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1. Introdução
A empresa produz diferentes artefatos de concreto, dentre eles tubos de concreto do tipo
Macho e Fêmea e Ponta e Bolsa com diâmetros que variam de 0,20 m a 1,50 m, sendo eles
com armação ou não, canaletas de concreto dos tipos Macho e Fêmea e Ponta e Bolsa, guias
para meio-fio, anéis, lajes de redução e tampas para poços de visitas de diversos tamanhos,
seguindo especificações de acordo com a norma brasileira NBR 8890/07 e errata de 2008. Na
situação atual do processo produtivo, verifica-se uma quantidade significativa de retrabalho
devido à quebra do produto final.
O processo de produção dos artefatos de concreto inicia-se com o recebimento das matérias-
primas (areia de rio, areia de brita, pedrisco e cimento), a areia de rio e areia de brita são
misturadas no pátio por uma pá-carregadeira e são transportadas para um silo onde se
encontra o pedrisco. Em seguida é realizada a dosagem do material e o mesmo é transportado
até a betoneira onde é adicionado água e cimento. Após um processo de mistura dos materiais,
é formado o concreto, que é transportado para a prensa, onde ocorre o processo de prensagem
onde o tubo está pronto para ser transportado para o pátio. No pátio o tubo é desmoldado e
permanecerá para secagem. Após o tempo determinado para a secagem (cura) do mesmo, o
produto está liberado para ser entregue ao cliente.
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2. Metodologia
A pesquisa pode ser classificada como exploratória, pois “têm como objetivo proporcionar
maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir
hipóteses”, conforme define GIL (2002, p.41). Já os procedimentos técnicos utilizados na
pesquisa são classificados como pesquisa-ação, pois é um tipo de metodologia de pesquisa na
qual o pesquisador deve estar empenhado em solucionar algum problema através de uma
ação. Portanto, para este tipo de pesquisa, o problema a ser solucionado torna-se objeto de
estudo.
3. Revisão bibliográfica
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Iniciou-se a revisão bibliográfica do assunto abordado para compreensão conceitual das fases
do processo e de suas ferramentas, buscando alcançar os objetivos de otimização dos
processos de produção propostos no presente trabalho.
A Produção Enxuta ou Lean Manufacturing segundo Ghinato (2000, p.112), pode ser definida
como uma filosofia de gerenciamento, a qual procura otimizar a organização de forma a
atender as necessidades do cliente no menor prazo, com o menor custo e na mais alta
qualidade, e ao mesmo tempo tenta aumentar a segurança e o moral de seus colaboradores,
envolvendo e integrando todas as partes da organização.
Não insinua eliminação dos trabalhos, pois não é uma tentativa para reduzir custo por
reduções de corte de pessoal, que tipicamente não têm nada que ver com reduzir trabalho
(HAWKINS, 2005). Organizações enxutas reduzem custos eliminando atividades que não
acrescentam (ou agregam) valor ao fluxo de produto.
O Sistema Toyota de Produção, também conhecido com Lean Manufacturing representa fazer
mais com menos espaço, menos material, menos tempo, menos esforço humano, menos
maquinário, e ao mesmo tempo fornece aos clientes o que eles querem.
O OEE é um indicador que mede quanto tempo útil o equipamento tem para funcionar ou
produzir, a eficiência demonstrada durante o funcionamento e a qualidade do produto obtido
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pelo processo de produção em que o equipamento está inserido. Além de ser usado com um
indicador de eficácia dos equipamentos, o OEE serve também para o planejamento da
capacidade, controle do processo produtivo, melhoria do processo e cálculo dos custos das
perdas de produção.
A figura 1 mostra o indicador OEE, bem como seus índices e as perdas relacionadas a cada
um.
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3.4. Concreto
É necessário seguir alguns passos para a obtenção de um concreto com qualidade, sendo eles:
escolha dos materiais, determinação de uma dosagem que alcance a resistência exigida,
mistura homogênea, processo operacional correto, desforma adequada e cura. Os principais
itens a serem verificados na produção do concreto são: trabalhabilidade, consistência,
resistência e outros.
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O primeiro plano de ação teve início em um trabalho anterior, a fim de organizar e sequenciar
as ações a serem tomadas durante o processo de melhoria dentro da fábrica. Conforme mostra
o quadro 1 abaixo, os dois primeiros itens foram de extrema importância, pois foram a partir
deles que pode-se obter dados referentes a produção e aos equipamentos.
Em paralelo a coleta de dados, outras ações foram tomadas buscando a melhoria do processo
de produção.
Após alguns meses de levantamento de dados e ações tomadas dentro da empresa, outro plano
de ação foi desenvolvido para dar continuidade ao projeto. O quadro 2 mostra o segundo
plano de ação desenvolvido.
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4. Resultados
O projeto teve início com a coleta de dados referentes à produção diária, retrabalho diário e
paradas de todos os equipamentos. Para isto foi criado um relatório de produção, para ser
preenchido pelo operador de cada processo diariamente, a fim de mensurar a quantidade
produzida e a quantidade retrabalhada. Para mensurar as principais paradas, manutenções,
setups e ocorrências das paradas, foi criado um relatório que mensura de hora em hora as
paradas de cada equipamento presente na planta, a ser preenchido pelos operadores
diariamente.
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Os dois primeiros meses de coleta de dados foram meses de testes e aperfeiçoamento das
planilhas para um conhecimento melhor por parte dos funcionários no que se refere a como
passar as informações referentes à produção, retrabalho e sobre as paradas de equipamento.
No momento atual da empresa, uma vez por mês, esse resíduo gerado pelo processo de
produção que antes não tinha destinação, é levado até uma empresa especializada em resíduos
localizada na própria cidade para que se tenha a destinação correta, eliminando assim os
impactos ambientais.
Com relação à organização, os materiais usados na produção dos tubos de concreto, que antes
ficavam jogados no meio do pátio, hoje estão organizados por tipo e tamanho, com um o lay-
out que facilita a locomoção dos mesmos na fábrica, de modo que os materiais que tem mais
saída fiquem mais acessíveis para serem usados.
Concluiu-se após estudos sobre o concreto e sobre o processo de produção dos tubos de
concreto, que existem várias variáveis ligadas diretamente com a qualidade do produto final.
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Para controlar a qualidade dos produtos finais, foi implantado um controle de qualidade
realizado através de testes de resistências que mostram a resistência obtida no concreto com 7
e 28 dias.
Atualmente na empresa, são realizados testes de resistência duas vezes por semana, e caso a
resistência determinada não seja atingida, correções na dosagem são feitas para que se possa
corrigir.
Em Setembro de 2012, como a dosagem de concreto nas Prensas 1 e 2, era feita manualmente
e nunca se teve uma dosagem padrão, foi feito um investimento no valor de R$ 3.500,00 para
a instalação de uma balança digital no carrinho onde é feita a dosagem do concreto, como
mostra a figura 3, com o propósito de padronizar as dosagens e assim diminuir o retrabalho.
Com o uso da balança digital, no mês seguinte já se conseguiu obter, desde o início do
trabalho, o mês com menor porcentagem de retrabalho.
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No mês de Março deste ano, para tentar reduzir ainda mais o retrabalho, iniciou-se a
utilização de um aditivo desmoldante dentro do processo de produção. Esse aditivo tem como
objetivo facilitar a desmoldagem dos tubos de concreto e também melhorar o acabamento do
concreto. Como mostra a tabela 1, com a instalação da balança digital e com o uso do aditivo,
conseguiu-se padronizar a dosagem de material feita dentro do processo de produção e
diminuir o retrabalho dentro da empresa.
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Paralelamente à análise dos relatórios de produção, iniciou-se a coleta de dados sobre as horas
paradas dos processos de produção e dos equipamentos envolvidos no mesmo.
Pode-se observar que nos meses de Março e Abril de 2012, a linha de produção Vibrado ficou
parada quase 45% do tempo disponível. Devido a isso, a eficiência da linha de produção
estava em torno de 45%. Foram estratificadas informações da tabela 2, referentes às horas
paradas, para que se descobrisse o motivo da linha de produção ficar parada.
Estratificando o item Horas Paradas da tabela 2, e montando uma nova tabela para análise,
como mostrado na tabela 3, descobriu-se que nos meses de Março e Abril, a linha de
produção Vibrado ficou parado 93 horas deitando tubos. No processo de deitar os tubos
prontos, a linha de produção deve parar, pois é necessário utilizar a empilhadeira para deitar
os tubos que já foram fabricados. Como a linha de produção necessita de uma empilhadeira
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para produzir tubos maiores e mais pesados, esta fica parada até que sejam deitados todos os
tubos.
Verificou-se que a produção média por hora nos meses de Março e Abril de 2012 na linha de
produção Vibrado era de 1,402 m³. Sabendo-se que a linha de produção ficou parada 93 horas
durante os dois meses, chegou-se que a quantidade que deixou de ser produzida era de
130,386 m³ de concreto. O preço por m³ de concreto vendido na empresa, que era de R$
450,00, multiplicado pela quantidade de material deixado de ser produzido, obteve-se o valor
de R$ 58.673,70, que representava 66% do valor de uma empilhadeira nova.
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Outro ponto a ser ressaltado, foi a implantação da gestão de manutenção dentro da empresa.
Por ser uma empresa apenas com sete equipamentos e por não ter um setor de manutenção
definido, foi adotado o método de manutenção preventiva, que previne as falhas dentro dos
processos e nos equipamentos. Para facilitar a implementação dessa gestão, dividiu-se em
algumas etapas:
b) Definição dos períodos de troca de acordo com o estipulado pelos fabricantes ou pela
freqüência de quebra dos mesmos;
c) Criação de relatórios de manutenções para anotações sobre as trocas;
d) Definição de responsável pelos procedimentos.
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Ficou definido também que as prensas das linhas de produção terão apenas a manutenção
corretiva, visto que a empresa não possui os manuais para que se possa conhecer a frequência
de troca de cada item. Devido a isso, será criado um histórico de manutenções realizadas nas
prensas para que futuramente tenha-se como tomar base nesses períodos para manutenções
preventivas.
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significativa dos custos de manutenções dos equipamentos em médio prazo com essa
implantação, além de aumentar a confiabilidade e a disponibilidade da planta.
Foi realizado também o investimento no valor de R$ 2.900,00 em uma balança para controle
de umidade das matérias-primas presentes na produção do concreto.
Duas vezes ao dia, pela manhã e após o almoço, são coletados cerca de 50 gramas de cada
material (areia de rio, areia de brita e pedrisco) e colocados na balança para saber a umidade
presente em cada um. Conhecendo-se a umidade, o traço do concreto é alterado, regulando
assim a quantidade de água utilizada por m³ de acordo com a umidade de cada material.
O quadro 5 faz uma comparação de como era a empresa antes do trabalho e posterior ao
trabalho.
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5. Conclusão
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REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 8890, Tubo de concreto de seção circular
para águas pluviais e esgotos sanitários – Requisitos e métodos de ensaios, Rio de janeiro, mar. 2003.
GIL, Antonio C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4a ed. Sao Paulo: Atlas, 2007.
HAWKINS, B. The many faces of Lean Maintenance. Plant Engineering. Proquest. Vol. 59, Num. 9; p. 63.
Barrington. US. 2005.
MEHTA, P. Kumar & MONTEIRO, Paulo J.M. Concreto: Estrutura, Propriedades e Materiais. Trad. de
Paulo Helene et all. São Paulo, PINI, 1994.
PINTO, A. K & XAVIER, J. N. Manutenção: Função estratégica. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005.
SANTOS, Ana Carolina Oliveira; SANTOS, Marcos Jose. Utilização do Indicador de Eficácia Global de
Equipamentos (OEE) na Gestão de Melhoria Continua do Sistema de Manufatura: um estudo de caso.
XXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. Disponível em:
<http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2007_TR570426_0265.pdf> Acesso em 15 de junho de 2013.
SHINGO, S. O Sistema Toyota de Produção: do ponto de vista da Engenharia de Produção. Ed: Bookman.
Porto Alegre, 1996.
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