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Resumo
Este estudo avalia o que a literatura preconiza a cerca de um arranjo físico, buscando a
otimização dos sistemas industriais e demonstrando os diferentes tipos de layout, a
adequação dos recursos transformadores e a melhoria do tempo em função da movimentação
de pessoal. O estudo de caso demonstra contribuições para a melhoria de uma fábrica de
biscoitos sejam elas: - A decisão de mudança do arranjo físico e a escolha do tipo de layout
adequado; - A organização dos produtos transformados e transformadores; - A mudança na
movimentação do pessoal dentro da fábrica, durante a produção e durante o processo de
embalagem e estocagem.
Palavras-chave: Arranjo Físico – Planejamento e Controle de Produção (PCP) – Layout.
Abstract
This study examines what the literature calls for about a physical arrangement, seek to
optimize industrial systems and demonstrating the different types of layout, the adequacy of
resources and improvement of the processors time depending on the movement of personnel.
The case study shows contributions to the improvement of a biscuit factory, which include: -
The decision to change the physical layout and choice of appropriate layout, - The
organization of the processed products and processors; - A change in the movement of staff
within the factory during production and during the process of packaging and storage.
Keywords: Layout - Planning and Production Control (PCP) – Biscuit Factory.
1. Introdução
Os sistemas produtivos vêm passando por muitas mudanças com o passar do tempo,
devido às inovações tecnológicas, ao reflexo da globalização, que instiga ainda mais a
concorrência, além de forçar a organização a rever seu sistema produtivo, adequando as
formas de fabricação e comunicação com o mercado atual.
O arranjo físico de uma operação produtiva trata do posicionamento físico do
andamento da transformação do “chão de fábrica”. Ou seja, é responsável pela definição da
localização de todas as instalações, máquinas, equipamentos e pessoal da produção. Algumas
mudanças, aparentemente pequenas, na localização de uma máquina numa fábrica ou dos
produtos no ponto de venda, podem afetar diretamente o fluxo de materiais e pessoas por
meio da operação, bem como os custos e eficácia geral da produção. Existem fábricas que
conseguem aumentar até 25% da produção, reduzir custos e melhorar o aproveitamento do
espaço através de um novo arranjo físico da fábrica. (SLACK et al, 2002).
Slack et al (2002) apresentam quatro tipos básicos de arranjos físicos:
Arranjo Físico Posicional – esse tipo de arranjo é conhecido também como de
posição fixa, isto porque ao invés dos materiais, informações ou clientes fluírem
por uma operação, quem sofre o processamento fica fixo, ou seja, os
equipamentos, maquinário, instalações e pessoas transitam na medida do
necessário.
Arranjo Físico por Processo – são mudanças realizadas buscando processos
similares a serem localizados juntos um do outro, isto é, o arranjo físico é
constituído de acordo com as necessidades e conveniências dos recursos
transformadores que formam o processo na operação.
Arranjo Físico Celular – este se caracteriza por tentar definir uma ordem para a
complexidade de fluxo que distingue o arranjo físico por processo, onde os
recursos transformados são pré-selecionados para movimentar-se para uma parte
específica da operação (célula) na qual todos os recursos transformadores
necessários se encontram.
Arranjo Físico por Produto – também conhecido como arranjo físico em
“fluxo” ou em “linha”; neste caso, cada produto, elemento de informação ou
cliente segue um mesmo trajeto no qual a seqüência de atividades requerida
coincide com a seqüência dos processos que foram arranjados fisicamente.
A base organizacional visada pela indústria é a melhoria do arranjo físico do “chão
de fábrica”, independente do seu tipo. Tem como intuito organizar o layout das máquinas,
criar locais adequados para a colocação dos produtos e organizar a movimentação de pessoal,
diminuindo o tempo de espera por produto e por mão-de-obra em cada setor.
Petrônio e Fernando Piero (2006) afirmam que é necessário seguir uma seqüência
lógica para se obter um bom arranjo físico, apontando os seguintes passos:
1- Localização da Unidade Industrial;
2- Determinação da Capacidade;
3- Arranjo físico da Empresa.
Em vista disso, percebe-se que o processo de reengenharia do arranjo físico de
produção, apresenta-se como uma ferramenta de melhoria na parte de movimentação e de
tempo no “chão de fábrica”.
1.3 Justificativa
O arranjo físico é um fator primordial para o desempenho das fábricas, materiais e
funcionários. Estabelece, ainda, canais concretos de comunicação, ao passo que diminui os
ruídos nas trocas de informações. Com a evolução da tecnologia e aumento da demanda por
produtos e serviços de qualidade, o mercado industrial, acompanhando estas tendências, exige
respostas diretas, principalmente quando trata de sistemas de manufatura.
O planejamento do arranjo físico é bastante eficaz e suas características são evidentes
no meio produtivo – organização, estruturação das máquinas, equipamentos e pessoas; ou
seja, o arranjo físico é a primeira coisa que as pessoas notam ao entrarem em uma fábrica.
(SLACK ET AL, 2002).
Fundamentados com este conceito, foi realizado um estudo de caso numa Fábrica de
Biscoitos em Maceió, onde se procurou observar, principalmente, a estrutura da empresa, sua
organização, rotina e fluxos de comunicação.
1.4 Metodologia
Foi realizada uma pesquisa buscando coletar informações teóricas e empíricas sobre
o Arranjo Físico, seus principais conceitos e características, e a forma como ele é
desenvolvido e aplicado no ambiente organizacional. Procurou-se também destacar a
importância do Arranjo Físico, definido para o alcance do potencial da fábrica nos seus
processos de produção e no desempenho das atividades realizadas por seus funcionários.
A realização da pesquisa documental, de cunho descritivo e analítico, se deu a partir
da leitura de livros e artigos tecnológicos e científicos atualizados sobre o tema, baseados,
principalmente, nas pesquisas de Slack, Cury, Chiavenato, Tubino, entre outros nomes
conceituados nas áreas de Administração em Processos, Planejamento e Controle de
Produção.
Foi realizado um estudo de caso em uma empresa específica, a saber, F&P Biscoitos
Artesanais, situada em Maceió. A coleta de dados se deu através de filmagem, fotos e de
questionários, meios escolhidos para o levantamento de dados. Todavia, algumas informações
coletadas poderão ser restritas à empresa a fim de preservar a sua competitividade.
Figura 04 – Ilustração das melhorias propostas do arranjo físico da F&P biscoitos artesanais
Fonte: Próprios Autores
Em vista disso, fazendo uma comparação entre as situações apresentadas nas Figuras
02 e 04, podem ser observadas grandes diferenças com relação ao arranjo físico. Com a
proposta de reestruturação e aplicação do arranjo físico por processo, por meio de algumas
modificações na estrutura da fábrica, (Figura 04), percebe-se uma melhoria na distribuição
das máquinas e demais materiais para produção.
Com a proposta apresentada, com o novo fluxo dos operadores e dos produtos, pode-
se afirmar que adequação dos recursos transformadores e transformados é essencial para que a
fábrica atinja seu potencial, uma vez que, as distâncias entre estes serão reduzidas. Com a
separação dos banheiros, a criação da cozinha e a abertura de um vão, irão gerar um melhor
aproveitamento do tempo e do espaço, agregando um valor maior a produção.
5. Conclusão
O presente trabalho buscou demonstrar esses fatos através de um estudo de caso.
Com base nesse estudo, foi possível constatar as fragilidades do processo produtivo, a
começar pelo seu arranjo físico que não é bem definido, ocasionando perdas por
movimentação de pessoal, produto transformado e matéria-prima.
A divisão adequada dos locais no layout proposto, refletirá no fluxo da sua produção,
na redução das perdas que afetam o desempenho produtivo, assim como para a motivação e
melhores condições de trabalho dos funcionários, e para definição de uma melhor imagem da
empresa, atraindo mais visitantes e fornecedores.
O presente trabalho permitiu firmar a fundamental importância do profissional de
Engenharia de Produção na garantia de um arranjo físico adequado ao processo produtivo de
uma fábrica, bem como no ajustamento dos recursos transformadores e transformados para
que a empresa atinja seu potencial, sem perdas, sem distâncias entre os setores, sem
insatisfação dos funcionários, entre outros fatores que garantem um melhor aproveitamento
do tempo de serviço, do espaço disponível e para agregar valor à produção.
Referências
MARTINS, Petrônio G.; LAUGENI, Fernando Piero. Administração da Produção. – 2 ed. São Paulo: Saraiva
2005.
SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; Johnston, Robert. Administração da produção. 1. Ed. São Paulo: Atlas,
2006.