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CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE JI-PARANÁ - CEULJI

MAX WAELL OLIVEIRA DA SILVA


MARIA CAROLINA CARVALHO RIBEIRO
JANINE MARIA BERNERT DE OLIVEIRA
ALICE MAGALHÃES DE MATTOS
MILENA DE OLIVEIRA DINIZ

CANTEIRO DE OBRA

Ji-Paraná
2017
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MAX WAELL OLIVEIRA DA SILVA


MARIA CAROLINA CARVALHO RIBEIRO
JANINE MARIA BERNERT DE OLIVEIRA
ALICE MAGALHÃES DE MATTOS
MILENA DE OLIVEIRA DINIZ

CANTEIRO DE OBRA

Trabalho acadêmico apresentado ao Centro


Universitário Luterano de Ji-Paraná – CEULJI,
como parte dos requisitos para obtenção de nota
na disciplina de Tecnologia da Construção I, no
curso de Arquitetura e Urbanismo, sob orientação
da Prof. Esp. Ariadne Fernandes Alves.

Ji-Paraná
2017
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4

1 CONCEITO BÁSICO ................................................................................................ 5


1.1 Layout.................................................................................................................... 5
1.2 Gerenciamento Visual ........................................................................................... 6

2 DEFINIÇÃO E OBJETIVO DO PLANEJAMENTO DE CANTEIROS DE OBRA ....... 7


2.1 Tipos De Canteiros ................................................................................................ 7
2.1.1 Canteiro Restrito ................................................................................................ 7
2.1.2 Canteiro Amplo ................................................................................................... 8
2.1.3 Canteiro Linear ................................................................................................... 8

3 INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS ............................................................................... 9


3.1 Áreas de Vivência e Apoio .................................................................................. 10

4 ACESSOS E TAPUMES ........................................................................................ 12

5 USO DE CROQUIS PARA PLANEJAMENTO DO LAYOUT .................................. 14

6 CUIDADOS DENTRO DO CANTEIRO DE OBRAS ............................................... 15


6.1 Manutenção e Limpeza do Canteiro de Obras .................................................... 15
6.2 Movimentação e Armazenagem de Materiais ..................................................... 16
6.3 Dimensões das Instalações................................................................................. 17

7 ESTUDO DE CASO ............................................................................................... 19

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 25

APÊNDICE.................................................................................................................26
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INTRODUÇÃO

A construção civil tem grande importância na economia do país, representada


por sua expressiva participação no Produto Interno Bruto (PIB). Entretanto
ocorreram mudanças nesse cenário, que implicam na redução dessa participação,
indicando assim a necessidade de mudanças no sistema de produção.

Uma das necessidades é o planejamento do canteiro de obras que também é


definido como o planejamento do layout e da logística das instalações provisórias,
instalações de movimentação, armazenamento de materiais e instalações de
segurança.

Apesar da sua grande importância, o planejamento de canteiro geralmente


não recebe muita atenção na prática. Buscam resolver os problemas à medida que
os mesmos surgem no decorrer da execução da obra. A tarefa do planejamento do
layout – célula básica do processo de planejamento de canteiro – raramente é feita
de modo formal e segundo diretrizes e padrões consistentes.

Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo desenvolver um


método para diagnóstico e estabelecer diretrizes para o planejamento de canteiros
de obra de edificações residenciais e comerciais. Adicionalmente é proposto um
método para padronização de canteiros e alguns indicadores para avaliar a
eficiência do planejamento realizado.

Para executar o presente trabalho foi acompanhado o canteiro de obras da


construção de uma residência unifamiliar disposta em dois pavimentos. O trabalho
encontra-se dividido em parte teórico com os principais assuntos que envolvem um
canteiro de obras e o respectivo estudo de caso.
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1 CONCEITO BÁSICO

Segundo a Norma Regulamentadora Número 18 – NR 18, do Ministério do


Trabalho e Emprego, canteiro de obra é a área de trabalho fixa ou temporária, onde
se desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra. Já a Norma Brasileira
Número 12.284 - NBR 12.284, onde citam as áreas de vivência de um canteiro, sua
definição é o conjunto de áreas destinadas à execução e apoio dos trabalhos da
indústria da construção, dividindo-se em áreas operacionais e áreas de vivência.

1.1 Layout

Entende-se por layout, a disposição física de homens, materiais,


equipamentos, áreas de trabalho e de estocagem e, de um modo geral, a disposição
racional dos diversos serviços de uma empresa.

A primeira questão refere-se à seleção das instalações provisórias e áreas de


armazenamento que o canteiro deve possuir; a segunda ao dimensionamento
destas áreas; a terceira à forma e os respectivos arranjos físicos internos; e a quarta
à localização de cada área.

Os frequentes deslocamentos ou interações entre centros de trabalho devem


ser reconhecidos para que estes sejam localizados próximos uns dos outros. O
objetivo é minimizar custos de manuseio de materiais, colocando-se itens
necessários para um mesmo fim próximos um do outro.

A flexibilidade do layout é um atributo extremamente importante, nos quais


podem ocorrer várias mudanças no arranjo físico ao longo da execução da obra.
Para que a execução de tais mudanças seja facilitada, exige-se que o plano de
layout já tenha previsto uma tipologia das instalações provisórias que permita a
mobilização e desmobilização rápidas e com alto grau de reaproveitamento dos
materiais. Deve-se facilitar o acesso aos equipamentos que necessitam de
6

manutenção, qualquer que seja a frequência desta atividade.

É indispensável que o arranjo físico considere as necessidades de segurança,


salubridade e higiene dos trabalhadores. Assim, ele deve facilitar acesso e retirada
dos materiais dos estoques, bem como o transporte dos mesmos através da
execução de vias de circulação adequadas. As instalações utilizadas pela mão-de-
obra tais como vestiários, banheiros e refeitórios, devem oferecer condições
satisfatórias de isolamento térmico, ventilação e iluminação.

1.2 Gerenciamento Visual

O layout deve permitir todos os participantes da obra trabalhar de modo


simples e rápido e que tenham controle de todas as instalações, se possível,
visualmente. Aspectos como a limpeza, sinalização, facilidade de acesso e
circulação a todos os pontos do ambiente de trabalho contribuem para que se
atinjam estes propósitos. Em um canteiro de obras planejado com antecedência,
aumenta-se a transparência dos processos, facilitando o gerenciamento visual dos
mesmos, através de práticas tais como a demarcação de áreas de estoque (altura e
perímetro) e vias de circulação, capacetes de cores diferentes para diferentes
profissionais, quadros com explicitação de traços no posto de argamassa,
sinalização identificadora dos diversos setores do canteiro, e etc.

Organizar a logística do canteiro de obras posicionando equipamentos, mão


de obra e matéria-prima da maneira mais eficiente possível é fundamental para
reduzir os fluxos, garantindo que os materiais cheguem às mãos certas com rapidez
e no momento correto, pelo exposto o layout é tão importante que deve ser a
primeira coisa a ser pensada, antes mesmo da própria obra.
7

2 DEFINIÇÃO E OBJETIVO DO PLANEJAMENTO DE CANTEIROS DE OBRA

O canteiro de obras é o local da construção onde se armazenam os materiais


(cimento, ferro, madeira etc.) e se realizam os serviços auxiliares durante a obra
(preparação da argamassa, dobragem de ferro, e etc.). É a área destinada à
execução da obra, aos serviços de apoio e a implantação das instalações
provisórias indispensáveis à realização da construção, tais como alojamento,
escritório de campo, estande de vendas, almoxarifado ou depósito, entre outras. A
organização é fundamental para evitar desperdícios de tempo, perdas de materiais,
defeitos de execução e falta de qualidade final dos serviços realizados.

O canteiro tem como objetivo promover a melhoria do setor da construção


civil, oferecendo formação e qualificação profissional aos seus trabalhadores e
interessados. Para tanto é necessário um layout que atenda todas as necessidades
da edificação.

2.1 Tipos De Canteiros

O canteiro de obras deve conter as instalações necessárias de maneira


organizada. O processo de planejamento visa obter a melhor utilização do espaço
físico disponível, de forma a possibilitar que homens e máquinas trabalhem com
segurança e eficiência, contendo uma diminuição de movimentação de materiais,
componentes e mão-de-obra. Obtendo uma qualidade de produção correta dos
trabalhos conforme definido no projeto de execução. Os canteiros de obras se
enquadram em restritos, amplos e longitudinais.

2.1.1 Canteiro Restrito

O mais frequente nas áreas urbanas. O canteiro de obras costuma ter formato
retangular e devido ao elevado custo dos terrenos nessas áreas, as edificações
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tendem a ocupar uma alta percentagem do terreno em busca de maximizar sua


rentabilidade. Caracteriza-se principalmente pela delimitação de uma área cercada
por tapumes ou muros, com um portão que dá acesso ao local. O planejamento da
logística é fundamental para não tumultuar a área de produção. Exemplos:
construções residenciais e ou corporativas de uma cidade, ampliações e reformas, e
etc.

2.1.2 Canteiro Amplo

A construção ocupa um percentual relativamente pequeno do terreno.


Geralmente esses canteiros apresentam grandes máquinas e, durante vários
momentos, há a necessidade interagir com outras pessoas e entidades que não
participam diretamente da obra. Há disponibilidade de acesso para veículos e
acesso para área de armazenamento e acomodações pessoais. Para este canteiro,
um bom exemplo é o levantamento de pontes, pois, as atividades da construção se
estendem por uma área não delimitada, ampla e com vários pontos de suporte
logístico. Exemplos: construção de plantas industriais, construções habitacionais
horizontais, construção de barragens e usinas hidrelétricas, e etc.

2.1.3 Canteiro Linear

Podem ter características dos tipos restritos ou amplos. A diferenciação se dá


principalmente na complexidade da organização física. Restrito em apenas uma das
dimensões com possibilidade de acesso em poucos pontos, à movimentação no
canteiro é mais difícil e as distâncias de percursos ficam maiores havendo uma
complicação no fluxo adequado de pessoas, equipamentos e materiais. Exemplos:
rodovias, obras pluviais e sanitárias urbanas, e etc.
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3 INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS

Definido por um conjunto de instalações que dão suporte à construção de


determinada edificação, abrigando a administração da obra, o processo produtivo e
os trabalhadores. Possuindo áreas destinadas à execução e apoio dos trabalhos da
indústria da construção, dividindo-se em áreas operacionais e áreas de vivência,
destinadas a suprir as necessidades básicas humanas de alimentação, higiene,
descanso, lazer e convivência.

Dependendo das características do terreno em que a obra está inserida, as


soluções para alocação das áreas de apoio à execução da obra - escritórios, salas
de reunião, almoxarifados, vestiários, sanitários e, dependendo do porte do
empreendimento, dormitórios e cozinhas - podem variar. E, em condições técnicas
adversas de canteiro, como em terrenos com pouco espaço, inclinados ou até com
construções antigas já alocadas, os cuidados de projeto e de especificação devem
ser redobrados.

O alojamento é o primeiro passo da obra e deve assegurar o bem-estar dos


operários por todo o período. A NR 18 possui diversas especificações, entre elas a
dimensão de pé direito, número de janelas e iluminação dos ambientes – que
mesmo sendo provisórios precisam apresentar limpeza e conservação. Os
alojamentos podem ser fixos ou móveis. Os fixos são construídos em madeira e
seus materiais podem ser reaproveitados. Os alojamentos móveis são geralmente
contêineres que acoplados transformam-se em acomodações temporárias.

Embora na maior parte dos canteiros predominem os barracos em chapas de


compensado, existem diversas possibilidades para a escolha da tipologia das
instalações provisórias, cada uma com suas vantagens e desvantagens. Seja qual
for o sistema utilizado, devem ser considerados os seguintes critérios: custos de
aquisição, custos de implantação, custos de manutenção, reaproveitamento,
durabilidade, facilidade de montagem e desmontagem, isolamento térmico e impacto
visual. A importância de cada critério é variável conforme as necessidades da obra.
Alternativa é a instalação em alvenaria – mais interessantes quando as instalações
provisórias podem tornar-se permanentes após o final da obra.
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3.1 Áreas de Vivência e Apoio

De acordo com a NBR 1.367, a área de vivência é destinada a suprir as


necessidades básicas humanas de alimentação, higiene pessoal, descanso, lazer,
convivência e ambulatória, devendo ficar fisicamente separadas das áreas
operacionais.

Encontra-se vestiário, instalações sanitárias, refeitório, cozinha (se houver


preparação de alimento), área de lazer, ambulatório (se houver mais de 50
trabalhadores na obra), alojamento e lavandeira (se os operários dormirem no
canteiro). Sendo atribuído:

a) Vestiário: para troca de roupa; armário com trancas; bancos.


b) Instalações Sanitárias: 01 (um) chuveiro e 01 (um) lavatório para cada dez
trabalhadores (segundo a NBR 1367); lavatório, gabinetes sanitários,
mictórios, chuveiros; resguardo conveniente; provido de papel higiênico;
mictório; vaso sanitário para cada 20 (vinte) trabalhadores.
c) Alojamentos: no máximo 02 (duas) camas na vertical (beliche); lençol, fronha
e travesseiro por cama, em condições adequadas de higiene, e cobertor,
quando as condições climáticas o exigirem; é obrigatório o fornecimento de
água potável, filtrada e fresca no alojamento; 01 (um) bebedouro para cada
25 trabalhadores; é obrigatório o transporte gratuito, seguro e adequado,
conforme a legislação vigente. Caso as áreas de vivência se situem a mais de
1000 m (um mil metros) do canteiro de obras; não estar situado em porões ou
subsolo.
d) Refeitório: garantir o atendimento de todos os trabalhadores no horário das
refeições; assentos em número suficiente para atender aos usuários; distante
das instalações sanitárias; não estar situado em porões e subsolos; instalado
aparelho de televisão; local limpo, arejado, ventilado, aberturas para o exterior
(teladas).
e) Cozinha: pia para lavar os alimentos e utensílios; equipamentos de
refrigeração, para preservação dos alimentos; limpa e arejada; disponibilizar
fogão, micro-ondas.
f) Lazer: área destinada à recreação
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Com base na mesma norma a área operacional são aquelas em que se


desenvolvem as atividades de trabalho ligadas diretamente à produção. Nesta área,
encontra-se portaria, escritório, almoxarifado, depósito de diferentes materiais,
central de concreto, central de argamassa, central de armação, central de fôrmas,
central de montagem de instalações e esquadrias, central de pré-moldagem, e
etc. Sendo atribuído:

a) Portaria: junto à porta de acesso das pessoas; local, para manter o estoque
dos Equipamentos de Proteção Individual, a ser fornecido pelos visitantes;
onde o vigia controla a obra.
b) Escritório: dependência para elementos de administração da obra: técnicos,
engenheiros e demais; local apropriado que se possa ter visão da obra: onde
se realiza as reuniões.
c) Almoxarifados: armazenamento dos materiais; de fácil acesso, para saída e
entrada dos materiais; mantido organizado e limpo; é importante os materiais
estarem separados e etiquetados.
d) Depósito: se diferencia do Almoxarifado, pelo fato de armazenar produtos
volumosos; Ex.: argamassa, cimento, canos e demais; mantido organizado e
limpo.
e) Central de Concreto/Central de Argamassa: local de preparação mistura e
dosagem do concreto/argamassa; no caso da central do concreto para
trabalhar com a betoneira, é necessária mão-de-obra qualificada; próximo a
energia elétrica; próximo a água; de fácil acesso.
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4 ACESSOS E TAPUMES

Há algumas exigências para a entrada de pessoas e veículos em uma obra. A


localização do portão deve ser estudada em conjunto com o estudo do trajeto que
visitantes e funcionários devem fazer ao entrar e sair da obra. Qualquer que seja a
localização do portão se recomenda que o mesmo atenda aos seguintes requisitos:

a) Possua uma inscrição que o identifique, como, por exemplo, “entrada de


pessoas”;
b) Possua uma inscrição com o número do terreno;
c) Possua uma fechadura ou puxador que facilita a abertura e o fechamento;
d) Na placa de tapume ao lado do portão, ou na própria placa do portão, é
recomendável a colocação de uma caixa de correio, a qual tem dimensões
usuais de 20 cm (largura) x 30 cm (profundidade) x 20 cm (altura);
e) Possua uma campainha, que pode tocar, por exemplo, na zona de serviço do
pavimento térreo, em local próximo ao guincho e a betoneira, e no
almoxarifado.
Quando existirem recursos para tanto, a campainha pode ser substituída por
um porteiro eletrônico. Para manter o portão permanentemente fechado pode ser
utilizada uma fechadura de tranca automática acoplada a um sistema de molas, de
forma que a simples batida do portão será suficiente para fechá-lo.

Ao entrar na obra, pode ocorrer que o visitante, ou mesmo os funcionários


não conheçam o caminho a percorrer, podendo vir a induzir tomada de caminhos
inseguros ou mais longos. Para evitar este tipo de situação, uma boa medida é a
construção de um acesso coberto para entrada de pessoas, delimitado lateralmente.
Este acesso deve ser uma passagem obrigatória para entrada e saída de pessoas
na obra. Deve começar no portão de pessoas e estender-se até uma área coberta,
desenvolvendo trajeto que desvie das áreas de produção e estoque de materiais,
privilegiando, por outro lado, a passagem junto às áreas de vivência e escritório,
terminando em local próximo às escadas do prédio.

Além da função de segurança, o acesso pode ser aproveitado para fixação de


cartazes relacionados ao marketing do empreendimento, e também com setas
indicativas de locais da obra e com instruções sobre procedimentos de segurança.
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A localização do portão de acesso de veículos deve ser estudada em


conjunto com o layout das instalações relacionadas aos materiais devendo-se fazer
tantos portões quantos forem necessários para garantir a descarga dos materiais
sem a necessidade de múltiplo manuseio dos mesmos. Neste sentido, deve-se
atentar para a existência de árvores em frente ao terreno, o que pode restringir a
escolha da posição do portão a uma ou duas opções. Caso o terreno esteja
localizado em uma esquina, deve-se, preferencialmente, colocar os portões na rua
de trânsito menos intenso.

Com relação aos tapumes, estes devem ser mantidos em bom estado de
conservação e limpeza. Por ser um dos aspectos da obra mais visíveis para a
comunidade, deve causar um impacto visual agradável. Além das tradicionais
pinturas com o logotipo da empresa, é comum que os tapumes sejam aproveitados
para pinturas artísticas, ou seja, pintados com cores chamativas, geralmente a cor
principal do marketing do empreendimento.

É usual que sobre os tapumes sejam colocadas as placas da empresa e


também de fornecedores. Tentando evitar que tais placas sejam colocadas de forma
desorganizada e mal conservadas, algumas empresas vêm utilizando placas únicas,
incluindo seu nome e o nome dos fornecedores, melhorando a aparência da entrada
do canteiro. A placa deve reservar um espaço para a colocação do selo do Conselho
qual(is) pertence(m) o (s) Responsável(is) Técnico(s) da obra, assim como o número
de registro de cada um. É importante enfatizar que na placa se apresenta dados
básicos da obra e de onde vêm seus recursos. Algumas empresas optam por
iluminá-las, através de lâmpadas tipo fotocélula ou refletores.
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5 USO DE CROQUIS PARA PLANEJAMENTO DO LAYOUT

O layout nada mais é que a disposição física de pessoas, equipamentos e


materiais da maneira mais eficiente possível, um mapa de trabalho preciso que
possibilita reduzir ao mínimo os movimentos dos trabalhadores.

Inicialmente, recomenda-se desenhar croquis de todos os pavimentos


necessários para perfeita compreensão do layout. Sugere-se utilizar folha A4 e
consultar o projeto arquitetônico, disponível no próprio escritório da obra. Nos
canteiros convencionais, uma aproximação da escala 1:200 será suficiente, não
sendo necessária muita rigidez na transferência de escala. Nos croquis, devem
constar no mínimo os seguintes itens:

a) Definição aproximada do perímetro dos pavimentos, diferenciando áreas


fechadas e abertas;
b) Localização de pilares e outras estruturas que interfiram na circulação de
materiais ou pessoas;
c) Portões de entrada no canteiro (pessoas e veículos) e acesso coberto para
clientes;
d) Localização de árvores que restrinjam ou interfiram na circulação de materiais
ou pessoas, inclusive na calçada;
e) Localização das instalações provisórias (banheiros, escritório, refeitório, etc.),
inclusive plantão de vendas;
f) Todos os locais de armazenamento de materiais, inclusive depósito de
entulho;
g) Localização da calha ou tubo para remoção de entulho;
h) Localização da betoneira, grua, guincho, incluindo a especificação do(s)
lado(s) pelo(s) qual(is) se fazem as cargas no guincho;
i) Localização do elevador de passageiros;
j) Localização das centrais de carpintaria e aço;
k) Pontos de içamento de fôrmas e armaduras;
l) Localização de passarelas, rampas e/ou escadas provisórias com indicação
aproximada do desnível; e,
m) Linhas de fluxo.
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6 CUIDADOS DENTRO DO CANTEIRO DE OBRAS

Há necessidade de alguns cuidados para que o canteiro de obras permita


uma construção saudável. Aspectos como limpeza, administração correta das
instalações de apoio à obra, dimensões mínimas para acomodar os materiais
empregados na construção, dentre outros, são fatores que necessitam de estudos
prévios à construção – até mesmo para facilitar a solução de possíveis problemas
que possam vir aparecer na construção no decorrer da obra.

6.1 Manutenção e Limpeza do Canteiro de Obras

A falta de higienização no canteiro de obra pode acarretar sérios riscos, tais


como problemas de saúde, acidentes, atraso na execução das atividades,
desperdício de materiais, poluição ambiental entre outros.

É comum que exista entre os profissionais da construção civil a percepção de


que canteiros de obras tendem a serem sujos e desorganizados – características
determinadas pela natureza do processo produtivo e pela baixa qualificação da mão-
de-obra. Na maior parte das obras, a desorganização dos canteiros realmente
confirma esta percepção. Entretanto, existem maneiras de conscientizar os
funcionários à gestão do canteiro. É possível chegar a um consenso de que cada
funcionário pode contribuir com o arranjo físico bem estruturado do canteiro levando
em conta o descarte de resíduos não reaproveitáveis, a continuidade da ordem, a
limpeza, o asseio que levam à disciplina de boas práticas para gestão do canteiro.

O descarte tem como princípio identificar materiais ou objetos que são


desnecessários no local de trabalho e encaminhá-los ao descarte, retirando-os do
canteiro de obras. Além de liberar áreas do canteiro, o descarte pode resultar em
benefícios financeiros através da venda dos materiais. A ordem visa a estabelecer
lugares certos para todos os objetos, diminuindo o tempo de busca pelos mesmos. A
implementação da prática pode se dar através de comunicação visual e
padronização. A definição de lugares certos para cada documento no escritório, a
16

classificação de prateleiras de materiais no almoxarifado ou o uso de uma cor


diferente nos capacetes dos visitantes, são exemplos de práticas adotadas.

A limpeza visa além de tornar mais agradável o ambiente de trabalho,


melhorar a imagem da empresa perante clientes e funcionário se facilitar a
manutenção dos equipamentos e ferramentas. Um local mais limpo é mais
transparente, permitindo a identificação visual de problemas e facilitando o acesso
aos equipamentos.

O asseio tem como objetivos conscientizar os trabalhadores acerca da


importância de manter a higiene individual, assim como de manter condições
ambientais satisfatórias de trabalho, tais como os níveis de ruído, iluminação e de
temperatura.

A disciplina desenvolve a responsabilidade individual e a iniciativa dos


trabalhadores, podendo ser desenvolvida através do treinamento. Esta prática pode
ser medida, por exemplo, através dos níveis de utilização dos equipamentos de
proteção individual EPI.

6.2 Movimentação e Armazenagem de Materiais

Durante o trabalho em um canteiro de obras a movimentação de materiais é


uma das atividades que mais tomam tempo de trabalho diário dos operários. Por
isso, aumentar a produtividade da equipe de trabalho e ao mesmo tempo diminuir a
desordem no espaço é importante.

Quais materiais serão recebidos durante o trabalho? Em que quantidade?


Onde e em que momento da obra será usado? Quando devem chegar ao canteiro?
As respostas para essas perguntas vão nortear todo o trabalho de planejamento do
armazenamento dos materiais. Antes do início da obra é preciso que o gestor saiba
como irá receber cada material, onde irá estocar, quais espaços estarão disponíveis
para tal, onde serão feitos o processamento e a expedição desses materiais, e por
último, quais equipamentos estarão disponíveis para que a equipe possa
movimentá-los e processá-los.
17

Uma das formas de fazer esta organização para facilitar o planejamento é


com a criação de um projeto que mostre, na planta do canteiro, onde será estocado
cada tipo de material com previsão de transporte, movimentação de funcionários e
espaço para processamento e expedição.

6.3 Dimensões das Instalações

O dimensionamento das instalações é de suma importância para assegurar a


boa qualidade dos serviços prestados aos equipamentos no canteiro de obras. Deve
seguir critérios que permitam assegurar que a quantidade de boxes e o tamanho das
instalações auxiliares sejam suficientes para atender a frota alocada durante todo o
período de execução dos serviços.

Algumas dimensões usualmente adotadas no dimensionamento das


instalações de movimentação e armazenamento de materiais:

a) Elevador de carga: as dimensões em planta de 1,80m x 2,30m são as mais


usuais para torres metálicas de elevadores de carga;
b) Distância entre roldana louca e tambor do guincho: esta distância deve estar
compreendida entre 2,5m e 3,0m (NR-18), devendo ser considerada para
estimar a posição do guincheiro;
c) Baias de agregados: as baias devem ter largura igual ou pouco maior que a
largura da caçamba do caminhão que descarrega o material, enquanto as
outras dimensões (altura e comprimento) devem ser suficientes para a
estocagem do volume correspondente à uma carga. No caso da areia e brita,
por exemplo, as dimensões usuais são aproximadamente 3,00m x 3,00m x
0,80m (altura);
d) Estoques de cimento: a área necessária para estocagem deve ser estimada
com base no orçamento e na programação da obra. As seguintes dimensões
devem ser consideradas neste cálculo: dimensões do saco de cimento: 0,70m
x 0,45m x 0,11m (altura); altura máxima da pilha: 10 sacos. No caso de
armazenagem inferior a 15 dias a NBR 12655 (Associação Brasileira de
Normas Técnicas - ABNT, 1992) permite pilhas de até 15 sacos.
18

e) Estoque de blocos: a área necessária deve ser estimada com base no


orçamento e na programação da obra. O estoque deve utilizar o espaço
cúbico, limitando, por questões de ergonomia e segurança do operário, a
altura máxima da pilha em aproximadamente 1,40m;
f) Caçamba tele entulho: dimensões usuais em planta de caçambas tele entulho
são de 1,60m x 2,65m;
g) Bancada de fôrmas: a bancada deve possuir dimensões em planta que sejam
pouco superiores às da maior viga ou pilar a ser executado;
h) Portão de veículos: o portão deve ter largura e altura que permitam a
passagem do maior veículo que entrará por ele na obra, no decorrer de todo o
período de execução. Usualmente a largura de 4,00m e a altura livre de
4,50m é suficiente;
i) Caminhões de transporte de madeira: para verificar se estes caminhões
podem entrar no canteiro e acessar as baias deve-se conhecer o seu raio de
curvatura e suas dimensões. Dimensões usuais são as seguintes: raio de
curvatura: 5,00m; largura e comprimento do veículo: 2,70m x 10,00m;
j) Caminhões betoneiras: dimensões usuais desses caminhões são as
seguintes: raio de curvatura: 5,00m; largura e comprimento do veículo: 2,70m
x 8,00m.
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7 ESTUDO DE CASO

Como proposto em atividade para compor a nota da Avaliação de Grau II –


G2, o grupo composto pelos autores desta pesquisa acompanhou o início da
construção de uma residência unifamiliar disposta em dois pavimentos. Na primeira
visita os acadêmicos puderam notar o início da instalação do canteiro.

Foi notável que não havia uma organização ideal, já que, a betoneira estava
demasiadamente longe do local onde a areia estava locada e do reservatório de
água. Havia um entulho de madeiras na lateral esquerda do terreno e ferragens na
lateral direita. A frente do terreno havia folhas de zinco e um contêiner que limitavam
a entrada a obra apenas pelo portão de aproximadamente dois metros e meio de
largura e os fundos e as laterais já se encontravam murados. Já estava instalado o
ponto de água e energia. Na primeira conversa com pedreiro responsável pela obra
ele explicou que naquele mesmo dia ele havia iniciado a obra e que ainda haveria
mudanças dentro do canteiro. Nessa primeira conversa foram registrados dados da
obra, como segue a seguir:

DADOS DA OBRA

Construção em alvenaria de uma residência


TIPO DE OBRA:
unifamiliar disposta em dois pavimentos.

Rua Antônio Serpa do Amaral – entre T22


ENDEREÇO DA (Rua Castanheira) e T23 (Rua Cedro),
OBRA: nº 2651, Bairro Nova Brasília.
Ji-Paraná/RO. CEP: 76.900-000

RESPONSÁVEL Escritório Candiani Galego, Arquitetura e


TÉCNICO: Engenharia.

200m², sendo 10 metros de testada e fundos e 20


ÁREA DO TERRENO:
metros em ambas as laterais.

TAXA DE
ÁREA CONSTRUÍDA: 135,98m² 52,40%
OCUPAÇÃO:

TABELA 01 – Dados da Obra. Fonte: autores.


20

As fotos a seguir mostram a primeira visita ao canteiro e a situação em que o


mesmo se encontrava.

Figura 01 e 02 – Fotos Primeira Visita. Fonte: Autores

Figura 03 e 04 – Fotos Primeira Visita. Fonte: Autores

Figura 05 – Fotos Primeira Visita. Fonte: Autores

Ao retornar alguns dias depois, foi possível perceber mudanças no canteiro. A


betoneira estava mais próxima da areia e do reservatório de água. Também se
notou que as madeiras haviam sido empilhadas organizadamente e as ferragens
foram postas sobre as madeiras. A areia permaneceu no mesmo local. A testada da
obra contava com um contêiner onde foi alocado instrumentos de trabalho de
pequeno porte e cimento. Havia algumas sapatas escavadas. Abaixo imagens da
21

segunda visita.

Figura 06 e 07 – Fotos Segunda Visita. Fonte: Autores

Figura 08 e 09 – Fotos Primeira Visita. Fonte: Autores

Figura 10 e 11 – Fotos Primeira Visita. Fonte: Autores

Nas últimas visitas já se percebeu o perímetro da edificação gabaritado e


presença do início do baldrame e a placa com os dados do responsável técnico. Em
conversa com o pedreiro o mesmo afirmou que na prática e na sua experiência a
organização do canteiro se dá de forma alternativa, sempre organizando na maneira
em que soluciona problemas que vão surgindo no decorrer da obra. Abaixo imagens
do canteiro.
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Figura 12 e 13 – Fotos Primeira Visita. Fonte: Autores

Figura 14 e 15 – Fotos Primeira Visita. Fonte: Autores

Figura 16 e 17 – Fotos Primeira Visita. Fonte: Autores

Figura 18 e 19 – Fotos Primeira Visita. Fonte: Autores


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Figura 20 e 21 – Fotos Primeira Visita. Fonte: Autores

Se valendo dos conhecimentos adquiridos em sala e explanados na presente


pesquisa, a obra analisada é de pequeno porte, contando com um número mínimo
de funcionários – no caso aqui apresentado, apenas 03 (três). Foi liberado acesso à
prancha do projeto arquitetônico, estrutural e complementares da edificação, onde
não foi encontrado – nem em croqui, nem em anexo ao projeto – uma projeção da
locação do canteiro.

Figura 22 e 23 – Planta Baixa 1º e 2º Pavimento. Fonte: Autores

Como mencionado na pesquisa, na prática profissional de projetos de


arquitetura e engenharia civil é raro encontrar profissionais que se atentem ou dê a
devida importância ao planejamento do canteiro. Mais uma vez salienta-se que a
logística consiste em ter o material/serviço no tempo certo, no local certo e na
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quantidade correta. Imprevistos podem acontecer mesmo com o planejamento, mas


com um projeto bem detalhado e auxílio de um cronograma físico-financeiro estes se
tornam bem mais simples de serem solucionados ao surgirem.

O canteiro estudado se enquadra como restrito – possui formato retangular,


apenas um portão de acesso, ocupa mais da metade da área total do terreno e é
situado em área urbana além de ser uma edificação residencial.

Por ser uma obra de pequeno porte e com canteiro restrito e ainda ter um
número mínimo de funcionários – que residem na mesma cidade da obra – é
dispensada áreas de vivência e apoio.

Na entrada há presença de uma placa com os dados básicos da obra e seus


responsáveis técnicos. O tapume – como já dito – é composto por folhas de zinco,
que vedam a testada, limitando o acesso por um portão de aproximadamente dois
metros e meio e um contêiner destinado a armazenagem de cimento e instrumentos
de pequeno porte.

Em relação à limpeza, o pedreiro e seu servente se encarregam por manter a


obra limpa. Ao fim do expediente os mesmos retiram os entulhos acumulados no dia
de trabalho, limpam os instrumentos de trabalho – deixam organizada a única central
de apoio onde produzem o concreto e fazem as armações de ferro – e ainda
aperfeiçoam possível mudança para facilitar o gerenciamento visual do canteiro. As
dimensões do canteiro são estabelecidas de acordo com o espaço disponível e
melhor acomodação do arranjo físico dos instrumentos a serem utilizados.

Na última visita se percebeu que havia chegado os tijolos, onde se adotou os


de cerâmicos de 09 (nove) furos. O grupo acompanhou a obra até a realização da
viga baldrame.
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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao fim desta pesquisa, concluímos que além de projetar a edificação, se


atentando para um programa de necessidades característico do cliente, é
interessante e viável que ao acompanhar um processo de construção se faz útil e
preciso confeccionar um cronograma físico-financeiro que contribui para o adequado
planejamento do canteiro de obras. Em pesquisa foi possível perceber que a
construção civil é cheia de detalhes e que em como qualquer outra atividade a
mesma lida constantemente com imprevistos que necessitam rapidamente ser
solucionados.

Como sabemos, o planejamentos é a base para o sucesso de qualquer


atividade e, em nossa área de atuação, é indispensável. Com esta pesquisa ficou
evidente que a instalação do canteiro e suas mudanças ao decorrer da obra são
frutos de otimizações do processo produtivo – sempre se atentando ao cumprimento
de prazos. Embora descartado na prática, o planejamento do arranjo físico de um
canteiro o torna seguro para os visitantes e funcionários.

Quanto às normas que orientam o planejamento dessa obra, a NR 18 torna-


se a principal aliada do profissional que deseja executar um canteiro limpo,
organizado e esteticamente bonito. A visão de um canteiro bagunçado e
desorganizado é característica da construção civil é mentira uma vez que
percebemos que há regras a serem seguidas, e quando seguidas, trazem um
benefício maior ao profissional responsável pela obra, os construtores e a toda
sociedade.

Uma intervenção urbana se inicia na instalação do canteiro e na


administração de cada passo da construção. Uma vez planejado, os problemas
serão cada vez menores.
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REFERÊNCIAS

CARVALHO, Alan O. COMO MINISTRAR A LIMPEZA NO CANTEIRO DE OBRAS.


Scridb. 2012. Disponível em <https://www.scribd.com/doc/39793988/Como-Ministrar-
a-Limpeza-No-Canteiro-de-Obras> Acesso em 13/06/2017.

CRUZ, S. O ambiente do trabalho na construção civil: um estudo baseado na


norma. Santa Maria, 1996. Monografia (Especialização em Engenharia de
Segurança do Trabalho) - Programa de PósGraduação em Engenharia de Produção,
UFSM. Disponível em
<http://www.producao.ufrgs.br/arquivos/arquivos/E0013_00.pdf> Acesso em
18/06/2017.

GONDIM, Ivo Almino. MARCHON, Paulo Henrique Araújo. NETO, José de Paula
Barros. (et al). ANÁLISE DA ECONOMIA NACIONAL E A PARTICIPAÇÃO DA
INDÚSTRIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL. I Conferência Latino-Americana De
construção Sustentável. X Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente
Construído. 18-21. ISBN 85-89478-08-4. São Paulo, 2004. Disponível em <
ftp://ip20017719.eng.ufjf.br/Public/AnaisEventosCientificos/ENTAC_2004/trabalhos/P
AP1063d.pdf> Acesso em 13/06/2017.

MDIC. Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio Exterior.


Disponível em: <http://www.mdic.gov.br/sitio/inicial/index.php> Acesso em
18/06/2017.

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