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CANTEIRO DE OBRAS
1. DEFINIÇÕES NORMATIVAS
A norma ABNT NBR 12284:91 (1991)1 define canteiro de obras como “áreas destinadas à execução
e apoio dos trabalhos da indústria da construção, dividindo-se em áreas operacionais e áreas de
vivência”.
Áreas operacionais são aquelas em que se desenvolvem as atividades de trabalho ligadas diretamente
à produção. As áreas de vivência são separadas fisicamente das áreas operacionais.
A Norma Regulamentadora nº18 (NR-18)2 – Condições e meio ambiente do trabalho na indústria
da construção, define canteiro de obras como “área de trabalho fixa e temporária onde se
desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra”.
A NR-18 tem como objetivo e campo de aplicação: “estabelecer diretrizes de ordem administrativa,
de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas
preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na Indústria
da Construção”. A norma NR-18 é lei federal, o seu descumprimento pode acarretar multas e embargo
da obra.
Uma Frente de trabalho é constituída por uma área de trabalho móvel e temporária onde se
desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra.
1
ASSOCOAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) – NBR 12284 – Áreas de vivência em canteiros de
obras – Procedimento; Rio de Janeiro, 1991.
2
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO – MTE. Norma regulamentadora 18 - NR 18 – Condições e Meio
Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção.
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Material didático restrito aos alunos da disciplina – proibido a sua divulgação.
O planejamento e a organização do canteiro de obras devem preceder à realização dos serviços de cada
etapa da obra a fim de serem evitadas improvisações que fatalmente levam à desorganização da obra, a
ociosidade e subutilização dos equipamentos e da mão-de-obra, ao transporte desnecessário e ao
armazenamento inadequado dos materiais, ao desperdício e perdas de produtividade, tempo e
qualidade, levando a perdas financeiras irrecuperáveis.
O canteiro de obra é planejado para cada fase ou etapa distinta da obra, modificando-se a fim de se
adequar a cada nova fase com o objetivo de obter o melhor desempenho das atividades ali
desenvolvidas. Este vai sendo modificado ao longo da execução da obra em função dos materiais
presentes, dos serviços a serem executados, dos equipamentos utilizados e da mão-de-obra alocada nos
serviços, de forma racional e otimizada.
A logística aplicada ao planejamento e organização do canteiro de obras de edificação constitui-se em
um processo de ações multidisciplinares voltadas à otimização, à racionalização e à eficácia do
suprimento, recebimento, armazenamento, movimentação, disponibilização e uso dos insumos,
materiais, ferramentas, equipamentos, mão-de-obra e informações nas frentes de trabalho.
A organização do canteiro consiste, em resumo, no uso racional do terreno não ocupado pela
edificação para instalação da “fábrica” – O Canteiro de obras, que vai produzir a edificação.
Segundo Gehbauer (2002)3 “O planejamento insuficiente do canteiro provoca frequentemente custos
adicionais que podem ser evitados. Estes custos ocorrem, geralmente, devido à implantação de
recursos operacionais mal dimensionados ou inadequados, ou pela necessidade de correções onerosas
no decorrer da obra. ”
2.3 Projeto do canteiro de obras
O canteiro de obras constitui-se na área de terreno, geralmente, não ocupada pela edificação para
instalação da “fábrica” que vai produzir a edificação.
"O Projeto do canteiro de obras é o serviço integrante do processo de
construção, responsável pela definição do tamanho, forma e localização das
áreas de trabalho, fixas e temporárias, e das vias de circulação, necessárias
ao desenvolvimento das operações de apoio e execução, durante cada fase da
obra, de forma integrada e evolutiva, de acordo com o projeto de produção do
empreendimento, oferecendo condições de segurança, saúde e motivação aos
trabalhadores e, execução racionalizada dos serviços" (FERREIRA, 1998)4.
Saurin e Formoso (2006)5 salientam que “o cuidado com os aspectos visuais do canteiro, que inclui a
limpeza e impacto positivo perante funcionários e clientes, não seria exagero afirmar que um cliente,
na dúvida entre dois apartamentos (de obras diferentes) que o satisfaçam plenamente, decida comprar
aquele do canteiro mais organizado, uma vez que este pode induzir uma maior confiança em relação à
qualidade da obra.”
O projeto do canteiro é um dos principais instrumentos para o planejamento e organização da logística
de canteiro. Ele afeta o tempo de deslocamento dos trabalhadores e o custo de movimentação dos
materiais e interfere, portanto, na execução das atividades e também na produtividade global da obra e
3
GEHBAUER, F. Planejamento e Gesto de Obras. Curitiba: CEFET Paraná, 2002. 520 p.
4
FERREIRA, E. A. M.; FRANCO, L. S.. Metodologia para elaboração do projeto do canteiro de obras de edifícios.
São Paulo, 1998. Tese (Doutorado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, 338p.
5
SAURIN, T. A.; FORMOSO, C. T. Planejamento de canteiros de obra e gestão de processos. Porto Alegre: ANTAC,
2006. — (Recomendações Técnicas HABITARE, v. 3).
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dos serviços. Apesar disto, existe pouca preocupação por parte das empresas com a elaboração de tal
projeto (OLIVEIRA; LEÃO, 1997) 6.
Bons projetos de canteiro podem proporcionar significativas melhorias no processo produtivo. Eles
visam, principalmente, promover a realização de operações seguras e manter a boa moral dos
trabalhadores, além de minimizar distâncias e tempo para movimentação de pessoal e material, reduzir
tempo de movimentação de material, aumentar o tempo produtivo e evitar obstrução da movimentação
de material e equipamentos (SERRA, 2001)7.
O projeto do canteiro de obras é parte inicial integrante do processo de construção, responsável pelo
seu arranjo físico (layout) em cada fase da obra, de forma integrada e evolutiva, de acordo com as
características de cada uma delas.
Requisitos para o projeto do canteiro de obras:
– Oferecer condições satisfatórias de segurança, saúde e motivação aos trabalhadores dos serviços;
– Estar adequado aos processos de produção empregados;
– Dimensionamento e localização das áreas de recebimento e armazenagem de materiais;
– Dimensionamento e localização das áreas de trabalho (fixas e temporárias), de vivência e de apoio;
– Determinação e sinalização das vias de circulação de veículos, máquinas, equipamentos, operários e
materiais, minimizando as distâncias e o tempo de movimentação;
– Determinação e dimensionamento dos acessos pessoal, veículos e materiais da parte externa para o
interior da obra;
– Determinação do uso de equipamentos de segurança de trabalho destinados à prevenção de
acidentes, proteção da integridade física dos trabalhadores, de clientes e terceiros, e à promoção da
saúde;
– Elaboração e avaliação do arranjo físico para cada uma das fases definidas.
– Atendimento às normas e programas de preservação do meio ambiente;
2.4 Licenças, alvarás e registros da obra.
Registro de Responsabilidade Técnica:
Os projetos devem ser registrados nos respectivos Conselhos de Engenharia (CREA) e de Arquitetura
e Urbanismo (CAU).
Aprovação dos projetos:
• Projeto de Arquitetura – Prefeitura Municipal;
• Projeto de Instalação Elétrica – Concessionária local de energia elétrica e Prefeitura Municipal;
• Projeto de Instalação Sanitária – Prefeitura Municipal e Concessionária de água e esgoto;
• Projeto de Instalação Contra Incêndio – Corpo de Bombeiros e Prefeitura Municipal;
• Projeto de Instalação Telefônica – Concessionária de Telefonia e Prefeitura Municipal.
Licenças ambientais e do patrimônio histórico: Órgãos da União, do Estado e do Município;
Alvará de construção – Prefeitura Municipal;
Matrícula C.E.I. – Cadastro Específico do INSS;
Comunicação prévia à DRT – Delegacia Regional do Trabalho;
6
OLIVEIRA, M. E.; LEÃO, S. M. Planejamento das instalações de canteiros de obras: aspectos que interferem na
produtividade. In: XVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO (ENEGEP). Anais
eletrônicos. Gramado-RS, 1997.
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SERRA, S. M. B. Canteiro de obras: projeto e suprimentos. São Carlos: UFSCar, 2001, 41p.
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8
ROCHA, C. A.; SAURIN, T. A.; FORMOSO, C. T. Avaliação da aplicação da NR-18 em canteiros de obras. XX
Encontro Nacional de Engenharia de Produção. São Paulo, 2000.
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Segundo as normas NR-18 e ABNT NBR 12284:91 devem ser observados os seguintes requisitos:
1) As instalações sanitárias devem estar situadas em locais de fácil e seguro acesso, não se permitindo
um deslocamento superior a 150 m do posto de trabalho aos gabinetes sanitários, mictórios e
lavatórios; e não se ligar diretamente nem estar adjacentes aos locais destinados às refeições;
2) Observar as distâncias mínimas de 1,80 m acima do lençol freático, de 5,00 m para as outras
edificações e a 15,00 m de qualquer fonte d’água e sempre a jusante desta;
3) Construído em paredes de alvenaria, concreto ou de outro material de resistência equivalente
(podendo ser de madeira), revestidas de material liso, lavável e impermeável até a altura mínima de
1,80 m, proibindo-se o uso de qualquer tipo de madeira. Quando for utilizada pintura, esta deve ser
de cor clara com características equivalentes à tinta a óleo ou esmalte sintético;
4) Ter os pisos impermeáveis, laváveis, antiderrapantes e com caimento para os ralos;
5) Ter pé-direito mínimo de 2,50 m;
6) Ter cobertura resistente também ao fogo e que preserve o conforto térmico;
7) Possuir Iluminação e ventilação adequadas;
8) Ser independentes para homens e mulheres, com identificação nas portas;
9) Deve ter portas de acesso com dimensões mínimas de 1,20 m x 2,10 m, de modo a impedir o
devassamento e manter o resguardo conveniente;
10) Um vaso sanitário e um mictório para cada grupo de 15 (quinze) trabalhadores ou fração, com
divisórias entre eles com altura mínima de 1,80 m;
11) Um chuveiro e um lavatório para cada grupo de 10 (dez) trabalhadores ou fração;
12) Ser mantidas em perfeito estado de conservação e limpas permanentemente por pessoal contratado
para este fim;
13) A área de chuveiros deve ter piso rebaixado de, no mínimo, 0,05 m em relação à área de circulação,
com caimento para ralo ou canaleta de escoamento. Possuir saboneteira e cabide individuais;
14) As áreas dos boxes sanitários individuais devem ter dimensões mínimas de 0,90 m x 1,10 m e
possuir porta com trinco, papeleira com papel higiênico e cesto plástico com tampa para papel
usado;
15) Os vasos devem ser do tipo bacia turca ou convencional com caixa ou válvula de descargas ligadas
à rede hidráulica e esgoto ligado à rede de esgoto ou fossa.
16) Os mictórios devem ser individuais do tipo cuba, devendo prever distância mínima de 0,60 m entre
eixos, ou coletivos do tipo calha, considerando cada segmento de 0,60 m como uma vaga ou
unidade;
17) Os mictórios devem ser revestidos internamente de material liso, impermeável e lavável; ter as
bordas inferiores com altura máxima de 0,50 m do piso acabado; ser providos de descarga com
sistema contínuo ou automático; ser ligados com interposição de sifões hidráulicos diretamente à
rede de esgoto ou fossas.
18) Ter toda fiação elétrica protegida por eletrodutos, com interruptores à altura de 1,10 m do piso
acabado;
19) Ser mantida em perfeito estado de conservação e limpa permanentemente. Os produtos utilizados
devem ser biodegradáveis e não devem deixar resíduos tóxicos.
3.1.2 Vestiário
Todo canteiro deve possuir vestiário para troca de roupa e guarda dos pertences dos trabalhadores
não alojados. O vestiário deve:
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1) Estar o mais próximo possível da entrada da obra e das instalações sanitárias, com o seu acesso
protegido das intempéries e não ter ligação direta nem estar adjacente ao local destinado às
refeições;
2) Ser independente para homens e mulheres com identificação nas portas;
3) Ser dotados de bancos e armários individuais com fechadura ou cadeado, piso cimentado ou
madeira, área de ventilação e possuir pé-direito mínimo de 2,40 m. Distância mínima de 1,60 m
entre frentes de armários;
4) Ter pé direito mínimo de 2,40 m;
5) Ter piso impermeável, lavável, de acabamento antiderrapante e com caimento para os ralos de
escoamento;
6) Ter paredes resistentes, revestidas de material liso, lavável e impermeável até a altura mínima de
1,80m. Quando utilizada pintura, esta deve ser de cor clara com características equivalentes à tinta
óleo ou esmalte;
7) Ter porta de acesso que impeça o devassamento com dimensões mínimas de 1,20 m x 2,10 m
situadas de modo a manter o resguardo conveniente;
8) Ter iluminação e ventilação natural através de aberturas adequadas para o exterior;
9) Ter cobertura resistente também ao fogo e que preserve o conforto térmico no interior das
edificações e as proteja completamente das intempéries;
10) Ter toda fiação elétrica protegida por eletrodutos, com interruptores à altura de 1,10 m do piso
acabado;
11) Ser provido de armários individuais compartimentos duplos, de modo a permitir a guarda em
separado de roupas limpas e sujas; dimensões mínimas de 0,50 m de largura, 0,40 m de
profundidade e 0,80 m de altura; fechaduras com cadeados; com uso exclusivo para guarda de
pertences pessoais, proibindo-se o armazenamento de ferramentas. Manter uma distância mínima
entre frentes de armário igual a 1,60 m;
12) Ser previstos bancos de 1,00 m de comprimento por 0,30 m de largura e 0,40 m de altura para cada
chuveiro.
13) Ser mantido em perfeito estado de conservação e permanentemente limpo. Os produtos utilizados
na limpeza devem ser biodegradáveis e não devem deixar resíduos tóxicos.
3.1.3 Refeitório
Nos canteiros de obra é obrigatória a existência de local adequado para refeições independentemente
do número de operários. Não é permitida a ingestão de alimentos em outros locais. O refeitório deve
obedecer aos seguintes requisitos:
1) Ser instalado em local específico sem comunicação direta ou adjacente às instalações sanitárias e
não sendo permitida a sua localização em porão ou subsolo das edificações;
2) Deve ser dotado de cobertura adequada que o proteja das intempéries, piso lavável com
características de impermeabilidade, pé-direito não inferior a 3,00 m, e ser dimensionado na
proporção de 1,00 m2 por trabalhador ou fração.
3) Deve ser bem ventilado e iluminado, dotado de mesas e assentos, e lavatório instalado em sua
proximidade e não possuir comunicação direta com instalações sanitárias.
4) Ter paredes de alvenaria ou outros materiais de comprovada resistência que permitam o isolamento
durante as refeições;
5) Ter piso de concreto, cimento queimado ou de outro material antiderrapante e de fácil limpeza e
com caimento para os ralos de escoamento, sendo proibida a utilização de grelhas ou caixas de
captação de águas servidas;
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6) O refeitório deve possuir depósito (com tampa) para lixo e bebedouro com água potável, filtrada e
fresca, sendo proibido o uso de copos coletivos;
7) Ter lavatório instalado nas proximidades, e lavagem e secagem das mãos, proibindo-se o uso de
toalhas coletivas;
8) O refeitório deve atender pelo menos metade do total de usuários por vez;
9) Ter, para cada 50 trabalhadores ou fração, um bebedouro de jato inclinado com sistema de filtragem
ou equipamento similar, com copo descartável, proibindo-se o uso de copo coletivo;
3.1.4 Cozinha
Atualmente a alimentação dos operários somente é preparada no canteiro de obras quando não for
possível ser realizada em outro local, que geralmente serve a várias obras de uma mesma empresa, ou
ser adquirida de fornecedor terceirizado, evitando-se a construção de uma cozinha na própria obra.
Neste caso reserva-se uma área para aquecimento dos alimentos e lavagem da louça. As instalações
da cozinha na obra devem obedecer aos seguintes requisitos das normas NR-18 e ABNT NBR
12284:91:
1) Ficar adjacente ao refeitório e possuir comunicação por onde devem ser servidas as refeições;
2) Ter piso de concreto, cimento queimado ou de outro material impermeável, antiderrapante e de fácil
limpeza e com caimento para os ralos de escoamento, sendo proibida a utilização de grelhas ou
caixas de captação de águas servidas;
3) Possuir instalações sanitárias que não se comuniquem diretamente com a cozinha, para uso
exclusivo dos encarregados de manipularem os gêneros alimentícios, refeições e utensílios.
4) Estas instalações devem ser providas de material de limpeza e secagem das mãos proibindo-se o
uso de toalhas coletivas;
5) Ter toda a instalação elétrica protegida por eletrodutos;
6) Ter captação por exaustão dos vapores e fumaças gerados no processo de preparo dos alimentos;
7) Ter pia com cubas independentes para lavagem de alimentos e utensílios;
8) Dispor de câmara frigorífica ou similar para armazenamento de alimentos perecíveis;
9) Deve ser prevista caixa de gordura para coleta das águas servidas antes de sua disposição final;
10) Os botijões de gás liquefeito de petróleo (GLP) devem ser instalados fora do ambiente de utilização,
em área permanentemente ventilada e coberta.
11) Observar a legislação pertinente;
3.1.5 Ambulatório
Toda obra com 50 (cinquenta) ou mais operários deverá possuir um ambulatório dotado de
medicamentos básicos (tais como remédios para dor e material para assepsia e pequenos curativos) e
uma maca. Nesse ambulatório, deve haver todo o material necessário à prestação de primeiros
socorros, conforme as características da atividade desenvolvida. Este material deve ser mantido
guardado e aos cuidados de pessoa treinada para esse fim.
3.1.6 Alojamentos
Os alojamentos dos canteiros de obras devem atender aos seguintes requisitos:
1) Não estar situados em subsolos das edificações ou porões;
2) Ter área mínima de 4,00 m2 por módulo (cama-beliche, armários, circulação), para uso de cama
simples, esta área pode ser reduzida em 30%;
3) Ter pé-direito mínimo de 3,00 m para quartos com beliche e 2,50 m para quartos com cama
simples;
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4) Ter piso de concreto, cimento queimado, madeira ou outro material de comprovada resistência e de
fácil limpeza, permanentemente isento de umidade;
5) Ter paredes de alvenaria ou outro material de comprovada resistência pintadas com tinta lavável e
de cor clara;
6) Ter portas com fechaduras com dimensões mínimas de 0,70 m x 2,10 m;
7) Ter iluminação e ventilação natural;
8) Ter janelas com esquadrias metálicas de madeira ou outro material equivalente, compostas de
vidraça e folhas venezianas, que garantam simultaneamente o escurecimento e a ventilação
permanente do ambiente;
9) Ter cobertura que os proteja das intempéries e que seja resistente também ao fogo, para garantia do
conforto térmico e higiene deve ser instalado forro.
10) As dimensões mínimas das camas do alojamento devem ser de 0,80 m por 1,90 m, sendo proibido o
uso de três ou mais camas na mesma vertical;
11) Os alojamentos devem possuir locais próprios destinados a lavar, secar e passar roupas de uso
pessoal dos empregados alojados.
12) Atender a proporção de um tanque para cada grupo de 20 de trabalhadores alojados ou fração;
13) Ter instaladas mesas para passar roupa, cobertas com tecido e tomadas elétricas na proporção de
uma para cada grupo de 20 trabalhadores ou fração, utilizadas exclusivamente para ferros elétricos.
3.1.7 Área de lazer
As duas normas exigem apenas a existência de uma área prevista para atividades de recreação dos
funcionários, podendo ser o local do refeitório. A NBR 12284:91 recomenda apenas a instalação de
um aparelho de televisão.
3.2 ÁREAS OPERACIONAIS E DE PRODUÇÃO
3.2.1 Central de argamassa e concreto
1) Local destinado ao preparo e produção de concretos e argamassas;
2) Área dimensionada conforme número de betoneiras previsto em função do serviço demandado;
3) A sua localização deve estar estrategicamente o mais próximo das áreas de armazenagem dos
agregados e dos equipamentos de transporte vertical;
4) Deve ser provido de armazenagem própria de água;
5) Ter área protegida de sol e chuva com coberta mínima de 20,00 m²;
6) Um tablado de madeira deve ser previsto para acondicionar os sacos de aglomerantes;
7) As betoneiras devem ter chaves de acionamento tipo botoeira ao alcance do operador;
8) Os motores das betoneiras devem ser dotados de aterramento;
9) Os condutores elétricos devem ser cabos protegidos em eletrodutos resistentes;
10) Possuir circuito independente para cada equipamento com chave disjuntora acondicionada em
quadro de força devidamente abrigado;
3.2.2 Central de preparo de armaduras
1) Área mínima de 50,00 m2 destinada ao corte, dobramento e pré-montagem das armaduras;
2) A dobragem e o corte de vergalhões de aço em obra devem ser feitos sobre bancadas ou
plataformas apropriadas e estáveis, apoiadas sobre superfícies resistentes, niveladas, não
escorregadias, afastadas da área de circulação de trabalhadores;
3) Os locais de estocagem e corte dos vergalhões devem ser previamente estudados, uma vez que
cada barra mede 12,00 m de comprimento (6,00 m quando dobradas em estoque);
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4) As armaduras devem ser apoiadas sobre travessas de madeira, ferro ou concreto, a fim de se
manterem afastados do solo e da umidade;
5) Os operários devem usar EPI durante o manuseio das armaduras;
6) Os equipamentos elétricos de corte e dobramento devem ter chaves de acionamento tipo botoeira
ao alcance do operador e circuito individual com chave disjuntora de proteção;
7) A área dos equipamentos de corte deve ser coberta.
3.2.3 Área de carpintaria
1) A carpintaria é composta basicamente de bancada de trabalho e serra circular;
2) Destinada ao corte e montagem das formas e esquadrias;
3) Deve ser localizada próximo ao estoque de madeira e possuir comprimento mínimo de 6 m e área
coberta mínima de 25 m².
4) A serra circular deve estar em local coberto e protegido e atender às seguintes disposições:
– Ser dotada de mesa nivelada, sólida e estável, de modo a não apresentar vibrações;
– Possuir coletor de serragem e suas faces inferiores deve ter fechamento lateral;
– As transmissões de força devem estar protegidas por anteparos fixos e resistentes;
– O motor deve ser protegido contra poeira e intempéries e ter sua carcaça aterrada;
– Ser provida de coifa protetora do disco e cutelo divisor;
– O acionamento e parada do motor serão feitos através de chave interceptora, acionada por
botões, que devem ficar ao alcance das mãos do operador na posição de trabalho.
– Próximo à mesa, deve ter instalado um extintor de incêndio do tipo CO2 ou ABC.
– O operador sempre deve estar revestido dos equipamentos de proteção individual (EPI) para a
operação.
3.2.4 Área de Serralheria
Área destinada à execução de gradis, esquadrias e estruturas metálicas.
3.2.5 Área de pré-moldados
Área destinada à execução, cura e armazenagem de elementos pré-moldados quando produzidos no
canteiro de obras.
3.3 ELEMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA DA OBRA
3.3.1 Tapume
Denominação dada ao painel contínuo, construído em torno do canteiro de obras, com a finalidade
de proteger o público contra possíveis danos decorrentes da execução dos trabalhos, bem como
impedir o acesso à obra de animais e pessoas estranhas. É construído nos limites do terreno com
vias públicas ou propriedades vizinhas.
O código de obra de cada município regulamenta alguns de seus aspectos construtivos tais como
altura mínima, ocupação dos passeios, material empregado, aparência, etc. A altura mínima adotada
é de 2,20 m.
A chapa de madeira compensada resinada ou plastificada é o material mais utilizado na confecção
dos tapumes, podendo ser utilizadas chapas de metal com armação de madeira. Algumas empresas
usam painéis metálicos e grades que são reutilizáveis em várias obras.
Os tapumes devem ser pintados adequadamente e apresentar uma boa aparência, pois constituem a
fachada da obra, refletindo na imagem da empresa.
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3.3.2 Galeria
Nas construções e reformas com mais de dois pavimentos executadas próximas ao alinhamento do
logradouro, devem ser construídas galerias sobre o passeio para segurança dos transeuntes com
altura interna mínima de 3,00 m.
Na borda da cobertura da galeria deve ser instalado um complemento em balanço de 1,00 m de
extensão e inclinação de 45º.
9. PROGRAMAS DE SEGURANÇA
PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção
Civil
Segundo a NR-18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, estão
obrigados à elaboração e ao cumprimento do PCMAT os estabelecimentos com 20 (vinte)
trabalhadores ou mais, e deve contemplar todas as exigências contidas na NR-18 e na NR-9, PPRA
– Programa de Prevenção de Riscos Ambientais em todos os seus aspectos, bem como outros
dispositivos complementares de segurança.
O PCMAT deve ser elaborado por profissional legalmente habilitado na área de segurança do
trabalho. Compete ao Empregador estabelecer, implementar e assegurar o seu cumprimento como
atividade permanente no canteiro de obras, devendo mantê-lo na obra à disposição da fiscalização
da DRT – Delegacia Regional do Ministério do Trabalho.
O programa serve como ponto de partida para que se implante um Sistema de Gestão da
Segurança do Trabalho.
O Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho (PCMAT) tem por finalidade a prevenção
de acidentes de trabalho e as suas consequências negativas sobre a saúde do trabalhador e da própria
evolução das atividades operacionais da empresa.
O PCMAT deve ser planejado em função das principais etapas de desenvolvimento da obra, desde
os projetos até os serviços finais, considerando o risco de acidentes e doenças e a categoria
profissional atuante em cada etapa.
O PCMAT é composto pelos seguintes documentos:
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Material didático restrito aos alunos da disciplina – proibido a sua divulgação.
17
a) Memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e operações, levando-se
em consideração riscos de acidentes e de doenças do trabalho e suas respectivas medidas
preventivas;
b) Projeto de execução das proteções coletivas em conformidade com as etapas da execução da
obra;
c) Especificação técnica das proteções coletivas e individuais a serem utilizadas;
d) Cronograma de implantação das medidas preventivas definidas no PCMAT;
e) Layout inicial do canteiro de obra, com previsão de dimensionamento das áreas de vivência;
f) Programa educativo contemplando a temática de prevenção de acidentes e doenças do trabalho.
PPRA – Programa de Prevenção e Riscos Ambientais
Segundo a NR-9, fica estabelecida a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de
todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do PPRA,
visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação,
reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou
que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente
e dos recursos naturais.
PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
Segundo a NR-7, ficam estabelecidas a obrigatoriedade e a implementação, por parte de todos os
empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do PCMSO, com o
objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.
SESMT – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
Cabe ao SESMT a função de centralizar o planejamento da segurança, em consonância com a
Produção, e descentralizar sua execução.
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
À CIPA cabe a função, como um órgão interno da Empresa, de ser um divulgador das normas de
segurança e de realizar algumas funções executivas estabelecidas na legislação em vigor, tais como:
elaborar Mapa de Riscos, discutir acidentes ocorridos, convocar reuniões extraordinárias, etc.
A NR-5 traz informações completas sobre Eleição, Registro, Curso para Componentes de CIPA e
detalhes para o seu funcionamento, bem como modelo dos documentos a serem elaborados, que
permitem à Produção implantar uma CIPA, mesmo sem ter Profissional da Área de Segurança do
Trabalho em seu quadro de efetivo.
Ordens de Serviço Sobre Segurança e Medicina do Trabalho
Às Ordens de Serviço sobre Segurança e Medicina do Trabalho, cabe universalizar as
responsabilidades, não só sobre segurança e saúde do trabalhador, como também sobre os processos
de execução dos serviços.
As ações para Prevenção de Acidentes e Doenças do Trabalho deverão ter a participação e o
envolvimento de todos os setores da estrutura organizacional e de seus colaboradores, sendo as
responsabilidades compatíveis com os diversos níveis no organograma funcional da empresa. A
meta de “Acidente Zero”, apesar de utópica, deverá ser sempre perseguida.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI
Qualquer indivíduo de estiver dentro de um canteiro de obras deverá usar os equipamentos
adequados de proteção individual – Capacete, botas, luvas, óculos, protetor auricular, cinto de
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segurança, etc. A empresa deve providenciar todos os EPI’s, visando eliminar o risco de acidente
no ambiente de trabalho, inclusive para visitantes.
O empregador deve fornecer gratuitamente a todos os empregados todos os equipamentos
necessários. O seu uso é obrigatório pelo empregado, passivo de demissão por justa causa.
O Capacete de segurança é distribuído nas seguintes cores:
Administração Carpinteiros
Armador Pedreiro
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SOUZA, Francisco Jesus. Compatibilização de projetos em edifícios de múltiplos andares: Estudo de caso.
Dissertação. Universidade Católica de Pernambuco. Recife, 2010.
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NASCIMENTO, José Marcos. A importância da compatibilização de projetos como fator de redução de custos na
construção civil. Instituto de Pós-Graduação-IPOG. Goiânia, 2013.
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• Saúde, higiene e qualidade do ar;
• Funcionalidade e acessibilidade;
• Conforto tátil e antropodinâmico.
3. Sustentabilidade:
1) Durabilidade: Capacidade do edifício ou seus sistemas de desempenhar suas funções, ao longo
do tempo e sob condições de uso e manutenção especificadas, até um estado
limite de utilização.
2) Manutenibilidade: Grau de facilidade de um sistema, elemento ou componente de ser mantido
ou recolocado no estado no qual possa executar suas funções requeridas, sob
condições de uso especificadas.
Operação: Conjunto de atividades a serem realizadas em sistemas e equipamentos com a
finalidade de manter a edificação em funcionamento adequado.
Manutenção: Conjunto de atividades a serem realizadas ao longo da vida total da edificação
para conservar ou recuperar a sua capacidade funcional.
3) Impacto ambiental.
VIDA ÚTIL E DURABILIDADE
Vida útil – Período de tempo durante o qual o edifício (ou seus sistemas) mantém o desempenho
esperado, quando submetido às atividades de manutenção predefinidas em projeto.
Vida útil de projeto – Período estimado de tempo em que um sistema é projetado para atender aos
requisitos de desempenho estabelecido em norma, desde que cumprido o programa de
manutenção previsto no manual de operação, uso e manutenção.
Vida útil requerida – É a vida útil definida para atender às exigências do usuário a serem
estabelecidas em projeto ou em especificações de desempenho.
Partes envolvidas na vida útil da edificação:
Proprietário;
Projetista;
Construtor e
Usuário.
Degradação: Redução do desempenho devido à atuação de um ou de vários agentes de degradação.
Desempenho: Comportamento em uso de uma edificação e de seus sistemas.
Nível de desempenho: São requisitos mínimos de desempenho (M) estabelecidos para os diferentes
sistemas que devem ser considerados e atendidos, em função das necessidades
básicas de segurança, saúde, higiene e de economia.
Critérios de desempenho: São especificações quantitativas dos requisitos de desempenho,
expressos em termos de quantidades mensuráveis, a fim de que possam ser
objetivamente determinados.
Interferem na vida útil de uma edificação e em suas partes:
• As características, propriedades e durabilidade dos materiais componentes;
• A qualidade e eficiência dos métodos e processo e técnicas construtivos adotados;
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• O correto uso e operação da construção e de suas partes;
• A constância e efetividade das operações de conservação e manutenção da construção;
• As alterações e ações climáticas anormais do meio ambiente;
• As mudanças no entorno da construção ao longo do tempo (trânsito de veículos, níveis
de poluição, intervenção urbana, etc.).
DAS GARANTIAS
Garantia legal: direito do consumidor de reclamar reparos, recomposição, devolução ou
substituição do produto adquirido.
Garantia certificada: condições dadas pelo fornecedor por meio de certificado ou contrato de
garantia para reparos, recomposição, devolução ou substituição do produto
adquirido.
Prazo de garantia legal: Prazo em lei para o consumidor reclamar dos vícios (defeitos) verificados
na compra de produtos duráveis.
Prazo de garantia certificada: período de tempo, acima do prazo de garantia legal, oferecido
voluntariamente pelo fornecedor (incorporador, construtor ou fabricante) na
forma de certificado ou termo de garantia ou contrato, para que o
consumidor possa reclamar dos vícios (defeitos) verificados na compra de
seu produto. Este prazo pode ser diferenciado para cada um dos
componentes do produto a critério do fornecedor.