Você está na página 1de 17

Estruturação da produção

APRESENTAÇÃO

A produção envolve diferentes recursos, incluindo aqueles que serão transformados pelo process
o produtivo (materiais, informações e clientes) e aqueles que viabilizam a produção (instalações
e funcionários), os chamados recursos transformadores. Os recursos transformadores, além de p
ossuírem direta influência no processo de produção, também representam significativos investi
mentos e, portanto, devem ser aproveitados da melhor forma possível. A preocupação com a me
lhor utilização dos recursos de produção é atendida por meio do estudo do arranjo físico (ou o c
hamado layout), que se preocupa com a localização física dos recursos, objetivando que sejam d
evidamente organizados, de forma a gerar o máximo resultado. O arranjo físico, em uma definiç
ão bastante simples, significa o estabelecimento do melhor posicionamento físico das instalaçõe
s, máquinas, equipamentos e pessoas envolvidas na produção, determinando a forma ou a aparên
cia da operação produtiva. Por meio do layout os recursos transformados irão fluir através da op
eração, levados pelo fluxo produtivo estabelecido a partir do arranjo físico. Logo, mudanças pro
movidas no layout podem afetar o fluxo e impactar em fatores como custos e eficácia geral da pr
odução.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar o conceito, a importância e os princípios bási
cos do arranjo físico, bem como conhecer os diferentes tipos de layout que podem promover van
tagens e desvantagens à organização.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Definir o conceito, a importância e os princípios básicos do arranjo físico.


• Reconhecer os diferentes tipos de arranjos físicos.
• Identificar as vantagens e as desvantagens dos arranjos físicos.

DESAFIO

Pedro possui uma fábrica de camisetas e está buscando promover a ampliação de seu nível de pr
odutividade. Contudo, não possui nesse momento recursos para novos investimentos e, portanto,
precisa viabilizar essa condição mantendo a estrutura já existente, sem que seja necessário adqui
rir novas máquinas ou contratar mais funcionários. Essa demanda é levada por Pedro até a empr
esa de consultoria na qual você trabalha, buscando obter apoio especializado para avaliar o cenár
io e propor alternativas.

Você, na condição de consultor, que indicações faria a Pedro na intenção de atingir a ampliação
da capacidade produtiva com a estrutura instalada atualmente?

INFOGRÁFICO

Acompanhe o infográfico que demonstra de forma sintética o processo de definição do arranjo fí


sico mais indicado para cada tipo de produção.

CONTEÚDO DO LIVRO

O arranjo físico de uma operação produtiva objetiva estabelecer a melhor localização física dos r
ecursos de transformação envolvidos na produção. O estabelecimento do layout mais apropriado
é feito por meio da adoção de técnicas que visam a auxiliar a tomada de decisão em cada um dos
diferentes estágios envolvidos.

Leia o capítulo Estruturação da Produção que faz parte da obra Administração de Produtos e Ser
viços e é a base teórica desta Unidade de Aprendizagem.

Boa leitura.
ADMINISTRAÇÃO
DE PRODUTOS E
SERVIÇOS

Gisele Lozada
A238 Administração de produtos e serviços [recurso
eletrônico] / Organizadora, Gisele Lozada. – Porto
Alegre : SAGAH,2016.

Editado como livro impresso em 2016.


ISBN 978-85-69726-63-0

1. Administração - Produtos. 2. Administração –


Serviços. 3. Sistemas de produção. I. Lozada,
Gisele.

CDU 658.64

Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094


Estruturação da produção
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
„„ Analisar o conceito, a importância e os princípios básicos do
arranjo físico.
„„ Entender os diferentes tipos de arranjos físico.
„„ Identificar as vantagens e desvantagens dos arranjos físicos.

Introdução
O arranjo físico (ou o chamado layout), se preocupa com a localização
física dos recursos, objetivando o melhor posicionamento das insta-
lações, máquinas, equipamentos e pessoas envolvidas na produção.
É por meio do layout que os recursos transformados fluem através
da operação, levados pelo fluxo produtivo, determinando a forma ou
aparência da operação produtiva.
Os tipos de arranjos físicos se distribuem em cinco categorias bási-
cas, visando promover estruturas produtivas apropriadas à cada um
dos tipos de processo de produção, dotados de diferentes atributos
de volume e variedade. Um bom layout é definido pelo do estudo
dos objetivos de desempenho, e possui a capacidade de promover
melhores níveis de produtividade.
Neste texto você vai estudar o conceito, importância e princípios
básicos do arranjo físico, bem como conhecer os diferentes tipos de
layout. Além disso, conhecerá as vantagens e desvantagens promo-
vidas pelo arranjo físico, e sua capacidade de interferir nos custos e na
eficácia da produção, que impactam a competitividade.

Conceito, importância e princípios básicos


Arranjo físico, layout ou leiaute? Pode parecer estranho à primeira vista, mas
as três formas estão corretas e correspondem a expressões análogas, variando
apenas a grafia ou a língua em que se apresenta. Layout é um termo inglês
que, em uma tradução literal, significa “traçado”. Adaptada para a língua por-
tuguesa, tornou-se leiaute – forma como consta nos dicionários. Em resumo, o
termo equivale à configuração da instalação ou arranjo físico.
46 Administração de produtos e serviços

A origem do arranjo físico como a organização do ambiente de trabalho


não possui uma data precisamente definida, já que a história sugere que as
atividades desta natureza existem desde a existência do homem, bem como
a ação de produzir. Contudo, ao passar dos anos, o estudo do layout foi evo-
luindo, e sua eficácia como ferramenta foi aumentando. Com a Revolução
Industrial o termo passou efetivamente a ser considerado como instrumento
capaz de promover benefícios à produção, tendo em vista as inovações que o
momento trazia aos postos de trabalho, como a introdução da mecanização.
A partir daí ingressou em uma contínua evolução, e atualmente o estudo do
layout é utilizado em diversas áreas, incluindo a administração e o ambiente
corporativo.

Conceito e objetivos do arranjo físico


O arranjo físico (ou layout) corresponde à localização física dos recursos de
transformação, por meio da qual acontece o fluxo produtivo dos recursos
transformados. Em outras palavras, equivale à disposição das instalações,
máquinas, equipamentos e pessoas envolvidas na produção onde a operação
acontece, promovendo a transformação de materiais, informações e clientes.
Desta forma, corresponde a um dos atributos mais evidentes de uma operação
produtiva, pois determina sua forma ou aparência.

Este conceito, em uma visão mais ampla, pode ainda ser relacionado à configuração da
macroperação, e à distribuição física dos departamentos e operações que a compõem,
além de incluir máquinas, equipamentos e pessoas, conforme dito anteriormente.

O layout tem como função organizar o espaço físico, de modo a viabilizar


a utilização otimizada dos recursos, com ênfase nas movimentações decor-
rentes do trabalho aplicado na operação. Muitos são os objetivos atribuídos ao
layout, dentre os quais podemos considerar:

„„ Utilização eficiente do espaço físico, promovendo a minimização do


tempo de produção e flexibilização das operações.
Estruturação da produção 47

„„ Redução do investimento em equipamentos e dos custos de tratamento


dos recursos.
„„ Aumento da segurança e conforto no posto de trabalho.
„„ Melhorias no processo de produção e da estrutura organizacional.
„„ Facilitar a supervisão, permitindo maior controle (quantitativo e qua-
litativo).

Importância do estudo do layout


É por meio do layout que os recursos transformados fluem através da ope-
ração, levados pelo fluxo produtivo estabelecido a partir do arranjo físico.
Logo, definir o arranjo físico significa também estabelecer a forma como a
empresa irá produzir. Neste contexto, mudanças promovidas no layout podem
afetar o fluxo e a produção, e, assim, impactar fatores como custos e eficácia
geral da produção.
Decisões sobre arranjos físicos geralmente correspondem a atividades de-
moradas e de alto custo, devido às dimensões dos recursos de transformação.
A definição ou adequação do layout de uma operação já em andamento pode
provocar a interrupção de seu funcionamento (mesmo que parcial), gerando
perdas de produção ou insatisfação do cliente, ambos extremamente prejudi-
ciais à organização. Outra questão importante corresponde aos reflexos do
layout mal definido sobre a produção, podendo promover fluxo excessiva-
mente longo e confuso, gerando estoques e esperas, tempos de processamento
elevados, além de inflexibilidade e imprevisibilidade das atividades, todos
impactando em custos.

Mudanças promovidas no layout podem afetar o fluxo e a produção, e assim impactar


diretamente em fatores como custos e eficácia geral da produção, enquanto que um
layout mal definido sobre a produção, podendo promover fluxo excessivamente longo
e confuso, gerando estoques e esperas, tempos de processamento elevados, além de
inflexibilidade e imprevisibilidade das atividades, todos impactando em custos.

Em especial nos casos de definição de arranjo físico para organizações pres-


tadoras de serviço, é importante ter em mente que o layout terá também a
48 Administração de produtos e serviços

presença do cliente – como nas lojas de serviço, por exemplo, onde a inter-
face entre organização e consumidor costuma ser grande e significativa. Este
momento em que o cliente interage com a empresa fazendo uso do layout
corresponde a uma ocasião importante, pois o impacto inicial promovido pelo
arranjo físico poderá ser decisivo na percepção do consumidor sobre a orga-
nização e os serviços por ela oferecidos. Comunicação visual e apresentação
dos produtos representam fatores adicionais, que devem também ser consi-
derados na definição do layout, tendo a incumbência de despertar o interesse
do cliente.
Este cenário revela a importância do estudo e da definição assertiva do
layout, envolvendo os diversos níveis organizacionais na tomada de deci-
sões a respeito do tema. O nível estratégico, por exemplo, deve estar presente
quando a decisão sobre layout envolver ampliações, modificações expressivas
ou implantação de novas fábricas, todas normalmente requerendo grandes
investimentos - casos em que a empresa normalmente conta com assessorias
especializadas. Já o nível tático tem sua participação recomendada quando
a decisão envolver alterações menos significativas, gerando riscos e inves-
timentos igualmente menores – situações em que as decisões podem ser to-
madas diretamente pelo gerente de produção. Por fim, o nível operacional
raramente costuma ser envolvido em decisões relacionadas ao arranjo físico,
mas será convocado sempre que os níveis superiores julgarem oportuno ou
necessário.
Muitas podem ser as motivações que levam ao estudo do layout, mas po-
demos relatar algumas, normalmente mais expressivas neste contexto:

„„ Expansão da capacidade produtiva


„„ Elevado custo operacional
„„ Introdução de novos produtos
„„ Melhoria no ambiente de trabalho

Princípios básicos do layout


A verificação do arranjo físico quanto à sua capacidade de atender os obje-
tivos propostos e resultados esperados para sua implantação pode ser apurada
por meio da investigação dos aspectos abaixo, considerando que quanto mais
o layout promover cada uma destas características, mais adequado estará, e
mais útil à organização será:
Estruturação da produção 49

„„ Segurança: limitar acesso aos processos que representam perigo, sina-


lizar e garantir acesso a saídas de emergência.
„„ Economia de movimentos: reduzir a extensão do fluxo e a distância
percorrida pelos recursos transformados.
„„ Flexibilidade de longo prazo: viabilizar rearranjos quando necessários
à operação (adaptações a mudanças de produto, volume, processos e
equipamentos, entre outros).
„„ Princípio da progressividade: proporcionar fluxos e movimentos con-
tínuos com sentido definido (sem paradas, voltas, cruzamentos ou mo-
vimentos aleatórios).
„„ Uso do espaço: maximizar o uso do espaço disponível (incluindo pos-
sibilidade de ocupação vertical, se oportuno).

Tipos de arranjo físico


O arranjo físico tem como uma de suas intenções a promoção da eficiência
produtiva, através da melhor distribuição e aproveitamento dos recursos de
transformação, a partir dos quais os recursos transformados fluem pelo pro-
cesso produtivo. A finalidade da operação é produzir, seja produtos ou ser-
viços, cada um dotado de características específicas, como volume e varie-
dade. A diferença entre eles torna-se então inevitável, assim como no fluxo
pelo qual são transformados.
Logo, nada mais natural que os arranjos físicos também apresentem dife-
rentes formas e objetivos, a fim de atender à estas diferenças. Neste sentido,
os arranjos físicos são classificados em algumas modalidades básicas, con-
forme a seguir.

„„ Posicional
„„ Por processo
„„ Celular
„„ Por produto
„„ Misto

Definição do melhor layout


Muitos podem ser os motivos que levam ao estudo do layout, como a necessi-
dade de ampliação da capacidade produtiva, a redução do custo operacional,
50 Administração de produtos e serviços

a introdução de novos produtos ou a promoção de melhorias no ambiente de


trabalho. Muitos são os objetivos da definição e implantação de um arranjo
físico, como a minimização da movimentação e dos custos, o bom andamento
do fluxo, o incremento da segurança, bem-estar, comunicação, visando o au-
mento da eficiência operacional e a flexibilidade.
E o arranjo físico, quando adequadamente definido, cumpre muito bem
esse papel. Promove, através de variados tipos de layout, as mais diversas
alternativas voltadas para cada um dos tipos de processo e suas diferentes ca-
racterísticas de volume e variedade. A correta associação entre o tipo de pro-
cesso e o tipo de layout é a chave da questão: esta conexão tem a capacidade
de proporcionar as melhorias propostas e ampliar a produtividade.
Cabe lembrar que existem diferentes tipos de sistemas de produção, do-
tados de características particulares e diversas, dentre as quais variedade e
volume são as mais significativas (dado o antagonismo destas duas variáveis),
promovendo sua diferenciação e permitindo o estabelecimento de objetivos
específicos. Neste sentido, os sistemas de produção se apresentam em duas
categorias básicas, que posteriormente se subdivide em outros diversos tipos:
Sistemas orientados para processos: caracterizados por baixo volume e
alta variedade, fluxo intermitente, máquinas universais e expressividade da
mão de obra empregada.
Sistemas orientados para produtos: caracterizados por alto volume e baixa
variedade, fluxo contínuo, máquinas especiais e expressividade de capital
empregado.
Este cenário revela a importância da avaliação dos tipos de processos (em
manufatura e serviços), a fim de verificar qual o tipo de arranjo físico é mais
adequado a suas características de volume e variedade, que igualmente se
aplicam aos tipos de layout, conforme ilustrado nas Figuras 1 e 2.
Estruturação da produção 51

Figura 1. Tipos de arranjo físico em função das características de volume e variedade


Fonte: Baseada em Slack et al. (2006, p. 171).

Figura 2. Relação entre tipos de arranjo físico e tipos de processo.


Fonte: Adaptada de Slack et al. (2006, p. 163).
52 Administração de produtos e serviços

A fim de promover o estabelecimento do tipo de layout mais indicado ao tipo


de processo, o procedimento para definição do arranjo físico é composto por
três diferentes etapas, conforme apresentado a seguir e ilustrado na Figura 3:

„„ Verificação do tipo de processo: baseada nas características de vo-


lume e variedade, relaciona o processo ao arranjo físico mais indicado.
Contudo, pode haver alguma sobreposição, podendo um tipo de layout
servir a mais de um tipo de processo, e vice-versa, situação que é resol-
vida pela relevância dos objetivos de desempenho.
„„ Estabelecimento do tipo básico de arranjo físico: a partir da definição
do tipo de processo, é possível definir, de forma geral, qual o tipo de
layout é mais indicado entre os quatro tipos existentes (posicional, por
processo, celular ou por produto).
„„ Detalhamento do arranjo físico: a partir do tipo básico de layout defi-
nido, parte-se para um maior detalhamento, estabelecendo com maior
precisão o posicionamento dos elementos da operação.

Figura 3. Etapas da definição do layout.


Fonte: Adaptada de Slack et al. (2006, p. 162).
Estruturação da produção 53

Arranjo físico posicional


Também intitulado layout fixo, de posição fixa ou por projeto, é aquele em
que os materiais e os produtos em transformação permanecem parados, en-
quanto as máquinas, equipamentos e postos de trabalho são deslocados ao
seu redor, executando as operações necessárias. Em geral, utilizados quando
o produto apresenta peso, dimensões e/ou forma que impedem outra forma de
trabalho (como grandes construções ou atividades agrícolas), ou quando sua
movimentação é inviável ou extremamente difícil (como a construção de um
navio ou a realização de uma cirurgia).

Arranjo físico por processo


Também conhecido como layout funcional, é aquele que agrupa, em um
mesmo local, diversos equipamentos e processos que possuem o mesmo tipo
e função, além de operações ou montagens semelhantes. Neste arranjo, os
materiais e produtos se deslocam através dos diferentes processos necessários
para sua produção. Normalmente utilizado por empresas prestadoras de ser-
viços e organizações comerciais (como hospitais e lojas comerciais).

Arranjo físico celular


Alguns gerentes de produção chamam de “mini linha de produção” este tipo
de layout. O arranjo físico celular procura unir vantagens de dois tipos de
arranjo físico: por processo e por produto. Agrupa em um mesmo local (deno-
minado de célula) os diferentes equipamentos necessários para a montagem
de um produto completo, enquanto que os materiais se deslocam em linha
dentro da célula, através dos processos. São utilizados por diversos tipos de
organizações, indo além da esfera industrial (como centros comerciais, feiras
e exposições).

Arranjo físico por produto


Também conhecido como layout em linha ou linear, esta modalidade cor-
responde ao mais antigo dos tipos de arranjo físico, praticado pela primeira
vez por Henry Ford por volta de 1939, quando este estabeleceu a primeira
54 Administração de produtos e serviços

linha de montagem. Ainda hoje corresponde ao tipo de layout mais utilizado


pela indústria e até mesmo por empresas prestadoras de serviços (como in-
dústrias montadoras, automobilística e frigoríficos). Neste tipo de arranjo,
voltados para produtos padronizados e operações repetitivas, as máquinas,
equipamentos e postos de trabalho são colocados de acordo com a sequência
de montagem. Desta forma, as atividades são aproximadas e as distâncias
percorridas pelos recursos são encurtadas. O material se desloca, percorrendo
um caminho previamente estabelecido, sem caminhos alternativos. Contudo,
diferente do que o nome possa sugerir, o arranjo por linha não necessita ser
uma reta: também pode apresentar outros formatos, como S ou U, que per-
mitem menor ocupação do espaço físico, mas mantém o contexto de linha
como sentido único e obrigatório.

Arranjo físico misto


Corresponde à combinação de mais de um tipo de arranjo físico, combinando
elementos de alguns ou até mesmo de todas as modalidades de layout. Pode
ser utilizado de forma direta ou alternada, envolvendo a operação inteira ou
apenas partes dela. Como exemplo, podemos considerar a empresa como uma
operação global, e os departamentos com suas operações específicas, onde
as necessidades de cada área pode promover a adoção de um tipo de arranjo
físico diferente, devido as particularidades de seu processo.

Leia mais sobre a linha de montagem, sua história e evolução, na obra Sistemas de
produção: conceitos e práticas para projeto e gestão da produção enxuta (ANTUNES et al,
2008).

Vantagens e desvantagens
O estabelecimento e implantação de um arranjo físico possui a capacidade
de promover benefícios ou fragilidades, que podem ser melhor entendidas no
Quadro 1, que sintetiza algumas das vantagens e desvantagens promovidas
por cada tipo de layout:
Estruturação da produção 55

Tipo de layout Vantagens Desvantagens

Não há movimen- Complexidade na


tação do produto supervisão e con-
trole dos recursos

Possibilidade de utili- Necessidade de áreas


Arranjo físico zação de técnicas de externas próximas à pro-
posicional programação e controle dução para submontagens

Possibilidade de terceiri- Produção em pequena


zação de todo o projeto, ou escala e com baixo grau
de parte dele, em prazos de padronização
previamente fixados

Grande flexibilidade Apresenta um fluxo


para atender longo dentro da fábrica
mudanças de mercado

Bom nível de motivação Diluição menor de custo


fixo em função de menor
expectativa de produção

Arranjo físico Atende a produtos diver- Dificuldade de


por processo sificados em quantidades balanceamento
variáveis ao mesmo tempo

Menor investimento Exige mão de obra


para instalação do qualificada
parque industrial

Maior margem do produto Maior necessidade de pre-


paro e setup de máquinas

Aumento da flexibilidade Específico para uma


quanto ao tamanho de família de produtos
lotes por produto
Arranjo físico Diminuição do Dificuldade em
celular transporte de material elaborar o arranjo

Diminuição dos estoques

Maior satisfação no trabalho

(Continua)
56 Administração de produtos e serviços

Tipo de layout Vantagens Desvantagens

Possibilidade de pro- Alto investimento


dução em massa com em máquinas
grande produtividade

Carga de máquina e con- Costuma gerar mono-


Arranjo físico sumo de material cons- tonia nos operadores
por produto tantes ao longo da linha

Controle de produtivi- Falta de flexibilidade


dade mais facilitado da própria linha

Fragilidade a paralisações e
subordinação aos gargalos

Quadro 1. Vantagens e desvantagens dos diferentes tipos de arranjo físico. (Continuação)

1. O fluxo dos recursos transformados d) A terceira etapa corresponde à


ao longo do processo de produção é definição do posicionamento
fortemente impactado pelo arranjo dos recursos transformados no
físico dos recursos de transformação, arranjo físico.
também conhecido como layout. e) A terceira etapa corresponde
A determinação do melhor layout ao estudo das características de
possui três etapas fundamentais, volume e variedade do processo.
sobre as quais é possível afirmar: 2. Muitos são os motivos que con-
a) A primeira etapa corresponde duzem a diferentes necessidades
à definição do tipo básico de e decisões sobre arranjos físicos,
arranjo físico, entre as opções de levando a ações como, por exemplo,
posicional, por processo, celular o aumento do número de máquinas
ou por produto. ou a substituição por máquinas mais
b) A primeira etapa corresponde à modernas. Esta necessidade se rela-
identificação do tipo de processo, ciona com qual dos cenários abaixo?
que carrega forte influência a) Expansão da capacidade produtiva.
das características de volume e b) Elevado custo operacional.
variedade. c) Melhoria no ambiente de tra-
c) A segunda etapa corresponde balho.
à definição do arranjo físico d) Flexibilidade de longo prazo.
detalhado. e) Economia de movimentos.
Estruturação da produção 57

3. O arranjo físico por produto ou linha massa com alta produtividade.


é conhecido por: c) Não há movimentação do
a) Agrupar, em uma mesma área, produto.
todos os processos e equipa- d) Diminuição do transporte de
mentos do mesmo tipo e função. material.
b) Possuir máquinas, equipamentos e) Carga de máquina e consumo de
ou estações de trabalho dispostas material constante.
e de acordo com a sequência de 5. Tendo em vista que o tipo de pro-
montagem. cesso possui direta relação com
c) Arranjar, em um só local, má- a definição do arranjo físico mais
quinas diferentes que possam apropriado, em função de suas
fabricar o produto inteiro. caraterísticas de volume e variedade,
d) Apresentar inércia do produto é correto afirmar:
ou material a ser transformado, a) Processos por projeto tendem a
enquanto que os recursos de layouts por produto.
transformação se deslocam ao b) Serviços em massa tendem a
seu redor, executando as opera- layouts posicional.
ções necessárias. c) Processo por projeto tendem a
e) Exibir uma combinação dos ar- arranjo físico posicional.
ranjos por produto, por processo d) Processos de manufatura e de
e celular. serviços não compartilham o
4. É uma vantagem do arranjo físico mesmo modelo de arranjo físico.
celular: e) O único tipo de arranjo físico
a) Flexibilidade para atender de- indicado para as lojas de serviço é
mandas do mercado. o layout por processo.
b) Possibilidade de produção em

ANTUNES, J. et al.. Sistemas de produção: conceitos e práticas para projeto e gestão da


produção enxuta. Porto Alegre: Bookman, 2008.

SLACK, N. et. al. Administração da produção. ed. compacta São Paulo: Atlas, 2006.

Leituras recomendadas
JACOBS, F. R.; CHASE, R. B. Administração de operações e da cadeia de suprimentos. 13. ed.
Porto Alegre: AMGH, 2012.

SLACK, N. et al. Gerenciamento de operações e processos: princípios e práticas de impacto


estratégico. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.

Você também pode gostar