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PLANEJAMENTO DA
PRODUÇÃO
Professor (a) :

Me. Marcia Pappa

Objetivos de aprendizagem
•Apresentar os conceitos relacionados à etapa de Planejamento da Produção.

•Citar os Tipos de Sistemas Produtivos.

•Conceituar o termo Previsão de Demanda.

•Analisar as ações do Planejamento Estratégico da Produção.

•Compreender o Planejamento Mestre da Produção (PMP).


Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:

• Conceito e Finalidade do Planejamento da Produção

•Previsão de Demanda

•Planejamento Estratégico da Produção

•Planejamento Mestre da Produção (PMP)

Introdução
Caro(a) aluno(a),

Neste estudo serão abordadas questões relacionadas ao planejamento da produção. Esse assunto é de vital importância para as
rotinas diárias de uma indústria, pois, por mais que imprevistos aconteçam, os gestores devem ter informação para tomada de
decisão de forma a minimizar os impactos que esses imprevistos possam causar em todo processo.

As atividades a serem realizadas em cada momento das rotinas produtivas também serão abordadas, de forma a trazer subsídios
para que você possa compreender as ações que devem ser realizadas em cada etapa, desde o desenvolvimento do produto até a
entrega dos pedidos aos consumidores finais.

Você já deve ter ouvido falar em planejamento estratégico, tático e operacional, mas afinal quais são as ações realizadas em cada
uma dessas etapas? Quais informações devem ser analisadas para que o planejamento como um todo atenda ao objetivo da
empresa? Essas respostas poderão ser obtidas no decorrer do estudo desta unidade.

Os assuntos tratados são valiosos para a compreensão das atividades que envolvem o setor produtivo, a definição da regra de
negócio da empresa também é importante, bem como o conhecimento das tarefas a serem realizadas para elaboração do plano de
produção e o plano mestre.

Você está preparado? Então vamos lá. A partir de agora você irá estudar esse assunto que é a essência para o bom desempenho do
setor produtivo das nossas indústrias.

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Conceito e Finalidade do Planejamento


da Produção
Quando o assunto é produção, relacionamos as funções que envolvem a transformação de um bem ou serviço como, por exemplo,
a produção de automóvel, eletrodoméstico, produtos de beleza e também a prestação de um serviço como uma biblioteca.

As funções relacionadas à produção começaram a ser percebidas desde a antiguidade, quando os homens da caverna produziam
seus próprios utensílios domésticos. Nesse momento histórico, utilizavam materiais brutos que encontravam na natureza e
transformavam em bens de consumo próprio.

Conforme o tempo foi passando, as pessoas que tinham o dom de transformar um material em um bem de consumo começaram a
receber encomendas dos produtos, passando então a existir atividades comerciais. Surgem, dessa forma, os artesãos, que
recebiam encomendas e trabalhavam com princípios de organização, estabelecimento de prazos de entrega e sequências
produtivas.

Seguindo a evolução do nosso processo produtivo, com o surgimento da revolução industrial, a produção artesanal iniciou um
declínio, pois, segundo Martins e Laugeni (2005), com o advento da máquina a vapor as forças humanas passaram a ser
substituídas pelas máquinas.

No final do século XIX, Frederick W. Taylor apresentou seus trabalhos nos Estados Unidos, aplicando conceitos de produtividade e
padronização das tarefas. Na mesma época, 1881, tivemos outros precursores com o casal Frank e Lilian Gilbret, que aplicaram
conceitos de tempos produtivos e racionalização dos métodos de trabalho (TUBINO, 2000).

Segundo Slack et al. (1996), Henry Ford também foi considerado inovador, pois introduziu a linha de montagem e conceitos de
produção em massa. Dessa forma, tinha-se um volume de produção considerável e padronizada.

As indústrias passam então a terem uma produção mais organizada, estabelecendo padrões tanto de processos quanto de
produtos, maior qualidade, iniciando também a avaliação do custo e acompanhamento da eficiência do processo, enfim, é iniciado
um pensamento em que a obtenção de informação se faz cada vez mais necessária (ZACARELLI, 1982).

Hoje em dia, os processos produtivos têm como característica a inovação, não somente na questão de tecnologia, máquinas e
equipamentos de última geração, mas também na questão de aplicação de técnicas que otimizam o processo produtivo,
englobando desde a análise da demanda até o recebimento do produto pelo consumidor final (MARTINS; LAUGENI, 2005).
Na era de mercados cada vez mais competitivos, o investimento no capital intelectual é valorizado e o conhecimento dos
colaboradores é visto como um diferencial. Dessa forma, os gestores também mudam a forma de pensar, pois se em tempos
passados a força humana era valorizada, atualmente é o conhecimento que está em destaque.

Após esse rápido entendimento sobre como aconteceu a evolução do nosso processo produtivo, a partir de agora vamos nos
aprofundar nas questões relacionadas ao Planejamento e Controle da Produção (PCP).

A sigla PCP é muito utilizada no nosso setor produtivo, mas afinal o que ela realmente quer dizer?

•Podemos dizer que é uma atividade integrada ao processo?

•É um setor que está localizado no chão de fábrica?

• Ou são ações que determinam o rumo da produção?

Respondendo a esses questionamentos, de acordo com Tubino (2007), o PCP, ou como alguns autores tratam PPCP –
Planejamento, Programação e Controle da Produção, está relacionado a ações que envolvem o setor produtivo, fazendo a
integração com os demais setores da organização, e geralmente é encontrado nas indústrias um setor em que existem
profissionais de produção e logística realizando essas ações.

As funções que estão relacionadas às práticas de planejamento, programação e controle dos processos produtivos têm início na
etapa de engenharia e desenvolvimento de produto, seja criando novos produtos ou melhorando os já existentes, até a chegada
desse produto ao consumidor final. Dessa forma, quando falamos que o PCP faz integração com os demais setores da organização
é porque ações que são realizadas desde o momento da criação do produto, passando pelo momento da venda desse produto,
passando pelo chão de fábrica, faturando esse pedido e enviando o produto ao cliente, interferem e influenciam no planejamento
da produção.

Para que possamos entender melhor quais são essas atividades, vamos compreender o que é um sistema produtivo. De acordo
com Martins e Laugeni (2005), o sistema produtivo pode ser entendido como um processo de entradas (inputs), que são
organizadas e geram como resultado as saídas (outputs) (Figura 1).

Figura 1: Funcionamento do Sistema Produtivo

Fonte: Martins e Laugeni (2005).

Segundo Moreira (2009), os insumos, como a mão de obra, materiais, máquinas e equipamentos, capital e conhecimento, são
transformados diretamente em produto.

O processo de transformação está relacionado a ações de chão de fábrica, ou seja, nessa etapa ocorre a fabricação dos produtos.
Por isso dizemos que o PCP age desde o início do processo até as entregas dos produtos aos clientes, pois fornece informações
para compra de materiais ou insumos, verifica a necessidade de produção, analisa a capacidade produtiva, acompanha a qualidade
e produtividade, acompanha o custo de produção, analisa o andamento da produção e também verifica a necessidade de
investimento em mão de obra e equipamentos (MOREIRA, 2009).

Por exemplo, consideramos que o PCP precisa organizar as ações a serem realizadas no chão de fábrica, dessa forma, tem a
necessidade de saber qual é a demanda dos produtos, informação essa que é conseguida no setor comercial/vendas. Também
precisa saber qual é o estoque de matéria-prima e, para isso, troca informações com o setor de almoxarifado, para posteriormente
fornecer informações para o setor de compras daquelas matérias-primas que precisam ser adquiridas, trocando ainda informação
com o setor de estoque de produto acabado/expedição e também com o chão de fábrica para saber qual é o estoque em processo
(TUBINO, 2000).

O setor de recursos humanos não pode ser esquecido, pois é nele que acontece a troca de informações relacionadas aos
colaboradores, contratação, demissão, horas extras, necessidade de cursos, palestras ou treinamentos. Essas informações são
essenciais para que os gestores possam tomar decisões relacionadas ao planejamento estratégico, tático e operacional (Figura 2).

Figura 2: Integração entre PCP e setores empresariais

Fonte: Pappa (2013).

Enfim, alguns autores tratam o PCP como sendo o pulmão ou o coração da empresa, uma etapa crucial para o bom
desenvolvimento da organização, pois, para que os produtos possam ser fabricados, se faz necessário reunir informações para que
as decisões sejam tomadas, por isso a importância do PCP.

Para que aconteça essa troca de informações de forma coerente, confiável e ágil, muitas empresas utilizam softwares de gestão
integrados, que fornecem uma maior confiabilidade no final do processo e proporcionam aos gestores uma tomada de decisão
mais acertada.

Falamos que o PCP está ligado às funções de planejamento, programação e controle, mas, para que essas funções sejam realizadas
de forma satisfatória, é necessário que seja conhecido o tipo do sistema produtivo com o qual se está trabalhando.

De acordo com Tubino (2007), o grau de complexidade dessas funções pode variar de acordo com o tipo de sistema. Essa
classificação tem como finalidade facilitar o entendimento das características do sistema produtivo, resultando assim nesse grau
de complexidade.

Segundo Martins e Laugeni (2005), podemos classificar os sistemas produtivos da seguinte forma:

a.Sistema Produtivo em Massa: nessa modalidade, a produção tem características de altos volumes de produção e alto grau de
padronização dos produtos. Como exemplos podem ser citadas as grandes montadoras de veículos, fábricas de confecção que têm
pouca variedade de produtos e alto volume produtivo.

b.Sistema Produtivo em Lote: nos sistemas caracterizados em lote, têm-se como característica principal médios volumes de
produção e média diversidade de produtos. Como exemplo, pode ser citada a indústria da moda, em que produtos são
diferenciados e apresenta médios volumes produtivos.

c.Sistema Produtivo Sob Encomenda: nesse tipo de sistema, os produtos são vendidos e produzidos de acordo com a necessidade
do cliente, com demandas baixas e na grande maioria das vezes sendo produzida uma única unidade do produto. Como exemplo,
podemos citar os alfaiates, que fazem a costura das peças de acordo com o pedido de cada cliente e nas suas medidas. Também
podemos citar os móveis planejados, que são produzidos de acordo com as especificações de cada cliente.

d. Sistema Produtivo Contínuo: Nesse tipo de sistema, tem-se como característica a alta uniformidade de produção como, por
exemplo, produção de petróleo e energia elétrica. Nos sistemas contínuos, não conseguimos identificar claramente a separação de
fases de produção, por isso o nome. A automação dos processos também é encontrada em alto grau.
A característica do processo produtivo é que irá definir a forma de planejamento e controle da produção, assim como o lead time , o
layout, o tempo de ciclo e o acompanhamento dos processos, pois quando o gestor tem esses conhecimentos consegue
dimensionar o setor produtivo de acordo com a característica de venda e distribuição dos produtos (TUBINO, 2007).

Podemos acompanhar um resumo das características dos sistemas produtivos no quadro 1, a seguir.

Quadro 1 – Resumo das características dos sistemas produtivos

Fonte: o autor.

Assim, podemos compreender que conhecer o sistema produtivo da indústria é fundamental para que o planejamento, a
programação e o controle da produção possam ser realizados da melhor forma a fim de obterem-se resultados positivos.

Previsão de Demanda
A previsão de demanda é um assunto muito estudado nas nossas indústrias, pois avaliar as informações advindas do mercado e
também as informações internas da empresa necessita que os gestores façam uma análise criteriosa para que gere um resultado
satisfatório para todos os envolvidos.

• Qual objetivo de se fazer previsão de demanda?

• Qual a importância e relevância da previsão de demanda para gestão da produção?

• Se a empresa faz previsão, quer dizer que não irá acontecer erros no planejamento?

São algumas perguntas interessantes que vamos responder no decorrer da aula.

Para uma melhor compreensão do assunto, vamos inicialmente entender claramente alguns termos utilizados quando o assunto é
previsão de demanda. Segundo Martins e Laugeni (2005), são eles:

• Planejamento: processo lógico no qual são determinados metas e objetivos e que no decorrer do processo são seguidos.

• Predição: processo que visa à determinação de um acontecimento futuro, mas sem análises muito bem definidas, sem
metodologia clara e também baseadas em aspectos subjetivos.

• Previsão: processo para determinação de um acontecimento futuro, nele, diferentemente da predição, são utilizados técnicas
estatísticas, modelos matemáticos, com a utilização de metodologia clara e objetiva.

De acordo com Moreira (2009), a previsão de demanda pode ser definida como um processo racional baseado em técnicas
estatísticas e matemáticas, cujo objetivo é saber a quantidade de vendas futuras que a organização tem capacidade de atingir, seja
de um produto ou de uma família de produtos.

A previsão de demanda é realizada para traçar objetivos estratégicos, ou seja, objetivos a serem alcançados em longo prazo e, de
acordo com Tubino (2007), ela é a base para o planejamento das áreas de vendas, produção, finanças e recursos humanos, pois, a
partir dessa informação, são traçados números, permitindo aos demais setores fazerem o planejamento e programação das suas
atividades de acordo com esse norte.

Os gestores devem levar em consideração que esses dados são originados de previsão, por isso o acompanhamento no dia a dia de
como eles estão se comportando é fundamental, por mais que sejam utilizadas técnicas estatísticas, matemáticas, análise do
mercado, feeling dos administradores, imprevistos podem acontecer e acabar influenciando nos números.

Para o gerenciamento e acompanhamento das informações de demanda, é necessário focar em alguns itens e, de acordo com
Correa, Gianesi e Caon (2009), são:

• Previsão de demanda: nesse momento, a empresa deve ter conhecimento para escolher e aplicar as técnicas existentes
relacionadas ao cálculo da demanda, levando em consideração a margem de erro, entender como o ambiente interno interfere nos
números e analisar o ambiente externo para que a demanda gerada realmente possa ser utilizada para planejamento.

• Comunicação com o mercado: esse fator é bem interessante, pois, em alguns casos, as organizações acabam não avaliando de
forma coerente a opinião dos clientes e também dos colaboradores que mantêm contato com o ambiente externo. Além da
avaliação dos dados históricos, deve ser levado em consideração o mercado, pois caso contrário pode ser que, na análise da
previsão, acabem sendo deixados de lado dados preciosos.

• Influência sobre a demanda: na análise da previsão de demanda, a empresa também deve estudar meios que podem influenciar o
resultado final como, por exemplo, no momento da venda, estabelecer quantidades mínimas para os clientes comprarem, montar
mix de produtos, estabelecer prazos e condições de pagamentos diferenciadas do que está sendo oferecido no mercado.

• Promessa de prazo de entrega: no momento em que acontecem as vendas, são prometidos os prazos de entrega; essa habilidade
em promessas deve ser convertida na eficiência de entrega, pois, se a empresa não consegue honrar seus prazos, podem ser
comprometidas as vendas futuras e assim influenciar na previsão de demanda.
• Priorização e Alocação: a previsão de demanda gera informações para as demais áreas da empresa, dessa forma, deve ser
elaborado um plano de vendas pelo setor comercial/marketing e passado às outras áreas, para que se consiga fazer um
planejamento das ações baseado nesses dados. Por exemplo, o setor produtivo analisa esses dados e consegue programar de
forma antecipada a capacidade produtiva, se terá condições de fabricar esses produtos internamente ou se terá que fazer
terceirizações.

É preciso acompanhar esse processo de determinação da demanda, pois existem erros que as empresas podem acabar cometendo.
Segundo Correa e Correa (2007), os erros mais comuns são:

• Confundir previsão com metas.

•Gastar tempo e esforço discutindo se a previsão está certa ou errada, ao invés de concentrar os esforços para verificar o quanto
está se errando e procurar as causas.

• Pensar somente nos números de previsão e esquecer os desvios, ou seja, levar em consideração uma estimativa de erro ou
desistir ou não buscar a melhoria dessas estimativas, aplicando os métodos adequados e analisando o ambiente.

Agora que já entendemos o que é previsão de demanda e os fatores que interferem nesses números, vamos nos concentrar em
quais informações devem ser levadas em consideração nessa análise, de acordo com Krajewski, Ritzman e Malhotra (2009):

•Dados históricos das vendas.

•Dados históricos das demandas, nesse caso, analisar o potencial do mercado, as vendas perdidas e identificar o motivo, buscando
sempre a melhoria.

• Informações que demonstrem o comportamento atípico das vendas, ou seja, fatores que interferiram no volume das vendas
como, por exemplo, a falência de um concorrente que impactou em um aumento expressivo nas suas vendas em um determinado
período.

•A situação real do seu mercado, ou seja, analisando os concorrentes, possíveis concorrentes ou a real característica do público-
alvo.

• Análise da economia do país e como essa conjuntura pode influenciar na demanda.

• Lançamento de novos produtos ou serviços e como esse fator pode influenciar na demanda.

•Realização de pesquisas de mercado com questionamentos que possam fornecer informações sobre comportamentos futuros do
público-alvo.

Diante de tantas informações, qual deve ser a sequência correta para se conseguir ter uma previsão de demanda confiável e
segura? Devemos primeiramente entender o objetivo do método a ser aplicado, como ele funciona e que tipo de informação
demonstrará, entender quais dados serão coletados e também como eles devem ser monitorados.

Após estudo desses fatores e informações advindas do ambiente interno e externo, a previsão de demanda requer a aplicação de
técnicas estatísticas e matemáticas que possam reproduzir esse cenário com a redução de incertezas.

Segundo Martins e Laugeni (2005), para se fazer uma previsão de vendas adequada, é necessário conhecer o tipo da demanda e os
padrões mais comuns são:

• Média: em que as flutuações da demanda estão em torno de um valor constante.

• Tendência Linear: em que a demanda cresce ou decresce linearmente.

• Tendência Não Linear: em que a demanda cresce ou decresce linearmente, conforme uma equação do 2º grau, por exemplo.

• Estacional ou Sazonal: em que a demanda cresce ou decresce em certos períodos.

Após a identificação do tipo da demanda e análise dos dados descritos anteriormente, é possível fazer a aplicação da melhor
técnica de previsão. De acordo com Tubino (2007), essas técnicas podem ser subdivididas em dois grandes grupos: as qualitativas,
que envolvem dados subjetivos, ou seja, opiniões e julgamentos de pessoas que entendem dos processos da empresa, e as
quantitativas, que envolvem dados numéricos.

Para Correa e Correa (2007), as previsões quantitativas podem ser subdivididas em dois grandes grupos: as técnicas baseadas em
séries temporais e as técnicas baseadas em correlações. Nas séries temporais, a modelagem matemática analisa os dados
históricos do produto e parte do princípio que esses dados passados não sofrem influência de outras variáveis; já as técnicas de
correlação analisam os dados históricos do produto juntamente com variáveis que interfiram na demanda do produto.

Segundo Martins e Laugeni (2005), as técnicas que podem ser aplicadas no método baseadas em séries temporais são:

• Técnica para previsão: média móvel.

• Técnica para previsão: média ponderada.

• Técnica para previsão: média exponencial móvel.

• Técnica para previsão: ajustamento sazonal.

• Técnica para previsão da tendência: equação linear.

• Técnica para previsão da tendência: ajustamento exponencial para a tendência.

Como exemplo, consideramos a seguinte situação: uma indústria de chocolate está fazendo a previsão de demanda para o próximo
período de vendas, e um determinado produto apresentou a demanda dos últimos 12 meses, conforme tabela 1. Ela quer
determinar a previsão para o próximo período (janeiro do ano 2). Vamos calcular?

•Aplicando o método da média móvel simples:

A demanda de janeiro do ano 2 será a média dos 12 meses anteriores:


(100+102+101+104+102+101+102+103+103+103+104+103) / 12 = 102,33

•Aplicando o método da média móvel ponderada:

Nesse caso, utiliza-se um peso para os dados analisados, sendo que essa soma deve ser igual a 1. No exemplo anterior, utilizar para
o mês de janeiro do ano 2 uma média móvel trimestral com fator de ajustamento 0,7 para dezembro, 0,2 para novembro e 0,1 para
outubro:

O cálculo fica da seguinte forma: 0,7 x 103 + 0,2 x 104 + 0,1 x 103 = 103,2

Segundo Tubino (2007), vários fatores podem afetar um modelo de tendência, sendo assim, os gestores devem estar atentos à
utilização do melhor método que traga os melhores resultados.
Planejamento Estratégico da Produção
O planejamento faz parte de todas as ações do ser humano, desde atividades mais simples como pensar em uma festa de
aniversário até atividades mais complexas como planejamento de um casamento. Nas nossas indústrias não é diferente, as
atividades precisam ser planejadas em longo, médio e curto prazo, a fim de garantir a execução das atividades de forma
satisfatória.

O Mapa Estratégico da Indústria 2018-2022 aponta o caminho que a indústria e o Brasil devem percorrer
na próxima década para aumentar os níveis de produtividade e eficiência e alcançar um elevado grau de
competitividade, respeitando os critérios de sustentabilidade. Disponível em:
< http://www.portaldaindustria.com.br/cni/canais/mapa-estrategico-da-industria/ >.

O objetivo do planejamento estratégico, segundo Moreira (2009), é proporcionar uma melhor visão das atividades a serem
realizadas em longo prazo, maximizando os resultados e minimizando os riscos e incertezas.

O tempo é uma vantagem crítica nas estratégias competitivas, as empresas precisam ser cada vez mais produtivas, enxutas e ágeis,
assim planejar se torna essencial para alcançar resultados, proporcionado organização para que a empresa consiga atingir os
objetivos traçados no planejamento estratégico. Formular estratégias e pensar no melhor caminho a percorrer não é algo recente,
pois até os homens das cavernas quando saíam para caça montavam um plano e, assim, até hoje as empresas precisam pensar nas
ações a serem realizadas (CHIAVENATO, SAPIRO, 2003).

De acordo com Tubino (2007), o planejamento estratégico da produção é uma função pensada em longo prazo em que o plano de
produção é elaborado, relacionando as áreas de decisão da empresa e também avaliando as questões internas e externas à
organização (Figura 3).

Figura 3: Planejamento Estratégico


Fonte: Tubino (2007).

Ainda segundo o autor, a missão e visão da empresa são avaliadas, pois aqui traz uma visão futura da organização, as estratégias
também são analisadas, tanto as corporativas, pois essa define as áreas de negócios em que a empresa irá atuar, quanto as
estratégias competitivas, pois demonstram a informação de como as unidades de negócios irão competir no mercado.

De acordo com Krajewski, Ritzman e Malhotra (2009), essas estratégias compõem a lista de informações analisadas no momento
da previsão de demanda, pois, com essas informações em mãos, a empresa consegue montar o plano de produção.

As estratégias de produção, segundo Martins e Laugeni (2005), são elaboradas avaliando as informações do planejamento, ou seja,
de acordo com o objetivo que a empresa definiu, o setor produtivo irá elaborar o caminho a percorrer para o seu alcance.

Para que o PCP consiga montar sua estratégia, primeiramente deve estabelecer quais critérios ou parâmetros são relevantes para
a empresa, por exemplo, critérios de desempenho e áreas de decisão que devem ser avaliados para garantir a melhor estratégia
(TUBINO, 2007).

O plano de produção analisa a demanda, a capacidade produtiva e a necessidade de investimento em


máquinas ou pessoas, isso por família de produtos.

Quanto menor o ciclo de vida dos produtos e serviços – devido à rápida difusão da nova tecnologia
suportada pelas novas redes de telecomunicações–, maior será o prêmio competitivo às organizações ágeis
e rápidas.
Fonte: Chiavento e Sapiro (2003).

Figura 4: Critérios e Áreas de Decisão

Fonte: Tubino (2007).

Após o estabelecimento desses critérios e a definição de qual área de decisão irá sofrer interferência, é montado o plano de
produção. Segundo Correa, Gianesi e Caon (2009), esse plano tem como objetivo dar uma direção de ações a serem realizadas pelo
setor produtivo e áreas interligadas que venha ao encontro das estratégias definidas.

De acordo com Tubino (2007), no plano de produção, trabalha-se com informações referentes à previsão de demanda advindas do
setor comercial, geralmente por família de produtos, já que estamos pensando em longo prazo.

A partir desses dados, são iniciadas outras ações. Conforme Moreira (2009), o PCP analisa as seguintes questões:

•Capacidade produtiva instalada.

•Possibilidade de diminuição ou aumento dessa capacidade com base na previsão de demanda.

•Necessidade de aquisição de novas máquinas e equipamentos.

•Análise da possibilidade de a produção ser realizada internamente ou da necessidade de terceirizar serviços.

•Contratação ou demissão de colaboradores.

• Necessidade de treinamentos.

•Necessidade de consumo de matéria-prima.

•Necessidade de compra de matérias-primas e insumos.

•Nível de qualidade desejado.

• Avaliação de estoque de produto acabado.

• Integração e troca de informações internamente.

Analisaremos agora uma indústria do vestuário que produz calças jeans e precisa elaborar o plano de produção para a próxima
coleção. O plano será elaborado para os próximos seis meses que correspondem ao período da coleção.
Na indústria do vestuário, as peças são desenvolvidas e, posteriormente, aprovadas. No setor de engenharia e desenvolvimento,
são realizadas as documentações de cada produto, ou seja, para todos os produtos, são montadas as fichas técnicas, nelas, são
discriminados todos os materiais que serão necessários para fabricação do produto, e na ficha de operações, serão inseridas todas
as etapas do processo produtivo juntamente com o tempo de produção.

Dessa forma, a indústria já tem a informação do produto para montar suas estratégias. O setor comercial também já fez a análise
de previsão de demanda, assim o PCP também já tem essas informações.

Para montagem do plano de produção, iremos analisar a família de produtos calça jeans feminina. Entendemos como família os
produtos que possuem as mesmas características técnicas e possam ser analisadas em conjunto.

O quadro 2 demonstra as entradas do plano de produção referente ao produto acabado, demanda prevista e à produção planejada,
está analisando a capacidade produtiva.

Quadro 2 - Plano de Produção

Fonte: Pappa (2013).

Nesse exemplo, a capacidade produtiva é de 2500 unidades, dessa forma, para efeito de planejamento, o setor produtivo irá
produzir no mês 1 e 2 mantendo estoque para atender o mês 3, nesse momento, o PCP deve avaliar quais decisões deverão ser
tomadas, devido à capacidade produtiva ser de 2500 unidades e, para atender a demanda, deverão ser produzidas 4800 unidades,
considerando o estoque inicial, o PCP deverá verificar se essa produção excedente terá que ser terceirizada ou se deverá ser
realizada em mais turnos de trabalho, assim como fazer avaliação de horas extras de trabalho.

É nesse momento que a equipe de produção já começa a avaliar se a produção será interna, se terá necessidade dos colaboradores
fazerem horas extras, ou se irá enviar essa produção para um prestador de serviços.

Já nos meses 4 e 6 a demanda é menor que a capacidade produtiva, se não for pensado em outro produto para ser produzido, a
fábrica ficará ociosa.

A previsão de demanda deve ser sempre acompanhada para identificar os possíveis desvios, dessa forma, a demanda real são as
vendas que estão acontecendo, por isso o PCP deve acompanhar essas informações, tanto nas vendas quanto no andamento da
produção, verificando se todas as ações planejadas realmente estão sendo executadas.

Essa análise também é feita para as matérias-primas, verificando os estoques e necessidade de compras, analisam-se também a
capacidade produtiva e os custos envolvidos em todo esse processo.

A partir da análise do plano de produção, segundo Martins e Laugeni (2005), é possível desmembrar as informações para o Plano
Mestre de Produção (PMP).
Planejamento Mestre da Produção
(PMP)
O planejamento faz parte da vida das organizações, com ações e pensamentos a serem realizados em longo, médio e curto prazo.
Nesta aula, iremos compreender quais são essas ações desenvolvidas em médio prazo e como elas estão integradas às rotinas
produtivas das indústrias.

O plano mestre de produção (PMP) é realizado nas indústrias com objetivo de desmembrar as informações fornecidas no plano de
produção, em ações para as etapas de programação e controle da produção (MOREIRA, 2009).

De acordo com Tubino (2007), as informações advindas do plano de produção, como a previsão de demanda em famílias, já são
desmembradas por produto; nesse momento, o PCP também avalia as informações das vendas que estão acontecendo.

O Plano Mestre da Produção – PMP – desmembra as ações definidas para as famílias de produtos no plano
de produção em ações de médio prazo para os produtos individuais.

Para formulação do PMP, várias informações de entrada são necessárias e, de acordo com Slack et al. (1997), precisam ser
mapeadas e acompanhadas nas suas origens. As entradas para o PMP podem ser acompanhadas na Figura 5.

Figura 5: Entradas do PMP


Fonte: Slack et al. (1997).

Dessa forma, a finalidade do PMP é fornecer informações para tomada de decisão em médio prazo bem como fornecer subsídios
para as ações em curto prazo na etapa de planejamento operacional, pois nesse momento o PCP precisa responder a quatro
questões básicas, conforme Martins e Laugeni (2005):

a. O que produzir?

b. Quanto produzir e comprar?

c. Quando produzir e comprar?

d. Com que recursos produzir?

Vamos entender cada uma dessas questões.

a) O que produzir?

Essa resposta o PCP irá obter avaliando as vendas do período e também os números relacionados à previsão da demanda. Essas
informações são advindas do setor comercial e muitas indústrias utilizam softwares de gestão integrados, a fim de garantir que
essa comunicação entre setor comercial e produção seja ágil e confiável.

Dessa maneira, o setor de PCP irá acompanhar as vendas já desmembradas por produto (Quadro 3), considerando também as
vendas, por exemplo, por cor e tamanho, para que assim consiga fazer a previsão de consumo de matéria-prima e também
balancear os processos produtivos. Respondendo então a esse questionamento, o setor de PCP, dependendo da estrutura da
indústria, avalia esses dados pelo software de acordo com o lote dos pedidos.

Quadro 3 - Previsão de Demanda e Vendas

Fonte: Pappa (2013).


b) Quanto produzir e comprar?

O PCP irá ter essa resposta avaliando o plano de produção gerado no planejamento estratégico (Figura 7), desmembrado por
produtos, dessa forma irá analisar a previsão de vendas, as vendas efetivadas, os estoques de produto em processo e acabado
(TUBINO, 2007).

Quadro 4 - Necessidade produtiva

Fonte: Pappa (2013).

Para efeito de cálculo de necessidade de produção, a Quadro 4 foi montada da seguinte forma:

Estoque em Processo + Estoque de Produto acabado - Demanda real (vendas) =Necessidade de Produção.

Quando esse cálculo for negativo, indica que o PCP deve iniciar seu planejamento de produção, avaliando se produz somente a
quantidade informada no cálculo ou se produz uma quantidade maior para manter um estoque de segurança.

Até este momento, já sabemos quais os produtos e quantidades que precisamos produzir, agora avaliamos os materiais ou insumos
que precisamos para manter essa produção. Aqui acontece a comunicação entre as áreas de engenharia de produto, compras,
almoxarifado e PCP (MOREIRA, 2009).

Falta de planejamento é o grande obstáculo das micro e pequenas indústrias Um estudo realizado pelo
Sebrae, em parceria com a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), identificou que o grande
obstáculo das Micro e Pequenas Empresas (MPE) do setor Indústria para aumentar a competitividade é a
falta de planejamento. Ao todo 1.073 empresários foram entrevistados. Este estudo levou à criação do
Índice da Competitividade das MPE Capixabas Setor Indústria (ICP-MPE).

Disponível em: < http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2013/09/cbn_vitoria/reportagens/1459475-


falta-deplanejamento-e-o-grande-obstaculo-das-micro-e-pequenas-industrias.html >.

Fonte: Félix (on-line).

As informações referentes a quais materiais são utilizados para fabricação do produto são fornecidas pelo setor de engenharia e
formalizado pelo documento de ficha técnica do produto (Quadro 5).
Quadro 5 - Ficha Técnica

Fonte: Pappa (2013).

A ficha técnica é um documento que é produzido no setor de engenharia do produto e tem como finalidade
informar as matérias-primas utilizadas para fabricação do produto bem como calcular o custo e projetar
consumo desses materiais.

A partir dessa informação, o PCP consegue fazer uma projeção de consumo, ou seja, na ficha técnica, consta a matéria-prima
necessária para produção de um produto, analisando a quantidade de produtos que devem ser produzidos, tem-se como resultado
a necessidade da matéria-prima (Quadro 6).

Produto 1:

Quadro 6 - Necessidade de Matéria-Prima

Fonte: Pappa (2013).

Além dessa necessidade, também são avaliados o estoque de cada matéria-prima e os pedidos de compra que estão em aberto.
Aqui podemos observar a integração e a troca de informações entre os setores de PCP, que irá integrar e avaliar as informações, o
setor de almoxarifado, que é quem fornece informações sobre o estoque e as reservas de materiais, e o setor de compras, que
alimenta a informação das compras realizadas para cada produto.

A partir dessa análise, o PCP consegue passar informação da necessidade de cada matéria-prima ao departamento de compras.
Nessa análise, se o saldo for negativo, indica que será necessário comprar o material e, se for positivo, tem-se a matéria-prima
suficiente para produção dos itens demandados.
c) Quando produzir e comprar?

Essa resposta de quando comprar envolve a área de compras, pois nesse departamento deve se ter a informação de prazos de
entrega e análise de cada fornecedor. A resposta de quando iniciar a produção vai depender da avaliação da capacidade produtiva,
do tempo de produção do produto e do lead time .

O lead time é o tempo de processamento das ordens de produção, ou seja, é medido o tempo em que a
indústria leva para converter um pedido em produtos acabados e entrega aos clientes.

Para saber mais a respeito do lead time acesse o site:


,

< https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/85848/223910.pdf?sequence=1 >.

Em relação ao tempo de produção do produto, a informação é fornecida pela área de engenharia de produtos, pois no momento da
aprovação do produto é feita a ficha de sequência operacional (Quadro 7), ou ficha de fabricação, contendo as etapas do processo
produtivo, o maquinário em que é produzido cada processo e o seu tempo de produção.

Produto 1:

Quadro 7 - Ficha de fabricação

Fonte: Pappa (2013).

A partir da quantidade de produto acabado a ser produzido, o PCP avalia o tempo de produção total, qual é o lead time produtivo e
a capacidade fabril, para que posteriormente consiga fazer a programação das ordens de produção.

d) Com que recursos produzir?

Após as análises feitas anteriormente, o PCP consegue responder a esse questionamento, pois nesse momento avalia a quantidade
de colaboradores que precisa na linha produtiva, quais maquinários serão utilizados e como será feita a produção em relação aos
turnos de trabalho.

A questão financeira também é levada em consideração, pois se avalia necessidade de melhorias de máquinas, equipamentos e
contratação/demissão.
Sendo assim, a partir do desenvolvimento do PMP é possível tomar as seguintes decisões:

• Utilização do estoque de produto acabado.

•Avaliação da necessidade de compra de matéria-prima.

•Contratação de colaboradores ou terceirização de serviços.

•Avaliação do tempo de entrega dos pedidos.

• Gerenciamento da demanda.

•Avaliação do lead time .

•Aceitação ou recusa de pedidos de vendas para determinados períodos.

Dessa forma, o PMP fornece informações para que o PCP consiga executar suas tarefas com eficiência, respeitando a qualidade
dos processos e agilidade na informação gerada (CORREA E CORREA, 2007).

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ATIVIDADES
1.O Planejamento e Controle da Produção (PCP) é responsável por garantir respostas em curto, médio e longo prazo nas
empresas. A partir do planejamento estruturado, as ações começam a ser desenvolvidas a fim de fornecer essas informações
referentes ao processo. Com base nessas informações, marque a alternativa correta:

a) O PCP não está envolvido com ações relacionadas à compra de materiais, já que o setor de compras realiza essa função.

b) Atividades de acompanhamento do estoque em processo não interferem no planejamento operacional.

c)As respostas referentes à quantidade que deve ser comprada é originada a partir das análises de necessidade de produção e
estoque.

d) Ações planejadas em longo prazo são necessárias para a etapa de PCP sem levar em consideração o mercado de atuação.

e)A eficiência do processo produtivo não é levada em consideração no momento de gerar informação do processo, é utilizada no
momento de planejamento.

2.A previsão de demanda tem como característica demonstrar informações do que pode vir a acontecer com base em dados
matemáticos, estatísticos ou qualitativos.

Diante disso, assinale a alternativa correta:

a) A previsão de demanda é inteiramente confiável já que os dados não são mutáveis.

b) Por mais que sejam utilizadas as técnicas, imprevistos podem acontecer e interferir nos números.

c) As técnicas confiáveis são somente as técnicas estatísticas.

d) Dados já passados não são levados em consideração na previsão de demanda.

e) A previsão de demanda é realizada para traçar objetivos estratégicos, ou seja, objetivos a serem alcançados a curtos prazos.

3.As empresas, cada vez mais, estão sentindo a necessidade de serem rápidas na tomada de decisão, para isso, são necessários
organização e planejamento. Diante disso, assinale a alternativa correta:

a) O plano de produção é resultado do plano mestre da produção.


b) O planejamento estratégico analisa ações em médio prazo.

c) O mercado de atuação não é levado em consideração para montar estratégias.

d) O plano da produção é resultado do planejamento estratégico.

e) O plano de produção não analisa a demanda produtiva.

4. O planejamento nas indústrias é item obrigatório para um bom andamento das rotinas assim como para uma entrega em dia dos
seus pedidos. O PMP é montado pensando nas questões internas e externas à organização. A partir do exposto, assinale a
alternativa correta:

a) O plano mestre da produção é analisado em períodos de curto prazo.

b) O plano mestre da produção é resultado do planejamento tático.

c) O estoque em processo no PMP é considerado por famílias de produtos.

d) A capacidade produtiva é item avaliado apenas no planejamento operacional.

e) O plano mestre de produção é realizado nas indústrias, segundo Tubino (2007).

Resolução das atividades

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RESUMO
As indústrias de transformação são aquelas que recebem a matéria-prima e a transformam em produto acabado, tendo como
característica de entrada do processo os materiais e informações que são organizados e produzem como resultados bens e/ou
serviços.

Para que esse processo seja organizado e eficiente, é implementado o setor de Planejamento e Controle da Produção (PCP), que
tem a função de integrar as áreas de uma indústria e avaliar a informação gerada.

Para que esse setor consiga avaliar a informação gerada, se faz necessário o planejamento das ações, ou seja, as indústrias realizam
o planejamento estratégico, tático e operacional a fim de avaliar o mercado de atuação e também sua estrutura interna.

O objetivo do planejamento estratégico é proporcionar uma melhor visão das atividades a serem realizadas em longo prazo,
maximizando os resultados e minimizando os riscos e incertezas.

Já o planejamento mestre de produção (PMP) é realizado com objetivo de desmembrar as informações fornecidas no plano de
produção, em ações para as etapas de programação e controle da produção.

Podem ser citados itens básicos que são levados para essa análise: previsão de demanda, capacidade produtiva, lead time,
estrutura interna, por exemplo, colaboradores, máquinas e equipamentos, balanceamento produtivo, custo e qualidade.

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Material Complementar

Leitura
Administração da Produção

Autores: Petrônio Martins e Fernando Laugeni

Editora: Saraiva

Sinopse: o livro Administração da Produção apresenta um conteúdo claro


e objetivo e também moderno acerca dos temas relacionados à produção.
Contempla vários exemplos da indústria brasileira, inseridos entre as
explicações, mostrando como a teoria é aplicada nas empresas.

Leitura
Administração de Produção e Operações

Autor: Henrique L. Correa e Carlos A. Correa

Editora: Atlas

Sinopse: o livro apresenta conceitos interessantes de administração da


produção e operações, com fundamentos estratégicos e operacionais.
Traz informações referentes ao planejamento estratégico, tático e
operacional, com questões referentes a produtos e serviços, também
considera informações a respeito das instalações industriais e técnicas de
planejamento, programação e controle da produção.
Na Web
Para conhecer mais a respeito da Revolução Industrial.

Leia o link a seguir.

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Para conhecer mais a respeito da Revolução Industrial, confira outra
indicação.

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Filme
Ford: o Homem e a Máquina

Ano: 1987

Direção: Allan Eastman

Sinopse: o filme é uma biografia do famoso inventor e empreendedor


Henry Ford (Cliff Robertson), que no início do século 20 revolucionou a
produção de automóveis criando as chamadas “linhas de montagem”,
além de contribuir para diversas teorias administrativas e econômicas
para a época. O roteiro mostra que Ford era um verdadeiro tirano, que
colocava seus carros e a empresa acima de tudo e de todos, causando
uma grande insatisfação nos funcionários. Ao mesmo tempo sua vida
particular também era complicada, mesmo casado com Clara (Hope
Lange), ele mantinha um caso com uma funcionária (Heather Thomas).

Comentário: o vídeo retrata a situação industrial onde a aplicação de


conceitos e técnicas de administração revolucionam o processo
produtivo desenvolvendo novas maneiras para execução dos trabalhos.
No caso desse exemplo, onde a produção era em larga escala, conseguiu-
se uma melhor organização do trabalho e das rotinas industriais. Nas
indústrias atuais, essa relação de trabalho e organização também é
encontrada?
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REFERÊNCIAS
CHIAVENTO, I.; SAPIRO, A. Planejamento Estratégico: fundamentos e aplicações. Rios de Janeiro: Elsevier, 2003.

CORREA, H.; CORREA, A. Administração de Produção e Operações. São Paulo: Atlas, 2007.

CORREA, H.; GIANESI, I.; CAON, M. Planejamento, Programação e Controle da Produção. São Paulo: Atlas, 2009.

FÉLIX, T. Falta de planejamento é o grande obstáculo das micro e pequenas indústrias. Gazeta online. Disponível em:
< http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2013/09/cbn_vitoria/reportagens/1459475-falta-de-planejamento-e-o-grande-
obstaculo-das-micro-e-pequenasindustrias.htm l>. Acesso em 9 mai. 2018.

KRAJEWSKI, L.; RITZMAN, L.; MALHOTRA, M. Administração da Produção e Operações. São Paulo: Pearson, 2009.

Mapa Estratégico da Indústria 2018 - 2022. Portal da Indústria. CNI, SESI, SENAI, IEL. Disponível em:
< http://www.portaldaindustria.com.br/cni/o-que-a-cni-faz/mapa-estrategico-daindustria/2013/05/1,13421/mapa-estrategico-
da-industria-2013-2022.html >. Acesso em 9 mai.2018.

MARTINS, P.; LAUGENI, F. Administração da Produção. São Paulo: Editora Saraiva, 2005.

MARTINS, F. A. de A. M. Modelo para avaliação do Lead Time Produtivo nas Empresas Têxteis. 2003. 100f. Dissertação (Mestrado
em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, UFSC, Florianópolis, 2003. Disponível
em: < https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/85848/223910.pdf?sequence=1 >. Acesso em 8 mai. 2018.

MOREIRA, D. Administração da Produção e Operações. São Paulo: Cengage Learning, 2009.

SLACK, N.; CHAMBERS, S.; HARLAND, C.; HARRISON, A.; JOHNSTON, R. Administração da produção. São Paulo: Editora Atlas
S.A., 1997.

TUBINO, D. F. Manual de Planejamento e Controle da Produção. São Paulo: Atlas, 2000.

TUBINO, D. F. Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática. São Paulo: Atlas, 2007.

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APROFUNDANDO

Swatch volta às Raízes para Aumentar Vendas

Relógios de plástico, coloridos e com preços acessíveis marcaram a história da Swatch, marca suíça criada no final dos anos 1970 e
reanimou e transformou a indústria relojoeira do país, que passava por dificuldades. Os produtos diferenciados e acessíveis,
perfeitos para a venda em massa, fizeram sucesso, mas também passaram por modificações e adaptações ao longo dos anos,
mudando o perfil inicial da marca. Para aumentar as vendas e resgatar o espírito da Swatch, a empresa começou a trabalhar sob o
conceito “Back to the Roots” (de volta às raízes) e investe no potencial do mercado brasileiro.

A Swatch é a mais famosa do grupo homônimo que conta com 18 marcas, entre elas Tissot, Omega e Calvin Klein. A companhia
chegou ao Brasil em 1993, mas foi no ano passado que o país despertou o interesse do grupo como um mercado especial. “Depois
da crise econômica mundial em 2009, todos os outros mercados em que a Swatch está presente tiveram quedas nas vendas. O
Brasil foi o único em que o grupo registrou crescimento”, conta Manoela Whitaker, Gerente de Marketing da marca, sobre o
crescimento de 12% no país ano passado.

Hoje, o Brasil atrai investimentos, estudos de mercado e ações promocionais da Swatch. É o caso do relógio em homenagem a
Oscar Niemeyer. Desenvolvido por designers suíços junto com o ícone da arquitetura brasileira, o acessório foi lançado no dia 21
de abril deste ano, em homenagem aos 50 anos de Brasília. O relógio faz parte da coleção que contém peças criadas em
homenagem a artistas reconhecidos como Picasso, Pedro Almodóvar e Viviene Westwood. “Há tempos tentávamos fazer esse
projeto para algum brasileiro. Mas depois do desempenho do país nos negócios do grupo, a própria sede da empresa veio solicitar
isso para a gente”, destaca a executiva, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Para manter a filosofia desde o lançamento do primeiro relógio, a Swatch tem “inovação, provocação e entusiasmo” como filosofia.
Por isso, toda peça desenvolvida nas diferentes coleções da marca são pensadas para levarem consigo esse espírito, com o objetivo
de atrair o principal público da marca, jovens entre 18 e 35 anos. A Swatch conta hoje com mais de 200 modelos nas suas 45 lojas
brasileiras, além da presença em 200 estabelecimentos multimarcas. A cada nova coleção os relógios que fazem mais sucesso
acabam entrando para o portfólio oficial do grupo. É o caso do modelo Full Blooded Swatch, o mais vendido da marca no Brasil até
hoje.

Apesar do sucesso, o modelo que custa R$ 750,00 é um pouco diferente dos tradicionais da Swatch. Pensando na alta dos preços e
nas mudanças de materiais, o posicionamento “back to the roots” levou a marca a lançar a coleção Color Code. Com 20 modelos
disponíveis em várias cores, os acessórios são hoje os que remetem aos primeiros relógios da marca e são os mais baratos do
portfólio atual, custando R$ 190,00. Os modelos mais caros chegam a R$ 1.500,00. Com a nova estratégia, a empresa espera
crescer 19% em unidades vendidas neste ano.

REFERÊNCIAS

MARCOLINO, Rayane. Swatch volta às raízes para aumentar vendas. Case Swatch 2010. Disponível em:
.

< http://casesdesucesso.files.wordpress.com/2010/10/case_swatch.pdf >. Acesso em: 21 jul. 2014.

PARABÉNS!

Você aprofundou ainda mais seus estudos!

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EDITORIAL

DIREÇÃO UNICESUMAR

Reitor Wilson de Matos Silva

Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva

Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin

Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ Núcleo de Educação .

a Distância; PAPPA Marcia. ,

Planejamento e Controle da Produção. Marcia Pappa.

Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017.

42 p.

“Pós-graduação Universo - EaD”.

1. Gestão 2. Produção 3. EaD. I. Título.

CDD - 22 ed. 338

CIP - NBR 12899 - AACR/2

Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar

Diretoria de Design Educacional

Equipe Produção de Materiais

Fotos Shutterstock
:

NEAD - Núcleo de Educação a Distância

Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900

Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360

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PROGRAMAÇÃO DA
PRODUÇÃO
Professor (a) :

Me. Marcia Pappa

Objetivos de aprendizagem
• Apresentar o conceito de programação da produção.

• Compreender a forma de sequenciamento das ordens de produção.

• Entender a forma de administrar os estoques.


Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:

• Conceitos e Técnicas de Programação da Produção

• Sequenciamento da Programação da Produção

• Administração de Estoques

Introdução
Caro(a) aluno(a),

Neste estudo, serão abordadas questões relacionadas à programação da produção, bem como os conceitos relacionados a esse
termo, técnicas de programação e sequenciamento das ordens de compra, fabricação e montagem e, por último, será discutiremos
acerca do tema estoques.

Você já deve ter escutado a seguinte frase: “manter estoques é a mesma coisa de dinheiro parado na empresa”. Realmente, níveis
altos de estoques significam um mau gerenciamento das ações. Porém, questiona-se: e o custo de não se manter um estoque de
segurança?

Poderemos acompanhar os fatores que influenciam na administração do estoque, seja ele de matéria-prima, material de consumo,
produto em processo ou produto acabado.

A etapa de programação da produção também será abordada e veremos como os gestores produtivos devem trabalhar e qual
norte seguir, afinal uma boa programação da produção é vital para o bom andamento das rotinas diáriasno chão de fábrica .

Os assuntos tratados são valiosos para a compreensão das atividades que envolvem o setor produtivo, a definição da regra de
programação da produção complementa o plano de produção e o plano mestre da produção.

Você está preparado(a)? Então vamos lá! A partir de agora você irá estudar assuntos relacionados à boa gestão do processo
produtivo.

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Conceitos e Técnicas de Programação da


Produção
Imagine que você tenha dez ordens de produção que precisam ser liberadas para serem produzidas, em cada ordem é um produto
diferente e, consequentemente, uma sequência operacional diferente. Nesse momento, vários questionamentos podem surgir,
entre eles:

• Quais informações devem ser analisadas para fazer a liberação das ordens de produção?

• Como avaliar a sequência em que cada produto será programado para posteriormente ser fabricado?

• Qual é a melhor técnica para fazer a programação da produção?

• Como avaliar a prioridade de produção?

Para responder a essas perguntas, vamos abordar nesta aula os fatores que devem ser analisados para que você possa tomar a
melhor decisão, a fim de organizar e programar as ordens de uma maneira eficiente e que traga resultados satisfatórios para a
empresa.

A ação de programação da produção está inserida no planejamento da produção, a indústria não pode parar, dessa forma, precisa
de diretrizes para alcançar a meta proposta pela empresa, a fim de garantir que as restrições da produção sejam avaliadas bom
como os custos produtivos sejam minimizados (MOREIRA, 2009).

O pensamento enxuto é uma forma de especificar valor, alinhar na melhor sequência as ações que criam
valor, realizar essas atividades sem interrupção toda vez que alguém as solicita e realizá-las de forma cada
vez mais eficaz.

Fonte: Jones Womack (1998).


De acordo com Tubino (2007), é função da programação da produção definir quanto e quando comprar, produzir, fabricar ou
montar cada produto de acordo com as informações geradas no plano de produção (Figura 1).

Figura 1: Etapas da programação da produção

Fonte: adaptado de Tubino (2007).

Ainda segundo o autor, nesse momento, o setor de PCP irá organizar as ordens de fabricação avaliando também as ordens de
compra e as ordens de montagem dos produtos, levando em consideração as atividades a seguir.

• Administração dos estoques de matéria-prima.

• Administração do estoque de produtos em processo e acabado.

• Sequenciamento das ordens de produção (O.P.) que foram liberadas.

• Emissão e liberação das ordens de compra, fabricação e montagem.

Para Correa, Gianesi e Caon (2009), para que a programação da produção seja eficiente, deve ser observado o tipo de sistema
produtivo adotado pela organização, a fim de utilizar a melhor técnica e obter os melhores resultados. Os tipos dos sistemas
produtivos estão classificados em:

a. Produção em massa

No sistema de produção em massa, como indústrias de camisetas básicas brancas, por exemplo, têm como características produtos
com alta uniformidade e altos volumes de produção, a programação deve se atentar à logística de abastecimento e distribuição,
para manter um ritmo balanceado de trabalho no posto de trabalho (MOREIRA, 2009).

b. Produção em lote

No sistema de produção em lotes, onde estão inseridos, por exemplo, a indústria da moda, temos características de volume
mediano de padronização de produtos, diferentes volumes, variedades de demandas e a sequência operacional dos produtos
produzidos é dependente de operações anteriores, os operadores são polivalentes e o layout é flexível. Então, é de acordo com
essas características que o PCP deve fazer a programação (TUBINO, 2007).
Conforme Martins e Laugeni (2005), nesse tipo de sistema, podemos levar em consideração algumas regras de sequenciamento,
entre elas:

• PEPS: essa sigla quer dizer que será feita a programação das ordens obedecendo a sua ordem de chegada, ou seja, a primeira que
entrar é a primeira a sair do processo.

• Menor Tempo de Processamento (MTP): ou seja, será feito o sequenciamento dos lotes de acordo como tempo de processo
especificado na ficha de operações, dessa forma, os produtos que tiverem menor tempo de produção serão produzidos primeiro.

• Menor Data de Entrega (MDE): isso quer dizer que os lotes de produção serão programados e processados de acordo com o
tempo estabelecido de entrega ao cliente.

• Índice de Prioridade (IPI): nesse tipo de programação, os lotes serão processados de acordo com o índice de prioridade, ou seja,
os clientes ou produtos que tiverem uma maior relevância para organização serão processados primeiro.

• Índice Crítico (ICR): nessa modalidade, os lotes que tiverem um índice crítico, ou seja, os pedidos que tiverem um menor tempo
para entrega ao cliente, analisando a data atual com a data de entrega, serão processados.

• Índice de Falta (IFA): quer dizer que os lotes serão processados de acordo com as faltas do produto acabado em estoque, os
produtos que estiverem em maior falta serão processados primeiramente.

c. Produção sob encomenda

No sistema sob encomenda, por exemplo, produção de móveis planejados, a característica principal é o atendimento da demanda
específica para um cliente. Provavelmente a produção desse produto não se repetirá, o foco, portanto, deve ser a capacidade
produtiva, pois o lead time do processo é item fundamental de análise (CORREA; CORREA, 2007).

d. Produção contínua

Nos sistemas contínuos, por exemplo, a produção de petróleo, a característica principal é a alta uniformidade e alta demanda. O
foco principal é a administração de estoques, item que não pode faltar em hipótese alguma, assim como a velocidade que será dada
ao processo produtivo e o nível de automação do processo (CORREA; CORREA, 2009).

Ainda sobre o sistema de produção em lotes, outro fator interessante a ser analisado, de acordo com Tubino (2007), é a forma com
que as atividades devem ser executadas no chão de fábrica. Temos dois termos bastante utilizados para definir a maneira como
ocorre essa movimentação.

O primeiro é a programação empurrada. Segundo Shingo (1996), a programação empurrada é gerada analisando a necessidade dos
produtos acabados que foram inseridas no plano mestre de produção, a partir dessa informação as ordens de fabricação são
emitidas e sequenciadas, os postos de trabalho, conforme finalizam suas operações, enviam os lotes para as próximas etapas
independentemente de estarem livres ou não.

O segundo termo é a programação puxada. Nela, os lotes são dimensionados e sequenciados para os postos de trabalho, mas estes
só iniciam um trabalho no momento que já finalizaram suas atividades, por isso, o nome programação puxada (SHINGO, 1996).

Conforme Tubino (2007), o setor produtivo faz o uso de cartões Kanban disponibilizados nos postos de serviço. Esse cartão é
utilizado como uma forma de comunicação entre os setores produtivos.

Quando se fala em puxar a produção significa dizer que as ordens de produção são ditadas pela demanda real dos clientes, ou seja,
a indústria organiza sua produção de acordo com as vendas realizadas, produzindo-se em fluxo contínuo. Para Ferro (2002), isso
permite inverter o fluxo produtivo, isto é, as empresas não mais empurram os produtos para o consumidor através de descontos ou
promoções. O consumidor passa a puxar a produção, eliminando estoques e dando valor ao produto.
Após a avaliação do tipo de sistema adotado no setor produtivo, os gestores de PCP já têm informações para conseguir fazer uma
programação da produção de forma que atenda aos objetivos traçados no plano de produção e no plano mestre de produção.

Segundo Moreira (2009), a finalidade de ser feita a programação da produção é garantir a qualidade do produto que foi vendido ao
cliente, garantir a eficiência no setor produtivo, fazendo com que máquinas e pessoas trabalhem de forma satisfatória para
redução dos estoques de matéria-prima e produto acabado, como também para a redução dos custos operacionais, buscando
sempre a melhoria de atendimento ao cliente, procurando surpreendê-lo em cada recebimento dos seus produtos.

A forma como o gestor da produção irá conduzir as ordens de produção é essencial para que a programação
siga o plano da produção.

Para saber mais a respeito da Programação Puxada e Programação Empurrada, acesse o link:
< http://www.sobreadministracao.com/producao-puxada-e-empurrada-conceito-e-aplicacao/ >.

Atualmente as indústrias utilizam softwares que auxiliam nessa tomada de decisão, já que para fazer a programação da produção
se faz necessário a comunicação entre diversos setores da indústria, entre eles, PCP, compras, almoxarifado e chão de fábrica.

O número de setores que se consideram com estoques excessivos passou de quatro em abril para seis em
maio, como mostra a Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação, divulgada pela Fundação
Getúlio Vargas (FGV).

Dos 14 setores analisados, os que se avaliam como superestocados são os minerais não metálicos,
mecânico, material de transporte, têxtil, mobiliário e vestuário e calçados. Em abril, material de transporte e
mobiliário não faziam parte dessa lista.

Disponível em: < http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,cresce-numero-de-setores-com-


excesso-de-estoquediz-fgv,114049,0.htm >.

A programação e a organização da produção vêm ao encontro do conceito de produção enxuta, ou seja, o gestor trabalha com
objetivo de eliminar as perdas do processo, garantindo maior eficiência do trabalho. De acordo com Shingo (1996), basicamente,
os tipos de perdas estão representados na imagem a seguir (Figura 2).

Os gestores devem pensar nessa fase com muito cuidado e observando fatores que podem influenciar na boa condução das
atividades. Esses desperdícios se referem ao setor produtivo e devem ser considerados como pontos fundamentais para que a
eficiência do processo seja mantida.

Figura 2: Os sete desperdícios


Fonte: Spinola (2012).

Sequenciamento da Programação da
Produção
O sequenciamento da programação da produção é o momento em que a equipe de PCP irá definir a prioridade das ordens de
produção emitidas, analisando vários fatores, entre eles, tempo de produção, capacidade produtiva, lead time e prazo de entrega.
Nesse momento, a troca de informações com o setor de chão de fábrica torna-se essencial.

Imagine: qual a importância que deve ser dada para o sequenciamento das ordens de produção para que todo processo aconteça
conforme o planejado? Nesta aula, iremos acompanhar informações interessantes a respeito dessa atividade no setor produtivo. O
texto a seguir serve de base para aplicarmos essa questão.
Após a realização da etapa de programação da produção, os gestores precisam fazer o sequenciamento das ordens de fabricação.
Nesse momento, também surgem alguns questionamentos, entre eles:

• Qual lote será processado primeiro?

• Como deve ser feita a escolha da ordem de prioridade?

• Devem ser analisados os materiais, recursos ou lead time ?

• O balanceamento é o primeiro passo a ser realizado?

As técnicas de sequenciamento das ordens de fabricação respondem esses questionamentos, garantindo agilidade e eficiência no
processo produtivo.

Segundo Moreira (2009), o sequenciamento das ordens de produção está relacionado à definição de prioridades para que as
mesmas sejam liberadas para o setor produtivo, com objetivo de estabelecer a sequência dos processos bem como a eficiência
desse processo.

De acordo com Correa e Correa (2007), essa prioridade pode ser pensada nos seguintes aspectos:

Características das ordens emitidas: um dos pontos a ser analisado é a data de entrega prometida ao cliente, cada ordem terá uma
data que deve ser pensada. Outro fator a ser avaliado são os processos pelos quais cada produto irá passar ou se para alguma
ordem já teve algum processo iniciado. O tempo de setup é muito importante para definição do sequenciamento bem como o
maquinário necessário para fabricação dos produtos.

Características dos recursos: as pessoas, máquinas e equipamentos não devem ser esquecidos e são fatores que influenciam
diretamente no sequenciamento das ordens de produção, pois máquinas podem quebrar, funcionários podem faltar, o estoque das
matérias-primas pode não estar correto e as ferramentas de trabalho podem não estar disponíveis no momento do uso efetivo.

Características das operações: em termos de processos, devemos levar em consideração que problemas de qualidade podem
ocorrer, ocasionando retrabalhos, o tempo da operação pode não estar coletado corretamente, em alguns processos se faz
necessária a definição do tamanho do lote, gargalos devem ser considerados, assim como devem ser analisadas operações que
demandam técnicos qualificados ou máquinas específicas para o seu processamento.

De acordo com Martins e Laugeni (2005), no momento do emprego das regras de sequenciamento, algumas características
importantes devem ser levadas em consideração:

• Simplicidade: as regras devem ser simples e rápidas de entender e aplicar.

• Transparência: a lógica por trás das regras deve estar clara, caso contrário, o usuário não verá sentido em aplicá-la.

• Interatividade: deve facilitar a comunicação entre os agentes do processo produtivo.

• Gerar prioridades palpáveis: as regras aplicadas devem gerar prioridades de fácil interpretação.
• Facilitar o processo de avaliação: as regras de sequenciamento devem promover simultaneamente a programação e a avaliação
de desempenho de utilização dos recursos produtivos.

Segundo Tubino (2007), uma técnica que pode ser utilizada para fazer sequenciamento é a técnica de rede, conhecida como
PERT/CPM. O termo PERT ( Program Evaluation Review Technique ) se refere ao cálculo do prazo de execução das atividades, e a
palavra CPM ( Critical Path Method ) identifica o caminho crítico do processo.

Setup é o processo de mudança da produção de um item para outro em uma mesma máquina ou
equipamento que exija troca de ferramenta e/ou dispositivo.

De acordo com Martins e Laugeni (2005), a representação da técnica PERT/CPM (Quadro 1) leva em consideração a sequência
operacional do produto, os tempos de execução de cada atividade e a interdependência dessas atividades.

Quadro 1 - Representação da rede PERT/CPM

Fonte: Martins e Laugeni (2005).

Essa representação da rede demonstra informações importantes para que os gestores consigam identificar os processos
referentes a cada produto e avaliar corretamente a sequência de produção de cada ordem emitida.

A representação gráfica da rede PERT/CPM (Figura 4) pode ser montada seguindo as dependências entre as etapas de fabricação e
também o tempo de execução de cada processo, possibilitando assim o acompanhamento do caminho crítico, este caracterizado
por não ter folgas entre o tempo de produção e o tempo de entrega da operação, dessa forma, a programação deve levar essas
operações em consideração no momento do seu planejamento (HIRSCHFELD, 1973).

Figura 3: Representação gráfica da rede PERT/CPM


Fonte: Martins e Laugeni (2005).

Essa rede pode ser utilizada para visualizar de uma forma mais clara o caminho que a ordem de produção irá percorrer no chão de
fábrica, bem como os tempos de início e fim de cada processo.

O caminho crítico de uma sequência de processos é aquele que não tem folga para realização dos processos.

Outro método que pode ser utilizado na etapa de sequenciamento das ordens de fabricação é o balanceamento das linhas
produtivas. O balanceamento demonstra, de forma objetiva, a ocupação de cada posto de trabalho e também a necessidade de
pessoas e máquinas para realizar as operações de fabricação, com intuito de se ter uma produção constante, eliminando gargalos e
tempos ociosos (TUBINO, 2007).

O balanceamento leva em consideração que um conjunto de operadores e máquinas irá realizar um processo produtivo com rotina
de operações padrão (ROP), com base em um tempo de ciclo (TC), esse tempo está relacionado à produção em um ritmo constante
de produtos acabados em atendimento à demanda (D), levando em consideração o tempo disponível de trabalho (TD).

Para fazer a avaliação do sequenciamento da produção, é estudada a ficha de processos do produto, analisado também a
quantidade que pode ser produzida por hora de cada operação e a quantidade de produtos que realmente deverão ser produzidos
a fim de utilizar com eficiência a estrutura produtiva.

O PCP irá avaliar a ficha de operações dos produtos e posteriormente fará os cálculos necessários de produção (Figura 5).

Produto 1:

Quadro 2 – Ficha de Processos


Fonte: Pappa (2013).

No caso do exemplo demonstrado no Quadro 2, temos 3 processos de fabricação referente a um determinado produto, após o
cálculo da quantidade que se consegue produzir por hora do produto, aqui nesse exemplo simulamos que temos uma única
máquina para cada processo e também 1 operador que opera essas 3 máquinas.

Chegou-se à conclusão que podem ser produzidas 5,7 unidades do produto final em 1 hora de trabalho, como na indústria, para
efeito de cálculo, adotamos o arredondamento, nesse caso 6 unidades do produto final em 1 hora de trabalho.

Para se chegar ao cálculo de produção por hora de cada operação, basta dividir 1 hora = 60 minutos pelo tempo padrão da
operação, ou seja, para primeira operação que apresenta um tempo Padrão de 2,20 minutos, fazemos o seguinte cálculo:

Primeiro transformamos os segundos em minutos centesimais: 2min20seg.

Dividimos 20 segundos/60 segundos => 20/60 = 0,33. Então o tempo padrão da operação A, será 2,33 min.

Na sequência:

60 min/ 2,33 min = 25,75 operações/hora (arredonda para 26).

Produção por hora do produto:

60min x 1 colaborador = 60 minutos disponíveis de trabalho em 1 hora.

60min/10,49 = 5,71 = 6 unidades por hora.

Para chegar ao índice de balanceamento calcula-se a Produção por hora do produto/produção por hora da operação. Sendo: 6/26 =
0,23.

Isso significa que na operação A, será utilizado 23% do tempo para a produção. Já em cada processo, analisando o tempo de
produção têm-se quantidades diversas a serem produzidas por hora, mas do que adianta se, do primeiro processo, serem
produzidas 26 unidades e, do segundo processo, serem produzidos 12, nesse caso teríamos estoque em processo, pois a
capacidade da segunda operação é menor que o da primeira.

Nesse caso, o balanceamento deve ser feito a fim de garantir que fiquem prontas, a cada hora, 6 unidade do produto, dessa forma,
temos que organizar cada processo a fim de serem fabricadas também 6 unidades de cada um.

O Balanceamento das linhas produtivas diz respeito à melhor organização e distribuição dos recursos
humanos, máquinas e equipamentos no chão de fábrica, a fim de obter melhor dimensionamento do
processo produtivo e melhor eficiência.

Para saber mais a respeito de balanceamento de linhas, acesse o link:


< http://www.rassis.com/artigos/Operacoes/Balanceamento.pdf >.
Assim é utilizado o balanceamento das linhas produtivas para sequenciar as rotinas e produzir uma quantidade de peças
constantemente, sem ter estoque em processo e também sem ter pessoas ou máquinas ociosas.

Sendo assim, o sequenciamento da programação das ordens de produção na indústria é um parâmetro para que o setor de chão de
fábrica consiga estabelecer sua ordem de trabalho e, ao mesmo tempo, ser um trabalho eficiente.

Benefícios da implementação do Trabalho Padronizado na ThyssenKrupp:

• Redução do WIP em 40%.

• Redução da movimentação do operador em 1.500 m/dia.

• Melhoria na produtividade em 9%.

Disponível em: < http://www.lean.org.br/artigos/95/beneficios-daimplementacao-do-trabalho-


padronizado-na-thyssenkrupp.aspx >.

Administração de Estoques
Quando falamos em estoque, logo vem a nossa mente a questão de custos; manter grandes quantidades em estoque significa dizer
que o capital está parado na empresa, dessa forma, sua otimização é essencial para a boa saúde da organização. Por outro lado,
imagine um supermercado, que, se não tiver produtos em estoque, irá causar perdas nas vendas e prejuízo para a empresa.

• Mas, afinal, por que as empresas mantêm estoques?

• Realmente isso é uma necessidade?

• Os gestores estão preparados para sua administração?

• O estoque é benéfico ou prejudicial?


Esses são alguns questionamentos aos quais iremos responder no decorrer desta aula. O estoque é identificado nas organizações
quando o recebimento de materiais, produtos em processo ou produtos acabados é superior a sua utilização ou é esgotado quando
sua utilização é superior ao recebimento (KRAJEWSKI; RITZMAN; MALHOTRA, 2009).

De acordo com Correa e Correa (2007), podemos classificar os estoques como sendo os de matérias-primas, material em processo,
produtos acabados e materiais para manutenção, reparo e operação (Quadro 3).

Quadro 3 – Classificação dos Tipos de Estoques

Fonte: Pozo (2002); Martins e Alt (2000); Ballou (2001); Bowersox e Closs (2001).

Nas indústrias, os estoques de matérias-primas estão localizados no setor de almoxarifado, que tem a responsabilidade de fazer as
entradas e saídas do estoque e também o inventário dos produtos. O estoque em processo geralmente é encontrado no chão de
fábrica, e o setor de PCP tem a responsabilidade de fazer seu acompanhamento e controle, já o estoque de produto acabado se
encontra no setor de expedição.

Basicamente, nas nossas indústrias, encontramos os estoques de matérias-primas, produtos em processo e


produto acabado.

Segundo Correa, Gianesi e Caon (2009), nos anos 80, as empresas brasileiras tiveram uma influência das fábricas japonesas e
aplicaram o conceito utilizado nessas indústrias de estoque zero. Esse conceito nos diz que as empresas devem manter os níveis de
estoque em uma quantidade de forma a não parar sua produção.

Uma confusão na aplicação dos conceitos, naquela época, gerou grandes confusões e atrasos em algumas indústrias, já que não
tinham estoques no chão de fábrica e sofriam atrasos nas compras ou até mesmo na entrega por parte dos fornecedores.

A realidade nas indústrias é diferente. Na maioria das vezes, quando feito um bom planejamento, não mantemos estoques zerados
no nosso setor produtivo, e sim estoques de segurança de acordo com as análises de consumo realizado (MARTINS; LAUGENI,
2005).

O estoque de segurança é estudado nas empresas de forma a manter um nível que não interfira nos custos financeiros e
armazenagem e que proporcione o atendimento dos pedidos no prazo acordado com o cliente.
A função dos estoques, de acordo com Zacarelli (1982), é manter o funcionamento das atividades produtivas, garantindo que as
ordens de produção sejam finalizadas no tempo determinado e também que a empresa não fique ociosa por faltar estoque.

Dessa forma, devem ser pensados, planejados e programados os estoques de materiais, produtos em processamento e produtos
acabados.

Sendo assim, a integração entre as áreas produtivas é fundamental, o almoxarifado controla as matérias-primas, o chão de fábrica
controla e acompanha os produtos em processamento e a expedição controla o estoque dos produtos acabados, assim fornecem
informações ao setor de PCP para que a programação da produção seja eficiente.

A administração do estoque é tarefa árdua e contínua nas indústrias. Os gestores devem fazer o acompanhamento das rotinas
para analisar informações confiáveis, dessa forma, Tubino (2007) identifica algumas razões para que os estoques sejam criados:

• Garantir a independência entre as etapas produtivas a manutenção de estoques de segurança tem como objetivo não deixar
:

que processos sejam interrompidos devidos a fatores internos ou externos à organização, por exemplo, estoque de matéria-prima
determina uma produção sem paradas quando o fornecedor atrasa uma entrega, o correto balanceamento no chão de fábrica
mantendo estoques em processo garante o bom fluxo e andamento na fabricação dos itens; a mesma coisa acontece com os
produtos acabados, a manutenção de estoques de segurança pode atender a uma demanda que não saiu conforme o previsto.

• Permitir uma produção constante: visualizamos essa característica em produtos com demandas sazonais, por exemplo, ovos de
páscoa; em certos períodos, mantém a produção para estoque e, no momento que acontecem as vendas, a empresa já possui os
produtos para entregar, não alterando drasticamente o setor produtivo.

• Possibilitar o uso de lotes econômicos: em alguns casos, as empresas aumentam o volume dos lotes produtivos para garantir
menores custos do processo, por exemplo, alguns fornecedores estipulam lotes mínimos de compras, dessa forma, as empresas
compram uma quantidade excedente que a princípio não tem necessidade para garantir um maior desconto. Mas essa estratégia
deve ser bem analisada, pois em alguns casos pode sobrar no estoque do almoxarifado.

• Reduzir os lead times produtivos: o lead time é medido desde o recebimento do pedido até a entrega do produto acabado ao
cliente, dessa maneira, quando a empresa mantém quantidades em estoque garante que esse prazo seja cumprido, pois não fica
totalmente desprotegida frente aos imprevistos.

• Utilizado como fator de segurança: como o próprio nome já diz, manter estoques em quantidades necessárias pode garantir que
problemas que aconteçam internamente ou externamente à organização não influenciem gravemente na produção, problemas
internos, como falta de colaboradores, quebras de máquinas e equipamentos, falta de energia, ou problemas externos, como
atrasos de fornecedores e alteração na demanda prevista.

• Obtenção de vantagens de preço: quando bem analisadas as quantidades que serão mantidas em estoque, pode ser utilizado
como vantagem competitiva. Essa estratégia deve ser bem analisada pelas áreas de finanças, custo e produção.

Da mesma forma que os estoques precisam ser criados e mantidos nas empresas, de acordo com Krajewski, Ritzman e Malhotra
(2009), existem pressões para manter estoques baixos, entre elas: custo de armazenamento, custo de capital, custo de manuseio,
encargos, seguros e perdas. Assim, fica visível a necessidade de gerenciar esse item tão fundamental para os negócios da
organização.

Para facilitar o gerenciamento do estoque, os gestores avaliam alguns fatores importantes, entre eles podemos destacar a
utilização da técnica de ponto de reposição ou lote econômico, que, segundo Correa e Gianesi (1993), tem o seguinte
funcionamento:

Figura 4: Utilização da técnica de ponto de reposição ou lote econômico


Fonte: Correa e Gianesi (1993).

Tubino (2007) ressalta que a avaliação desse lote econômico também leva em consideração os componentes de custos,
basicamente três:

• Custo direto: é aquele realizado no momento da compra do item.

• Custo de preparação: são considerados os custos decorridos da compra do item ou da fabricação do item, que incluem os custos
da mão de obra, custo da matéria-prima, custo de máquinas e equipamentos por produto produzido.

• Custo de manutenção: são custos relacionados à manutenção desses estoques, por exemplo, custo de estocagem,
movimentação dos itens no setor produtivo.

Essa análise de custos também é feita no momento da definição das estratégias a serem seguidas no setor produtivo, definição
essa construída no momento da realização do plano de produção.

A empresa de produtos sustentáveis Nação Verde, de São Paulo, que tem lojas franqueadas e e-commerce,
investiu em um software próprio para a administração do seu estoque. E já vê resultados. “Tivemos uma
redução de custo na mão de obra. Isso representa uma economia de 20% sobre o faturamento mensal. Um
bom software é um excelente investimento”, afirma Ricardo Cruz, sócio fundador da marca.

Disponível em: < http://economia.terra.com.br/gerenciar-bem-estoque-pode-render-ate-20-de-


economia,f36877561f66b310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html >.

Pensando no gerenciamento do estoque, existem alguns modelos que podem ser utilizados e, de acordo com Moreira (2009), estão
separados nas seguintes categorias:

• Modelo baseado no ponto do pedido: nesse tipo de gestão, é estabelecida uma quantidade de itens em estoque, também
chamada de ponto de reposição. Quando o estoque chega nessa quantidade preestabelecida é dado start ao processo de reposição
desse item também em uma quantidade preestabelecida. Nesse caso, ocorre a comunicação entre os setores de PCP e compras a
fim de iniciar o procedimento da compra do item.

• Modelo baseado nas revisões periódicas: nesse tipo de modelo, a análise é feita na unidade de tempo, ou seja, enquanto o
modelo anterior analisa a quantidade, esse analisa a demanda, o estoque, os descontos obtidos nos valores das compras e também
nos transportes; nesse modelo, é estabelecido um período de tempo para serem feitas essas avaliações.

• Modelo baseado no MRP: nesse tipo de análise, as informações são avaliadas de acordo com os dados inseridos em um sistema
de gestão, ou seja, um software. Na década de 60, esses softwares que faziam a previsão de consumo de materiais eram
conhecidos como MRP, e suas ferramentas evoluíram passando a ser conhecidas como ERP. A quantidade em estoque ou
necessidade de compra é obtida a partir de análises da demanda de cada produto e também da análise da ficha técnica desses
produtos, assim chegando-se a uma resposta com auxílio de sistemas de gestão.

Diante dessas informações, fica visível a necessidade de ser controlado e gerenciado o estoque em nossas indústrias, lembrando
sempre que um bom gerenciamento traz benefícios para toda organização. A administração do estoque é item avaliado em todas
as etapas de planejamento, iniciando pelo estratégico, passando pelo tático e finalizando no operacional, por isso a importância
desse item para gestão estratégica da produção.

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ATIVIDADES
1. A fase de programação da produção tem como característica organizar as sequências produtivas e emitir as ordens de
fabricação, montagem e iniciar o processo de compras. Com base nessas informações, marque a alternativa correta:

a) A programação da produção é uma fase que está inserida como atividade do departamento de compras das indústrias.

b) A programação da produção tem como finalidade avaliar as informações do planejamento e transformá-las em ações no chão de
fábrica.

c) Os estoques em processos não são considerados nesse momento, já que foram analisados no planejamento.

d) Nesse momento da programação, a integração com os demais setores da indústria não é visualizada.

2. O sequenciamento das ordens de fabricação leva em consideração alguns fatores essenciais para um bom andamento das
rotinas. Com base nessas informações, marque a alternativa correta:

a) As máquinas e equipamentos utilizados em cada processo não são avaliados nesse momento.

b) Grau de dificuldade para realização das operações é item não observado nessa etapa.

c) A característica das ordens emitidas é fator considerado no sequenciamento.

d) O sequenciamento é um momento de planejar as ações a longo prazo.

3. Os estoques nas indústrias são essenciais para o bom andamento das rotinas diárias, manter estoque em níveis de segurança
satisfatórios requer planejamento e acompanhamento. Diante disso, marque a alternativa correta:

a) Os estoques em processo são visualizados nas rotinas do almoxarifado, sem serem observados no setor produtivo.

b) O PCP fica com a função de avaliar o estoque de matéria-prima sem considerar em suas análises o estoque de produto acabado.

c) O acompanhamento do estoque de produtos em processo não interfere no planejamento operacional.

d) O estoque encontrado nas indústrias, basicamente, pode ser subdividido em matéria-prima, processo e acabado.

Resolução das atividades

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RESUMO
As indústrias precisam continuamente tomar decisões mais rápidas e de forma acertada, dessa forma, as rotinas e os processos
industriais devem estar organizadas para fornecer informações confiáveis para tomada de decisão.

A etapa de programação da produção é o momento em que todas as ações que foram planejadas começam a ser executadas, dessa
maneira, iniciam-se o processos de emissão de ordens de fabricação, de montagem e de compras.

É na programação da produção que as ordens são organizadas para que sejam estudadas e analisadas seguindo as regras de
sequenciamento, e o melhor caminho é encontrado para que o processo como um todo seja eficiente.

Existem dois termos que diferenciam a programação da produção, são eles: programação puxada e programação empurrada. No
primeiro, a produção tem início a partir de vendas já concretizadas e, no segundo, a produção é iniciada a partir de projeções.

As técnicas de sequenciamento das ordens de produção podem ser aplicadas de acordo com o tipo do processo produtivo, entre
elas podemos citar a rede PERT/CPM e o balanceamento de linhas.

A etapa de programação da produção também gerencia o estoque, tanto de matéria-prima quanto de produto em processo e
produto acabado; o PCP deve acompanhar as ações de entrada e saída desses estoques assim como programar as quantidades a
serem compradas e produzidas.

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Material Complementar

Leitura
Planejamento, Programação e Controle da Produção

Autores: Henrique Luis Correa, Irineu Gustavo Nogueira Gianesi, Mauro


Caon

Editora: Atlas

Sinopse: o livro traz conceitos interessantes e aplicáveis a respeito do


planejamento, programação e controle da produção de forma ampla e
objetiva e também apresenta exemplos e estudos de casos com situações
atuais e de fácil compreensão.

Leitura
A Meta

Autor: Eliyahu M. Goldratt, Jeff Cox

Editora: Nobel

Sinopse: está excelente produção tem sido aclamada como um dos


melhores filmes de treinamento do ano. Envolvente e excepcionalmente
bem produzido, nos traz a história de Alex Rogo, um jovem executivo que,
de repente, se vê em apuros. Alex tem uma vida perfeita, uma família
adorável, sucesso profissional como gerente de uma grande unidade
fabril em sua cidade. Um dia, porém, os executivos da companhia
ameaçam fechar a fábrica e tudo fica de pernas para o ar. Tentando evitar
o pior, Alex pouco a pouco vai sendo envolvido por outros problemas,
desentende-se com sua esposa, sua vida vira um inferno - até que ele
encontra Jonah. Com sabedoria e intuição, Jonah ajuda Alex a
compreender sua própria função e a verdadeira meta da empresa para a
qual trabalha. Assim que Alex e sua equipe passam a pensar nos seus
problemas de maneira lógica, eles se tornam capazes de identificar os
“gargalos” em seu sistema de trabalho, implementar providências básicas
para superá-los e salvar a fábrica.

Comentário: este livro retrata as rotinas de uma indústria integrando a


vida familiar de um gerente industrial. Demonstra de forma clara e
prática a melhoria contínua dos processos de produção como também a
identificação de gargalos e a melhoria da qualidade.

Na Web
Os tempos de Setup nas indústrias, se não analisados corretamente,
podem causar grandes danos na eficiência do processo como um todo.

Acesse

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REFERÊNCIAS
ASSIS, R. Balanceamento de uma linha de produção Publicado em março/2017. Disponível em:.

< http://www.rassis.com/artigos/Operacoes/Balanceamento.pdf >. Acesso em 8 mai. 2018.

BALLOU, R. H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: planejamento, organização e logística empresarial. 4. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2001.

BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. Logística Empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimento. São Paulo: Atlas, 2001.

CORREA, H.; CORREA, A. Administração de Produção e Operações. São Paulo, Atlas, 2007.

CORREA, H.; GIANESI, I.; CAON, M. Planejamento, Programação e Controle da Produção. São Paulo, Atlas, 2009.

CROSS CONTENT. Gerenciar bem estoque pode render até 20% de economia. Publicado em 1/09/2012. Terra Economia.
Disponível em: < http://economia.terra.com.br/gerenciar-bem-estoquepode-render-ate-20-de-
economia,f36877561f66b310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html >. Acesso em 8 mai. 2018.

HIRSCHFELD, H. Planejamento com PERT/COM e análise do desempenho. São Paulo, Atlas, 1973.

KISHIDA, M.; SILVA, A. H. e GUERRA, E. Benefícios da implementação do Trabalho Padronizado na ThyssenKrupp. Publicado em
16/10/2006. Lean Institute Brasil. Disponível em: < https://www.lean.org.br/artigos/95/beneficios-da-implementacao-do-
trabalho-padronizado-na-thyssenkrupp.aspx >. Acesso em 8 mai. 2018.

KRAJEWSKI, L.; RITZMAN, L.; MALHOTRA, M. Administração da Produção e Operações. São Paulo, Pearson, 2009.

MARTINS, P.; LAUGENI, F. Administração da Produção São Paulo, Editora Saraiva, 2005.
.

MARTINS, P. G.; ALT, P. R. C. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. São Paulo: Saraiva, 2000.

MOREIRA, D. Administração da Produção e Operações. São Paulo, Cengage Learning, 2009.

PERIARD, G. Produção puxada e empurrada – Conceito e aplicação. Publicado em 18/05/2010. Disponível em:
< http://www.sobreadministracao.com/producao-puxada-e-empurrada-conceitoe-aplicacao/ >. Acesso em 8 mai. 2018.

POZO, H. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais uma abordagem logística.


: 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

SHINGO, S. O Sistema Toyota de Produção: do ponto de vista da engenharia de produção. Trad. Eduardo Schaan. 2.ed. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1996.

SILVA, C. C. da. O Supercuca da Supermadame. Estadão. Publicado em 23/01/2008. Disponível em:


< http://www.estadao.com.br/noticias/geral,o-supercuca-da-supermadame,114049 >. Acesso em 8 mai. 2018.

TUBINO, D. F. Manual de Planejamento e Controle da Produção. São Paulo, Atlas, 2000.

TUBINO, D. F. Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática. São Paulo, Atlas, 2007.

ZACCARELLI, S. B. Programação e Controle da Produção. São Paulo, Pioneira, 1982.

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APROFUNDANDO

Lojas Riachuelo

Em busca de informações precisas e seguras, fruto de ampla integração e da reformulação do ambiente tecnológico, a Riachuelo
investiu nas soluções SAP for Retail e SAP BW em um momento decisivo para a empresa, que se preparava para um salto no
mercado de Varejo. A Riachuelo iniciou suas atividades em 1947 vendendo tecidos a preços baixos em pequenas lojas de rua. Em
1979, foi adquirida pelo Grupo Guararapes, que instalou um processo de reestruturação e mudança estratégica, com o objetivo de
vender roupas prontas.

Como resultado, a partir de 1993, a Riachuelo direcionou seus investimentos para o mercado de moda, acompanhando as
tendências nacionais e internacionais com bons preços e melhoria contínua da qualidade dos produtos. Esta nova estratégia
envolveu a criação e o fortalecimento de marcas próprias para um público específico e foi muito bem-sucedida, garantindo à
empresa um grande crescimento. A Riachuelo triplicou seu faturamento num período de 10 anos, alcançando, em 2003, R$ 1,016
bilhão.

Hoje, em constante processo de modernização, a empresa é um dos grandes investidores de moda do país. Conta com 76 lojas,
8.200 funcionários e está presente em 20 estados brasileiros.

Possui dois centros de distribuição, localizados em Natal e Guarulhos. Para dar esse salto, a Riachuelo decidiu, por volta de 1997,
elaborar um planejamento que identificasse seus objetivos em médio e longo prazos, denominado Projeto 2000. “Os sistemas
existentes eram bastante antigos. Havia necessidade de reformular todo o processo e o ambiente tecnológico”, conta Wilson de
Azevedo, gerente de informática da Riachuelo. “Com exceção da contabilidade e da folha de pagamento, a maioria das soluções era
desenvolvida internamente, atendendo às necessidades individuais dos departamentos e com baixo índice de integração. O
cenário tecnológico era bastante heterogêneo, uma verdadeira colcha de retalhos”, complementa o executivo.

Hoje, a Riachuelo trabalha com maior padronização e homogeneidade e conta com um alto nível de detalhamento e precisão das
informações, fundamental para a tomada de decisão. “Houve um salto em qualidade e confiabilidade nessa área, permitindo um
melhor controle do estoque e dos produtos vendidos”.

Todos os processos, desde a colocação do pedido até o momento da comercialização estão mais eficientes. “Nós notamos que os
departamentos que já receberam treinamento e estão utilizando as soluções da SAP de forma adequada começam a ter um bom
crescimento nas vendas. E com certeza melhoramos o nosso nível de estoque, pois nosso controle está muito bem sedimentado”,
comemora o gerente.

Graças às soluções da SAP tivemos um salto de qualidade e confiabilidade nas informações, além do melhor controle de estoque e
dos produtos vendidos.

REFERÊNCIAS

SOUZA, Leandro. SAP quer manter o ritmo no varejo. Baguete. Publicado em 28/05/2015. Disponível em:
< https://www.baguete.com.br/noticias/28/05/2015/sap-quer-manter-o-ritmo-no-varejo >. Acesso em 8 mai. 2018.

RCHLO. Riachuelo. Guararapes. Histórico e Perfil da Companhia. Publicado em 4/01/2018. Disponível em:
< http://ri.riachuelo.com.br/show.aspx?idCanal=vw1IOPp7f0b2cA+k+n7G3w== >. Acesso em 8 mai. 2018.

PARABÉNS!

Você aprofundou ainda mais seus estudos!

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EDITORIAL

DIREÇÃO UNICESUMAR

Reitor Wilson de Matos Silva

Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva

Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin

Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ Núcleo de Educação .

a Distância; PAPPA Marcia. ,

Planejamento e Controle da Produção. Marcia Pappa.

Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017.

36 p.

“Pós-graduação Universo - EaD”.

1. Gestão 2. Produção 3. EaD. I. Título.

CDD - 22 ed. 338

CIP - NBR 12899 - AACR/2

Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar

Diretoria de Design Educacional

Equipe Produção de Materiais

Fotos Shutterstock
:

NEAD - Núcleo de Educação a Distância

Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900

Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360

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CONTROLE E
ACOMPANHAMENTO
DA PRODUÇÃO
Professor (a) :

Me. Marcia Pappa

Objetivos de aprendizagem
•Conceituar a etapa de controle da produção.

•Apresentar técnicas de controle e acompanhamento da produção.

•Explicar o conceito de eficiência produtiva.


Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:

•Finalidade do Controle da Produção

•Métodos de Acompanhamento e Controle da Produção

•Eficiência do Processo Produtivo

Introdução
Caro(a) aluno(a), neste estudo, você irá estudar assuntos relacionados ao controle da produção. Será que as indústrias conseguem
fazer o controle das ações planejadas? Qual a importância dessa etapa para as demais ações a serem realizadas? Os gestores estão
preparados para acompanhar e controlar os processos produtivos?

É nesse contexto que os assuntos serão abordados. Será apresentada a finalidade do controle da produção e também alguns
métodos para controlar as rotinas produtivas, pois o controle é fundamental para que, se houver algum desvio do que foi
planejado, o gestor consiga tomar as decisões a tempo.

Um dos métodos de controle é o gráfico de Gantt, pois, além de estabelecer as etapas e prazos a serem cumpridos, o gestor
consegue fazer um cruzamento das informações entre o que foi planejado e o que realmente está sendo executado.

As ferramentas estatísticas também serão apresentadas, fornecendo informações referentes a cada uma e como elas podem ser
utilizadas nas etapas produtivas.

A eficiência do processo produtivo também é assunto bastante interessante, pois de nada adianta o planejamento e a programação
da produção estarem sendo realizadas se o processo não é eficiente, e controlar as ações é fator essencial para estabelecer um
padrão e conseguir sempre melhorar.

Está preparado e motivado para conhecer um pouco mais a respeito do controle da produção? Então vamos lá! Bons estudos!

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Finalidade do Controle da Produção


Você já deve ter escutado o ditado popular: “O seguro morreu de velho”. Pois é! Vamos aplicar ao conceito de controle da
produção. De nada adianta planejar se, no momento da execução das atividades planejadas, não houver acompanhamento e
controle, ou seja, é melhor ficar bem atento e se precaver para não ter surpresas posteriormente.

Sendo assim, o controle da produção tem a função de alinhar as ações planejadas com as operações que serão desenvolvidas no
chão de fábrica. Segundo Tubino (2007), o acompanhamento e controle da produção oferecem suporte às atividades produtivas a
fim de garantir que todas as atividades planejadas realmente sejam executadas.

A Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais (IOMG) é uma autarquia responsável pela publicação do
diário oficial de Minas Gerais e pela produção de impressos, documentos técnicos e publicações em geral
para os órgãos e entidades do Governo do Estado de Minas Gerais e para terceiros. Com objetivo de
construir indicadores para serem utilizados como parâmetros de controle no processo produtivo, planilhas
foram repassadas aos setores da empresa, o que lhes possibilitou a observação de variáveis diversas para
cada ordem de serviço trabalhada em cada um dos setores. Dentre as variáveis, são comuns a todos os
setores o número da ordem de serviço (OS), sua data e o horário de entrada e saída em cada setor, e as
observações. O número da OS é utilizado para que se tenha o registro e o acompanhamento de cada serviço
em todos os processos pelos quais ele passa. Já as datas e horários de entrada e saída permitem que seja
mensurado o tempo de processamento total de cada produto. E no que diz respeito ao campo de
observações, ele é utilizado para que qualquer informação adicional seja registrada. Os indicadores foram
definidos com base nos trabalhos publicados e nas informações coletadas junto aos gerentes setoriais da
empresa.

Fonte: adaptado Krajewski, Ritzman e Malhotra (2009).


Vimos no saiba mais apresentado que o controle da produção traz inúmeras informações do processo. Vamos agora basicamente
conhecer, de acordo com Correa e Correa (2007), as funções relacionadas à etapa de controle dos processos produtivos.

Após a análise das ordens de produção que devem ser emitidas, o PCP faz a programação e liberação para produção.
Automaticamente devem ser acompanhadas para garantir que serão produzidas no tempo estimado, com o padrão de qualidade
estabelecido e com os custos operacionais definidos no planejamento.

É função da etapa de controle da produção estar informada das quantidades de estoque em processo. Essas são coletadas no chão
de fábrica e repassadas ao departamento de PCP. O acompanhamento do processo produtivo é fundamental para que as
informações estejam atualizadas e, em algumas empresas, é utilizada a tecnologia para coletar esses dados, por exemplo, etiquetas
inteligentes RFID, leitores de código de barras ou até mesmo a inserção dos dados em softwares de controle da produção (Quadro
1).

Quadro 1 - Exemplo de Controle do Processo Produtivo

Fonte: Pappa (2013).

A comunicação entre o chão de fábrica e o setor de PCP a respeito da situação exata de cada ordem de produção é fundamental,
pois assim a organização tem a ideia exata de como está seu processo e também estará preparada para imprevistos que possam
acontecer. Quando falamos de imprevisto, o autor Tubino (2000) relata que eles devem alterar minimamente o planejamento pré-
realizado; as ações devem acontecer de forma imediata para sanar possíveis problemas que possam afetar e alterar o
planejamento.

Também é função do controle da produção fornecer informações referentes à capacidade produtiva. Dessa maneira, deverá ter
informações atualizadas das ordens de produção que estão sendo finalizadas bem como possíveis retrabalhos que serão
necessários.

O controle das ordens de produção deve ser feito em cada etapa do processo, ou seja, acompanhando as entradas e saídas de cada
etapa produtiva, a fim de gerar informações de lead time e também aquelas relacionadas ao custo do processo.

E por fim, a mensuração da eficiência dos operadores ou processos também deve ser feita nesse momento, a fim de fornecer
informações para o PCP da situação real do chão de fábrica, pois, além do acompanhamento da eficiência diária, há indústrias que
pagam aos colaboradores prêmio de produção baseados na eficiência individual e do grupo de trabalho.

Segundo Tubino (2007), os gestores devem ter a visão geral do funcionamento do PCP para que assim consigam compreender o
momento da tomada de decisão de cada processo, identificando desvios, buscando ações corretivas, comparando o programado
com o realizado e preparando relatórios para os demais setores da organização (Figura 1).

Figura 1: Fases do Sistema de Controle de Produção no Chão de Fábrica


Fonte: Groover (2000 apud FAVARETTO; VIEIRA, 2006, p. 3).

A partir do plano mestre da produção são constadas as diretrizes que o setor de PCP deve seguir. A partir da liberação das ordens
de produção para o setor produtivo, é iniciado também o acompanhamento e controle dos processos, sendo que muitas indústrias
utilizam softwares para que essa rotina seja mais automatizada.

A etapa de acompanhamento e controle da produção tem início com a emissão das ordens de fabricação e finaliza-se com a
chegada desses produtos no setor de expedição, prontos e embalados para serem enviados aos clientes. Isto porque, na
elaboração do plano de produção, constam as metas e, no plano mestre de produção, consta o planejamento dos meios para se
atingir essa meta e, na etapa de acompanhamento e controle de produção, são seguidos esses parâmetros para garantir a
eficiência do processo como um todo (TUBINO, 2007).

O controle da produção se relaciona com as ordens de fabricação emitidas pelo PCP, com o monitoramento
dessas ordens nos variados processos produtivos, com o acompanhamento da qualidade e também com o
acompanhamento do custo do processo.

Segundo Martins e Laugeni (2005), esse acompanhamento deve acontecer em todas as etapas do processo, pois envolve a questão
da velocidade das decisões, e quando a empresa acompanha essas rotinas e prepara os colaboradores para tomada de decisão,
apresenta um diferencial frente ao mercado. O acompanhamento das rotinas de trabalho no setor produtivo gera um feedback aos
demais setores da organização e principalmente gera dados para que o setor de PCP consiga tomar decisões mais acertadas.

Temos como exemplos dessas decisões a liberação de ordens de serviço a fim de que não aconteça ociosidade; a avaliação dos
gargalos; o cancelamento de ordens liberadas ou a postergação das mesmas; análise de atrasos; e aumento ou diminuição de
quantidades de produtos a serem produzidos.

Segundo Tubino (2007), essa questão da velocidade que se deve ter para tomar as decisões no chão de fábrica e dar um feedback
para o PCP está relacionada ao tipo de processo produtivo adotado pela indústria. Temos como exemplo:
•Em processos contínuos ou de produção em massa em que o volume de produção é alto, a coleta de dados deve ser em tempo
real, pois, caso contrário, se ocorrer demora na atualização das informações, os desvios podem ser grandes.

•Nos processos por projeto, esse feedback é um pouco mais lento, pois é o tempo de produção do produto e a quantidade que
ditarão o ritmo do controle da produção.

•Já para os processos repetitivos em lote, o que irá nortear o controle e a geração das informações é o tamanho do lote, podendo
ter informações diárias e semanais.

Quando a organização consegue entender o seu processo produtivo e também acompanhar esse processo, automaticamente ela
tem informações internas de forma mais rápida e, consequentemente, apresenta vantagens frente a seus concorrentes, que, de
acordo com Slack (2002), são qualidade, confiabilidade, velocidade, flexibilidade e custo.

A velocidade na tomada de decisão nas indústrias depende da forma com que a empresa trabalha, ou seja,
do tipo do processo produtivo.

O acompanhamento e controle do processo produtivo proporciona ao gestor estabelecer indicadores que demonstram como o
processo está se comportando no decorrer do tempo e, de acordo com Favaretto e Vieira (2006), é possível fazer a seguinte
relação (Quadro 2):

Quadro 2 - Indicadores produtivos

Fonte: Favareto e Vieira (2006, on-line).

De acordo com as grandezas preestabelecidas no setor de PCP, é possível rastrear o processo produtivo a fim de identificar
problemas ou melhorias objetivando a eficiência.
A Força Aérea Brasileira (FAB) retoma as origens e se rende ao sistema de identificação para inaugurar o
primeiro armazém automatizado do País e desafogar a central de distribuição de itens reembolsáveis,
afetada por um intenso gargalo logístico. O capitão-intendente e assessor de Tecnologia da Informação,
Robson Teles Peixoto, revela que, entre 2007 e 2010, a demanda cresceu de 120 mil pedidos anuais para
220 mil. Por isso, a intendência passou a planejar uma resolução capaz de otimizar os processos. Assim, a
movimentação do estoque, feita por robôs e transelevadores (bastante comuns em frigoríficos, para
prevenir a contaminação pelo manuseio de carnes e evitar a exposição excessiva de funcionários às baixas
temperaturas dos freezers), foi aliada à radiofrequência, ainda embrionária no País, mas muito utilizada pelo
setor têxtil. O casamento, inédito no Brasil, foi colocado em prática no final do ano passado com um
investimento de R$ 2,3 milhões e já começa a surtir os efeitos esperados, reduzindo o tempo de
atendimento para 15 dias.

Fonte: Vigna (2012, on-line).

Dessa forma, é fundamental o controle da produção para que os gestores consigam acompanhar as tarefas que estão sendo
realizadas e tomar decisões quando imprevistos acontecem ou quando as ações estão fugindo do planejamento.

Métodos de Acompanhamento e
Controle da Produção
Temos acompanhado que o mercado está cada vez mais exigente e a concorrência mais global, sendo assim, as indústrias devem
estar preparadas para o atendimento das necessidades dos seus clientes e ter um diferencial frente aos seus concorrentes.

Segundo Tubino (2007), essa globalização está fazendo com que as empresas repensem seus processos produtivos de forma a ter
mais agilidade e confiabilidade. As técnicas de controle estão cada vez mais presentes no chão de fábrica, por exemplo, o just in
time (JIT) voltado para questões estruturais, o controle de qualidade total (TQC) voltado para identificação e resolução de
problemas e também o controle de entradas e saídas dos processos.

Uma das formas de controlar o processo produtivo e, ao mesmo tempo, acompanhar as ações planejadas é a utilização do gráfico
de Gantt (Figura 2). Esse método foi desenvolvido por Henry Gantt em 1910, e foi estruturado para programar e controlar as
atividades que deveriam ser desenvolvidas na construção de navios. Desde a sua criação até os dias atuais, esse método não teve
muitas mudanças, inicialmente era utilizado para fase de projetos e hoje em dia utilizamos também para a fase de fabricação
(CORREA; CORREA, 2007).

Figura 2: Modelo de Gráfico de Gantt

Fonte: Pappa (2013).

Conforme vimos na figura 2, o gráfico de Gantt pode ser utilizado nas indústrias desde a etapa de criação dos produtos até a
entrega dos pedidos aos clientes, planejando e acompanhando todas as ações de uma forma mais eficiente. Para construção do
gráfico de Gantt, se faz necessário estabelecer as tarefas a serem planejadas; essas podem ser acompanhadas diariamente,
semanalmente ou mensalmente.

O gráfico de Gantt é utilizado como ferramenta de planejamento das tarefas a serem realizadas, servindo
ainda para acompanhar a realização dessas tarefas, permitindo a comparação entre o previsto e realizado.

Para saber mais a respeito do gráfico de Gantt, acesse o link: < http://pt.smartsheet.com/Gest%C3%A3o-de-
Projetos-on-line >.

Outro método de controle, segundo Correa e Correa (2007), é o controle de entrada e saída das ordens de serviço em cada fase
produtiva. Tem como objetivo acompanhar as atividades que estão sendo realizadas em cada posto de trabalho, de forma a manter
o estoque em processo em quantidades satisfatórias, nem tão altos formando gargalos e nem tão baixos de modo que os
colaboradores ou máquinas fiquem ociosos.

As informações geradas desse controle podem ser agrupadas em relatórios, conforme quadro 3:

Quadro 3 - Exemplo de controle de entradas e saídas dos centros de trabalho


Fonte: Pappa (2013).

Na análise dessas informações, é possível que o gestor consiga controlar as rotinas do chão de fábrica, por exemplo:

• Lead time do processo.

•Tempo de produção dos produtos.

•Identificação dos desvios entre o planejado e o executado.

•Quantidades produzidas diária, semanal e mensalmente.

• Alinhamento da programação e liberação das ordens de fabricação de acordo com as quantidades que estão sendo produzidas.

•Acompanhamento da eficiência do processo produtivo.

O acompanhamento e controle da produção também avalia a qualidade do processo como um todo, aplicando técnicas que dão
subsídios para identificação do padrão em que se encontra o processo.

Na etapa de controle do processo produtivo, além do acompanhamento dos produtos que estão sendo
produzidos em cada etapa, é controlada também a qualidade do processo.

Falando um pouco mais a respeito da qualidade, segundo Slack (2002), a qualidade de um produto ou serviço é aquela que atende
aos requisitos de forma confiável, padronizada, no custo e no prazo predefinido. E uma forma de acompanhar a qualidade do
processo é aplicando as ferramentas da qualidade, que dão auxílio na tomada de decisão e podem ser utilizadas a fim de coletar,
processar e fornecer informações, facilitando aos gestores a escolha da melhor decisão (WERKEMA, 1995).

Vamos agora conhecer as ferramentas da Qualidade que auxiliam no processo de tomada de decisão. De acordo com Werkema
(1995), as folhas de verificação são utilizadas para coletar dados do processo produtivo de forma organizada, permitindo
posteriormente rápida identificação e interpretação dos resultados. Os dados coletados podem ser referentes aos itens não
conforme, inspeção de qualidade, localização de defeitos no produto ou monitoramento do processo produtivo.

Figura 3: Folha de Verificação para Localização de Defeitos no Produto Final


Fonte: Pappa (2013).

A estratificação pode ser entendida como um método para separar o todo heterogêneo em subgrupos homogêneos (VIEIRA,
1999). Vamos exemplificar com uma empresa embaladora de feijão. Imagine que a empresa trabalha com três fornecedores
diferentes, podendo existir diferenças entre eles, por exemplo, a característica do tamanho. Dessa forma, define-se o padrão de
tamanho por amostras e, utilizandose a estratificação, é possível fazer essa separação (Figura 4).

Figura 4: Modelo de Estratificação

Fonte: SlideShare (on-line).


Segundo Miguel (2001), o diagrama de Pareto ou curva ABC é utilizado para fornecer informações referentes aos dados coletados
do processo produtivo. Esses dados sãoordenados em virtude de sua importância no impacto ou solução dos problemas, que
podem ser referentes a defeitos ou não conformidades. Essa ordenação dos dados no gráfico obedece à seguinte regra: o gráfico é
dividido em regiões que são denominadas A: 20% problemas mais críticos, B: 50% dos problemas apresentam soluções viáveis e
20% críticos, C: problemas menos graves (Figura 5).

Figura 5: Diagrama de Pareto

Fonte: Pappa (2004).

O diagrama de causa e efeito ou diagrama de Ishikawa segundo Paladini (2000), é representado por um diagrama que reúne seis
,

fatores ou causas observadas no processo, são elas: máquina, mão de obra, medida, matéria-prima, método e meio ambiente
(Figura 6).

Figura 6: Exemplo de diagrama de Causa e Efeito


Fonte: Campão et al. (2011, on-line).

De acordo com Vieira (1999), o diagrama de causa e efeito é uma ferramenta utilizada para apresentar a relação que existe entre
um processo e os fatores do processo que possam afetar o resultado do trabalho. A sua produção pode ser realizada através de um
“ brainstorming ”, expressão conhecida como tempestade de ideias, que segue uma filosofia de que um número maior de pessoas

gera um número maior de ideias que podem melhorar e otimizar o estudo realizado.

Já o histograma é uma forma gráfica para apresentar os dados coletados do processo, ele é obtido de uma amostra que serve como
base para tomada de decisão, geralmente utilizado pelos gestores para análises mais rápidas e objetivas (KUME, 1993), conforme a
figura 7.

Figura 7: Histograma

Fonte: Andrade et al. (on-line).

Segundo Miguel (2001), o diagrama de dispersão ou diagrama de correlação é um gráfico utilizado para investigar possível
correlação entre duas variáveis, uma de entrada e outra de saída, sendo aplicado após a regressão linear (Figura 8).

Figura 8: Diagrama de Dispersão


Fonte: Andrade et al. (on-line).

O gráfico de controle ou cartas de controle é um gráfico que representa e registra tendências de desempenho sequencial e
temporal de um processo. Se todos os valores registrados estivem dentro do limite, então o sistema estará sob controle, se algum
ponto estiver fora das linhas, o sistema estará fora de controle (MIGUEL, 2001) (Figura 9).

Figura 9: Gráfico de Controle

Fonte: Andrade et al. (on-line).

Para um bom acompanhamento e controle da produção, se faz necessário o conhecimento do processo bem como o conhecimento
das técnicas existentes. Lembre-se de que nada adianta planejar se no momento da execução não tiver controle.
Eficiência do Processo Produtivo
Suponha que uma determinada indústria tem que produzir 600 ventiladores no dia, o PCP emitiu a ordem de produção e os
processos foram iniciados. No final do dia, foi constatado, por meio do controle dos processos, que foi produzido esse número.

Mas será que a indústria foi eficiente? Teve eficácia em todas as etapas produtivas? Essas são questões que não devem sair da
mente dos gestores. Mas, afinal, o que significam esses termos?

Eficácia

Esse termo se refere ao alcance dos objetivos preestabelecidos. No exemplo acima, a empresa foi eficaz, pois conseguiu produzir a
quantidade preestabelecida, já a eficiência diz respeito à máxima utilização dos recursos, ou seja, melhor utilização das matérias-
primas, mão de obra, máquinas e equipamentos sem ter desperdícios.

Dessa forma, quando a indústria é eficiente utiliza melhor seus recursos e tem um custo menor do processo. Nas indústrias, esse
conceito é muito buscado, é item que merece uma atenção especial por parte dos gestores, pois essa informação proporciona uma
melhor análise da situação real do chão de fábrica.

De acordo com Martins e Laugeni (2005), a eficiência do processo produtivo pode ser obtida aplicando o método da
cronometragem das operações. Esse método foi encontrado nos primeiros relatos de estudos de Taylor e continua sendo utilizado
até hoje para medir a eficiência dos colaboradores e grupos de trabalho.

A história da evolução industrial nos mostra que tivemos um casal que foi precursor nessa área, o casal Gilbreth, em 1881. Seus
estudos eram voltados para valorização do ser humano como parte fundamental no processo produtivo, e medir sua eficiência era
algo mais justo tanto para eles quanto para a empresa.

De acordo com Taylor (1995), a medida de produtividade nas indústrias tem como resultados a escolha da melhor maneira de
realizar um trabalho, a carga de trabalho em um dia, definição do padrão de trabalho, definição do tempo padrão para realização
dos processos e também o estabelecimento de prêmios de produção para os colaboradores.
Para que os objetivos estratégicos da empresa sejam alcançados, os objetivos da manufatura precisam estar
de acordo com os itens custo, qualidade, prazo e atendimento da necessidade do cliente.

Fonte: Slack (2002).

Para se chegar a resultados de eficiência do processo, é preciso medir o tempo das operações de fabricação e, para fazer essa
medição, utilizamos a técnica de cronometragem.

De acordo com Martins e Laugeni (2005), a cronometragem é uma técnica que permite o estudo dos tempos padrão de produção, e
esses tempos são importantes para algumas tomadas de decisão, entre elas:

Figura 10: Tomadas de decisão

Fonte: o autor.

A cronometragem é uma técnica que, para ser bem aplicada na linha de produção, precisa ser compreendida pelo colaborador que
irá desempenhar essa função. Deve também ser considerado que é uma técnica realizada in loco, exigindo preparação prévia do
profissional que irá fazer a medição e utilização de equipamentos adequados.

Todo esse preparo é fundamental para que não cause tumulto e stress no momento da medição. Os tempos de produção sofrem
influência da infraestrutura da empresa, dos funcionários, das especificações do produto e do grau de automatização da linha
produtiva, pois nesse caso os produtos passam pelas máquinas com pouca interferência humana (MICHELINO, 1964).

No caso do alto contato de pessoas para a produção dos produtos, torna-se mais complexo o detalhamento das operações como
também a cronometragem das operações.

Aplicação Prática
Em uma indústria de vestuário, por mais que tenhamos máquinas de costura, são pessoas que estão trabalhando nessas máquinas,
cada um com seu ritmo, e esse fator acaba influenciando no processo de medição do tempo.

Antes que o cronometrista – que irá medir o tempo no chão de fábrica – comece a fazer a medição, é necessária a definição da ficha
de processos, ou ficha de operações, do produto. Essa ficha corresponde ao momento de dividir a operação em elementos, e o
ideal é que essa ficha seja preenchida pelo setor de engenharia do produto (Quadro 4).

Quadro 4 - Modelo de Ficha de Processos

Fonte: Pappa (2013).

cronometrados a fim de identificar os tempos produtivos. Nesse momento, o profissional que está fazendo esse trabalho também
avalia os movimentos necessários e desnecessários que envolvem a operação.

Proponho agora uma reflexão: suponha que você está assistindo a um programa na televisão sentado no sofá da sala. Chega uma
visita em sua casa e toca a campainha, quais são as ações que você terá que realizar a partir desse momento?

•Primeiramente acredito que você irá se levantar do sofá.

•Irá caminhar até a porta, a abrirá e verificará quem é a pessoa que está tocando a campainha.

•Vai até o portão receber essa visita.

• Entram novamente em casa e todos se acomodam.

Na indústria, essas ações correspondem à etapa de separação da operação de fabricação em elementos, e cada uma dessas ações
serão acompanhadas, medidas e o tempo de cada uma delas é inserido na ficha de processos.

A partir da ficha de operações pronta e estando o cronometrista preparado para medição, basta escolher o método de trabalho
que melhor se adéque à realidade da indústria. Os equipamentos mais utilizados para medição do tempo são:

• Relógio: Para acompanhamento dos tempos dos processos.

• Filmadora: Para avaliar a movimentação que está presente no processo cronometrado.

• Ficha: Permite anotar os tempos medidos para posterior cálculo e análises.

• Recursos tecnológicos: Já temos disponível a tecnologia que, através de alguns softwares, fazem a integração entre as
ferramentas do sistema com coletores no chão de fábrica, por exemplo, palm top ou leitores de rádio frequência; quando esses
equipamentos são utilizados, não se faz necessário o uso do cronômetro e da ficha de observação, pois o próprio coletor – que
funciona como cronômetro – estabelece o envio dos dados medidos para o software.

A cronometragem é uma técnica que permite a medição do tempo dos processos e, juntamente com análise da movimentação e
tempos desnecessários, entra a cronoanálise, formando o estudo de tempos e métodos. Entre os movimentos a serem analisados,
de acordo com Martins e Laugeni (2005), podemos destacar:
Figura 12: Análise dos Movimentos

Fonte: Martins e Laugeni (2005).

No processo de medição do tempo, deve ser avaliado se a leitura será contínua ou parcial. A leitura contínua é sem interrupções e,
de acordo com a operação que está sendo medida, determina-se o número de ciclos que serão cronometrados e o cronômetro só
para no momento do término de todo ciclo, por isso é aconselhável para medições de tempos muito curtos. Já nas leituras parciais,
o cronômetro é iniciado e finalizado a cada operação cronometrada, exigindo maior concentração do cronometrista.

Segundo Martins e Laugeni (2005), no dia a dia das indústrias que trabalham com o controle de eficiência, são realizadas de 10 a 20
cronometragens da mesma operação ou elementos, mas também existem fórmulas estatísticas que informam a quantidade exata
de ciclos a serem realizados.

No momento da medição, também é avaliada a velocidade com que o operador está realizando determinada operação. Essa
avaliação não tem um padrão preestabelecido, depende da observação do cronometrista, por isso a necessidade da preparação
prévia.

De acordo com Tubino (2007), para determinação do tempo padrão de cada operação, são avaliadas as tolerâncias que serão
inclusas nos tempos observados, sendo geralmente utilizado o seguinte padrão:

• Tolerância pessoal: 5%.

•Tolerância devido à fadiga: 5%.

• Tolerância para esperas fora do controle: pode variar entre 5% a 8% (estimativa).

Além da tolerância empregada no tempo padrão, as questões estruturais e ergonômicas também acabam influenciando nos
números. Segundo Martins e Laugeni (2005), existem condições padronizadas para o local de trabalho, por exemplo, a temperatura
deve estar compreendida entre 20 e 24° C, a umidade relativa do ar entre 40 e 60%, o ruído até 80 decibéis e a iluminação de no
mínimo 300 lux e no máximo 2000lux, pois acima desse número pode causar fadiga visual.

Para determinação do tempo padrão, devem ser seguidos os seguintes passos:

Passo 1

Tempo cronometrado (TC): é obtido fazendo a média dos tempos que foram cronometrados.

Passo 2
Tempo Normal (TN): TC x velocidade do operador

Passo 3

Tempo Padrão (TP): TN + tolerância

Para uma melhor organização dos dados coletados no chão de fábrica, o PCP pode utilizar planilhas ou softwares que dão suporte
para esse acompanhamento (quadro 5).

Quadro 5 - Exemplo de Ficha de Cronometragem

Fonte: Pappa (2013).

A partir da determinação do tempo padrão dos produtos produzidos, é possível acompanhar e controlar a eficiência do processo
produtivo, ou seja, com a informação do tempo padrão para fabricação de um determinado produto, é possível calcular a
quantidade de unidades que a fábrica tem capacidade para produzir por dia e assim fazer a comparação com a quantidade que
realmente foi produzida de cada produto.

O tempo padrão é utilizado nas indústrias para estabelecimento de metas produtivas, podendo também
servir como base do balanceamento das unidades de produção.

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ATIVIDADES
1.O controle da produção tem a finalidade de alinhar as ações planejadas às ações que estão sendo realizadas. Com base nessa
informação, marque a alternativa correta:

a) As ordens de montagem não são acompanhadas, somente as ordens de produção.

b) Em indústrias de grande porte, o controle do processo é inexistente.

c) O PCP define os indicadores para que o controle seja eficiente.

d) O controle pode ser feito somente no almoxarifado, ou seja, controle de estoque.

2.Os métodos de controle, quando aplicados de forma eficiente no processo industrial, são bons aliados para que o gestor consiga
acompanhá-lo de forma on-line. Diante disso, assinale a alternativa correta:

a) O gráfico de Gantt é utilizado apenas para o planejamento das ações.

b) As ferramentas estatísticas são utilizadas para controle de qualidade do processo.

c) É atividade do controle do processo emitir as ordens de produção.

d) A programação da produção não influencia nas atividades de controle da produção.

3. A eficiência do processo produtivo é um fator bastante discutido nos processos industriais e algo a ser aprimorado nas
indústrias. Diante disso, assinale a alternativa correta:

a) A eficiência está relacionada ao uso dos recursos de forma otimizada.

b) O custo não é avaliado no quesito eficiência.

c) A qualidade é fator desconsiderado quando o assunto é eficiência.

d) Os colaboradores não são levados em consideração nessa medição.

Resolução das atividades

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RESUMO
A etapa do controle da produção tem como objetivo acompanhar se as ações estão sendo executadas conforme foram planejadas.
O chão de fábrica fornece informações referentes ao processo produtivo, para que o PCP consiga avaliar e tomar as devidas
decisões.

No controle do processo, indicadores são acompanhados, por exemplo: prazo de entrada e saída de cada etapa produtiva, tempo
de produção, qualidade do produto e do processo, custo, eficiência, lead time ociosidade ou gargalos na produção.
,

Essa etapa tem início a partir da emissão das ordens de fabricação, passando por todos os processos e sendo finalizada quando o
produto já está embalado e pronto para ser despachado ao cliente.

Para que seja possível esse acompanhamento, métodos e metodologias são aplicados para que seja possível coletar informações
do processo, por exemplo, a aplicação das ferramentas estatísticas para medir e acompanhar a qualidade.

Ser eficiente é ser competitivo e estar à frente da concorrência, por isso as indústrias estão buscando a aplicação de técnicas que
possibilitam essa medição. Dessa maneira, a eficiência dos colaboradores e da unidade de fabricação é fator fundamental para a
competitividade no mercado.

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Material Complementar

Leitura
Administração da Produção

Autores: Nigel Slack, Stuart Chambers e Robert Johnston

Editora: Atlas

Sinopse: esse moderno livro-texto fornece um caminho lógico nas


atividades de administração da produção e um entendimento do contexto
estratégico em que os gerentes de produção trabalham. Está estruturado
em torno do modelo de programação, planejamento e controle, mas sem
isolar as atividades de planejamento das de controle. As possibilidades de
melhoria de produção são apresentadas separadamente para refletir a
responsabilidade dos gerentes de produção quanto à melhoria contínua
do desempenho de suas operações. A produção de serviços é tratada com
o mesmo nível de profundidade da produção de bens.

Leitura
Princípios da Administração Científica

Autor: Frederick Winslow Taylor

Editora: Atlas

Sinopse: o livro propõe a racionalização do trabalho por meio do estudo


dos tempos e movimentos, com a decomposição do trabalho em
operações , analisando e testando cientificamente esse método de melhor
utilização da mão de obra e recursos definindo uma metodologia a ser
seguida por todos os operários com a padronização do método e das
ferramentas.

Filme
Tempos Modernos

Diretor: Charles Chaplin

Ano: 1936

Sinopse: um operário de uma linha de montagem que testou uma


“máquina revolucionária” para evitar a hora do almoço é levado à loucura
pela “monotonia frenética” do seu trabalho. Após um longo período em
um sanatório, ele fica curado de sua crise nervosa, mas desempregado.
Ele deixa o hospital para começar sua nova vida, mas encontra uma crise
generalizada e equivocadamente é preso como um agitador comunista,
que liderava uma marcha de operários em protesto. Simultaneamente,
uma jovem rouba comida para salvar suas irmãs famintas, que ainda são
bem garotas. Elas não têm mãe, e o pai delas está desempregado, mas o
pior ainda está por vir, pois ele é morto em um conflito. A lei vai cuidar das
órfãs, mas enquanto as menores são levadas a jovem consegue escapar.

Comentário: esse filme retrata a vida do trabalhador das fábricas no


início da revolução industrial, nesse tempo os trabalhadores tinham que
ser eficientes a qualquer custo, sem paradas e nem descansos. A
eficiência vinha em primeiro lugar. Nas indústrias atuais, será que esse
cenário apresentou mudanças?

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REFERÊNCIAS
ANDRADE, E; ABREU, M. da L.; SILVA, T.; CUNHA, V. Ferramentas de Qualidade. Disponível em:
< http://max.uma.pt/~a2010607/microsoft_word_ferramentas_da_qualidade.pdf >. Acesso em: 2 ago. 2014.

CAMPÃO, C. A. de L.; GODOY, L. P.; LORENZETT, D. B.; GODOY, T. P. Análise dos custos da qualidade: um estudo de caso em uma
empresa alimentícia. Disponível em: < http://www.revistaespacios.com/a12v33n03/123303261.html >. Acesso em: 2 ago. 2014.

CORREA, H.; CORREA, A. Administração de Produção e Operações. São Paulo: Atlas, 2007.

FAVARETTO, F.; VIEIRA, G. E. Indicadores de controle da produção para suporte da estratégia de manufatura. Artigo III Simpep.
Bauru, 2006. Disponível em: < http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/454.pdf >. Acesso em: 3 ago. 2014.

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KRAJEWSKI, L. RITZMAN, L. MALHOTRA, M. Administração da Produção e Operações. São Paulo: Pearson, 2009.

KUME, H. Métodos Estatísticos para Melhoria da Qualidade. São Paulo: Editora Gente, 1993.

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MICHELINO, G. Estudo de Tempos para Supervisores. Publicações Educacionais. 1964.

MIGUEL, P. A. C. Qualidade: Enfoques e Ferramentas. São Paulo: Artliber Editora, 2001.

PALADINI, E. P. Gestão da Qualidade: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2000.

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SLIDESHARE. Ferramentas da Qualidade. Disponível em: < https://pt.slideshare.net/vcslgoncalves/7-ferramentas-da-qualidade >.


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SMARTSHEET. Gestão de Projetos on-line com gráfico de Gantt interativo. Disponível em:
< https://pt.smartsheet.com/c/Gest%C3%A3o-de-Projetos-on-line >. Acesso em 9 mai. 2018.

TUBINO, D. F. Manual de Planejamento e Controle da Produção. São Paulo: Atlas, 2000.

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TroncoID=907492&SecaoID=508074&SubsecaoID=609211&Template=../artigosnoticias/user_exibir.asp&ID=215815&Titulo=F
or%E7a%20A%E9rea%20soma%20ganhos%20com%20RFID%20e%20utiliza%E7%E3o%20de%20rob%F4s%20e%20transeleva
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WERKEMA, M. C. C. Ferramentas estatísticas básicas para o gerenciamento de processos. Belo Horizonte: Fundação Cristiano
Ottoni, 1995.

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Unidade 3 Página inicial

APROFUNDANDO

Otimização de Linha de Produção

Cabos de acionamento de espelhos retrovisores são fabricados numa linha de produção específica para esse produto que trabalha
continuamente. Dentro dessa linha de produção, são realizadas várias operações envolvendo diferentes operadores e máquinas.

O objetivo do trabalho foi obter um ritmo constante de produção. Para isso, utilizaram-se ferramentas como o diagrama de
homem-máquina e parâmetros como a taxa de ocupação, cuja interpretação auxiliou na decisão de alocar operadores e outros
recursos para atividades com maior carga de trabalho. Assim, garantiu-se equilíbrio necessário para um maior aproveitamento dos
recursos e força de trabalho.

A partir da análise dos tempos produtivos e do diagrama homem-máquina, evidenciou-se o excesso de operadores para realizar as
funções da linha de produção. Outro fato indicador dessa mão de obra excedente foram as baixas taxas de ocupação dos
operadores. Como medida corretiva, redistribuíram-se as funções, conforme sugerido, e alocou-se um funcionário para outro
setor. Após a análise dos postos de trabalho, foram realizadas melhorias na ergonomia que resolveram problemas como cansaço e
dor causados por operar injetoras com as costas curvadas, dor nas pernas causada pela falta de acolchoamento na extremidade
posterior do assento das cadeiras e lesões que ocorriam devido ao excesso de movimentos desnecessários na injetora.

Outras pequenas melhorias foram implantadas tanto na fabricação como nas condições de trabalho. Muitos aspectos poderiam ser
resolvidos com monitoramento periódico das linhas de produção, ou por meio da implantação de sistemas como fichas de
sugestões.

REFERÊNCIAS

MARTINS, P, LAUGENI, F. Administração da Produção. São Paulo: Editora Saraiva, 2005.

PARABÉNS!

Você aprofundou ainda mais seus estudos!

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Unidade 3 Página inicial

EDITORIAL

DIREÇÃO UNICESUMAR

Reitor Wilson de Matos Silva

Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva

Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin

Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ Núcleo de Educação .

a Distância; PAPPA Marcia. ,

Planejamento e Controle da Produção. Marcia Pappa.

Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017.

41 p.

“Pós-graduação Universo - EaD”.

1. Gestão 2. Produção 3. EaD. I. Título.

CDD - 22 ed. 338

CIP - NBR 12899 - AACR/2

Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar

Diretoria de Design Educacional

Equipe Produção de Materiais

Fotos Shutterstock
:

NEAD - Núcleo de Educação a Distância

Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900

Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360

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Unidade 4 Página inicial

TECNOLOGIA DA
INFORMAÇÃO
ALIADA A GESTÃO DA
PRODUÇÃO
Professor (a) :

Me. Marcia Pappa

Objetivos de aprendizagem
•Apresentar os conceitos relacionados à tecnologia da informação.

•Definir o conceito de software ERP.

•Apresentar a integração entre a tecnologia e o sistema de PCP.


Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:

•Sistemas de Informação

•ERP – Enterprise Resource Planning

•Integração entre Tecnologia e PCP

Introdução
Caro(a) aluno(a), neste estudo serão abordadas as questões relacionadas à tecnologia. Ouvimos muito falar nesses termos, mas
será que as empresas e os gestores conhecem as ferramentas que o mercado disponibiliza e também conseguem visualizar sua
aplicabilidade nas indústrias?

É esse norte que conduzirá esta unidade. O sistema de informação também será abordado a fim de que você consiga integrar os
itens que fazem parte desse conjunto, ou seja, pessoas, hardware, software, redes e recursos de dados.

Alguns gestores ainda não conseguiram trabalhar fazendo essa integração entre a tecnologia e os colaboradores e, dessa forma,
acabam não atingindo os objetivos com o seu uso, fazendo com que esse investimento se torne um problema para a organização.

Os softwares ERP fazem parte desse conjunto e são ótimos aliados para a gestão empresarial, pois trabalham com essa integração
e proporcionam processos mais otimizados. Assim, as empresas aproveitam melhor o tempo e conseguem tomar uma decisão mais
rápida.

Se bem utilizada, essa solução gera resultados bastante satisfatórios tanto internamente quanto externamente à organização. A
empresa fica mais competitiva e consegue automaticamente uma melhor organização das suas rotinas e processos. Os
colaboradores, se bem preparados, conseguem ter mais tempo para aplicar o seu conhecimento na informação gerada, não ficando
apenas com o operacional.

No mercado, temos disponíveis diversos tipos de softwares que oferecem ferramentas tecnológicas voltadas para o Planejamento
e Controle da Produção (PCP), gerenciando toda cadeia produtiva.

A partir de agora você irá entender um pouco mais a respeito desses assuntos para poder ter uma visão mais aprimorada.
Preparado? Então vamos lá!
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Unidade 4 Página inicial

Sistemas de Informação
As indústrias, cada vez mais, sentem a necessidade da utilização de sistemas de informação a fim de planejar, programar e utilizar
seus recursos da melhor forma possível. O mercado oferece inúmeras tecnologias que podem ser utilizadas em todos os setores,
basta conhecer essas ferramentas para que a indústria, como um todo, tire o melhor proveito.

A Toyota Motor Sales USA é a distribuidora norte-americana de carros e caminhões construídos pela
Toyota (uma subsidiária da Toyota). A empresa compra os carros na fábrica da Toyota no Japão e em outros
locais, toma posse dos veículos e então os vende para os revendedores da Toyota nos Estados Unidos. Um
veículo de médio porte custa US$ 8,00 (oito dólares) por dia enquanto está em trânsito. Como era de
costume levar de 9 a 10 dias em trânsito, acabava por custar de US$ 72,00 a US$ 80,00 por carro. Para dois
milhões de carros por ano, o custo para a empresa era de US$ 144 a 160 milhões de dólares por ano. Isso
era demais. Barbara Cooper, a nova CIO (sigla em inglês para Chief Information Officer um diretor de
,

Tecnologia da Informação - TI), iniciou tentando identificar os problemas exatos. Uma coisa se tornou clara:
era necessário um Data Warehouse (que é uma espécie de repositório de dados históricos de uma empresa,
preparados de forma sistemática para se obter informações para tomada de decisão). Também se tornou
claro que ferramentas de software para efetuar o processamento, a exploração, e manipulação de dados
eram necessárias. Foi configurado um sistema para fornecer dados precisos e em tempo real. Infelizmente, o
sistema não funcionou apropriadamente. Em primeiro lugar, a entrada de dados históricos no sistema
incluía anos de erros humanos que passaram despercebidos, o que incluía dados duplicados inconsistentes,
bem como dados que faltavam. Isso produziu resultados e análises errôneas. Era um conceito correto, mas
com tecnologia errada dos fornecedores errados. Em 2000, a Toyota mudou para uma tecnologia melhor.

Disponível em: < https://litolima.com/2011/03/05/estudo-de-caso-toyota-usa/ >.

Fonte: Lorenzi (2011, on-line).


Pudemos acompanhar no exemplo da Toyota e também no dia a dia das organizações que, cada vez mais, a informação confiável e
coerente tem se tornado um diferencial de mercado para as organizações. Os gestores precisam lidar com elas em todos os níveis
operacionais, fazendo uma análise da necessidade produtiva, uma previsão de consumo de matéria-prima, acompanhando o lead
time, verificando a necessidade de treinamento de colaboradores ou até mesmo projetando um investimento em máquinas e
equipamentos.

Mas, afinal, o que podemos entender como informação?

Segundo o dicionário, a palavra informação significa o ato de informação, a transmissão de notícias, comunicação ou transmissão de
conhecimento Sendo assim, esse bem tão valioso deve ser muito bem cuidado, e uma das formas de melhorar essa comunicação é
.

fazendo o uso de sistemas de informação.

Nas indústrias, a informação é gerada em todas as áreas e a todo o momento. Dessa forma, os gestores devem ter o cuidado para
que a tecnologia utilizada seja uma aliada e não mais um problema a ser resolvido. O investimento em sistema de informação deve
valer a pena, por isso a necessidade de conhecer a tecnologia que está sendo adquirida, a validação das ferramentas
disponibilizadas com a regra de negócio da empresa e também a preparação dos colaboradores para o seu uso.

De acordo com O’Brien (2010), o sistema de informação tem como objetivo principal transformar dados em informações,
funcionando da seguinte forma: acontece a entrada de dados, esses são fatos, valores, observações ou medidas que são inseridos
de forma isolada, ainda não organizados. Esses dados são processados, ou seja, são organizados para resultar nas saídas, essas são
consideradas informações geradas pelo sistema de informação (Figura 1).

Figura 1: Funcionamento do Sistema de Informação

Fonte: O’Brien (2010).

Vamos acompanhar esse processo em uma indústria. Por exemplo, a geração de necessidade de produção, como funciona o
processo para gerar essa informação? Os dados dos pedidos de venda são alimentados pelo setor comercial no software,
alimentação essa que pode ser manual ou por meio automatizado. O estoque em processo e os defeitos são alimentados pelo setor
produtivo e o estoque de produto acabado, pelo setor de expedição. A partir dessas informações, o setor de PCP visualiza em
forma de relatórios esses dados já organizados, gerando a informação final da necessidade de produção.

Dessa maneira, o gestor de PCP tem a informação final de quais produtos e quantidades precisam ser produzidas para atender à
demanda a partir de dados que foram inseridos inicialmente pelos demais setores da empresa.

Agora que compreendemos a geração da informação, vamos entender o que é um sistema de informação. Para O’Brien (2010),
sistema de informação é um conjunto organizado de pessoas, hardware, software, redes de comunicações e recursos de dados que
coleta, transforma e dissemina informações em uma organização (Figura 2).

Figura 2: Conjunto do Sistema de Informação


Fonte: O’Brien (2010, p. 6).

• HARDWARE: Os recursos de hardware dizem respeito à parte de equipamentos computacionais que dão base para utilização do
software. Dessa forma, são utilizados nas etapas de entrada, processamento e saída (STAIR; REYNOLDS, 2009).

• SOFTWARE: De acordo com Gordon e Gordon (2006), os recursos de software são os programas de computadores nos quais a
empresa realiza suas transações diárias, incluindo aqui os softwares ERP. Os recursos de dados ou a base de dados podem ser
considerados como sendo o local onde dados e informações são organizados. Segundo Gordon e Gordon (2006), o sistema de
informação combina tecnologia da informação para gerir seus processos organizacionais, sendo que a tecnologia se refere à parte
de hardware, por exemplo, máquinas, equipamentos e automação.

• REDES: As redes fazem parte desse conjunto, pois são necessárias para fazer a conexão entre os computadores e equipamentos
utilizados em uma empresa.

• PESSOAS: Por último mas não menos importante, as pessoas. Essas são elementos fundamentais nesse conjunto, pois são os
usuários do sistema que irão inserir dados diariamente para que o mesmo gere uma informação confiável, também são as pessoas
que irão analisar essas informações para tomada de decisão (O’BRIEN, 2010).

Um sistema de informação tem grande influência para um correto funcionamento de uma organização. Inicialmente, para melhora
do fluxo das informações geradas pelos diversos setores e, posteriormente, para tirar o melhor proveito da informação gerada
(BATISTA, 2006).

Qual o item mais vital para as empresas: estratégias, capital, planejamento, produtos inovadores, tecnologia
ou pessoas?

As indústrias também precisam tomar decisões baseadas em informações fidedignas, dessa maneira, utilizam os sistemas de
informação nos diferentes níveis organizacionais, sejam eles operacionais, táticos ou estratégicos.

Para atender a esses níveis de utilização nas organizações, segundo Stair e Reynolds (2009), Laudon e Laudon (2007), O’Brien
(2010), os sistemas podem ser classificados como sistemas de apoio às operações e sistema de apoio gerencial e possuem as
seguintes características (figura 3):
Figura 3: Sistema de apoio às operações e gerencial

Fonte: adaptado de Stair e Reynolds (2009), Laudon e Laudon (2007), O’Brien (2010).

Atualmente, o setor de Tecnologia da Informação representa 5,2% do PIB brasileiro e demonstra o aumento
do uso de tecnologia nas mais diversas áreas da economia. O mercado brasileiro de TI movimentou US$ 123
bilhões em 2012 e fechou o ano com crescimento de 10,8%, na comparação com 2011, o que representa
praticamente o dobro do aumento médio mundial, 5,9%. No comparativo com mercados mais relevantes, o
avanço do setor no País ficou atrás apenas do verificado na China, de 15%, segundo dados da IDC. Com o
resultado, o Brasil já é considerado o quarto maior mercado de tecnologia da informação e comunicação
(TIC) do planeta e o sétimo em TI.

Disponível em: < https://brasscom.org.br/wp-


content/uploads/2017/08/anuario_brasscom_2013_portugues.pdf >.

Fonte: Brasscom (2017, p. 19).

Além dos dois tipos de sistemas citados, O’Brien (2010) enfatiza que existem outras categorias de sistemas de informação que
podemos encontrar e utilizar nas organizações. São elas:

• Sistemas Especialistas: sistemas baseados no conhecimento, fornecendo conselho especializado. Funciona para usuários como
consultores e especialistas; um exemplo que pode ser citado é o acesso à intranet de uma empresa.

• Sistemas de Administração do Conhecimento: sistemas baseados no conhecimento e dão apoio à criação, organização e
disseminação de conhecimento empresarial dentro da organização. Exemplos que podem ser destacados: acesso à intranet para
melhores práticas de negócio; estratégias de propostas de vendas; sistemas de resolução de problemas do cliente.

• Sistemas de Informação Estratégica: fornecem à empresa produtos/serviços estratégicos com o intuito de obter vantagem
competitiva. Através dele é possível verificar as necessidades da empresa e obter informações relevantes para que a vantagem
competitiva seja alcançada.

• Sistemas de Informação para as Operações: servem para apoiar as aplicações operacionais e gerenciais das funções
organizacionais mais básicas. Como exemplo, podemos citar: sistemas que apoiam aplicações de contabilidade, finanças,
marketing, administração de recursos humanos, dentre outros.

Os sistemas de informação são aliados para a geração da informação confiável nas indústrias; com o uso eficiente dos sistemas, é
possível agilizar os processos, melhorar a rotina de trabalho na indústria e ser mais eficiente.
ERP – Enterprise Resource Planning
As empresas vivenciam um momento em que se faz necessário atender à necessidade dos clientes e, cada vez, mais surpreendê-los
com produtos inovadores e com serviços encantadores e, para auxiliar nessa tarefa, podem ser utilizados softwares ERP.

• Mas, afinal, o que significa essa sigla?

•Como ele pode ajudar as empresas a surpreender seus clientes?

•Auxilia também na competitividade da organização?

Nesta aula, iremos tratar a respeito dos sistemas de gestão e trazer considerações a respeito dessas questões.

A sigla em inglês Enterprise Resource Planning (ERP), quer dizer Planejamento de Recursos Empresariais. Esse sistema permite uma
integração entre os setores de uma organização, ou seja, contribui para uma maior e melhor troca de informações entre os
departamentos como também permite uma integração com recursos externos à empresa, como clientes, fornecedores e parceiros
de negócios (GORDON; GORDON, 2006).

De acordo com O’Brien (2010), o ERP é um sistema interfuncional que atua como uma estrutura para integrar os diversos
processos de negócios de uma empresa, ou seja, é um sistema de informação que trata a regra de negócios de modo a tornar as
operações mais confiáveis.

Segundo Martins e Laugeni (2005), o surgimento do ERP é uma consequência da evolução dos sistemas MRP e MRP II.
Na indústria, o software ERP disponibiliza ferramentas com objetivo de organizar as rotinas produtivas e garantir maior agilidade
nas informações geradas. Por exemplo, o setor de PCP precisa fazer a análise da quantidade a ser produzida. Como seria o
funcionamento do ERP neste caso?

Imagine a seguinte situação: em um determinado lote de pedidos têm-se em carteira 1000 unidades de bonés. Desde o momento
do recebimento do pedido, a indústria utiliza o software ERP para cadastrar essa venda (a alimentação pode ser manual ou
automatiza). A partir desse momento, o setor financeiro já consegue fazer uma análise financeira do cliente sem ter que digitar
todos os dados novamente. A partir da liberação financeira e comercial, o setor de PCP consegue fazer o planejamento da
produção e também a previsão de consumo de matéria-prima. Após a emissão das ordens de fabricação, no chão de fábrica, é
possível acompanhar e controlar cada etapa de produção pela leitura do código de barras, e também possibilitar ao cliente o
acompanhamento do seu pedido nas etapas produtivas.

Dessa forma, as indústrias automatizam seus processos; os softwares ERP permitem uma maior agilidade nas rotinas de negócios
e agilizam a troca de informações entre os setores internos, como também fornecem ferramentas de contato com os parceiros de
negócios (O’BRIEN, 2010).

O software ERP possui ferramentas de trabalho que permitem a comunicação entre os diversos setores, e esses setores são
módulos de trabalho referentes a cada área da organização. Essa integração tão falada e buscada pode ser visualizada na figura 4
(RAGO et al., 2003).

Figura 4: Integração do Software ERP

Fonte: Pappa (2013).

Vamos agora conhecer algumas utilizações dos sistemas de informação:

• Funções de Marketing: Segundo O’Brien (2010), os sistemas de informação fornecem tecnologia de apoio, por exemplo, o uso da
rede internet ou intranet possibilita uma maior e melhor comunicação com o cliente.

• Sistemas de Automação da Força De Vendas: Segundo Gordon e Gordon (2006), oferecem suporte aos gestores, através de
informações referentes aos clientes, pedidos, área de atendimento por representante, de forma a fornecer informações para
novas vendas e também para atender melhor a seus clientes.

• Sistemas de Manufatura: Os sistemas de informação são incluídos desde a etapa de desenvolvimento do produto, auxiliando os
engenheiros a desenvolver, testar e propor modificações nos produtos (CAE) bem como no projeto do produto, sendo auxiliados
por computador (CAM), passando pelas etapas de planejamento, programação e controle da produção (LAUDON; LAUDON,
2011).

• Custo do Produto e Processo: Para Stair e Reynolds (2009), o custo do produto e processo pode ser acompanhado utilizando o
software ERP, pois, conforme os setores alimentam o sistema, as informações são agrupadas e processadas possibilitando a
análise, por exemplo, da quantidade de materiais utilizados para fabricação de um pedido, a quantidade de horas utilizadas para
fabricação de um item e os gastos que não estavam planejados.
• Colaboradores: No passado, as empresas utilizavam os sistemas apenas para pagamento e cartão ponto. Hoje em dia, com a
valorização dos colaboradores, os sistemas passaram a ser utilizados para o gerenciamento do quadro de pessoal (O’BRIEN, 2010).

Para que o software ERP traga benefícios para a empresa e ela consiga utilizar as ferramentas disponíveis, é necessário avaliar
alguns fatores. Primeiramente, trataremos a respeito dos fatores relacionados à empresa:

• Rotinas de trabalho: A empresa deve ter as rotinas de trabalho bem definidas, com as funções de trabalho bem claras e, em cada
função, um colaborador treinado e capacitado para exercer essa tarefa, pois assim, no momento da utilização do software, cada
usuário já tem o conhecimento necessário a respeito das rotinas da empresa, o que facilita no processo do uso das ferramentas.

• Regra de negócio: Outro fator a ser avaliado está relacionado à regra de negócio estabelecida pela organização; essa regra deve
ser estendida a todos os departamentos, desde questões mais simples, como a definição do procedimento a ser utilizado no
lançamento de uma nota fiscal de entrada, até questões mais complexas, como a análise do Demonstrativo do Resultado do
Exercício (DRE).

Quando a empresa tem definido o método de trabalho, a utilização do software acontece de uma forma mais positiva e, em se
tratando do software, devem ser avaliados alguns requisitos a fim de escolher o melhor produto que seja adequado à realidade da
empresa.

Conheça um pouco mais a respeito dos números relacionados ao setor de tecnologia da informação.

Fonte: Brasscom (2017, on-line).

Segundo Vollman et al. (2006), basicamente há quatro aspectos que indicam um software de qualidade:

• Multifuncionalidade: o software deve atender a todos os níveis da empresa, operacional, tático e estratégico, fornecendo
ferramentas que atendam às rotinas diárias de cada departamento; por exemplo, no setor de comercial, o software deve fornecer
subsídios para o atendimento ao cliente desde o momento da venda até o pós-venda.

• Integração: essa palavra irá definir se o software em questão é ERP ou não; a integração deve acontecer entre os módulos
oferecidos, a fim de obter melhor qualidade na informação gerada e otimização dos processos. Veja um exemplo: quando do
lançamento de uma nota de entrada de compras, no setor do almoxarifado, é feito o processo de lançamento da nota no software,
o usuário alimenta o estoque de matéria-prima e automaticamente é feito o lançamento das contas a pagar para o fornecedor;
dessa forma, elimina-se o processo do lançamento das contas a pagar pelo setor de financeiro.

• Sistema modular: esse termo está relacionado à forma como o software é disponibilizado, ou seja, ele pode ser adquirido em
partes, módulo de produção, módulo de suprimentos e módulo financeiro, ou todos os módulos aos quais o software atende. Essa
questão de sistema modular também é interessante quando a empresa utiliza mais de um software de fornecedores diferentes,
por exemplo, utilizam os módulos básicos de uma empresa e o módulo contábil de outra empresa, esses módulos se comunicam e
formam um sistema ERP, buscando sempre a integração.
• Facilidade na tomada de decisão: o software deve oferecer ferramentas de fácil manuseio e relatórios consistentes para tomada
de decisão que atendam a questões relacionadas desde a alimentação dos dados diários até a análise das informações geradas.

Dessa forma, para que a empresa tire o melhor proveito do software utilizado, se faz necessária primeiramente uma organização
das suas rotinas diárias e uma boa análise das ferramentas que o software disponibiliza, buscando sempre a adequação da
tecnologia a sua realidade.

Integração entre Tecnologia e PCP


O setor de Planejamento e Controle de Produção (PCP) é responsável por responder quatro questões básicas:

1. O que produzir e comprar?

2. Quanto produzir e comprar?

3. Quando produzir e comprar?

4. Com quais recursos produzir e comprar?

Diante de tantos questionamentos, os gestores precisam estar atentos e saber utilizar a tecnologia tirando seu melhor proveito.

Nas atividades que envolvem o PCP, desde a etapa de planejamento até o acompanhamento das rotinas produtivas, já temos
tecnologia disponível no mercado que facilita bastante esse processo. Entre elas, podemos destacar os softwares que fornecem
ferramentas específicas para o chão de fábrica, o acompanhamento on-line do processo por meio de código de barras, o
rastreamento de toda cadeia produtiva utilizando as etiquetas inteligentes, enfim, basta que o gestor consiga fazer o uso dessas
opções.

Segundo O’Brien (2010), a manufatura integrada por computador é um conceito de visão global que auxilia nas rotinas
administrativas do setor produtivo e tem como objetivo simplificar os processos, automatizar e integrar essas rotinas (Figura 5).

Figura 5: Sistema de Manufatura


Fonte: O’Brien (2010).

A tecnologia está disponível desde a etapa de planejamento, na formulação do plano de produção e do plano mestre de produção
até a finalização do produto na expedição, podendo acompanhar qualidade e custo do processo.

De acordo com essa visão de manufatura integrada por computador, os softwares disponibilizam ferramentas que, segundo Jacobs
et al. (2009), englobam componentes voltados para planejamento das ações, acompanhamento e controle das atividades das
empresas.

Entre as funções que podem ser realizadas nos softwares integrando o PCP com os demais setores da empresa, podemos citar:

•Previsão/Análise de Vendas.

•Lista de Materiais.

•Programação Mestre da Produção.

• Planejamento de Materiais.

•Planejamento da Capacidade Produtiva.

• Compras.

•Controle de Fabricação.

•Controle de Estoques.

• Engenharia.

•Distribuição Física.

•Gerenciamento de Transporte.

•Gerenciamento de Projetos.

•Apoio à Produção.

•Apoio à Gestão de Processos.

•Apoio à Programação da Produção.

Os sistemas de manufatura disponibilizam várias ferramentas que dão suporte às rotinas empresariais. Para isso, é necessário que
as rotinas de trabalho estejam definidas e que os colaboradores saibam o funcionamento desses processos.
Mas, afinal, por que os gestores de produção precisam de informações cada vez mais rápidas e confiáveis?

Segundo Moura et. al. (2004), o processo produtivo teve mudanças significativas no decorrer dos anos. Inicialmente, o volume de
produção era alto, os produtos muito padronizados e os clientes menos exigentes. Atualmente, essa realidade mudou.

Conforme podemos acompanhar na figura 6, o cenário em que as empresas se encontram é bastante dinâmico e tem necessidade
de agilidade em todo o processo.

Figura 6: Mudanças no Processo Produtivo

Fonte: Moura, Gasnier e Rezende (2004).

Diante dessa realidade, os softwares de gestão possuem ferramentas que garantem a integração entre os módulos, o que permite
ao gestor essa agilidade na tomada de decisão diante desse cenário tão competitivo.

Essa tecnologia não está disponível apenas para o setor de PCP, desde o momento do desenvolvimento de novos produtos até a
entrega desse produto ao cliente existem ferramentas que apoiam essa gestão.

Segundo Martins e Laugeni (2005), o CAD – Computer Aided Design é um software que está voltado ao setor de engenharia, pois
possui ferramentas que apoiam as funções do projeto. Com esse programa é possível desenhar o produto diretamente no
software, bem como arquivá-lo, minimizando os erros e permitindo uma maior agilidade desse processo. CAE - Computer Aided
Engineering (Engenharia Auxiliada por Computador) são sistemas para cálculos de engenharia em projetos desenvolvidos no CAD
(Figura 7).

Figura 7: Software que integra as funções de CAD/CAE


De acordo com Tubino (2009), a manufatura integrada pelo computador é permitida pelo sistema CAM – Computer Aided
Manufacturing. Esse sistema permite que máquinas estejam integradas a softwares, fazendo a troca de informações. Veja um
exemplo: máquinas de uma lavanderia industrial estão interligadas ao software, a partir dos dados da receita inseridos no
software, é fornecido ao PCP um comando de acionamento da máquina de tintura dos produtos e, dessa forma, os colaboradores
do chão de fábrica não precisam fazer a separação de materiais manualmente; assim essa informação é gerada automaticamente, e
o início e término dos processos também são acionados e finalizados automaticamente.

A robótica também está presente em nossas indústrias, de acordo com Correa e Correa (2007), os robôs industriais são utilizados
para substituir as forças manuais. São máquinas controladas por computador que conseguem executar atividades em turno de
trabalho maior, têm maior flexibilidade nos processos produtivos, não apresentam cansaço e fadiga e também apresentam melhor
desempenho em ambientes insalubres (Figura 8).

Figura 8: Modelo de robô para pintura

A internet também está presente no nosso chão de fábrica. De acordo com Rago et al. (2003), o e-manufacturing possibilita um
maior contato com fornecedores e clientes, de tal forma que consigam sincronizar os processos de produção com processos
comerciais, organizar o fluxo de atividades e tarefas automatizando os processos relacionados ao fluxo dos materiais,
possibilitando acompanhamento desde a compra da matéria-prima até sua utilização no chão de fábrica, possibilitando também o
acompanhamento das informações referentes ao processo produtivo de forma on-line.

Os códigos de barras e as etiquetas inteligentes, conhecidas como RFID ( Radio Frequency Identification ), estão sendo cada vez mais
utilizadas no setor produtivo para acompanhamento e rastreamento dos processos (SANTINI, 2008).

Em uma pista de esqui na neve na Noruega, um esquiador desliza até o teleférico e vai direto em direção à
catraca de acesso, sem diminuir a velocidade para mostrar um ingresso. Em um subúrbio da Dinamarca, a
pressão sanguínea de uma mulher é monitorada enquanto ela trabalha em seu jardim. E durante um
treinamento de segurança em uma refinaria de petróleo no Canadá, mais de 200 trabalhadores são
rapidamente evacuados e instantaneamente contados. O que todos esses cenários têm em comum? O RFID
— Radio Frequency Identification .

Em todo o mundo e em todos os segmentos de mercado, os usos deste campo de tecnologia em constante
evolução se expandem em um ritmo exponencial. Últimos dez anos, a inovação tinha seu foco na captura de
informações precisas, garantindo que as etiquetas pudessem ser lidas em caixas ou pallets. Agora o foco
está sendo alterado para a integração do RFID e outros dados de sensores — não apenas no ambiente
corporativo, mas em toda a cadeia de valor de negócios. Para saber mais a respeito dessas etiquetas
inteligentes, acesse em: < http://www.ibm.com/br/ibm/ideasfromibm/rfid/061207/index1.phtml >. Acesso
em: 9 ago. 2014.

Fonte: IBM

Diante de tanta tecnologia, as indústrias primeiramente devem conhecer muito bem suas rotinas para que assim possam escolher
a melhor opção que o mercado disponibiliza e fazer com que se torne um investimento ao invés de mais uma despesa para o setor
produtivo.

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ATIVIDADES
1.As indústrias estão utilizando cada vez mais os sistemas de informação tanto para planejamento quanto para suas rotinas
operacionais. Com base nisso, assinale a alternativa correta:

a) Os sistemas de informação são caracterizados pela alta complexidade de processos.

b) O fator humano não é integrado já que falamos de tecnologia.

c) Os dados são alimentados no sistema para gerar a informação.

d) A informação é gerada de forma desorganizada em um sistema de informação.

2. Os softwares ERP agilizam os processos de acordo com a regra de negócios preestabelecida. Os gestores devem ficar atentos a
fim de identificar se o software atende à necessidade da empresa e também pensar na preparação dos colaboradores. Diante
disso, assinale a alternativa correta:

a) Os softwares ERP são caracterizados pela falta de integração entre os módulos.

b) A economia de tempo não é fator verificado com a utilização de software ERP.

c) O rastreamento dos processos é possível com a utilização de software ERP.

d) O item qualidade da informação não é constatado com a utilização de software ERP.

3. A manufatura integrada pelo computador tem como objetivo melhorar a comunicação entre o PCP e o chão de fábrica, bem
como automatizar os processos produtivos, com a finalidade de ter uma estruturação melhor. Sendo assim, assinale a alternativa
correta:

a) Máquinas e equipamentos podem ser automatizados e integrados ao software ERP.

b) Com a automação dos processos, a qualidade das informações fica comprometida.

c) A empresa, quando automatizada, não consegue visualizar os ganhos produtivos.

d) Automatizar processos significa alto grau de dificuldade na rotina de chão de fábrica.

Resolução das atividades

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RESUMO
Os sistemas de informação estão sendo utilizados cada vez mais pelas empresas, proporcionando maior agilidade nos processos e
melhoria na organização como um todo. A necessidade da sua utilização já é fator observado nas pequenas, médias e grandes
empresas.

Esses sistemas são formados por um conjunto organizado de pessoas, hardware, software, dados e redes, que integrados fornecem
subsídios para a gestão empresarial das organizações, funcionando com a entrada de dados manual ou automatizada, que são
processados e geram como resultados as saídas de informações.

Os softwares que fazem parte desse conjunto organizado também são bastante utilizados e comumente encontrados nas
empresas; o software ERP é um desses sistemas que auxiliam também no processo de geração da informação.

O ERP é um sistema interfuncional e modular que proporciona integração entre os setores da organização e melhoria na troca de
informações, pois, como os módulos do sistema comunicam-se entre si, trazem agilidade e melhoria na organização em geral.

Existem no mercado softwares ERP que se adéquam a qualquer realidade de empresa, seja pelo tamanho ou pela área de atuação.
O Brasil já é considerado um polo desenvolvedor de sistemas de gestão empresarial.

As indústrias também sentem a necessidade de maior agilidade na tomada de decisão, dessa forma, utilizam os softwares ERP
integrados às tecnologias disponíveis para os processos de chão de fábrica. Desde a etapa de desenvolvimento do produto até a
entrega desses produtos aos clientes, existem tecnologias que fazem a integração com os softwares ERP.

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Material Complementar

Leitura
Implantação de sistemas ERP no Brasil

Autor: Lucio Colangelo Filho

Editora: Atlas

Sinopse: este livro aborda os objetivos e as características dos sistemas


Enterprise Resources Planning (ERP) e os impactos que eles causam sobre
as organizações e as dificuldades que devem ser superadas na
implantação para que seus benefícios sejam alcançados.

Leitura
Tecnologia de Informação e Desempenho Empresarial

Autores: Alberto Luiz Albertini e Rosa Maria de Moura Albertini

Editora: Atlas

Sinopse: este livro tem como objetivo principal identificar os


direcionadores e os benefícios efetivos da utilização de Tecnologia de
Informação, os desafios e sua administração, os indicadores de
desempenho das empresas que utilizam intensamente esta tecnologia e
as atitudes dos principais executivos neste ambiente, bem como a relação
que existe entre essas dimensões. A partir desta identificação, são
também identificados os benefícios oferecidos pela utilização de
Tecnologia de Informação, por meio da identificação dos vínculos dos
benefícios oferecidos pelos projetos e infraestrutura desta tecnologia
com o desempenho empresarial, expressados em indicadores e métricas,
mesmo que intangíveis e indiretos. Uma das grandes contribuições do
livro é a apresentação de estruturas de análise da situação, da utilização e
de análise dos gastos e investimentos desta tecnologia nas empresas,
oferecendo subsídios para a sua administração bem-sucedida.

Filme
Minority Report: a Nova Lei

Diretor: Steven Spielberg

Ano: 2002

Sinopse: o filme se passa em 2054, num futuro onde a tecnologia permite


prever o futuro e prender assassinos antes que cometam seus crimes. O
órgão responsável por essa tarefa, o Pré-Crime, conta com três “Pré-
Cogs”, paranormais que têm visões sobre os futuros crimes. Até então,
eles nunca falharam. John Anderton (Tom Cruise), o chefe do Pré-Crime,
acredita no sistema, mas, de repente, se vê acusado por um assassinato
que virá a cometer dentro de 36 horas. Ele não faz a ideia de quem é a
vítima, mas mesmo assim é implacavelmente caçado. Determinado, John
resolve descobrir o que desencadeará a ação e impedir que aconteça.

Comentário: o filme relata questões referentes à tecnologia da


informação, a partir de uma história de assassinato a tecnologia da
informação é utilizada para dar base na pesquisa dos fatos. As indústrias
também utilizam a tecnologia para analisar a informação gerada para
tomar decisões seja em longo, médio ou curto prazo.

Na Web
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REFERÊNCIAS
BATISTA, E. O. Sistemas de Informação: o uso consciente da tecnologia para o gerenciamento. São Paulo: Saraiva, 2006.

BRASSCOM. Brasil TI-BPO BOOK. 2013-2014. Anuário Brasscom. Disponível em: < https://brasscom.org.br/wp-
content/uploads/2017/08/anuario_brasscom_2013_portugues.pdf >. Acesso em 10 mai. 2018.

CORREA, H.; CORREA, A. Administração de Produção e Operações. São Paulo: Atlas, 2007.

GORDON, S. R.; GORDON, J. R. Sistemas de Informação: uma abordagem gerencial. Rio de Janeiro: LTC, 2006.

LAUDON, K. C.; LAUDON, J. P. Sistemas de informação gerenciais. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

LORENZI, C. Estudo de Caso – Toyota USA. Blog do Lito – Data Warehouse / Business Intelligence. Publicado em 5/03/2011.
Disponível em: < https://litolima.com/2011/03/05/estudo-de-casotoyota-usa/ >. Acesso em 10 mai. 2018.

MARTINS, P.; LAUGENI, F. Administração da Produção. São Paulo, Editora Saraiva, 2005.

MOURA, R. A.; GASNIER, D.G.; REZENDE, C. Atualidades na Logística. Instituto Imam, 2004.

O’BRIEN, J. A. Sistemas de informação e as decisões gerenciais na era da internet. São Paulo: Saraiva, 2010.

RAGO, S. F. T. Atualidades na gestão da manufatura. São Paulo: IMAM, 2003.

STAIR, R. M.; REYNOLDS, G. W. Princípios de Sistemas de Informação. São Paulo. Cengage Learning, 2009.

SANTINI, A. G. RFID: Conceito, Aplicabilidades e Impactos. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna Ltda., 2008.

TUBINO, D. F. Planejamento e Controle da Produção. São Paulo: Atlas, 2009.

VOLLMANN, T. E.; BERRY, W. L.; WHYBARK, D. C. Integrated production and inventory management. Business One Irwin, 1993.

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APROFUNDANDO

Vinícola Aurora

A Aurora é a maior e mais premiada vinícola do Brasil, líder nacional em comercialização de vinhos, de acordo com a Nielsen. O
número de famílias associadas é de 1.100, sendo a produção de uvas orientada por técnicos agrícolas que, diariamente, estão em
contato com o produtor – fornecendo-lhe toda a assistência necessária. A equipe de enólogos se responsabiliza pelo
acompanhamento permanente do processo de elaboração e pela qualidade final dos produtos, sempre amparada por tecnologia de
ponta. Pioneira a abrir suas portas para visitantes, a Aurora recebe 150.000 turistas por ano e seu roteiro é mencionados no
aplicativo para iPhones e iPods touch "1001 lugares no Brasil para conhecer antes de morrer", criado pelo Guia Quatro Rodas.

O desafio era melhorar os processos e, para alcançar este objetivo, o sistema de gestão ERP Datasul da TOTVS RS foi utilizado para
analisar os setores de faturamento, compras, recebimento, controle de fretes, finanças, recursos humanos, entre outros.
Atualmente, são 120 colaboradores da vinícola que se beneficiam com este sistema.

Sobre os resultados, o gerente da área de controladoria e TI, Rui Ficagna, destaca que a cooperativa conseguiu uma base de dados
confiável, que propicia informações mais ágeis sob diversos ângulos (inteligência do negócio), permitindo tomar decisões rápidas e
com maior nível de acerto.

“Diversas áreas se beneficiaram com essa integração; uma que pode ser citada, pois normalmente envolve grande volume de
recursos financeiros, é a de controle de estoques. A integração propiciada pelo ERP reduz o valor dos estoques, pois o controle
instantâneo faz com que sejam adquiridos novos itens apenas quando for atingido o estoque mínimo de segurança”, afirma Rui
Ficagna, gerente da área de controladoria e TI da Vinícola Aurora.

“O sistema ERP tornou-se tão intrinsecamente ligado ao dia-a-dia dos colaboradores, que se tornou leve e inerente ao processo.
Pretendemos, com o ERP cada vez mais sólido, mantermo-nos líderes de mercado para termos potencial para competir com outras
grandes empresas, para nunca tecnologicamente ficarmos para trás. Hoje podemos controlar os processos de produção desde a
elaboração até o consumidor final. Com os projetos que estão em andamento, este controle se estenderá às videiras. Isto permite
rastrearmos as melhores práticas sempre com o objetivo da qualidade crescente dos nossos produtos”, explana Evandro Josende,
analista de sistemas e suporte da TI da Vinícola Aurora.

REFERÊNCIAS

VINÍCOLA AURORA. Disponível em: < http://www.vinicolaaurora.com.br/br/sobre >. Acesso em 11 mai. 2018.

OLÁ SERRA GAÚCHA. Aurora implanta sistema de gestão da TOTVS. Negócio Fechado. Publicado em 17/01/2011. Disponível
em: < http://banners.olaserragaucha.com.br/blogs/negocio-fechado/1436/Aurora-implanta-sistema-de-gestao-da-TOTVS.html >.
Acesso em 11 mai. 2018.

PARABÉNS!

Você aprofundou ainda mais seus estudos!

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EDITORIAL

DIREÇÃO UNICESUMAR

Reitor Wilson de Matos Silva

Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva

Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin

Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ Núcleo de Educação.

a Distância; PAPPA Marcia. ,

Planejamento e Controle da Produção. Marcia Pappa.

Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017.

32 p.

“Pós-graduação Universo - EaD”.

1. Gestão 2. Produção 3. EaD. I. Título.

CDD - 22 ed. 338

CIP - NBR 12899 - AACR/2

Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar

Diretoria de Design Educacional

Equipe Produção de Materiais

Fotos Shutterstock
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NEAD - Núcleo de Educação a Distância

Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900

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