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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

UNIDADE FLORIANÓPOLIS/SC

A IMPORTÂNCIA DO MONITORAMENTO DOS ÍNDICES DE


RETRABALHO NAS INDÚSTRIAS

Helena Lyssya Pinheiro Silva


Larissa Farias Tambosi

FLORIANÓPOLIS - SC

2022
Helena Lyssya Pinheiro Silva
Larissa Farias Tambosi

A IMPORTÂNCIA DO MONITORAMENTO DOS ÍNDICES DE


RETRABALHO NAS INDÚSTRIAS

Trabalho apresentado à Unidade Curricular de


Florianópolis/SC como requisito parcial para
avaliação da disciplina Desenvolvimento de
Projeto do curso de Técnico em Administração.
Professor (a): Alessandra Knoll

FLORIANÓPOLIS - SC

2022
RESUMO

Esta pesquisa consiste em um estudo geral sobre a importância do monitoramento do índice


de retrabalho nas indústrias nos seus processos produtivos, através da identificação das
possíveis causas e consequências para a empresa. Para tanto utilizou-se de diversas
bibliografias que abordaram o tema de retrabalho em indústrias dos mais diferentes
seguimentos, sendo a maioria com a proposta de aplicação alguma metodologia de análise
para posterior elaboração de um plano de ação. Baseado nesses estudos, como resultado,
conclui-se que grande parte das indústrias que fazem a aplicação de técnicas de
monitoramento de produção e qualidade, e entendem a importância dessa aplicação,
apresentam melhorias contínuas nos seus processos e quase que total erradicação de refugos e
retrabalhos.

Palavras-chave: qualidade, processos, retrabalho, indústrias, monitoramento.


1 INTRODUÇÃO

Com o aumento do valor dos insumos industriais e a grande competitividade no


mercado, independentemente do segmento, a preocupação com práticas que não agreguem
alto custo ao produto final e ainda mantenha a qualidade, está mais intensa que nunca.
Existem algumas práticas que são consideradas inimigas da produtividade e
deficiência em um âmbito empresarial. A principal delas, e a mais temida pelos trabalhadores,
muitas vezes, é o retrabalho.
Mas o que seria retrabalho? O retrabalho nada mais é do que a necessidade de repetir a
execução de uma atividade, mesmo que parcialmente, por falhas no procedimento ou
mudanças de diretrizes.
A necessidade de encontrar tempo extra para refazer uma produção que foi perdida por
um erro, pode refletir em danos emocionais para os colaboradores. A realocação da equipe
promove, também, um impacto negativo na produtividade. Afinal, se os colaboradores estão
ocupados com tarefas que já deveriam estar concluídas, o fluxo de trabalho é interrompido e
as demandas entram em paralisação.
Além da perda de produtividade, pode ocorrer também uma redução na qualidade do
produto final por conta do desfalque na equipe.
O retrabalho também pode acarretar em prejuízos financeiros para a empresa. Pois
todo o investimento de matéria prima usados nesta produção será perdida caso não tenha
como fazer o retrabalho nesses produtos.
A partir das práticas da gestão da qualidade é possível reduzir desperdícios e custos da
não qualidade no processo de produção, consequentemente é possível reduzir preços, pois na
lógica atual do mercado ganha quem apresentar os preços mais baixos ao mesmo tempo em
que consiga cumprir os requisitos pré-estabelecidos pelo consumidor (CARPINETTI, 2012 in
CALLEFI & CHIROLI, 2016).
Assim, este trabalho pretende analisar a importância do monitoramento dos índices de
retrabalho na indústrias em geral, identificando os prinicipais motivos que levam a esse
processo e as possíveis consequências geradas. E apresentar alguns métodos existentes que
auxiliam nessa atividade de monitoramento.
2 OBJETIVOS

A pesquisa tem como objetivo avaliar a importância do monitoramento dos índices de


retrabalho nas indústrias.

• Identificar e descrever os principais indicadores de retrabalho nas indústrias;

• Identificar os principais causadores de retrabalho nas indústrias;

• Identificar as principais consequências do alto índice de retrabalho nas indústrias;

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 CONCEITO DE QUALIDADE

Os conceitos da qualidade foram iniciados e introduzidos no Japão, pelo estatístico W. E.


Deming, logo após a segunda guerra mundial a convite da empresa japonesa Japanese Union
of Scientists and Engineers (JUSE). Desde então, esses conceitos de qualidade vem agregando
valor para inúmeras empresas em todo o mundo.

Araújo & Ventura (2019) afirmam que qualidade é estabelecer padrões e valer-se de
ferramentas para garantir uma homogeneidade no processo produtivo, de forma a alcançar o
atendimento as normas técnicas e a satisfação do cliente.

Campos (2014) in Araújo & Ventura (2019), diz que um produto ou serviço de qualidade,
é aquele que consegue suprir as necessidades dos clientes, de maneira assertiva, segura,
confiável e em tempo hábil.

3.2 GESTÃO DA QUALIDADE NAS INDÚSTRIAS

Um SGQ (Sistema de Gestão da Qualidade) tem o objetivo de comuicar adequadamente


as informações pertinentes à organização, evidenciar a conformidade do produto e do serviço
fornecido e compartilhar o conhecimento.

Desde Ford e o “princípio da divisão do trabalho”, pasaando pela introdução do controle


estatístico do processo (para monitorar e assegurar qualidade ao processo), Deming e o
modelo PDCA de melhoria contínua, Fayoul e o desenvolvimento da administração, a criação
da ISO (padronização de normas técnicas), até Juran e o conceito de “foco no cliente”, se
passa um pouco do histórico dos movimentos em prol da qualidade industrial.

O próprio processo da globalização exigiu um padrão de qualidade mais elevado. Dessa


forma, vimos no âmbito industrial uma mudança cultural muito grande, pois os mercados
consumidores começaram a ter mais opções de produtos e, com isso, os produtores de menor
qualidade tiverem, basicamente, dois caminhos: melhorar a qualidade ou fechar as portas.

Atualmente, são três os pilares da qualidade: comunicação, busca da melhoria contínua e


uso de tecnologia adequada. A gestão da qualidade é uma estratégia que busca continuamente
elevados padrões e visa a melhoria do desempenho. Está relacionado ao desempenho de
pessoas, processos, produtos e do próprio ambiente de trabalho.

Adotando um sistema de gestão de qualidade, a organização consegue controlar e


melhorar seus processos de forma rápida. Ao estabelecer um modo de operar mais adequado,
a organização evita que as atividades sejam feitas de maneira errônea e que possam interferir
na qualidade final do produto ou serviço, facilitando também a integração de novos
trabalhadores que precisam entender rapidamente como as etapas das atividades funcionam.
(ISO 9001, 2015 in SILVA & GUEDES, 2019).

3.3 INDICADORES

Qualquer empresa, seja ela de grande, médio ou pequeno porte requer que sua
administração seja estruturada com um planejamento estratégico, operacional, de execução e
controle.

Os indicadores de qualidade ou KPIs são métricas importantes para que uma empresa
possa avaliar o desempenho de suas atividades, eles auxiliam em vários aspectos relacionados
ao sucesso, inclusive, a compreender os fatores impedem o empreendimento de atingir os
resultados desejados.

É necessário estabelecer o que precisa ser medido para somente depois definir ao certo as
medidas adequadas para avaliar o que se pretende medir. Antigamente as empresas tomavam
decisões baseadas apenas em informações financeiras obtidas no setor de contabilidade da
empresa, porém hoje em dia as coisas não funcionam mais dessa forma. Hoje em dia as
decisões são tomadas depois de serem realizados levantamentos que envolvem grande número
de variáveis exigindo uma grande preocupação entre os gestores com indicadores como:
satisfação de clientes, qualidade dos produtos, participação no mercado, retenção de clientes,
fidelidade dos clientes, inovação, habilidades estratégicas (MIRANDA, WANDERLEY,
MEIRA, 1999 in SILVA & GUEDES, 2019).

3.4 RETRABALHO NA IDÚSTRIA

O conceito de trabalho, de acordo com dicionários da língua portuguesa, pode ter diversos
significados, dependendo do tema que se quer abordar. Para Barros e Barros (2008) o trabalho
está ligado a atividades coordenadas, onde considera que trabalho é uma atividade humana,
considerada como fator de produção, aplicação de forças e faculdades humanas para alcançar
algum resultado.

No ambiente industrial constituído de área ou linhas d eprodução, elas são dependentes de


vários processos diferentes para que juntos possam obter o produto final. Esses processos
devem estar sempre alinhados e na medida do possível sem ocorrê cias d eprobelmas para que
um não possa prejudicar o outro.

Agora, quando os problemas se evidenciam, seja em qualquer um deles, o fluxo de todo o


processo produtivo com certeza será comprometido. E um dos maiores problemas que podem
prejudicar um processo produtivo na indústria é o retrabalho.

Para Hutchins (1993), retrabalho é um termo usado normalmente em relação aos produtos
que podem estar fora das suas especificações, mas que podem ser consertados fora da linha.
Conforme Hutchins (1993), algumas empresas possuem um índice tão elevado de retrabalho
há tanto tempo que este já é considerado como característica normal de sua produção.

De acordo com Gaither e Frazier (2002), retrabalho é o que se aplica àqueles produtos que
se revelam defeituosos ainda na fase de produção e precisam ser consertados ou ajustados.

Hutchins (1993), ainda salienta que a maioria das empresas tem estatísticas para mapear
os dados dos retrabalhos, porém muitas destas, ainda não transformam estes números em
custo. Ainda para Hutchins (1993), mesmo que as empresas tenham estes valores
identificados, não levam em conta outras variáveis também geradoras de custos e totalmente
interligadas ao retrabalho, como por exemplo, perda de tempo de máquina, efeitos sobre o
programa de produção, compra de material de reposição, entre outros.

Para eliminar ou reduzir o desperdício tendo em mãos os resultados através dos


indicadores deve-se buscar identificar as causas e tomar ações, com a utilização das
ferramentas da qualidade o resultado pode ser rápido e eficaz.

As causas para esse tipo de problema podem ser pr diversos motivos, como deficiência na
qualidade da matéria prima ou insumos, falta de peças ou componentes, indisponibilidae de
tempo para execução adequada do serviço, falhas no planejamento da ordem de serviço;
deficiência na qualidade da operação, entre outros. Ou seja, podemos ter inúmeras
possibilidades para reabertura de uma ordem de serviço que gera esse retrabalho.

O retrabalho traz consigo algumas consequências, que claro, não benéficas para a
empresa, os setores mais prejudicados são so produtivos que podem estar trabalhando com
ineficiência, baixa produtividade, redução de disponibilidade, interferência na qualidade,
entre outros. Além de causar um problema em série, já que, cmo um efeito dominó, atrasará a
entrega do produto, que acarretará na insatisfação do cliente, e esse futuramente pode não
retornar, sendo uma baixa financeira.

4 METODOLOGIA

O trabalho apresentado realizou-se através do método de pesquisa bibliográfica, onde


analisou-se o que diversos autores falam sobre os tópicos tratados.

5 CRONOGRAMA

A seguir, o cronograma definido para a elaboração do trabalho que se segue.


ETAPA O QUE FAZER INÍCIO DA ETAPA FIM DA ETAPA
1 DEFINIR TEMA 24/06/2022 27/06/2022
2 DELIMITAR TEMA 27/06/2022 28/06/2022
DEFINIR PROBLEMA A SER
3 27/06/2022 29/06/2022
PESQUISADO
PESQUISAR MATERIAL
4 BIBLIOGRAFICO SOBRE O 27/06/2022 29/06/2022
TEMA
5 COLETAR DADOS 29/06/2022 30/06/2022
6 REVISAR DADOS 30/06/2022 04/06/2022
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SILVA, A. K. & GUEDES, E. E. V. CONTROLE DO ÍNDICE DE RETRABALHO:


estudo de caso em uma empresa do ramo automotivo. Minas Gerais, 2019.

HUTCHINS, David. Just in time. São Paulo: Atlas, 1993.

GAITHER N. e FRAZIER GREG. Administração da produção e operações. São Paulo:


Pioneira Thomson Learning, 2001.

ARAÚJO, D. C. & VENTURA, V. Dos S. Mensuração, controle e monitoramento dos


índices de retrabalho: uma pesquisa-ação em uma metalúrgica. II SENGI – Simpósio
de Engenharia, Gestão e Inovação, Divinópolis, 2019.

PACHECO, D. A. De J. & SANTOS, E. L. Dos. Estratégias de redução de custos de


não qualidade na indústria de couros. Revista Ingeniería Industrial-Año 17, Nº1: 23-35,
2018. Acesso em: 07 de Julho de 2022. Disponível em: <
http://revistas.ubiobio.cl/index.php/RI/article/view/3769/3601>

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