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Fernanda Pasqualini
Elaine Jung
ABSTRACT
From globalization, the environment in which firms are embedded changes continually. The fierce
competition of enterprises requires decisions based on facts and data, not allowing decisions
designed in an improvised way. Thus, it is essential to the availability of a system of Planning and
Production Control (PPC) effective, allowing the company to manage demand, materials, production
capacity and production. As a result, this study was to analyze the importance of PCP within the flow
of plated, and suggest improvements in the operation. The work is classified as to the purposes as an
exploratory and descriptive research and the means, in literature and case study. In order to analyze
the flow of plated, bibliographies were used within the administration turned to the subject. After
analysis, the result shows that delays in the production process occur, but in much smaller numbers
than they did two years earlier. It is noticed that several actions have been taken, but there are still
possibilities for improvement. Can be said that the study contributed significantly to academic,
because it made possible the comparison between theory and practice within the studied organization.
Key-words: Administration of the Production and Operations, Production Planning and Control (PPC)
production flow.
1. INTRODUÇÃO
Em um sistema de manufatura, toda vez que são formulados objetivos, é necessário formular
planos de como atingi-lo, organizar recursos humanos e físicos necessários para a ação, dirigir a
ação dos recursos humanos sobre os recursos físicos e controlar esta ação para a correção de
eventuais desvios. No âmbito da administração da produção, este processo é realizado pela função
de Planejamento e Controle da Produção (PCP).
Lacombe e Heilborn (2003, p.162) referem-se ao planejamento e controle da produção como
sendo a engenharia da produção:
Segundo Russomano (2000), PCP é aquele setor responsável pela coordenação dos vários
departamentos da fábrica, com vistas ao bom atendimento das solicitações de vendas que lhe são
encaminhadas, cabendo-lhe providenciar que as mesmas sejam atendidas no prazo e quantidade
exigidos. E Tubino (2000) diz que o PCP é responsável pela coordenação e aplicação dos recursos
produtivos de forma a atender da melhor maneira possível os planos estabelecidos em níveis
estratégico, tático e operacional.
Para o bom funcionamento da empresa, o PCP precisa conhecer as necessidades do
departamento de vendas e fazer com que todos os outros departamentos trabalhem para atingir os
objetivos determinados pela área de vendas. Alguns pré-requisitos são indispensáveis ao PCP:
conhecer detalhadamente o roteiro da produção, conhecer a capacidade da produção, conhecer a
disponibilidade financeira negociada pela área de vendas. O contato direto com a área de compras é
fundamental, para que não ocorra a falta de matéria prima.
Segundo Russomano (2000), as principais atividades do PCP são:
• Definição das quantidades a produzir;
• Gestão de estoques;
• Emissão de ordens de produção;
• Programação das ordens de fabricação;
• Movimentação das ordens de fabricação;
• Acompanhamento da produção.
Tubino(2000) diz ainda que: como desempenha uma função de coordenação de apoio ao
sistema produtivo, o PCP de forma direta ou indireta, relaciona-se praticamente com todas as funções
deste sistema.
Dentro de um processo produtivo, a área de PCP precisa estar ligada em todas as demais
áreas da empresa, identificando os gargalos existentes a fim de eliminá-los. O PCP é o responsável
por fazer a ligação dentro da empresa, todos devem olhar numa mesma direção, buscando sempre a
satisfação do cliente. Slack et al (2002, p. 322) diz que “o planejamento e controle requerem a
conciliação do suprimento e da demanda em termos de volume, tempo e qualidade.” Para que essa
conciliação aconteça de forma correta, quatro atividades devem ser desempenhadas pelo PCP:
carregamento, sequenciamento, programação e controle, conforme mostra a figura:
Programação Carregamento
Monitoramento
e
Sequenciamento
controle
As organizações devem buscar a conciliação entre essas quatro atividades, para que seus
clientes recebam os pedidos dentro do prazo e para que a organização consiga otimizar seus
recursos internos.
Um sistema produtivo é composto por diversas etapas, como: compra de matéria prima,
manufatura (e todos os seus processos e subprocessos), embalagem, estocagem, controle de
qualidade e, finalmente, vendas. Dentro do processo produtivo, muitas vezes são encontrados
gargalos, os quais podem estar localizados na entrada do processo, na transformação e ainda na
saída.
Slack et al (2002, p. 655), diz que “nem todas as falhas são igualmente sérias e a atenção é
geralmente dirigida àquelas que possuem impacto maior nas operações e nos consumidores.” E
Correa (2011, p. 649), diz “que um gargalo é um recurso cuja disponibilidade iguala-se ou é inferior à
demanda.”
Um gargalo significa a geração de ociosidade de uma ou mais partes de um sistema, o que
adiciona a cada unidade dos produtos maior parcela dos custos fixos.
O maior nível de ociosidade ocorre quando o gargalo se localiza próximo ao input, ou seja, no
início da produção, pois todas as fases seguintes do sistema ficam comprometidas. Por outro lado a
ociosidade do sistema pode não ser o mais grave. Na verdade, quanto mais próximo ao output
(saída), mais prejudicial ela será. Isto porque, avançando dentro do sistema produtivo, teremos
também a agregação dos custos variáveis, ou seja, aqueles que só existem com a produção. Neste
caso, o bem foi produzido, houve gasto de matéria prima, adição de mão-de-obra e outros recursos,
mas, devido ao gargalo na saída, não houve geração de receita com a venda.
Muitas vezes o setor de vendas não é considerado como integrante da produção e tão pouco
classificado como gargalos. O fato, porém, é que, se houver alguma restrição à saída dos produtos,
consequentemente não haverá entrada de receita. Assim, de nada adiantará haver produção se não
houver suficiente fluxo de saída desta. E isso é sim um gargalo. Por outro lado, de nada adiantará
uma enorme capacidade de vendas, se o setor produtivo não for capaz de suprir a demanda.
Nem sempre é fácil localizar gargalos. E mais difícil ainda é eliminá-los. Ainda mais quando
houver vários deles combinados dentro do sistema produtivo. Solucionar o problema, no entanto, é
crucial para manter a competitividade da empresa, uma vez que sua existência pode representar
enormes custos, enquanto sua eliminação pode trazer grande economia e eficácia produtiva.
4. METODOLOGIA
Para Gil (2002) pode-se definir pesquisa como o procedimento racional e sistemático que tem
como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é desenvolvida
mediante conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos, técnicas e outros
procedimentos científicos. A metodologia visa explicitar o caminho metodológico que direcionou o
estudo do presente trabalho. De acordo com Vergara (2000), há vários tipos de pesquisa e todas
seguem basicamente dois critérios: quanto aos fins e quanto aos meios.
Quanto aos meios, este estudo caracteriza-se como pesquisa de campo, pois foi realizada
uma investigação através de entrevista com o supervisor do departamento de Planejamento e
Controle da Produção, Supervisor da área de Estamparia, de Solda e Logística. Documental, pois
teve acesso aos documentos da empresa. Pesquisa bibliográfica, pois o estudo foi desenvolvido com
base em livros, revistas e artigos. Participante, pois a elaboradora da pesquisa também faz parte do
quadro de colaboradores da empresa. É, por fim, ainda é considerado um estudo de caso, pois se
trata de uma empresa privada e tem características próprias. E quanto aos fins a pesquisa pode
classificar-se como descritiva, pois expõe características de uma empresa e ainda exploratória, pois
existe pouco conhecimento acumulado e sistematizado.
A pesquisa exploratória é qualitativa e, de acordo com Gil (2002) tem como objetivo
proporcionar maior familiaridade com o problema. Vergara (2000) observa que a investigação
exploratória é realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado. E,
segundo Yin (2001) os estudos exploratórios também servem para o planejamento e preparação da
fase de coleta de dados.
Gil (2002) afirma que a principal forma de coleta de dados é a leitura (livros, revistas, jornais,
sites, CDs etc.), que certamente é utilizada para todos os tipos de pesquisa. Esta técnica também é
chamada de pesquisa bibliográfica.
Para a coleta dos dados foram utilizadas as técnicas de observação participante. Também
foram realizadas entrevistas com o supervisor da área de Planejamento e Controle da Produção, no
dia 25 de fevereiro de 2012 durante a manhã e no dia 28 de fevereiro de 2012 na parte da tarde com
os supervisores da área de Estamparia de Solda e Logística.
Durante a entrevista com o supervisor de PCP foi discutido o processo da organização como
um todo, desde o recebimento do pedido do cliente, passando por todas as etapas na empresa. O
entrevistado tem uma visão geral da empresa e conhecimento detalhado dos processos, pois essa é
a principal função do PCP dentro da organização, conhecer os processos para saber onde intervir
buscando um resultado satisfatório para a organização e para o cliente final. O entrevistado destacou
a importância de conversas periódicas com a direção da empresa para alinhamento de ideias e
estratégias.
Os supervisores das demais áreas foram escutados individualmente em conversa informal,
com anotações pertinentes feitas pela acadêmica. Foram destacados alguns pontos que os mesmos
consideram que ainda causam os atrasos na produção e ressaltado as melhorias já implementadas
nos últimos tempos e que estão auxiliando no dia a dia na produção.
Após a observação do ambiente foi feita a apresentação e análise dos dados de forma
qualitativa. Por meio de texto expositivo dos resultados encontrados durante a pesquisa e, na
seqüência, as informações foram avaliadas à luz do referencial teórico levantado, descrevendo como
acontece o fluxo das peças na organização, com posterior sugestão de melhorias nessa área.
A empresa objeto desse estudo faz da transformação de metais a razão de sua existência.
Fundada no ano de 1947, em uma pequena cidade da região noroeste do estado do Rio Grande do
Sul, localizada no centro geográfico do Mercosul.
Atualmente a empresa é uma fornecedora consolidada de três importantes segmentos de
atuação:
• mercado agrícola (colheitadeiras, tratores e plantadeiras);
• mercado rodoviário (caminhões e ônibus);
• indústria automobilística.
E para a fabricação de todas as peças nestes três segmentos a organização utiliza os
processos de estamparia, solda, usinagem, ferramentaria e tratamento de superfícies, atuando nestes
processos cerca de 3.000 funcionários e estabelecida em um complexo industrial de 63.000 m2 de
área construída.
Trata-se de uma empresa que não possui produtos próprios, uma vez que seu produto é a
tecnologia de processos para atender seus clientes nas suas necessidades.
A política de qualidade da empresa é de desenvolver produtos, processos e serviços que
satisfaçam os clientes, ter fornecedores competitivos, buscar o constante aperfeiçoamento
tecnológico e ver no lucro o meio de sobrevivência.
Em um sistema de manufatura, toda vez que são formulados objetivos, é necessário formular
planos de como atingi-lo, organizar recursos humanos e físicos necessários para a ação, dirigir a
ação dos recursos humanos sobre os recursos físicos e controlar esta ação para a correção de
eventuais desvios. No âmbito da administração da produção, este processo é realizado pela função
de Planejamento e Controle da Produção (PCP).
Segundo Russomano (2000), PCP é aquele setor responsável pela coordenação dos vários
departamentos da fábrica, com vistas ao bom atendimento das solicitações de vendas que lhe são
encaminhadas, cabendo-lhe providenciar que as mesmas sejam atendidas no prazo e quantidade
exigidos. E Tubino (2000) diz que a função produção não compreende apenas as operações de
fabricação, montagem de bens, armazenamento, movimentação, entre outras desde que voltadas
para a área de serviços. Consiste também, em adicionar valor aos bens ou serviços durante o
processo de transformação.
Dentro da empresa estudada o cenário não é diferente. A Figura 2 apresenta o Fluxograma
do processo do PCP.
Figura 2 – Fluxograma do Processo de PCP
Fonte: Elaborado pelos autores.
5.1.3. Produção
Cada setor deve garantir que a peça esteja dentro dos requisitos exigidos em desenho, para
isso é feito a marcação manual na ordem de fabricação e também dentro do sistema de prioridades,
através do registro do crachá, para que o próximo setor saiba qual operador da etapa anterior fez a
liberação da peça.
O departamento de produção tem elevado grau de importância junto ao negócio da empresa,
o êxito, lucro e satisfação dos clientes somente serão alcançados se na produção os resultados de
todo o planejamento realizado anteriormente for alcançado. Atraso na produção gera perda de
confiabilidade e comprometimento nas próximas cotações.
5.1.4. Logistica
Logística é área da Administração que cuida do transporte e armazenamento das
mercadorias. É um conjunto de planejamento, operações, controle do fluxo de materiais, além da
área de apoio. Da mesma forma PCP e Logistica precisam andar juntos. PCP e Logistica juntos são
responsáveis pela disposição, segregação e guarda de materiais.
De acordo com Ballou (2001), “o nível de serviço logístico é o fator chave do conjunto de
valores logísticos que as empresas oferecem aos seus clientes para assegurar sua fidelidade.”
O almoxarifado da empresa é responsável pelo envio e acompanhamento das peças nos
prestadores de serviço. É através do almoxarifado que as peças são enviadas, acompanhadas,
retornadas para empresa, e enviadas para os clientes.
Dentro da área de Logística destacam-se alguns dos principais problemas já registrados no
do fluxo das peças zincadas:
• Parada de linha de montagem interna – componentes enviados para zincagem com atraso,
retornando também com atraso;
• Parada de linha de montagem no cliente com pagamento de multa contratual – peças
enviadas para zincagem, com atraso no envio e retorno, atrasando dessa forma o envio para
os clientes;
• Despesas com frete especial;
• Hora extra no prestador de serviço – para que o prazo do cliente final fosse atendido;
• Hora extra interna – para montagem ou embalamento;
• Problemas de qualidade pela falta de tempo no processo da peça,
A entrevista nesta pesquisa foi instrumento utilizado para obter respostas referentes ao tema
proposto, em analisar as causas que geram os atrasos dentro do fluxo produtivo da empresa. Diante
das respostas obtidas nas entrevistas e após as observações feitas no campo de estudo,
observaram-se algumas das causas que geram os atrasos:
• Falta de estrutura física para contagem, embalamento, envio e recebimento das peças que
vão para os prestadores terceirizados: nos últimos anos a empresa teve um aumento
considerável em seu quadro de funcionários e em sua estrutura física, algumas áreas tiveram
um grande aumento de tamanho. A área de almoxarifado foi uma delas. Cada vez mais
material para ser recebido, armazenado, segregado, etc. A área de envio e recebimento de
peças de terceiros está dentro do almoxarifado, e com a demanda cada vez maior de peças
zincadas, verificou-se a necessidade de reestruturar a área, pois o espaço destinado a isso
não estava mais sendo compatível com as necessidades. Após estudos junto a área de lay-
out da empresa, foi disponibilizado um espaço físico para reestruturar a área. Após isso, foi
analisada a necessidade de alteração no quadro funcional, que constava apenas com duas
pessoas. Depois de várias seleções, treinamentos e orientações, conseguiu-se montar uma
equipe onde todos sabem fazer de tudo. Hoje a área conta com aproximadamente 70 m2 e
equipe de quatro pessoas.
• Falta de estoque para itens pequenos, com frequência de giro: percebia-se um giro freqüente
dos mesmos itens. Peças pequenas, que demandavam grandes set-ups de máquina para
produzir pequenos lotes. Nos prestadores de serviço encontravam-se dificuldades, pois o
tratamento para uma ou cem peças, teria o mesmo custo. Optou-se então pelo estoque
dessas peças, várias necessidades eram incluídas em apenas um OF e o envio aos
prestadores era feito da mesma forma, melhorando assim o processo interno e externo.
Quando as peças retornavam para empresa, eram segregadas em um espaço dentro do
setor de almoxarifado ou na própria linha de produção, para consumir conforme necessidade.
Percebeu-se que no momento do consumo, muitas peças estavam oxidadas, pois a guarda
era feito em caixas abertas, sem a devida cobertura. No ano de 2010, a empresa adquiriu um
sistema de armazenagem vertical (leanlift), para o armazenamento de itens com pequenos
lotes e quantidades. Após a implantação do sistema, surgiu a idéia de armazenar as peças
zincadas dentro desse método, pois as peças ficam em gavetas, protegidas do frio e calor. O
sistema otimiza o aproveitamento de espaço no eixo vertical e associa dados de localização e
quantidades a um controle informatizado. A geração de OF’s dos itens com cadastro dentro
desse sistema acontece automaticamente. Deve ser feito um cadastro de lote mínimo e
máximo, e intervalo de tempo de geração. Quando atinge a quantidade mínima e dentro do
intervalo determinado o próprio sistema faz a geração das ordens de fabricação. Com a
implantação desse sistema muitos dos atrasos foram sanados, pois as quantidades
produzidas e armazenadas atendem um intervalo de tempo maior.
CONCLUSÃO
Com a globalização dos mercados, o ambiente no qual as empresas estão inseridas está se
modificando continuamente. O aumento da concorrência e as atuais condições de competitividade
têm ocasionado profundas transformações nos sistemas produtivos das organizações,as quais
precisam de um sistema produtivo “moderno” que atenda as necessidades demandadas. E, esse
sistema produtivo “moderno”, que vem sendo adotado pela maioria das empresas busca cada vez
mais a atuação do PCP como fator determinante na busca de valores aos bens ou serviços durante o
processo de transformação.
O desenvolvimento deste estudo teve como principal objetivo descrever o fluxo produtivo de
uma empresa do setor metal mecânico a fim de identificar as causas dos atrasos no processo de
peças zincadas. As informações analisadas demonstram que várias ações já foram tomadas no
sentido de buscar solução para os problemas no fluxo das peças zincadas, mas que ainda existem
possibilidades de melhoria. Referente aos controles, a empresa possui inúmeras formas de controle
nas mais diversas áreas, muitos realizados de forma direta, por observação e muitos deles também
informatizados.
A empresa é uma organização com seus processos administrativos bem definidos, onde
foram identificados os processos de planejamento, organização, direção e controle. Portanto, a
empresa deve preocupar-se em focar esforços no planejamento de suas atividades, para evitar
problemas e retrabalhos. Como recomendação final sugere-se o desenvolvimento de prestadores de
serviço mais próximos da localização da empresa, buscando dessa forma a redução de tempo e
custo de transporte.
BIBLIOGRAFIA