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XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006

A sistemática da gestão da produção e suas operações estratégicas

Agostinho Lopes Venâncio (UNIFOR) - venancio62@gmail.com


Francisco Correia de Oliveira (UNIFOR) - oliveira@unifor.br
Thiciane M. C. Teixeira (UECE) -thizil@uol.com.br

Resumo: Este trabalho retrata o uso sistemático de técnicas modernas e tradicionais na


gestão da produção. O ojetivo básico é retratar um sistema básico de ferramentas de queo
Administrador pode lançar mão para ter resultados eficientes. São técnicas simples, mas
eficientes e que resolvem os problemas centrais na área de produção. Admite-se aqui que a
conversão de insumos em produtos de forma eficaz, efetiva e eficiente é a missão básica de
toda organização, donde os instrumentos de gestão aquidescritos transformam-se em um guia
efetivo para o gestor. È um levantamento bibliográfico basicamente, mas com consultas a
organizações industriais para verificar a adequção das técnicas sugeridas. O trabalho destca
a importância das empresas investirem em tecnologia, material humano qualificação e na
redução de desperdícios como solução dos principais problemas da organização.
Palavras-chave: Gestão da produção; benchmarking; just-in-time; tecnologia da
informação; produtividade.

1. Introdução
A busca da excelência tanto na eficiência como nos resultados da eficácia ao se
trabalhar com matérias-primas capazes de serem transformadas em produtos para o mercado
global tem sido a máxima de grandes industrias as quais no atual mercado competitivo, são
lhes cobradas estratégias comerciais aliadas a grandes investimento na produção esses
produtos em sua comercialização tenha a aceitação devida e fidelíssima para o consumidor
final configurando-se também, num bom retorno comercial e financeiro esperado pela
empresa, e que o produto seja sustentável durante e após sua divulgação e apreciação como
produto de excelente qualidade. Este trabalho apresenta de forma reduzida como novas visões
e estratégias de gestão da produção devem ser constatadas nos diversos campos da
manufatura de produtos até que cheguem aos clientes de uma maneira fácil, com boa
qualidade e custos baixos, utilizando métodos e ferramentas administrativas avançadas no
processo do produto para que o mesmo chegue às prateleiras e saia a contento das
necessidades individuais ou de grupos consumidores em potencial.
Para suprir as necessidades básicas como: alimento, transporte, vestimenta, higiene,
etc., itens que se esgotam a serem consumidos, os homens precisa renová-los através de
grandes produções, por isso é necessário gerenciar esta produção cautelosamente, organizada
e buscando sempre a eficiência em todo o processo produtivo. Para que essa produção tenha
êxito são utilizados diversos recursos naturais provenientes da natureza retirados pela força do
trabalho e transformados em bens de capital na forma de máquinas e equipamentos (ROCHA,
2002).
Administrar a produção é a gestão no processo de conversão que transforma insumos
(matéria-prima e mão-de-obra), em resultados na forma de produtos acabados e serviços.
Definida também de acordo com perspectivas corporativas como o gerenciamento dos
recursos diretos que são necessários para a obtenção dos produtos e serviços de uma boa
organização. Essa conversão através de uma perspectiva operacional é denominada como um
processo de transformação especialmente em organizações de manufatura.(DAVIS et al,
2001).
A Administração da Produção é o ato de produzir produtos para lançar no mercado,
constituída por um bem econômico e por todas as operações que lhe agreguem valor

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(RITZMAN et al, 2004). Pode ser dito também que Administração da Produção é a arte e a
ciência que combina os insumos e os recursos organizacionais existentes para a produção de
bens e serviços de forma racional. É a produção de bens materiais com valor ou sem valor
econômico, podendo esses bens ser classificados de diversas formas, a depender de seu
destino específico.
Esta parte da ciência administrativa tem uma importância ímpar já que foi neste setor
que os mais conhecidos administradores na tradição ocidental deram início à chamada
revolução científica de Administração. As obras de Taylor, Ford e Gilbreth, por exemplo,
eram por excelência estudos de Administração da Produção. A importância de se desenvolver
a cultura de gerenciamento da produção, deve-se também, segundo Cleto (2002), ao fato do
sistema produtivo estar em constante transformação e à evolução da gestão de recursos
humanos. O sistema produtivo nos últimos 50 anos vem passando por mudanças,
transformações principalmente no grupo da tecnologia de máquinas, SI, automação robótica,
telecomunicações tornando o planejamento e controle das operações mais eficientes. A gestão
de recursos humanos é outro grupo que significativamente emoldura esse quadro de
desenvolvimento através de novos conceitos e métodos sendo ambos motivo de vantagem
competitiva elevando as empresas a patamares de desenvolvimento e crescimento
significativos.
Embora as mudanças no setor de produção tenham sofrido uma grande revolução, há
técnicas tradicionais, algumas inclusive com denominações novas, que orientam basicamente
o trabalho dos gestores de produção. Estas técnicas estão relacionadas aos seguintes
fenômenos:
- produtividade,
- benchmarking,
- PCP - planejamento das atividades e do processo produtivo, dos incentivos ao material
humano,
- processo de fabricação;
- inovações derivadas do avanço tecnológico (just in time, MRP, inovações
computadorizadas e lay-out) e
- respeito ao meio ambiente.

2. As ferramentas da gestão

2.1 Produtividade
A noção de produtividade é fundamental na gestão da produção. Organizações
governamentais e pessoas físicas na busca de retorno financeiro em operações de produção
tentam manter o ciclo produtivo utilizando formas de medir o desempenho produtivo através
da relação entre a quantidade produtiva (Q) e os recursos que lhe deram origem. Para melhor
explicação, este raciocínio pode ser descrito por esta fórmula:

Pd = quantidade / recursos

onde, a produtividade Pd é a relação direta entre a quantidade produzida e os recursos


utilizados ou entre o output e os inputs de produção.

Quanto maior o lucro maior é a produtividade, mesmo assim acontecerá prejuízo no


processo se a empresa vender seus produtos com preço abaixo da cobertura dos seus custos,
caracterizando dessa forma desvantagem competitiva no mercado produtivo no qual foi em
vão o esforço racionalizado no processo produtivo. A figura n. 1, que apresenta os passos do

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processo de transformação em uma empresa prestadora de serviços, ajuda a entender melhor


este ponto.

Equipamentos Procedimentos

Fornecedores PROCESSO Produto e serviço

Informações Mão-de-obra
FIGURA n. 1. Processo de transformação na matéria-prima, adaptado de Rocha, 2002.

2.2. Benchmarking
Benchmarking é outra técnica simples e importante na empresa atual. Essencialmente
é o processo para se identificar os melhores padrões, ou os modelos de excelência, de
produtos, serviços ou processos e através deles fazer as necessárias inovações na organização
para se atingir aqueles padrões. É uma busca das melhores práticas (BUTTA & HUQ, 1999).
O benchmarking ajuda o processo de inovação das organizações, já que a empresa já vai à
busca de experiências já testadas. Permite às empresas a enxergarem além de suas fronteiras
internas, o que pode trazer dividendos em termos de aprendizado, se for executado com os
devidos cuidados. Permite também às empresas a desenvolver um plano de melhoria contínua
para o setor (CAMP, 1998). Mais importante ainda é a contribuição de Peltola, Torkelia e
Tuimala (2002), identificando o excelente desempenho desta ferramenta para melhoria de
todo o processo fornecedor – comprador. Ele usa basicamente as técnicas de AHP (Analytic
Hierarchy Process) e GSS( Group Suport System). Em suma, esta é uma prática antiga, mas
que tem trazido resultados importantes em muitas organizações onde é utilizada. Há
indicações, segundo o Instituto Euvaldo Lodi (2006), de que benchmarking vem sendo
utilizado por um número crescente de empresas em todo o mundo, o que dá uma segurança
maior para sua utilização.

2.3 PCP – Programa de controle da produção


PCP – Programa de controle da produção ou ainda planejamento do processo produtivo é
muito mais que um método ou uma técnica, mas todo um conjunto harmônico de medidas que
visam fazer com que um produto ou serviço seja oferecido ao usuário com garantia de
qualidade, na quantidade certa, e em condições crescentes de competitividade e inovação.
Diz-se normalmente que há um processo produtivo planejado, quando:

- um produto ou um serviço novo ou modificado substancialmente é oferecido


- a qualidade precisa ser melhorada
- as competitividades e prioridades se alteram
- a demanda por um produto ou serviço está mudando
- o desempenho atual é inadequado
- o custo ou a disponibilidade dos insumos mudaram
- os concorrentes estão em vantagem usando um novo processo
− novas tecnologias encontram-se disponíveis.

De acordo com (ROCHA, 2002), o PCP é uma unidade responsável pela mobilização
de recursos necessários à fabricação dos bens estando nele centralizado todo processo
decisório de planejamento. Através do PCP a empresa mobiliza insumos ou recursos
necessários para o processo de fabricação. Tem como função de posse de pedidos ou da
previsão da demanda determinar, o que, quando, onde, como com quem e quando produzir,

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além de controlar, acompanhar o abastecimento de material e medir o desempenho do


processo, mantém sobre seu domínio todo o processo.
Acompanhando o planejamento do processo, há as atividades de previsão da empresa
que necessidade estar bem estruturada. Há vários níveis de previsão. Nos níveis mais altos,
ela é a base para realizar o planejamento estratégico em longo prazo. Nas áreas de finanças e
contabilidade a previsão de demanda faz o planejamento orçamentário e o controle de custos.
No marketing, a previsão de vendas planeja novos produtos, premia vendedores e toma outras
decisões importantes na empresa. Na administração da produção ela é usada para tomar
decisões periódicas que envolvem seleção de processos, planejamento de capacidade,
melhorias de leiaute, planeja a produção e programa o estoque.
As técnicas da previsão são classificadas em três categorias gerais: qualitativa, de
séries temporais e modelos causais. A primeira é subjetiva ou optativa por natureza são
baseadas em estimativas e em opiniões. A segunda baseia-se na idéia de que dados
relacionados com a demanda do passado podem ser usados para prever a demanda futura, a
terceira admite que a demanda está relacionada com algum fator fundamental ou fatores do
meio ambiente ocorrendo relacionamentos de causa e efeito.

2.4. Processo de fabricação


O processo de fabricação ou de transformação é o trabalho central do gestor de
produção. Define-se processo como qualquer passo ou conjunto de passos que estão
envolvidos na conversão ou na transformação de insumos em resultados. Também
considerados métodos de trabalho no aprimoramento de produtos, na tentativa de baixar
custos a técnica nesse processo atrai mais o consumidor além de procurar antecipar-se aos
concorrentes nos resultados conseguidos com melhorias do produto, trabalhando também
novas especificações num determinado produto evitando o trabalho desnecessário isto é
fazendo com que os movimentos das pessoas sejam mais bem aproveitados (DAVIS, et al,
2001: 61).
Faz-se mister aqui ressaltar aqui os tipos mais conhecidos desses processos de
fabricação. Tomando-se a classificação de Ekrajewski (2004), há cinco tipos: processo de
projeto, por tarefa, por lote, em linha e contínuo. O importante, segundo os gestores
consultados, não é que a organização deslanche todos estes tipos de processos, mas que tenha
bem presente a sua necessidade quando a situação assim o exigir. O processo por projeto, por
exemplo, é importante quando da formação de uma equipe de projeto para realizar uma tarefa
- escolher uma boa localização para uma nova fábrica e também adota ERP (Planejamento de
Recursos Empresariais) para uma empresa industrial. Processo por tarefa cria a flexibilidade
necessária para produzir uma variedade de produtos ou serviços em quantidades
significativas. Ex: Usinagem de tubos metálicos de precisão e equipe de consultoria interna
numa industria. Já o processo por lote difere de um processo de tarefa no que diz respeito a
volume, variedade e qualidade. Produção de um lote de livros didáticos, por exemplo. Quando
as ordens de produção não têm relação direta com os pedidos dos clientes, como ocorrem
processos por projeto e por tarefa, dá-se o processo em linha. E finalmente, o processo
contínuo que é um caso da produção em grande volume e padronizada com fluxos de linha
rígidos.
O mais importante nesta atividade do processo de produção é ater-se bem às
prioridades competitivas da organização, que atendem geralmente aos atributos constantes do
quadro n. 1.

1. Operações de custo reduzido


2. Projeto de alto desempenho
3. Qualidade consistente

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4. Prazo de entrega rápido


5. Entrega pontual
6. Velocidade de desenvolvimento
7. Customização
8. Flexibilidade de volume
QUADRO n. 1 – Prioridades competitivas para o processo de produção

2.5. inovações derivadas do avanço tecnológico (just in time, MRP, inovações


computadorizadas e lay-out)
O desenvolvimento de sistemas de gerenciamento (softwares) tais como MRP
(Materials Requirements Planning) e MRP II (Manufacturing Resourcesm Planning)
impulsionaram a sistematização das informações para o Planejamento e controle da produção.
Nos tempos atuais é consideravelmente desastroso o gerenciamento da produção sem um bom
sistema informatizado de controle (software), (RITZMAN et al, 2004).
Este desenvolvimento tem dado às organizações uma gama muita grande tecnologias
em termos de hardware e software capazes de proporcionar ao gestor de produção vantagens
inimagináveis no tempo de Taylor or Ford. A tecnologia permite o desenvolvimento da
robótica industrial onde robôs já assistem robôs dispensando interferência humana sujeita a
erros de diversas espécies. Embora nem toda a empresa, tenha acesso à robótica para o gestor
de produção há muitos recursos tais com o CAD (Computer Aided – ou Assisted – Design), o
CAD-CAM (Computer Aided Design and Manufacturing), o FMS (Flexible Manufacturing
Systems), o CIM (Computer-Integrated Manufacturing) e todas as facilidades proporcionadas
pela moderna tecnologia da informação.
JIT – Just in time é um sistema de produção enxuto com estratégias de operação,
processos, tecnologias, qualidade, capacidade, arranjo físico, cadeia de suprimentos, etc., o
qual agrupa todos para criar processos eficientes como estoque zero, fabricação em sintonia,
produção sem estoque (Hewlett-Packard), material conforme o necessário (Haley-Davidson) e
fabricação de fluxo contínuo (IBM). É o sistema mais difundido e sua filosofia é simples,
porém poderosa quando aplicado a uma empresa elimina perdas e diminui o estoque
desnecessário eliminando as atividades que não agregam valor nas operações. Esse sistema de
produção enxuta concentra-se também em reduzir ineficiência e tempo improdutivo nos
processos, aperfeiçoando qualitativamente produtos fabricados ou serviços prestados. Ao se
usar o método de puxar o fluxo de materiais verifica-se o nível de estoque e as demandas
ativando a produção do item. Já o método de empurrar a produção acontece quando na
produção de um item tem início antecedendo a ocorrência da necessidade imediata do cliente.
Atingir a produção em alto volume, utilizando estoques mínimos de matérias-primas,
estoque intermediário e bens acabados constituem a essência das atividades empregadas num
JIT. A lógica do Just-in-time para (DAVIS, et al, 2001), é a de que nada será produzido até
que seja necessário. A previsão de demanda para o produto final, qualidade em cada etapa do
processo produtivo e forte relação com vendedores prima a existência de um JIT coordenado
numa empresa.
O Just-in-time amplo conhecido também como produção enxuta (ZIPKING, 1991: 41)
é a maneira de administrar a produção através de operações que buscam eliminar a perda em
toda atividade de produção de uma empresa. O JIT restrito programa o estoque de bens e na
provisão de recursos de serviços onde e quando necessário. Segundo o mesmo autor o sucesso
dos Japoneses deterem e dominarem os mercados de televisores, vídeos-cassete, câmeras
fotográficas, relógios, motocicletas e construção de navios em grande parte foram devido a
implantação e execução do JIT (DAVIS, et al, 2001). O conceito just-in-time aplica-se,
fundamentalmente, a processos repetitivos de manufatura.

O QUE É O QUE FAZ

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►Filosofia de administração ►Ataca a perda (tempo, estoque, refugo)


►Sistema de “puxar” através da planta ►Expõe problemas e gargalos
►Atinge a produção sincronizada
O QUE REQUER O QUE SUPÕE
►Participação do empregado ►Ambiente estável
►Engenharia de produção-básico
►Melhorias contínuas
►Controle total da qualidade
►Tamanhos pequenos de lotes

QUADRO n. 2: JIT no processo repetitivo de manufatura (adaptado de Gopal Gupta,


Professor and Associate Department Head, Department of Computer Science,
University of Texas at Dallas).

Uma outra ferramenta que tem sofrido seguidas transformações com a evolução dos
estudos organizacionais é o lay-out, ou arranjos físicos, que é uma atividade feita para
organização num ambiente de trabalho, esperando maximização na função do processo
produtivo com otimização do espaço físico disponível (ROCHA, 2002), tendo como objetivo
utilizar racionalmente do ambiente, reduzir ao mínimo as movimentações de materiais,
produtos e pessoas, otimizar o fluxo produtivo, oferecer melhores condições de trabalho aos
funcionários, evitar investimento desnecessário, permitir manutenção e possibilitar a
supervisão da produção e da qualidade dos produtos e serviços.
A evolução das técnicas de produção, a padronização de procedimentos, a revolução
da qualidade e das comunicações têm exercido forte influência nos estudos de lay-outs. Hoje
há grandes organizações que utilizam basicamente o sistema de terceirização na montagem
de produtos complexos, tais como na indústria automobilística. Os fornecedores montam seus
equipamentos dentro das indústrias que os adquirem fábricas, dando-lhes a garantia de
qualidade requisitada. Não se trata apenas de garantia de produto, mas da própria montagem,
que anteriormente pertencia às companhias montadoras. Assim, há uma clara evolução nos
tipos tradicionais de lay-out, conhecidos como arranjo físico em linha, funcional, físico
celular e posicional.
Claro que os gestores de produção vêem-se hoje com uma responsabilidade muito
maior, já que o leque de possibilidade de disposição e arranjos físicos das manufaturas é bem
mais elástico. Somente, processos como o de terceirização, o de produção mundial (onde
partes de um mesmo produto, tal como sistema de injeção eletrônica, ou sistemas hidráulico e
de freio são produzidos em diferentes países e podem ser montados dentro da fábrica por
diferentes equipes. A responsabilidade aumenta na proporção em que os padrões de qualidade
devem ser devidamente mensurados. Um bom exemplo sobre este ponto acha-se retratado na
figura n. 2 sobre rede global da Ford para apoiar a manufatura do Escort.

PAÍS MANUFATURA DO ESCORT


França alternador, cabeça do cilindro, cilindro-mestre
Suécia fixador de mangueira, parafuso do cilindro
Reino Unido carburador, embreagem, ignição, exaustão, bomba de óleo
Paízes Baixos: pintura, lataria
Alemanha: pistões, disco frontal, velocímetro, tanque de combustível, eixo das rodas traseiras
Bélgica estofamento dos assentos
Áustria: radiador, mangueiras do aquecedor
Estados Unidos: válvulas de circulação-exaustão a gás, parafusos das rodas, sistemas hidráulicos
Noruega: flanges de exaustão, pneus
Dinamarca: correia da ventoinha
Japão meios de partida

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Itália: cabeça do cilindro grelhas de descongelamento


Espanha: fiação elétrica, bateria
FIGURA n. 2: Rede Global da Ford para apoiar a Manufatura do Escort, adaptado de Davis,
et al ( 2001. p. 30).

2.6. Respeito ao meio ambiente


Diferença substancial na tradição da Administração da Produção é aquilo que se refere
ao meio ambiente. Esta não é uma diferença específica da gestão da produção, mas de todo o
sistema produtivo. As preocupações sobre destino do planeta terra começam a surtir efeitos
nos vários campos da Administração apenas nas últimas décadas do século XX.
Hoje além da preocupação de produzir com o mínimo de danos ambientais, há uma
outra preocupação que é a de produzir material básico para subsistência da população tem
suas vantagens e desvantagens; a primeira quando essa produção consegue satisfazer
demandas. Quanto às desvantagens quando esses produtos ou serviços são geradores de
impactos ao meio ambiente pelo fato de num processo produtivo serem mal elaborados,
afetando o meio ambiente e os seres humanos. Os exemplos citados abaixo fazem essa teoria
se confirmar. O primeiro fato acontece numa região populosa do Brasil donde a demanda é
essencialmente administrada numa grande escala de produção, como o Estado de São Paulo,
por exemplo (GRUENZNER,2003).
Com o objetivo de estimar os riscos da exposição ocupacional à poeira de sílica
cristalina foram obtidas doze amostras de poeira na fração respirável em cinco atividades
realizadas na lavra de brita. Após coletar amostras de poeira junto aos trabalhadores,
utilizando-se bombas de amostragem de uso individual, ciclone Dorr-Oliver e filtros de
membrana de PVC. Os resultados obtidos nos processos de perfuração e britagem indicaram
que os riscos de exposição à poeira são inaceitáveis.
Outro grave problema é o caso de se produzir energia atômica para geração de luz para
o Estado do Rio de Janeiro através das usinas nucleares (Angra 1 e 2). Devido grande a
demanda dessa região, e na busca de se completar cotas de energia no Estado que apenas com
energia gerada por hidrelétricas encontrava-se em estado de desvantagem com a demanda, o
gerenciamento desta produção passou por diversas provações e situações preocupantes
quando o material radioativo produzido em grande escala na usina tendo que se adequar a
normas de segurança internacional seguindo criteriosamente etapas de segurança muito
rígidas com a preocupação da não proliferação ionizante do material produzido, foi um
grande desafio para esses administradores (gerentes de produção) e, continua sendo em
diversos países que dependem desse processo produtivo em grande escala para satisfazer as
carências energéticas gerais.
São muitos os riscos ambientais para serem citados com matérias primas em processo
de transformação utilizadas pelas indústrias que poderíamos citar nesse momento mas, nos
concentramos nesses dois exemplos por serem de grande importância devido a necessidade de
se produzir muito e a necessidade de se cumprir com etapas produtivas de grande escala
devido a demanda existente no campo social energético e de materiais de construção trazendo
riscos ambientais nesses processos e estudar-se maneiras de redução desses riscos através de
métodos e modelos aplicados em outros produtos de risco mas que os mesmos conseguem ser
produzidos com segurança.
Outra grande produção que afeta diretamente o meio ambiente é a de extração e
processamento do carvão mineral passando pelo processo de produção de energia, quanto
maior o volume desse processo maior será a geração de energia e paradoxalmente maiores são
impactos gerados ao meio ambiente por causa da emissão de gases prejudiciais ao ar
contribuindo também para o efeito estufa no globo terrestre.

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Com o avanço da tecnologia acelerada empresas se defrontam com problemas éticos e


ambientais, por isso prolifera a propina, o conflito de interesses, entretenimento exagerado,
dominações de minorias de mulheres da pobreza características típicas de países
antropocêntricos e individualistas principalmente do ocidente. Mesmo assim existe um
combate por conselhos éticos de administração e as empresas que não se esforçam para
diminuir ou deter esses dilemas estarão fadadas a derrota no mercado global.

3. Metodologia e resultados
Este trabalho é basicamente uma pesquisa de campo com o exame minucioso do que
as empresas vêm fazendo para melhorar seu perfil de condução racional dos processos de
produção. Não se buscou aqui desenvolver um esquema ou um roteiro da Administração da
Produção em empresas, mas tão somente verificar algumas ferramentas que elas estão
empregando com afinco atualmente e que acham que são as mais importantes em suas áreas.
Buscava-se também as ferramentas mais efetivas e utilizadas no dia a dia da
corporação. Estas ferramentas escolhidas são aquelas que pequenos gestores de produção
apontaram como as mais importantes e capazes de fazer uma diferença positiva para as
empresas se bem utilizadas.
Para tanto foram consultadas gerentes de pequenas firmas no entorno de Fortaleza para
verificar o grau que seus funcionários tinham destas funções tradicionais em sua maioria da
Administração da Produção. As empresas são uníssonas em reportar-se à maior
responsabilidade que hoje estão sob sua responsabilidade, tais como:

• Possuir responsabilidades que vão além da produção de bens e serviços para a


obtenção de lucros
• Ajudar e resolver problemas sociais importantes
• Responderem a um público mais amplo do que aquele formado somente pelos
acionistas
• Possuírem impactos além das simples transações de mercado
• Atenderem a uma variedade de valores humanos que vão além do aspecto meramente
econômico.

Vale destacar, no entanto, que mesmo atribuindo-se aos avanços tecnológicos o mérito
pela evolução da Administração, é bom considerar que fatores como respeito ao meio
ambiente e responsabilidade social, considerado um capítulo progressivo da Administração,
já eram reclamados das empresas séculos antes das conferências de Belgrado e de Estokolmo.
As igrejas e as principais religiões, todas elas, vem ao longo destes últimos 20 séculos
defendendo políticas de responsabilidade social, de apoio ao meio ambiente e às coisas da
criação.
O setor de gestão da produção apenas viu desabrochar em seu seio este grito de
resgate milenar dos recursos da terra que estavam sendo dilapidados. A bem do resgate das
raízes do movimento ambiental, é bom lembrar que todas tradições importantes da cultura
moderna, tal como o confucionismo, o budismo, o cristianismo e o islamismo, pregaram o
respeito ao meio ambiente e a responsabilidade social. Este movimento estava faltando e
chegou na hora certa, ainda que muitos dos gerentes consultados tenham se mostrado
relutantes diante de alguns dos tópicos relativos ao meio ambiente.
Afora estas desavenças no tocante aos avanços da gestão de produção, os gerentes
consultados foram unânimes em apontar que o instrumental aqui comentado é suficiente para
incrementar e melhorar significativamente o desempenho do setor de produção ns empresas.

Conclusão

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Os setores produtivos tem uma grande importância quanto a qualidade final das operações são
manuseadas com aptidão por gente qualificada que não comprometem a produção em escala
de determinados produtos e nem o meio ambiente com os recursos extraídos e mau utilizados
no processo de descarte. A abordagem do processo de produção explorada neste trabalho
destaca a importância das empresas investirem em tecnologia, material humano qualificado e
na redução de sobras de produção de determinados produtos que fazem a diferença quando
em excesso têm seu processo produtivo mal elaborado.
Ao se utilizar sistemas de produção enxuta, a empresa determina seu potencial quando
os resultados esperados são comprovados pela eficiência desses sistemas. Sem falar na
aplicação em locais físicos de lay-outs que confirmam a eficiência na produção sem perda de
tempo para ajustes ou reposicionamento contribuindo com isso numa distribuição eficaz dessa
produção e na fidelização adquirida pelos consumidores de produtos elaborados e produzida
dentro da máxima da gestão produtiva.

Referências Bibliográficas
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CLETO, Marcelo Transformações econômicas e a avanços tecnológicos que determinam o desenvolvimento das
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