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“A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens
avançadas de produção”
Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017.
A INOVAÇÃO NA PERSPECTIVA DO
CONTROLE DE CUSTOS DE
PROCESSOS: UM ESTUDO DE CASO EM
USINA TERMOELÉTRICA
Maycon da Silva Geronimo (CEUMA)
maycondasilva@hotmail.com
Oswaldo da Conceicao Fonseca Nunes Filho (CEUMA)
oswaldo_lost@hotmail.com
Aureo Luan Gomes Mesquita (CEUMA)
aureoluan@gmail.com
Adamy Cesario de Sousa Pereira (CEUMA)
adamycesario@gmail.com
RIALBERTH MATOS CUTRIM (CEUMA)
RMCUTRIM@HOTMAIL.COM
1. Introdução
Atualmente o grande desafio da maioria das empresas que já estão em operação trata- se da
otimização de seus processos produtivos, com ênfase na redução dos custos e melhoria da
qualidade de seus produtos e serviços. O mercado coloca as empresas diretamente em
competição, ou seja, para as organizações com fins lucrativos, um dos objetivos principais
trata do aumento de seus rendimentos financeiros, ou seja, lucro.
Uma das maneiras de se obter maiores lucros é reduzir custos dentro do processo produtivo, o
consumidor procura aquilo que é mais vantajoso e acessível, logo cabe as empresas e aos seus
gestores saber como atuar para conseguir mais clientes, assim como melhorar seu processo
produtivo de tal forma que se possa aumentar o lucro, assim gestores estão na busca por
soluções que lhe coloquem em uma posição vantajosa no mercado.
Muitas são as organizações que procuram minimizar o custo de seus produtos e serviços,
porém não são todas que conseguem. Algumas não tem recurso suficiente para adquirir os
melhores programas de gerenciamento de custos, outras até dispõem de muitos recursos para
o gerenciamento de informações, porém não sabem usá-los de maneira eficiente, desta forma
o aumento da produtividade, as técnicas de controle e redução de custos vem chamando a
atenção de muitos administradores.
Considerando-se a relevância do tema abordado por este trabalho, o presente artigo tem como
problema de pesquisa: qual a melhor forma de reduzir custos utilizando as oportunidades de
inovar? Tal questionamento há de requerer tanto, uma revisão bibliográfica quanto, a
utilização de mecanismos de observação ou coleta de informações capazes de permitirem que,
a temática investigada atinja o objetivo geral da pesquisa que é: analisar como o controle do
processo da geração de energia pode melhorar de modo a otimizar custos e aumentar a lucro
da unidade.
2. Referencial Teórico
Para que o presente artigo atinja seus propósitos, é necessário que se faça uma
contextualização acerca das teorias e artigos existentes cujo propósito será o de dar
consistência técnica-científica a este trabalho. Neste sentido, é requerido uma abordagem aos
seguintes temas: Gestão da inovação; Gestão dos custos industriais; A importância do
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controle nas organizações, entende-se, ser o caminho para a análise do problema suscitado
neste artigo.
De acordo com a figura 1, é possível observar que pequena melhoria nos produtos existentes
também se configura como uma inovação, mesmo que em baixo grau, destaca-se também o
impacto mercadológico causado pelo tipo de inovação, ressaltando que quanto maior for o
grau de inovação maior será o impacto no mercado, consequentemente essa inovação atingirá
um número maior de pessoas.
Na visão de Mendes (2012, p. 155) a inovação é a chave para o sucesso, e a tecnologia está
cada vez mais fazendo o mundo parecer menor, mais conectado e mais rápido. Uma melhoria
na tecnologia é definida como um conjunto de técnicas, soluções e condições que fazem com
que as empresas gerem maior produção com uma mesma quantidade de insumos ou o
contrário, obter uma produção igual, porém com utilização menor de recursos, ou seja,
valorizando o fator produtividade.
Para Ritzman e Krajewski (2004, p. 7), a produtividade é o valor do resultado dos bens e/ou
serviços divididos pelo valor dos insumos que são salários, custos dos equipamentos dentre
outros. Reforçando que o modo como os processos são gerenciados desempenha um papel
fundamental na melhoria da produtividade, onde o desafio é aumentar o valor do produto em
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relação ao custo dos insumos, assim a produtividade aumenta de duas maneiras: a primeira
quando o processo é capaz de gerar mais produtos ou produtos de melhor qualidade usando a
mesma quantidade de insumos, e a segunda diz que a produtividade também aumenta se a
produção for a mesma e a quantidade de recursos utilizados para tal for menor.
De acordo com Hashimoto (2013, p. 103) antigamente os custos eram o principal foco no
gerenciamento das empresas onde se buscava a redução de custos ligados aos fatores de
produção como: mão de obra, processos, matéria prima, como expresso na figura 2:
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De acordo com o pensamento de Porter (2004, p. 37) a liderança no custo total trata-se de uma
estratégia com o objetivo de manter o baixo custo de fabricação de seus produtos em relação
aos concorrentes, retratando que uma posição de baixo custo produz retornos acima da média
para as empresas, ou seja, uma posição de baixo custo pode proteger a empresa ao passo que a
concorrência só poderá baixar o preço de seus produtos ao mesmo nível de seu rival mais
eficiente. Reforça também que baixos custos protegem a empresa de fornecedores poderosos,
pois proporcionam maior flexibilidade em relação ao custo dos insumos.
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do custo para obtê-la e o valor agregado que virá através da sua utilidade, e sua utilidade só
será possível se a informação produzida chegar a tempo hábil para a tomada de decisão.
De acordo com Campiglia e Campiglia (1993, p. 15) a organização que desenvolve suas
atividades sem planejamento se sujeita ao desperdício de tempo e de dinheiro por falta de
coordenação do trabalho e das atitudes empresariais. Isto é, da deficiência do planejamento,
surge a impossibilidade de tomada de decisões administrativas de forma racional a curto,
médio e ao longo prazo, capazes de impulsionar a produção e os negócios financeiros a um
rendimento aceitável. Através do planejamento o administrador governa em sentido amplo,
não sendo governado pelos fatos, obtendo melhores condições de tomar decisões certas nos
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momentos oportunos.
De acordo com Andrade e Amboni (2010, p. 233) o controle colabora para execução da
estratégia da organização, assim é uma das forças fundamentais da organização. O controle é
qualquer processo que orienta as atividades dos colaboradores para atendimento das metas
organizacionais, representando a viga mestra que a administração se baseia para o alcance dos
objetivos e metas para ter certeza de que as diretrizes fornecidas pela organização estão sendo
seguidas. Segundo Ansoff (1977, p. 92), existe um elo comum dentro da organização que
aparece na medida em que os objetivos e as metas forem compatíveis com o desempenho real
da mesma, assim uma empresa com alta taxa de crescimento normalmente será vista pela
sociedade investidora como uma empresa de crescimento, com base ampla e diversificada. O
elo comum aparece na forma de um vetor crescimento, que indica a direção para qual a
empresa está caminhando em relação aos seus produtos e mercados.
De acordo com o pensamento de Gassenferth et al. (2015, p. 122) o controle de gestão dentro
das organizações tem três finalidades: a primeira, centrada na área do planejamento, visa
assegurar a execução da estratégia, comparando os resultados encontrados com o que foi
realmente previsto; a segunda finalidade faz referência à área de processos, onde tem por
objetivo avaliar o desempenho dos processos ligados aos fatores humanos, financeiros,
comerciais e operacionais das organizações; a terceira finalidade trata da área pessoal onde
existe a orientação dos profissionais envolvidos nas atividades para assegurar o alcance dos
resultados esperados.
Visto assim, Riggs (1976, p.615) entende que para verificar e controlar desvios é preciso
relacionar os erros às suas devidas causas, enfatizando que muitas vezes essa relação só
aparece depois de aparecerem os gastos ou prejuízos. Sendo assim é fundamental testar as
atividades desenvolvidas e verificar os desvios indesejáveis assim como suas possíveis
causas.
De acordo com D’Avila e Oliveira (2002, p. 29) o controle interno deve ser bem estruturado,
pois somente assim poderá oferecer uma segurança razoável para que a administração possa
atingir objetivos da organização. Por exemplo, um aspecto que não pode ser desprezado é o
papel fundamental das pessoas nas organizações, visto que o elemento humano está presente
nos mais diversos tipos de atividades sendo suscetíveis a falhas naturais, falhas estas que
influenciarão diretamente no processo de tomada de decisões.
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Mintzberg (2003, p. 92) descreve que o sistema de controle de desempenho (pessoas) serve a
dois propósitos, o primeiro é medir, mensurar sendo assim utilizado para avaliar se o grau de
desempenho da unidade está conforme o previsto ou deteriorado, o segundo trata da
motivação, enfatizando que os resultados encontrados podem ser utilizados para estimular um
desempenho melhor, a partir da definição de metas factíveis para os gerentes.
De acordo com o pensamento de Silva (1990, p. 84) o controle eficiente deve cumprir três
funções principais, a saber: a primeira diz respeito à maleabilidade, que retrata a flexibilidade
de introduzir mudanças que surgem em decorrência das alterações nos planos e objetivos
iniciais; a segunda trata da instantaneidade, ou seja, devem-se evidenciar o mais rápido
possível os erros observados; enquanto a terceira é a correção, que vem para reparar as falhas
e não deixar que se repitam.
Gomes e Salas (2001, p. 50) consideram o controle de gestão como um processo sistemático
da organização no sentido de atingir seus objetivos, classificando o mesmo sob duas
perspectivas: a estratégica e a organizacional. A perspectiva estratégica facilita a adaptação
das estratégias da empresa numa visão global dentro do contexto social. A perspectiva
organizacional trata de fazer com que esta estratégia seja vista pelos colaboradores e orientada
na direção conjunta dos objetivos da organização. Assim o controle estratégico trata das ações
e instrumentos orientados para melhoria contínua e manutenção da posição competitiva da
organização, sendo que a geração de informação no contexto social e competitivo ocupa um
lugar de destaque, pois ajuda a antecipar as mudanças.
3. Metodologia da Pesquisa
Com base na revisão bibliográfica abordada neste estudo, foi possível a elaboração de um
check list de observação (APÊNDICE A) que nos permitiu obter os dados de registros e
históricos do processo produtivo do setor de queima de carvão pulverizado na usina
termoelétrica Alfa que tem como principal combustível o carvão mineral.
O estudo elaborou-se devido à empresa estar com dificuldades no sistema de combustão dos
queimadores de óleo diesel. Com isso, em segmento aos objetivos, o trabalho será um estudo
de caso, com natureza qualitativa e quantitativa, de caráter descritivo, com um estudo
exploratório dos registros de operação, através de observação do processo produtivo, análise
dos gráficos de controle. Os dados do processo foram coletados a partir de um check list de
observação (APÊNDICE A) com o acompanhamento das atividades durante o ano de 2016.
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A presente usina utiliza diversos insumos para desenvolver seu processo produtivo, ou seja,
para fornecer a energia solicitada é necessária a utilização de muitos recursos, dentre os
principais tem-se: óleo diesel e carvão mineral (combustíveis), a própria energia elétrica, pois
enquanto a planta ainda não está gerando energia, ela está consumindo energia para ligar seus
equipamentos, a água do mar que é filtrada, clarificada e desmineralizada para uso na
caldeira, recebendo durante este tratamento os devidos produtos químicos, além destes tem-se
a utilização de diversos tipos de gases para conservação e refrigeração de equipamentos,
como saídas do processo produtivo tem-se a energia elétrica gerada, gases e cinzas resultantes
da queima do carvão, o lodo oriundo do processo de clarificação da água e efluentes líquidos,
conforme o diagrama 1:
Recursos de Entrada a
serem transformados:
· Combustível
· Água do Mar
· Gases Industriais
· Produtos Químicos
· Energia Elétrica
Principais Saídas:
Recursos de Entrada
de transformação:
· Instalação
· Pessoal
Fonte: Os autores
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dos queimadores e a absorção deste calor para aquecimento da água que circula pelos tubos da
caldeira. A água e o vapor fluem pelos tubos, assim deve-se evitar material depositado nos
tubos, pois a dificuldade dá água fluir ocasiona uma baixa troca térmica culminando em furos
na caldeira devido à alta carga térmica absorvida. Por isso e outros motivos é importantíssimo
o tratamento de água para caldeiras, no caso da termoelétrica Alfa o fluxo de tratamento de
água começa com a captação de água do mar, passando por um processo de clarificação,
osmose e por fim sendo desmineralizada para então seguir para um tanque, o qual servirá de
estoque para a produção de vapor na caldeira.
5. Resultados e Discussões
A usina Alfa tem como combustível principal o carvão mineral e o óleo diesel como um
combustível de partida da caldeira. Tanto o diesel como o carvão são queimados na região da
fornalha da caldeira, através dos queimadores. Um só queimador é responsável por propiciar a
queima dos dois combustíveis, porém o óleo diesel é utilizado como combustível de ignição,
ou seja, após entrada do carvão mineral o óleo diesel é retirado do processo de queima,
permanecendo somente com a queima do carvão pulverizado.
Um dos problemas encontrados através de inspeções, foi uma deterioração dos queimadores,
analisando a possível causa deste desgaste foi verificado através do monitoramento da
qualidade da chama dentro da fornalha, que a chama proveniente da queima de óleo diesel
estava muito próximo do equipamento, causando dilatação excessiva de sua estrutura e
desgastando o mesmo devido altas temperaturas. Após alterações e testes nos bicos dos
queimadores foi possível observar a diferença na qualidade da chama de óleo diesel,
verificou-se uma acentuada melhora no desempenho da chama, que passou a se propagar mais
longe, levando a um aumento na vida útil do equipamento, também se implantou em cada
queimador um conjunto de termopares, ou seja, agora é possível saber a qual temperatura a o
equipamento está submetido. Tal resultado implica diretamente na redução de futuros custos,
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O novo modelo de bico proporciona uma chama mais estável e mais distante do queimador
levando a um aumento na vida útil ao material de que é feito o queimador. A mudança
realizada nos bicos dos queimadores trata principalmente da diminuição do ângulo de
atomização do óleo diesel que foi reduzido para um ângulo de 45 graus. Outra mudança diz
respeito ao aumento do diâmetro do furo por onde passa o combustível, o que dificulta o
entupimento do bico, auxiliando no processo de acendimento e partida da planta de geração.
6. Considerações Finais
Esta análise verificou os principais desafios da organização com relação a otimização do seu
processo de geração de energia, demonstrando que os resultados e as soluções favoreceram a
otimização dos custos de processos. Desta forma o presente trabalho conclui que o controle de
custos é fundamental paras a organização, e através do controle e da inovação aproveitando as
pequenas oportunidades de melhorias é possível achar os pontos onde uma organização
precisa de atenção, onde é necessário melhorar e aperfeiçoar processos. A contribuição deste
trabalho é apontar que as empresas objetivam sempre melhorar seus processos, fazer o mais
com menos, ou seja, inovar ao se realizar as mesmas atividades com a utilização de menos
recursos disponíveis. O trabalho revelou o quão importante é o controle de custos e a
inovação para a organização que deseja tornar seus processos mais eficientes e eficazes,
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servindo de apoio para outras empresas que estão passando por casos semelhantes. O
problema de pesquisa é resolvido quando se examinaram as reais causas dos problemas e
tomaram-se as ações necessárias para suas resoluções, acompanhando todo o processo de
implementação e acompanhamento dos resultados observados. O artigo apontou que é vital
que as empresas adotem medidas de controle de custos, e que é necessário tirar proveito das
oportunidades e acreditar na inovação.
7. Referências
ANDRADE, R. O. B.; AMBONI, N. Estratégias de gestão: processos e funções do administrador. Rio de
Janeiro. Elsevier, 2010.
ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-financeiro. 10. ed. São Paulo:
Atlas, 2012.
BATEMAN, T. S.; SNELL, S. A. Administração: construindo vantagem competitiva. São Paulo: Atlas, 1998.
CAMPIGLIA, A. O.; CAMPIGLIA, R. P. Controles de gestão: controladoria financeira das empresas. São
Paulo: Atlas, 1993.
GOMES, J. S. SALAS, J. M. A. Controle de Gestão: uma abordagem contextual e organizacional. 3. ed. São
Paulo: Atlas, 2001.
MINTZBERG, H. Criando organizações eficazes: estruturas em cinco configurações. 2. ed. São Paulo: Atlas,
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2003.
OLIVEIRA, D. de P. R. Sistemas de informações gerenciais: estratégias, táticas operacionais. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 1993.
POTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para análise das indústrias e concorrências. 2. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2004.
QUEL, L. F. Gestão do conhecimento e os desafios da complexidade nas organizações. São Paulo: Saraiva,
2006.
RIGGS, J. L. Administração da produção: planejamento, análise e controle, uma abordagem sistêmica. São
Paulo: Atlas, 1976.
RITZMAN, L. P.; KRAJEWSKI, L. J. Administração da produção e operações. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2004.
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