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FUNDAMENTOS DA AGRONOMIA E AGRONEGÓCIO

UNIDADE 4
NOME DA UNIDADE: SISTEMA AGROINDUSTRIAL E AS CADEIAS
PRODUTIVAS
MARTIELE CORTES BORGES

Editora Telesapiens
Título da Disciplina Unidade 4

AUTORIA
MARTIELE CORTES BORGES

Olá. Sou profissional possui graduação em Administração (2012),


Especialização em Marketing (2015), Mestrado em Agronegócios (2017) e
está cursando Doutorado em Agronegócios pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul . Participa dos grupo de pesquisa GPEI-UFRGS (Grupo de
Pesquisa em Estratégia, Internacionalização e Inovação) e GPS (Grupo de
Pesquisa em Sustentabilidade). Possui experiência docente no Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense (IFSul), onde
atuou como professora substituta (2018-2019) , além de ter atuado como
tutora a distância no curso de Desenvolvimento Rural pela UAB/CAPES
(2016) e como facilitadora em Maratonas de Empreendedorismo em outras
instituições. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito
estudo e trabalho. Conte comigo!

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ICONOGRAFIA
Estes iconográficos irão aparecer toda vez que:

[[Objetivo]]: uma nova unidade letiva estiver sendo iniciada,


indicando que competências serão desenvolvidas
ao seu término;
[[Introdução]]: for iniciado o desenvolvimento de uma nova
unidade letiva, logo após a descrição do objetivo;
[[Definição]]: houver necessidade de se apresentar um novo
conceito;
[[Importante]]: as observações escritas tiverem que ser
priorizadas;
[[Fórmula]]: uma fórmula ou equação for apresentada, mas
você poderá utilizar o recurso “Equação” do
processador de textos;
[[Você Sabia?]]: curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema
em estudo forem necessárias;
[[Saiba Mais]]: um texto, referências bibliográficas e links para
fontes de aprofundamento se fizerem necessários;
[[Reflita]]: houver necessidade de se chamar a atenção sobre
algo a ser refletido ou discutido sobre;
[[Acesse]]: for preciso acessar um ou mais sites para fazer
download, assistir a um vídeo, ler um texto, ouvir
um podcast etc;
[[Resumindo]]: for preciso se fazer um resumo acumulativo das
últimas abordagens.
[[Exemplo]]: um exemplo for descrito.

[[Exercício de fixação]]: um exercício de fixação do conteúdo.

Assim vai ficar mais fácil nos comunicarmos com você. Basta olhar para um
desses ícones e você saberá exatamente o que virá logo em seguida.

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Título da Disciplina Unidade 4

Introdução

[[Introdução]]: Você sabia que a agronomia é uma das mais


demandas na indústria, e será responsável pela geração de
empregos nos próximos anos? Isso mesmo. A área de agronomia
faz parte da vida de cada pessoa desde os pequenos aos grandes
agricultores. Sua principal responsabilidade é produzir alimentos e
fazer a comercialização para o mundo todo. A agricultura moderna
veio para facilitar o desempenho do cultivo, gerando sistema de
produção mais tecnológico. Nesse ebook, você vai saber identificar
as vantagens da visão sistêmica do agronegócio, discernindo sobre
sua importância, entender a dinâmica das redes de empresas e suas
perspectivas no agronegócio, identificar e entender os arranjos
produtivos e o desenvolvimento regional integrado, compreender a
estrutura das cadeias produtivas e suas integrações.

Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste


universo!

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Competências
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso objetivo é auxiliar você no
desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término
desta etapa de estudos:

1. Identificar as vantagens da visão sistêmica do agronegócio,


discernindo sobre sua importância;

2. Entender a dinâmica das redes de empresas e suas perspectivas no


agronegócio;

3. Identificar e entender os arranjos produtivos e o desenvolvimento


regional integrado;

4. Compreender a estrutura das cadeias produtivas e suas integrações.

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Título da Disciplina Unidade 4

SUMÁRIO
ICONOGRAFIA................................................................................................3

INTRODUÇÃO................................................................................................4

COMPETÊNCIAS.............................................................................................5

1. VISÃO SISTÊMICA DO AGRONEGÓCIO E A SUA IMPORTÂNCIA.....................7


1.1 Visão sistêmica do agronegócio e sua importância..............................7

2. REDES DE EMPRESAS E PERSPECTIVAS DO AGRONEGÓCIO.......................17


2.1 Redes de empresas e perspectivas do agronegócio............................17

3. ARRANJOS PRODUTIVOS E O DESENVOLVIMENTO REGIONAL INTEGRADO. .27


3.1 Arranjos produtivos e desenvolvimento regional integrado.................27

4. ESTRUTURA DAS CADEIAS PRODUTIVAS E SUAS INTEGRAÇÕES................37


4.1 Estrutura das cadeias produtivas e suas integrações.........................37

REFERÊNCIAS...........................................................................................4847

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1. VISÃO SISTÊMICA DO AGRONEGÓCIO E A


SUA IMPORTÂNCIA
[[Objetivo]]: Ao término deste capítulo você será capaz de identificar as
vantagens da visão sistêmica do agronegócio, discernindo sobre sua
importância. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. As
pessoas que tentaram falar sobre o sistema do agronegócio sem a devida
instrução tiveram problemas ao ensinar. E então? Motivado para
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!

1.1 Visão sistêmica do agronegócio e sua importância


Sabe-se que o Brasil é o grande produtor do agronegócio, e que ele é
totalmente dependente para a realização do financiamento para
desenvolver e ser um país com mais modernidade, que sua economia
evolua cada vez mais.

Figura 01: Agronegócio

Fonte: Freepik.

Para entendermos sobre esse assunto, devemos falar sobre a análise


econômica no ambiente produtivo. Antigamente, a economia se dava por
dois fatores essenciais, a agricultura (responsável por produzir alimentos).

Figura 02: Agricultura

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Fonte: Freepik.

O segundo fator é o comércio, responsável por comercializar esses produtos


para o destino final que eram os consumidores.

Figura 03: Comércio

Fonte: Freepik.

Nesse tempo, a produção industrial não existia. Por mais que os processos
eram feitos de modo artesanal e suas vendas eram feitas em mercados
públicos. Com isso, Arieira (2017) afirma que

Os produtos, então, estavam quase sempre ligados ao


processamento de produtos de origem agrícola (queijos,
carnes salgadas, vinhos, cerveja, tecidos, artigos de couro, lã
e chifre, e outros produtos alimentícios) ou baseados no
processamento de produtos extrativistas (tecidos, madeiras,
perfumes) e produtos de metalurgia (facas, armas,
ferramentas, joias e metais preciosos). (Arieira, 2017, p.
153)

O autor afirma que com essa interação e distribuição dos produtos foi
firmando cada vez mais o lucro.Esse comércio desenvolveu a noção de interação
e distribuição de produtos, solidificando um dos pontos principais do sistema
econômico, o lucro. (Arieira, 2017, p. 153)

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Origem agrícola como vinho.

Figura 04: Vinho

Fonte: Freepik.

Produtos extrativistas como as madeiras.

Figura 05: Madeira

Fonte: Pixabay.

Produtos de metalurgia como as facas.

Figura 06: Facas

Fonte: Freepik.

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Os processos básicos foram sendo executados durante muito tempo, e


estava ligado também a exploração agrícola. Com a evolução da
industrialização como por exemplo, o uso das máquinas, produção em
grandes quantidades, diferença entre capital e trabalho, há um surgimento
de um setor, e que interfere nos assuntos econômicos que é a indústria.
Com isso, Arieira (2017) conceitua como

A indústria trata-se do conjunto de empresas e agentes


econômicos cujo foco é a transformação de matérias-primas
básicas e componentes em outros produtos mais complexos
e adaptados à satisfação de necessidades do consumidor. O
que chamamos de indústria é o conjunto de fábricas que
produzem e processam os produtos. Assim, as fábricas são
as unidades produtivas básicas que realizam algum tipo de
processamento para agregação de valor. (Arieira, 2017, p.
154)

O autor também afirma quando um grupo de fábrica processa o mesmo


produto tendo como base, com seus processos de forma ordenada nele, ele
conceitua como indústria. Essa se refere ao setor como um todo ou quando
um subsetor processo algo mais detalhado. As fábricas realizam
processamentos dos produtos agregando valor a eles.

Um conjunto de fábricas processando um mesmo produto base, ou trabalhando de


forma encadeada com um certo produto, é denominada indústria. Isto é, quando se
fala de indústria, está se fazendo alusão ao setor como um todo ou subsetor que
processa algo específico. (Arieira, 2017, p. 154)

Figura 07: Industria

Fonte: Freepik.

De acordo com Arieira (2017), o setor industrial veio crescendo


exponencialmente, principalmente nos séculos XIX e XX, sendo uma das
principais setores pelo mundo, e ter uma indústria em seu país significava
ser avançado, moderno, e sua economia era desenvolvida. Nas nações, a

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indústria começou a ser a sua atividade principal. E assim, foi permitindo


que os produtos se desenvolvessem cada vez mais, como também os
empregos das pessoas da zona rural, a partir de investimentos e com a
modernização da tecnologia. Os países davam seu desenvolvimento a partir
da implantação das industrias. Para isso, separou-se em três setores para
explicação do desenvolvimento econômico, como: setor primário, setor
secundário e setor terciário. Arieira (2017) conceitua como

O setor primário trata-se do ambiente de produção das


matérias-primas básicas a serem usadas no sistema
econômico, estamos falando basicamente da agricultura,
pecuária, extrativismo e mineração. Sob esta ótica da
economia, o setor primário tem como objetivo suprir as
necessidades de matérias-primas do setor industrial, que é
considerado o motor do desenvolvimento econômico e social.
(Arieira, 2017, p. 154)

Figura 08: Setor primário

Fonte: Freepik.

O setor secundário, Arieira (2017) conceitua como

O setor secundário é o setor industrial, no qual as matérias-


primas simples da agricultura e extração mineral são
transformadas em produtos “úteis” industrializados e com
valor agregado, destinados ao suprimento das necessidades
e desejos da população, cada vez mais exigente e mais
consciente de conceitos como qualidade, marketing e
tecnologia. (Arieira, 2017, p. 154)

Figura 09: Setor secundário

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Título da Disciplina Unidade 4

Fonte: Freepik.

E o setor terciário, que Arieira (2017) define como

O setor de serviços, ou setor terciário, é aquele formado


pelos prestadores de serviços diversos e pelo comércio em
geral. Como a sociedade do século XXI é focada em
tecnologia e inovação e no consumo de produtos associados
com serviços, atividades como projetos, assessoria e serviços
complementares baseados em softwares, internet e
comunicação ganharam destaque e tornaram-se um dos
principais setores de atuação das economias modernas, seja
na geração de renda, seja na geração de postos ocupados.
(Arieira, 2017, p. 155)

Figura 10: Setor terciário

Fonte: Freepik.

De acordo com Arieira (2017), a indústria teve três grandes marcos que
condicionaram em seu desenvolvimento. O primeiro deles foi no final do
século XIX, onde os países como a Europa e o Estados Unidos, que tinham
investimentos criaram uma linha de transporte e distribuição mais moderna
e assim surgia mais competição em relação aos outros, deixaram de lado a
mão de obra da zona rural e focaram na industrialização dos produtos, com
esses fatores fortaleceram a sua economia.

VOCÊ SABIA?

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O autor afirma que no segundo marco foi durante as guerras e


depois da Segunda Guerra Mundial, os processos industriais tiveram
uma grande evolução por causa dos empenhos dos países nas
guerras nesses períodos, e também tiveram uma grande evolução
no desenvolvimento da tecnologia, no começo era focada na área
bélica, mas em seguida foi para as inovações civis. Com isso, o
desenvolvimento da tecnologia e o conhecimento dos processos foi
avançando cada vez mais para outros países e estimulando a
começar a globalização, que foi uma evolução no sistema
econômico.

No terceiro marco, o autor afirma que foi a partir da Guerra Fria, onde se
confrontaram Estados Unidos e seus aliados versus a União Soviética com
os países comunistas. A partir dessa briga, desenvolveu-se pesquisas e
tecnologias e uso comercial. Por causa da divisão do mundo em blocos, fez
com que muitas cidades optassem pelo processo de industrialização, como
também a divisão de modelos de indústrias locais para se beneficiar da
competição.

Com isso, o setor secundário, se firmou no século XX, como uma das bases
no desenvolvimento do ramo da economia, e até os dias atuais tem o seu
fator importante para que países se desenvolvam cada vez mais, mesmo
que apesar da globalização da economia, houve uma desequilíbrio para os
outros setores que são ligados ao setor terciário.

Os três setores: primário, secundário e terciário, a partir deles é possível


fazer uma análise, desenvolvendo o assunto sobre o setor da economia.
Esses três setores tem as suas particularidades, como também seus
agentes independentes, a sua relação com o comercio e a troca de recursos
é bem determinada.

Figura 11: Setor primário

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Título da Disciplina Unidade 4

Fonte: Arieira, 2017, p. 156.

Setor secundário.

Figura 12: Setor secundário

Fonte: Arieira, 2017, p. 156.

Setor terciário.

Figura 13: Setor terciário

Fonte: Arieira, 2017, p. 156.

De acordo com Arieira (2017)

A relação tradicional de produção primária de produtos por


produtores rurais ou empresas de exploração de recursos
minerais (setor primário), produzindo produtos básicos e
matérias-primas que são comprados e manufaturados pela

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indústria (setor secundário), que agrega valor aos mesmos


para depois vendê-los aos agentes do sistema de distribuição
(setor terciário), que comercializa os produtos e incorpora
serviços complementares aos mesmos, deixou de ser uma
verdade absoluta. (Arieira, 2017, p. 156)

O autor afirma que nos dias atuais, o produtor agrícola pode realizar todas
as suas fases, desde a produção, processamentos, e até a comercialização
pro consumidor. Hoje, um produtor agrícola pode produzir os produtos,
processá-los numa agroindústria familiar e vendê-los diretamente ao
consumidor final. (Arieira, 2017, p. 156)

Figura 14: Agricultura

Fonte: Freepik.

A indústria hoje em dia, é capaz de realizar todos os processos de


produção, e está alinhado também aos serviços, transporte e comércio.
Esse dinamismo da indústria fizeram com que as empresas tivessem
pensamentos diferentes em seu comportamento.

Figura 15: Cadeia de suprimentos

Fonte: Arieira apud Castro, 2017, p. 157.

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Título da Disciplina Unidade 4

Arieira (2017) afirma que as cadeias de suprimentos ou cadeias produtivas,


onde o produto passa pela cadeia produtiva, passando desde a sua matéria
prima até chegar ao consumidor. Com isso, Arieira (2017) afirma que pela
perspectiva das cadeias produtivas, o que importa é agregar valor ao
produto tornando-o competitivo no mercado, mas que seja de acordo com
as necessidades do consumidor, pois ele é quem é importante no setor
econômico, escolhendo o seu produto para consumo, gastando assim sua
renda, que no qual, remunera diversos agentes econômicos que estão na
cadeia produtiva.

Pelo ponto de vista das cadeias produtivas, não importa o


setor a que pertença o agente econômico, interessa o quanto
este pode agregar de valor ao produto para torná-lo mais
competitivo e adequado às necessidades do consumidor, que
passou a ser a estrela do modelo econômico, pois é ele quem
escolhe o que irá consumir e como irá gastar sua renda, que
representa a remuneração dos vários agentes econômicos
envolvidos na cadeia produtiva. (Arieira, 2017, p. 157)

Com isso, o agronegócio por ter essa característica de reunir vários agentes
econômicos, e atuar entre esses três setores, é muito importante para o
desenvolvimento econômico de muitos países, principalmente a do Brasil.

Arieira (2017) afirma que

O agronegócio, por sua complexidade, envolve a produção


industrial de base destinada a manter e substituir a frota
agrícola, a indústria de transformação para produção de
veículos de transporte de cargas, necessários para a
movimentação das safras e insumos, e incentiva o
desenvolvimento tecnológico com as pesquisas por
melhoramento genético de plantas e animais. (Arieira, 2017,
p. 158)
Com isso, é o executor da riqueza que através do cultivo de safras de
produtos vegetais, como também pela criação dos rebanhos. Além disso, é o
responsável direto pela criação de riqueza por meio do cultivo de safras de
produtos vegetais e criação de rebanhos, fazendo – literalmente – brotar a riqueza
da terra. (Arieira, 2017, p. 158)

Figura 16: Indústria

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Fonte: Freepik.

RESUMINDO

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora,


só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo
deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
que o setor industrial veio crescendo exponencialmente, principalmente nos
séculos XIX e XX, sendo uma das principais setores pelo mundo, e ter uma
indústria em seu país significava ser avançado, moderno, e sua economia
era desenvolvida. Nas nações, a indústria começou a ser a sua atividade
principal. E assim, foi permitindo que os produtos se desenvolvessem cada
vez mais, como também os empregos das pessoas da zona rural, a partir de
investimentos e com a modernização da tecnologia. Os países davam seu
desenvolvimento a partir da implantação das industrias. Para isso, separou-
se em três setores para explicação do desenvolvimento econômico, como:
setor primário, setor secundário e setor terciário. Esses setores, a partir
deles é possível fazer uma análise, desenvolvendo o assunto sobre o setor
da economia. Eles tem as suas particularidades, como também seus
agentes independentes, a sua relação com o comércio e a troca de recursos
é bem determinada.

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Título da Disciplina Unidade 4

2. REDES DE EMPRESAS E PERSPECTIVAS DO


AGRONEGÓCIO
[[Objetivo]]: Ao término deste capítulo você será capaz de entender a
dinâmica das redes de empresas e suas perspectivas no agronegócio. Isto
será fundamental para o exercício de sua profissão. As pessoas que
tentaram explicar como funciona sem a devida instrução tiveram problemas
ao ensinar. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então
vamos lá. Avante!

2.1 Redes de empresas e perspectivas do agronegócio


O agronegócio depende de vários fatores para o seu desenvolvimento, pois
está relacionado como funciona os agentes que estão envolvidos, e ao
conceito que é considerado recente, como foi na globalização, está
fundamentado no desenvolvimento das tecnologias de informação e
comunicação, tornando essa relação cada vez mais objetiva e pessoal,
consequentemente, as relações dos comércios são mais aceleradas e
imediatistas.

Figura 17: Globalização

Fonte: Freepik.

Com o uso das tecnologias cada vez mais aplicadas nos setores, ampliando
cada vez mais os armazenamentos e processamento de dados, isso gera
uma consequência no qual, as empresas mudam obrigatoriamente os seus
comportamentos, fazendo com que produzam produtos novos, investindo

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na tecnologia para melhorar a sua qualidade cada vez mais tanto no seus
produtos como nos processos. Com isso, é necessário que a inovação
tecnológica seja um fator importante para a indústria.

Figura 18: Industria

Fonte: Freepik.

Arieira (2017) afirma que

Nesse ambiente, a pressão de concorrência de outras cadeias


agroindustriais, a maior conscientização de seus direitos e
poderes por parte dos consumidores e a globalização da
economia são fatores que forçaram a visão das empresas
sobre os relacionamentos que mantêm com os parceiros de
negócio da cadeia. Fica claro que para obter a preferência do
consumidor é necessário que todos os stakeholders
desenvolvam seu melhor, e para tanto precisam receber os
melhores recursos, isto é, produtos, insumos, tecnologia e
informação, pois sem isso, qualquer agente ao longo da
cadeia pode atrapalhar todos os esforços feitos antes dele,
ou atrapalhar o desenvolvimento de todo o rendimento
daqueles que estão a jusante dessa operação. (Arieira, 2017,
p. 205)

Figura 19: Industria

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Título da Disciplina Unidade 4

Fonte: Freepik.

Com essa nova perspectiva, que vem desde o século XX, é marcado como
uma tendência que se chama cadeia de suprimentos. De acordo com Arieira
(2017) a empresa hoje em dia, não é mais suficiente somente fazer todas
as etapas como comprar, produzir e vender.

IMPORTANTE

Esses processos podem ser facilmente perdidos se houver algum


parceirosalguns parceiros de negócios. Isso se dá porque as empresas
não atuam mais individualmente e sim em conjunto, um conjunto de
redes, pois a ação de uma vai refletir em outra e assim
sucessivamente. Para diminuir essa competição que cada empresa
possui, essas empresas devem agir em conjunto, de forma
organizada e ao mesmo tempo desde os seus fornecedores a seu
distribuidores.

Figura 20: Industria

Fonte: Freepik.

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Com isso, de acordo com Arieira (2017) alguns fatores são importantes
para que funcionem perfeitamente como:

 Cooperação

 Compartilhamento de informações

 Compartilhamento da gestão dos riscos

Segundo Arieira (2017) afirma que

Essa concepção de gestão mostra que todo ganho de


produtividade ou de custos obtido em qualquer ponto
da cadeia produtiva, ao mesmo tempo em que gera
vantagem competitiva a toda a cadeia, também só se
efetiva ser for mantido por todas as demais empresas,
isto é, a vantagem competitiva só será real se toda a
cadeia de suprimentos puder sustentá-la e obtiver
resultados positivos com ela. (Arieira, 2017, p. 205)

O autor afirma também que as relações são mais intensificadas pelos


elementos da cadeira, formando a rede de empresas, no qual a ação de
cada vai refletir em outras do sistema. Isto se dá pela inter-relação cada vez
mais intensa entre os elementos da cadeia, que formam uma rede de empresas,
onde ações de uma, isoladamente, refletem em todas as demais do sistema.
(Arieira, 2017, p. 205)

Figura 21: Industria

Fonte: Freepik.

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Título da Disciplina Unidade 4

Com isso, é necessário que se entenda o conceito sobre as redes de


empresa. Freitas (2005) conceitua como

um grupo de empresas que interagem entre si pela troca de


competências, de forma a atender uma série de suas
necessidades que seriam de difícil satisfação no caso de
atuarem isoladamente. (Freitas, 2005, p. 03)

Essa rede de empresa está diretamente ligada ao desenvolvimento do


agronegócio. Uma empresa depende da outra, é como se fosse um fio para
compor uma rede, quando é costurada fio a fio formam um tecido só,
ficando mais resistente, e funciona melhor do que um fio sozinho. Isso se
compara as empresas, o ser humano é impactado pelas redes, como assim,
respectivamente. E isso mostra, a força que as redes de empresas tem
sobre o indivíduo, e que elas podem garantir segurança, cooperação ao
desenvolvimento.

Figura 22: Rede de empresas

Fonte: Freepik.

Arieira (2017) afirma que em relação a cadeia de suprimentos, as redes de


empresa começaram a analisar alguns fatores como:

 Aspectos de negócios

 Criação de valor

 Interação e Integração

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O autor cita dois fatores que são importantes para entender como as redes
de empresa influenciam o desenvolvimento do agronegócio e das cadeias
produtivas agroindustriais. Santos (2008) afirma que o primeiro um dos
motivos para as cadeias produtivas e as redes de empresas se
desenvolverem é o custo de transação. Arieira (2017) afirma que

A decisão de produzir, processar ou adquirir um produto não


é dada somente pelos custos de produção ou aquisição de
insumos, recursos ou componentes, ela deve levar em conta
os elementos dos custos de transação. (Arieira, 2017, p.
206)

Figura 23: Custos

Fonte: Freepik.

De acordo com Santos (2008) os custos de transação são aqueles que se


dão por meio de planejamento, monitoramento e o controle das operações,
ou seja, esses custos estão ligados a quantidade que será necessária para
sua produção atendendo as necessidades do cliente. Com isso, Arieira
(2017) afirma que

os custos de transação envolvem todos os gastos efetuados


pelos agentes para garantir a eficiência do sistema e inibir
qualquer tipo de comportamento oportunista na cadeia.
Logo, se a cadeia produtiva é bem gerida e os
relacionamentos fundamentam-se na confiança entre os
agentes, os custos de transação devem ser reduzidos; no
entanto, em uma cadeia em que a desconfiança e as relações
comerciais baseadas na ideologia do ganha-perde ditam as
negociações, os custos de transação tendem a aumentar,
pela maior necessidade individual dos agentes em
protegerem-se desses comportamentos nocivos e
oportunistas. (Arieira, 2017, p. 206)

Figura 24: Custos

Pág. 23
Título da Disciplina Unidade 4

Fonte: Freepik.

Com a boa relação entre as empresas, e a cadeia produtiva com ótimo


rendimento, trabalhando em parcerias, tem uma consequência, a eficiência
dos fatores de produção buscando o melhor cada vez mais, focando nas
atividades dos agentes. Com a função dividida para cada skateholders, e
sua especialidade terá consequências, caso não for feita em parceria, os
custos de transação irão aumentar.

Outro fator que é importante sobre as redes de empresa é sobre a


coordenação. Arieira (2017) explica que

A coordenação pode ser considerada, para facilitar a


compreensão, como o papel assumido por algum dos agentes
da cadeia no sentido de direcionar os negócios e estabelecer
os rumos e fundamentos dessa cadeia, fazendo com que
todos os parceiros tenham um norte para direcionarem seus
esforços, ao mesmo tempo em que compreendem e
oferecem produtos e serviços aderentes às necessidades dos
consumidores. Assim, grosso modo, a coordenação pode ser
vista como um mecanismo de gestão da cadeia produtiva.
(Arieira, 2017, p. 206)

O autor também afirma que com uma coordenação positiva traz inúmeros
benefícios, tornando a rede mais clara, espontânea, diminuindo os custos de
transação, portanto sua credibilidade aumenta, gerando resultados dos
stakeholders e coletivos da rede.

Uma boa coordenação da cadeia pode trazer vários benefícios, tais como tornar
mais fluida a rede, diminuir os custos de transação, aumentar a credibilidade e
otimizar os resultados individuais dos stakeholders e coletivos da rede. (Arieira,
2017, p. 206)

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Editora Telesapiens Nome do Autor

Com isso, a coordenação tem pontos positivos para uma gestão de uma
empresa obter sucesso, não só ela, mas como todas em que estiver na
cadeia. Arieira (2010) cita alguns fatores que devem ser levados em
consideração para a utilização da coordenação de redes como os
mecanismos da comunicação, a gestão do controle, regras de
relacionamento, definir a hierarquia juntamente com as necessidades dos
trabalhadores, mecanismos de controle, como outros fatores.

Figura 25: Staff

Fonte: Freepik.

A governança é outro fator que é importante para analisar os


relacionamentos entre as parcerias, em relação as redes de empresas e
cadeias produtivas. Lastres e Cassiolato (2005) afirma que

diferentes modos de coordenação, intervenção e participação


nos processos de decisão dos diferentes atores – Estado, em
seus vários níveis, empresas, cidadãos e trabalhadores,
organizações não governamentais etc.; e das diversas
atividades que envolvem a organização dos fluxos de
produção e comercialização, assim como o processo de
geração, disseminação e uso de conhecimentos. (Lastres e
Cassiolato, 2005, p. 12)

Figura 26: Governança

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Título da Disciplina Unidade 4

Fonte: Freepik.

De acordo com Arieira (2017), o conceito de governança está ligada como


os relacionamentos são feitos dentro de uma empresa, juntamente com a
credibilidade e a informação. Quando este último não possui barreiras, ou o
acesso a ela é livre, com confiança entre os parceiros, percebe-se que tem
a empresa possui uma boa governança. Caso, todos os esses fatores
falhem, a consequência é imediatista, como o aumento dos custos de
transação e consequentemente será necessário fazer o controle, como
também a coordenação da cadeira.

Figura 27: Governança

Fonte: Freepik.

Por mais que cada empresa tenha a sua coordenação, tipo de governança e
seus custos de transações, em relação a sua cadeira produtiva, há três
fatores estruturais que os autores Guerrini, Calia, Gilnei (2007) citam

Os nós constituem as unidades básicas das redes de


empresas a serem investigadas [empresas e outros
stakeholders] ... As posições dizem respeito à estrutura de
divisão do trabalho [localização das empresas ou atividades

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desempenhadas]. As ligações referem-se aos aspectos


qualitativos dos relacionamentos entre empresas. Os fluxos
dizem respeito ao fluxo dos bens (tangíveis) e informações
(intangíveis). As ligações são os laços existentes entre os
elementos da rede. (Guerrini, Calia, Gilnei, 2007, p. 117)

Arieira (2017) afirma que na cadeia agroindustrial, possuímos o Estado para


realizar fiscalizações juntamente com as normas, no ramo federal, estadual
e municipal, como também possuímos grandes multinacionais, como
também no ramo do varejo e do atacado, e diferentes tipos de
distribuidores, produtores e empresários com diferentes sistemas de
produção em vários fatores particulares. Portanto, o tipo da empresa com
sua coordenação, governança, e seus custos vai depender de como ela é
estruturalmente e seus posicionamentos. Arieira (2017) afirma que

A densidade das redes mostra a quantidade de stakeholders


que a compõem, quanto maior esse número, mais densa é a
rede. A centralização, por sua vez, mostra como a rede está
projetada, se gira em torno de alguma empresa-chave,
chamada de hub, ou está organizada de forma difusa, em
que os relacionamentos não sejam concentrados em um
agente específico. A fragmentação avalia a presença de sub-
redes no sistema, ou seja, se há a presença de interações
individualizadas que podem concorrer com os objetivos da
rede em geral. (Arieira, 2017, p. 208)

Com isso, o autor afirma que ocorrendo erros na coordenação da empresa,


o que será prejudicado é a sua governança no sistema, resultando em altos
custos de transações e diminuindo a eficiência da cadeia. Nessas situações
podem ocorrer falhas de coordenação que podem minar a governança do sistema e
gerar aumentos de custos de transação que levam à diminuição da eficiência da
cadeia. (Arieira, 2017, p. 208)

Arieira (2017) afirma que ao se falar em posicionamento, a centralidade


afirma que é possível ter a possibilidade das decisões da rede ser definida
por um agente, por ter vários relacionamentos com parceiros, gerando
assim, uma competição.

RESUMINDO

Pág. 27
Título da Disciplina Unidade 4

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora,


só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo
deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
que a empresa hoje em dia, não é mais suficiente somente fazer todas as
etapas como comprar, produzir e vender. Esses processos podem ser
facilmente perdidos se houver algum parceiros de negócios. Isso se dá
porque as empresas não atuam mais individualmente e sim em conjunto,
um conjunto de redes, pois a ação de uma vai refletir em outra e assim
sucessivamente. Para diminuir essa competição que cada empresa possui,
essas empresas devem agir em conjunto, de forma organizada e ao mesmo
tempo desde os seus fornecedores a seu distribuidores. Um dos motivos
para as cadeias produtivas e as redes de empresas se desenvolverem é o
custo de transação. Outro fator que é importante sobre as redes de
empresa é sobre a coordenação. A governança é outro fator que é
importante para analisar os relacionamentos entre as parcerias, em relação
as redes de empresas e cadeias produtivas.

Pág. 28
Editora Telesapiens Nome do Autor

3. ARRANJOS PRODUTIVOS E O
DESENVOLVIMENTO REGIONAL INTEGRADO
[[Objetivo]]: Ao término deste capítulo você será capaz de identificar e
entender os arranjos produtivos e o desenvolvimento regional integrado.
Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. As pessoas que
tentaram explicar como funciona sem a devida instrução tiveram problemas
ao ensinar. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então
vamos lá. Avante!

3.1 Arranjos produtivos e desenvolvimento regional


integrado
Sabe-se que as empresas precisam trabalhar em conjunto, mesmo que
sejam as pequenas ou as grandes, elas juntas tem força maior do que uma
trabalhando de forma isolada. Os benefícios são extensos, por causa da
aproximação das empresas, cada uma tendo a sua coordenação, tipo de
governança e seus custos de transações é possível garantir o
desenvolvimento local das regiões que estão localizados os arranjos
produtivos.

Figura 28: Empresas

Fonte: Freepik.

Para entender como funciona o sistema do agronegócio do milho e o da


soja, percebe-se que a produção desses produtos está interligada com a
produção de insumos e os serviços prestados como também agroindústrias
e com os animais que produzem como as aves, bovinos e suínos.

Pág. 29
Título da Disciplina Unidade 4

Figura 29: Milho

Fonte: Freepik.

Como vemos, a soja.

Figura 30: Soja

Fonte: Freepik.

O processo se dá pelas agroindústrias que fazem a produção do farelo, óleo


e derivados. Sendo o óleo e os derivados, passam para outras
agroindústrias com o destino final ao comércio. E o farelo vai para as
fábricas de ração produzindo alimentos para os animais como aves, suínos e
bovinos. Como também as granjas de aves e suínos podem produzir os
resíduos que são utilizados também como alimentos para os bovinos e
peixes, ou como adubos para os alimentos como soja e milho.

Figura 31: Óleo

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Editora Telesapiens Nome do Autor

Fonte: Freepik.

O farelo como ração.

Figura 32: Farelo

Fonte: Freepik.

E os animais temos os bovinos.

Figura 33: Bovinos

Fonte: Freepik.

As aves.

Figura 34: Aves

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Título da Disciplina Unidade 4

Fonte: Freepik.

Os suínos.

Figura 35: Suínos

Fonte: Freepik.

E o adubo.

Figura 36: Adubo

Fonte: Freepik.

Depois disso, os animais seguem para o abate, acarretando nas carnes. E


esse processo volta novamente a partir das farinhas, feitas pela carne, osso

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Editora Telesapiens Nome do Autor

e sangue diretamente para fábricas de ração. Com isso, mostra que todas
as etapas estão interligadas.

Figura 37: Carne

Fonte: Freepik.

Portanto, Arieira (2017) afirma que os clusters produtivos ou arranjos


produtivos locais, aproveitam a mão de obra especializada, a tecnologia,
matéria prima da região, entre outros, para intensificar esses processos de
produção e obtendo resultados da cadeia desejada.

De acordo com Lastres e Cassiolato (2003) define como

Arranjos produtivos locais são aglomerações territoriais de


agentes econômicos, políticos e sociais - com foco em um
conjunto específico de atividades econômicas - que
apresentam vínculos mesmo que incipientes. Geralmente
envolvem a participação e a interação de empresas - que
podem ser desde produtoras de bens e serviços finais até
fornecedoras de insumos e equipamentos, prestadoras de
consultoria e serviços, comercializadoras, clientes, entre
outros - e suas variadas formas de representação e
associação. (Lastres e Cassiolato, 2003, p. 209)

Com isso, o autor cita podem ser apontadas para a formação dos recursos
humanos, escolas técnicas e também universidades, desenvolvimento de
pesquisas, entre outros. Incluem também diversas outras organizações públicas
e privadas voltadas para: formação e capacitação de recursos humanos, como
escolas técnicas e universidades; pesquisa, desenvolvimento e engenharia; política,
promoção e financiamento. (Lastres e Cassiolato, 2003, p. 209)

Figura 38: APL

Pág. 33
Título da Disciplina Unidade 4

Fonte: Freepik.

Com a criação da APLs, ela traz pontos positivos para a empresa, como o
esforço coletivo e simultâneo criando o seu desenvolvimento seja avançado
e eficiente, com as trocas de informações, com a competitividade tranquila,
com as tecnologias avançadas, e a especialização da mão de obra. Estar
num arranjo produtivos local é estar protegido, pois garantem segurança e
apoio contra os fatores externos, por ter mais recursos disponíveis.

Figura 39: Avanço

Fonte: Freepik.

O agronegócio juntamente com os complexos agroindustriais deveriam


aproveitar essa troca de informações privilegiadas dos APLs para consolidar
esses complexos. Arieira (2017) cita que

Essa estratégia poderia tornar o sistema mais produtivo,


melhorar a qualidade da mão de obra por meio de
capacitação e treinamentos interdiscip linares na área,
melhorando a produtividade desse setor para todos os
agentes produtivos. (Arieira, 2017, p. 209)

Com isso, o autor afirma que o investimento em centros para


desenvolvimento, utilizando a tecnologia, melhoram cada vez mais as

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Editora Telesapiens Nome do Autor

relações dos agentes das cadeias trocando informações e conhecimento,


para melhorar a produção das elementos da tecnologia, como também do
capital e mão de obra.

Poder-se-ia investir em centros de desenvolvimento e difusão de tecnologia e


conhecimento, que melhorariam a condição dos agentes das cadeias na troca de
informações e conhecimento, melhorando a produtividade dos fatores tecnológicos,
de capital e mão de obra. (Arieira, 2017, p. 209)
Figura 40: Mão de obra

Fonte: Freepik.

Com isso, para que os arranjos produtivos locais sejam criados é preciso
incentivo. Esse incentivo deve ser por parte do setor público e dos líderes
locais, para assim, resolver os assuntos burocráticos, dando apoio em todos
os aspectos, seja no financeiro, ou de fiscalização. Com esses incentivos, é
possível que os sistemas se desenvolvam e se torne cada vez mais forte. É
necessário que o poder público faça políticas públicos para atender esse fim.

Figura 41: APL

Fonte: Freepik.

Arieira (2017) afirma que


Além da participação do setor público, os empresários das
cadeias envolvidas devem dar sua contribuição,
principalmente pelo apoio técnico, financeiro, material e

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Título da Disciplina Unidade 4

humano para tornar possível e viável tal programa. Nesse


sentido, mais uma vez fica marcada a importância de dentro
da cadeia produtiva, substituir os comportamentos
competitivos por posturas colaborativas, focando o bem
comum a médio e longo prazos, em detrimento do foco
imediatista e individualista. (Arieira, 2017, p. 209)

De acordo com Lastres, Cassiolato (2003) afirma que a RedeSist,

onde houver produção de qualquer bem ou serviço haverá


sempre um arranjo em seu torno, envolvendo atividades e
atores relacionados à sua comercialização, assim como à
aquisição de matérias-primas, máquinas e demais insumos.
(...) vêm objetivando desenvolver tipologias destacando
indicadores e variáveis fundamentais que permitam tirar
conclusões sobre fatores recorrentes que propiciam ou
dificultam os processos de aprendizado, capacitação e
inovação. (Lastres, Cassiolato, 2003, p. 08)

Figura 42: Empresa

Fonte: Freepik.

Com o conceito dos arranjos produtivos locais, temos o conceito de


Sistemas produtivos e inovativos locais em que Lastres, Cassiolato (2003)
define como

são aqueles arranjos produtivos em que interdependência,


articulação e vínculos consistentes resultam em interação,
cooperação e aprendizagem, com potencial de gerar o
incremento da capacidade inovativa endógena, da
competitividade e do desenvolvimento local. Assim,
consideramos que a dimensão institucional e regional
constitui elemento crucial do processo de capacitação
produtiva e inovativa. Diferentes contextos, sistemas
cognitivos e regulatórios e formas de articulação e de
aprendizado interativo entre agentes são reconhecidos como
fundamentais na geração e difusão de conhecimentos e

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Editora Telesapiens Nome do Autor

particularmente aqueles tácitos. (Lastres, Cassiolato, 2003,


p. 5)

Eles podem ser considerados em formais ou informais. Portanto, a criação


dos arranjos produtivos locais, vem crescendo cada vez mais no Brasil,
tendo como fator importante para o desenvolvimento das regiões. Mas
também segue sendo ignorada por algumas partes.

Figura 43: Empresa

Fonte: Freepik.

Com os arranjos produtivos locais já ativos nas empresas, terá como


consequência também, a partir da aproximação entre os parceiros, a
confiança e a cooperação se tornam mais próximas também, deixando
assim mais confiável e mais fácil de trabalhar. Com isso, a qualidade da
mão de obra será cada vez mais especializada, com as novas tecnologias,
os equipamentos, matéria prima, máquinas, serviços terão eficiência,
qualidade, e almejando como principal, o lucro.

Figura 44: Lucro

Fonte: Freepik.

RESUMINDO

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Título da Disciplina Unidade 4

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora,


só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo
deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
que com a criação dos arranjos produtivos locais, ela traz pontos positivos
para a empresa, como o esforço coletivo e simultâneo criando o seu
desenvolvimento seja avançado e eficiente, com as trocas de informações,
com a competitividade tranquila, com as tecnologias avançadas, e a
especialização da mão de obra. Estar num arranjo produtivos local é estar
protegido, pois garantem segurança e apoio contra os fatores externos, por
ter mais recursos disponíveis. Com isso, para que os arranjos produtivos
locais sejam criados é preciso incentivo. Esse incentivo deve ser por parte
do setor público e dos líderes locais, para assim, resolver os assuntos
burocráticos, dando apoio em todos os aspectos, seja no financeiro, ou de
fiscalização. Com esses incentivos, é possível que os sistemas se
desenvolvam e se torne cada vez mais forte. É necessário que o poder
público faça políticas públicos para atender esse fim. Com os arranjos
produtivos locais já ativos nas empresas, terá como consequência também,
a partir da aproximação entre os parceiros, a confiança e a cooperação se
tornam mais próximas também, deixando assim mais confiável e mais fácil
de trabalhar. Com isso, a qualidade da mão de obra será cada vez mais
especializada, com as novas tecnologias, os equipamentos, matéria prima,
máquinas, serviços terão eficiência, qualidade, e almejando como principal,
o lucro.

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4. ESTRUTURA DAS CADEIAS PRODUTIVAS E


SUAS INTEGRAÇÕES
[[Objetivo]]: Ao término deste capítulo você será capaz de compreender a
estrutura das cadeias produtivas e suas integrações. Isto será fundamental
para o exercício de sua profissão. As pessoas que tentaram explicar a
estrutura das cadeias sem a devida instrução tiveram problemas ao
entender. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então
vamos lá. Avante!

4.1 Estrutura das cadeias produtivas e suas integrações


Sabe-se da importância do agrobusiness para a economia, com seus
processos de produção, para poder disponibilizar os produtos. O
agronegócio produz insumos básicos até a chegada em pontos comerciais
para o consumidor. Com isso, ele possui duas abordagens, uma se refere a
matéria prima que se chama pelo Complexo Agroindustrial (CAI), e a outra
parte se refere ao produto finalizado, já com os seus processos para ser
vendido para o consumidor, esse se refere as Cadeias Produtivas
Agroindustriais (CPA).

Figura 45: Agronegócio

Pág. 39
Título da Disciplina Unidade 4

Fonte: Freepik.

O conceito do Complexo Agroindustrial que Arieira (2017) afirma sob a


noção,

os produtos básicos da agropecuária são os referenciais para


o desenvolvimento da análise, que passa a vislumbrar o
caminho percorrido por esses produtos ao longo do sistema
econômico até atingir o consumidor, ou seja, não se usa
mais os conceitos de setorização da produção, mas, antes,
faz-se um corte vertical desses setores, avaliando como,
para uma matéria-prima específica, ocorrem os processos de
transformação e agregação de valor ao produto, pelas várias
operações industriais, comerciais e de distribuição pelas
quais o produto passa até atingir seu destino final que é o
consumidor. (Arieira, 2017, p. 177)

E pela ótica do complexo Agroindustrial, Arieira (2017) afirma que os


produtos que são produzidos pela agropecuária, passam por processos até
chegar ao consumidor, que podem ocorrer de maneiras e formas diferentes,
de acordo com as suas etapas de processamento, envolvendo também os
agentes econômicos que estão nesse processo, fazendo disso uma análise.
Essa análise serve para o produtor, pois para ele não interessa o destino
final do produto que é produzido por ele, mas sim se está atendendo a
demanda sendo consumido de forma constante.

O outro conceito conhecido como Cadeia Produtiva, que Arieira (2017)


afirma

é uma abordagem desenvolvida pela escola industrial


francesa, que, semelhante ao modelo americano, analisa as
atividades produtivas não de forma setorizada, mas como um
encadeamento de operações produtivas e processamentos
que agregam valor aos produtos, efetuados por vários
agentes econômicos até que o produto processado esteja
disponível ao consumidor. (Arieira, 2017, p. 178)

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Editora Telesapiens Nome do Autor

O autor afirma que a cadeia revela que o agente econômico não trabalha
só, por isso, ele realiza avaliações pela perspectiva que impactos podem
causar em outros agentes, analisando as ações deles para que não afetem
as duas operações.

Desse encadeamento surge o nome cadeia, que mostra que o agente econômico
não está só e deve avaliar e tomar suas decisões pelo ponto de vista dos impactos
que causa nos outros agentes, bem como analisar como as ações dos outros
agentes podem afetar suas operações. (Arieira, 2017, p. 178)

A cadeia produtiva agroindustriais também faz uma análise dos


processamentos e das etapas no decorrer da cadeia produtiva. O que difere
eles dois são as análises que são feitas. O complexo agroindustrial analisa
da matéria prima, o desempenho dos agentes e as etapas dos processos. A
cadeia produtiva agroindustrial analisa de cada produto que já estão
prontos para o comércio avaliando a conduta das operações. Com isso,
Arieira (2017) cita um exemplo dos processos que são feitos da
transformação do leite para manteiga, queijo, requeijão e leite em caixinha,
produtos que são vendidos para os consumidores e que são comercializados
em supermercados.

Figura 46: Leite

Fonte: Freepik.

O leite é produzido pelos produtores das zonas rurais, e são vendidos para
os agentes que pega esse leite ‘natural’ e transformam ele em variados
tipos. Sendo que cada um tem o seu processo específico. A partir disso, são
distribuídos para os distribuidores vendidos em comércios para os
consumidores. As etapas para o produto virar manteiga são o recebimento
do leite, resfriamento, silos, pasteurização, creme, depois o creme é levado

Pág. 41
Título da Disciplina Unidade 4

a pasteurização, e silos, depois o creme vira uma manteiga, onde vai para
uma batedeira, acondicionamento, envase e por fim a expedição.

Figura 47: Manteiga

Fonte: Freepik.

O queijo.

Figura 48: Queijo

Fonte: Freepik.

O requeijão.

Figura 49: Requeijão

Fonte: Freepik.

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Editora Telesapiens Nome do Autor

O leite pasteurizado se dá pelo recebimento depois resfriamento, silos,


pasteurização, gerando o leite fluido integral, desnatado e semidesnatado,
depois volta para os silos, gerando os três tipos de leite: leite em po, leite
esterilizado, leite pasteurizado, que vai para o envase depois para a
expedição.

Figura 50: leite pasteurizado

Fonte: Freepik.
De acordo com Arieira (2017) afirma que o complexo agroindustrial analisa
que apesar de vários produtos finalizados como em leite em caixa,
manteiga, requeijão e queijo, tem apenas um único processo. Já as cadeias
produtivas agroindustriais analisa o produto final que está disponível ao
consumidor desde a sua matéria prima, com isso, tem quatro cadeias. As
cadeias produtivas agroindustriais analisa de jusante a montante.

Os processos são os mesmos, o que muda é a discussão sobre a produção


dos produtos analisando os seus processos e suas relações. Com isso,
Arieira (2017) afirma que

A CAI parte da valorização do produtor, cujo interesse é


produzir e vender as matérias-primas básicas. Por outro
lado, a CPA parte da valorização do consumidor, pois parte
do princípio de que quem compra determina o valor dos
produtos, conforme a capacidade desses de atenderem às
suas necessidades e desejos, isto é, é o cliente quem
determina o valor do produto, portanto deve ser pelo seu
ponto de vista que os processos devem ser analisados.
(Arieira, 2017, p. 180)

Essas duas análises podem ser coerentes dependendo do ponto de vista de


cada. Se o interesse for em criar políticas públicas ou para dar incentivos
para a produção rural, deve levar em conta o complexo agroindustrial. Caso

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Título da Disciplina Unidade 4

for pensar nos interesses, objetivos aos consumidores o pensamento das


cadeias produtivas agroindustriais sai por cima.

IMPORTANTE

Apesar das abordagens diferentes, mostra o interesse comum no


agronegócio, analisando a cadeia. Mostrando que não é interesse
que seja analisado os agentes separadamente, e sim nas relações
criadas entre os agentes formando uma força maior. Com isso, a
concorrência não é entre os produtos e serviços que são negociados
pelos agentes, e sim nos tipos de cadeias produtivas, que competem
pelos mesmos produtos, processos, entre outros motivos.

Deve-se deixar de lado a competição e focar na colaboração, isso faz toda a


diferença tanto na gestão, na movimentação dos produtos, e também as
informações, com isso, vai desenvolvendo cada vez mais políticas públicas
para o setor.

Portanto, tanto o complexo agroindustrial como as cadeias produtivas, tem


seus pensamentos estão relacionados, com o mesmo objetivo de implantar
políticas públicas ou para analisar o planejamento com estratégias da
cadeia produtiva.

Portanto, Arieira (2017) afirma que

Pelo ponto de vista do planejamento estratégico, quando o


foco da análise for a perspectiva de tornar o produto mais
visível e valorizado aos olhos do cliente, ou seja, houver uma
visão mais mercadológica, o planejamento invocará a
perspectiva da CPA; caso o ponto seja buscar a eficiência
produtiva interna da cadeia produtiva, ou seja, com foco nas
operações, o ponto de vista de análise a ser seguido é o
proposto pelo CAI. Pelo ponto de vista da formulação das
políticas públicas, por seu turno, quando a intenção for
proteger ou focar os interesses do consumidor, a análise dos
impactos desta deverá ser realizada pelo foco conceitual da
CPA, mas se o objetivo for estimular produção ou inovação
na cadeia ou nos produtores, a perspectiva de análise mais
indicada é a do CAI. (Arieira, 2017, p. 181)

Com isso, não podemos dizer que a abordagem do complexo agroindustrial


é melhor que as cadeias produtivas e vice e versa. Elas se complementam,
possuem o mesmo objetivo mas fazem análises diferentes. Caso um
assunto tenha várias opiniões, como consequência, as ações e reações
serão as mais corretas.

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As cadeias agroindustriais possuem uma nova visão sobre como acontecem


os processos dos produtos, onde os setores econômicos é visto como um
conjunto para agregar valor a esse processo. Pensar isoladamente não é
mais vantajoso para a empresa, isso já se considerada ultrapassado, pois
não só prejudica a si mesmo, como toda a cadeia produtiva.

Arieira (2017) faz uma análise de como a cadeia produtiva atinge o


desempenho individual e coletivo dos agentes econômicos

A primeira mudança ocorre com a percepção de


concorrência. Enquanto no modelo tradicional de negócios a
concorrência ocorre de forma indistinta entre os vários
agentes que se inter-relacionam, ou seja, as empresas
concorrem entre si no mesmo nível de empreendimento
(indústria com indústria, fornecedor com fornecedor),
também percebe-se um comportamento concorrencial nas
relações fornecedor-cliente, em que cada um busca obter o
máximo de desempenho, mesmo que às custas do parceiro
de negócios. (Arieira, 2017, p. 181)

Em relação a cadeia produtiva, essa abordagem não tem sentido, porque a


concorrência vai para um nível mais alto, deixando de ser local entre os
agentes, pois acontece em várias cadeias produtivas produzindo e
processando os mesmos produtos. Com isso, a concorrência deixa o
objetivo de conquistar a preferência do consumidor, preferindo agora os
produtos finalizados da cadeia.

Para conquistar essa preferência, tanto do consumidor com os outros


distribuidores, a empresa tem que se destacar em meio a tantas
concorrências. Deve agregar bastante valor ao produto, caso em alguma
fase do processo não ocorra bem, ocorrendo defeitos, isso vai impactar em
todas as cadeias, com isso, diminuindo o valor atribuído pelo consumidor.

Arieira (2017) afirma que

O encadeamento de processos e atividades, cujo foco é


agregar valor aos produtos à medida que este se movimenta
pelo sistema, tornando-o mais desejável e acessível aos
olhos do cliente. Como uma corrente, a força de todo o
sistema é dada pelo elo mais fraco, ou seja, o agente
econômico menos eficiente, menos produtivo e menos
qualificado é exatamente aquele que dita o desempenho da
empresa. (Arieira, 2017, p. 183)

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Título da Disciplina Unidade 4

Arieira (2017) mostra a cadeia produtiva de agentes desde a sua matéria


prima até os pontos de comércios para atender as necessidades do cliente.
O cliente escolhe como quer o produto, mas os agentes podem tentar
persuadir o cliente por meio de promoções, mas o que define se vai
comprar é o preço. Na cadeia da soja, os insumos agrícolas vai para
produção de soja, e se divide em agroindústria e exportação. O farelo se
divide em exportação e indústria de rações do mercado interno, e o óleo vai
para exportação, refino indústria alimentícia e biocombustíveis.

Figura 51: Soja

Fonte: Freepik.

A soja se transforma por meio de processos em óleo de soja.

Figura 52: Óleo de soja

Fonte: Freepik.

Por mais que tenham pontos de vistas diferentes, o ciclo econômico encerra
mostrando que é necessário que as relações entre os stakeholders, tem
uma importância necessária oferecendo os produtos para os consumidores
de acordo com a sua condição.

Arieira (2017) afirma que

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Pelo conceito de CAI temos uma única cadeia, a cadeia da


soja, que parte dessa matéria-prima básica, que é
processada de diferentes formas e gera diferentes produtos,
que possuem diferentes destinações e clientes interessados.
Já pelo ponto de vista da CPA, temos duas cadeias, a do óleo
e a do farelo, que são os produtos finais disponibilizados ao
cliente final, e a análise dessa abordagem faz o caminho
reverso até chegar à soja. (Arieira, 2017, p. 184)

Se todos os processos da cadeia estiverem colaborando, o resultado será


ainda melhor, consequentemente terá mais força no mercado. Com isso, se
o objetivo é o consumidor final, então o pensamento tem que ser mais
coletivo e não individual.

Por muitos anos, esse pensamento foi difícil de ser colocado em prática, até
todos os agentes entenderem que o correto e que traz resultados é
trabalhar em conjunto. Perceberam que trabalhar sozinho, só tinha mais
prejuízos do que ganhos, assim a pressão da concorrência mostrava que era
mais ganho eles trabalharem juntos, fazendo assim relações entre eles.

Arieira (2017) afirma que

No modelo tradicional, os agentes com quem um elo da


cadeia negocia, comprando ou vendendo produtos, serviços
ou informações, são vistos como adversários a serem
vencidos, para o sucesso individual. Já na ótica da cadeia de
suprimentos, esses agentes são parceiros de negócio que só
darão resultado se eles mesmos o obtiverem, e vice-versa,
ou seja, sem o apoio mútuo na cadeia, perde-se sinergia e
capacidade de desenvolvimento, tornando a cadeia fraca e
não competitiva. (Arieira, 2017, p. 184)

Os agentes econômicos só terão sucesso em seus empreendimentos se


mudarem os seus comportamentos, atribuindo o valor adequado que é
notado pelo cliente. Com isso, os outros agentes percebendo essa mudança
também, perceberá que é melhor trabalhar com parcerias, agregando valor
ao seu produto do que competir com outras empresas, trazendo resultados
negativos, sem lucros.

Ter relacionamentos entre os agentes, é compartilhar informações como


produção, mercado, tecnologia. Com isso, o relacionamento com o agente
parceiro, faz ele obter o seu sucesso. A integração logística e operacional é
outro ponto que faz o agente ter sucesso que Arieira (2017) onde a
tecnologia é compartilhada através de produtos e serviços, materiais,

Pág. 47
Título da Disciplina Unidade 4

equipamentos, desde a produção até a comercialização para os


consumidores, sempre priorizando os menores custos. Arieira (2017) afirma
que

dar acesso aos parceiros sobre informações internas de


planejamento futuro, projeção de compras e estratégias de
produção são ações que permitem que tais parceiros também
se preparem para atender às necessidades que serão
geradas pelo parceiro em dado momento futuro. (Arieira,
2017, p. 185)

Se esse compartilhamento não acontecer, não só prejudica um e sim todos


os parceiros. Outro fator importante para o sucesso que Arieira (2017) cita
é

os processos logísticos, principalmente os de ciclo crítico,


devam ser efetivados com eficiência para criar valor ao
cliente e, principalmente, para o consumidor final dos
produtos e serviços. Os elementos do ciclo crítico são a
manutenção dos estoques, o processamento de pedidos e o
transporte. O processamento de pedidos implica em
gerenciar as atividades de troca de informações sobre
compras, aquisições, pedidos de reposição de estoques.
(Arieira, 2017, p. 186)

Com isso, o autor afirma que a parceria que acontece nas empresas gera
um compartilhamento com mais facilidade e rapidez, tornando os processos
econômicos.A parceria entre as empresas torna mais fácil, ágil e integrado esse
compartilhamento de informações, gerando economicidade nos processos. (Arieira,
2017, p. 186)

Todos esses fatores são essenciais para que a cadeia produtiva ocorra e
tenha sucesso.

RESUMINDO

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora,


só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo
deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
que na cadeia produtiva os produtos que são produzidos pela agropecuária,
passam por processos até chegar ao consumidor, que podem ocorrer de
maneiras e formas diferentes, de acordo com as suas etapas de

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Editora Telesapiens Nome do Autor

processamento, envolvendo também os agentes econômicos que estão


nesse processo, fazendo disso uma análise. Essa análise serve para o
produtor, pois para ele não interessa o destino final do produto que é
produzido por ele, mas sim se está atendendo a demanda sendo consumido
de forma constante. O complexo agroindustrial analisa da matéria prima, o
desempenho dos agentes e as etapas dos processos. A cadeia produtiva
agroindustrial analisa de cada produto que já estão prontos para o comércio
avaliando a conduta das operaçõesCom isso, a concorrência não é entre os
produtos e serviços que são negociados pelos agentes, e sim nos tipos de
cadeias produtivas, que competem pelos mesmos produtos, processos,
entre outros motivos. Deve-se deixar de lado a competição e focar na
colaboração, isso faz toda a diferença tanto na gestão, na movimentação
dos produtos, e também as informações, com isso, vai desenvolvendo cada
vez mais políticas públicas para o setor.

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Título da Disciplina Unidade 4

Referências
ARIEIRA, J. O. Avaliação de relacionamentos em redes de empresas:
um estudo
do agronegócio na região da Amerios-PR. São Paulo: UNIP, 2010, 200p.
(Tese –
Doutorado em Engenharia de Produção).

ARIEIRA, Jailson de Oliveira. Fundamentos do agronegócio.


UNIASSELVI, 2017.

CASTRO, A. M. G. et al. Cadeia produtiva: marco conceitual para


apoiar
a prospecção tecnológica. In: SIMPÓSIO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO
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Editora Telesapiens Nome do Autor

SANTOS, E. Evolução da cadeia de suprimentos na indústria de


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