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PRÁTICA DE
PLANEJAMENTO
s e õ ç at o n a r e V
FÍSICO
129 minutos
Referências
Aula 1
LAYOUT FUNCIONAL
É fundamental o aprendizado sobre as características do layout (ou leiaute em português) de
um serviço de alimentação. Por meio dele, é proporcionado conhecimento e ferramentas
gerenciais para um adequado dimensionamento dos equipamentos, serviços, colaboradores e
fluxos de trabalho.
23 minutos
INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
Damos as boas-vindas a você que estará com a gente nesta jornada de conhecimento.
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DEFINIÇÃO E ELEMENTOS DO LAYOUT
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O termo layout, adaptado para o português como leiaute, significa a maneira pela qual ocorre o arranjo e a
distribuição dos elementos em certo espaço ou superfície. Quando esse termo é aplicado aos serviços de
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alimentação, associamos à organização física da cozinha para que seu funcionamento seja adequado,
seguro e eficiente. Para isso, o layout deverá ser capaz de representar todo o processo produtivo,
contemplando, mas não se limitando às seguintes áreas:
Recebimento.
Estocagem ou armazenamento.
Distribuição.
Higienização.
Áreas anexas.
Essa representação do processo produtivo deverá acontecer por meio de elementos gráficos,
disponibilizados em um esboço de planta baixa do local (SEQUERRA, 2018; ABREU, 2011).
Os layouts deverão estar alinhados com os objetivos do serviço, sejam eles: hospitais, clínicas, hotéis,
cozinhas industriais, indústrias alimentícias, restaurantes, bares, etc. O projeto deverá ser desenvolvido de
maneira multidisciplinar, envolvendo não somente os profissionais da área de alimentos, mas também
aqueles envolvidos com projetos arquitetônicos e de engenharia. Assim, ocorre um correto
dimensionamento das áreas, equipamentos, mão de obra e todo o processo produtivo, tendo em vista
também que a planta baixa do estabelecimento ou a configuração geométrica podem assumir diversos
formatos, moldando as necessidades a serem atendidas no planejamento físico-funcional (ABREU, 2011).
Localização
Configuração geométrica
Volume de produção/refeições
Logística de abastecimento
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Fonte: adaptada de Mezomo (2015 p. 82).
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O desenvolvimento do projeto deverá contemplar os seguintes critérios operacionais (ABREU, 2011):
Otimização de custos.
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No projeto de layout da unidade deve-se considerar um fluxo linear, em sentido único, sem que ocorra o
cruzamento de atividades. Essa característica é importante pois tem uma relação direta com a redução de
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acidentes, a necessidade de menos deslocamentos para execução das tarefas, menor risco de
contaminação, e mantém a sequência e ordem do processo produtivo, gerando maior produtividade e
economia de recursos.
O projeto destinado a uma Unidade Produtora de Refeição (UPR) deverá contemplar um espaço suficiente
para que a operação seja limpa e organizada, sendo recomendado dispor de equipamentos compactos e
tecnológicos (MONTEIRO, 2022).
O formato da cozinha poderá adotar formas diversas. Veja a seguir os tipos mais usuais de cozinhas e suas
respectivas características.
Cozinha linear: também conhecida como de galeria ou de parede, é adequada para locais que dispõem
de pouco espaço físico. Deve apresentar, no mínimo, 3 metros de comprimento.
Cozinha em formato "L": a cozinha é distribuída em duas paredes, formando um ângulo de 90º.
Geralmente apresenta a disposição de uma bancada que favorece o trabalho de poucas pessoas.
Cozinha em formato circular: é bem apreciada nos serviços gastronômicos devido ao seu design
diferenciado, mas em serviços de alimentação não é aconselhável, pois dificulta a disposição de móveis
e equipamentos, além de dificultar a higienização.
Cozinha fechada: é também conhecida como aquela que está entre "quatro paredes", ou seja: é a
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cozinha tradicional. Em serviços de alimentação, esse tipo de cozinha não requer o investimento ao
apelo visual, tendo em vista que não será acessível ao cliente.
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Cozinha aberta: é também conhecida como cozinha vitrine e tem ganhado cada vez mais espaço nos
serviços de alimentação, pois permite que o cliente acompanhe todo o processo de elaboração de sua
refeição, exigindo um design harmonizado com todo o restante do estabelecimento.
A configuração geométrica retangular gera alguns benefícios, tais como (MEZOMO, 2015; GURGEL, 2023;
MONTEIRO, 2022):
Reduz risco de contaminação devido a menos pontos onde ocorre o cruzamento de atividades.
Para isso, é muito importante considerar uma boa setorização e a adoção de fluxogramas.
Setorização:
O dimensionamento dos setores, especialmente das áreas de pré-preparo, preparo e cocção, deverá ser
feito com base no volume máximo de refeições que a UPR é capaz de atender ou que foi dimensionada para
atender. O dimensionamento das áreas de armazenamento deve considerar a média de refeições servidas
diariamente e a política de compras (MONTEIRO, 2020).
Fluxogramas:
Os fluxogramas são maneiras gráficas de representar a sequência de atividades, permitindo compreender
um determinado processo e identificar pontos de melhoria ou até mesmo definir um novo processo de
trabalho, tornando-o mais eficiente. Poderão ser aplicados a layout, produto ou processo.
TIPOS DE LAYOUT
Fluxogramas e fluxolocalgramas para um restaurante
Os fluxos determinam o movimento e sentido das operações. Por isso, no projeto, devem-se considerar dois
importantes fluxos:
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Fluxo de produto: avalia a probabilidade de contaminação devido à presença de alimentos
considerados de alto risco, como carnes cruas, alimentos que possam estar contaminados, como
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vegetais crus, etc.
Quando os fluxos são representados por meio de figuras ou desenhos, passamos então a chamá-los de
fluxogramas.
Figura 8 | Fluxolocalgrama
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Fonte: acervo da autora (2023).
Nessa última imagem você pode notar a presença de setas coloridas, indicando o sentido de determinado
processo. Veremos mais a seguir sobre o fluxolocalgrama.
O layout do serviço de alimentação deverá apresentar alguns elementos básicos para que possa representar
a área desejada e, então, ter uma visão ampla do serviço de alimentação ou do setor. Observe a seguir o
exemplo de um layout.
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informações pertinentes ao funcionamento da cozinha e ao processo produtivo seguro. A disposição de
espaços eficientes no serviço de alimentação é bem representada por meio dos fluxogramas, especialmente
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quando são aplicados dentro do layout (croqui) do local, permitindo analisar a eficiência no deslocamento,
segurança e possíveis riscos ao serviço. Quando os fluxogramas são desenhados dentro do b, passam a ser
chamados de fluxolocalgrama. O fluxolocalgrama permite observar cruzamentos inadequados, os quais
estão relacionados a maior risco de contaminação, maior risco de acidentes, menor utilização útil do tempo
de trabalho e, portanto, geram danos ao serviço (MONTEIRO, 2022; ETO, 2019).
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VIDEO RESUMO
Neste vídeo, trouxemos para você informações complementares a respeito de layout, fluxogramas e
fluxolocalgrama. Aprofundaremos juntos os conceitos aprendidos sobre os elementos e tipos de
representação de layout; falaremos sobre símbolos e formas de representar os fluxogramas e como
desenhar, interpretar e analisar os fluxolocalgramas. Dessa maneira, você compreenderá melhor a
importância dessas ferramentas e saberá a melhor forma de utilizá-las em sua prática profissional,
enriquecendo seu aprendizado.
Saiba mais
Os fluxogramas são ferramentas gerenciais de grande utilidade para as organizações,
independentemente do tipo de segmento e serviço. Nos serviços de alimentação, são amplamente
utilizados para a elaboração de Manual de Boas Práticas e outros manuais inerentes ao serviço,
Instruções de Trabalho, Procedimentos Operacionais Padronizados, Operações, fluxos de trabalho, etc.
A implementação de um Planejamento Sistemático de Layout representa uma disposição de arranjo
físico de maneira a propor um ordenamento dos procedimentos dentro do layout da unidade,
aprimorando os processos e racionalizando recursos. É importante mencionar que um determinado
layout permite variados arranjos físicos.
Aula 2
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INTRODUÇÃO
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Olá, estudante!
O planejamento das áreas produtivas de um serviço de alimentação é muito importante, tendo em vista
que, por meio dele, é possível otimizar os processos e maximizar a produtividade. Além disso, uma área
bem planejada e dimensionada apresenta um fluxo linear e ordenado, capaz de minimizar o risco de
contaminação e evitar acidentes no ambiente de trabalho. Por outro lado, quando o planejamento físico e o
dimensionamento das áreas de produção não são executados corretamente, impactam diretamente no
funcionamento da unidade e nos custos operacionais.
O dimensionamento pode se apropriar de uma série de fatores, que vão desde o layout da unidade até os
tipos e quantidade de equipamentos, mão de obra, tipo de serviço e volume de refeições.
Agora que você já compreende a importância desta aula, vamos juntos explorar o conteúdo elaborado para
você!
Bons estudos!
Volume de refeições.
Quantidade de turnos.
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Figura 1 | Áreas produtivas de uma Unidade Produtora de Refeições
Vamos abordar cada uma das áreas apresentadas na Figura 1, esclarecendo que essas são consideradas as
divisões básicas de um serviço de alimentação e, dependendo da atividade, público, localização e legislação
local, as atividades de produção de alimentos poderão exigir outras áreas. Por isso é importante conhecer a
legislação local e as orientações direcionadas aos serviços de alimentação.
Área de recebimento
É a porta de acesso às áreas produtivas. Local destinado ao recebimento de mercadorias e produtos, sejam
eles alimentícios ou não. Por isso, é essencial que medidas para evitar a contaminação de alimentos sejam
adotadas nesse local, pois constitui um ponto crítico ao processo produtivo. Esse local deverá caracterizar
um prolongamento da plataforma onde serão descarregados os itens recebidos e, por isso, deverá estar sob
uma doca protegida contra chuva e, preferencialmente, sem incidência direta de raios solares. O local
deverá ser estruturado de maneira que não tenha acesso direto às áreas de circulação e às áreas onde
ocorre manipulação de alimentos (BRASIL, 2004; TEIXEIRA et al., 2010) sendo recomendado que a área de
recepção represente em torno de 5% da área física total da Unidade de Alimentação (ETO, 2019).
Quando destinado ao recebimento de alimentos, essa área tem por finalidade (MONTEIRO, 2022):
Neste local deverá acontecer a inspeção das matérias-primas e produtos entregues, avaliando se estão
dentro das características negociadas na aquisição. Por se tratar de um local que receberá produtos
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alimentícios e não alimentícios (como produtos de limpeza, descartáveis, peças de máquinas, etc.), deverá
dispor de procedimentos, horários e rotinas que possam elevar o nível de segurança dos alimentos (PAYNE-
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PALACIO; THEIS, 2015).
Depois de serem recebidos, os produtos alimentícios deverão seguir para o armazenamento, onde deverão
ser guardados até o momento de sua utilização.
TIPOS DE LAYOUT
O local deverá dispor de paletes de material plástico ou prateleiras para armazenamento, com espaçamento
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entre as pilhas para garantir circulação de ar e limpeza. É recomendado que haja uma distância de 30
centímetros do piso e 45 centímetros da parede, para garantir uma boa circulação de ar (BRASIL, 2004;
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OLIVEIRA; FAVILLA; ETO, 2019).
Nesses locais, os alimentos deverão ser organizados por grupos; veja exemplos a seguir:
É recomendado que esse local esteja equipado com porta larga e alta com borrachas de vedação na parte
inferior para impedir o acesso de insetos e pragas. O piso deverá ser em cor clara, de material lavável e
resistente. Neste local é proibida a instalação de ralos. As janelas deverão apresentar telas milimetradas,
bem ajustadas ao batente, e apresentar temperatura ambiente inferior a 26°C (TEIXEIRA et al., 2010).
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Os locais de armazenamento sob temperatura controlada poderão atuar em temperatura de refrigeração
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(até 10°C), geralmente destinada ao acondicionamento de lácteos e derivados, hortifrutis e produtos de
panificação e confeitaria, ou em temperatura de congelamento (-18°C ou temperatura inferior), geralmente
destinada ao armazenamento de carnes e seus subprodutos. É importante observar os dispositivos legais
que regem as atividades do segmento e também a legislação local para que possa dimensionar
corretamente esses locais e manter a temperatura em funcionamento adequado (OLIVEIRA; FAVILLA; ETO,
2019).
TIPOS DE LAYOUT
Pré-preparo e cocção
Tanto o pré-preparo quanto a cocção ou preparo são áreas de processamento, ou seja: locais onde ocorre a
manipulação e transformação das matérias-primas. O pré-preparo é considerado uma “área suja” no
processo produtivo e, devido a isso, deverá ser segregado por barreira física, a qual dispensa a necessidade
de paredes completas até o teto (BRASIL, 2002; TEIXEIRA et al., 2010).
O dimensionamento do espaço físico dessa área pode ser baseado conforme quadro a seguir:
200 6
400 9
0
600 10
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500 12
1000 14
Neste local é recomendado que as paredes sejam revestidas por azulejo, laminado plástico ou pintura epóxi
com um pé direito de pelo menos 1,8 metro de altura, e os pisos deverão ter inclinação em sentido aos ralos
(FILHO, 1996).
Na impossibilidade de uma segregação para cada gênero alimentício, a unidade de Alimentação e Nutrição
deverá pelo menos apresentar uma área destinada à manipulação exclusiva de produtos cárneos e outra
destinada à manipulação dos demais alimentos. Dessa maneira, o local deverá adotar fluxos produtivos que
contemplem horários distintos para manipulação de gêneros diferentes, além de rotinas de higienização
eficientes (TEIXEIRA et al., 2010).
Dependendo da finalidade da área, deverá dispor de equipamentos específicos. Não se limitando, mas
incluindo: liquidificador, batedeira, balança, moedor de carne, cortador e desfibrador de vegetais, centrífuga
para hortifrutis, triturador, cutter, fatiador de frios, pia com compartimentos para higienização, carrinho de
transporte, tábuas coloridas para corte, etc. (PAYNE-PALACIO; THEIS, 2015; FILHO, 1996).
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Figura 6 | Pré-preparo de saladas de uma U.A.N.
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Fonte: acervo da autora.
Preparo
As áreas destinadas ao preparo dos alimentos poderão ser subdividias em local para montagem de pratos
que não necessitam de cozimento e área de cozimento ou cocção. As áreas destinadas a montagem de
saladas são exemplos de locais de preparo nos quais os alimentos não necessitam de tratamento térmico
anterior. Neste caso, é conveniente que esse tipo de área fique próxima às câmaras frigoríficas (PAYNE-
PALACIO; THEIS, 2015; MONTEIRO, 2022).
As áreas de preparo são consideradas eixo da cozinha e, geralmente, estão localizadas no centro dela ou
muito próximo. Quando destinadas ao tratamento térmico, são chamadas áreas de cocção. O tipo e as
tecnologias empregadas nesse setor dependem de diversos fatores, sendo o padrão de cardápio e o volume
de refeições os principais. Nesses locais geralmente são encontrados fornos, grelhadores, equipamentos a
vapor, batedeiras, fritadeiras, panelas, chapas, fogão, forno convencional e/ou combinado, coifa com
sistema de exaustão, caldeirões, etc. (PAYNE-PALACIO; THEIS, 2015).
O arranjo deste local deverá proporcionar aos colaboradores segurança, conforto e acessibilidade aos
equipamentos necessários para a produção de alimentos, dentro de um layout simples, que respeite o fluxo
linear e ordenado (FILHO, 1996).
VÍDEO RESUMO
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Neste vídeo abordaremos um pouco mais sobre o recebimento, armazenamento, pré-preparo e preparo,
áreas produtivas de uma Unidade de Alimentação e Nutrição. As abordagens incluirão características
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essenciais a essas áreas, aspectos físicos, rotinas, fluxos de trabalho, equipamentos necessários às
atividades e também dicas importantes para um projeto físico bem estruturado. Aproveite para visualizar
algumas imagens e compreender melhor como ocorrem os processos.
Saiba mais
O dimensionamento da área física e dos fluxos produtivos é de grande importância, tanto quanto o
dimensionamento dos equipamentos que farão parte da rotina do estabelecimento. Tendo em vista
isto, a Unidade de Alimentação e Nutrição deverá ter equipamentos compatíveis com o espaço físico,
com o fluxo de trabalho e com as demandas de produção.
Aproveite a oportunidade para exercitar os cálculos de dimensionamento que o livro traz. Boa leitura!
Aula 3
PLANEJAMENTO DO SALÃO
O salão (ou refeitório), quando bem dimensionado, contribui para minimizar o risco de
acidentes, otimizar o processo produtivo e racionalizar o tempo de deslocamento. É também
muito importante para a satisfação do cliente e do consumidor, que estará inserido neste
contexto e experienciando tudo o que foi designado para esse local.
25 minutos
INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
Essa aula complementa o seu aprendizado no que diz respeito à distribuição, organização e determinação
de fluxos dentro de uma unidade produtora de refeições (UPR), independentemente do segmento
alimentício ao qual ela pertence. Com o conhecimento que será adquirido nessa aula, você estará
preparado(a) para lidar com situações que exigem a disposição estratégica de elementos que fazem parte
do salão de distribuição de refeições ou, para alguns segmentos, o refeitório, local onde ocorrerá a
distribuição e o consumo das preparações elaboradas nas etapas anteriores do fluxo produtivo.
O salão (ou refeitório), quando bem dimensionado, contribui para minimizar o risco de acidentes, otimizar o
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processo produtivo e racionalizar o tempo de deslocamento. É também muito importante para a satisfação
do cliente e do consumidor, que estará inserido neste contexto e experienciando tudo o que foi designado
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para esse local.
O dimensionamento do salão deve ser baseado em alguns fatores; são eles (MONTEIRO, 2022; TEIXEIRA et
al., 2007):
Tempo necessário para que ocorra a distribuição do alimento ou que o cliente necessita para se servir.
Número de lugares.
É recomendado que seja considerado, no mínimo, 1,2 m² por pessoa com ampla área de circulação, para
evitar filas (MONTEIRO, 2022), ou então que a área de distribuição das refeições represente de 45% a 48% da
área total do Serviço de Alimentação. Ao se considerar o fluxo de passagem dos clientes, tratando-se de um
restaurante comercial ou institucional, deve-se calcular a área do salão a ser disponibilizada considerando
1/3 da média de clientes ao dia, tendo em vista os diferentes turnos e a rotatividade que o local apresentará
neste caso (TEIXEIRA et al., 2007).
Os requisitos de ambientação, segurança e higienização também são preconizados pelos dispositivos legais.
Ao planejar uma área de distribuição e consumo de alimentos, devem-se considerar os recursos do design
que poderão contribuir com esses requisitos.
Nessa área alguns itens são essenciais para garantir o conforto do cliente e proporcionar um local adequado
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para realizar a refeição. As mesas quadradas poderão ser agrupadas, se houver necessidade, para
acomodar grupos maiores e se tornarem versáteis ao serviço, com economia de espaço e melhor
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distribuição dos assentos. Mesas retangulares e compridas são utilizadas para racionalizar o espaço, mas
reduzem o conforto do cliente e dificultam o acesso da equipe do salão (garçons), além de reduzir o nível de
interação entre os clientes ali acomodados. Mesas redondas ocupam maior espaço útil e dispõem de menos
assentos. Geralmente são utilizadas em serviços mais requintados ou que desejam dar mais privacidade aos
clientes e favorecer a circulação dos colaboradores e de carrinhos de apoio. Para que o cliente fique bem
acomodado na cadeira é recomendado que haja um espaço mínimo de 45 centímetros nas costas, depois de
sentado, e que a área de circulação do salão permita espaços entre 1,3 m e 1,5 m entre as mesas (PAYNE-
PALÁCIO; THEIS, 2015).
Para compartilhar de um fluxo seguro com relação aos alimentos, é recomendado que esse local
disponibilize carros de devolução dispostos de maneira estratégica e também local de recolha e higienização
de utensílios que esteja na porção final do fluxo de operação. Esse local deve estar completamente
segregado por barreira física e ser realizada a devolução por meio de um guichê (MONTEIRO, 2022).
TIPOS DE LAYOUT
Iluminação
A iluminação deve ser compatível com a decoração do ambiente, devendo apresentar uma intensidade
entre 150 e 250 Lux.
Ventilação
Deverá haver um bom equilíbrio entre aquecimento, controle de umidade e circulação de ar. A
temperatura recomendada é entre 22 e 26°C.
Acústica
Devem-se adotar estratégias para reduzir barulhos e ruidos provenientes da cozinha. Pode-se adotar
um som ambiente, por exemplo.
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Decoração
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Deverá ser compatível com o estilo do restaurante e com a clientela predominante. Decorações
temáticas são bem apreciadas.
Fonte: adaptada de Payne-Palacio e Theis (2015), Monteiro (2022) e Teixeira et al. (2007).
A estruturação eficiente de um salão onde serão servidas as refeições deverá considerar (PAYNE-PALACIO;
THEIS, 2015):
Fluxo de trabalho: diz respeito à utilização eficiente da mão de obra. Logo, o local deverá oferecer o
mínimo de dificuldade e de movimentos para a equipe, fornecendo os suprimentos, ferramentas e
equipamentos necessários.
Fluxo de circulação: considera a facilidade e a ordem para a qual os clientes deverão se movimentar.
Quanto mais clientes forem servidos em menor tempo, maior será o volume de vendas.
Uso de energia: relaciona o uso de tecnologias com o design do salão e eficiência desse uso. Devido ao
aumento no custo da energia elétrica, os serviços de alimentação estão investindo em tecnologias de
alto rendimento de energia e em equipamentos que utilizem outros recursos naturais.
Maximização dos recursos: refere-se aos recursos finitos e limitados, como espaço, mão de obra e
dinheiro disponível, maximizando-os. Um exemplo é a instalação de um pequeno quiosque dentro do
salão, ocupando pouco espaço, mas que poderia ser o fator motivador para elevar o fluxo e a satisfação
dos clientes.
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No local onde ocorre a distribuição das preparações e os clientes realizam a refeição, é comum haver:
balcões de distribuição, balcão de apoio, cubas, passthrough, refresqueira, cafeteira. Esse local recebe a
classificação de cafeteria quando a distribuição da refeição acontece por meio de um balcão térmico e os
clientes utilizam bandejas para acomodar os alimentos, além disso, há colaboradores de apoio ou copeiros
para auxiliar no porcionamento (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2011; TEIXEIRA et al., 2007).
1. Entrada.
7. Refresqueiras e bebidas.
10. Saída.
No desenho apresentado, as setas na cor azul simbolizam o fluxo de operação dos clientes que estão
adentrando o salão para se alimentar. As setas na cor laranja simbolizam o fluxo de operação dos clientes
que já realizaram a refeição e estão deixando o salão.
TIPOS DE LAYOUT
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2015).
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Os equipamentos devem ser projetados de maneira que os cantos, ranhuras e fendas sejam eliminados,
proporcionando uma higienização mais eficiente e reduzindo os acidentes. É também recomendado que
tenham uma altura mínima de 15 centímetros se tiverem rodízios para se movimentar. Os expositores de
alimentos, bem como os balcões térmicos utilizados em sistemas self-service, deverão apresentar um
anteparo para minimizar o risco de contaminação. Nesses balcões térmicos, um local de apoio para
bandejas em trilhos é interessante e seguro (PAYNE-PALACIO; THEIS, 2015).
Figura 4 | Balcão de distribuição com anteparo e apoio para bandejas sobre trilhos
Para reduzir a frequência e dimensão dos acidentes e também prevenir doenças ocupacionais, deve-se
fornecer e orientar o uso correto de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), bem como manter os
Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) disponíveis e funcionando, cujas responsabilidades são
partilhadas entre o empregador e o empregado. O local deverá dispor de uma estrutura física que
contemple a máxima segurança para os alimentos, individuais e para a operação (ABREU; SPINELLI; PINTO,
2011).
Os critérios de segurança do estabelecimento deverão ser baseados nas Normas Regulamentadoras (NRs)
do Ministério do Trabalho, especialmente as apresentadas a seguir (BRASIL, 2023):
NR 6 – EPIs.
NR 17 – Ergonomia.
O salão de distribuição deverá adotar medidas que atuem na prevenção contra incêndios, implementando
no local (NR 23 – BRASIL, 2022):
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Procedimentos para evacuação dos locais com segurança.
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Alarmes e dispositivos de sinalização.
Considerando o exposto, o local deverá apresentar saídas que sejam capazes de atender ao volume de
pessoas que circulam pelo local. As saídas deverão ser independentes, ou seja: não deverão ser utilizadas
como entradas e deverão estar desobstruídas. O local deverá sinalizar o fluxo em direção às saídas de
emergência, de maneira que possa ser ordenado em caso de necessidade (NR 23 – BRASIL, 2022; RDC nº 216
– BRASIL, 2004).
Sprinklers.
Detectores de fumaça.
Extintores.
VIDEO RESUMO
Trouxemos para você um conteúdo bem interessante de como dimensionar o balcão térmico e as
gastronorms utilizadas nos serviços de alimentação, especialmente em restaurantes comerciais e
institucionais. Então, prepare a calculadora! Além disso, você também vai aprender mais sobre a
importância de adotar rotinas que possam contribuir com a máxima segurança, fazendo o uso correto de
Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva.
Vamos lá?
Saiba mais
A forma com a qual o arranjo físico de um serviço de alimentação é planejado está diretamente
relacionada com a produtividade do estabelecimento, com a racionalização dos recursos, maximizando
a produtividade e minimizando os custos, e também com a segurança dos alimentos, dos
colaboradores, clientes e de toda a operação. Esse é um fator que cada vez mais vem agregando valor
ao serviço de alimentação, tornando-o ainda mais competitivo frente aos concorrentes e ganhando
uma atenção diferenciada por parte dos proprietários de restaurantes.
Por meio do estudo dos processos, pode-se adaptar o fluxo de trabalho e o layout do serviço de
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alimentação, em todas as áreas físicas que dispor, implementando um sistema chamado SLP
(Systematic Layout Planning – Planejamento Sistemático de Layout). O SLP propõe um rearranjo do
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layout do serviço, considerando os fluxos de trabalho e operações, de maneira que possa contribuir
efetivamente para processos mais seguros, em todos os aspectos.
Para compreender melhor a aplicabilidade do SLP em um restaurante, busque e leia o artigo Proposta
de melhoria do arranjo físico de um restaurante: um estudo de caso em Foz do Iguaçu/PR.
Bons estudos!
Aula 4
INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
Vamos imergir em um mundo de assuntos legais e regulatórios nesta aula! Está preparado?
Cada qual apresenta requisitos legais que deverão ser atendidos e também exigências aos
estabelecimentos. As exigências vão desde um alvará – que será submetido a diversas etapas para a
autorização da atividade – até manuais, instruções de trabalho, rotinas e documentos operacionais que
deverão estar em conformidade com as normas e também precisam estar atualizados e adequados às
atividades.
Nessa aula você vai estudar sobre tudo isso e muito mais.
Bons estudos!
DEFINIÇÃO E ELEMENTOS DO LAYOUT
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Sistema Único de Saúde. Para que sua atuação seja adequada, ela conta com a descentralização nos três
níveis federativos e é amparada por normativas complementares, conforme o segmento do
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estabelecimento.
Na área de alimentos existem diversas normativas que regem as atividades legais e os assuntos
regulatórios. Para facilitar a identificação daquelas que deverão ser atendidas e perceber as necessidades
mais emergentes, é importante avaliar:
Entre os diversos documentos legais, vale a pena destacar os que são apresentados a seguir, pois são os
básicos para qualquer segmento alimentício:
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Existem outros documentos além desses, dos quais os profissionais devem ter conhecimento para que o
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estabelecimento funcione dentro da legalidade. Para certificar que as empresas se enquadram nos
requisitos legais mínimos, existem os procedimentos de fiscalização. Além da fiscalização exercida pela
Vigilância Sanitária, representada pela ANVISA, existem outras às quais os estabelecimentos estão sujeitos.
Para você compreender melhor, a jurisdição do MAPA compete aos produtos agropecuários, envolvendo
toda a cadeia produtiva, mas principalmente o plantio, colheita e criação de animais. Também envolve a
biotecnologia, utilizada pelas indústrias alimentícias na fabricação de alimentos e bebidas (WEBINAR...,
2018). Já a Polícia Civil atua no cumprimento à Lei nº 8080, de 1990 – Código de defesa do consumidor.
Portanto, fiscaliza o comércio de produtos de origem animal por meio do selo SIF, data de validade e
produtos controlados, amplamente utilizados na indústria alimentícia.
A gestão, assistência, adequação e análise de determinadas práticas são geridas pelos assuntos regulatórios
em conformidade com a legislação sanitária. Para isso, diversos documentos associados à atividade
legalizada da empresa, bem como aqueles que são complementares às atividades, deverão ser
implementados e estar atualizados.
Registro de produtos.
Rastreabilidade de processos.
Recolhimento e recall.
Um dos documentos mais importantes é o Manual de Boas Práticas. Para a elaboração desse documento, é
recomendada a aplicação de um checklist como documento para diagnóstico do local e levantamento das
informações necessárias à elaboração do MBP (OLIVEIRA; FAVILLA; ETO, 2019).
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Esses documentos, dentre outros, são essenciais para o sucesso de uma fiscalização ou, ainda, para que
possam ser vistoriados e auditados por clientes, fornecedores e certificadoras.
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TIPOS DE LAYOUT
As normativas utilizadas nas Boas Práticas de Fabricação ou Produção poderão ser provenientes da ANVISA
(como as RDCs), dos Centros de Vigilância Sanitária (CVS – nível Estadual), do Ministério da Saúde, do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e de outros órgãos federativos. Logo, a
elaboração do Manual contendo as Boas Práticas deverá considerar as normativas às quais responde.
A elaboração do Manual de Boas Práticas está condicionada às normativas que serão aplicadas ao
estabelecimento, devendo observar os seguintes aspectos:
— (ANVISA, 2002)
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O MBP estabelece os procedimentos para diversos processos dentro de um restaurante, entre eles: seleção
de fornecedores, aquisição de matéria-prima, transporte e armazenamento, treinamento, controle de
sobras e restos, controle de desperdícios, critérios de manipulação de alimentos e higiene. Por isso, para se
elaborar um MBP é necessário que se tenha conhecimento da legislação aplicada ao controle higiênico-
sanitário (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2011). Além disso, é necessário que o MBP seja capaz de reproduzir
exatamente e fielmente todos os processos da unidade e, por isso, é um documento individual de cada
estabelecimento, devendo ser atualizado sempre que houver qualquer alteração em rotinas, processos,
procedimentos, alterações na estrutura física ou até mesmo na implementação de novas tecnologias ou, no
mínimo, uma vez ao ano (OLIVEIRA; FAVILLA; ETO, 2019).
Higienização.
Manejo de resíduos.
Os POPs deverão apresentar, minimamente, a seguinte estrutura (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2011):
Descrição do item.
Frequência.
Diluição.
Procedimento.
Monitoramento.
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Responsável.
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TIPOS DE LAYOUT
Fiscalização sanitária
A fiscalização sanitária na área de alimentos está sob competência da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA), mas, como vimos, alguns processos poderão ser também fiscalizados por outras
entidades federativas. A ANVISA responde por produtos e serviços de interesse à saúde, sendo a área dos
alimentos uma das tantas em que a agência atua (ANVISA, 2002).
Os serviços de Vigilância Sanitária, propriamente ditos, são ações amplas que têm por objetivo prevenir,
reduzir e, sempre que possível, eliminar quaisquer situações que possam colocar a saúde em risco. Na área
de alimentos, essas ações são alimentadas em todas as etapas e processos, abrangendo desde o
produtor/fornecedor até o consumidor final, garantindo produtos de qualidade e seguros do ponto de vista
higiênico-sanitário (OLIVEIRA; FAVILLA; ETO, 2019).
A fiscalização sanitária, nos três níveis federativos, atua em especial nas seguintes frentes de trabalho
(ANVISA, 2002):
Nível Municipal: considera as necessidades locais (municípios e cidades) e aspectos regionais que
possam interferir na obediência e aplicação das normas. Tem caráter orientativo e busca auxiliar os
estabelecimentos no cumprimento das determinações legais.
Nível Estadual: complementa as ações municipais. Executa ações e serviços provenientes de ordens
federais. Fiscaliza a atuação das vigilâncias em nível municipal e estabelecimentos com maior
abrangência comercial.
Nível Federal: responsável por determinar normas gerais que atuarão em todo o território brasileiro e
também responderão por importação e exportação de produtos.
Figura 3 | Fiscalização sanitária
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Fonte: Freepik.
Portaria do Ministério da Saúde (MS) 1.428/93: normas e procedimentos para inspeção sanitária de
alimentos.
Os processos de fiscalização compreendem a emissão de uma ficha de procedimento, documento que traz
as evidências observadas durante a fiscalização, determina o grau de risco e penalidade, se for o caso.
1. Leves: o estabelecimento tem atenuantes, como, por exemplo, ser a primeira vez que comete aquela
infração.
2. Graves: quando o local apresenta circunstâncias agravantes, como, por exemplo, a reincidência da
mesma infração ou não atendimento à solicitação feita pelo órgão atuador.
3. Gravíssimas: quando há consequências sérias à saúde pública.
Com base na classificação da infração, o agente sanitário determina se deve-se aplicar penalidade e qual
será o prazo para interposição de recurso, defesa e/ou adequação do estabelecimento.
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VIDEO RESUMO
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As Boas Práticas são muito amplas em sua aplicação na área de alimentos. Por isso, preparamos um vídeo
para que você possa compreender melhor sua importância e implementação, além de evidenciar os
aspectos que devem constar em um Manual de Boas Práticas. Geralmente esse documento é utilizado como
norteador das fiscalizações. Assim, você poderá compreender melhor como são aplicadas as penalidades
sanitárias e também intervir em favor do estabelecimento.
Saiba mais
Os assuntos regulatórios em um estabelecimento do segmento alimentício representam uma área que
lida com documentos complexos e que são estratégicos para o negócio, atendendo não somente aos
requisitos legais, mas também gerando uma série de benefícios, como aumento da produtividade,
racionalização de recursos, aprimoramento de processos, otimização do produto final, qualidade e
segurança em todo o processo produtivo. Esses, além de outros fatores, destacam a empresa em seu
segmento e a tornam ainda mais competitiva no setor.
Tendo em vista a importância dos assuntos legais e regulatórios, a ANVISA disponibiliza a Webinar |
Introdução aos Assuntos Regulatórios (ANVISA / MAPA), que trata do tema, abordando o conceito de
alimentos, a responsabilidade concedida à ANVISA e ao MAPA, além dos procedimentos relacionados
ao registro, uso de aditivos e embalagem para alimentos.
Aula 5
REVISÃO DA UNIDADE
27 minutos
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clientes. Com o emprego de técnicas e ferramentas adequadas para o dimensionamento do serviço de
alimentação e/ou adaptações no layout, obtém-se a maximização dos espaços, favorecendo o fluxo de
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trabalho.
Um layout funcional deve considerar o espaço disponível para o dimensionamento, como ocorrerá o fluxo
de trabalho, das operações e de produção, questões relacionadas ao acesso do colaborador e do cliente, os
equipamentos, tecnologias e design que pretende implementar, o volume de refeições a ser produzido
diariamente e também as áreas competentes ao processo produtivo, observando as normativas legais.
Você aprendeu sobre layouts e sobre as áreas produtivas de maior impacto no serviço de alimentação e
sobre os aspectos físicos que deverão ser considerados no dimensionamento desses espaços. As
características que deverão apresentar as áreas de recebimento, armazenamento e de
processamento/manipulação.
A seguir, você estudou sobre a área de distribuição ou salão de refeições, termo bastante empregado em
restaurantes. Sobre esse local, você teve a oportunidade de compreender a importância do fluxo de clientes
e colaboradores, bem como equipamentos e móveis inerentes a esse espaço. Também falamos sobre
práticas e dispositivos de segurança, bem como as estratégias que deverão ser implementadas para
minimizar o risco de acidentes e os impactos decorrentes de situações adversas.
Por fim e tão importante quanto os demais assuntos que foram abordados nessa unidade, falamos sobre os
documentos legais, assuntos regulatórios e fiscalizações a que o local poderá ser submetido, não somente
da Vigilância Sanitária, mas também de outros órgãos. Você viu que existem legislações de referência e que
trazem abordagens distintas. Portanto, saber qual legislação adotar e conhecer como é conduzida uma
fiscalização é muito importante! Também aprendeu sobre a documentação pertinente ao serviço de
alimentação, de maneira que saiba o que é necessário para que o estabelecimento esteja em conformidade
com a legislação e com o governo, atuando de maneira legalizada.
O conhecimento que essa unidade de estudo te proporcionou pode ser aplicado a qualquer segmento do
setor alimentício e certamente vai te acrescentar diferenciais competitivos no mercado de trabalho.
Bons estudos!
REVISÃO DA UNIDADE
Olá, estudante!!
Você verá o quanto o planejamento e dimensionamento das áreas físicas de um serviço de alimentação é
importante e é um fator altamente relevante para a produtividade e para os custos operacionais. Você vai
estudar os fatores que geram os maiores impactos e aprenderá estratégias que certamente ajudarão a
tomar as melhores decisões.
ESTUDO DE CASO
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Você trabalha em um restaurante institucional, localizado dentro de uma empresa e que serve em torno de
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520 refeições diariamente aos colaboradores. Esse restaurante está localizado no 1º andar do prédio e
apresenta um desenho semelhante à letra “L”. Devido a essas características, os gestores do restaurante
acreditam haver um importante impacto nos custos, além de acidentes de trabalho rotineiros. Além disso, o
local já foi autuado em fiscalização sanitária por não apresentar as áreas e setores separadamente.
Entre as expectativas dessa consultoria, é esperado que você gere as seguintes contribuições:
1. Indique as áreas básicas a dispor o estabelecimento e oriente sobre estratégias que poderão ser
adotadas em virtude da localização da cozinha.
2. Aponte as melhorias que poderão ser executadas no layout e como disponibilizar os móveis,
equipamentos e mobiliário do restaurante, ampliando o salão de distribuição e minimizando a
necessidade de investir em mão de obra.
3. Apresente argumentos convincentes de que suas sugestões contribuirão para reduzir os custos
operacionais e ajudarão a maximizar o processo produtivo, atendendo ainda ao que foi solicitado pela
autoridade sanitária.
Considerando o exposto, apresente suas ideias e explane sobre o que lhe foi solicitado, baseando-se nos
conhecimentos desta unidade.
Reflita
Olá, estudante!
Convidamos você a refletir sobre o suporte ao qual temos acesso por meio da Vigilância Sanitária e
demais órgãos que atuam na fiscalização de estabelecimentos comerciais, não somente do setor
alimentício, mas de qualquer outro setor. A atuação desses órgãos tem o objetivo punitivo sobre os
estabelecimentos?
Tendo em vista que um país necessita do comércio e dos serviços para sua sobrevivência, será que, se
as fiscalizações agissem somente com atuação punitiva, esse país se desenvolveria? Como saber
exatamente tudo o que é exigido se existem normativas com abordagens e requisitos diferentes?
Por isso, é muito importante o acesso à informação e também às entidades públicas que atuam
orientando e auxiliando o comércio. Torna-se muito mais produtiva para o país e para os
estabelecimentos essa prática, tendo em vista que há uma ordenação dos processos e suporte ao que
é necessário para agir em conformidade com os dispositivos legais. Além dos livros e de toda a
informação disponível na internet, é muito importante buscar suporte das Vigilâncias Sanitárias.
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As VISAS não atuam somente em questões relacionadas às condições higiênico-sanitárias dos
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estabelecimentos, mas também em tudo o que é de interesse da saúde, envolvendo também
segurança, dimensionamento, fluxo produtivo, práticas, etc.
1. Indique as áreas básicas a dispor o estabelecimento e oriente sobre estratégias que poderão ser
adotadas em virtude da localização da cozinha.
Por se tratar de um local limitado dentro do espaço físico, é importante considerar que as áreas
internas deverão ser bem dimensionadas e pouco variadas. Não seria possível, por exemplo,
dimensionar uma área de pré-preparo para hortifurtis, carnes, sobremesas, grãos, lácteos, etc.
Área de higienização, que deverá ser acessível tanto para o salão de distribuição quanto para a
cozinha. Logo, em uma única área de higienização é possível acolher louças, utensílios e bandejas
tanto da cozinha quanto do salão, otimizando a operação. Neste caso, investir em equipamentos
que favoreçam os processos de higienização é necessário.
2. Aponte as melhorias que poderão ser executadas no layout e como disponibilizar os móveis,
equipamentos e mobiliário do restaurante, ampliando o salão de distribuição e minimizando a
necessidade de investir em mão de obra.
Pode-se formatar o novo layout procurando otimizar a cozinha, dando preferência para que tenha um
formato mais próximo possível do retangular. Dessa maneira, ocorre um favorecimento do fluxo linear,
reduzindo os acidentes, o deslocamento e riscos de contaminação. Nesse formato também se torna
mais fácil a disposição dos móveis, equipamentos e utensílios. Aproveitando a oportunidade, pode-se
investir em tecnologias mais ágeis, eficientes, minimalistas e, assim, maximizar a produção e reduzir o
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investimento em mão de obra.
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3. Apresentar argumentos de que suas sugestões contribuirão para reduzir os custos operacionais e
também contribuirão para maximizar o processo produtivo.
RESUMO VISUAL
REFERÊNCIAS
7 minutos
Aula 1
ABREU, E. S. de; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. de S. Gestão de Unidades de Alimentação e Nutrição: um
modo de fazer. 4. ed. São Paulo: Metha, 2011.
ETO, T. C. T. Planejamento e organização de UAN. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional, 2019. 168
0
p.
s e õ ç at o n a r e V
FLESSAS, M. et al. Planejamento sistemático de layout aplicado à cozinha industrial de um restaurante
temático. Produção em foco, Santa Catarina, v. 4, n. 2, p. 449-480, 27 out. 2014. Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/287601621_Planejamento_sistematico_de_layout_aplicado_a_cozi
nha_industrial_de_um_restaurante_tematico. Acesso em: 22 jun. 2023.
GURGEL, M. Projetando cozinhas: do sonho ao design. 2. ed. São Paulo: Senac, 2023.
MONTEIRO, R. Z. Cozinhas profissionais. 4. ed. São Paulo: Senac, 2022. 240 p. ISBN 9788539632046.
Aula 2
ABREU, E. S. de; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. de S. Gestão de Unidades de Alimentação e Nutrição: um
modo de fazer. 4. ed. São Paulo: Metha, 2011.
BRASIL. Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004. Dispõe sobre
Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação. [S. l.], 15 set. 2004. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2004/res0216_15_09_2004.html. Acesso em: 29 jun. 2023.
BRASIL. Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº 275, de 21 de outubro de 2002. Regulamento Técnico
de Procedimentos Operacionais Padronizados aplicados aos Estabelecimentos
Produtores/Industrializadores de Alimentos e a Lista de Verificação das Boas Práticas de Fabricação em
Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos. [S. l.], 21 out. 2002. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/anexos/anexo_res0275_21_10_2002_rep.pdf. Acesso
em: 29 jun. 2023.
ETO, T. C. T. Planejamento e organização de UAN. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional, 2019. 168
p. Disponível em https://biblioteca-virtual-cms-serverless-prd.s3.us-east-1.amazonaws.com/ebook/1875-
planejamento-e-organizacao-de-uan.pdf. Acesso em: 29 jun. 2023
PAYNE-PALACIO, J.; THEIS, M. Gestão de negócios em alimentação: princípios e práticas. Barueri, SP:
0
Manole, 2015.
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TEIXEIRA, S. et al. Administração Aplicada: Unidades de Alimentação e Nutrição. São Paulo: Atheneu, 2010.
Aula 3
ABREU, E. S. de; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. de S. Gestão de Unidades de Alimentação e Nutrição: um
modo de fazer. 4. ed. São Paulo: Metha, 2011.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Normas Regulamentadoras - NR. 14 fev. Brasília, 2023.
Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/assuntos/inspecao-do-trabalho/seguranca-e-
saude-no-trabalho/ctpp-nrs/normas-regulamentadoras-nrs. Acesso em: 6 jul. 2023.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Normas Regulamentadoras - NR 23: Medidas de prevenção
contra incêndios nos ambientes de trabalho. In: Guia Trabalhista, 2022. Disponível em:
https://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr23.htm. Acesso em: 6 jul. 2023.
BRASIL. Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004. Dispõe sobre
Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação. [S. l.], 15 set. 2004. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2004/res0216_15_09_2004.html. Acesso em: 29 jun. 2023.
MONTEIRO, R. Z. Cozinhas profissionais. 4. ed. São Paulo: Senac, 2022. 240 p. ISBN 9788539632046.
PAYNE-PALACIO, J.; THEIS, M. Gestão de negócios em alimentação: princípios e práticas. Barueri, SP:
Manole, 2015.
TEIXEIRA, S. et al. Administração Aplicada: Unidades de Alimentação e Nutrição. 1. ed. São Paulo: Atheneu,
2007.
Aula 4
ABREU, E. S. de; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. de S. Gestão de Unidades de Alimentação e Nutrição: um
modo de fazer. 4. ed. São Paulo: Metha, 2011.
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Cartilha de Vigilância Sanitária. 2. ed. Brasília,
ago. 2002. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartilha_vigilancia.pdf. Acesso em: 5
jul. 2023.
0
Manual GR Instrumentos Legais. Brasília, jul. 2010. Disponível em: https://agevisa.pb.gov.br/documentos-
pdf/legislacao/instrumentos-legais-de-vigilancia-sanitaria.pdf. Acesso em: 5 jul. 2023.
s e õ ç at o n a r e V
BRASIL. Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº 275, de 21 de outubro de 2002. Regulamento Técnico
de Procedimentos Operacionais Padronizados aplicados aos Estabelecimentos
Produtores/Industrializadores de Alimentos e a Lista de Verificação das Boas Práticas de Fabricação em
Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos. [S. l.], 21 out. 2002. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/anexos/anexo_res0275_21_10_2002_rep.pdf. Acesso
em: 5 jul. 2023.
PAYNE-PALACIO, J.; THEIS, M. Gestão de negócios em alimentação: princípios e práticas. Barueri, SP:
Manole, 2015.
WEBINAR: Introdução aos Assuntos Regulatórios (ANVISA / MAPA). 1 vídeo (27min 23s), 26 abr. 2018.
Publicado pelo canal Intertox – Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Hj-5ejqKz0k. Acesso em: 5 jul. 2023.
Aula 5
ABREU, E. S. de; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. de S. Gestão de Unidades de Alimentação e Nutrição: um
modo de fazer. 4. ed. São Paulo: Metha, 2011.
TEIXEIRA, S. et al. Administração Aplicada: Unidades de Alimentação e Nutrição. 1. ed. São Paulo: Atheneu,
2007.
Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.