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/UVA - Curso de Engenharia Civil - Edificações I - CANTEIRO DE OBRAS –– 2021 1

Material didático restrito aos alunos da disciplina – proibido a sua divulgação.

CANTEIRO DE OBRAS
1. DEFINIÇÕES NORMATIVAS

A norma ABNT NBR 12284:91 (1991)1 define canteiro de obras como “áreas destinadas à execução
e apoio dos trabalhos da indústria da construção, dividindo-se em áreas operacionais e áreas de
vivência”.
Áreas operacionais são aquelas em que se desenvolvem as atividades de trabalho ligadas diretamente
à produção. As áreas de vivência são separadas fisicamente das áreas operacionais.
A Norma Regulamentadora nº18 (NR-18)2 – Condições e meio ambiente do trabalho na indústria
da construção, define canteiro de obras como “área de trabalho fixa e temporária onde se
desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra”.
A NR-18 tem como objetivo e campo de aplicação: “estabelecer diretrizes de ordem administrativa,
de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas
preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na Indústria
da Construção”. A norma NR-18 é lei federal, o seu descumprimento pode acarretar multas e embargo
da obra.
Uma Frente de trabalho é constituída por uma área de trabalho móvel e temporária onde se
desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra.

1
ASSOCOAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) – NBR 12284 – Áreas de vivência em canteiros de
obras – Procedimento; Rio de Janeiro, 1991.
2
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO – MTE. Norma regulamentadora 18 - NR 18 – Condições e Meio
Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção.
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A Norma Brasileira ABNT NBR 15575:2013 divide uma edificação em:


• Sistema: a maior parte funcional do edifício. Conjunto de elementos e componentes destinados a
cumprir com uma macrofunção que a define.
Ex.: Fundação, estrutura, alvenaria, instalações elétricas, cobertura.
• Elemento: parte de um sistema com funções específicas. Geralmente é composto por um conjunto de
componentes. Ex.: Parede de alvenaria, estrutura de cobertura.
• Componente: unidade integrante de determinado elemento da edificação, com forma definida e
destinada a cumprir funções específicas. Ex.: Bloco cerâmico para alvenaria, telha, folha de porta.

2. PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS


2.1 As etapas da obra podem ser genericamente divididas em três fases:
1. Fase Inicial – corresponde à fase inicial das obras, consistindo na limpeza e preparação do terreno,
na movimentação de terra, na execução das fundações, dos subsolos e área de pilotis.
2. Fase Intermediária – é a fase de maior volume de produção: estruturas, coberta, vedações
(alvenarias) e colocação das caixas e tubulações de todas as instalações previstas para a edificação.
3. Fase Final – consiste na fase de aplicação de revestimentos de pisos, tetos, paredes e fachadas,
realização das pinturas, colocação dos armários embutidos, das esquadrias, louças, ferragens,
luminárias e realização dos acabamentos finais da obra.
O canteiro de obras se modifica ao longo da execução da obra em função dos serviços a serem
executados, dos materiais presentes, dos equipamentos utilizados e da mão-de-obra alocada para a
execução dos serviços, portanto, em cada uma das fases verificam-se alterações no canteiro de obras.
2.2 Fatores condicionantes do planejamento e organização do canteiro:
 O tipo, a natureza e a complexidade da obra;
 Topografia e natureza do terreno;
 As condições ambientais do entorno da obra;
 Característica e condições do entorno e vizinhança da obra;
 Definição dos elementos que devem estar presentes no canteiro e suas características;
 Os tipos e as características dos materiais empregados em cada fase;
 Os processos e métodos construtivos a serem empregados;
 O fluxograma dos processos construtivos previstos;
 Definição dos meios de transporte horizontal e vertical;
 Os tipos de equipamentos a serem empregados em cada fase;
 Cronograma com definição dos prazos de execução de cada etapa da obra e o prazo total;
 Definição clara das diversas atividades e fases do desenvolvimento da obra;
 A quantificação e tipificação da mão-de-obra a ser utilizada em cada etapa;
 As obrigações impostas pela legislação trabalhista e ambiental, pelo código municipal de obras e
postura, e outras obrigações normativas, técnicas e legais.
 Estabelecimento das prioridades dos elementos a serem instalados no canteiro de obras.
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O planejamento e a organização do canteiro de obras devem preceder à realização dos serviços de cada
etapa da obra a fim de serem evitadas improvisações que fatalmente levam à desorganização da obra, a
ociosidade e subutilização dos equipamentos e da mão-de-obra, ao transporte desnecessário e ao
armazenamento inadequado dos materiais, ao desperdício e perdas de produtividade, tempo e
qualidade, levando a perdas financeiras irrecuperáveis.
O canteiro de obra é planejado para cada fase ou etapa distinta da obra, modificando-se a fim de se
adequar a cada nova fase com o objetivo de obter o melhor desempenho das atividades ali
desenvolvidas. Este vai sendo modificado ao longo da execução da obra em função dos materiais
presentes, dos serviços a serem executados, dos equipamentos utilizados e da mão-de-obra alocada nos
serviços, de forma racional e otimizada.
A logística aplicada ao planejamento e organização do canteiro de obras de edificação constitui-se em
um processo de ações multidisciplinares voltadas à otimização, à racionalização e à eficácia do
suprimento, recebimento, armazenamento, movimentação, disponibilização e uso dos insumos,
materiais, ferramentas, equipamentos, mão-de-obra e informações nas frentes de trabalho.
A organização do canteiro consiste, em resumo, no uso racional do terreno não ocupado pela
edificação para instalação da “fábrica” – O Canteiro de obras, que vai produzir a edificação.
Segundo Gehbauer (2002)3 “O planejamento insuficiente do canteiro provoca frequentemente custos
adicionais que podem ser evitados. Estes custos ocorrem, geralmente, devido à implantação de
recursos operacionais mal dimensionados ou inadequados, ou pela necessidade de correções onerosas
no decorrer da obra. ”
2.3 Projeto do canteiro de obras
O canteiro de obras constitui-se na área de terreno, geralmente, não ocupada pela edificação para
instalação da “fábrica” que vai produzir a edificação.
"O Projeto do canteiro de obras é o serviço integrante do processo de
construção, responsável pela definição do tamanho, forma e localização das
áreas de trabalho, fixas e temporárias, e das vias de circulação, necessárias
ao desenvolvimento das operações de apoio e execução, durante cada fase da
obra, de forma integrada e evolutiva, de acordo com o projeto de produção do
empreendimento, oferecendo condições de segurança, saúde e motivação aos
trabalhadores e, execução racionalizada dos serviços" (FERREIRA, 1998)4.
Saurin e Formoso (2006)5 salientam que “o cuidado com os aspectos visuais do canteiro, que inclui a
limpeza e impacto positivo perante funcionários e clientes, não seria exagero afirmar que um cliente,
na dúvida entre dois apartamentos (de obras diferentes) que o satisfaçam plenamente, decida comprar
aquele do canteiro mais organizado, uma vez que este pode induzir uma maior confiança em relação à
qualidade da obra.”
O projeto do canteiro é um dos principais instrumentos para o planejamento e organização da logística
de canteiro. Ele afeta o tempo de deslocamento dos trabalhadores e o custo de movimentação dos
materiais e interfere, portanto, na execução das atividades e também na produtividade global da obra e

3
GEHBAUER, F. Planejamento e Gesto de Obras. Curitiba: CEFET Paraná, 2002. 520 p.
4
FERREIRA, E. A. M.; FRANCO, L. S.. Metodologia para elaboração do projeto do canteiro de obras de edifícios.
São Paulo, 1998. Tese (Doutorado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, 338p.
5
SAURIN, T. A.; FORMOSO, C. T. Planejamento de canteiros de obra e gestão de processos. Porto Alegre: ANTAC,
2006. — (Recomendações Técnicas HABITARE, v. 3).
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dos serviços. Apesar disto, existe pouca preocupação por parte das empresas com a elaboração de tal
projeto (OLIVEIRA; LEÃO, 1997) 6.
Bons projetos de canteiro podem proporcionar significativas melhorias no processo produtivo. Eles
visam, principalmente, promover a realização de operações seguras e manter a boa moral dos
trabalhadores, além de minimizar distâncias e tempo para movimentação de pessoal e material, reduzir
tempo de movimentação de material, aumentar o tempo produtivo e evitar obstrução da movimentação
de material e equipamentos (SERRA, 2001)7.
O projeto do canteiro de obras é parte inicial integrante do processo de construção, responsável pelo
seu arranjo físico (layout) em cada fase da obra, de forma integrada e evolutiva, de acordo com as
características de cada uma delas.
Requisitos para o projeto do canteiro de obras:
– Oferecer condições satisfatórias de segurança, saúde e motivação aos trabalhadores dos serviços;
– Estar adequado aos processos de produção empregados;
– Dimensionamento e localização das áreas de recebimento e armazenagem de materiais;
– Dimensionamento e localização das áreas de trabalho (fixas e temporárias), de vivência e de apoio;
– Determinação e sinalização das vias de circulação de veículos, máquinas, equipamentos, operários e
materiais, minimizando as distâncias e o tempo de movimentação;
– Determinação e dimensionamento dos acessos pessoal, veículos e materiais da parte externa para o
interior da obra;
– Determinação do uso de equipamentos de segurança de trabalho destinados à prevenção de
acidentes, proteção da integridade física dos trabalhadores, de clientes e terceiros, e à promoção da
saúde;
– Elaboração e avaliação do arranjo físico para cada uma das fases definidas.
– Atendimento às normas e programas de preservação do meio ambiente;
2.4 Licenças, alvarás e registros da obra.
Registro de Responsabilidade Técnica:
Os projetos devem ser registrados nos respectivos Conselhos de Engenharia (CREA) e de Arquitetura
e Urbanismo (CAU).
Aprovação dos projetos:
• Projeto de Arquitetura – Prefeitura Municipal;
• Projeto de Instalação Elétrica – Concessionária local de energia elétrica e Prefeitura Municipal;
• Projeto de Instalação Sanitária – Prefeitura Municipal e Concessionária de água e esgoto;
• Projeto de Instalação Contra Incêndio – Corpo de Bombeiros e Prefeitura Municipal;
• Projeto de Instalação Telefônica – Concessionária de Telefonia e Prefeitura Municipal.
Licenças ambientais e do patrimônio histórico: Órgãos da União, do Estado e do Município;
Alvará de construção – Prefeitura Municipal;
Matrícula C.E.I. – Cadastro Específico do INSS;
Comunicação prévia à DRT – Delegacia Regional do Trabalho;

6
OLIVEIRA, M. E.; LEÃO, S. M. Planejamento das instalações de canteiros de obras: aspectos que interferem na
produtividade. In: XVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO (ENEGEP). Anais
eletrônicos. Gramado-RS, 1997.
7
SERRA, S. M. B. Canteiro de obras: projeto e suprimentos. São Carlos: UFSCar, 2001, 41p.
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2.5 Placas da obra


• Identificação do proprietário e dos Responsáveis Técnicos de cada projeto e suas execuções;
• Alvarás e Licenciamentos;
• Informações adicionais: Fabricantes e fornecedores de materiais e prestadores de serviços.
3. ELEMENTOS DO CANTEIRO OBRA
3.1 ÁREAS DE VIVÊNCIA
Segundo Rocha (2000)8, as áreas de vivência, apesar de não estarem diretamente relacionadas às
causas de acidentes, influenciam na sua maior ou menor ocorrência, visto que condições precárias da
mesma contribuem para diminuir a motivação dos trabalhadores e, por consequência, estimular
comportamentos inseguros.
Segundo a ABNT NBR 12284:91 – Áreas de vivência em canteiro de obras, as áreas de vivência
são áreas destinadas a suprir as necessidades básicas humanas de alimentação, higiene pessoal,
descanso, lazer, convivência e ambulatoriais aos operários que trabalham na obra, devendo ficar
fisicamente separadas das áreas operacionais.
As áreas de vivência são obrigações legais impostas e fiscalizadas pelo Ministério do Trabalho e
Emprego ao responsável construtor. Sendo do mesmo, os deveres com o estado de conservação,
higiene e limpeza do local. O descaso com tais aspectos é um dos principais problemas encontrados,
podendo gerar aplicações de multas ao construtor e, em último caso, o embargo da obra.
Uma das mais importantes conquistas dos trabalhadores da indústria da construção foi a
obrigatoriedade, prevista na NR-18, de implantação de áreas de vivência nos canteiros de obra.

Segundo a Norma Regulamentadora 18 (NR-18), a área de vivência é a área de trabalho fixa e


temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra, devendo ser mantidas
em perfeito estado de conservação, higiene e limpeza, e disporem de:
1) instalações sanitárias (banheiros);
2) vestiário;
3) local de refeições (refeitório);
4) cozinha, quando houver preparo de refeições na obra;
5) ambulatório (obrigatório quando possuir 50 ou mais empregados);
6) área de lazer (utiliza-se geralmente o mesmo local para o refeitório);
7) alojamentos (opcional) e
8) lavanderia (obrigatório quando houver alojamentos).
As áreas de vivência, além dos equipamentos obrigatórios (itens 1 a 5), podem dispor de alojamento,
lavanderia, área de lazer e outros. Estas áreas cumprem também com a finalidade de oferecer ao
empregado uma melhor qualidade de vida e obter maior satisfação e motivação dos operários,
gerando maior produtividade e melhor qualidade dos serviços.
3.1.1 Instalações sanitárias provisórias
Entende-se por instalações sanitárias os locais destinados ao asseio corporal e/ou ao atendimento das
necessidades fisiológicas de excreção, sendo proibida sua para outros fins. As instalações sanitárias
provisórias devem ser dimensionadas a atender adequadamente ao número de operários.

8
ROCHA, C. A.; SAURIN, T. A.; FORMOSO, C. T. Avaliação da aplicação da NR-18 em canteiros de obras. XX
Encontro Nacional de Engenharia de Produção. São Paulo, 2000.
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Segundo as normas NR-18 e ABNT NBR 12284:91 devem ser observados os seguintes requisitos:
1) As instalações sanitárias devem estar situadas em locais de fácil e seguro acesso, não se permitindo
um deslocamento superior a 150 m do posto de trabalho aos gabinetes sanitários, mictórios e
lavatórios; e não se ligar diretamente nem estar adjacentes aos locais destinados às refeições;
2) Observar as distâncias mínimas de 1,80 m acima do lençol freático, de 5,00 m para as outras
edificações e a 15,00 m de qualquer fonte d’água e sempre a jusante desta;
3) Construído em paredes de alvenaria, concreto ou de outro material de resistência equivalente
(podendo ser de madeira), revestidas de material liso, lavável e impermeável até a altura mínima de
1,80 m, proibindo-se o uso de qualquer tipo de madeira. Quando for utilizada pintura, esta deve ser
de cor clara com características equivalentes à tinta a óleo ou esmalte sintético;
4) Ter os pisos impermeáveis, laváveis, antiderrapantes e com caimento para os ralos;
5) Ter pé-direito mínimo de 2,50 m;
6) Ter cobertura resistente também ao fogo e que preserve o conforto térmico;
7) Possuir Iluminação e ventilação adequadas;
8) Ser independentes para homens e mulheres, com identificação nas portas;
9) Deve ter portas de acesso com dimensões mínimas de 1,20 m x 2,10 m, de modo a impedir o
devassamento e manter o resguardo conveniente;
10) Um vaso sanitário e um mictório para cada grupo de 15 (quinze) trabalhadores ou fração, com
divisórias entre eles com altura mínima de 1,80 m;
11) Um chuveiro e um lavatório para cada grupo de 10 (dez) trabalhadores ou fração;
12) Ser mantidas em perfeito estado de conservação e limpas permanentemente por pessoal contratado
para este fim;
13) A área de chuveiros deve ter piso rebaixado de, no mínimo, 0,05 m em relação à área de circulação,
com caimento para ralo ou canaleta de escoamento. Possuir saboneteira e cabide individuais;
14) As áreas dos boxes sanitários individuais devem ter dimensões mínimas de 0,90 m x 1,10 m e
possuir porta com trinco, papeleira com papel higiênico e cesto plástico com tampa para papel
usado;
15) Os vasos devem ser do tipo bacia turca ou convencional com caixa ou válvula de descargas ligadas
à rede hidráulica e esgoto ligado à rede de esgoto ou fossa.
16) Os mictórios devem ser individuais do tipo cuba, devendo prever distância mínima de 0,60 m entre
eixos, ou coletivos do tipo calha, considerando cada segmento de 0,60 m como uma vaga ou
unidade;
17) Os mictórios devem ser revestidos internamente de material liso, impermeável e lavável; ter as
bordas inferiores com altura máxima de 0,50 m do piso acabado; ser providos de descarga com
sistema contínuo ou automático; ser ligados com interposição de sifões hidráulicos diretamente à
rede de esgoto ou fossas.
18) Ter toda fiação elétrica protegida por eletrodutos, com interruptores à altura de 1,10 m do piso
acabado;
19) Ser mantida em perfeito estado de conservação e limpa permanentemente. Os produtos utilizados
devem ser biodegradáveis e não devem deixar resíduos tóxicos.
3.1.2 Vestiário
Todo canteiro deve possuir vestiário para troca de roupa e guarda dos pertences dos trabalhadores
não alojados. O vestiário deve:
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1) Estar o mais próximo possível da entrada da obra e das instalações sanitárias, com o seu acesso
protegido das intempéries e não ter ligação direta nem estar adjacente ao local destinado às
refeições;
2) Ser independente para homens e mulheres com identificação nas portas;
3) Ser dotados de bancos e armários individuais com fechadura ou cadeado, piso cimentado ou
madeira, área de ventilação e possuir pé-direito mínimo de 2,40 m. Distância mínima de 1,60 m
entre frentes de armários;
4) Ter pé direito mínimo de 2,40 m;
5) Ter piso impermeável, lavável, de acabamento antiderrapante e com caimento para os ralos de
escoamento;
6) Ter paredes resistentes, revestidas de material liso, lavável e impermeável até a altura mínima de
1,80m. Quando utilizada pintura, esta deve ser de cor clara com características equivalentes à tinta
óleo ou esmalte;
7) Ter porta de acesso que impeça o devassamento com dimensões mínimas de 1,20 m x 2,10 m
situadas de modo a manter o resguardo conveniente;
8) Ter iluminação e ventilação natural através de aberturas adequadas para o exterior;
9) Ter cobertura resistente também ao fogo e que preserve o conforto térmico no interior das
edificações e as proteja completamente das intempéries;
10) Ter toda fiação elétrica protegida por eletrodutos, com interruptores à altura de 1,10 m do piso
acabado;
11) Ser provido de armários individuais compartimentos duplos, de modo a permitir a guarda em
separado de roupas limpas e sujas; dimensões mínimas de 0,50 m de largura, 0,40 m de
profundidade e 0,80 m de altura; fechaduras com cadeados; com uso exclusivo para guarda de
pertences pessoais, proibindo-se o armazenamento de ferramentas. Manter uma distância mínima
entre frentes de armário igual a 1,60 m;
12) Ser previstos bancos de 1,00 m de comprimento por 0,30 m de largura e 0,40 m de altura para cada
chuveiro.
13) Ser mantido em perfeito estado de conservação e permanentemente limpo. Os produtos utilizados
na limpeza devem ser biodegradáveis e não devem deixar resíduos tóxicos.
3.1.3 Refeitório
Nos canteiros de obra é obrigatória a existência de local adequado para refeições independentemente
do número de operários. Não é permitida a ingestão de alimentos em outros locais. O refeitório deve
obedecer aos seguintes requisitos:
1) Ser instalado em local específico sem comunicação direta ou adjacente às instalações sanitárias e
não sendo permitida a sua localização em porão ou subsolo das edificações;
2) Deve ser dotado de cobertura adequada que o proteja das intempéries, piso lavável com
características de impermeabilidade, pé-direito não inferior a 3,00 m, e ser dimensionado na
proporção de 1,00 m2 por trabalhador ou fração.
3) Deve ser bem ventilado e iluminado, dotado de mesas e assentos, e lavatório instalado em sua
proximidade e não possuir comunicação direta com instalações sanitárias.
4) Ter paredes de alvenaria ou outros materiais de comprovada resistência que permitam o isolamento
durante as refeições;
5) Ter piso de concreto, cimento queimado ou de outro material antiderrapante e de fácil limpeza e
com caimento para os ralos de escoamento, sendo proibida a utilização de grelhas ou caixas de
captação de águas servidas;
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6) O refeitório deve possuir depósito (com tampa) para lixo e bebedouro com água potável, filtrada e
fresca, sendo proibido o uso de copos coletivos;
7) Ter lavatório instalado nas proximidades, e lavagem e secagem das mãos, proibindo-se o uso de
toalhas coletivas;
8) O refeitório deve atender pelo menos metade do total de usuários por vez;
9) Ter, para cada 50 trabalhadores ou fração, um bebedouro de jato inclinado com sistema de filtragem
ou equipamento similar, com copo descartável, proibindo-se o uso de copo coletivo;
3.1.4 Cozinha
Atualmente a alimentação dos operários somente é preparada no canteiro de obras quando não for
possível ser realizada em outro local, que geralmente serve a várias obras de uma mesma empresa, ou
ser adquirida de fornecedor terceirizado, evitando-se a construção de uma cozinha na própria obra.
Neste caso reserva-se uma área para aquecimento dos alimentos e lavagem da louça. As instalações
da cozinha na obra devem obedecer aos seguintes requisitos das normas NR-18 e ABNT NBR
12284:91:
1) Ficar adjacente ao refeitório e possuir comunicação por onde devem ser servidas as refeições;
2) Ter piso de concreto, cimento queimado ou de outro material impermeável, antiderrapante e de fácil
limpeza e com caimento para os ralos de escoamento, sendo proibida a utilização de grelhas ou
caixas de captação de águas servidas;
3) Possuir instalações sanitárias que não se comuniquem diretamente com a cozinha, para uso
exclusivo dos encarregados de manipularem os gêneros alimentícios, refeições e utensílios.
4) Estas instalações devem ser providas de material de limpeza e secagem das mãos proibindo-se o
uso de toalhas coletivas;
5) Ter toda a instalação elétrica protegida por eletrodutos;
6) Ter captação por exaustão dos vapores e fumaças gerados no processo de preparo dos alimentos;
7) Ter pia com cubas independentes para lavagem de alimentos e utensílios;
8) Dispor de câmara frigorífica ou similar para armazenamento de alimentos perecíveis;
9) Deve ser prevista caixa de gordura para coleta das águas servidas antes de sua disposição final;
10) Os botijões de gás liquefeito de petróleo (GLP) devem ser instalados fora do ambiente de utilização,
em área permanentemente ventilada e coberta.
11) Observar a legislação pertinente;
3.1.5 Ambulatório
Toda obra com 50 (cinquenta) ou mais operários deverá possuir um ambulatório dotado de
medicamentos básicos (tais como remédios para dor e material para assepsia e pequenos curativos) e
uma maca. Nesse ambulatório, deve haver todo o material necessário à prestação de primeiros
socorros, conforme as características da atividade desenvolvida. Este material deve ser mantido
guardado e aos cuidados de pessoa treinada para esse fim.
3.1.6 Alojamentos
Os alojamentos dos canteiros de obras devem atender aos seguintes requisitos:
1) Não estar situados em subsolos das edificações ou porões;
2) Ter área mínima de 4,00 m2 por módulo (cama-beliche, armários, circulação), para uso de cama
simples, esta área pode ser reduzida em 30%;
3) Ter pé-direito mínimo de 3,00 m para quartos com beliche e 2,50 m para quartos com cama
simples;
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4) Ter piso de concreto, cimento queimado, madeira ou outro material de comprovada resistência e de
fácil limpeza, permanentemente isento de umidade;
5) Ter paredes de alvenaria ou outro material de comprovada resistência pintadas com tinta lavável e
de cor clara;
6) Ter portas com fechaduras com dimensões mínimas de 0,70 m x 2,10 m;
7) Ter iluminação e ventilação natural;
8) Ter janelas com esquadrias metálicas de madeira ou outro material equivalente, compostas de
vidraça e folhas venezianas, que garantam simultaneamente o escurecimento e a ventilação
permanente do ambiente;
9) Ter cobertura que os proteja das intempéries e que seja resistente também ao fogo, para garantia do
conforto térmico e higiene deve ser instalado forro.
10) As dimensões mínimas das camas do alojamento devem ser de 0,80 m por 1,90 m, sendo proibido o
uso de três ou mais camas na mesma vertical;
11) Os alojamentos devem possuir locais próprios destinados a lavar, secar e passar roupas de uso
pessoal dos empregados alojados.
12) Atender a proporção de um tanque para cada grupo de 20 de trabalhadores alojados ou fração;
13) Ter instaladas mesas para passar roupa, cobertas com tecido e tomadas elétricas na proporção de
uma para cada grupo de 20 trabalhadores ou fração, utilizadas exclusivamente para ferros elétricos.
3.1.7 Área de lazer
As duas normas exigem apenas a existência de uma área prevista para atividades de recreação dos
funcionários, podendo ser o local do refeitório. A NBR 12284:91 recomenda apenas a instalação de
um aparelho de televisão.
3.2 ÁREAS OPERACIONAIS E DE PRODUÇÃO
3.2.1 Central de argamassa e concreto
1) Local destinado ao preparo e produção de concretos e argamassas;
2) Área dimensionada conforme número de betoneiras previsto em função do serviço demandado;
3) A sua localização deve estar estrategicamente o mais próximo das áreas de armazenagem dos
agregados e dos equipamentos de transporte vertical;
4) Deve ser provido de armazenagem própria de água;
5) Ter área protegida de sol e chuva com coberta mínima de 20,00 m²;
6) Um tablado de madeira deve ser previsto para acondicionar os sacos de aglomerantes;
7) As betoneiras devem ter chaves de acionamento tipo botoeira ao alcance do operador;
8) Os motores das betoneiras devem ser dotados de aterramento;
9) Os condutores elétricos devem ser cabos protegidos em eletrodutos resistentes;
10) Possuir circuito independente para cada equipamento com chave disjuntora acondicionada em
quadro de força devidamente abrigado;
3.2.2 Central de preparo de armaduras
1) Área mínima de 50,00 m2 destinada ao corte, dobramento e pré-montagem das armaduras;
2) A dobragem e o corte de vergalhões de aço em obra devem ser feitos sobre bancadas ou
plataformas apropriadas e estáveis, apoiadas sobre superfícies resistentes, niveladas, não
escorregadias, afastadas da área de circulação de trabalhadores;
3) Os locais de estocagem e corte dos vergalhões devem ser previamente estudados, uma vez que
cada barra mede 12,00 m de comprimento (6,00 m quando dobradas em estoque);
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4) As armaduras devem ser apoiadas sobre travessas de madeira, ferro ou concreto, a fim de se
manterem afastados do solo e da umidade;
5) Os operários devem usar EPI durante o manuseio das armaduras;
6) Os equipamentos elétricos de corte e dobramento devem ter chaves de acionamento tipo botoeira
ao alcance do operador e circuito individual com chave disjuntora de proteção;
7) A área dos equipamentos de corte deve ser coberta.
3.2.3 Área de carpintaria
1) A carpintaria é composta basicamente de bancada de trabalho e serra circular;
2) Destinada ao corte e montagem das formas e esquadrias;
3) Deve ser localizada próximo ao estoque de madeira e possuir comprimento mínimo de 6 m e área
coberta mínima de 25 m².
4) A serra circular deve estar em local coberto e protegido e atender às seguintes disposições:
– Ser dotada de mesa nivelada, sólida e estável, de modo a não apresentar vibrações;
– Possuir coletor de serragem e suas faces inferiores deve ter fechamento lateral;
– As transmissões de força devem estar protegidas por anteparos fixos e resistentes;
– O motor deve ser protegido contra poeira e intempéries e ter sua carcaça aterrada;
– Ser provida de coifa protetora do disco e cutelo divisor;
– O acionamento e parada do motor serão feitos através de chave interceptora, acionada por
botões, que devem ficar ao alcance das mãos do operador na posição de trabalho.
– Próximo à mesa, deve ter instalado um extintor de incêndio do tipo CO2 ou ABC.
– O operador sempre deve estar revestido dos equipamentos de proteção individual (EPI) para a
operação.
3.2.4 Área de Serralheria
Área destinada à execução de gradis, esquadrias e estruturas metálicas.
3.2.5 Área de pré-moldados
Área destinada à execução, cura e armazenagem de elementos pré-moldados quando produzidos no
canteiro de obras.
3.3 ELEMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA DA OBRA
3.3.1 Tapume
Denominação dada ao painel contínuo, construído em torno do canteiro de obras, com a finalidade
de proteger o público contra possíveis danos decorrentes da execução dos trabalhos, bem como
impedir o acesso à obra de animais e pessoas estranhas. É construído nos limites do terreno com
vias públicas ou propriedades vizinhas.
O código de obra de cada município regulamenta alguns de seus aspectos construtivos tais como
altura mínima, ocupação dos passeios, material empregado, aparência, etc. A altura mínima adotada
é de 2,20 m.
A chapa de madeira compensada resinada ou plastificada é o material mais utilizado na confecção
dos tapumes, podendo ser utilizadas chapas de metal com armação de madeira. Algumas empresas
usam painéis metálicos e grades que são reutilizáveis em várias obras.
Os tapumes devem ser pintados adequadamente e apresentar uma boa aparência, pois constituem a
fachada da obra, refletindo na imagem da empresa.
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Material didático restrito aos alunos da disciplina – proibido a sua divulgação.

3.3.2 Galeria
Nas construções e reformas com mais de dois pavimentos executadas próximas ao alinhamento do
logradouro, devem ser construídas galerias sobre o passeio para segurança dos transeuntes com
altura interna mínima de 3,00 m.
Na borda da cobertura da galeria deve ser instalado um complemento em balanço de 1,00 m de
extensão e inclinação de 45º.

3.3.3 Plataformas de proteção (bandeja)


Na construção de edificações com mais de 4 (quatro) pavimentos ou altura equivalente, é
obrigatória a instalação de uma plataforma de proteção especial em balanço em todo o seu
perímetro na altura da primeira laje sendo denominada de plataforma primária. Essa plataforma
deve ter 2,50 m de balanço horizontal e um complemento 80 cm de extensão com inclinação de 45°
até a borda. Acima e a partir da plataforma principal devem ser instaladas plataformas secundárias a
cada 3 (três) lajes com 1,40 m de balanço horizontal e um complemento 80 cm de extensão com
inclinação de 45° até a borda.
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Material didático restrito aos alunos da disciplina – proibido a sua divulgação.

3.3.4 Rede vertical de fachada


São redes de nylon (ou material similar) colocadas justapostas às fachadas a fim de impedir a queda
de pessoas e materiais para fora do alcance das bandejas.

3.3.5 Guarda-corpo e rodapé


Em toda a periferia da obra devem ser instalados anteparos rígidos, em sistema de guarda-corpo e
rodapé, com altura de 1,20 m para o travessão superior, 0,70 m para o intermediário e 0,20 m para o
rodapé. O vão entre as travessas deve ser preenchido com tela ou outro dispositivo que garanta o
fechamento seguro da abertura.

3.3.6 Linha de vida


Consiste em uma linha de cabo de aço (em vermelho) preso a tubos de ferro galvanizado onde os
operários fixam o cinto de segurança a fim de evitar quedas.
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Material didático restrito aos alunos da disciplina – proibido a sua divulgação.

3.4 INSTALAÇÕES HIDROSANITÁRIAS DO CANTEIRO DE OBRAS


– A obra deve ser provida de abastecimento permanente de água potável;
– O reservatório provisório deve ser dimensionado para atender ao consumo geral e a uma eventual
falta de fornecimento de água, em geral, para três dias;
– Os esgotos devem ser lançados na rede pública ou no sistema de fossa e sumidouro;
– Um reservatório exclusivo deve ser instalado junto à central de argamassas e concreto;
– Devem estar de acordo com a NR-18 e a norma ABNT NBR 12284:1991.

3.5 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS


– A execução e manutenção das instalações elétricas devem ser realizadas por trabalhador
qualificado e supervisionado por profissional legalmente habilitado;
– Somente podem ser realizados serviços nas instalações quando o circuito elétrico não estiver
energizado;
– Quando não for possível desligar o circuito, deverão ser adotadas todas as medidas de
proteção, com a utilização de ferramentas e equipamentos de proteção individual;
– É proibida a existência de partes vivas expostas de circuitos e equipamentos elétricos;
– Os condutores devem ter isolamento adequado, de modo a não obstruir a circulação de materiais,
equipamentos e pessoal, e serem protegidos contra impactos mecânicos, umidade e agentes
corrosivos;
– Todos os circuitos devem ser protegidos com chaves acondicionadas em quadros;
– As estruturas e carcaças dos equipamentos elétricos devem ser eletricamente aterradas;
– Os equipamentos fixos deverão ter circuito e chave individual, tipo botoeira ou similar, ao alcance
imediato do operador do equipamento;
– Os equipamentos e máquinas elétricas só poderão ser ligadas por meio de plugues e tomadas.
– Placas de sinalização e instruções devem ser afixadas estrategicamente;
– Os locais de trabalho devem ser bem iluminados e as lâmpadas para iluminação de locais de
movimentação de materiais devem estar protegidas contra impactos.
– No início do expediente verificar, antes de ligar qualquer motor trifásico, se as três fases estão
energizadas, a fim de não danificar o motor.
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3.6 ELEMENTOS DE APOIO TÉCNICO/ADMINISTRATIVO


3.6.1 Portaria
A Portaria da Obra deve ficar junto à porta de acesso do pessoal e ser suficientemente ampla para
manter um estoque de EPI, a ser fornecido aos visitantes. A guarita deve ser localizada de modo
que o vigia possa controlar os acessos da obra e impedir a entrada na obra de pessoas desprovidas
dos Equipamentos de Proteção Individuais.
3.6.2 Escritórios
Locais destinados à administração da obra e à sua fiscalização (quando for o caso). O
dimensionamento dos escritórios depende das atividades exercidas e do número de profissionais
envolvidos, podendo ser dividido em salas técnicas e administrativas. Devem ser providos de
instalações sanitárias individualizadas.
3.7 ARMAZENAGEM E ESTOCAGEM DE MATERIAIS
A administração de materiais no canteiro visa à garantia de existência continua de estoque,
organizado de modo a nunca faltar nenhum dos itens, dentro de um fluxo de caixa adequado ao
planejamento do empreendimento.
3.7.1 Depósito de materiais
São instalações destinadas à guarda de materiais de considerável quantidade e volume por razões
de segurança e deterioração. O seu dimensionamento depende do volume estimado de material a
ser estocado e do espaço disponível.
3.7.2 Silos e baias
São instalações destinadas a armazenar agregados e aglomerantes a granel. Devem ser localizados
de forma a permitir fácil acesso de caminhões basculantes. As baias devem ter separações de
madeira ou alvenaria para que não haja mistura entre os materiais.
3.7.3 Almoxarifado
São instalações destinadas à guarda de ferramentas e materiais de pequeno porte e de valor
elevado.
3.7.4 Estocagem de materiais específicos:
1) Cimento:
– Local protegido contra umidade;
– Empilhados sobre estrado de madeira;
– Prever carga na base de 3,0 t/m2;
– Dar saída por ordem de entrada, priorizando o cimento “mais velho”;
– Camadas sucessivas cruzadas, formando uma “amarração”.
– Pilha máxima de 10 sacos;
– Utilizar dentro do prazo especificado pelo fabricante;
– Adotar 1 m2 para 30 sacos;
2) Cal:
– Extinta e ensacada;
– Empilhados sobre estrado de madeira;
– Altura máxima de 2,00 m;
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– Camadas sucessivas cruzadas (amarração);
– Adotar 1 m² para 60 sacos;
– A cal virgem não é mais utilizada nos canteiros de obra por ser economicamente inviável.
3) Agregados:
– Armazenados em silos ou em baias;
– Acesso livre para descarrego;
– Descarregar a altura inferior a 3,0 m;
– Evitar a ação prejudicial do vento;
– O Estoque deve estar próximo ao acesso direto do basculamento do caminhão;
– Deve-se prover delimitação quanto às laterais;
– Evitar carreamento pela chuva e contaminação com terra, entulho e outros materiais;
– A altura máxima do estoque sobre o terreno deve ser da ordem de 1,50 m;
– Não estocar sobre laje (devido à sobrecarga);
– Ângulo de empilhamento: 45º;
– Adotar 2 m2 por m3.
4) Tubos, vergalhões e perfis metálicos:
– Área de comprimento mínimo de 7,50 m para tubos, perfis e vergalhões quando dobrados;
– Área de comprimento mínimo de 13,50 m para vergalhões de aço estirados;
– Arrumados em camadas, com espaçadores transversais travados lateralmente;
– As extremidades devem ser alinhadas para não avançarem nas circulações;
– Separados por tipos e bitolas e altura máxima de 1,50 m;
– Os locais de estocagem e corte dos vergalhões devem ser previamente estudados, uma vez
que cada barra mede 12,00 m de comprimento (6,00 m dobradas em estoque);
– As barras e rolos devem ser apoiados sobre travessas de madeira, ferro ou concreto, a fim de
se manterem afastados do solo.
5) Madeiras:
– Estocagem da madeira na obra deve ser feita por tipo de madeira e por bitola;
– As linhas, caibros e ripas são armazenados da mesma forma que os tubos e vergalhões;
– As peças devem ficar em local coberto de modo que não sofrerem a ação das intempéries a
fim de que não se alterem as suas características e apoiadas sobre travessas de madeira para se
manterem afastadas do piso;
– Deve ser observado se as peças, principalmente as chapas de madeira compensada, não estão
sofrendo deformações;
– Área dimensionada em função do comprimento máximo;
– Em local afastado de inflamáveis;
– Extremidades alinhadas p/ não avançar na circulação;
– Extintor de incêndio;
– Em pilhas travadas lateralmente;
– Altura máxima de 1,50 m.
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3.8 SISTEMAS DE TRANSPORTE
1) Na horizontal – Carrinho-de-mão, jerica, padiola, “bob-cat”, pá-mecânica, retroescavadeira e
outros.
2) Na vertical – Elevadores, guincho de coluna, grua, sarilho, etc.
3) Outros tipos – Bombas de argamassa e concreto, bombas d’água, etc.
O sistema de transporte deve ser bem projetado, com leiaute bem definido, levando-se em conta:
– a redução das distâncias;
– a redução das operações de cargas e descargas;
– eliminação de cruzamento das vias;
– demarcação e visibilidade das vias;
– redução do contato entre operário e material;
– otimização dos equipamentos de transporte;
– localização estratégica dos elevadores de carga e de pessoal;
– ligações diretas entre o transporte horizontal e vertical;
– acesso aos pontos de produção no canteiro;
– visibilidade na entrada e saída de veículos da obra;
– utilizar mão única e evitar manobras de ré;
– menor contato entre operário e material;
– maior nível de segurança.

9. PROGRAMAS DE SEGURANÇA
PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção
Civil
Segundo a NR-18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, estão
obrigados à elaboração e ao cumprimento do PCMAT os estabelecimentos com 20 (vinte)
trabalhadores ou mais, e deve contemplar todas as exigências contidas na NR-18 e na NR-9, PPRA
– Programa de Prevenção de Riscos Ambientais em todos os seus aspectos, bem como outros
dispositivos complementares de segurança.
O PCMAT deve ser elaborado por profissional legalmente habilitado na área de segurança do
trabalho. Compete ao Empregador estabelecer, implementar e assegurar o seu cumprimento como
atividade permanente no canteiro de obras, devendo mantê-lo na obra à disposição da fiscalização
da DRT – Delegacia Regional do Ministério do Trabalho.
O programa serve como ponto de partida para que se implante um Sistema de Gestão da
Segurança do Trabalho.
O Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho (PCMAT) tem por finalidade a prevenção
de acidentes de trabalho e as suas consequências negativas sobre a saúde do trabalhador e da própria
evolução das atividades operacionais da empresa.
O PCMAT deve ser planejado em função das principais etapas de desenvolvimento da obra, desde
os projetos até os serviços finais, considerando o risco de acidentes e doenças e a categoria
profissional atuante em cada etapa.
O PCMAT é composto pelos seguintes documentos:
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a) Memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e operações, levando-se
em consideração riscos de acidentes e de doenças do trabalho e suas respectivas medidas
preventivas;
b) Projeto de execução das proteções coletivas em conformidade com as etapas da execução da
obra;
c) Especificação técnica das proteções coletivas e individuais a serem utilizadas;
d) Cronograma de implantação das medidas preventivas definidas no PCMAT;
e) Layout inicial do canteiro de obra, com previsão de dimensionamento das áreas de vivência;
f) Programa educativo contemplando a temática de prevenção de acidentes e doenças do trabalho.
PPRA – Programa de Prevenção e Riscos Ambientais
Segundo a NR-9, fica estabelecida a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de
todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do PPRA,
visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação,
reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou
que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente
e dos recursos naturais.
PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
Segundo a NR-7, ficam estabelecidas a obrigatoriedade e a implementação, por parte de todos os
empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do PCMSO, com o
objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.
SESMT – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
Cabe ao SESMT a função de centralizar o planejamento da segurança, em consonância com a
Produção, e descentralizar sua execução.
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
À CIPA cabe a função, como um órgão interno da Empresa, de ser um divulgador das normas de
segurança e de realizar algumas funções executivas estabelecidas na legislação em vigor, tais como:
elaborar Mapa de Riscos, discutir acidentes ocorridos, convocar reuniões extraordinárias, etc.
A NR-5 traz informações completas sobre Eleição, Registro, Curso para Componentes de CIPA e
detalhes para o seu funcionamento, bem como modelo dos documentos a serem elaborados, que
permitem à Produção implantar uma CIPA, mesmo sem ter Profissional da Área de Segurança do
Trabalho em seu quadro de efetivo.
Ordens de Serviço Sobre Segurança e Medicina do Trabalho
Às Ordens de Serviço sobre Segurança e Medicina do Trabalho, cabe universalizar as
responsabilidades, não só sobre segurança e saúde do trabalhador, como também sobre os processos
de execução dos serviços.
As ações para Prevenção de Acidentes e Doenças do Trabalho deverão ter a participação e o
envolvimento de todos os setores da estrutura organizacional e de seus colaboradores, sendo as
responsabilidades compatíveis com os diversos níveis no organograma funcional da empresa. A
meta de “Acidente Zero”, apesar de utópica, deverá ser sempre perseguida.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI
Qualquer indivíduo de estiver dentro de um canteiro de obras deverá usar os equipamentos
adequados de proteção individual – Capacete, botas, luvas, óculos, protetor auricular, cinto de
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segurança, etc. A empresa deve providenciar todos os EPI’s, visando eliminar o risco de acidente
no ambiente de trabalho, inclusive para visitantes.
O empregador deve fornecer gratuitamente a todos os empregados todos os equipamentos
necessários. O seu uso é obrigatório pelo empregado, passivo de demissão por justa causa.
O Capacete de segurança é distribuído nas seguintes cores:

Administração Carpinteiros

Armador Pedreiro

Servente Demais Profissionais (Eletricista, bombeiro, pintor, etc.)

REGRAS BÁSICAS DE SEGURANÇA NO TRABALHO


 Trabalhe com atenção pois a distração é um dos maiores fatores de acidentes.
 O canteiro de obras é lugar de trabalho, as brincadeiras devem ser reservadas para horas de folga;
 Use óculos protetores sempre que o seu trabalho o exigir;
 Faça tudo com tempo razoável para trabalhar bem e com segurança, a pressa leva a acidentes;
 Quando não souber ou tiver dúvida sobre algum serviço, pergunte ao seu mestre ou encarregado;
 Evite pôr mãos em lugares perigosos;
 Utilize ferramentas adequadas e em bom estado de conservação para seu serviço, não improvise;
 Comunique ao encarregado toda e qualquer anormalidade ou defeito que notar nas máquinas ou
ferramentas;
 Não fume nos locais de trabalho;
 Coopere com seus companheiros em benefício da segurança de todos e siga a normas;
 Ao empregador é obrigado o fornecimento dos equipamentos de proteção individuais e coletivos;
 O empregado está obrigado a usar os equipamentos de proteção para prevenir acidentes e evitar
doenças profissionais;
 Todo o acidente tem uma causa que é preciso ser pesquisada, para evitar a sua repetição;
 Se você não é eletricista, não se meta a fazer serviços de eletricidade;
 Procure o socorro médico imediato, se você for vítima de um acidente;
 As máquinas não respeitam ninguém; mas você deve respeitá-las;
 Atenda às recomendações dos membros da CIPA e de seus mestres e encarregados;
 Conheça sempre as regras de segurança do setor onde você trabalha e do canteiro de obras;
 Conversa e discussões no trabalho predispõem a acidentes pela desatenção;
 Siga os ensinamentos contidos nos cartazes e avisos de prevenção de acidentes;
 Mantenha sempre as guardas protetoras das máquinas, nos devidos lugares;
 Pare a máquina quando tiver que consertá-la ou fazer manutenção;
 Habitue-se a trabalhar protegido contra os acidentes, use equipamentos de proteção adequados;
 Conhecer o manejo dos extintores e demais dispositivos de combate ao fogo, existentes em seu
local de trabalho.
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10. GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Muitas cidades brasileiras já têm implantado, ou em fase de implantação, um Plano Integrado de
Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil, que tornam possível o correto tratamento ao
Resíduos de Construção e Demolição (RCD), por providenciarem locais adequados para a
destinação dos seus diferentes materiais componentes.
Classificação e destinação dos resíduos (NBR15.114 e Resolução CONAMA 307 e 348):
Classe A: concreto, alvenaria, argamassa,
 Solos reutilizados ou reciclados na forma de agregados ou dispostos em Aterros de
Resíduos de Construção Civil.
Classe B: plásticos, papéis, metais, madeira
 Reutilizados, reciclados ou encaminhados a armazenamento temporário.
Classe C: resíduos sem tecnologias de recuperação: gesso
 Destinados conforme norma técnica específica
Classe D: resíduos perigosos – tintas, solventes, resíduos de instalações radiológicas, industriais.
 Destinados conforme norma técnica específica.

11. PROGRAMA DE QUALIDADE 5S NO CANTEIRO DE OBRAS

O programa de qualidade 5S, desenvolvido no Japão, através do desenvolvimento de cinco práticas


ou sensos nos indivíduos: descarte (seiri), ordem (seiton), limpeza (seiso), asseio (seiketsu) e
disciplina (shitsuke), se aplica perfeitamente aos canteiros de obra.
1) Descarte – identificação dos materiais ou objetos que são desnecessários no local de trabalho e
encaminhá-los ao descarte ou depósito, liberando áreas do canteiro.
2) Organização – Determinação de locais certos para todos os materiais, ferramentas e objetos,
diminuindo o tempo de busca e riscos de percas ou danos.
3) Limpeza – tornar o ambiente de trabalho mais limpo é mais transparente, permitindo a
identificação visual de problemas e facilitando o acesso aos equipamentos, é mais
agradável, melhorando a imagem da empresa.
4) Asseio – tem como objetivos conscientizar os trabalhadores acerca da importância de manter a
higiene individual, assim como de manter condições ambientais satisfatórias de
trabalho, tais como os níveis de ruído, iluminação e de temperatura.
5) Disciplina, visa a desenvolver a responsabilidade individual e a iniciativa dos trabalhadores.

12. PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA CONSTRUÇÃO CIVIL


“ Toda edificação deve ser praticamente perfeita, executada no tempo mínimo razoável e pelo
menor custo, aproveitando-se da melhor forma o material e o máximo rendimento das
ferramentas e dos operários ”.
 Tripé da Engenharia:
 Tempo – deve ser o mínimo razoável, de forma a se obter um menor custo com a máxima
qualidade, de modo a satisfazer os interesses e os objetivos da obra.
 Custo – deve ser minimizado ao máximo em função de um tempo mínimo razoável admissível,
sem comprometer a qualidade (e a segurança) requerida para a obra.
 Qualidade – deve ser obtida a máxima possível dentro dos parâmetros da obra.
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13. PROJETO E GERÊNCIA DE PROJETOS
Projeto – é um empreendimento com início e fim bem definidos, dirigidos por pessoas, para
cumprir metas estabelecidas dentro de parâmetros de custo, tempo e qualidade.
Gerência de projetos (empreendimentos) – é a combinação de pessoas, técnicas e sistemas
necessários à administração dos recursos indispensáveis ao objetivo de atingir o êxito
final do projeto.

13.1 ETAPAS DE UM PROJETO DE CONSTRUÇÃO CIVIL


1. Estudo de viabilidade técnico-econômica.
1. Análise técnica de exequibilidade técnica.
2. Análise de viabilidade econômica.
3. Análise de risco.
2. Engenharização do projeto (design).
1. Elaboração dos projetos (Plantas) – Arquitetura, Estrutura, Instalações e complementares.
2. Avaliação e Compatibilização Geral dos Projetos (Gerência de Projetos).
3. Especificações dos Materiais e Equipamentos.
4. Determinação dos processos construtivos a serem empregados.
5. Lay-out e fluxograma do canteiro de obra nas diversas etapas da obra.
3. Planejamento e controle do processo de execução.
1. Orçamentação.
2. Cronogramas.
3. Suprimentos.
4. Administração e Gestão.
4. Execução da obra (materialização do projeto).
1. Implantação e locação.
2. Infraestrutura.
3. Superestrutura.
4. Acabamentos.
5. Serviços Complementares.
5. Pré-operação.
Fase caracterizada pelos testes e correções de defeitos, e o início de utilização.

13.2 ELEMENTOS DO PROJETO


1. Memorial Descritivo
A memória descritiva é uma exposição detalhada do projeto em que se justifica as soluções
adotadas, sua conveniência e utilidade, bem como o alcance da obra. É aí onde são apresentados os
dados e cálculos utilizados na elaboração dos projetos, bem como as prescrições normativas
adotadas.
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O Memorial Descritivo de boa qualidade deve ter objetividade, clareza, precisão, simplicidade e
forma impessoal. Alguns projetos para serem executados necessitam de serem aprovados nos
órgãos competentes, onde, normalmente, é exigido o Memorial Descritivo de cada um deles.
2. Especificações da obra
É o documento onde se caracterizam todos os materiais e equipamentos a serem empregados
na obra, determinando todas as suas propriedades – tipo, padrão, cor, tamanho, resistência,
capacidades, fabricante, referência, etc .
Nas pequenas obras é comum se incluir nas especificações a parte referente ao caderno de
encargos, principalmente as condições e procedimentos de execução dos serviços.
3. Caderno de Encargos
É um documento que reúne em forma de caderno as condições e os procedimentos técnicos
de execução dos serviços de engenharia, bem como as prescrições de “Normas’’ que devem ser
obedecidas.

4. Caderno Geral de Encargos


O “Caderno Geral de Encargos” é um documento em forma de compêndio que contempla a
execução da grande maioria dos serviços de um determinado campo ou área da engenharia civil.
Tem por finalidade a padronização dos procedimentos de execução de obras e/ou serviços de
mesma natureza. Normalmente são adotados por órgãos públicos, autarquias, instituições e grandes
empresas.
5. Compatibilização dos projetos

Souza (2010)9 a compatibilização de projetos compreende a atividade de sobrepor os vários projetos


e identificar as interferências, bem como programar reuniões entre projetistas e coordenação, com
objetivo de resolver possíveis interferências que tenham sido detectadas.
A compatibilização é ferramenta fundamental no processo de desenvolvimento dos projetos,
detectando e eliminando problemas ainda na fase de concepção, reduzindo retrabalhos, custo e
prazo da execução, qualificando o empreendimento e aumentando sua competitividade frente ao
mercado (NASCIMENTO, 2013)10.

14. NORMA DE DESEMPENHO


 EXIGÊNCIAS DO USUÁRIO:
1. Segurança:
• Estrutural;
• Contra o fogo;
• No uso e na operação.
2. Habitabilidade:
• Estanqueidade;
• Desempenho térmico, acústico e lumínico;

9
SOUZA, Francisco Jesus. Compatibilização de projetos em edifícios de múltiplos andares: Estudo de caso.
Dissertação. Universidade Católica de Pernambuco. Recife, 2010.
10
NASCIMENTO, José Marcos. A importância da compatibilização de projetos como fator de redução de custos na
construção civil. Instituto de Pós-Graduação-IPOG. Goiânia, 2013.
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• Saúde, higiene e qualidade do ar;
• Funcionalidade e acessibilidade;
• Conforto tátil e antropodinâmico.
3. Sustentabilidade:
1) Durabilidade: Capacidade do edifício ou seus sistemas de desempenhar suas funções, ao longo
do tempo e sob condições de uso e manutenção especificadas, até um estado
limite de utilização.
2) Manutenibilidade: Grau de facilidade de um sistema, elemento ou componente de ser mantido
ou recolocado no estado no qual possa executar suas funções requeridas, sob
condições de uso especificadas.
Operação: Conjunto de atividades a serem realizadas em sistemas e equipamentos com a
finalidade de manter a edificação em funcionamento adequado.
Manutenção: Conjunto de atividades a serem realizadas ao longo da vida total da edificação
para conservar ou recuperar a sua capacidade funcional.
3) Impacto ambiental.
 VIDA ÚTIL E DURABILIDADE

Vida útil – Período de tempo durante o qual o edifício (ou seus sistemas) mantém o desempenho
esperado, quando submetido às atividades de manutenção predefinidas em projeto.
Vida útil de projeto – Período estimado de tempo em que um sistema é projetado para atender aos
requisitos de desempenho estabelecido em norma, desde que cumprido o programa de
manutenção previsto no manual de operação, uso e manutenção.
Vida útil requerida – É a vida útil definida para atender às exigências do usuário a serem
estabelecidas em projeto ou em especificações de desempenho.
Partes envolvidas na vida útil da edificação:
 Proprietário;
 Projetista;
 Construtor e
 Usuário.
Degradação: Redução do desempenho devido à atuação de um ou de vários agentes de degradação.
Desempenho: Comportamento em uso de uma edificação e de seus sistemas.
Nível de desempenho: São requisitos mínimos de desempenho (M) estabelecidos para os diferentes
sistemas que devem ser considerados e atendidos, em função das necessidades
básicas de segurança, saúde, higiene e de economia.
Critérios de desempenho: São especificações quantitativas dos requisitos de desempenho,
expressos em termos de quantidades mensuráveis, a fim de que possam ser
objetivamente determinados.
Interferem na vida útil de uma edificação e em suas partes:
• As características, propriedades e durabilidade dos materiais componentes;
• A qualidade e eficiência dos métodos e processo e técnicas construtivos adotados;
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• O correto uso e operação da construção e de suas partes;
• A constância e efetividade das operações de conservação e manutenção da construção;
• As alterações e ações climáticas anormais do meio ambiente;
• As mudanças no entorno da construção ao longo do tempo (trânsito de veículos, níveis
de poluição, intervenção urbana, etc.).
 DAS GARANTIAS
Garantia legal: direito do consumidor de reclamar reparos, recomposição, devolução ou
substituição do produto adquirido.
Garantia certificada: condições dadas pelo fornecedor por meio de certificado ou contrato de
garantia para reparos, recomposição, devolução ou substituição do produto
adquirido.
Prazo de garantia legal: Prazo em lei para o consumidor reclamar dos vícios (defeitos) verificados
na compra de produtos duráveis.
Prazo de garantia certificada: período de tempo, acima do prazo de garantia legal, oferecido
voluntariamente pelo fornecedor (incorporador, construtor ou fabricante) na
forma de certificado ou termo de garantia ou contrato, para que o
consumidor possa reclamar dos vícios (defeitos) verificados na compra de
seu produto. Este prazo pode ser diferenciado para cada um dos
componentes do produto a critério do fornecedor.

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