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Faculdade de Tecnologia
Departamento de Engenharia de Produção
APOSTILA DA DISCIPLINA:
ARRANJO FÍSICO INDUSTRIAL
(versão 2011/1)
Programa da disciplina
Ementa
Classificação de modelos e seleção de critérios. Coleta e análise de informações sobre o
produto o processo e a programação. Planejamento sistemático de “Layout” (SLP). Tipos
clássicos de arranjo físico. Estudo de fluxo. Dimensionamento de áreas. Movimentação de
materiais. Técnicas quantitativas de avaliação. Projeto da fábrica. Apresentação do “Layout”.
Localização industrial e o meio ambiente..
Objetivos
Conteúdo programático
1. Fundamentos
2. Sistematização de projetos de arranjo físico
3. Dados de entrada
4. Fluxo de materiais
5. Diagrama de fluxo e/ou interrelações
6. Determinação dos espaços
7. Determinação de interrelações entre espaços
8. Planejamento de arranjo físico detalhado
9. Plantas e modelos
10. Localização
11. Implantação
12. Administração dos projetos de layout
Metodologia
Exposição verbal dos conceitos e debates (discussão dirigida), com troca de experiências entre
os participantes. Exercícios para aplicação prática dos conceitos vistos, por meio de tarefas
individuais e em grupo.
Critério de Avaliação
Prova individual, versando sobre todos os itens do conteúdo (peso 80%) e exercícios
de fixação em sala de aula (peso 20%) comporão a N2.
Exame final na forma de prova individual, cobrindo todo o conteúdo da disciplina.
Obs: as datas das avaliações serão informadas na primeira semana de aula.
Bibliografia recomendada
BUFFA, E. Modern Production/Operation Management. New York, USA: Jonh Wiley &
Sons, 1987.
CHASE, R. B,; JACOBS, R.; AQUILANO, N. J. Administração da produção para a
vantagem competitiva. 10. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.
CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A., Administração da produção e operações: manufatura e
serviços – uma abordagem estratégica, 2. ed., São Paulo: Atlas, 2006.
DAVIS, M.M. et al. Fundamentos da administração da produção. 3. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2001.
LAUGENI, F. P.; MARTINS, P. G. Administração de produção. 2. ed. São Paulo: Saraiva,
2005.
MONKS, J. G. Administração da produção. São Paulo: McGraw Hill, 1987.
MOREIRA, D. A. Administração da produção e operações, 2. ed. São Paulo: Cengage
Learning, 2008.
MUTHER, Richard. Planejamento do Layout: Sistema SLP. São Paulo: Edgard Blucher,
1978.
RITZMAN, L. P.; KRAJEWSKI, L.J. Administração da produção e operações. 2. ed. São
Paulo: Prentice Hall, 2008.
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da produção, 2. ed. São
Paulo: Atlas, 2002.
Henrique Martins Rocha é Doutor em Engenharia pela UNESP, com pós-doutorado na mesma
instituição, Mestre em Sistemas de Gestão (UFF), Especialista em Gestão Empresarial (FGV)
e em Finanças Corporativas (UFRRJ). Engenheiro Mecânico (UERJ) com aperfeiçoamento
em Engineering Excellence pelo Rochester Institute of Technology, foi avaliador líder do
PQRio. Sua experiência profissional de 27 anos na área industrial, em empresas como Xerox,
White Martins, Flextronics, Remington, CBV e Siemens, inclui funções como gerente de
Produção, gerente de Programas (novos produtos), gerente de Planejamento e Controle de
Produção e Exportação, gerente de Customer Care, gerente de Design Center, engenheiro de
Processos e Manufatura, etc. Participou da implantação, balanceamento e realocação de
diversas linhas de produção, definição e implementação de unidades de produção,
implementação de sistemas integrados de gestão, desenvolvimento de cadeias de suprimento,
incluindo logística reversa, seleção de equipamentos, desenvolvimento de processos
produtivos e de novos produtos, manutenção industrial, etc. Atuou por 5 anos nos USA e
Canadá, integrando diversos times de desenvolvimento de produtos, desenvolvendo
fornecedores e coordenando grupo multinacional de design. Atua há dez anos na área
acadêmica, como professor, coordenador de cursos de graduação e pós-graduação e
pesquisador. Possui dezenas de publicações científicas: artigos em periódicos e anais de
eventos científicos e capítulos de livros. Endereço para acessar CV Lattes:
http://lattes.cnpq.br/0532941206355027.
Caros alunos,
A presente apostila se presta a servir de fonte inicial de esclarecimento e orientação sobre o
conteúdo da disciplina Arranjo Físico Industrial (AFI), não devendo, no entanto, ser
considerada a única fonte de informação e estudo. O aprofundamento conceitual, bem como
aplicações práticas adicionais, devem ser consultados nas obras indicadas na Bibliografia da
disciplina.
1. FUNDAMENTOS
DEFINIÇÕES
Segundo Muther (1986) e Slack, Chambers e Johnson (2002), o arranjo físico ou layout
pode ser definido como o estudo do posicionamento relativo dos recursos produtivos,
homens, máquinas e materiais, ou seja, é a combinação dos diversos
equipamentos/máquinas, áreas ou atividades funcionais dispostas adequadamente. Decide-
se onde colocar todas as instalações, máquinas equipamentos e pessoal da produção,
preocupando-se com o posicionamento físico dos recursos de transformação,
determinando a forma e a aparência desta unidade produtiva, e também o fluxo dos
recursos transformados através das operações.
É frequentemente uma atividade difícil e de longa duração por causa das dimensões físicas
dos recursos de transformação movidos e podem afetar o fluxo dos materiais e pessoas, o
que poderá acarretar maiores ou menores custos e eficácias da produção (SLACK;
CHAMBERS; JOHNSON, 2002). Um erro pode produzir padrões de fluxo longos e
confusos, estoque de materiais, filas de clientes formando-se ao longo da operação,
inconveniência para os clientes, tempos de processamento longos, operações inflexíveis,
fluxo imprevisíveis e altos custos.
Segundo Ritzman e Krajewski (2008), ao se alterar um arranjo físico, pode-se afetar o
modo de como uma empresa busca atingir suas prioridades. Os objetivos visados com um
bom layout são:
I. Aumentar a moral e satisfação no trabalho;
II. Incrementar a produção, reduzindo as demoras, manuseios e tempos de manufatura
(menor demora e distância);
III. Maior utilização de equipamentos, mão-de-obra e serviços (reduzindo distâncias e
tempos improdutivos);
IV. Reduzir os riscos para os colaboradores;
V. Melhorar a comunicação.
Slack, Chambers e Johnson (2002) afirmam que para se projetar um arranjo físico, deve-se
fazer uma análise do que realmente deseja-se alcançar. Devem ser muito bem
compreendidos os objetivos estratégicos da produção, como ponto de partida, dos muitos
estágios que levam ao arranjo físico final da produção. Em várias situações, torna-se
necessário um estudo de layout:
I. Ineficiência das instalações (fabricação de novos produtos, aquisição de máquinas,
necessidade de maior espaço para estocagem, etc);
II. Redução dos custos de produção;
III. Variação da demanda (aumento ou decréscimo na produção);
IV. Ambiente de trabalho inadequado (ruídos, temperaturas, iluminação, etc);
V. Excesso de estoques (fluxo do produto não está bom);
VI. Manuseios excessivos (provocam estragos e atrasam a produção);
VII. Instalação de uma nova fábrica.
LAYOUT OU LEIAUTE?
Layout é uma palavra da língua inglesa que faz parte da terminologia de diversas áreas
profissionais: em editoração e diagramação significa a forma de organização de elementos
textuais e gráficos nas páginas de um documento. Já, no projeto de circuitos eletrônicos,
significa a disposição dos componentes na placa de circuito impresso; em manufatura este
termo está relacionado com a disposição dos recursos de produção na instalação industrial.
Esta palavra, a rigor, consta nos dicionários brasileiros com a grafia leiaute. A forma
aportuguesada parece ser pouco conhecida e utilizada no meio empresarial. Na linguagem
corporativa brasileira a expressão original layout é largamente utilizada (PEINADO;
GRAEML, 2007).
VOLUME-VARIEDADE
O projeto de arranjo físico busca minimizar custos de movimentação, reduzir o
congestionamento de materiais e pessoas, incrementar a segurança, o moral e a
comunicação, aumentar a eficiência de máquinas e mão-de-obra e apoiar a flexibilidade.
A concepção ou planejamento do sistema de produção segue, então, influenciado
essencialmente pelo fluxo do trabalho, o qual deve ser racional evitando-se que os
deslocamentos, sejam de pessoas ou materiais, quando necessários ocorram por distâncias
reduzidas, outro aspecto a ser considerado quando da elaboração do arranjo físico, trata-se
do conforto e da segurança que deve ser proporcionada aos trabalhadores.
Processos de Projeto
• Envolvem produtos discretos, bastante customizados;
• Baixo volume e alta variedade;
• Baixo grau de repetição: a maior parte dos trabalhos tende a ser única.
Processos de Jobbing
• Baixo volume- alta variedade;
• Característica principal: cada produto deve compartilhar os recursos da operação
com outros;
• Ex: serviços de técnicos especializados (restauradores de móveis, alfaiates,
gráfica)
• Baixo grau de repetição.
Processos Contínuos
• Grande volume e baixa variedade;
• Operam por períodos e tempo mais longo;
• Muitas vezes estão associados a tecnologias relativamente inflexíveis, de capital
intensivo, com fluxo altamente previsível.
• Ex: refinarias de petróleo, siderúrgicas e algumas fábricas de papel.
Fixo
Funcional
Linear
Arranjo Linear, em linha, por produto, productflow layout, product layout e flow shop
Nesse tipo de arranjo os postos de trabalho, máquinas e equipamentos são colocados em
sequência lógica das operações que devem ser executadas (a sequência de transformações
que o produto irá sofrer), não ocorrendo caminhos alternativos, o que facilita o controle do
processo e minimiza o manuseio de materiais, ou seja, o material passa pelas operações e
existe um único produto fabricado em grande quantidade.
Caracterizado por ter uma única entrada e uma única saída. Neste tipo de arranjo as
máquinas, os equipamentos ou as estações de trabalho são colocados de acordo com a
sequência de montagem, sem caminhos alternativos para o fluxo produtivo. O material
percorre um caminho previamente determinado dentro do processo, como pode ser visto
na figura 9. Este arranjo permite obter um fluxo rápido na fabricação de produtos
padronizados, que exigem operações de montagem ou produção sempre iguais,
proporcionando aos colaboradores um trabalho monótono e estressante.
Neste tipo de arranjo, o custo fixo da organização costuma ser alto, mas o custo variável
por produto produzido é geralmente baixo, caracteriza-se como um arranjo físico de
elevado grau de alavancagem operacional, sendo adotado somente quando o volume de
produção justifica o investimento, que é extremamente alto. Enquanto um arranjo físico
funcional pode ser elaborado aos poucos, o arranjo físico em linha deve ser implantado de
uma só vez.
(BLACK, 1991, p.58). Esse balanceamento significa que o tempo total de trabalho em
cada estação é praticamente o mesmo, reduzindo o tempo ocioso.
Quando se fala em arranjo em linha, não se trata necessariamente de uma disposição em
linha reta. Uma linha de produção retilínea tende a ficar muito longa exigindo áreas de
longo comprimento, o que nem sempre é possível. Para contornar este problema é comum
que os engenheiros projetem linhas em forma de U ou S ou outra forma de circuito
diferente, que possa ser exequível em função das instalações prediais de que a empresa
pode dispor, como pode ser observado nas figuras 10 a 12.
Como é possível observar nas Figuras 11 e 12, a linha em forma de U requer praticamente
a metade do comprimento de uma linha de forma reta. As pessoas trabalham mais
próximas umas das outras e o caminho percorrido para abastecimento da matéria-prima ao
lado da linha é menor.
Exemplos de uso:
Indústrias montadoras: praticamente todas as montadoras utilizam um arranjo por produto.
Este é o caso de linhas de montagem de automóveis, eletrodomésticos, bicicletas,
brinquedos, aparelhos eletrônicos etc.
Indústrias alimentícias: uma grande fábrica de massas e biscoitos, por exemplo, fabrica
seus produtos em uma linha de produção composta principalmente de um forno contínuo e
embaladeiras.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia
Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha
DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO
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Linhas de Montagem
Para Slack, Chambers e Johnston (2002), linhas de montagem são um tipo especial de
layout por produto: em geral, no seu sentido, o termo linha de montagem se refere a uma
montagem progressiva ligada por algum dispositivo de manuseio de material.
A primeira linha de produção de que se tem notícia foi idealizada por Henry Ford em
1939. Geralmente, algum tipo de ritmo está presente e o tempo permitido de
processamento é o equivalente para todas as estações de trabalho.
Corrêa e Corrêa (2006) ainda explicam que neste tipo de layout a eficiência do processo é
máxima. Por exemplo, em uma linha de montagem as unidades passam de uma a uma
(“one-piece-flow” na literatura inglesa) percorrendo de uma etapa do processo a outra (as
etapas, em geral, encontram-se lado a lado), em um ritmo preestabelecido, de forma que
sempre haja alguém agregando valor o produto. O que não ocorre em um layout funcional,
em que, além do tempo de não-agregação de valor gasto no transporte do produto entre
etapas, é frequente que um bom tempo seja gasto pelos produtos que aguardam
processamento em filas.
Balanceamento da linha de produção
Mesmo levando em consideração a monotonia da rotina de um trabalho simples e
altamente repetitivo, o maior benefício do arranjo físico por linha de produção está,
Neste tipo de fabricação o tempo de transporte é minimizado ao máximo, o que traz uma
máxima eficiência. Qualquer alteração do roteiro produtivo torna-se impossível ou muito
difícil de ser feita normalmente. Chega se assim a um trade-off envolvido neste tipo de
layout, onde se privilegia a eficiência, sendo em consequência menos flexível.
Este layout é comum em empresas que produzem produtos sem diferenciação de marcas,
matéria primas como aço, alumínio, papel, entre outros. Produtos sem diferenciação são às
vezes chamados de commodities e pela não-diferenciação de especificação ou marca
encontra no preço seu principal fator de concorrência.
O arranjo físico do tipo celular procura unir as vantagens do arranjo físico por processo,
com as vantagens do arranjo físico por produto. Seu conceito está ligado à filosofia
denominada Tecnologia de Grupo (TG): as peças com similaridades são identificadas e
agrupadas com o objetivo de buscar vantagens no projeto e na manufatura. Esses grupos
são denominados de famílias. Se o objetivo é a manufatura, então as peças de uma mesma
família terão necessidades de processamento similares, levando a formação de um grupo
de máquinas responsáveis pela sua fabricação.
Com a célula procura-se confinar os fluxos (movimentação de materiais) a uma área
específica, reduzindo assim os efeitos negativos de fluxos intensos através de longas
distâncias. O arranjo das máquinas em células permite a redução da área, tornando o
espaço fabril menos saturado e mais disponível para futuras expansões da capacidade.
A Figura 14 mostra um exemplo de arranjo funcional, com cinco agrupamentos de
máquinas similares que fazem a mesma operação.
Após o processo numa das células, ele ainda pode ser transportado para uma próxima,
complementando sua transformação. A produção é organizada em células alinhadas em
uma sequência de operações de tal maneira a se obter eficiência produtiva sem perder a
flexibilidade de produção. Seria uma forma de ordenar o complexo fluxo que caracteriza o
arranjo físico funcional. A figura 16 mostra o exemplo de um setor produtivo que utiliza o
arranjo físico celular.
Conforme Lee (1996), as células de manufatura podem ser classificadas pelo seu número
de produtos e processos. As principais classificações apontadas por ele são:
• Células dedicadas: Uma célula de manufatura que produz um único produto com,
por exemplo, apenas pequenas variações. Ela tem processos múltiplos e
sequenciais.
• Célula com tecnologia de grupo: Esta célula produz uma família de produtos
relacionados. Eles têm processos similares, mas não necessariamente idênticos.
• Célula Funcional: Estas células contem um único processo, que opera com uma
grande variedade de produtos não relacionados.
• Célula de projeto: São células que produzem uma grande variedade de produtos
não relacionados com múltiplos processos.
O arranjo físico celular apresenta características que visam à racionalização e
humanização do trabalho. É uma forma organizacional com as seguintes propriedades:
• Incentiva o espírito de equipe, motivando a produção;
• Cargos multifuncionais e equivalência salarial;
• Unificação da responsabilidade à equipe.
• Fluxo de materiais mais organizado;
• Redução de espaço.
• Flexibilidade quanto ao tamanho do lote e mis de produção;
• Supervisão e programação da manufatura simplificada e mais racional;
• Reduz inventários em processo;
• Fixação de data realística de entrega da produção.
• Diminui estoques intermediários e movimentação de materiais, consequentemente
reduz custo de armazenagem e movimentação;
• Redução de lead time;
• Avaliação mais precisa do custo;
• Sincronização das necessidades.
Arranjos físicos do tipo celular podem ser encontrados em vários tipos de organizações,
não se restringindo apenas à área industrial. Os exemplos a seguir se referem a diversas
aplicações deste arranjo:
• Lanchonete de supermercado: sabendo que é muito mais fácil fazer com que um
consumidor que já está na loja compre mais, do que atrair um novo consumidor
para entrar na loja, já há algum tempo os grandes varejistas disponibilizaram uma
lanchonete no interior de suas instalações. Estas lanchonetes possuem um arranjo
celular capaz de produzir o serviço de vendas completo, de forma independente do
supermercado, uma vez que a lanchonete possui seu próprio caixa para pagamento,
funcionários de atendimento, balcões e todos os equipamentos que permitem
completar o processo de atendimento e venda ao cliente.
• Shopping de lojas de fábricas: consiste na agregação de várias lojas ou bancas de
fábrica em uma única instalação, seguindo o conceito de cluster, ou seja, um local
onde várias empresas concorrentes entre si se reúnem para atrair clientes
interessados nos seus produtos, como por exemplo: roupas, sapatos, informática,
etc. Pode-se classificar o arranjo físico do shopping de fábricas como do tipo
celular, onde cada loja representa uma célula.
• Feiras e exposições em geral: eventos como, por exemplo, a feira de utilidades
domésticas, feiras de livros, feiras de maquinário industrial, exposições de moda e
tecido etc, sempre têm arranjo físico do tipo celular. Cada célula, representada por
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• Diminuição dos estoques: a diminuição dos lotes mínimos de fabricação, por si só,
reduz o estoque médio do produto fabricado. Além disto, há a redução dos
estoques em processo, em consequência da redução do tempo de espera dos itens
em processamento entre uma estação de trabalho e outra, quando comparado ao
arranjo físico por processo;
• Maior satisfação no trabalho: talvez uma das principais contribuições do arranjo
celular esteja ligada ao ambiente de trabalho. É mais fácil organizar o
entrosamento entre os funcionários de uma mesma célula, tanto pela proximidade
física que acontece nas mini linhas de produção, como pela facilidade de
treinamento e rotação de tarefas entre os trabalhadores. Os funcionários passam a
trabalhar o processo completo de produção do item e não mais tarefas fracionadas
como nos demais tipos de arranjos físicos. Isto torna o trabalho mais interessante e
faz com que os funcionários se sintam mais responsáveis pelo processo e
valorizados pela empresa;
• Melhores relações humanas: As células ou TG’s consistem em poucos
trabalhadores que formam uma pequena equipe de trabalho; que produz unidades
completas de trabalho.
• Melhores habilidades dos operadores: os trabalhadores vêem apenas um número
limitado de peças diferentes em um ciclo finito de produção, portanto a repetição
significa uma aprendizagem rápida.
• Menos estoque em processo e manuseio de materiais: a célula combina vários
estágios de produção, portanto menos peças percorrem a área industrial.
• “Setup” mais rápido para a produção: menos setup significa uma redução na
aparelhagem de ferramentas e, assim, mudanças rápidas da ferramenta;
• Flexibilidade quanto ao tamanho dos lotes de cada produto, permitindo elevado
nível de produtividade e qualidade, diminuindo o transporte dos materiais e os
estoques.
• Promove a centralização da responsabilidade sobre o trabalho e a satisfação do
colaborador ao realizá-lo.
Dentre as desvantagens do arranjo físico celular estão:
• Específico para uma família de produtos: via de regra, uma célula é preparada para
um único tipo ou família de produto. A célula e seus equipamentos tendem a
ficarem ociosos quando não há programação de produção para aquela célula
especifica, mesmo que existam recursos produtivos na célula que pudessem estar
sendo utilizados;
• Dificuldade em elaborar o arranjo: a dificuldade e a complexidade na elaboração
de um arranjo físico celular são maiores que a dos arranjos por processo e por
produto.
Em resumo este arranjo físico tem as seguintes características:
• Alta utilização de máquinas;
• Atmosfera de equipe;
• Boa flexibilidade e produtividade;
Sarker e Li (2001, p.673) destacam que as células virtuais são agrupamentos lógicos das
máquinas e não são mais reconhecidas por sua proximidade física, ou seja, os grupos não
são fisicamente identificáveis. A Figura 21 mostra três células virtuais, com uma máquina
compartilhada em um chão de fábrica com vinte máquinas de quatro tipos diferentes.
A Figura 21 permite notar que não há um padrão na disposição das máquinas no chão de
fábrica. Irani, Cavalier e Cohen (1993, p.807) sugerem que as máquinas que são
compartilhadas permaneçam em um arranjo físico funcional, próximo ou entre as células.
Benjaafar e Sheikhzadeh (1996, p.853) sugerem o uso de um arranjo físico completamente
distribuído, onde as cópias de cada tipo de máquina são completamente dispersas no chão
de fábrica. Na opinião de Baykasoglu (2003, p.2599) o arranjo físico distribuído é,
provavelmente, a mais apropriada opção para implementação de células virtuais de
manufatura. O arranjo físico distribuído será discutido posteriormente.
Arranjo linear 80/40 este arranjo prevê a existência de 2 linhas próximas, uma com
capacidade de atender 80% da demanda nominal prevista e a outra 40%. Sem necessidade
de rearranjos (no sentido físico), esta composição permite cobrir vasto espectro de
variações de demanda (incluindo utilização de diferentes turnos). Exemplos:
• 20% do nominal: um operador em cada 2 postos de trabalho da linha 40%;
• 40% do nominal: utilizar somente a linha 40%;
• 60% do nominal: utilizar as 2 linhas, com um operador a cada 2 postos;
• 80% do nominal: utilizar somente a linha de 80%;
• 100% do nominal: linha de 80% + linha de 40% com um operador a cada 2 postos;
• 120% do nominal: utilizar as duas linhas.
Layout de Linha Flexível Quando é decidido adotar um layout em linha que envolve
um fluxo sequencial entre estágios arranjados em série, uma decisão adicional é necessária
para iniciar os estudos: qual forma adotar. Inspirados no sistema de produção japonês,
algumas linhas tomaram formas de “U”, serpentinas e outras composições que diferem da
linha tradicional. Chase, Jacobs e Aquilano (2006) mencionam que a forma “U” é a mais
usada para linhas mais curtas e as serpentinas em linhas mais longas.
Essas linhas flexíveis apresentam vários benefícios quanto a sua forma, uma delas é a
flexibilidade e balanceamento de mão de obra em formatos “U”, quando o operador
consegue trabalhar em estações diferentes adjacentes ou cruzando o “U”. Isto permite que
quando a produção aumentar pode-se adicionar mais operadores na linha, como mostra a
figura 22.
Sistemas Flexíveis Corrêa e Corrêa (2006) comentam que é cada vez mais frequente
que as empresas e indústrias mantenham-se flexíveis em termos de alteração de layout.
Devido ao ciclo de vida de produtos e a inserção de novas famílias ou produtos, algumas
organizações tentam aumentar ou manter a facilidade com que configuram e reconfiguram
novos setores produtivos. Assim como em novas células de produção, setores de processo
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DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO
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entre outros, as empresas empregam equipamentos de menor porte e móveis para facilitar
sua movimentação para novas configurações de layout.
Arranjo físico modular (layout modules) apresentado por Irani e Huang (2000), esta
proposta não assume padrões de fluxo ou critérios de agrupamento de máquinas. O fluxo
de material é decomposto em uma rede de módulos e cada módulo representa parte da
instalação. Um módulo é um grupo de máquinas conectadas por um fluxo de material bem
definido. Como mostra a Figura 23, os autores definiram seis tipos de módulo, os quais
são discutidos a seguir.
Arranjo físico distribuído (distributed layout), arranjo físico disperso (dispersed layout),
arranjo físico espalhado (scattered layout), arranjo físico aleatório (random layout)
definido pela distribuição das estações de trabalho por todo o chão de fábrica, como
mostra a Figura 25, onde é feita uma comparação entre um layout funcional e um
distribuído.
Montreuil e Venkatadri (1991) destacaram que em um ambiente externo extremamente
volátil, o conjunto de produtos muda com frequência, de forma rápida e drástica, sendo
impossível reconhecer um padrão de fluxo estável. As únicas entradas estáveis disponíveis
para o estudo do projeto do layout estão relacionadas com as estações de trabalho: tipos,
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número de réplicas de cada tipo, utilização esperada, tempo de processamento dos lotes
transferidos e unidade de carga equivalente de lotes transferidos.
Nos anos 50, Muther (1961) propôs um método sistemático de análise e projeto de layout
funcional que se tornou bastante popular, chamado método SLP, Systematic Layout
Planning (Planejamento de Layout Sistemático). O método SLP, também denominado de
carta de ligações preferenciais, é uma ferramenta utilizada para elaboração de layout que
analisa a relação de importância entre as atividades ou áreas de uma dada empresa.
Corrêa e Corrêa (2006) afirmam que embora o método não contemple tendências modernas
como o layout celular, pode ser útil em determinadas situações principalmente naquelas em
que se desenha o projeto de layout de operações que processam clientes. Este método
prevê a elaboração de um quadro de relacionamentos que mostra a importância de ter os
departamentos ou áreas adjacentes. Chase, Jacobs e Aquilano (2006) explicam que em
certos tipos de problemas de layout, o fluxo numérico de itens entre os departamentos não
é prático de obter ou não revela os fatores qualitativos que podem ser cruciais para a
decisão de localização.
Este modelo e também todo o arranjo físico se baseiam nos seguintes conceitos
fundamentais:
• Interrelação entre setores, que é o grau relativo de dependência ou proximidade
entre as atividades;
• Espaço necessário para cada um destes, que trata da quantidade, tipo e forma ou
configuração dos itens a serem posicionados;
• Adaptação do estudo às necessidades e restrições impostas, que é o arranjo das
áreas e equipamentos da melhor maneira possível.
As figuras 28 e 29 apresentam um resumo dos procedimentos e passos do sistema SLP.
3. DADOS DE ENTRADA
Para Muther (1978) e Oliveiro (1985), nove fatores devem ser estudados para a elaboração
de um bom layout:
• Material: características dos materiais envolvidos como: tipo de matéria prima,
recebimento, suprimentos, refugos, reparos ou retrabalho, sucata, sobras,
embalagem. Devem-se levantar todas as características dos materiais envolvidos na
produção, como matérias-primas, refugos, sucatas e materiais para embalagem e
manutenção. O layout é influenciado pelas características químicas e físicas, a
sequência de operação e as quantidades;
• Infraestrutura para condicionar a matéria prima, seu trafego, suas operações e seu
controle. São também levantados os elementos que não aparecem nos diagramas
ligados diretamente aos processos, por não contribuírem com o processo produtivo,
mas que dão sustentação à maior parte das operações, como por exemplo,
banheiros, centrais elétricas, espaço para sistemas de ar condicionado, dentre
outros. Uma das ferramentas mais utilizadas nesta fase do projeto é o checklist da
infraestrutura física, que auxilia a catalogar os recursos necessários e a acompanhar
a análise destes recursos;
• Equipamentos: características dos equipamentos envolvidos como: suas dimensões,
energia e suprimentos, acessórios, suas alimentações e operações, resíduos, sua
manutenção. Em equipamentos, as obtenções das suas características e dos seus
acessórios influenciam no layout através dos processos e métodos, os tipos de
máquinas e sua utilização;
• Mão de obra: características da mão de obra envolvida: trabalhadores diretos e
indiretos, supervisão e chefias, organização do setor, Instruções, residência dos
trabalhadores, meio de transporte, cultura, procedimentos, segurança, ambiente
(luz, temperatura, suprimentos; entre outros). A mão-de-obra direta ou indireta
envolvida, supervisão e chefias, precisam ser levantadas. São levados em
consideração os problemas de segurança, condições de trabalho e sua correta
utilização;
• Movimentação: características dos movimentos e transportes envolvidos: infra-
estrutura como rampas, tubos, trilhos, pontes rolantes, canais, piso, energia para
transporte, elevadores, vias, depósitos, tanques, suportes, estoques, expedição,
equipamentos de transporte e a manutenção dos mesmos. Na movimentação são
levadas em consideração as características da movimentação e seus equipamentos
envolvidos, e também seus depósitos. O layout é influenciado pelo fluxo de
materiais, o espaço para a movimentação e a análise desta movimentação;
• Esperas: características da esperas envolvidas como: área de recebimento e entrada
de material e suas saídas e expedições; armazenamentos em processo;
armazenamento de sucatas, refugos, sobras; equipamentos fora de processo;
manutenção de máquinas fora do horário de produção, estacionamento. Em se
tratando de esperas, buscam-se as características do armazenamento e as demoras,
considerando a localização, espaços necessários, métodos de armazenamento e o
equipamento utilizado;
Slack, Chambers e Johnson (2002) afirmam que o Diagrama de Processo é utilizado para
documentar o processo que está sendo utilizado ou estudado, registrando as sequências das
tarefas e relações de tempo entre diferentes partes de um trabalho e movimentação de
pessoal, informações ou materiais de trabalho. Para isto, utilizam-se três técnicas principais
que focalizam a sequência de tarefas:
I. Diagrama de Processo Global ponto inicial para a confecção de um Diagrama de
Fluxo de Processo. Nele utilizam-se apenas os símbolos de operação e inspeção
ilustrados na figura 6, agregando diversas tarefas menores em uma operação global;
II. Diagrama de Fluxo de Processo registra a sequência do processo e descreve
todos os eventos que ocorrem neste processo. Esta descrição localiza-se ao lado direito
do símbolo que representa cada atividade. Nela, estão inseridas as informações do que
é feito em cada atividade, o tempo de execução prevista ou realizada, o número de
colaboradores envolvidos ou quaisquer informações que sejam relevantes ao processo.
No diagrama, as linhas horizontais indicam a entrada de itens provenientes de
fornecedores externos ao processo (sejam fornecedores terceirizados ou internos, da
própria empresa). Se existirem mais itens, pode-se adicionar mais linhas horizontais,
sendo uma para cada item.
Para Muther (1986), os problemas de arranjo físico estão relacionados aos dois elementos
básicos: produtos (P) e quantidades (Q), ou seja, quanto de cada item deve ser produzido.
Isto se deve ao fato de que as instalações físicas de uma indústria são organizadas com a
finalidade de permitir a produção de alguns tipos determinados de produtos em certa
quantidade e, da melhor forma possível, ou seja, o de menor custo, o de maior qualidade,
etc.
Além desses dois elementos básicos, Muther (1986) inclui mais outros três elementos:
• Roteiro (R) do processo – procura a eliminação de operações desnecessárias através
de uma combinação de operação ou mudança de sequência ou com o melhoramento
dos processos, determinando a melhor sequência de movimentação de material em
processo, utilizando um diagrama de fluxo denominado de Carta de Processo;
• Serviço (S) de apoio para suprir as atividades – não são diretamente ligados ao
processo produtivo, mas torna-se muito importante num contexto amplo, no tocante
ao mantimento de todo processo de manufatura, está incluído neste serviço a
manutenção, ferramentaria, atendimentos de primeiro socorros; e
• Tempo (T) dimensionado para produzir ou quando é para produzir.
Enfim, os elementos P, Q, R, S e T são os dados iniciais que darão suporte as soluções do
arranjo físico.
Para o projeto do arranjo físico será necessário também determinar a necessidade de
equipamentos. A estimativa desta necessidade pode ser calculada em função de três
fatores:
• Necessidade de produção, ou seja, a demanda esperada para o produto;
• Capacidade disponível em função dos turnos de trabalho;
• Especificações técnicas do fabricante do equipamento;
• O cálculo da necessidade de equipamentos ocorre utilizando-se a fórmula:
m= txN
CD
Onde:
m = número de máquinas necessário;
t = tempo de operação unitário por peça;
N = número de produtos ou operações por período;
CD = capacidade disponível por período.
4. FLUXO DE MATERIAIS
Utiliza-se o diagrama montado de Produto por Quantidade, Diagrama (P-Q), como base
para escolher o método mais adequado para se fazer a análise do fluxo de materiais. O
diagrama P-Q fornece regiões, as quais são associados métodos de análise, quais sejam:
• Carta de Processos: região A da curva, utilizado para poucos produtos de grande
volume de produção. É a descrição do processo de fabricação em um fluxograma
que utiliza símbolos apropriados, faz o caminho da matéria prima até a expedição
do produto acabado.
• Carta de Processos Múltiplos: região B da curva, utilizada para produtos numerosos
e processos semelhantes e quando não há montagem. Semelhante ao método
anterior, mas descreve várias linhas de produção paralelamente, para isso devem
possuir processos de fabricação semelhantes. Os produtos são listados na horizontal
e os processos na vertical.
• Carta De-Para: região D da curva, utilizado para muitos produtos altamente
diversificados e de baixo volume. É necessário listar todas as operações do
processo produtivo e colocá-las na mesma sequência no eixo da horizontal e da
vertical.
A Análise do Fluxo de Produção estuda e verifica o caminho que os itens percorrem dentro
das unidades de produção ou entre estas, durante seu processamento.
Numa célula simples, com um mix pequeno de produtos, ocorrem poucas ou nenhuma
variação ao longo do processo. Já em células compostas, por conter uma grande variedade
de produtos, contém também muitos equipamentos. O tratamento da análise do fluxo de
produção é feito de forma diferente entre estas duas situações (LEE, 1998).
Para o estudo do Fluxo de Produção em uma Célula Simples, é necessário ter em mãos a
planta baixa da célula com todos os seus equipamentos em escala, para que as distâncias
percorridas pelos produtos durante seu processo sejam apuradas de forma mais concreta
(LEE,1998).
O uso de softwares de CAD auxilia bastante nesta etapa, tornando mais rápido o
levantamento destas informações, que servirá para uma comparação entre as distâncias
percorridas no arranjo físico atual, com outras propostas de melhorias de layout.
As figuras 31 e 32 demonstram como as simulações dos fluxos de produção em células
simples podem deixar alguns arranjos mais otimizados, com produtos percorrendo menores
caminhos e consequentemente tornando o processo muito mais fácil de se controlar.
Para Lee (1998), numa Análise do Fluxo de Produção para uma Célula Composta, todos os
produtos que passam pela célula devem ser identificados, assim como todos os postos de
trabalho que fazem parte desta célula. É um estudo um pouco mais trabalhoso, em virtude
do maior número de produtos que são produzidos, e que nem sempre utilizam todos os
equipamentos disponíveis dentro desta célula.
Para se fazer esta análise, é montada uma matriz, conforme a figura 33, com todos os
produtos e postos de trabalho que compõe a célula estudada. Então se faz uma correlação
entre os produtos com seus postos de trabalho.
Figura 33 – Matriz para Análise de Fluxo de Produção em Célula Composta (LEE, 1997)
Após esta etapa, os produtos que utilizam os mesmo postos de trabalho devem ser
aproximados, formando blocos conforme indicados na figura 34, auxiliando na
visualização de quais máquinas devem ficar próximas umas das outras, e na identificação
dos produtos que passam pelos mesmos blocos formando células de menor tamanho. A
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análise das afinidades entre estas novas células não pode ser esquecida, para que se tenha
uma otimização na movimentação e no compartilhamento de pessoal (LEE,1998).
Para os motivos das interrelações, estes são tabelados e numerados, na forma de razões
básicas para as proximidades:
1 - Fluxo de materiais
2 - Necessidade de contato pessoal
3 - Utilização de equipamentos comuns
4 - Utilização de registros semelhantes
5 - Pessoal em comum
6 - Supervisão ou controle
7 - Frequência de contatos
8 - Urgência de serviços
9 - Utilização dos mesmos suprimentos
10 - Intensidade de fluxo de documentos
11 - Facilidade de administração
• Forma do material;
• Risco de danos ao material, suprimentos e empregados;
• Condições do item;
• Valor ou custo do item.
Segundo Lee (1998), em cada linha coloca-se uma unidade de planejamento do espaço.
Segue-se a diagonal que parte de umas das linhas até encontrar a diagonal da linha que
parte da outra unidade de produção que se deseja fazer a análise das afinidades existentes.
No losango de encontro das unidades, colocam-se as afinidades verificadas entre os
setores, utilizando-se para isto o quadro de Convenções de Afinidades, e indica-se também
se existem fluxos de materiais, compartilhamento de pessoal ou ambos entre estes setores.
Após esta etapa, faz-se uma análise das afinidades entre as unidades, conforme indicado na
figura 37, utilizando-se as convenções de afinidades gráficas demonstradas na figura 35.
uma grande movimentação de materiais, eliminando percursos que não agregam valor
algum ao produto.
6. DETERMINAÇÃO DE ESPAÇOS
Lee (1998) comenta que cada área tem sua necessidade de espaço, que é determinada pela
movimentação de pessoal, movimentação de materiais ou pela manutenção dos
equipamentos que nela estão inseridos. O planejamento do espaço determina o espaço
necessário e planeja para que estas tenham uma configuração mais funcional possível.
O levantamento da necessidade de área física é fundamental para a elaboração de um bom
arranjo físico. Para determinação dos espaços, devem-se estabelecer as áreas para as
atividades envolvidas e adaptar ao diagrama de interrelação e/ou fluxo. Para o cálculo de
áreas é importante determinar máquinas e equipamentos utilizados na empresa. Quando
necessário, pode-se registrá-los em fichas adequadas, contendo dimensões do produto,
espaço utilizado, suprimento, especificações técnicas e outros.
A somatória dos espaços necessários deve ser igual ou menor ao espaço disponível. Caso
contrário, devem ser tomadas medidas para ampliar as instalações, que podem ser feitas
aumentando horas de trabalho, melhorando processos, verticalizando a produção e
armazenagem, etc.
Devido às particularidades de cada processo, máquinas, forma de trabalho e configuração
da planta previamente construída, o cálculo e a divisão das áreas tornam certos níveis de
detalhe específicos para cada caso. Problemas de iluminação, saídas de emergência, acesso
a bebedouros e banheiros, necessidades de instalações hidráulicas, de exaustão etc., devem
ser levados em conta.
Apesar dos detalhes específicos de cada caso, alguns conceitos básicos e naturais devem
ser obedecidos para a elaboração de um bom arranjo. O cálculo das áreas necessárias para
cada centro de trabalho pode ser feito da seguinte forma:
• Aresta viva: chamamos de aresta viva o lado ou dimensão produtiva de um
equipamento. Em outras palavras, é o lado que o trabalhador opera a máquina. Por
exemplo, a aresta viva de uma máquina de costura corresponde ao lado da máquina
onde a costureira senta para costurar. No caso de uma prensa, a aresta viva é o lado
utilizado pelo operador para a colocação de blanks e retirada de peças estampadas.
• Superfície ou área projetada (Sp): é a área correspondente à projeção ortogonal do
contorno do equipamento em relação ao piso da fábrica. Em palavras mais simples,
pode-se dizer que a superfície projetada é a área correspondente à maquina ou
equipamento “vista de cima”. Geralmente, esta superfície corresponde à área física
da base do equipamento.
• Superfície ou área de operação (So): corresponde à área estritamente necessária
para que o trabalhador possa operar o equipamento de forma segura e eficiente.
Naturalmente, o cálculo da área de operação varia de acordo com o tipo de
máquina, operação, tamanho das peças para processar e tamanho dos estoques
utilizados no processo.
De forma geral, a superfície de operação é calculada utilizando-se 100% das
dimensões de cada aresta viva da máquina multiplicada pela metade da aresta não
viva ou considerando-se uma faixa mínima de 0,5 m, quando o comprimento da
aresta não viva for pequeno demais e uma faixa máxima de 2 metros, quando a
dimensão da aresta não viva for grande demais.
Figura 41 – Paleteira
Figura 42 – Empilhadeira
Figura 44 - Exemplo de cálculo da área de trabalho com uma aresta viva (PEINADO;
GRAEML, 2007)
Figura 45 - Exemplo de cálculo da área de trabalho com uma aresta viva (PEINADO;
GRAEML, 2007)
Figura 46 - Área de trabalho com três arestas vivas (PEINADO; GRAEML, 2007)
Figura 49 – Mezanino
Figura 50 – Cantilever
III. Análise das Limitações Uma vez realizado o planejamento primitivo do espaço,
são verificadas as limitações do projeto, que são as condições que interferem na
elaboração de um plano ideal de espaço.
Estas condições podem ser, por exemplo, o formato da construção, desníveis do
assoalho, colunas e vigas dentro da área utilizada. Todas, sem exceção, devem ser
levadas em consideração no momento em que o posicionamento das unidades de
produção está sendo realizado (LEE, 1998).
Para Lee (1998), as limitações são fatores que não se adaptam ao conceito de unidades
de produção, afinidades e espaços, mas afetam o macro-espaço. Estas limitações podem
ser identificadas através de uma tabela. Assim tem-se uma visualização de todas as
limitações de cada unidade, facilitando a atuação para eliminá-las.
A documentação acumulada do projeto para cada unidade de produção e categoria é
revisada e as limitações são listadas. Um ponto ou marca associa cada limitação a uma
determinada unidade (LEE, 1998);
Planejar um arranjo físico pode parecer apenas a locação de máquinas e/ou equipamentos
para que se chegue a um layout satisfatório, mas na realidade a desobediência de alguma
regra ou fator importante para o processo pode acarretar desperdício e prejuízo para a
empresa. Assim, um arranjo físico não planejado corretamente pode ocasionar:
ineficiência de operações, gargalos com perca de tempo para a produção, longas distância
entre os centros com perca através dos transportes ou movimentações excessivas dos
materiais e operários, ociosidade dos equipamentos e/ou máquinas, excesso de áreas com
perca de recursos na utilização da edificação ou terreno, entre outros problemas
decorrentes de um layout deficiente.
Assim, com base nestes dados, estabelecem-se as prioridades para a proximidade entre
setores, levando se em conta o critério de Muther, exposto na Figura 60.
O passo seguinte é a formulação das alternativas ou soluções para o problema. Para este
trabalho, pode-se fazer uma adaptação desta etapa, acrescentando técnicas de manufatura
celular ao sistema SLP. Assim, transformam-se os Setores principais do Diagrama de
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interrelação entre espaços, para agora conter mini setores repartido por Produto, ou Família
de Produtos, isto é, máquinas e equipamentos são reunidos de acordo com o produto que é
destinado a fabricar.
Caso não se utilize manufatura celular, o Diagrama de inter-relação entre espaços será
utilizado para a geração de alternativas. Este diagrama serve de base para criar as
alternativas, que também considera os demais digramas e estudos realizados até esta fase.
As alternativas são inicialmente traçadas no Arranjo Físico Geral, com posicionamento dos
Setores, através de grandes blocos. Na Fase III, as melhores alternativas serão detalhadas,
definindo corredores, localização de máquinas, espaço de estoque, etc. Isto será feito na
Planta Detalhada das Soluções.
O projeto de um novo arranjo físico deve buscar entendimento do sistema de produção
utilizado na empresa para determinar que problemas devam ser colocados como
prioridades a serem resolvidos no novo sistema a ser desenvolvido. A análise é focalizada
no levantamento de vários indicadores. Esses indicadores são os estoques na fábrica, que
incluem os estoques em processo, os de produtos acabados e os de matérias-primas, o
posicionamento das máquinas e dos operadores, a forma de trabalho dos operadores, além,
de um estudo pormenorizado dos dados quantitativos que darão suporte ao
dimensionamento do novo arranjo físico do sistema de produção focalizado.
Dependendo do processo produtivo, eventualmente há de se levar em consideração o
posicionamento atual de equipamentos, tais como pontes rolantes e esteiras
transportadoras, devido à dificuldade de realocação das mesmas, na seleção de alternativas
Quando o estudo de arranjo físico é realizado, pode-se chegar a dois ou três tipos diferentes
de layout para determinada planta. Para tomar a decisão de qual layout implantar, utilizam-
se algumas ferramentas de seleção, como a Análise de Fatores Ponderados, a Análise de
Fatores Positivos-Negativos-Interessantes (PNI) e Análise do Fluxo de Materiais (SHA),
em conjunto com um grupo de pessoas que possua bom conhecimento de todos os
processos da empresa (LEE,1998).
A Análise de Fatores Ponderados é uma ferramenta constituída de uma tabela, conforme a
figura 62, com as atividades ou fatores que o macro-layout pode influenciar alocados na
segunda coluna. Para estas atividades ou fatores são determinados pesos, que são
quantificados de 1 à 10 pelo grupo de pessoas de acordo com a estratégia da empresa, e
alocados na terceira coluna da tabela. Todas as descrições das opções estudadas estão
inseridas na parte inferior, e as opções que serão analisadas na parte central. Para cada
opção tem-se duas colunas, uma para atribuir a vogal de classificação de acordo com a
figura 35, e outra para serem colocados os resultados das multiplicações entre a escala de
afinidades com o peso atribuído pelo grupo para determinado fator, lembrando que as
vogais estão relacionadas à uma escala de +4 à -1.
Após o preenchimento da tabela, os resultados são somados e colocados na linha “totais”,
para cada opção. Analisando os totais para cada opção em estudo, aquela em que se obtiver
o maior resultado é considerada a melhor opção de layout.
Custo do transporte = Σ C x D x Q
Onde:
C = custo para transportar uma unidade do material ou produto por unidade de distância
D = distância entre a origem e o destino
Q = quantidade transportada entre a origem e o destino
9. PLANTAS E MODELOS
De acordo com Olivério (1987), são três as formas básicas para apresentação de um estudo
de plant layout: plantas, modelos bidimensionais e modelos tridimensionais. Plantas
possuem a vantagem de ser um instrumento de registro de difícil alteração acidental,
acarretando alta confiabilidade na correção da solução desenvolvida. Os modelos
bidimensionais são muito flexíveis e possibilitam uma grande facilidade na pesquisa de
soluções alternativas, enquanto os modelos tridimensionais apresentam alto custo na maior
parte das vezes, impedindo sua utilização.
Lee (1998) relata que o Diagrama de Espaço é uma ferramenta que quantifica o espaço
utilizado para cada operação ou atividade, definindo o perfil do espaço existente, com a
elaboração de um desenho inicial (planta baixa) composto por seus departamentos e
equipamentos.
• Iluminação;
• Ruído e poeira.
10. LOCALIZAÇÃO
No Nível Global, a empresa decide onde estará localizada (mundo ou país) e qual será a
sua missão. A missão nada mais é que um resumo de seus produtos, processos e principais
tarefas da produção, sendo um guia importante para os planejadores de instalação. Além da
procura pela mão-de-obra mais barata e vantagens tributárias, outros elementos devem ser
levados em consideração, como as habilidades disponíveis da mão-de-obra, serviços de
apoio como suprimentos de materiais, por exemplo, políticas e às vezes a geopolítica da
região (LEE, 1998).
No Nível Supra-Espaço “ocorre o planejamento do local, incluindo número, tamanho e
localização de prédios, bem como infra-estrutura como estradas, água, gás e ferrovias. Esse
planejamento deve prever expansões da fábrica e possível saturação do local” (LEE, 1998).
No Nível Macro-Espaço, Lee (1998) comenta que cada estrutura da instalação é planejada
por um macro-layout, estabelecendo a organização básica da fábrica. Os projetistas
determinam os fluxos de materiais e informações, baseados na definição e localização dos
departamentos operacionais. Se for bem feita, pode proporcionar grandes melhorias na
produtividade e lucratividade da empresa, podendo posicioná-la na direção do crescimento.
O planejamento de macro-espaço é frequentemente o nível mais importante do
planejamento da instalação. Estabelece a organização fundamental da fábrica e os padrões
de fluxo de materiais com efeitos a longo prazo. De rotatividade de pessoal à qualidade da
entrega, o planejamento de macro-espaço influencia quase todas as medidas de
desempenho da instalação e da organização (LEE, 1998).
Inflexibilidade, confusão e altos custos de manuseio podem ser resultados de uma
instalação mal planejada, ocasionando entregas irregulares, excessos de estoque e
dificuldades no lançamento de novos produtos.
No Nível Micro-Espaço é que são definidas as localizações dos equipamentos e móveis de
um determinado setor ou departamento. O projeto atua com ênfase no espaço pessoal e na
comunicação, cuidando-se sempre em não inibir ou desencorajar o trabalho em equipe
(LEE, 1998).
No quinto nível, o Nível Sub-Micro-Espaço, Lee (1998) relata que as preocupações agora
ficam concentradas nas estações de trabalho e nos colaboradores, visando eficiência,
eficácia e segurança. Ferramentas corretas aplicadas nos locais apropriados devem ser o
foco no planejamento executado pelos engenheiros industriais.
As decisões de localização devem ser avaliadas cuidadosamente, utilizando-se as técnicas
apropriadas, para se evitar uma escolha mal sucedida. As escolhas de localização devem
ser precedidas de uma análise detalhada, levando-se em conta o maior número possível de
variáveis. A decisão tomada ainda deve estar de acordo com a visão que a empresa tem de
seu negócio.
Alguns fatores que afetam as decisões quanto a este nível seriam os custos dos locais,
concentrações e tendências de clientes e cidadãos, tamanhos dos locais, proximidade à
sistemas de transporte, disponibilidade de serviço público, restrições de zoneamento,
impactos ambientais, disponibilidade e custos de materiais e suprimentos e a proximidade
a indústrias de serviço relacionadas.
Muitos fatores podem afetar a decisão sobre a localização de uma empresa industrial, entre
eles pode-se destacar:
• Disponibilidade de mão-de-obra qualificada;
• Proximidade com as fontes de fornecimento;
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Manufatura
• Clima de trabalho favorável;
• Proximidade de mercados;
• Qualidade de vida da região;
• Proximidade de fornecedores;
• Proximidade com empresas colaboradoras / aparentadas;
• Utilidades, taxas (federais e estaduais).
Serviços
• Proximidade com consumidores;
• Custos de transporte e proximidade com mercados;
• Localização de Concorrentes;
• Fatores Específicos do Local;
• Acesso a infra-estrutura de transporte;
• Acesso aos mercados locais;
• Características do endereço no ambiente físico, como por exemplo a topologia do
terreno;
• Característica do endereço para negócios, como por exemplo, proximidade de
fornecedores;
• Infraestrutura microlocal de utilidades e serviços;
• Custo do espaço, disponibilidade de expansão;
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• Impostos territoriais;
• Incentivos fiscais (fiscais e outros);
• Fatores referentes à qualidade de vida.
Estes fatores são usados para determinar valores e pontuar as regiões em que se tem em
vista a localização no método de ponderação de fatores.
11. IMPLANTAÇÃO
Há várias razões práticas pelas quais a etapa do macro layout seja importante para uma
correta tomada de decisão. A etapa é de difícil elaboração pela quantidade de responsáveis
que irão trabalhar no processo e também pela grande gama de informações que afetarão
diretamente no arranjo físico de departamentos dentro da construção. Um mau julgamento
na sua definição terá efeitos de curto e longo prazo que elevará significativamente os
custos de correção para a organização.
Após as análises no nível de supra planejamento, Slack, Chambers e Johnson (2002)
tomam como ponto de partida no nível de macro planejamento, todas as estratégias e
informações sobre a produção, entretanto existem múltiplos estágios que levam ao projeto
final. O objetivo geral sempre disporá todos os elementos físicos como equipamentos e
mão de obra em uma configuração de tal forma a garantir um fluxo tranquilo e eficiente de
trabalho em um chão de fábrica ou uma configuração específica de tráfego como, por
exemplo, em uma organização de serviços.
Sobre a estratégia de produção, Vale (1975) menciona a característica de capacidade de
produção, que influenciará no tamanho da edificação e na sua projeção futura. Esta que
também está relacionada com o tempo de produção atual e que procura alcançar com o
novo layout e suas possíveis ampliações em longo prazo. Pode se iniciar com o volume que
é produzido atualmente e avaliar:
• A previsão estimada da demanda para a nova situação e a visão estratégica;
• A pesquisa econômico-financeira para o investimento, isto é, o retorno em fluxo de
produção para o investimento físico.
O estudo procura em todas as etapas avaliar os investimentos em tecnologias construtivas a
fim de promover melhores condições de produção criando um investimento seguro para a
organização. Há diversos fatores que a tecnologia pode melhorar, como por exemplo,
climatização, equipamentos de elevação, subsistemas de abastecimento, entre outros.
Outros fatores que devem ser destacados são os investimentos em tecnologias limpas ou
ecológicas, como por exemplo, o aproveitamento de água de chuva para uso industrial ou
consumo de água não potável. Tais investimentos podem trazer retornos financeiros e
fiscais do governo, já que demonstram responsabilidade ambiental. Em questões
ambientais incluem-se também as estratégias de eliminação de resíduos, reciclagem,
incentivos ambientais como programas educacionais e áreas de preservação.
Também são considerados investimentos em áreas para educação como incentivo e
estratégia de responsabilidade social. Todos os fatores devem ser analisados no intuito de
comungar com a estratégia e política da organização.
Muther (1978) destaca que a movimentação de máquinas oferece oportunidade para
introduzir modificações e melhoramentos:
• Reparar, pintar e reformar equipamentos;
• Acrescentar novos dispositivos;
• Implantar novos métodos, rotinas, procedimentos e controles;
• Rever tempos e balancear linhas e mão de obra;
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