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CURSO AVANÇADO

NR-37: SEGURANÇA E SAÚDE EM


PLATAFORMAS DE PETRÓLEO

3
NOÇÕES DE SEGURANÇA
DE PROCESSO PARA
PLATAFORMAS
MÓDULO 3
NOÇÕES DE SEGURANÇA DE PROCESSO PARA PLATAFORMAS

INTRODUÇÃO

Neste módulo, vamos aprender sobre as noções de segurança de processo


para plataformas. Inicialmente, é preciso entender as diferenças entre segurança
ocupacional e segurança de processo:

• Segurança ocupacional é o conjunto de normas, ações e medidas


preventivas destinadas à melhoria dos ambientes de trabalho e à
prevenção de doenças ocupacionais e acidentes do trabalho.

• Segurança de processo tem como foco o projeto e a engenharia das


instalações, analisando o perigo e os riscos, investigando acidentes e
incidentes, gestão de alarmes, entre outros.

O objetivo da segurança ocupacional é promover a qualidade de vida no


ambiente de trabalho. Por exemplo, dependendo do maquinário que está a sua volta,
pode ter problemas de audição se não usar o equipamento de proteção correto.
O soldador tem que ter o protetor facial com proteção UV, por causa dos olhos.
Todos esses cuidados ajudam a prevenir as doenças ocupacionais. A segurança
ocupacional fala com pessoas, ou seja, sobre procedimentos, padrão de execução,
análise de segurança, qualificação, treinamento e comportamento.

Na MODEC, temos uma série de especificações para avaliação da saúde e da


segurança dos trabalhadores. Seguindo as diretrizes da OHSAS, as especificações
fornecem requisitos para um sistema de gestão da segurança e saúde ocupacional, de
modo a capacitar a organização a controlar seus riscos e melhorar o seu desempenho.

Por isso, os empregados devem:

• ser envolvidos no desenvolvimento e análise crítica de políticas e


procedimentos para a gestão dos riscos;

• ser consultados quando da ocorrência de alterações que afetem a saúde


e a segurança do local de trabalho;

• ser representados sobre os assuntos da saúde e segurança; e


ser informados sobre quem são os seus representantes e quem é o
membro da alta administração designado.

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As empresas precisam implementar


indicadores de segurança de processo
proativos e reativos para melhorar
continuamente o seu desempenho. O
indicador reativo tem como base acidentes
que aconteceram no passado e o indicador
proativo é voltado para o futuro.

No Módulo 3, também vamos falar


sobre a “Metodologia do Queijo Suiço”. O
método, criado por James Reason, nos
ajuda a entender as falhas que causam
acidentes de processo.

3.1 | SEGURANÇA DE PROCESSO

Na segurança de processo, avalia-se: instalação, projeto de engenharia, inspeção


de manutenção dos equipamentos, alarmes, controles de processos e análise de risco.

O acidente de processo ocorre quando há liberação de substâncias perigosas ou


a liberação de energia de substâncias perigosas decorrente da perda de contenção. É
importante entender que a segurança ocupacional é diferente da segurança de processo.

Riscos pessoais ou ocupacionais, tais como escorregões, quedas e cortes,


costumam produzir efeitos sobre um único trabalhador. Por outro lado, riscos de
processo podem ocasionar acidentes maiores, envolvendo liberação de materiais
com alto potencial de dano, incêndios e explosões.

Por exemplo, uma queda de uma escada que resulte em uma lesão com perda no
dia de trabalho não é um evento de segurança de processo. No entanto, se a queda
resultou de uma liberação química, então o acidente é relacionado ao processo.

É preciso saber diferenciar acidente de trabalho de acidente de processo. Na


segurança de processo os acidentes impactam o negócio também.

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O acidente de trabalho é um evento indesejável, que resulta em dano à


pessoa, é um evento típico, que pode ocorrer na rotina de trabalho. Já o acidente
de processo é um evento também indesejável, mas com perda de contenção e
liberação de energia acima do limite estabelecido. Ou seja, o acidente de processo
é uma falha na integridade dos equipamentos ou processos de produção.

O descontrole e a falta de cuidado operacional podem ter consequências


perigosas e causar grandes catástrofes. Um dos principais objetivos da segurança
de processo é estabelecer práticas operacionais que garantam a formação de uma
cultura de segurança preventiva.

Após um acidente de grandes proporções, uma empresa de auditoria é


contratada para rever todos os procedimentos internos e a política de segurança.

Esses novos procedimentos ajudam a priorizar o fator humano, evitar mortes, e


ao mesmo tempo a não falir uma empresa, e consequentemente acabar com inúmeros
empregos. Desse modo, as bases de um programa eficaz de segurança de processo
incluem identificação de perigos, análises de risco, integridade de equipamentos e
ativos, gerenciamento de mudanças, treinamento e auditoria.

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3.2 | PERIGO E RISCO


Quando estamos embarcados, praticamente tudo que fazemos contém risco. Uma
plataforma de petróleo é um ambiente que possui a sua estrutura em alto mar, longe de
tudo, e que lida com produtos altamente inflamáveis. Por isso, ao executarmos o nosso
trabalho num ambiente offshore, temos que ter atenção e conhecimento do perigo.

O perigo é uma fonte ou


situação potencialmente capaz
de causar perdas em termos
de danos à saúde, prejuízos
à propriedade, prejuízos ao
ambiente do local de trabalho
ou uma combinação entre eles.
Por exemplo, uma substância ou
material é definido como perigoso
quando a exposição a ele pode
causar lesões ou doenças.

Quando falamos em identificar o perigo queremos dizer que é necessário


reconhecimento da existência do perigo e da definição de suas características. Os
perigos mais prováveis em locais confinados, ou seja, fechados são:

• Falta e enriquecimento de oxigênio;

• Gás venenoso, fumaça ou vapor;

• Materiais Pirofóricos. Exemplos básicos de materiais pirofóricos: Sódio,


Magnésio, Potássio, Cálcio, Alumínio e Titânio;

• Materiais Radioativos;

• Líquidos e sólidos que podem subitamente preencher o espaço ou liberar


gases;

• Fogo e explosões;

• Resíduos deixados em tanques, vasos, que podem liberar gás, fumaça


ou vapor;

• Poeira presente em altas concentrações;

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É por isso, que o trabalho em espaço


confinado é realizado apenas por pessoal
treinado e autorizado.

Já o risco é a combinação da
frequência, ou probabilidade, da ocorrência
de uma situação de perigo específica. Todo
o processo de estimação da magnitude dos
riscos e de decisão a respeito da capacidade
de se tolerar ou não tais riscos faz parte da
avaliação do risco.

Ao identificar os perigos, podemos


gerenciar os riscos. O processo da
avaliação de risco deve envolver a
identificação, a possibilidade do perigo e as
suas consequências. Após a análise de risco
conseguimos pensar nos instrumentos que
vão nos ajudar a minimizar os perigos.

Por exemplo, num espaço confinado a avaliação dos riscos atmosféricos deve ser
realizada com equipamentos de detecção e monitoramento de leitura direta, calibrados
e certificados. Os resultados devem ser registrados no Certificado de Entrada em
Espaço Confinado.

Mais um exemplo: detector de gás


(multigás). Os detectores têm como objetivo
alertar o trabalhador sobre os riscos presentes
no ambiente ativando, simultaneamente,
alarmes sonoros, visuais e vibratórios.

Ao entender isso você consegue


perceber que segurança é a ausência de
riscos de perdas não aceitáveis. Enquanto
o risco tolerável é o risco que foi reduzido a níveis que podem ser suportados pela
organização, considerando-se suas obrigações legais e sua política.

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A organização deve estabelecer e manter procedimentos para a identificação


continuada dos perigos e avaliação dos riscos através da implementação das medidas
de controle necessárias, que devem incluir:

• atividades rotineiras e não rotineiras;

• atividades de todo pessoal que tem acesso ao ambiente de trabalho,


incluindo contratados e visitantes; e

• infraestrutura disponível no ambiente de trabalho, quer sejam fornecidas


pela organização ou não.

A organização deve documentar e manter estas informações atualizadas.

Um evento significante é definido como um incidente com um alto nível de risco.


Podem ser considerados eventos significantes:

• Todos os eventos de derramamento ao mar;

• Incidentes com Afastamento;

• Paralisação total da instalação ou do processo;

• Greves, conflitos políticos/governamentais;

• Desastres naturais;

• Pandemias, terrorismo, e quaisquer eventos considerados como de força


maior de acordo com o contrato;

• Qualquer outro evento considerado como crítico com impacto imediato e


que possa causar distúrbio aos negócios.

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3.3 | INDICADORES DE SEGURANÇA DE PROCESSO

Neste tópico, aprenda a identificar os indicadores de segurança de processo.

Mas o que um indicador faz? Ele ajuda uma empresa a melhorar o


desempenho, uma vez que indica as mudanças necessárias para impulsionar a
melhoria contínua.

Um elemento essencial de qualquer programa de melhoria contínua é a


medição e a tendência dos dados de desempenho. Para melhorar continuamente o
desempenho em segurança de processo, é essencial que as empresas implementem
indicadores de segurança de processo proativos e reativos.

Existem três tipos de indicadores:

• Indicadores Reativos: conjunto retrospectivo de indicadores com base


em acidentes ocorridos e que atendem a um limite estabelecido de
gravidade;

• Indicadores de Incidentes: conjunto de indicadores com base em


incidentes com pouca ou nenhuma consequência;

• Indicadores Proativos: conjunto de indicadores voltados para o futuro


e que indicam o desempenho dos principais processos de trabalho,
disciplina operacional ou camadas de proteção que ajudam a evitar
possíveis incidentes e acidentes.

A segurança de processo é a base para a prevenção de acidentes e resulta na


aplicação de práticas de bons princípios. Os três indicadores que acabamos de falar
devem ser considerados como medidas importantes nos diferentes níveis do triângulo
de acidentes.

O triângulo de acidentes é fundamental para entendermos e visualizarmos


de uma forma objetiva os níveis de gravidade de um acidente. Ao entendermos a
sua dinâmica, podemos prevenir acidentes e garantir a qualidade na segurança do
processo.

O triângulo é dividido em quatro níveis separados com base na gravidade do


acidente ou incidente que ocorreu ou poderia ter ocorrido. Estes níveis correspondem
aos quatro Tiers.

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Tier 1 são os eventos de segurança de processo de maiores consequências;

Tier 2 são os eventos de segurança de processo de consequências menores;

Tier 3 são os desafios às camadas de proteção, inclui os incidentes;

Tier 4 são as disciplinas operacionais e indicadores de desempenho do


sistema de gestão.

Ao observar essa imagem conseguimos considerar


que os acidentes na parte superior do triângulo
refletem situações em que foram cometidos erros de
processo nas várias camadas de proteção destinadas
a evitar um acidente, enquanto a parte inferior do
triângulo reflete os desafios às camadas de proteção
e os pontos fracos dos sistemas de segurança.

Um Evento de Segurança do Processo, também conhecido como PSE, ocorre


na produção, distribuição, armazenamento, utilidades ou plantas piloto de uma
instalação.

Os principais exemplos de indicadores de segurança do processo incluem


indicadores para:

• Barreiras relacionadas aos perigos inerentes às operações que gerenciam


materiais e energias perigosas;

• Barreiras relacionadas aos fatores imediatos ou causais que resultam na


perda de contenção de materiais perigosos e energias que resultam em
acidentes com consequências perigosas como fatalidades, lesões, danos
ambientais, danos à propriedade e interrupção das atividades.

Atenção!!! Quando falamos em barreiras temos que ter o cuidado para não
confundirmos algumas situações. A gestão de barreiras pode ser a gestão “dos
impeditivos” ou o gerenciamento de áreas de isolamento para realizar um serviço.

Quando isolamos uma área usamos as barreiras de proteção, que nada mais
é que os Equipamentos de Proteção Coletiva. Lembra que falamos dos EPCs no
Módulo 2? Esses equipamentos são usados para isolar uma determinada área para
a realização de um serviço. Uma das dificuldade é que as embarcações são áreas
limitadas, então cada metro ou passagem conta, e por isso não podemos impedir
totalmente o trânsito das equipes no navio, nem bloquear rotas de fuga.

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As barreiras são feitas após aprovação dos serviços, através da liberação da


permissão de trabalho pelo Capitão. Cada ordenamento de todas as equipes tem que
ser pensado para que os trabalhos no navio funcionem de forma fluida. As barreiras
têm que ter identificação do serviço e responsáveis, e devem ser respeitadas por todos
a bordo, independente de hierarquia. E, após a conclusão do serviço, e liberação da
área, as barreiras devem ser retiradas pela equipe que ali trabalhou, liberando a área
ao seu estado anterior de classificação.

O resultado dos Eventos de Segurança do Processo Tier 1 é o indicador de


desempenho mais reativo e representa os eventos de maior perda de contenção
primária. Eles indicam várias deficiências no sistema de barreira ou nas camadas de
proteção.

Os critérios para identificar um Evento de Segurança do Processo Tier 1 incluem


se questionar sobre: qual processo está envolvido? Quais são as condições limites do
reporte? Onde ocorreu o acidente, ou seja, qual a sua localização? O que é considerado
uma liberação aguda?

O resultado dos Eventos de Segurança de Processo Tier 2 representa eventos de


menor consequência, mesmo aqueles contidos por sistemas secundários, e indicam
deficiências do sistema de barreira que podem ser precursores potenciais de eventos
futuros e mais significativos.

Resumindo, os eventos de segurança de processo Tier 2 atuam como um


indicador proativo para os eventos de segurança de processo Tier 1. Eles podem
oferecer à empresa oportunidades para aprendizados e melhorias de seu desempenho
de segurança de processo.

Quando uma empresa monitora seus incidentes Tier 3, o número de incidentes é


usado como um precursor para um acidente mais significativo e são designados como
sinais de alerta antes que ocorra um acidente Tier 2 , ou pior, um acidente de Tier 1.

Para um programa eficaz de gerenciamento de riscos e segurança de processos,


é essencial que todas as empresas tenham algum tipo de sistema de relatórios de
acidentes do tipo incidentes. Os dados coletados podem ser usados para ajudar a
prever e a prevenir acidentes mais sérios antes que eles ocorram.

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Os indicadores Tier 4 são indicativos de fragilidades no sistema de segurança


de processo que podem contribuir para futuros incidentes Tier 3, Tier 2 e, se for muito
grave, de Tier 1. Os indicadores neste nível tem por objetivo fornecer uma oportunidade
para identificar e corrigir pontos fracos relacionados ao sistema. Eles são destinados
ao uso interno da empresa e para relatórios locais.

Pensar em segurança de processo é criar projetos com normas e padrões


operacionais rigorosos envolvendo o armazenamento, o manuseio e uso de energias
e materiais perigosos.

Os materiais perigosos podem ser tóxicos, inflamáveis, explosivos e reativos.


A redução dos riscos de segurança de processo ajudará a empresa a reduzir a
probabilidade de eventos graves, que podem resultar em acidentes gravíssimos.

Uma vez que os esforços de melhoria contínua de uma empresa se concentram


em indicadores proativos, a disciplina operacional é uma parte essencial do Tier
4. Uma boa Disciplina Operacional resulta em executar a tarefa da maneira certa
o tempo todo e refere-se às atividades do dia-a-dia realizadas por todo o pessoal.
Uma disciplina operacional deficiente aumentará o risco de acidentes de processo.
Os trabalhadores devem desenvolver bons hábitos e ter disciplina para trabalhar da
maneira correta o tempo todo.

3.4| GESTÃO DE BARREIRAS

No tópico anterior, aprendemos que a gestão de barreiras pode ser a gestão “dos
impeditivos” ou o gerenciamento de áreas de isolamento para realizar um serviço.

Vamos usar a metodologia do “Modelo do Queijo Suiço” para entender as falhas


que causam acidentes. O modelo foi criado pelo psicólogo James Reason, nos anos 90.

O modelo do queijo suiço exemplifica através da figura de um queijo, que são


necessárias diversas medidas de proteção para que o perigo seja controlado, e mesmo
assim sempre há o risco residual.

O risco residual representa o nível de risco remanescente após o tratamento


de riscos.

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Na imagem, podemos ver que os queijos simbolizam as “camadas de filtros


de proteção”. No modelo criado por James Reason, há a ideia de que quando
ocorre um acidente é sinal de que as barreiras de proteção falharam. As falhas
em sistemas, processos e condições levam as pessoas a cometerem acidentes ao
invés de os prevenir.

O “Modelo do Queijo Suiço” serve como um excelente protótipo visual para


descrever os desafios das camadas de proteção e os pontos fracos dos sistemas de
segurança de processo que podem ser efetivamente monitorados com indicadores de
segurança.

E quais são as premissas do Modelo Queijo Suíço?

• Os perigos estão contidos por múltiplas barreiras de proteção;

• As barreiras podem ter deficiências ou “fendas”;

• Quando as “fendas” se alinham, o perigo passa pelas barreiras, resultando


no potencial para consequências adversas;

• As barreiras podem ter controles de engenharia ou controles administrativos,


como procedimentos que exigem resposta e ação do pessoal;

• As fendas podem ser causadas por projetos de engenharia primários,


incipientes ou degradados, ou pela ação incorreta ou falta de ação do pessoal.

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Uma sequência de acidentes normalmente acontece por uma deficiência


sistêmica na segurança do processo. Por exemplo, nós temos uma equipe qualificada
e uma pessoa nova entra no time. Na execução da tarefa há uma falha devido ao não
cumprimento de uma etapa do processo. O que poderá ter acontecido? Uma falha na
comunicação. Não avisaram a pessoa nova sobre um procedimento padrão. Logo,
houve falha no sistema.

Portanto, na “Metodologia do Queijo Suíço”, o perigo ocorre devido a falhas


encontradas em cada uma das etapas do processo, ou seja, as falhas podem ser de
fatores organizacionais, ambiente do trabalho, fatores humanos e barreiras físicas. A
junção de todos esses desvios poderá constituir um evento.

Planejar previne acidentes! Identificar os perigos e as falhas ajudam


a reduzir os buracos existentes no processo e, uma vez que as falhas são
descobertas, conseguimos salvaguardar vidas.

A identificação dos riscos podem ser feitas através de análises quantitativas,


numericamente, e análises qualitativas, priorizando o uso da probabilidade
e impacto.O planejamento de resposta aos riscos aumenta a oportunidade de
reduzir ameaças. O monitoramento e o controle dos riscos ajudam na aplicação
de respostas eficazes.

3.5 | ACIDENTES DE PROCESSO

Um Acidente de Segurança de Processo é um evento potencialmente catastrófico,


ou seja, um evento envolvendo a perda de contenção de materiais perigosos que pode
resultar em grandes consequências para a saúde e para o meio ambiente.

Na NR-37, por exemplo, está especificado que os sistemas utilizados para


preparar, armazenar ou tratar os fluidos de perfuração, completação, estimulação e
restauração de poços de petróleo, com características combustíveis ou inflamáveis,
devem ser dotados de equipamentos e instrumentos de medida e controle para impedir
a formação de atmosferas explosivas.

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Quem trabalha em plataforma de petróleo tem que ter muito cuidado com a
liberação dos fluidos inflamáveis, pois podem causar incêndios e explosões.

De acordo com a NR, os sistemas de alarme e comunicação com o pessoal de


bordo deve ser capaz de emitir sinais sonoros e visuais perceptíveis e inconfundíveis,
bem como veicular mensagens audíveis em todos os locais da plataforma destinados
à ocupação humana.

Além disso, o ajuste do alarme deve considerar a toxidez dos materiais


presentes, os limites inferior e superior de explosividade dos materiais inflamáveis,
o efeito sinérgico em razão da presença de outras substâncias no ar, o tempo
máximo requerido para a resposta do detector, as ações a serem tomadas, após
soar o alarme e o tempo necessário para evacuar os trabalhadores do ambiente
contaminado ou em chamas.

Antigamente, nós não tínhamos muita segurança, além de ter poucas unidades
offshore. Hoje nós temos uma percepção melhor, aprendemos com os erros cometidos
no passado, temos um maior controle da segurança, além de termos mais plataformas
operacionais. É preciso compensar o número de unidades com o maior grau de
segurança, para diminuir a ocorrência de acidentes.

Lembra que no Módulo 2 mencionamos que acidente difere de incidente?


Basicamente a diferença entre os dois é que o acidente pode causar uma fatalidade,
um dano ambiental grave ou danos materiais significativos, já o incidente não.

Então, o que seria um incidente de segurança de processo? Um incidente


de segurança de processo é qualquer liberação significativa de uma substância
perigosa que não atenda ao limite mínimo para um indicador reativo de evento de
segurança de processo.

Também pode ser incidente de segurança de processo os eventos causados


por demandas em sistemas de segurança, como dispositivos de alívio de pressão,
sistemas instrumentados de segurança e sistemas de intertravamento mecânico.

Da mesma forma, um incidente de processo são eventos de contenção primária


ou resultados de testes fora dos limites aceitáveis.

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Exemplos de incidentes de segurança de processo:

• Abertura de um disco de ruptura, uma válvula de controle de pressão para


flare ou liberação atmosférica, ou uma válvula de segurança de pressão
quando o set-point de disparo é atingido;

• desligamento do compressor a partir de um intertravamento por nível alto


no tambor de sucção.

Para evitar um acidente de


processo, é importante ter um
sistema de gestão de incidentes,
onde se descobre os pontos fracos da
instalação. Além de ter um programa
de inspeção, teste e manutenção
preventiva, pois pode precaver erros
de omissão ou comissão, condições
de equipamento inesperadas ou não
planejadas e danos físicos na caixa de
contenção.

Exemplos de erros de omissão ou comissão:

• Falha ao remover a linha de purga da tubulação crítica;

• Durante a substituição de um disco de ruptura, o disco foi encontrado


com a tampa de proteção para transporte ainda no lugar.

Exemplos de condições inesperadas ou não planejadas de equipamento:

• Conexões erradas usadas no sistema de vapor;

• Falha de equipamentos como tubos de um permutador de calor, e


consequente mistura e / ou contaminação de fluidos.

A frequência de um possível evento perigoso é muitas vezes determinada


pela eficácia dos sistemas de segurança de processo e pelas múltiplas camadas
de proteção. O objetivo é reduzir os riscos de segurança de processo, avaliando
e implementando diferentes estratégias de gerenciamento de riscos para reduzir a
frequência e as consequências de eventos potencialmente perigosos.

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3.6 | COMPROMETIMENTO COM A SEGURANÇA DE PROCESSO


Um sistema de gerenciamento e risco de segurança de processo tem por
objetivo melhorar o desempenho e identificar os materiais e as energias perigosas
inerentes ao processo, controlando os riscos associados.

A segurança de processo tem quatro pilares fundamentais:

• Comprometimento com a segurança de processo;

• Entendimento de perigos e riscos;

• Gestão de risco;

• Aprendizado com a experiência.

E quais seriam os elementos essenciais para se ter o comprometimento com


a segurança do processo?

• Cultura de segurança de processo;

• Atendimento à padrões;

• Competência em segurança de processo;

• Envolvimento dos trabalhadores;

• Envolvimento das partes interessadas.

A cultura de segurança de processo é o conjunto de valores individuais e


de grupo, atitudes, percepções, competências e padrões de comportamento que
determinam o compromisso e a habilidade referentes à saúde e segurança de uma
organização. Se não houver cultura de segurança, o que acontece? Sobreposição
da produção em relação à segurança e violações sistemáticas de procedimentos.

Se você realiza um ato inseguro, coloca todos em risco.

A operação segura das plataformas exige que os sistemas de gestão de


segurança de processo permaneçam em conformidade com regulamentos e leis
aplicáveis, incluindo padrões adotados de forma voluntária pela empresa. Se isso
não acontece, não há certeza de segurança.

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E o que seria competência em segurança de processo? É a gestão para


identificar de forma proativa as necessidades de aprendizagem para a segurança
de processo, compartilhando experiências e desenvolvendo competências no
auxílio à tomada de decisão baseada em risco. E qual o fator de risco? Ausência de
aperfeiçoamento da segurança de processo.

A sobreposição da produção em relação à segurança não pode ocorrer.


Quando falamos em envolvimento das partes interessadas é preciso entender que
certos procedimentos demoram e não é possível adiantar. Se não tem segurança,
não tem produção.

Exemplo bem prático: chega um maquinário novo. Primeiro vai passar pela
segurança elétrica, para ver se a máquina chegou inteira. Atenção!!! Não se pode
pular esse processo!

A equipe de segurança elétrica vai ler o manual e entender como o equipamento


funciona eletricamente. Se até carregadores de celulares precisam ser testados pela
equipe elétrica, imagine um maquinário enorme.

Normalmente, quando chega uma máquina nova, um instrutor embarca junto


para treinar as equipes a mexerem no equipamento. É importante assegurar a
competência da equipe.

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Agora vamos sair do comprometimento para o entendimento. O segundo pilar da


segurança de processo é o entendimento de perigos e riscos. A prevenção é usada
para descrever ações tomadas com antecedência para reduzir a probabilidade de um
evento indesejado. Por isso, nós temos que ter o conhecimento dos processos e saber
identificar os perigos através das análises de risco.

A gestão do conhecimento consiste em definir procedimentos de elaboração,


divulgação, atualização, controle e acesso à documentação relativa ao processo.

A organização deve garantir o acesso às informações à força de trabalho, na


medida em que são desenvolvidas e alteradas.

O operador deve desenvolver, documentar e manter o conhecimento do


processo de maneira estruturada durante todo o ciclo de vida da instalação. Mudou os
procedimentos, têm que comunicar!

Antecipar, reconhecer, avaliar e controlar os riscos em sua origem, minimizam ao


máximo a ocorrência de acidentes. A pergunta que deve ser feita é “O que pode dar
errado?”

Não saber qual é o perigo e identificar os riscos pode ocasionar a utilização


inadequada de equipamentos de proteção e maquinário, tendo um alto potencial para
acidentes.

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Numa plataforma de petróleo, os riscos podem ser encontrados em diferentes


ambientes. É preciso analisar todas as possibilidades. Trago agora alguns exemplos
práticos que devem constar num processo de identificação e avaliação de risco em
uma plataforma offshore:

• prováveis quedas de objetos e suas consequências;

• espaços confinados com produtos químicos, como vapores e gás,


e a possível formação de atmosfera explosiva;

• os impactos de ferramentas e equipamentos danificados;

• acidentes e cuidados no trabalho em altura;

• regras no manuseio de cargas pesadas;

• cuidados com superfícies escorregadias; e

• quais são os perigos elétricos.

Os relatórios das análises de riscos devem ser elaborados e assinados por uma
equipe multidisciplinar, com conhecimento na aplicação das metodologias, experiência
e percepção dos riscos presentes na plataforma em análise. O responsável legal pela
operadora da instalação deve aprovar o relatório das análises de riscos. E o profissional
de maior nível hierárquico, embarcado na plataforma, deve tomar ciência formal do
relatório das análises de riscos.

O relatório tem que conter no mínimo os seguintes tópicos:

• objetivo e escopo do estudo;

• descrição da instalação, sistema ou equipamento que será submetido à


análise;

• justificativa e descrição da metodologia das análises de riscos utilizadas;

• identificações, análises e classificações dos riscos;

• conclusões sobre os resultados obtidos;

• recomendações necessárias para a mitigação e prevenção dos riscos.

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3.7 | GESTÃO DE RISCO


Por meio da avaliação das interações de diversas atividades de alto risco e do
possível impacto de tais interações, a gestão de riscos é estabelecida para auxiliar a
gerir o risco. Portanto, a gestão de risco consiste em:

• Procedimentos Operacionais;

• Práticas Seguras de Trabalho;

• Integridades de Ativos e Confiabilidade;

• Gestão de Contratadas;

• Certificação de Desempenho e Treinamento;

• Gestão de Mudanças;

• Prontidão Operacional;

• Disciplina Operacional;

• Gestão de Emergências.

O procedimento operacional prevê que, para gerenciar o risco, o operador deve


focar em desenvolver procedimentos que descrevam de forma segura como iniciar,
operar e encerrar processos. Deve ainda disponibilizar procedimentos específicos
instruindo operadores a como abordar condições perigosas e anormais.

O procedimento operacional falho pode ocasionar uma instrução não bem
definida ou genérica, além informações muito técnicas e difíceis de assimilar,
oferecendo uma instrução limitada.

A prática do trabalho seguro tem o objetivo de estabelecer um sistema de


controle para gerenciar atividades em ambientes de perigo. As atividades que forem
identificadas em áreas de risco devem contemplar medidas adicionais de precaução
e mitigação, para que o trabalho seja realizado com segurança.

A mitigação diminui o risco de uma sequência de eventos de acidente atuando


na fonte de forma preventiva, reduzindo a probabilidade de ocorrência do evento,
ou de forma protetora, reduzindo a magnitude do evento e a exposição de pessoas
locais ou propriedades.

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Além disso, o operador deve estabelecer um sistema de inspeção nas áreas de


trabalho para determinar se os procedimentos estão sendo seguidos e se as condições
da permissão de trabalho permanecem apropriadas.

A PT, por exemplo, é um documento que comprova


que a pessoa está exercendo a função para a qual ela
foi contratada. Além de ter sido feita uma análise de risco
para ela estar ali. Se não tem PT, não tem permissão
para fazer.

As atividades de integridade dos ativos consistem


na implantação sistemática de atividades de inspeção
e manutenção de equipamentos para garantir a
integridade mecânica.

A frequência das inspeções e testes de


equipamentos devem seguir as recomendações dos
fabricantes, as boas práticas ou determinadas por
experiência operacional prévia.

A atividade de integridade de ativos é uma medida


para assegurar que a instalação e os equipamentos
críticos de segurança sejam funcionais.

As instalações e equipamentos críticos de segurança foram projetados para


garantir a contenção segura de produtos químicos perigosos, energia armazenada, e
operação segura contínua.

E quais seriam as Instalações e equipamentos críticos de segurança?

• Vasos de pressão

• Tanques de armazenamento

• Sistemas de tubulação

• Dispositivos de alívio e ventilação

• Bombas

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• Instrumentos

• Sistemas de Controle

• Sistemas de intertravamentos e de desligamento de emergência

• Equipamentos de resposta a emergência

O gerenciamento de risco que envolve a integridade de ativos pretende:

• Definir o período de medição para a atividade de inspeção;

• Determinar o número de inspeções de instalações e equipamentos


críticos de segurança planejados para o período de medição;

• Determinar o número de inspeções de instalações e equipamentos


críticos de segurança concluídos durante o período de medição.

A baixa frequência da inspeção pode ser um fator de risco. O operador deve


conduzir uma prática de gestão de modo a estabelecer parâmetros para a seleção
e avaliação de contratados, considerando aspectos de segurança operacional nas
atividades.

Encontrar pessoas qualificadas


para o trabalho é importante para
evitar uma alta rotatividade de pessoas
na plataforma. O treinamento e a
competência são outros dois elementos
importantes da gestão de risco. Um
programa de treinamento é projetado para
aprimorar o conhecimento, a habilidade
e competência de um indivíduo.

Quando falamos “trabalhador competente” queremos dizer que aquela pessoa


adquiriu, através de uma combinação de qualificações, treinamento ou experiência,
o conhecimento e a habilidade para realizar a tarefa exigida. Os procedimentos de
treinamento devem considerar diferenças nos níveis de responsabilidade, habilidade,
alfabetização e risco.

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A força de trabalho deve ter consciência dos riscos de segurança do processo,


das operações de emergência, incluindo operações de Emergency Shutdown, e
outras práticas de trabalho que se aplicam às tarefas do operador.

A implantação de treinamentos eficientes é uma das etapas mais importantes


na gestão da segurança de processos. A competência da equipe e o treinamento de
preparação devem ser testados regularmente.

E quais são os fatores de risco? Treinamento normativo não cumprido, falta


de inovação e desmotivação. Devem ser fornecidas informações, instruções e
treinamentos adequados a todos os funcionários que possam ser expostos a
substâncias perigosas no desempenho de seu trabalho.

O treinamento deve ser apropriado ao perigo e risco e fornecer detalhes sobre o


seguinte:

• Risco decorrente do trabalho;

• Precauções a serem tomadas;

• Resultados de qualquer monitoramento e resultados coletivos e anônimos


da vigilância sanitária.

Mudança é uma palavra que deve ser ouvida com bastante atenção, pois exige
alterações nos procedimentos de segurança. Se eu mudei um procedimento, se eu
mudei o maquinário, eu mudei o que? O perigo e o risco.

Uma instalação está sujeita a mudança contínua, pois pretende aumentar


a eficiência, melhorar as operações e acomodar inovações tecnológicas. Reparos,
conexões e outras modificações podem ser realizadas por necessidade operacional.
Dessa forma, qualquer mudança, não originalmente prevista e analisada, pode
introduzir novos riscos e comprometer a segurança.

A mudança só é feita para impulsionar a melhoria contínua do desempenho do


trabalho. Que tipo de mudanças podem ocorrer numa plataforma de petróleo:

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• Mudanças nos equipamentos, instalações e parâmetros operacionais;

• Modificações de controle de processo;

• Introdução de novos produtos químicos;

• Mudanças nas especificações químicas ou fornecedores;

• Locais de construção e padrões de ocupação;

• Questões organizacionais tais como níveis de pessoal e atribuições de funções.

O sistema de gestão deve garantir que os processos que foram desligados


sejam reiniciados de forma segura. A prontidão operacional é especialmente
relevante para processos sazonais, que não operam o ano todo. O operador
deve assegurar que o processo de shutdown da instalação seja avaliado para
saber se as condições estão seguras para a reinicialização.

Quais os fatores de risco se uma prontidão operacional falhar? No caso de um


incêndio, não ter equipamento suficiente para combater as chamas.

A condução das operações de forma confiável é extremamente importante para


a gestão de risco, pois deve trabalhar junto com o projeto, treinamento, manutenção e
engenharia. Você tem que fazer tudo isso antes de ligar o botão e começar a operar.

Quais são os fatores de risco se nada disso acontecer? Falta de entendimento


das responsabilidades por parte do trabalhador e falta de treinamento. Os sistemas
de resposta a emergências na segurança de processo são projetados para conter,
reduzir e mitigar as consequências de um acidente.

Por exemplo, um incidente com liberação perigosa. Em relação a engenharia,


para conter o risco, são projetados sistemas de espuma, já em relação aos controles
administrativos, incluem planos de resposta a emergências com pessoal interno
capacitado e equipes de emergência.

O sistema de resposta a emergências é ativado em todos os casos se o acidente


resultar em mortes, lesões, danos ambientais, danos à propriedade e interrupção de
atividades.

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3.8 | PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE RISCO


Neste tópico, vamos aprofundar os nossos conhecimentos sobre as análises de
risco, mas antes disso vamos recordar os objetivos do gerenciamento de risco.

O principal objetivo do gerenciamento de risco é garantir que riscos associados


às tarefas sejam identificados, controlados e reduzidos. O gerenciamento de risco
oferece ações estratégicas e operacionais para a tomada de decisões.

O processo de gerenciamento possui três etapas fundamentais: a identificação,


a análise e a avaliação dos riscos. O processo deve ser conduzido de forma
colaborativa com a inclusão de conhecimento dos trabalhadores. As informações
precisam ser consistentes e em conformidades, podendo passar por auditorias e
revisões.

A análise de risco envolve uma profunda análise das incertezas. Temos que
considerar fatores como probabilidade dos eventos e consequências, natureza
e magnitude das consequências, relação temporal e volatilidade, complexidade
e conectividade, efetividade dos controles existentes e os níveis de confiança e
sensibilidade.

Todas as influências devem


ser consideradas, documentadas
e comunicadas aos tomadores
de decisões. Por isso, as
análises podem ser influenciadas
por opiniões divergentes,
tendências, percepções de riscos,
discernimentos, pressupostos, e
exclusões feitas pelas limitações
de determinada técnica. A análise
de risco gera dados para determinar se um risco deve ser ou não tratado, assim como
elucidar decisões que devem ser tomadas, escolhendo a melhor estratégia e método.

Em um ambiente offshore, analisar os riscos visa entender como acontecem


os acidentes. A partir daí, é possível fornecer subsídios e elementos técnicos para
desenvolver estratégias para a prevenção de ocorrências.

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Na MODEC, usamos dois métodos de análise de riscos: o HAZOP e o HAZID.

• HAZOP, Hazard and Operability Study, tem como objetivo identificar


anormalidades no ambiente de trabalho e apontar as origens do
problema. Esse estudo normalmente é conduzido quando há operações
complexas, onde são utilizados equipamentos críticos, que podem
gerar significativas lesões ou mesmo fatalidades mais sérias.

• HAZID, Hazard Identification, são as análises de riscos convencionais,


como: análise preliminar de riscos, Job Safety Analyses, árvore de
causas e análise de árvore de falhas. Todos esses métodos ajudam a
identificar o perigo, as causas, as consequências, a probabilidade de
ocorrência, a severidade do dano e as medidas de controle existentes e
as que devem ser aplicadas.

A Análise Preliminar de Risco, de sigla APR, consiste num estudo antes da


execução da tarefa, com o objetivo de determinar os perigos e os riscos. A partir daí
são pensadas quais serão as medidas de controle.

Já o Job Safety Analysis, conhecido como JSA, é uma uma revisão sistemática
de todos os perigos e riscos relacionados ao preparo de uma tarefa rotineira ou de
uma tarefa específica.

Não devemos nos esquecer que as consequências de um risco podem gerar


acidentes e ter impactos econômicos, ambientais e humanos. Exemplo, uma
substância inflamável mal armazenada numa atmosfera explosiva pode gerar um
risco de explosão. Consequentemente, a explosão pode causar um dano estrutural na
plataforma e lesionar gravemente um trabalhador. Além disso, se houver vazamento
de óleo, causa poluição.

Resumindo, as estimativas das consequências de uma avaliação de risco


devem ter conter os impactos nas pessoas, descrevendo se são de curto ou
de longo prazo, conhecer os efeitos nos recursos naturais, principalmente
no ambiente marinho, ter noção das implicações que direcionam perdas
financeiras e dano a ativos e por fim, entender quais são os impactos à imagem
da empresa junto aos reguladores, clientes e público.

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A análise de risco também prevê o nível de impacto, que pode ser desprezível,
marginal, crítico ou catastrófico. O que eu quero dizer com isso? Que esses níveis
impactam diretamente no fator humano.

• O nível de impacto desprezível tem como consequência humana uma


lesão sem perda de tempo de trabalho, ou seja, é uma lesão leve.

• O nível de impacto marginal leva a perda de tempo de trabalho, isto é, a


lesão afasta o trabalhador por um tempo das suas funções.

• O nível de impacto crítico é mais sério e leva a hospitalização do


trabalhador.

• E o catastrófico tem um impacto arrasador, levando à morte ou invalidez.

Na análise, descrever a probabilidade de um acidente também é importante, pois


ajuda a ter uma dimensão da ocorrência do perigo.

Importante!! Quanto maior o grau de severidade da consequência, maior o


detalhamento da análise de risco.

Uma ferramenta muito utilizada na análise de risco é o Bow Tie Analysis. E o que
seria isso? Através da análise de dados de risco nós criamos um diagrama, que tem
o formato de uma borboleta, onde são desenhados caminhos desde as causas de um
evento até as suas consequências.

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A ferramenta nos ajuda a enxergar as potenciais ameaças e consequências de


um determinado cenário, criando uma clara distinção entre a fase de gerenciamento
preventiva, ou seja, antes do evento, e reativa, após o evento.

Quando entendemos isso, é possível pensar quais são as medidas de


prevenção que podem reduzir as chances da ocorrência e entender o impacto dos
eventos, atenuando a severidade dos efeitos.

3.9 | TRATAMENTO DO RISCO

Neste tópico, vamos entender como implementar ações para melhorar a


segurança de processo.

Durante a análise de risco, pensamos em medidas para melhorar o nosso


trabalho e evitar acidentes. As decisões devem abranger contextos amplos e
consequências reais. A análise de risco nos permite selecionar o tratamento mais
adequado para alcançar o nosso objetivo. Tem que se pensar na relação dos
custos, esforços e quais são as desvantagens da sua implementação.

O tratamento do risco envolve um processo permanente de formular, planejar,


implementar e avaliar a efetividade das ações. É fundamental decidir se o risco
remanescente é aceitável e se não for aceitável, qual a próxima opção de tratamento.
Deve ser cuidadosamente planejado e implementado, caso contrário pode não gerar
o resultado esperado, produzindo consequências indesejadas, ou até novos riscos.

O plano de tratamento de risco visa especificar como o tratamento foi escolhido


e fazer com que todos entendam o que será feito. O plano tem que conter: a razão
da escolha do tratamento, quais serão os benefícios a serem ganhos, as ações
propostas, os recursos solicitados, as restrições, os relatórios necessários, que tipo de
acompanhamento deve ser feito, quando as ações esperadas devem ser realizadas, a
ordem de implementação das ações e quais são as prioridades. O plano também tem
que conter a transferência de responsabilidade do risco à outra parte.

Outro ponto importante é que os tratamentos de risco não são exclusivos ou


adequados a todas circunstâncias. Selecionar o tratamento adequado envolve fazer
um levantamento entre custo e benefícios da implementação.

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É preciso avaliar, aceitar e tratar os riscos para melhorar a segurança de


processo. Ao identificar os riscos, nós estimamos a probabilidade e as consequências
dele acontecer. Depois de identificá-los, temos que pensar se são riscos aceitáveis
ou não. Se forem aceitáveis, mantemos o nosso sistema de operação. Se não forem
aceitáveis, modificamos o sistema.

E o que seria a mudança no processo? A mudança é qualquer alteração


permanente ou temporária, na tecnologia, nas instalações ou na força de trabalho que
modifique o risco, ou altere a confiabilidade de um sistema.

A gestão de mudança tem como objetivo assegurar que os perigos associados a


uma mudança sejam identificados e controlados durante a execução das atividades.
Tanto o trabalhador quanto o gestor têm responsabilidades na gestão de mudança.

Qualquer trabalhador
deve identificar e informar ao
seu superior imediato sobre
qualquer mudança que venha
ocorrer em uma atividade,
área ou procedimento. E
cabe aos gestores avaliar
a aplicabilidade deste
procedimento analisando
os aspectos, impactos, perigos e riscos associados a sua atividade bem como a
implementação das ações corretivas para a sua mitigação.

O monitoramento faz parte do gerenciamento de risco, pois assegura a


qualidade e efetividade da implementação das ações, melhorando o resultado.
Os resultados do monitoramento e revisão do Gerenciamento de Risco devem
ser incorporados nos relatórios de performance da empresa. A revisão deve ser
periódica.
Outro ponto muito importante que falamos nas últimas aulas é a percepção
do risco: o ato de ter conhecimento do perigo por meio dos nossos sentidos e após
interpretá-los decidir que atitudes tomar. Os piores inimigos da percepção de risco
são a rotina e a pressa. Nós fazemos tudo no automático e muitas vezes perdemos a
noção das nossas atitudes.

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Quer um exemplo? Às vezes não reportamos um desvio, por falta de atenção e


por estar sempre na correria. Temos que estar sempre atentos. A saúde mental precisa
ser cuidada para que não ocorram riscos psicossociais.

De acordo com a NR 37, riscos psicossociais decorrem de deficiências na


concepção, organização e gestão do trabalho, bem como de um contexto social de
trabalho problemático, podendo ter efeitos negativos a nível psicológico, físico e
social, como o estresse relacionado ao trabalho, o esgotamento ou a depressão.

Os seres humanos são propensos a erros operacionais e por isso devemos criar
sistemas adequadamente projetados para mitigar esses riscos. Ter a consciência de
que os fatores humanos fazem parte de todas as etapas do trabalho é fundamental
para que se diminua o risco de incidentes causados por um trabalhador.

3.10 | APRENDIZADO COM A EXPERIÊNCIA

Quando um acidente ocorre na plataforma, é necessário realizar uma


investigação do acidente, com indicadores de desempenho e auditoria, para
transformar os erros em melhorias contínuas.

A investigação é uma maneira de aprender com os incidentes e de comunicar


as lições aprendidas com o pessoal interno e de outras partes interessadas. Deve
abordar: a natureza do incidente, os fatores que contribuíram para o início do
incidente e seu desenvolvimento e recomendações para melhorias no sistema
de gestão, visando evitar a ocorrência de eventos similares.

Se não for feita uma investigação, quais são os fatores de risco? Falta de
conhecimento, comunicação do incidente ruidosa, falta de transparência e
investigação superficial.

Reporte todos os acidentes e classifique os incidentes com base na gravidade.


O fluxo da investigação de um acidente precisa ser fluido e objetivo. Ao ler as
nossas anotações temos que ter uma resposta imediata, todos os levantamentos de
informações cruciais, a análise da causa raiz, a identificação das consequências e as
recomendações para que tal incidente não volte a acontecer.

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Outro ponto importante é a realização de auditorias, que avaliam a eficácia da


implantação e do funcionamento do sistema de gestão. Elas determinam se as
atividades e os resultados estão de acordo com as disposições planejadas e se estas
estão efetivamente implementadas para atingir a política e os objetivos da empresa.

O relatório das auditorias deve conter informações sobre:

• se os elementos do programa de gerenciamento estão adequados e


incorporam os componentes necessários;

• avaliação do sistema de teste quanto à eficácia do sistema de gestão; e

• identificação de pontos de melhoria na segurança e no gerenciamento da


segurança de processo.

A auditoria constante, de maneira proativa, é para diminuir as deficiências


do projeto.

As métricas e os indicadores têm como objetivo promover a melhoria contínua


das condições de segurança das instalações.

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E quais os fatores de risco? Indicadores reativos e proativos inconclusivos:

• O indicador reativo é uma medida retrospectiva orientada para resultados


que descreve eventos que já ocorreram e que pode indicar possíveis
problemas recorrentes.

• Já o indicador proativo é voltado para o futuro e mede o desempenho dos


principais processos de trabalho, disciplina operacional, ou camadas de
proteção que evitam acidentes.

Os resultados das análises da gestão devem ser monitorados ao longo do


tempo, e, em caso de oportunidades de melhoria, devem ser realizadas alterações.
Durante a análise de gestão, o trabalhador deve ser capaz de saber qual é
a qualidade do sistema de gestão da segurança de processo, se aqueles são os
resultados esperados e se o trabalho está sendo feito nas circunstâncias certas.

Antes da ocorrência da maioria dos acidentes existem avisos que são


ignorados. Os riscos inerentes às atividades da empresa devem ser identificados,
avaliados e gerenciados, de modo a evitar a ocorrência de acidentes ou assegurar
a minimização de seus efeitos.

RESUMO

Neste módulo, o tema principal foi a segurança de processo nas plataformas


de petróleo. Os acidentes de processo são causados pela convergência de múltiplos
fatores. Eles podem ser causados por atos individuais, erros organizacionais ou a
soma sistêmica dos dois.

A segurança ocupacional lida com pessoas, ou seja, são ações que visam a
melhoria do ambiente de trabalho, avaliando e controlando situações de risco, para
que desta forma não aconteçam acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. O uso
de capacete, óculos, equipamentos de EPI no geral, são exemplos de elementos que
fazem parte da segurança ocupacional.

E o que diferencia a segurança de processo da ocupacional? É que a segurança


de processo tem relação com as instalações. O foco é o projeto, a engenharia das
instalações, a análise do perigo e dos riscos e a investigação de acidentes e incidentes.

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Numa plataforma de petróleo, a segurança de processo lida com a prevenção e


controle de acidentes que têm o potencial de liberar materiais perigosos ou energia.
Tais acidentes podem causar efeitos tóxicos, incêndio, ou explosão, além de ocasionar
lesões graves, danos à propriedade, perda de produção e impacto ambiental.

Um acidente de segurança de processo é um evento potencialmente catastrófico.


Para evitar um acidente de processo, é importante ter um sistema de gestão de
incidentes, onde se descobre os pontos fracos da instalação.

Ter um programa de inspeção e manutenção preventiva é fundamental para


prevenir erros de omissão, condições precárias de equipamento e danos físicos na
caixa de contenção. Todas as ações de segurança de processo visam a precaução.
A Modec acredita que uma empresa através do monitoramento e análise de risco,
pode proporcionar mais segurança nas instalações.

Vamos relembrar os quatro pilares fundamentais da segurança de processo:

1. Comprometimento com a segurança de processo;

2. Entendimento de perigos e riscos;

3. Gestão de risco;

4. Aprendizado com a experiência.

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As análises de risco ajudam a identificar os perigos. Entendê-los faz com que


surjam novas medidas para reduzir a probabilidade de um evento indesejado. Antecipar,
reconhecer, avaliar e controlar os riscos em sua origem, minimizam ao máximo a
ocorrência de acidentes. É por isso, que o terceiro pilar da segurança de processo é a
gestão de risco.

A gestão de risco consiste em:

• Procedimentos Operacionais;

• Práticas Seguras de Trabalho;

• Integridades de Ativos e Confiabilidade;

• Gestão de Contratadas;

• Certificação de Desempenho e Treinamento;

• Gestão de Mudanças;

• Prontidão Operacional;

• Disciplina Operacional;

• Gestão de Emergências.

Mudanças ocorrem o tempo todo no nosso ambiente de trabalho e exige


alterações nos procedimentos de segurança através da Gestão de Mudanças da
empresa. Uma plataforma offshore deve estar sujeita a mudança contínua, uma
vez que para melhorar a segurança e aumentar a eficiência é preciso aprimorar as
operações e acomodar inovações tecnológicas.

A empresa pode ter o melhor planejamento e ainda falhar, por isso é essencial
que a força de trabalho seja capaz de executar ações adequadas. E como fazer
isso? Através da criação de um plano resposta às emergências. Os sistemas de
resposta a emergências na segurança de processo são projetados para conter,
reduzir e mitigar as consequências de um acidente.

A falta de entendimento das responsabilidades por parte do trabalhador e a falta


de treinamento pode levar a sérios fatores de risco. O treinamento e a competência
são dois elementos importantes, pois aprimoraram o conhecimento e a habilidade do
trabalhador.

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E o último pilar da segurança de processo é o aprendizado com a experiência.

A investigação é uma maneira de aprender com os incidentes. Entender o que


aconteceu irá ajudar a criar novas medidas de segurança para que o incidente não
volte a acontecer. Fazer auditorias é uma forma de verificar a eficácia do sistema de
gestão. Será que todos estão realizando os procedimentos corretos? A auditoria deve
ser constante e tem por objetivo diminuir as deficiências dos projetos de segurança.

Não esqueça: conhecer os riscos inerentes a uma plataforma de petróleo


ajuda a diminuir acidentes.

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