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Conteudista
Prof. Me. Guilherme Antonio Ziliotto
Revisão Textual
Profª. Esp. Camila Morais Correia
Revisão Técnica
Profª. Ma. Herida Cristina Tavares
Sumário
Objetivos da Unidade.............................................................................................................3
Contextualização................................................................................................................... 4
Custos de Produção..........................................................................................................................10
Concorrência Perfeita......................................................................................................................14
Material Complementar......................................................................................................18
Referências.............................................................................................................................19
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Objetivos da Unidade
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VOCÊ SABE RESPONDER?
Para darmos início à unidade, convidamos você a refletir: Qual a relação entre mi-
croeconomia e produção?
Contextualização
Nesta unidade vamos dar seguimento aos nossos estudos microeconômicos, mas
agora dando um foco especial para a Produção e para a Competição.
Ah! Nesta unidade, vamos abordar estas questões por vezes com ferramentas ma-
temáticas e, por outras vezes, de uma forma mais conceitual. Seja qual for o caso,
é importante que você faça a leitura sempre pensando nos exemplos reais e na sua
própria experiência de vida para verificar como a teoria ajuda a explicar o mundo
real à sua volta.
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O Comportamento do Produtor
no Ambiente de Negócios
Iniciaremos esta unidade verificando de que forma funciona um dos principais as-
pectos da economia dos negócios: a produção.
Reflita
O que é produção?
Produção é o ato de produzir bens, sejam eles produtos ou ser-
viços, para vendê-los em determinado mercado. Contudo, tais
bens não são criados a partir do nada. Da mesma forma que
na física, também no caso da produção trata-se mais de uma
transformação do que da criação de algo.
Trabalho
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Capital
Vamos imaginar um lenhador que, por ofício, corta árvores de um bosque utilizando
um machado. Neste exemplo simples, o trabalho é o esforço realizado pelo lenhador.
O capital é composto pelo machado, pelas árvores, e também pelo bosque (a terra).
O produto é a lenha. Portanto, a árvore, matéria prima que já estava presente no
bosque, só se torna de fato um produto na medida em que é trabalhado pelo lenha-
dor e transformado em lenha.
Outro fator importante para a produção, que está sutilmente colocado no exemplo
anterior, é que é preciso um determinado conhecimento para que a produção seja
realizada. É preciso, por exemplo, saber manusear o machado, saber quais árvores
cortar e onde cortá-las, saber ainda onde estar (e onde não estar) quando a árvore
cair. Todos esses conhecimentos, a “fórmula” para transformar um determinado con-
junto de fatores em um determinado número de bens, chamaremos de “tecnologia”.
As tecnologias podem ser novas ou antigas, melhores ou piores, mas somente com
esses conhecimentos é que a produção se torna possível.
Outro traço marcante das tecnologias é que elas podem ser modificadas e melho-
radas. Se nos lembrarmos do exemplo da fábrica de alfinetes de Adam Smith, pode-
remos verificar que, entre a produção artesanal de alfinetes e a produção industrial,
não houve mudança nos fatores utilizados, que eram algumas ferramentas simples,
o arame usado como matéria-prima e o trabalho de algumas pessoas. O que permi-
tiu o fantástico aumento da produtividade foi uma mudança no processo produtivo,
na forma de se combinar trabalho e capital, isto é, na tecnologia.
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Tente imaginar, agora, o seu processo produtivo. Qual sua atuação profissional (seja
da profissão que você já tem ou pretende ter) e tente identificar quais são os itens
que compõem o capital, o trabalho e qual é o processo produtivo ou a tecnologia.
Lembre-se que mesmo a prestação de serviços exige uma boa porção de capital
para que exista produção. Mesmo um professor precisa de equipamentos, infraes-
trutura, como a sala de aula, cadeiras, etc., e outras formas de capital para conseguir
produzir. Nesse caso, o produto é a disseminação do conhecimento, considerada
um bem, representada na obtenção de um diploma universitário, por exemplo.
Saiba Mais
A própria acumulação de conhecimento dos profissionais es-
pecializados, neste caso de um professor, é muitas vezes con-
siderada como um capital pelos economistas. Por vezes esta
categoria de capital é denominada de capital humano ou, ainda,
capital intelectual.
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Trabalho
Capital
Tecnologia
Bens
Figura 1 - Fatores, Tecnologia e Produção
Fonte: Acervo do conteudista
#ParaTodosVerem: ilustração em formato de funil, na cor azul claro, sobre fundo azul, em que aparecem três
círculos, cada um título: Capital, Trabalho e Tecnologia; na base do funil “Bens”. Fim da descrição.
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Existem diversas decisões a serem tomadas pelo empreendedor para que
isso possa ser feito. Uma delas é como produzir.
O que mudou entre uma situação e outra? Duas coisas: de um lado, mudou o tipo
de corte (a tecnologia, a maneira de produzir); de outro lado, mudou a quantidade
produzida. Perceba que os fatores de produção não mudaram. Podemos, portanto,
entender que a situação “B” exemplifica uma tecnologia mais eficiente que a situa-
ção “A”. Por isso, fará mais sentido que a produção seja feita conforme exemplificado
em “B”, pois se pode produzir uma quantidade maior de bens com os mesmos custos
de produção (já que a quantidade de insumos é a mesma).
De que forma poderíamos expressar essa forma mais eficiente de se produzir? Como
você já percebeu, os economistas gostam muito de representar processos sociais na
forma de equações matemáticas e gráficos. Não será diferente agora. Vamos então
traduzir a transformação de fatores em bens na forma de uma função matemática, a
qual denominaremos “função de produção”. Trata-se, neste exemplo, de uma função
simples (porque o exemplo é simples).
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Verifique que, utilizando a tecnologia “B”, 2 machados e 2 dias de trabalho, a pro-
dução dobraria, totalizando 500 Kg de lenha, o que faz sentido, pois dobramos os
fatores utilizados. Contudo, experimente apenas duplicar a quantidade de capital
(K=2) mantendo a quantidade de trabalho (T=1). Você deve ser capaz de verificar
que a produção aumentaria, sendo q = 354 Kg de lenha, mas isso é menos que o do-
bro da produção. Afinal, uma pessoa trabalhando com 2 machados não conseguiria
produzir tanto quanto duas pessoas empunhando dois machados. Portanto, além de
tentar melhorar a tecnologia, o produtor poderia tentar escolher qual seria a melhor
combinação possível de insumos. Para isso, além da função de produção, ele levaria
em conta também o preço dos insumos, tentando atingir o máximo de produção
com o menor custo possível.
Importante
Perceba que a função de produção não responde completa-
mente à questão de como os bens são produzidos, mas dá uma
relação de quantidades produzidas com base nos fatores de
produção utilizados. Para saber exatamente como produzir, se-
ria necessário fazer uma descrição completa do processo pro-
dutivo, seus procedimentos, técnicas, etc., algo que não é pos-
sível somente com uma equação matemática.
Custos de Produção
Todas as pessoas que têm algum contato com o mundo dos negócios já ouviram
falar, em algum momento, dos custos de produção. É um conceito bastante intui-
tivo, dizendo respeito aos custos, despesas e gastos que se tem ao produzir deter-
minados bens. Também é bastante óbvia a noção de que o empresário sempre quer
produzir o máximo (em quantidades de bens) para um dado custo da produção ou,
visto de outra forma, quer produzir com o menor custo possível, dado um nível de
produção. Isso significa, basicamente, que o produtor quer ter a máxima produti-
vidade possível. Conforme vimos no tópico anterior, isso significa produzir com a
tecnologia mais eficiente, e utilizando o menor volume de insumos por quantidade
de bens produzidos.
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Mas não é só isso. Ao tentar atingir o menor custo da produção possível, o produtor,
além das quantidades de bens produzidos e da quantidade de fatores utilizados,
também deve levar em conta o custo dos fatores de produção.
CT = T × 100 + K × 50
CT = 1 × 100 + 1 × 50
CT = 150
Portanto, o Custo Total desta produção de 250 Kg de lenha é de R$150. Mas quanto
custou cada Kg de lenha? Neste caso, queremos averiguar o Custo Médio desta
produção. Para isso, basta dividirmos o Custo Total (CT=R$150) pela quantidade
produzida (q= 250Kg). Com este cálculo simples, obtemos que o Custo Médio é de
R$0,60 por Kg de lenha.
Para obter lucro, o produtor sabe que deveria vender a um preço acima de R$0,60
por Kg de lenha (descontados todos os eventuais impostos).
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Uma forma mais simplificada de tentar resolver essa questão seria através
da criação de um gráfico, representando a Receita obtida pela empresa em
função de diversas quantidades hipotéticas de bens vendidos e o Custo de
Produção, representando, de forma análoga, os custos totais de produção
de diversas quantidades hipotéticas de bens produzidos.
O gráfico sugerido tem dois eixos, sendo o eixo vertical a representação dos valores
monetários, em R$, de Receita e Custo. Enquanto o eixo horizontal denota as quan-
tidades produzidas e vendidas.
Este gráfico seria feito com duas funções: uma função de Receita e outra
de Custo Total. A função de receita é bem simples, R = q.p, sendo R a receita
Total, q a quantidade produzida e vendida e p o preço final dos bens.
Trata-se, portanto, de uma função linear em que R cresce à medida que q aumenta.
Consideramos que p é constante durante este exercício (supõe-se, dado o preço de
mercado). Dessa forma, ao representarmos as diversas combinações possíveis de R
e q, obteríamos uma reta, conforme a linha azul traçada no gráfico a seguir.
Valor (R$)
Custo
c
Receita
120
B
100
q* q
27
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O custo, por sua vez, seria obtido através da substituição dos insumos (fatores) uti-
lizados, na sua combinação mais eficiente, na função de produção e, após isso, seria
realizado o cálculo do Custo Total a partir dos custos de cada insumo utilizado.
Logo, a primeira conclusão é que o produtor deve produzir uma quantidade que está
entre os limites da situação “B”. Mas qual? O lucro máximo obtido seria aquele em
que a distância entre R e CT é a maior possível. Este ponto é identificado pela linha
verde. Este ponto corresponde à quantidade produzida de 27 unidades de produto.
A esta quantidade produzida, o produtor teria uma Receita de R$120 e um Custo
Total de R$100, portanto um lucro de R$20.
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Formas de Competição
(e como escapar delas): Mercado
e Competição
Neste tópico, examinaremos algumas das formas mais relevantes de competição
no mercado. Vamos investigar de que forma os produtos, ofertantes e deman-
dantes de uma mercadoria podem fazer com que o jogo da concorrência tome
formas diferentes.
Reflita
Vamos começar com a seguinte pergunta: será que o mercado
de automóveis funciona da mesma forma que o mercado de
tomates, por exemplo? De um lado há um setor que tem pou-
cos produtores, com tecnologia altamente especializada, gran-
de necessidade de capital para se produzir e vender, e um alto
grau de diferenciação entre os produtos. De outro lado, há um
mercado em que os produtos são bastante similares, há baixo
custo em se montar uma unidade produtora (sementes, terra e
mão-de-obra simples) e, em consequência, muitos produtores.
É claro que estas situações não são iguais. Os Mercados tomam formas distintas de
acordo com o número de ofertantes e demandantes que atuam nele; o tipo de bem,
sobretudo se os bens são muito parecidos (como soja, petróleo, tomate, minério de
ferro, etc.) ou se são diferenciados (como automóveis, telefones celulares, restau-
rantes etc.); se há barreiras ou dificuldades para se entrar neste mercado ou se é fácil
iniciar a produção, e mesmo deixar de produzir.
Concorrência Perfeita
Um ambiente de concorrência perfeita é aquele em que há, conforme sugerido, ex-
trema competição. Tal ambiente só pode existir quando há um número muito grande
de demandantes e também de ofertantes no mercado, de forma que nenhum com-
petidor ou comprador, isoladamente, pode influenciar este mercado, seja tentando
manipular preços ou quantidades totais transacionadas. Imagine o caso do mercado
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de tomates. Há um sem número de produtores e, igualmente, uma infinidade de
consumidores. Portanto, se um ofertante ou demandante, de forma isolada, tentar
manipular os preços, ele não conseguirá fazê-lo de forma que afete as quantidades
e preços gerais de Mercado. Na verdade, um ofertante que tentasse vender seus
tomates a um preço acima do preço de Mercado, provavelmente não teria sucesso
em vender qualquer quantidade. Cada demandante ou ofertante, individualmente, é
insignificante neste mercado.
Outro aspecto importante para que se observe a concorrência perfeita é que não
existam barreiras muito importantes à entrada nestes mercados, ou mesmo à saída
deles. Isso significa que qualquer pessoa que se sinta estimulada poderia produzir
tais bens e competir nesses mercados. Novamente vem à tona os mercados agrí-
colas, em que, havendo disponibilidade de terra, qualquer indivíduo pode iniciar uma
produção comprando sementes e vendendo os bens. O mesmo não poderia ser dito
da produção de automóveis, por exemplo. É necessário um enorme volume de ca-
pital, tecnologias bastante sofisticadas, acesso a mercados, mão-de-obra especia-
lizada, etc., para que se possa fabricar um carro sequer. O mesmo vale para muitas
outras indústrias.
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Monopólio, Oligopólio e Concorrência
Monopolista
O extremo oposto da situação de concorrência perfeita é a situação de Monopólio.
Nesse ambiente, apenas um ofertante domina o mercado, provendo bens para os
demandantes. Isso pode ocorrer por diversos motivos. Pode ser, por exemplo, um
monopólio definido por lei, como era o caso do setor de exploração de petróleo
no Brasil, antes da abertura ao mercado na década de 1990. A lei determinava que
somente a Petrobras poderia explorar e produzir petróleo no Brasil, o que impedia a
entrada de novos concorrentes. Também pode haver monopólio nos casos de pa-
tentes, normalmente beneficiando fórmulas de produtos farmacêuticos ou projetos
de engenharia ou tecnologia. Essas, porém, são patentes temporárias. Além disso,
há monopólios nos casos de extrema diferenciação de produtos ou no caso de gran-
des barreiras à entrada. Por exemplo, a produção de foguetes espaciais, é algo tão
sofisticado, caro, arriscado e específico, que somente uma empresa contratada pelo
Estado poderia realizar tal empreitada.
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Mercados Imperfeitos
e o Mundo Real
Entre as situações extremas de concorrência perfeita e monopólio há uma
infinidade de situações intermediárias. Simplificadamente, elas são deno-
minadas de mercados imperfeitos, ou concorrência imperfeita.
Saiba Mais
No Brasil, o órgão mais importante de defesa da concorrência é o
CADE. Há ainda um código específico que rege as leis da concorrên-
cia e estimula a competição, o Código de Defesa do Consumidor.
Alguns meios legítimos que permitem aos competidores venderem bens a preços
maiores e, portanto, auferirem lucros maiores, estão a inovação, a diferenciação de
produtos, o aumento da qualidade, a redução de custos, entre outros.
Por exemplo, um produtor que desenvolva uma tecnologia de produção mais efi-
ciente e consiga com isso reduzir seu custo médio, vendendo ao mesmo preço que
os demais ofertantes do mercado, conseguirá observar maiores lucros. De forma
similar, um ofertante que consiga criar um produto mais atraente aos compradores,
poderá conseguir preços melhores, ainda que o mercado inicialmente fosse de com-
modities. Este seria o caso, por exemplo, de um produtor de tomates orgânicos. Por
ter maior preferência entre os consumidores mais exigentes, este tipo de produto
seria vendido a preços maiores. Trata-se de uma diferenciação de produto.
O profissional de marketing deve entender o mercado em que atua e, com base nes-
te entendimento, pensar em formas de fugir da condição de concorrência perfeita,
conseguindo com isso aumentar a lucratividade de suas empresas.
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Material Complementar
Vídeos
Microeconomia - Aula 13 - Oferta Competitiva
Esta é uma oportunidade imperdível para aprofundar seus conhecimentos so-
bre como as forças do mercado moldam a oferta em ambientes competitivos.
https://bit.ly/3I15lTa
Leituras
Economia Comportamental e Mercados imperfeitos
Descubra insights valiosos sobre Economia Comportamental e seu impacto
em mercados imperfeitos.
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Referências
ANDERSON, P. Passages from Antiquity to Feudalism. New York: Verso Books, 1997.
SMITH, A. Riqueza das Nações: investigação sobre sua natureza e suas causas. São
Paulo: Editora Nova Cultural, 1996.
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