi contratada para auxiliar no gerenciamento do bistrô Bon appétit. Embora
estivesse muito empolgada, seu primeiro dia de trabalho foi bastante desconfortável. Assim que chegou à
unidade, ela observou a falta de três colaboradores no setor de cocção, o que representava uma redução de
30% na equipe. De acordo com o RH, dois colaboradores deste setor estavam afastados devido a problemas
osteomusculares, e o terceiro havia sofrido um acidente no dia anterior ao bater a cabeça na quina da coifa.
Além disso, Sandra notou algumas situações preocupantes, como mostrado na Figura 3, em que vários
colaboradores estavam utilizando o mesmo fogão simultaneamente. Ela também percebeu que todos os
funcionários começavam a trabalhar no mesmo horário e que as condições ambientais na cozinha eram de
muito calor e ruído. No final do dia, tanto ela quanto a equipe estavam exaustos. Pensando nisso, vamos ajudar
Dada a frequência de afastamento por doença do trabalho, é importante consultar os documentos do Programa
de Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO) para identificar os problemas encontrados no levantamento
de riscos para o setor. Quando Sandra solicitou o PCMSO, não encontrou a descrição da análise ergonômica do
trabalho. Nesse sentido, ela pode solicitar um laudo do setor e propor adequações nos instrumentos e
equipamentos. Independentemente de esperar pelo laudo da Análise Ergonômica do Trabalho (AET), uma
medida simples como afastar o fogão da parede e colocá-lo no meio da cozinha já aumenta o espaço de
circulação entre os colaboradores e facilita o acesso aos queimadores, evitando riscos de queimaduras. Em
relação à altura da coifa, é importante avaliar se é possível ajustá-la. Caso contrário, fixar protetores
emborrachados nas quinas da coifa pode ajudar a prevenir acidentes. Quanto ao calor e ao ruído na unidade,
Sandra observou que os colaboradores não estavam utilizando Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Ao
questioná-los sobre a necessidade de uso desses EPIs, eles responderam que não sabiam que deveriam usá-los
naquele local. Nesse sentido, é importante que Sandra informe ao RH a necessidade urgente desse tipo de
treinamento para evitar acidentes de trabalho. Ela também pode estudar com o RH a possibilidade de modificar
os horários de entrada dos colaboradores na unidade, bem como estabelecer uma escala de pausas durante a
jornada, visando reduzir a fadiga e aumentar a motivação dos colaboradores no trabalho. Após essas
modificações, é importante que essas informações sejam comunicadas de maneira adequada aos
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colaboradores com um treinamento on the job para a equipe de cocção, com base nas mudanças na rotina de
trabalho e nos espaços, além de uniformizar a comunicação, o que contribuirá para o maior engajamento da
equipe.
Estudante, os conceitos que você aprendeu sobre dimensionamento de espaços de trabalho e treinamento são
fundamentais para o correto gerenciamento de uma UPR. Portanto, nossa recomendação é que você estude
VIDEO RESUMO
Olá, estudante! Convidamos você a assistir ao vídeo em que abordamos os temas que trabalhamos nesta aula,
apresentaremos também relatos de estudo de caso de ergonomia em restaurantes. Enfim, o conteúdo está
imperdível e certamente te apoiará no uso destes conceitos na sua prática de trabalho.
Saiba mais
Olá estudante!
Para complementar seus estudos, leia o artigo intitulado Contribuições da ergonomia para o incremento
da produtividade em uma cozinha de restaurante no litoral fluminense, que identificou riscos ergonômicos
em uma cozinha industrial de um restaurante e propôs melhorias que impactaram positivamente na
produtividade da empresa e na segurança dos funcionários.
Confira!
Bons estudos!
Aula 4
41 minutos
INTRODUÇÃO
Estudante, prepare-se para uma aula que irá transformar a maneira como você encara o mundo da
gastronomia. Hoje, convidamos você a embarcar em uma jornada de conhecimento que abordará conceitos
Ao longo desta aula, desvendaremos os segredos que influenciam o bem-estar físico e mental da equipe em
uma UPR. Sabemos que a excelência culinária vai muito além do domínio das técnicas e dos sabores refinados.
É necessário ter um ambiente que inspire cada membro da equipe a se sentir bem e seguro, para ter
garantem a segurança e a saúde do ambiente de trabalho é um ingrediente indispensável para uma UPR de
sucesso.
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Nesta aula, você conhecerá as normas regulamentadoras mais relevantes para a gastronomia, como a NR 1, 4,
5, 6, 7 e 17. E o melhor de tudo: saberá aplicar tais diretrizes na prática, criando um ambiente seguro, produtivo,
saudável e motivacional para sua UPR.
Muitos gastrônomos se preocupam em oferecer o melhor produto, mas aqueles que se destacam no mercado
são os que possuem a "melhor equipe". Por isso, convidamos você a saborear delicadamente cada parte desta
Vamos explorar os conceitos essenciais relacionados à ergonomia, segurança, higiene e saúde do trabalhador,
bem como as normas regulamentadoras (NRs:1, 4, 5, 6, 7 e 17) que abrangem essas áreas. Nosso foco será
compreender a importância prática desses temas no contexto da gastronomia. Ao conhecer tais teorias e
legislações relacionadas a esses assuntos, você irá adquirir uma visão abrangente sobre a aplicabilidade desses
Para compreender a real importância desses temas no cotidiano de uma Unidade de Produção de Refeições
(UPR), é necessário analisar os dados apresentados no Gráfico da Série Histórica de 20 anos de acidentes de
trabalho no Brasil, disponibilizado pelo Observatório Nacional de Segurança e Saúde – Smartlab.org.br (Figura
1). Esse gráfico revela que o segmento de Restaurantes e outros estabelecimentos de serviços de alimentação
foi responsável por 100.242 acidentes no período de 2012 a 2022, representando mais de 16% de todos os
acidentes ocorridos nesse período. Tal registro demonstra os desafios que temos em avançar nas questões de
Figura 1 | Série histórica dos acidentes ligados ao trabalho no Brasil período de 2002 -2022
As atividades desempenhadas pelos trabalhadores em uma UPR estão sujeitas a diversos riscos, tais como
movimentos repetitivos contínuos, pressão por produção dentro de prazos específicos e um ambiente que pode
apresentar condições adversas, como calor, umidade e riscos de acidentes por queda, corte, lacerações,
queimaduras, incêndio e até explosão. Nesse sentido, é fundamental adotar medidas preventivas para evitar
lesões, doenças ocupacionais e promover um ambiente de trabalho saudável e produtivo (PICCHI; MATIAS;
SPINELLI, 2019).
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A segurança, higiene e saúde do trabalhador abrangem medidas para prevenir acidentes e lesões ocupacionais.
No contexto das atividades gastronômicas, é fundamental identificar os riscos de segurança, higiene e saúde
específicos de cada categoria profissional e atividade econômica. Para garantir os direitos e deveres dos
trabalhadores e empregadores, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio da Portaria 3214 de 1978,
As NRs são diretrizes que visam garantir a segurança, saúde e bem-estar dos trabalhadores em diferentes
setores de atividade. Essas normas podem ser classificadas em três categorias: normas de natureza geral,
normas de natureza específica e normas de natureza setorial. Para auxiliar na compreensão dessa classificação,
o fluxograma de classificação das NRs (Figura 2) oferece uma visão mais clara sobre a categorização das
A ergonomia, por sua vez, abrange diversas áreas, sendo as principais a ergonomia física, cognitiva e
organizacional. A ergonomia física busca adaptar o ambiente e os equipamentos de trabalho de forma segura e
confortável, considerando aspectos como a altura dos balcões, cadeiras e mesas, o espaço entre os
equipamentos e a disposição dos utensílios. A ergonomia cognitiva visa compreender as habilidades,
percepções e limitações do trabalhador para projetar um ambiente de trabalho eficiente e seguro. Já a
ergonomia organizacional analisa a relação entre o trabalho, a gestão e o ambiente, buscando maximizar a
produtividade e o bem-estar do trabalhador (CALADO et al., 2020; LIDA; BUARQUE, 2016).
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Essas legislações de Segurança do Trabalhador são de extrema importância para todo estabelecimento que
trabalha direta ou indiretamente com pessoas sob o regime da Consolidação das Leis Trabalhistas, pois a não
observância desses preceitos legais aumenta o risco de acidentes de trabalho e pode resultar na interdição do
Estudante, vamos aprofundar nossos conhecimentos sobre as Normas Regulamentadoras (NRs) mais relevantes
para as Unidades Produtoras de Refeições (UPRs) e ergonomia. Além disso, destacamos a importância e as
características desses conteúdos, para que você possa compreendê-los em sua totalidade.
A NR-1 é uma norma de natureza geral que uniformiza termos técnicos, identifica as responsabilidades na
execução das NRs e informa sobre a necessidade de um Plano de Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO)
e a capacitação dos trabalhadores. Todas as empresas que possuem empregados regidos pela CLT devem
atender às legislações de Segurança e Saúde do Trabalho.
registrar a percepção dos riscos dos trabalhadores, verificar ambientes e condições de trabalho, elaborar planos
de trabalho para ação preventiva, entre outras atividades relacionadas à segurança e à saúde no trabalho.
A NR-6 regulamenta o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Essa norma estabelece que o
empregador deve fornecer gratuitamente os EPIs adequados ao risco, exigir seu uso e promover treinamentos
para os trabalhadores sobre sua utilização correta. O fluxograma apresentado na Figura 3 ilustra a seleção dos
EPIs de acordo com as atividades desenvolvidas, orientando o trabalhador na escolha e utilização adequada
desses equipamentos.
Com a NR-7, tem-se o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), que é um documento que
descreve os riscos ocupacionais para cada atividade dentro da organização e as medidas de controle de saúde
para prevenção e controle, como tipos de exames periódicos para cada tipo de função.
Por fim, a NR-7 refere-se à aplicação da ergonomia na avaliação e tratamento de riscos ocupacionais. A
ergonomia é uma área da ciência que busca a adaptação do ambiente, equipamentos e processos de trabalho
Na gastronomia, isso é fundamental, já que os profissionais passam muitas horas em pé, manuseando
equipamentos, e podem sofrer lesões por esforço repetitivo ou acidentes de trabalho. Para prevenir tais lesões,
além de observar os Planos de Gerenciamento de Riscos (PGR), PCMSO e AET, devem ser instituídas ações,
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A seguir, há um resumo das NRs que serão estudadas, incluindo seus nomes, objetivos e obrigações. Esse
quadro oferecerá uma visão geral das normas mais aplicáveis às UPRs, permitindo compreender seus
propósitos e responsabilidades. Para facilitar ainda mais a compreensão do conteúdo da NR-6 – Equipamentos
de Proteção Individual (EPIs), elaboramos a Figura 3, que traz um fluxograma demonstrando os tipos de EPIs
utilizados nas UPRs, de acordo com as atividades realizadas. Dessa forma, você terá uma visão prática sobre o
assunto.
NR-1
A NR-1 é uma norma de natureza geral que uniformiza termos técnicos, identifica as responsabilidades na
execução das NRs, informa sobre a necessidade de Plano de Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) e
informa sobre a necessidade de capacitação dos trabalhadores.
Obrigações:
Todas as empresas que tiverem empregados direta ou indiretamente regidos pela CLT devem atender às
A empresa deve:
Informar ao trabalhador sobre: riscos ocupacionais e medidas de redução e ou eliminação dos riscos, os
e medicina do trabalho.
Embargar obra, interditar estabelecimento, setor de serviço, canteiro de obra, frente de trabalho, locais de
Atender requisições judiciais para realização de perícias sobre segurança e medicina do trabalho nas
localidades onde não houver Médico do Trabalho ou Engenheiro de Segurança do Trabalho registrado no
Ministério do Trabalho.
Já os colaboradores devem:
Cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde do trabalho, inclusive as ordens
de serviço expedidas pelo empregador.
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NR-4
Determina a obrigatoriedade e requisitos para a contratação de profissionais para os Serviços Especializados
em Segurança e em Medicina do Trabalho.
Obrigações:
Ter os seguintes colaboradores para compor o SESMT:
Enfermeiro do Trabalho.
Engenheiro do Trabalho.
Médico do trabalho.
Técnico de enfermagem.
A obrigatoriedade de todas estas classes de profissionais, bem como suas quantidades e carga horária,
dependem: a) da atividade econômica principal e predominante da empresa; e b) de seu grau de risco
Na Revisão de 2022, foi estabelecido que os profissionais do SESMT podem ser terceirizados, obrigando ainda
ao cadastro da equipe do SESMT em plataforma do governo. Estes profissionais realizam atividades
NR-5
A NR-5 estabelece as diretrizes para a constituição e o funcionamento da Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes (CIPA) e Assédio.
Obrigações:
a. Acompanhar o processo de identificação de perigos e avaliação de riscos, bem como a adoção de medidas
de prevenção implementadas pela organização.
b. Registrar a percepção dos riscos dos trabalhadores, em conformidade com o subitem 1.5.3.3 da NR-1, por
meio do mapa de risco ou outra técnica ou ferramenta apropriada à sua escolha.
c. Verificar os ambientes e as condições de trabalho visando identificar situações que possam trazer riscos
d. Elaborar e acompanhar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva em segurança e saúde no
trabalho.
f. Acompanhar a análise dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho e propor, quando for o caso,
medidas para a solução dos problemas identificados.
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h. Propor ao SESMT, quando houver, ou à organização, a análise das condições ou situações de trabalho nas
quais considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores e, se for o caso,
determinar a interrupção das atividades até a adoção das medidas corretivas e de controle.
i. Promover anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção de
Acidentes do Trabalho – SIPAT, conforme programação definida pela CIPA.
NR-6
Regulamenta o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) durante o trabalho. O EPI: “todo dispositivo ou
produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a
segurança e a saúde no trabalho” (BRASIL, 2022c, [s.p.]).
Obrigações:
Informar as responsabilidades do empregado e do empregador, e os fatores que devem ser considerados na
O empregador deve:
“fornecer ao empregado, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e
funcionamento, nas situações previstas no subitem 1.5.5.1.2 da Norma Regulamentadora nº 01 (NR-01)”.
Adquirir e comercializar EPI com a emissão de um Certificado de Aprovação (CA) válido pelo Ministério do
Trabalho e do Emprego.
Realizar treinamento acerca do EPI a ser fornecido, quando as características do EPI requeiram, observada
Na Figura 3, é apresentado um fluxograma dos tipos de EPIS mais utilizados em UPR. Entretanto, tenha em
mente que podem ser necessários outros EPIs conforme equipamento e necessidade levantada pela CIPA,
SESMT e Técnico de Segurança do trabalho da organização.
Figura 3 | Fluxograma dos EPIS mais utilizados em UPR de acordo com a atividade desenvolvida
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NR-7
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).
Obrigações:
O objetivo da norma é: proteção e preservação da saúde dos empregados em relação aos riscos ocupacionais,
tendo como base, na norma, o inventário de riscos identificados e classificados por meio do Programa de
Compete ao empregador:
Garantir a elaboração e a efetiva implantação do PCMSO.
de Riscos, com estabelecimento de parâmetros para ações de vigilância médica e monitoramento biológico.
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Esta norma fala ainda sobre a frequência de submissão dos exames de saúde dos colaboradores, que deve
ocorrer nos seguintes momentos:
Admissão.
Demissional.
Retorno ao trabalho.
Cada exame clínico realizado deve ser acompanhado de um atestado de saúde ocupacional ASO, com cópia
para empregado informando se ele está apto ou não ao trabalho. O médico, durante a realização dos exames,
afaste o empregado e/ou encaminhe-o à previdência social e proceda a abertura da comunicação de acidente
de trabalho (CAT).
NR-17
Ergonomia para o trabalho.
Obrigações:
Esta norma de natureza geral estabelece parâmetros para permitir a adaptação das condições de trabalho às
Desenvolver aplicação dos riscos ergonômicos no Plano de gerenciamento de riscos, conforme NR 01.
Realizar Análise Ergonômica do Trabalho – AET, quando observadas demandas de maior aprofundamento
de uma situação, quando ações adotadas se mostrarem insuficientes, sugeridas pelo acompanhamento de
PCMSO, ou quando identificada causa relacionada a doença do trabalho.
Na elaboração da AET, a demanda pode ser definida como o problema que foi identificado, como, por exemplo,
alto número de ajudantes de cozinheiros afastados por DORT (Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao
Trabalho). A análise do trabalho envolve observar in loco a atividade, entrevistar os colaboradores sobre sua
percepção do trabalho, visualizar material, equipamento e ambiente de trabalho, ritmo de trabalho e até escala
de trabalho. Em seguida, definir método para tecer avaliação da análise. Por exemplo, o método O RULA (rapid
upper limb assessment) é um método subjetivo de observação da postura dos membros dos trabalhadores na
execução de suas tarefas, comparando estas a uma escala de figuras que aplicam escores segundo movimento
feito. Após as investigações ergonômicas de postos de trabalho que quantificam e identificam as situações não
conformes, podemos obter, portanto, o diagnóstico (causa) dos problemas encontrados, permitindo assim
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Após realização das mudanças propostas, passa-se a avaliar a efetividade destas na redução dos problemas
De uma forma geral, todas as empresas devem fazer AEP e AET, entretanto, há ressalvas na norma para: as
Contexto: Sandra, uma gastrônoma, continua seu trabalho no bistrô Bon appétit. Ela observou que estavam
Preliminar (AEP) e Análise Ergonômica do Trabalho (AET). Sandra também notou que o Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) não descrevia nenhum risco ergonômico relacionado às atividades de
produção de refeições. Além disso, durante a organização do escritório, verificou que muitos certificados de
entrega de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e uniformes estavam sem a assinatura dos
colaboradores, e soube que o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
(SESMT) ainda não estava registrado. Diante dessas situações, Sandra convocou o recém-contratado técnico de
segurança do trabalho, Henrique, e juntos elaboraram um plano de ação para a regularização, conforme o
Quadro 2.
No caso, a Avaliação Ergonômica Preliminar (AEP) e a identificação do risco ergonômico são etapas iniciais
cruciais para identificar e classificar os riscos ergonômicos presentes nas atividades laborais. No contexto do
bistrô, Sandra identificou que existia o risco de os colaboradores baterem a cabeça na coifa, pois ela estava
posicionada muito baixa. Além disso, as bancadas do setor de pré-preparo estavam muito altas para os
colaboradores, que tinham que ficar nas pontas dos pés ou subir em apoio para realizar as atividades de
produção. O técnico de segurança do trabalho informou que iria providenciar tanto a Avaliação Ergonômica
Preliminar, convocando o engenheiro e dois representantes dos colaboradores para a realização da avaliação,
conforme exigido pela NR-01. Para análise das situações mais complexas de ergonomia, o engenheiro de
segurança do trabalho, especialista em ergonomia, seria convocado para a elaboração da Análise Ergonômica
do Trabalho (AET). Após essas etapas, todos os documentos seriam submetidos ao médico do trabalho para a
revisão do PCMSO e do Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) dos colaboradores, adequando-os às leis de
segurança do trabalho. Quanto ao SESMT, informou que, assim que o engenheiro de segurança do trabalho
contratado iniciasse suas atividades, providenciará o registro junto à plataforma do governo.
Sandra se sentiu mais confiante com o estabelecimento do plano de ação feito com Henrique. Nesse plano, eles
incluíram outras não conformidades a serem organizadas, conforme apresentado no Quadro 2 – Plano de ação
para as não conformidades do Bistrô Bon Appétit.
evidencia a importância de estar atualizado quanto às NRs e demonstra como ações concretas, como o plano de
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ação proposto, podem assegurar a conformidade e prevenir riscos. Situações como essa são comuns em
estabelecimentos do ramo, mas com esse aprendizado, sem dúvida, os profissionais estarão mais seguros para
resolver com eficiência e eficácia essas questões.
Quadro 2 | Plano de ação para regularização das não conformidades de segurança do trabalho no Bistrô Bon Appétit
Engenheiro com
02 Realizar AET dos setores críticos como cozinha habilitação em 25/10/2024
ergonomia
Engenheiro e Técnico
em Segurança do
Realizar a PGRO com plano e medidas de tratamentos
03 Trabalho e dois 05/11/2024
para as não conformidades encontradas
representantes dos
colaboradores
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VIDEO RESUMO
Estudante, convidamos você a assistir ao vídeo de síntese que elaboramos para te ajudar a entender os
conceitos das normas regulamentadoras, saber identificar quais normas são necessárias para UPR e, por fim,
Saiba mais
Conheça o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho. Esse observatório foi criado pelo Ministério
Público do Trabalho (MPT) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e traz informações precisas e
reais que envolvem o trabalho, como segurança do trabalho, erradicação do trabalho infantil e
representatividade no mercado de trabalho. Além disso, sugere medidas de controle para os agravos de
saúde.
Outro site que vale a pena conhecer, relativo à situação de ergonomia, é o da Sociedade Brasileira de
Ergonomia. Além de dar acesso à biblioteca com uma série de documentos referenciando a ergonomia, o
Aula 5
REVISÃO DA UNIDADE
38 minutos
RELACIONADAS
Olá, estudante! Você aprendeu neste módulo a identificar de forma técnica Unidades de Produção de Refeição.
A partir disto, você já inicia na elaboração das demandas de produção, prevendo quantos setores será preciso
disponibilizar para este tipo de negócio e cardápio; como organizar estes fluxos de setores de forma a atender
requisitos legais e também alcançar máxima produtividade. Em meio a este conhecimento da produção, você
aprendeu também que normas requeridas pelas legislações sanitárias e de segurança do trabalhador exigem
setores, como vestiários e banheiros, com requerimentos bem específicos de construção. A partir deste
conhecimento, você “entra” no ambiente da UPR e começa a entender e praticar conceitos de treinamento de
colaborador e ergonomia. Praticamente, este conteúdo o levou para dentro de uma UPR, fazendo-o lidar com
situações bem corriqueiras e apresentando uma série de ferramentas para você romper com as adversidades.
REVISÃO DA UNIDADE
No vídeo revisaremos os conceitos mais relevantes para a sua prática profissional trabalhados durante nossos
estudos. Vamos iniciar identificando as diferenças entre as UPRs; em seguida, vamos identificar as demandas de
produção de acordo com sua natureza; vamos exemplificar fluxos racionais de produção de refeições; e, por
fim, falaremos sobre espaços de trabalho e necessidade de treinamento, todos estes aspectos relacionados
com as principais normas regulamentares aplicadas à UPR.
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ESTUDO DE CASO
Você acabou de se formar em gastronomia, e adivinhe: sua formatura coincidiu com o ano da Copa do Mundo
no Brasil e você já está convidado a prestar um serviço de assessoria para a lanchonete do Sr. Tonho, que
ganhou a licitação para fornecer lanches para o público e funcionários no estádio do Morumbi em São Paulo.
O Sr. Tonho está muito preocupado, pois as exigências contratuais são bem rigorosas, prevendo multas
bastante expressivas quando itens contratuais estiverem em desacordo com o contrato, sobretudo para
atendimento a requisitos legais, ligados às normas sanitárias e à segurança e saúde do trabalhador.
O contrato informa que haverá uma demanda aproximada de 700 a 1000 unidades de lanches por hora nos
dias de jogo, com média de venda de 5000 lanches por dia. O cardápio já está descrito em contrato e prevê
beirute (pão árabe, tiras de mignon grelhado, cebolas carameladas, tomate, alface, maionese e catchup) e misto
frio (de queijo, tomate, orégano), associados com suco de frutas natural de laranja e/ou refrigerantes, e inclui
serviços de apoio de garçons.
A lanchonete deve funcionar nos quatro dias de jogos por semana no estádio, dando especial atenção aos
intervalos, quando o número de clientes triplica, exigindo bastante agilidade da lanchonete para fornecer
lanches em quinze minutos. O sr. Tonho dispõe de reserva financeira suficiente para construção do restaurante,
entretanto, a área que disponibilizaram para a montagem é muito pequena. Ele pede que você elabore todo o
projeto físico que possa contemplar tal prestação de serviço disposto em contrato, bem como inaugure os
serviços que ocorrerão daqui a três meses, no dia do jogo entre Brasil e Argentina.
Reflita
Estudante, antes de mais nada vamos parar para refletir sobre pontos necessários para garantir o sucesso
deste empreendimento com base nos conhecimentos que você já adquiriu.
Como realizar um planejamento eficiente para atender à demanda estimada de 700 a 1000 unidades de
lanches por hora nos dias de jogo, totalizando cerca de 5000 lanches por dia? Quais serão as estratégias de
produção, logística e gerenciamento de estoque para garantir que a lanchonete esteja preparada para
Quais são as exigências específicas do contrato em relação aos requisitos legais? Como garantir que a
lanchonete esteja em conformidade com todas as normas sanitárias, trabalhistas e de segurança? Quais
são as implicações legais e as penalidades em caso de não conformidade?
Como elaborar um projeto físico que maximize o aproveitamento do espaço disponível na área pequena
reservada para a construção da lanchonete? Quais serão as considerações de fluxo de trabalho,
distribuição de equipamentos, disposição das áreas de preparação, atendimento e estoque?
Como garantir que a equipe esteja preparada para lidar com a demanda intensa durante os jogos e
intervalos, com a necessidade de agilidade no atendimento? Quais serão as estratégias de contratação,
Como planejar a inauguração da lanchonete no dia do jogo Brasil X Argentina? Quais serão os cuidados
necessários para garantir uma experiência positiva aos clientes e uma operação sem contratempos? Como
monitorar e gerenciar a lanchonete durante os dias de jogo, garantindo a satisfação dos clientes e o
cumprimento dos requisitos contratuais?
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Abrir um negócio não é simples. Veja que mesmo uma lanchonete pode ser bem complexa. Entretanto,
com o planejamento adequado, organização e atendimento aos requisitos legais, é possível obter uma
gestão eficiente com os recursos disponíveis.
É extremamente importante começar a ler o contrato de prestação de serviços, a fim de identificar os requisitos
legais e contratuais que a lanchonete deve cumprir, além de verificar a demanda de energia, gás e água. Após a
leitura do contrato, e considerando que a UPR é uma lanchonete que, pela natureza da atividade, oferece
serviço rápido em intervalos de jogo de 15 minutos, é necessário pensar em como atender a uma demanda de
200 pessoas por minuto. Nesse caso, é possível antecipar partes da produção de lanches e até mesmo antecipar
Quanto ao planejamento físico da construção da lanchonete, deve-se levar em conta que a área disponível é
pequena. Portanto, é importante otimizar os processos para reduzir ou eliminar áreas de construção, sem
comprometer a segurança dos funcionários e a qualidade dos alimentos. Uma opção é antecipar o preparo do
recheio (quente e frio) antes da montagem dos lanches. Para isso, é necessário destinar áreas para armazenar
alimentos quentes e frios, a fim de suprir uma linha de montagem de lanches. Além disso, pode-se criar uma
área de armazenamento para os kits de lanche, os quais podem ser retirados antecipadamente por meio de um
aplicativo, evitando filas e estimulando a experiência do cliente. Também é possível colocar máquinas de
vending machine de refrigerantes e sucos em diferentes pontos do salão.
Considerando essas premissas, é recomendado entrar em contato com os órgãos locais de vigilância sanitária e
com o Corpo de Bombeiros para conhecer as normas vigentes e os documentos necessários para obter o alvará
de funcionamento temporário. Com base nessas informações, é possível criar um fluxograma do processo e um
plano de ação detalhando o que será feito, o prazo e como garantir a execução correta do planejamento.
Quanto ao projeto físico funcional, é fundamental se reunir com um engenheiro e informar as áreas necessárias
para o tipo de produção da unidade, bem como as exigências legais já identificadas. Nesse momento, é
importante apresentar o fluxograma sugerido ao engenheiro para verificar se há espaço suficiente para as
atividades listadas e para atender às necessidades dos funcionários. Além disso, é necessário cumprir as
normas de segurança do trabalho relacionadas às UPRs. Ao ler o Anexo II da norma NR-24 – Condições
Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho, observe que, em casos de atividades de prestação de serviço
realizadas no estabelecimento do cliente, este é responsável pelo conforto e pelas necessidades básicas de
higiene e alimentação. Portanto, não é necessário incluir essas áreas no projeto.
Durante uma reunião com o engenheiro, é importante informar a necessidade de prever espaços mínimos de
circulação e instalação de lavatórios estrategicamente posicionados, de acordo com os requisitos da vigilância
sanitária.
Caso o engenheiro identifique a falta de espaço, é possível modificar o processo de abastecimento aumentando
a frequência de reposição, a fim de reduzir o espaço necessário. Além disso, é possível modificar o processo de
produção utilizando produtos minimamente processados, o que evitaria a necessidade de uma área específica
para o preparo de vegetais. Nesse caso, é necessário revisar o fluxo de produção para incorporar essa
mudança.
Com relação à contratação de colaboradores, é importante alinhar com o RH o perfil profissional desejado,
levando em consideração a necessidade de contratar pessoal especializado em segurança e medicina do
trabalho, de acordo com as exigências da NR 04. Um programa de treinamento pode ser planejado, incluindo
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treinamentos de integração, boas práticas de fabricação, instruções de trabalho e uso adequado de EPIs,
conforme a NR 06, além de treinamento em atendimento ao cliente.
Por fim, é recomendado simular o atendimento por meio de uma "inauguração interna" uma semana antes,
convidando uma equipe reduzida, a fim de observar os tempos de atendimento e identificar possíveis falhas. A
Você aplicou todos os conceitos aprendidos nesta unidade para resolver essa questão. Situações como essa são
comuns para grandes gastrônomos que também operam em eventos, e agora você está preparado para lidar
com elas.
RESUMO VISUAL
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REFERÊNCIAS
10 minutos
Aula 1
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Aula 3
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Aula 4
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Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.
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