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AGRONEGÓCIO II
UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz
Prof.ª Tathyane Lucas Simão
Prof. Ivan Tesck
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
22
O48g Oliveira, Tamara Esteves de
132 p. : il.
ISBN 978-85-69910-81-7
1.Gestão Empresarial.
I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
Tamara Esteves de Oliveira
Principais publicações:
APRESENTAÇÃO.....................................................................01
CAPÍTULO 1
Gestão de Materiais...............................................................09
CAPÍTULO 2
Planejamento e Controle da Produção.............................41
CAPÍTULO 3
Gestão de Estoques...............................................................65
CAPÍTULO 4
Gestão Logística Integrada..................................................87
CAPÍTULO 5
Gestão de Recursos Patrimoniais.....................................119
APRESENTAÇÃO
A gestão das empresas do meio rural apresenta características diferenciadas
das empresas tradicionais. No ambiente de alta concorrência em que estas
firmas estão inseridas, a gestão dos recursos das empresas em busca de
sustentabilidade econômica e ambiental torna-se fundamental a correta gestão
e organização destas empresas. Frente a estes desafios, nesta disciplina vamos
conhecer alguns conceitos, ferramentas e aplicações da gestão em agronegócios.
Para tanto, o foco no primeiro capítulo será a gestão de matérias em empresas do
meio rural, em que serão apresentados os conceitos e princípios da administração
de materiais, aplicados às empresas rurais, bem como as atividades mais gerais
da gestão de materiais e alguns critérios para a classificação e organização
destes itens nestas empresas. Ao final desta etapa você terá conhecimento sobre
os principais conceitos e princípios da administração de matérias e sua aplicação
para as empresas rurais, reconhecendo as diferentes formas de classificar os
materiais. Além disso, será capaz de definir e classificar os principais materiais
utilizados pelas empresas rurais.
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Capítulo 1 Gestão de Materiais
Contextualização
A gestão das empresas vinculadas ao agronegócio apresenta características
diferenciadas das tradicionais. No ambiente de alta concorrência, em que
estas empresas estão inseridas, a gestão de seus recursos, em busca de
sustentabilidade econômica e ambiental, torna-se fundamental. Frente a estes
desafios, nesta disciplina será possível conhecer alguns conceitos, ferramentas e
aplicações da gestão em agronegócios. Para tanto, o foco do primeiro capítulo será
o da gestão de materiais, em que serão apresentados os conceitos e princípios
da administração de materiais, bem como as atividades gerais de classificação e
organização destes itens.
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
Administração de Materiais
A eficiência de um sistema de produção pode ser compreendida como a
sua capacidade de atender às necessidades dos consumidores. Esta eficiência
pode ser relacionada à gestão eficiente das transações entre os agentes das
cadeias produtivas ou pela capacidade de gestão interna da organização, capaz
de ofertar produtos em níveis de qualidade e preço adequados ao mercado-alvo
das empresas (BATALHA, 2007). Neste sentido, são as próprias empresas as
responsáveis pela administração dos recursos para garantir sua lucratividade
e competitividade. Especificamente, esta área representa as atividades
desenvolvidas dentro da empresa com o objetivo de atender às unidades desta
organização. Mais ainda, segundo Chiavenato (2005, p. 35):
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Capítulo 1 Gestão de Materiais
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
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Capítulo 1 Gestão de Materiais
Atividades de Estudos:
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
AdministraçãodeMateriaisnasEmpresas
Rurais
A importância de assegurar à população alimentos com quantidade e
qualidade adequados faz com que os setores do agronegócio, em geral, sejam
objeto de severa vigilância quanto à seguridade e disponibilidade destes produtos.
Este controle ocorre tanto no acompanhamento sanitário dos alimentos, quanto
no controle de seu preço (BATALHA, 2007). Estas influências governamentais
estabelecem normas que tornam a gestão das empresas destes setores ainda
mais complexa.
O ambiente rural difere de outros ambientes, tanto para a gestão quanto para
a generalização dos processos gerenciais e soluções dos problemas cotidianos.
Isso ocorre em função de estas empresas, em geral, serem definidas justamente
pelas características ecológicas e espaciais, que são diferentes entre si, sendo que
uma proposta ou projeto pode apresentar resultados muito distintos quando estas
características variam (NEUMANNN; LOCH, 2002). A gestão das empresas rurais
enfrenta outras dificuldades específicas que também precisam ser consideradas
durante a administração destas corporações.
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Capítulo 1 Gestão de Materiais
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
Uma vez que o limite, entre o lucro e o prejuízo nas atividades rurais, está
muito próximo atualmente (SANTOS; MARION; SEGATTI, 2009), a gestão do
processo produtivo tem de conduzir o empreendimento para alcançar eficácia
e eficiência; e procurar a racionalização dos processos operacionais para
transferência física dos materiais, das informações sobre estoques e do plano de
aplicação de cada produto, quantidade e época de uso (ARAÚJO, 1995).
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Capítulo 1 Gestão de Materiais
a) Processo de compras
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
b) Recepção do material
c) Almoxarifado
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Capítulo 1 Gestão de Materiais
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
e) Controle de estoque
f) Classificação de material
Atividade de Estudos:
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Capítulo 1 Gestão de Materiais
Atividade da gestão
Funções Aplicação Importância
de materiais
Processo de compras
Recepção do material
Almoxarifado
Distribuição dos
materiais
Controle de estoque
Classificação
de material
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Capítulo 1 Gestão de Materiais
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Capítulo 1 Gestão de Materiais
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Capítulo 1 Gestão de Materiais
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Capítulo 1 Gestão de Materiais
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
i) Sistemas de codificação
• Codificação alfabética
• Codificação alfanumérica
Esse sistema foi criado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos
(1949) a partir de uma dificuldade operacional no suprimento de materiais durante
a Segunda Guerra, que ocorreu em função de cada órgão de defesa utilizar seu
próprio sistema de códigos. A partir deste momento, foi adotado um número único
de um sistema unificado de catalogação para que um item pudesse ser encontrado
em qualquer lugar do mundo em que o governo americano atue (FRANCISCHINI;
GURGEL, 2012). Dentre as suas vantagens estão a simplicidade e a flexibilidade,
que permitem sua adaptação para o uso em empresas (VIANA, 2011).
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Capítulo 1 Gestão de Materiais
• Código de barras
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
A RFID diz respeito a uma tecnologia sem fio de coleta de informação que
usa radiofrequência para capturar dados codificados em etiquetas especiais que
contam com uma antena e um chip remotamente localizados (FINKENZELLER,
2010). Tipicamente, trata-se de um sistema de três componentes: um leitor,
que envia o sinal de interrogação; uma etiqueta com o código de identificação
que responde ao sinal que o leitor envia; e um software que recebe e interpreta
estas informações em um computador (PRERADOVIC; KARMAKAR, 2010), com
acesso à internet para aumentar a conectividade do sistema.
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Capítulo 1 Gestão de Materiais
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
Atividades de Estudos:
Algumas Considerações
Ao longo deste capítulo, foram apresentados inúmeros conceitos referentes à
administração de materiais, à sua aplicação para as organizações do agronegócio,
à importância da organização e classificação dos materiais e catalogação que são
ferramentas desta área da administração.
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Capítulo 1 Gestão de Materiais
Referências
ARAÚJO, Massilon J. Fundamentos do agronegócio. São Paulo: Atlas, 2013.
DEMILKED. 44 cool and creative bar code designs. Disponível em: <https://www.
demilked.com/cool-and-creative-bar-code-designs/>. Acesso em:: 19 set. 2017.
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
GABRIEL, Martha. Marketing na era digital. São Paulo: Novatec Editora, 2010.
MINBO, Li; CHEN, Chen. Rfid complex event processing mechanism for logistics
tracking and tracing. In: Computer Science-Technology and Applications, 2009.
IFCSTA'09. International Forum on. IEEE, 2009. p. 44-48.
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Capítulo 1 Gestão de Materiais
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
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C APÍTULO 2
Planejamento e Controle daProdução
Elaborar um PERT.
�
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Capítulo 2 Planejamento e Controle da Produção
Contextualização
No segundo capítulo discutiremos o planejamento e controle da produção,
abordando questões como previsão de demanda, plano mestre de produção,
além das informações para a gestão e princípios de um Planejamento de Controle
de Produção (PCP). A intenção deste capítulo não é desenvolver minuciosas
descrições sobre o planejamento, mas capacitar você a agir frente a algumas
questões gerenciais de produção.
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Capítulo 2 Planejamento e Controle da Produção
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
Para que este sistema seja eficiente, deve-se aperfeiçoar o uso de recursos
para a produção, garantindo fluidez à produção, além de gerenciar as demandas
dos clientes, partindo do setor de vendas, gerando uma ou mais ordens de
serviços de produção, minimizando atrasos, gerenciando eficazmente a utilização
dos estoques, consequentemente, atendendo melhor aos clientes e, desta forma,
gerenciando e controlando a produção. O PCP apresenta três fases principais.
Pode-se descrevê-las detalhadamente como: projeto de produção, planejamento
da produção e controle da produção (Figura 12).
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
Atividades de Estudos:
Decisões de controle
Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3
da produção
Planejamento da Produção
O planejamento busca evitar atrasos e problemas no processo de
produção (como falhas na qualidade, aumento dos custos e não atendimento
das expectativas dos clientes). Estes transtornos são causados geralmente
por especificações inadequadas, prazos estabelecidos de forma incongruente,
performance dos recursos humanos e do maquinário utilizados na produção,
além do preço de insumos e serviços necessários (POZO, 2004). Ao elaborar o
planejamento para organizações rurais, deve-se considerar que nestes casos
existe um número muito maior de variáveis sobre as quais os empresários não
possuem nenhum controle ou capacidade de gestão (BATALHA, 2007).
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Capítulo 2 Planejamento e Controle da Produção
Fonte: A autora.
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
Fonte: A autora.
Fonte: A autora.
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Capítulo 2 Planejamento e Controle da Produção
Atividade de Estudos:
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
Previsão de Demanda
Uma das estratégias utilizadas pelo PCP são as previsões que são aplicadas
para planejar o sistema de produção e para planejar como este sistema será
utilizado. No primeiro caso, as previsões de longo prazo servem para elaborar
o plano estratégico de produção, em que se define os produtos/serviços
oferecidos ao mercado-alvo. Já no segundo caso, as previsões mais detalhadas
(de médio/curto prazo) formam a base para planejar e programar a produção em
si, determinando como os recursos definidos serão utilizados, considerando a
definição dos planos de produção e de armazenagem (TUBINO, 2009).
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Capítulo 2 Planejamento e Controle da Produção
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Capítulo 2 Planejamento e Controle da Produção
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Capítulo 2 Planejamento e Controle da Produção
Fazer ou Comprar
Após determinar as necessidades da empresa, cabe a decisão de comprar
estes materiais ou se esta necessidade pode ser atendida recondicionando,
fabricando na própria empresa ou comprando de fornecedores. Esta decisão deve
considerar os custos e ainda inclui a terceirização de serviços que não são a base
de negócios da organização, como limpeza, manutenção e outros (FENILI, 2015).
Nesta etapa são consideradas também as estratégias de integração vertical e
horizontal, que podem ser feitas a jusante (em etapas posteriores da cadeia de
suprimentos) ou a montante (em etapas anteriores da cadeia de suprimentos).
a) Verticalização
Essa estratégia foi dominante nas grandes empresas até o final do século
passado, para garantir a independência de outras organizações. No entanto, é
uma estratégia arriscada, pois prende grande parte dos recursos financeiros e não
oferece flexibilidade nos processos produtivos (FENILI, 2015). A verticalização
também é uma estratégia de crescimento em que uma organização se envolve
em mais de um elo da cadeia de determinado setor produtivo (HARRISON, 2005).
b) Horizontalização
• Lucros menores
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Capítulo 2 Planejamento e Controle da Produção
Solicitação de Compras
Este documento autoriza o comprador a realizar a compra de materiais para
a produção ou para o abastecimento de recursos para a empresa. A solicitação de
compras informa o que comprar, a quantidade, o prazo e o local de entrega, além
de indicar possíveis fornecedores. A equipe de compras deve ser bem informada
e atualizada, além de ter capacidade para negociação, trabalho em equipe,
comunicação e gestão de conflitos (MORAES, 2005). Este setor não pode agir de
forma isolada:
a) Coleta de preços
b) Pedido de compra
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
c) Cadastro de fornecedores
Após a decisão do que deve ser comprado, é preciso que se decida quanto
aos fornecedores adequados para atender à organização. A seleção do fornecedor
deverá considerar cada mercado fornecedor e as características dos itens que
serão comprados (GURGEL, 2003, p. 47). Mais ainda, é fundamental que sejam
realizadas pesquisas quanto aos fornecedores que forem selecionados, para
possibilitar uma correta avaliação de suas instalações, desempenho, capacidade
de atender à demanda e suas condições financeiras para garantir sua aptidão
(DIAS, 2010).
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Capítulo 2 Planejamento e Controle da Produção
Algumas Considerações
Ao longo deste segundo capítulo foram apresentados vários conceitos e
aplicações quanto à programação e controle da produção. Atenção especial foi
dada ao Planejamento de Controle de Produção (PCP) e suas diversas estratégias
fundamentais para a administração das empresas. Foram traçados alguns
princípios e ações do planejamento da produção como o PERT, uma ferramenta
gráfica interessante para o planejamento das empresas.
Referências
AQUILANO, Nicholas J.; CHASE, Richard B.; JACOBS, F. Robert.
Administração da produção para vantagem competitiva. Porto Alegre:
Bookman, 2006.
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Capítulo 2 Planejamento e Controle da Produção
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C APÍTULO 3
Gestão de Estoques
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Capítulo 3 Gestão de Estoques
Contextualização
A gestão de estoques é o tópico abordado no Capítulo 3, em que será
discutido o conceito de estoque, suas funções e objetivos, bem como os aspectos
da previsão de demanda, das estimativas de custos de estoque e alguns
sistemas de gestão de estoques. Após este capítulo, você deverá compreender
os processos de planejamento de estoques, algumas considerações quanto
ao impacto de manter altos ou baixos estoques nas organizações e algumas
particularidades destas situações para o agronegócio.
Conceito de Estoque
Estoque é uma composição de materiais em processamento, semiacabados,
finalizados, que não estão sendo utilizados pela organização, mas que devem
estar disponíveis para o uso no futuro (CHIAVENATO, 1991). Os estoques são
mantidos pelas empresas por vários motivos, como para evitar incertezas, para
fundamentar planejamentos estratégicos e para obter vantagens de economia de
escala. Assim, há quatro tipos de estoque, conforme o quadro, a seguir:
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
Fonte: A autora.
Gestão de Estoque
O gerenciamento dos estoques é fundamental para a rentabilidade das
empresas. As estratégias de gestão de estoques abarcam a obtenção de
vantagens competitivas nas decisões relacionadas à compra, armazenamento,
venda e distribuição de produtos.
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Capítulo 3 Gestão de Estoques
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
Custos de Estoque
Considerando a importância dos custos na gestão dos estoques, é
fundamental analisar profundamente as despesas com este setor para poder
tomar decisões quanto ao nível de estoque e demais estratégias em que a
empresa deve incorrer. Mais ainda, historicamente os custos da produção
agropecuária no Brasil são menores do que os de outros países, mas as cadeias
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Capítulo 3 Gestão de Estoques
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
Níveis de Estoque
O controle de estoques e a definição de quais níveis de estoques serão
mantidos pelas organizações são definidos pela empresa e pelo setor de estoque.
Atualmente, grande parte das empresas possui um setor responsável pela
gestão de estoques, pois trata-se de um grande desafio planejar e controlar os
estoques mantendo níveis adequados, ou seja, que não aumentem os custos,
nem comprometam o processo de produção (BALLOU, 1993).
As empresas que operam com grandes estoques devem ser gerenciadas por
sistemas informatizados, em que a coleta de dados é efetivada cada vez que uma
transação é realizada, sendo que esta informação é registrada automaticamente,
apoiando o processo de tomada de decisão quanto à quantidade de materiais
solicitados (reposição do estoque) (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002).
Estes sistemas possibilitam também que os gestores possam ter acesso às
informações a qualquer momento.
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Capítulo 3 Gestão de Estoques
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
Atividades de Estudos:
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Capítulo 3 Gestão de Estoques
a) Lote econômico
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
2x Q x Cp
LEC=
Ce
Em que:
O sistema de duas gavetas talvez seja o sistema mais simples para controlar
os estoques (DIAS, 2005), sendo utilizado para materiais de baixo valor e pouca
importância relativa na organização. Neste processo, uma das gavetas (A) é
menor e comporta os materiais para o consumo durante o período de reposição e
a outra gaveta (B) contém estoque para todo o período. Assim, quando o estoque
de B termina (chega a ZERO), isto é um indicador de que uma nova compra ou
reposição é necessária. Para não interromper os processos rotineiros da empresa
durante esse tempo de compra/reposição dos materiais, os itens da gaveta A são
utilizados. No momento em que o conteúdo da gaveta precisa ser usado, a equipe
de vendas é notificada para repor estes itens.
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Capítulo 3 Gestão de Estoques
Uma vez que estes itens são de baixo valor, é racional não despender tempo
e dinheiro no controle e gerenciamento do estoque destes itens. Entretanto, eles
realmente precisam ser controlados e a alguém deve ser atribuída a tarefa de
garantir que, quando o estoque de reserva é atingido, um pedido seja emitido
(ARNOLD; CHAPMAN; CLIVE, 2004).
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
Fonte: A autora.
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Capítulo 3 Gestão de Estoques
g) JUST-IN-TIME (JIT)
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Capítulo 3 Gestão de Estoques
i) Sistema Kanban
Urgente
Atenção
Condições Normais
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Capítulo 3 Gestão de Estoques
Atividade de Estudos:
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
Algumas Considerações
Todas as etapas da gestão de estoques e da construção do planejamento
do quando e quanto as empresas têm que disponibilizar de materiais para seus
processos internos são extremamente relevantes para que os objetivos das
empresas sejam atendidos. Como analisamos neste capítulo, os estoques não
podem ser considerados de forma empírica, e a falta do controle e da estratégia
correta de sua gestão pode acarretar em aumento dos custos e falhas na
continuidade dos processos produtivos. Além disso, os valores investidos em
estoques poderiam ser utilizados em outras necessidades.
Referências
ABREU, Luís Fernando P. Gestão de estoque. In: Gestão de operações: a
engenharia de produção a serviço da modernização da empresa. (Coord. José
Celso Contador). São Paulo: Edgard Blücher, 1997.
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Capítulo 3 Gestão de Estoques
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
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C APÍTULO 4
Gestão Logística Integrada
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Capítulo 4 Gestão Logística Integrada
Contextualização
No Capítulo 4 será abordada a Gestão logística integrada, seus conceitos
e princípios; a Gestão e operações logísticas das Cadeias de suprimentos. Os
saberes que você levará após este capítulo incluem os conceitos e estratégias de
Gestão logística e como estabelecer uma proposta de gestão para as cadeias de
suprimento do agronegócio. Este capítulo foi dividido em duas partes. Na primeira
parte do capítulo, maior enfoque será dado para gestão das decisões logísticas
das empresas, pois as decisões das cadeias de suprimento serão abordadas na
segunda sessão de Gestão das cadeias de suprimentos.
Se, por um lado, na logística vamos nos ater à organização dentro das
instituições, na segunda parte, ao abordarmos a Gestão na cadeia de suprimentos,
vamos discutir do processo de gerenciamento dos fluxos de bens, de serviços,
de recursos financeiros, bem como as informações internas das cadeias de
suprimento, que incluem diversos agentes, como os fabricantes, os fornecedores
e os consumidores finais.
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
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Capítulo 4 Gestão Logística Integrada
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
Logística
• Foco é para dentro da empresa;
• Integração ocorre apelas entre os
elos mais próximos (fornecedores
e consumidores diretos);
• Indicadores logísticos (como
nível de estoques);
• Foco na operação em si;
• A tecnologia de informação é apenas
um apoio ao sistema de logística;
• Abordagem é majoritariamente técnica.
SCM
• Foco nas relações entre as empresas;
• Perspectiva sistêmica de toda a
cadeia de suprimentos envolvida;
• Indicadores de cadeia;
• Atencão à concepção das
prospotas e ações;
• Tecnologia de Informação é
a base das propostas;
• Abordagem mais do que técnica,
englobando o sucesso de todos
os negócios envolvidos.
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Capítulo 4 Gestão Logística Integrada
Gestão Logística
O gerenciamento de logística faz parte da Gestão das cadeias de suprimentos,
e se dedica a planejar, implementar e controlar o fluxo e o armazenamento de
bens, serviços e informações relacionadas entre o ponto de origem e o ponto de
consumo para atender aos requisitos dos clientes e dos objetivos da organização
(CSCMP, 2017). Como pode ser observado, o conceito apresentado é muito
semelhante aos que discutimos no Capítulo 1, em Administração de materiais.
Atualmente, esta área tem sido denominada de logística de suprimentos. Ao
denominarmos de logística temos uma ideia bem clara da importância dos fluxos
físicos que conduzem estes bens até os clientes finais, ou do cliente até voltar
para algum ponto do processo (como acontece na Logística reversa).
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
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Capítulo 4 Gestão Logística Integrada
Nesses casos, a logística reversa pode ser uma oportunidade de gerar valor
aos clientes, dando novos destinos aos bens, ou garantindo um processamento
correto dos resíduos perigosos (LEITE; BRITO, 2003). Um grande exemplo da
importância deste tipo de problema ocorreu com as novas proposições de produtos
para o mercado gourmet de café, como pode ser conferido no exemplo a seguir.
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
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Capítulo 4 Gestão Logística Integrada
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
Assim, temos três grandes objetivos das SCM: redução de custos, adição de
valor e gerar vantagem competitiva. A busca de valor agregado tem sido focada
na criação de bens e serviços customizados ou diferenciados, do desenvolvimento
de estratégias distintas, baseadas na cadeia de suprimento, para aumentar a
lucratividade, dos fornecedores e clientes (FIGUEIREDO, 2006).
a) Transporte
Para cargas vivas (como suínos, aves e ruminantes) esta questão é ainda
mais relevante, pois inclui preocupação com questões sanitárias (contaminação
de outras localidades com patógenos de risco zootécnico e zoonótico) e de
bem-estar dos animais que estão sendo transportados. Esta questão tende a se
tornar ainda mais relevante com o aumento das preocupações em relação aos
direitos e ao bem-estar desses animais de produção, como podemos perceber na
reportagem a seguir.
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Capítulo 4 Gestão Logística Integrada
• Modal rodoviário
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
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Capítulo 4 Gestão Logística Integrada
• Modal ferroviário
Este modal oferece vantagens para cargas maiores transportadas por longas
distâncias, mas é uma alternativa lenta, principalmente em decorrência do tempo
necessário para carga e descarga de produtos, além da necessidade de ter que
esperar que todos os vagões estejam ocupados para que seja lucrativa a saída do
trem. Nessa opção, o grande desafio é garantir os prazos de entregas e controlar
as perdas pelas más condições dos vagões que não são eficientes no controle
da umidade, que pode comprometer a qualidade dos grãos, tornando-os mais
suscetíveis a fungos e bactérias, por exemplo. Além disso, a má conservação
das vias reflete-se nas baixas velocidades do transporte, o que reduz sua
produtividade (WANKE; FLEURY, 2006).
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
• Modal aeroviário
Esta alternativa é uma opção rápida, mas muito mais cara do que as outras.
No entanto, oferece a grande vantagem de ser a opção mais rápida, por não
incluir os tempos de manuseio, coleta e entrega das cargas (BATALHA, 2007). O
modal aéreo apresenta custos fixos baixos (aeronave e sistemas de manuseio),
mas seus custos variáveis são os mais elevados: combustível, recursos humanos
e manutenção (WANKE; FLEURY, 2006). Apesar da rapidez, confiabilidade
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Capítulo 4 Gestão Logística Integrada
• Modal dutoviário
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
Modal Participação no
de Redes físicas e equi- transporte
Principais produtos transportados
trans- pamentos Brasil EUA
porte (t-km) (t-km)
Ferrovias, locomo-
roviário
13% 16%
e terminais. leite, suco de laranja, alimentos
prontos para o consumo.
droviário
Hidrovias, navios,
Grãos, açúcar, carros e produtos
embarcações e por- 61% 26%
Hi-
químicos.
tos.
Aerovias, aviões e
Produtos urgentes como documen- <1% <1%
aeroportos.
tos, flores, frutos do mar de alto
valor.
Redes de tubulação,
Petróleo, gás natural, água, esgo-
Dutoviário
bombas, tanques
to, materiais secos pulverizados e
de armazenagem e 5% 20%
produtos a granel, como farinha em
estações de bombea-
suspensão aquosa.
mento.
104
Capítulo 4 Gestão Logística Integrada
Atividade de Estudos:
Ferroviário
Rodoviário
Hidroviário
Aeroviário
Dutoviário
b) Instalações
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106
Capítulo 4 Gestão Logística Integrada
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
108
Capítulo 4 Gestão Logística Integrada
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
Atividades de Estudos:
110
Capítulo 4 Gestão Logística Integrada
111
GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
• Outsourcing
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Capítulo 4 Gestão Logística Integrada
• Benchmarking
AS ETAPAS DO BENCHMARKING
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
Algumas Considerações
Chegamos ao final de uma jornada interessante por vários conceitos de
Logística, Logística integrada e de Gestão de cadeias de suprimentos, além de
suas contribuições, aplicações e restrições no mundo do agronegócio. Neste
capítulo abordamos alguns pontos gerais sobre as estratégias de gestão das
organizações e das cadeias do agronegócio, destacando a seleção de modais
de transportes e conhecendo alguns softwares e estratégias para aumentar a
eficiência e o fluxo de informações entre as organizações.
Referências
BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento,
organização e logística empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2006.
114
Capítulo 4 Gestão Logística Integrada
ECRBRASIL. Associação ECR Brasil. Saiba tudo sobre a ECR. Disponível em:
<https://goo.gl/4HufLb>. Acesso em: 9 out. 2017.
115
GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
FARIA, A. C.; ROBLES, L. T.; BIO, S. R. Custos logísticos: discussão sob uma
ótica diferenciada. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CUSTOS, 11., 2004, Porto
Seguro. Anais... Porto Seguro: Fundação VISCONDE DE CAIRU, 2004.
116
Capítulo 4 Gestão Logística Integrada
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
118
C APÍTULO 5
Gestão de Recursos Patrimoniais
120
Capítulo 5 Gestão de Recursos Patrimoniais
Contextualização
Para finalizarmos os estudos da gestão em agronegócio, abordaremos os
conceitos e os princípios da gestão de recursos patrimoniais, como funciona a
depreciação de patrimônios rurais, além de como organizar estes recursos.
Ao final desta jornada, você conhecerá os conceitos e princípios da gestão de
recursos patrimoniais e sua aplicação nas empresas rurais. Mais ainda, conseguirá
estabelecer a depreciação e vida econômica dos recursos patrimoniais e propor
um plano de organização e codificação destes recursos nas empresas rurais.
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GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
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Capítulo 5 Gestão de Recursos Patrimoniais
OrganizaçãodosRecursosPatrimoniais
A gestão dos ativos imobilizados é realizada registrando, controlando
e codificando os bens imobilizados. O controle usualmente é feito em fichas
individuais, em sistemas computacionais, em que são descritos dados como a
data de requisição, o código do material, seu valor inicial, o prazo de depreciação,
entre outros. Nesse escopo, a gestão patrimonial possui três grandes objetivos,
conforme a Figura 22.
Fonte: A autora.
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Controle de Bens
O controle dos bens é realizado para identificar os materiais que serão usados
pela organização, para que estes não sejam confundidos, perdidos ou estragados
durante sua utilização. Para isso, são utilizados vários sistemas de numeração
sequenciada (podendo seguir os parâmetros de codificação no Capítulo 1), que
pode ser identificada com etiquetas, placas, adesivos, carimbos etc. Fisicamente,
o controle é realizado com o lançamento destas informações em um sistema de
controle patrimonial de bens.
Inventário
Um inventário tem o objetivo de estabelecer auditoria permanente de
estoques, para garantir a plena confiabilidade e exatidão de registros contábeis e
físicos, essencial para que o sistema funcione com a eficiência requerida (VIANA,
2002). Podem ser feitos inventários de bens e inventários físicos.
a) Inventário de Bens
b) Inventário Físico
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Esse tipo de inventário pode ser realizado para o controle de quaisquer tipos
de estoques como matéria-prima, componentes, material em produção, materiais
de manutenção, materiais de expediente, produtos finalizados, mercadorias em
lojas e supermercado, além de ativos imobilizados etc.
Para ser efetivo, o inventário deve ser realizado com dados atualizados, o
que significa que todos os registros de movimentações devem ser atualizados
e estarem corretos até a data do inventário. Durante o inventário, os registros
devem ser suspensos para evitar erros, além disso, devem ser realizados de forma
integrada com as atividades básicas de planejamento, compras, armazenagem e
contabilidade para elaborar de forma eficiente um planejamento de gestão dos
materiais, conforme normas, diretrizes e procedimentos voltados ao atendimento
das necessidades da unidade.
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Capítulo 5 Gestão de Recursos Patrimoniais
Tombamento de Bens
O tombamento é um procedimento de identificação de um bem patrimonial,
efetuado quando o bem é incorporado ao patrimônio da organização. Neste
processo, são cadastradas nos bancos de dados as informações essenciais do
bem e este recebe um número patrimonial, pelo qual passa a ser identificado.
Uma etiqueta ou gravação que contenha o número de registro é fixada no bem,
sempre que for possível. Oficialmente, o Ato da Mesa nº 63/1997, da Câmara dos
Deputados (1997) define tombamento como: [...] é o ato de inscrever o bem no
registro patrimonial, com a concomitante afixação do respectivo código numérico
mediante plaqueta, gravação, etiqueta ou qualquer outro método adequado às
suas características [...]”.
Depreciação
A depreciação é a diminuição do valor dos bens físicos por desgaste ou
perda de utilidade pelo uso, ação da natureza ou obsolescência. Contabilmente,
a depreciação é uma parcela do custo de produção em função do desgaste do
ativo, do ponto de vista econômico é compreendida como uma origem de recursos
para a empresa (BATALHA, 2007). Oficialmente, a depreciação é a diminuição
do potencial de geração de serviços por ativos de longa duração, ocasionada
pelos seguintes fatores: deterioração física, desgaste com uso e obsolescência
(SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL, 2014).
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C0 − R
d=
n
Em que:
Cn
T =1− n
C0
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Em que:
100.000 - 30.000
d= =14.000
5
Cn = C N − 1 − d
Em que:
Cn = valor contábil na data n
30.000
T=1- 5
100.000
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T = 21,4%
Fonte: A autora.
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Capítulo 5 Gestão de Recursos Patrimoniais
Algumas Considerações
Ao longo deste capítulo, foram apresentados inúmeros conceitos referentes
aos bens patrimoniais, aos ativos imobilizados, sua gestão, controle e algumas
atividades desta área, como inventário e cálculos de depreciação. Porém, o
objetivo deste capítulo foi apresentar a importância da gestão, instigando você,
aluno, a buscar outras inovações e casos de aplicação de estratégias para a
gestão dos recursos patrimoniais das organizações do agronegócio.
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Referências
BATALHA, Mário Otávio (Coord.). Gestão agroindustrial: GEPAI: grupo de
estudos e pesquisas agroindustriais. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 2 v. v. 1.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
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