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Sumário

Capítulo 01 – Conceitos, definições, introdução e abordagem histórica....................... 03


Introdução............................................................................................................................... 04
Definições e conceitos............................................................................................................ 07

Capítulo 02 – Logística e Cadeia de Suprimentos............................................................. 09


Diferença entre Logística e Gestão da Cadeia de Suprimentos............................................. 10
O Profissional de Logística..................................................................................................... 12
Os tipos de atividades de logística......................................................................................... 14
Planejamento logístico............................................................................................................ 19
Proposta de Atividades Extras................................................................................................ 22

Capítulo 03 – Administração de Estoques.......................................................................... 23


Introdução................................................................................................................................ 24
Gestão de Estoque.................................................................................................................. 24
Estoque mínimo....................................................................................................................... 25
Classificação ABC dos itens.................................................................................................... 27
Características da Classificação ABC...................................................................................... 28
Almoxarifado............................................................................................................................. 29
Centro de Distribuição.............................................................................................................. 31
Equipamentos de Movimentação de Cargas............................................................................ 39
Tipos de Embalagens............................................................................................................... 45
Proposta de Atividades Extras.................................................................................................. 49

Capítulo 04 – Formas de Transportes................................................................................... 50


Introdução................................................................................................................................. 51
Modal Rodoviário...................................................................................................................... 51
Modal Ferroviário...................................................................................................................... 53
Modal Aeroviário....................................................................................................................... 54
Modal Hidroviário...................................................................................................................... 55
Modal Dutoviário....................................................................................................................... 56
Comparação entre os modais................................................................................................... 58
Transporte Intermodal e Multimodal.......................................................................................... 59
Panorama atual dos transportes no Brasil................................................................................. 60
Proposta de Atividades Extras................................................................................................... 62
Curiosidades: EADI x Entreposto Aduaneiro............................................................................. 63
Proposta de Pesquisa de Conteúdo....................................................................................... 66

Capítulo 05 – Glossário de Logística...................................................................................... 67


Bibliografia................................................................................................................................ 83

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INTRODUÇÃO

Poucas áreas de estudo têm um impacto tão significativo no padrão de vida da sociedade
como a logística. Praticamente todas as áreas da atividade humana são afetadas, direta ou
indiretamente pelo processo logístico.

• Tente imaginar uma campanha publicitária de vários milhões de dólares e quando o


comprador vai procurar o produto ele não o encontra.

• Como seria possível comprar uma camisa de seda feita na China em uma loja em São
Paulo?

• Porque um quilo de tomate é tão barato no campo e custa tão caro no supermercado?

• Qual deve ser a embalagem ideal para um iogurte? E para uma bijuteria?

• Porque o transporte de carga aérea, muito mais cara que os outros modais, esta tendo
um crescimento tão grande no Brasil e no mundo?

As dúvidas e questionamentos acima, assim como muitas outras, exemplificam a influência da


logística no nosso dia-a-dia e por isso é tão importante o nosso entendimento do processo
logístico.

No início de 1.991, o mundo presenciou um exemplo dramático da importância da logística.


Como precedente para a Guerra do Golfo, os Estados Unidos e seus aliados tiveram que
deslocar grandes quantidades de materiais a grandes distâncias, o que se pensava ser em um
tempo impossivelmente curto. Meio milhão de pessoas e mais meio milhão de materiais e
suprimentos tiveram que ser transportados através de 12.000 Km de distância por via aérea,
mais 2,3 milhões de toneladas de equipamentos transportados por mar - tudo isto feito em
questão de meses.

Ao longo da história do homem, as guerras têm sido ganhas e perdidas através do poder e da
capacidade da logística - ou a falta deles. Argumenta-se que a derrota da Inglaterra na Guerra
da Independência dos Estados Unidos pode ser em grande parte, atribuída a uma falha
logística. O exercito britânico na América dependia quase que totalmente da Inglaterra para os
suprimentos. No auge da guerra, havia 12.000 soldados no ultramar e grande parte dos
equipamentos e da alimentação partia da Inglaterra. Durante os primeiros 6 anos da guerra, a
administração destes suprimentos vitais foi totalmente inadequada, afetando o curso das
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operações e a moral das tropas. Até 1.781 eles não tinham desenvolvido uma organização
capaz de suprir o exército e, àquela altura dos acontecimentos, já era muito tarde.

Na Segunda Guerra Mundial, também a logística teve um papel preponderante. A invasão da


Europa pelas Forças Aliadas foi um exercício de logística altamente proficiente, tal como foi a
derrota de Rommel no deserto. O próprio Rommel disse uma vez que "...antes da luta em si,
uma batalha é ganha ou perdida pelos serviços de intendência".

Entretanto, enquanto os generais e marechais dos tempos remotos compreenderam o papel


crítico da logística, estranhamente, somente num passado recente é que as organizações
empresariais reconheceram o impacto vital que o gerenciamento logístico pode ter na
obtenção da vantagem competitiva. Em parte, deve-se esta falta de reconhecimento ao baixo
nível de compreensão dos benefícios da logística integral. Enquanto Arch Shal, escrevendo em
1.915, mostrava que:

As relações entre as atividades de criação de demanda e o suprimento físico ilustram a


existência dos princípios de interdependência e equilíbrio. Uma falta de coordenação de
qualquer um destes princípios ou ênfase ou dispêndio indevido com qualquer um deles vai
certamente perturbar o equilíbrio de forças que representa uma distribuição eficiente.

A distribuição física das mercadorias é um problema distinto da criação da demanda. Não são
poucas as falhas nas operações de distribuição devido à falta de coordenação entre a criação
da demanda e a fornecimento físico.

Ao invés de ser um problema subseqüente, esta questão do fornecimento deve ser enfrentada
e respondida antes de começar o trabalho de distribuição"

Os princípios de gerenciamento logístico levaram uns 70 anos ou mais para ser claramente
definidos.

Nos últimos anos, a economia mundial e a economia brasileira têm sofrido mudanças
importantes. Fusões, aquisições e alianças estratégicas têm se multiplicado. Parte considerável

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destas mudanças relaciona-se com profundas alterações nos sistemas de valores de todos os
segmentos da economia. A busca da competitividade relaciona-se cada vez mais com a busca
do ótimo sistêmico além das fronteiras da empresa. Neste contexto, a Administração Logística
ganha nova dimensão, envolvendo a integração de todas as atividades ao longo da cadeia de
valores e do sistema de valores, dos insumos até o cliente final.

A partir da década de 80, no Brasil, a Empresa deixou de ser uma Entidade Econômica
Individual e passou a ser uma Entidade Econômica Compartilhada de um lado, com os seus
Fornecedores e, do outro, com os seus Clientes.

Considerando desta forma, identificamos o conceito de Clientes e Fornecedores externos e, a


partir dai, o surgimento do conceito de parcerias entre estas entidades econômicas.

O papel básico da Empresa, em termos operacionais é transformar insumos em produtos para


atender as necessidades do mercado e, assim sendo, podemos considerar as empresas nos
diferentes segmentos, ou seja, industrial, comercial, serviços, etc.

Neste conceito, a função do Fornecedor é fornecer insumos, da Empresa é transformar os


insumos em produtos acabados e, do Cliente é consumir estes produtos. Considerando este
contexto, a Gestão de Operações consiste na Logística dos Processos básicos da Empresa, ou
seja, Comprar, Produzir e Vender.

No momento que a Empresa torna-se uma entidade econômica compartilhada, a Gestão de


Operações integra a Logística de Comprar junto aos fornecedores, a Logística de Produzir
junto à produção e a Logística de Vender junto aos clientes. Portanto, a Logística passa a ser
encarada como Logística Integral formada por um fluxo de informações que parte do cliente e
chega ao fornecedor a nível de um pedido e, por um fluxo físico que parte do fornecedor e
chega ao cliente como um produto acabado.

A figura a seguir demonstra esta integração:

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FORNECEDOR EMPRESA CLIENTE

Transformar
Fornecer Consumir
Insumos em
Insumos Produtos
Produtos
Acabados

FLUXO DE INFORMAÇÕES

Lo gí s ti ca In te gra l

FLUXO FÍSICO

DEFINIÇÕES E CONCEITOS

“A logística empresarial trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem que


facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria prima até o ponto de
consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento,
com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo
razoável”. (Ballou, Logística Empresarial, p. 24)

“A logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e


armazenagem de materiais, peças e produtos acabados (e os fluxos de informações correlatas)
através da organização e seus canais de marketing, de modo a poder maximizar as
lucratividades presente e futura através do atendimento dos pedidos a baixo custo”.
(Christopher, Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, p. 2)

A Logística Integral é o Planejamento e o Controle Total do Fluxo de Informação e do Fluxo


Físico, integrando Todas as Atividades, com o objetivo de aumentar o Nível de Atendimento ao
Cliente com o menor Volume de Recursos Envolvidos na Cadeia Produtiva (J. C. Ferrante).
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A Logística é o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo e armazenagem
eficientes e de baixo custo de matérias primas, estoque em processo, produto acabado e
informações relacionadas, desde o ponto de orígem ao ponto de consumo, com o objetivo de
atender aos requisitos dos clientes (Council of Logistics Management).

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DIFERENÇA ENTRE LOGÍSTICA E GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS

É comum fazer confusão entre Gestão da Cadeia de Suprimentos (GCS) e Logística. Já ouvi
uma pessoa dizer que acha que GCS é somente um nome mais bonito e moderno. O fato é
que a GCS envolve um escopo muito maior do que a Logística.

Estrutura da rede de uma Cadeia de Suprimentos. Fonte – Lambert ET al., 1998.

Tradicionalmente, a Logística trata da movimentação e armazenagem de produtos. Isto é


somente um pedaço do que engloba a Gestão da Cadeia de Suprimentos. Podemos separar as
atividades da GCS em quatro categorias: Planejamento, Compras, Produção e Entrega. Isso
não quer dizer que a GCS substitui outros setores da empresa, e sim que se integra com estas
áreas para obter mais eficiência nas operações da organização.

Planejamento:

• Previsão de demanda: criar previsões realistas de quanto produto será necessário e


aonde.

• Precificação: participar do processo de valoração do produto.

• Gestão de Inventário: determinar a quantidade de material que será armazenada, e seu


fluxo, para atingir as metas planejadas.

Compras:

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• Seleção de fornecedores: avaliar os possíveis fornecedores não só pelo melhor preço,
mas também pela garantia de um fluxo correto de materiais.

• Contas a pagar: integrar o fluxo de materiais, cada vez mais complexo, com as
atividades de contas a pagar.

Produção:

• Desenvolvimento de produtos: participar desde a fase de idealização do produto, com o


objetivo de influenciar um desenvolvimento compatível com uma otimização dos custos
logísticos.

• Cronograma de produção: influenciar ou até definir o cronograma de produção (em


função da demanda) para redução de custos da operação.

• Gestão de Instalações: apoiar na gestão de equipamentos, suprimentos e consumíveis.

Entrega:

• Gestão de Transportes: coordenar a movimentação de materiais pelos diversos meios


disponíveis.

• Gestão de Pedidos e Entregas: coordenar junto às áreas administrativas os pedidos dos


clientes, para melhorar tempos de entrega mantendo os custos operacionais sob
controle.

Esta lista não é necessariamente completa. A GCS está cada vez mais integrada com a
Tecnologia da Informação, por exemplo. Mas isto ocorre em todas as categorias. Além disso,
cada organização pode aplicar o conceito de integração a mais ou menos áreas.

Como podemos ver, o conceito de GCS é muito mais amplo. A Logística “antiga” era algo
separado das outras áreas, enquanto a GCS é integrada. Antes a influência do profissional de
logística era limitada à movimentação de materiais, enquanto agora deve participar de todo o
ciclo de vida do produto.

Não é incomum dizer “Logística” ou “Gestão da Cadeia de Suprimentos” é somente


terminologia, já que uma empresa pode ter uma logística integrada, mas é importante conhecer
as diferenças entre os conceitos e avaliar se a empresa tem uma operação moderna e
participativa.

No esboço abaixo, há a exemplificação clássica de como a Cadeia de Suprimentos funciona.


As informações seguem e são processadas a partir de um fluxo contrário em relação ao
produto.

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O PROFISSIONAL DE LOGÍSTICA

O profissional de logística é responsável por fornecer todos os recursos para a execução das
atividades de uma empresa, bem como o transporte, processamento de pedidos, os materiais,
o armazenamento de mercadorias e de informações, e vários outros. O papel principal do setor
de logística é planejar, controlar e implementar e o fluxo de armazenamento eficiente e
econômico das matérias-primas e da produção, bem como detectar todas as informações
referentes, além de ser responsável pelo planejamento da distribuição e controlar tudo na parte
da produção ao consumo.

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A logística é dividida em dois tipos de atividades: as principais, que são todos os serviços de
transportes, manutenção de estoques e processamento de pedidos; e as secundárias, que são
o armazenamento, manuseio de materiais, suprimento, embalagens, planejar os sistemas de
informação.

As principais características de um profissional de logística é entender o funcionamento de


empresas, de produção e distribuição, capacidade de organização, visão de projeto, raciocínio
rápido, responsabilidade, habilidades com números, facilidade de coordenar equipes,
paciência, habilidade para resolver situações adversas, agilidade, habilidade para lidar com
pessoas e metodologia.

As principais atividades de um profissional de logística são as de organizar a parte de logística


da empresa, prestar consultoria, gerenciar o setor de suprimentos, como matérias-primas para
a produção, e recursos, simular distribuições para elaborar formas de aumentar a rentabilidade,
analisar a rentabilidade dos negócios a serem feitos e maneiras de maximizar os lucros,
organizar aspectos relacionados com a produção, produzir relatórios de controle de riscos nos
negócios, gerenciar transportes das mercadorias com o menor custo possível, controlar o
armazenamento da produção, processar os pedidos, controlar o armazenamento da produção,
organizar o sistema de embalagens, realizar a entrega do produto ou serviço no dia e na hora
combinada, elaborar estratégias de diminuição de gastos.

Profissionais trabalhando na movimentação de cargas

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OS TIPOS DE ATIVIDADES DE LOGÍSTICA

As principais atividades do processo logístico são muito abrangentes, elas vão da Produção até
a Distribuição, passando pela Gestão de estoques e a Armazenagem. Tudo deve estar
alinhado e sincronizado para que possamos falar que existe alguma logística em nossa
operação.

Vamos analisar, de maneira resumida, cada uma dessas etapas:

1) Produção:

Até a revolução industrial a produção seguia o modelo artesanal. Com a necessidade de


produção e de se conseguir economia de escala, inicia-se o período de análise de tempo e
movimento, onde é demonstrado que: Com um trabalhador especializado em sua função, e a
própria segmentação de funções, alcançamos uma maior e mais eficaz produção. Nesse ponto
temos que destacar Frederick W. Taylor (1856-1915), Jules Henri Fayol (1863-1947) e Henry
Ford (1863-1947). Estamos vivendo o ápice da produção empurrada. A preocupação é de
produzir muito e pelo menor preço. Os produtos vendem-se sozinhos. A diferença entre o
produzido e o vendido vai para os estoques.

Depois do fim da Segunda Guerra Mundial, o mercado mundial havia passado por drásticas
mudanças. O Japão, completamente arrasado, conta com um pequeno mercado consumidor,
capital e matéria prima escassos. E a mão de obra não é especializada. Em um cenário como
esse, implantar um modelo de produção Taylorista-Fordista seria suicídio.

Os japoneses então criam e adotam um modelo de produção no qual o objetivo é produzir


poucas quantidades de muitos modelos e produtos. Tudo voltado para o mercado externo e
tendo a demanda, e não mais a economia de escala, como foco. A produção agora é puxada,
puxada pela demanda.

Seu objetivo era gerar divisas para obtenção de matérias primas, alimentos, equipamentos
industriais etc. Estava nascendo o Toyotismo, no qual temos como características principais: A
mecanização flexível, o sistema Just-in-time, a customização de produtos e a criação de uma
mão de obra, capaz de realizar varias funções dentro de uma mecanização flexível.

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Entre as operações associadas ao sistema Just-In-Time destacam-se:

a) A produção em condomínio: No qual fornecedores e empresa principal reúnem-se


fisicamente em um mesmo local, com fim de produzir, através de módulos e puxados pela
demanda os produtos finais da empresa principal.

b) O adiamento da finalização da produção: No qual a montagem final dos produtos é realizada


o mais próximo possível da venda ou de sua aplicação.

Linha de produção de produtos duráveis e de consumo

2) Gestão de estoques:

A gestão de estoques no varejo brasileiro foi, durante muito tempo, relegada a um segundo
plano nas preocupações dos gestores das empresas varejistas. Antes da época inflacionária,
em virtude da quase inexistência de grandes redes varejistas e, portanto, pouquíssima
competição, a maioria das lojas era gerenciada por seus proprietários e estes executavam a
gestão de seus negócios utilizando sua experiência prática. Faziam reposição de mercadorias
ou compra dos itens "da moda" quando visitados por representantes dos fornecedores,
definindo quantidades a comprar de maneira empírica.

A atividade varejista no Brasil teve o desenvolvimento de seus métodos de gestão de maneira


tardia quando comparados ao ambiente industrial. Especialmente os métodos e processos
relativos à gestão dos estoques e compras somente começaram a ser estudados de maneira
mais sistemática após a divulgação no Brasil dos movimentos chamados QR – resposta rápida
e ECR – resposta eficiente ao consumidor.

Durante o período das altas taxas de inflação, os custos de manutenção de estoques era
facilmente minimizado devido aos ganhos financeiros. Com a estabilização financeira todos
tiveram que reaprender a trabalhar. Os custos na manutenção de estoques, agora podem até
fechar as portas de uma empresa. E muitas empresas fecharam as portas.
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Estocagem de matérias primas e produtos acabados

Um dos assuntos mais importantes na gestão de estoques é a previsão da demanda. Um erro


pode levar a falta de produtos ou ao excesso. Agora imaginem o custo de um desses erros.

Outro ponto importante é a localização do estoque: Podemos manter um estoque central ou


loja-a-loja, ponto-a-ponto (descentralizado)... Todos apresentam vantagens e desvantagens.

Vamos analisar os pontos que devem ser considerados:

a) Tempo de resposta (quanto tempo à empresa demora em atender a um pedido).

b) Giro do produto (giro alto necessita de descentralização).

c) Valor agregado (alto valor agregado necessita de centralização).

d) Exigência de disponibilidade do material (por parte do mercado consumidor).

3) Armazenagem:

Uma unidade de armazenagem pode ser utilizada de diversas formas e assim contribuir para o
bom andamento da estratégia global que envolve a operação comercial de determinada
empresa.

Podemos por exemplo:

- Em um modelo de CD – Central de Distribuição – receber os produtos de diversos


fornecedores para posterior distribuição para suas lojas. Normalmente, nesse modelo, os

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produtos são entregues pelo fornecedor na central de distribuição e de acordo com os pedidos
das lojas, distribuído.

- Modelo de distribuidora. Isso é, uma unidade de armazenagem em que são estocados


diversos produtos que serão entregues para diversos clientes de acordo com os pedidos
gerados pelos mesmos.

Operações em instalações de armazenagem.

As quatro atividades básicas:

a) Recebimento (entrada dos produtos e as dividas verificações).

b) Estocagem (direcionamento do produto para seu ponto-de-guarda).

c) Administração de pedidos (processamento dos pedidos, emissão da lista de separação


picking e criação do circuito lógico para separação).

d) Expedição (conferência entre o pedido e o que foi separado, emissão das documentações,
programação das entregas –rotas- e controle do embarque das mercadorias... O trabalho só
acaba quando acontece o aceite da mercadoria por parte do cliente).

Recebimento, controle e expedição de mercadorias

Localização das unidades de armazenagem:

Existem duas teorias quanto à localização de estoques:

a) Teoria da pulverização de estoques (atendimento efetivo ao cliente).

b) Teoria da centralização de estoques (redução de custos).


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Vista da área de estocagem num Centro de Distribuição

4) Distribuição:

A movimentação de cargas permite que os produtores coloquem seus produtos exatamente


onde seus consumidores estão.

Atualmente, a grande maioria das empresas deve e quer trabalhar com os menores estoques
possíveis. Seja de matérias-primas ou produtos acabados. Em um cenário como esse à
distribuição é um dos fatores mais importantes.

Quando falamos de distribuição, inevitavelmente estamos falando de transportes. E quando


falamos de transporte falamos de custo e confiabilidade.

Pense no impacto que o transporte pode ter na percepção do cliente quanto ao preço e
qualidade do produto.

Modalidades (modais) de transporte:

a) Rodoviário;

b) Aéreo;

c) Aquaviário;

d) Ferroviário;

e) Dutoviário;
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Cada modal apresenta características, vantagens e desvantagens próprias. Se o objetivo for
velocidade e o produto a ser transportado for de alto valor agregado, o modal aéreo pode ser
uma boa opção. Ao contrário, para produtos pesados, volumosos e de baixo valor agregado, o
transporte aquaviário e ferroviário poderia ser uma ótima opção. Aliás, o transporte ferroviário
poderia ser a solução: Para a redução de custos de nossos produtos, para melhoria do meio
ambiente (em substituição do rodoviário) e para viabilizar a industrialização de áreas distantes,
entre outros pontos.

A combinação de modais:

Para otimizar e até mesmo viabilizar os processos logísticos de transporte, podemos utilizar: A
Intermodalidade (utilização conjunta de mais de um modal, no qual são utilizados documentos
fiscais individuais para cada tipo de modal). E a Multimodalidade (Integração total da cadeia de
transporte, com gerenciamento integrado e a utilização de um só documento fiscal em toda a
operação). Reservamos um capítulo inteiro para detalhar todas as características de cada
modal.

PLANEJAMENTO LOGÍSTICO

Quando falamos em planejamento logo pensamos em uma organização (empresa), porém o


planejamento faz parte de nossas vidas. Algumas pessoas possuem maior habilidade para lidar
com o planejamento, mas outras nem tanto. Tudo isto por conta de não aprendermos a
estabelecer metas, quando pequenos, para alcançar os nossos objetivos. O planejamento é
uma ferramenta importante para se alcançar uma meta, e se tivermos este principio obteremos
o sucesso esperado.

Dentro das organizações destacamos três perspectivas diferentes quanto ao planejamento:


estratégico, tático e operacional, mas quando falamos em planejamento logístico estas três
perspectivas, cada uma com o seu grau de participação é de grande importância para o
sucesso na realização e concretização do que foi planejado.

Quando a organização não acredita na importância em saber qual o melhor caminho a seguir
ou o que deve fazer, estará a mercê de um mercado cada vez mais consciente e competitivo, e
em um curto espaço de tempo pode ser massacrado pela concorrência, pois novas idéias
podem substituir o seu produto e/ou serviço.

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Planejamento envolve escolher um destino, avaliar alternativas caso aconteça uma situação
inesperada e determinar o caminho ao qual se deseja chegar.

Encontramos nas literaturas algumas definições sobre os processos que envolvem a Logística,
dentre elas destacamos Bowersox (2001) que faz referência da importância de conhecer as
principais atividades para controlar e planejar de forma adequada. É de competência da
Logística a coordenação de áreas funcionais da empresa desde a avaliação de um projeto de
rede, englobando localização das instalações (inclusive estrutura interna, quantidade), sistema
de informação, transporte, suprimentos, armazenagem até se atingir um processo de criação
de valor para o cliente, é de grande importância no planejamento logístico.

O planejamento logístico deve ser realizado depois da elaboração dos fluxos de processos
envolvidos na Gestão da Cadeia de Suprimentos, desde o fornecedor de sua matéria-prima até
a entrega do produto no seu cliente. Assim a empresa poderá focar os principais processos
que necessitam de um melhor planejamento para obter melhores resultados. Em detalhes os
principais processos comentados, para inicio do nosso planejamento:

Localização das Instalações: Influencia o recebimento e distribuição dos produtos. A empresa


deve definir o(s) modal(is) de transporte, armazenagem e distribuição que pretende utilizar.
Uma boa localização possibilita a implantação de ferramentas logísticas que reduzem material
em estoque e espaço físico, proporcionando redução significativa de custo nestes processos.

Sistema de informação: O mercado oferta cada vez mais um número maior de “soluções
informatizadas” para os processos logísticos, por este motivo é de grande importância
conhecer os processos que envolvem as operações de sua empresa antes de comprar um
software. A falta de colocar todos os processos de forma detalhada, compromete o sucesso da
implementação, gerando muitas vezes transtornos e situações desagradáveis como as
conhecidas customizações no sistema.

Leitores de códigos de barras: solução da Tecnologia da Informação para logística

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Suprimentos: Definir o que estocar e quanto estocar, caracteriza o início de um ciclo da cadeia
logística e tem como elementos:reduzir os tempos de fornecimento de materiais, receber
produtos de melhor qualidade, reduzir os estoques, ter produtos sempre que necessário, saber
a previsão de demanda, efetuar o planejamento das necessidades (materiais e recursos),
desenvolvimento de novas fontes de fornecimento, compras e seus respectivos controles.

Armazenagem: Serve para lidar com as incerteza e flutuações que por ventura podem
acontecer. Porém algumas atividades são de suma importância para os processos de uma
armazenagem consciente como; compreensão das operações e do tempo, recebimento de
produtos, estocagem dos produtos, manutenção da acuracidade dos produtos estocados,
embalagem, processamento de pedidos, treinamento e conhecimento dos processos por parte
dos colaboradores da organização, são fundamentais.

Transporte: A escolha do modal de transporte está diretamente ligada as necessidades da


empresa, onde devemos analisar o custo, velocidade e confiabilidade. A definição entre
transporte próprio ou contração de um terceiro é fundamental, pois aí pode estar o seu
diferencial competitivo.

Saber onde desejamos chegar trará uma visão mais ampla e clara do que e como devemos
planejar os nossos processos logísticos, para poder chegar no destino certo conforme
estabelecido pela nossa Meta.

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PROPOSTA DE ATIVIDADES EXTRAS

1. Avance seus estudos e pesquise sobre os sistemas chamados ERP - Enterprise


Resource Planning, ou seja, Sistemas Integrados de Gestão Empresarial, são softwares
desenvolvidos para integrar os diversos departamentos da empresa cuja logística faz
parte: O que é? Como é implantado? Quais são as vantagens e desvantagens? Etc.

2. Aumente seu conhecimento sobre incentivos à importação e exportação. Vários estados


concedem incentivos para melhorar as importações e exportações no Brasil. Liste
alguens desses incentivos com suas características, o estado que concede e quais são
as vantagens de concebê-lo;

3. Existem alguns sistemas de produção que interferem diretamente no estoque de


materiais, tais como Kanban e Just in Time. Com o intuito de ampliar seu conhecimento,
pesquise um pouco mais sobre esses sistemas enumerando quais são os benefícios e
as desvantagens de cada um desses sistemas.

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Gestão em Logística 23
INTRODUÇÃO

A gestão de estoque visa, portanto, numa primeira abordagem, manter os recursos ociosos
expressos pelo inventário, em constante equilíbrio em relação ao nível econômico ótimo dos
investimentos. O controle de estoques é parte vital do composto logístico, pois estes podem
absorver de 25% a 40% dos custos totais, representando uma porção substancial do capital da
empresa.

A administração de estoques é de importância significativa na maioria das empresas, tanto em


função do próprio valor dos itens mantidos em estoque, associação direta com o ciclo
operacional da empresa. Da mesma forma como as contas a receber, os níveis de estoques
também dependem em grande parte do nível de vendas, com uma diferença: enquanto os
valores a receber surgem após a realização das vendas, os estoques precisam ser adquiridos
antes das realizações das vendas. No meio empresarial, se por um lado o excesso de
estoques representa custos operacionais e de oportunidade do capital empatado, por outro
lado níveis baixos de estoque podem originar perdas de economias e custos elevados devido à
falta de produtos.

GESTÃO DE ESTOQUES

A gestão de estoque é, basicamente, o ato de gerir recursos ociosos possuidores de valor


econômico e destinado ao suprimento das necessidades futuras de material, numa
organização. Os investimentos não são dirigidos por uma organização somente para
aplicações diretas que produzam lucros, tais como os investimentos em máquinas e em
equipamentos destinados ao aumento da produção e, conseqüentemente, das vendas.

A gestão de estoques é um conceito que está presente em praticamente todo o tipo de


empresas, assim como na vida cotidiana das pessoas. Desde o início da sua história que a
humanidade tem usado estoques de variados recursos, de modo a suportar o seu
desenvolvimento e sobrevivência, tais como ferramentas (GARCIA et al., 2006, p.9).

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ESTOQUE MÍNIMO OU ESTOQUE DE SEGURANÇA

O Estoque Mínimo - também conhecido como Estoque de Segurança, é a quantidade mínima


que deve existir no estoque. Ela se destina a cobrir os atrasos de reposição por parte do
fornecedor, e tem a finalidade de garantir que o produto não irá faltar.

As principais causas de faltas de estoque, normalmente são:

• Picos de consumo.

• Atraso na entrega por parte do fornecedor.

A empresa deve estar atenta a estes fatos para ter um bom controle de estoque e fazer com
que se mantenha o fluxo de vendas normalmente. Ao estabelecer os valores de estoque
mínimo, tenhamos que ter em mente que um estoque mínimo muito elevado irá representar
custos de aquisição e armazenagem, já por outro lado, um estoque mínimo muito baixo poderá
causar os chamados "custos de ruptura", ou seja: os custos de não possuir o produto em
estoque, isto é: a perda de vendas, ou a paralisação da produção.

Existem vários modelos utilizados para determinar o Estoque Mínimo nas organizações. O
modelo da figura abaixo estabelece que o nível de reposição seja uma quantidade de material
necessário para atender ao período de abastecimento, tendo em vista a expectativa de
consumo indicada pela média aritmética móvel, mais o estoque de reserva. Sempre que o nível
de estoque de um determinado item atingir esse valor, será feito o pedido.

A expressão do modelo é:

Q = ER + (PA x D), em que;

Q = quantidade a ser adquirida;

ER = estoque de reserva;

PA = prazo de abastecimento;

D = demanda média.

Gestão em Logística 25
Representação gráfica do modelo de estoque mínimo

Veja o exemplo a seguir com o modelo apresentado. Suponhamos que você é um profissional
de logística e trabalha numa indústria que fabrica balas e que a matéria-prima essencial seja o
açúcar. Neste contexto, defina a quantidade a ser adquirida levando em consideração os dados
a seguir.

Estoque de reserva atual = 5000 kg

Prazo de Abastecimento = 10 dias

Demanda média = 430 kg

Q = ER + (PA x D)

Q = 5000 kg + (10 dias x 430 kg)

Q = 5000 kg + (4300 kg)

Q = 9300 kg

Resolução – A quantidade a ser adquirida levando em conta o consumo e o estoque atual, para
que a fábrica não pare a produção é 9300 kg de açúcar.

Gestão em Logística 26
CLASSIFICAÇÃO ABC DOS ITENS

A gestão de estoques é fator de grande importância para as empresas, e mais, uma boa
gestão de estoque faz com que a empresa possa se tornar mais competitiva no mercado em
que atua. Para entendermos melhor a importância de um estoque bem administrado vamos dar
um exemplo. Em nossas casas procuramos comprar os produtos e materiais necessários para
nossa utilização, obedecendo a um grau de prioridade, dificilmente compramos produtos caros
em grande quantidade, nós os compramos conforme nossa necessidade. Se os produtos e
materiais forem de valor menor e tiverem um consumo grande procuramos comprar uma
quantidade maior para termos tranqüilidade, sabendo que o mesmo dificilmente faltará.

Muitas empresas ainda mantêm vários itens em estoque por medo de que os mesmos faltem
na sua linha de produção ou no estoque do centro de distribuição, comprometendo assim a
entrega do produto ao cliente. Para manter um controle melhor do estoque e reduzir seu custo,
sem comprometer o nível de atendimento, é importante classificar os itens de acordo com a
sua importância relativa no estoque.

Assim surge a importância da classificação do estoque pela curva ABC, este método é antigo
mas muito eficaz e baseia-se no raciocínio do diagrama de pareto desenvolvido pelo
economista italiano Vilfredo Pareto. É através da classificação da curva ABC que conseguimos
determinar o grau de importância dos itens, permitindo assim diferentes níveis de controle com
base na importância relativa do item.

A representação gráfica demonstrada na figura a seguir, trás o conceito utilizado pelo cálculo
da curva ABC.

Representação da curva ABC para classificação dos itens

Gestão em Logística 27
Geralmente os estoques possuem os valores da tabela abaixo, tanto para itens em estoque
quanto valor. Vale lembrar que os números abaixo servem como parâmetros para
classificarmos a curva ABC.

Representatividade em percentual da classificação ABC dos itens em estoque

CARACTERÍSTICAS DA CLASSIFICAÇÃO ABC DOS ITENS

Classe A: São os principais itens em estoque de alta prioridade, foco de atenção do gestor de
materiais, pois são materiais com maior valor devido à sua importância econômica. Estima-se
que 20% dos itens em estoque correspondem a 80% do valor em estoque.

Classe B: Compreendem os itens que ainda são considerados economicamente preciosos,


logo após os itens de categoria A, e que recebem cuidados medianos. Estima-se que 30% dos
itens em estoque correspondem a 15% do valor em estoque.

Classe C: Não deixam de ser importantes também, pois sua falta pode inviabilizar a
continuidade do processo, no entanto o critério estabelece que seu impacto econômico não é
dramático, o que possibilita menos esforços. Estima-se que 50% dos itens em estoque
correspondem a 5% do valor em estoque.

A partir desta classificação priorizamos aqueles de classe A nas políticas de estoques devido à
maior importância econômica. Desta forma, os itens classe A receberão sistematicamente
maior atenção do que itens classe C, em termos de análises mais detalhadas, menores
estoques, maiores giros, menores lotes de reposição, mais contagem, etc.

O cálculo pode ser realizado de forma manual, utilizando planilhas em excel através de
aplicação de fórmulas e de forma automática utilizando um ERP que geralmente já possui
estas funções.

Ocasionalmente, constatamos que alguns analistas de materiais intervêm reclassificando


alguns itens conforme sua experiência e julgamento. No entanto, não recomendamos esta
prática, visto que a classificação ABC é, por definição, uma apuração estatística de fatos,
isenta de outros critérios que poderiam viciá-la.

Gestão em Logística 28
Compete usualmente ao departamento de planejamento e gestão de estoques o
processamento e manutenção da curva ABC sempre atualizada e correta.

ALMOXARIFADO

Conceito: O termo Almoxarife é derivado de um vocábulo árabe Al-Muxarif que significa


"inspetor", "tesoureiro", ou seja, pessoa responsável pela guarda dos bens do seu senhor.
Almoxarifado é o local destinado à guarda e conservação de materiais, em recinto coberto ou
não, adequado à sua natureza, tendo a função de destinar espaços onde permanecerá cada
item aguardando a necessidade do seu uso, ficando sua localização, equipamentos e
disposição interna acondicionados à política geral de estoques da empresa.

O almoxarifado deverá:

1. Assegurar que o material adequado esteja, na quantidade devida, no local certo, quando
necessário;

2. Impedir que haja divergências de inventário e perdas de qualquer natureza;

3. Preservar a qualidade e as quantidades exatas;

4. Possuir instalações adequadas e recursos de movimentação e distribuição suficientes a


um atendimento rápido e eficiente;

Organização do Almoxarifado

O almoxarifado está organizado conforme podemos resumir as suas principais atribuições:

1. Receber para guarda e proteção os materiais adquiridos pela empresa;

2. Entregar os materiais mediante requisições autorizadas aos usuários da empresa;

3. Manter atualizados os registros necessários;

Almoxarifado e suas várias funções

Gestão em Logística 29
Estrutura Funcional do Almoxarifado

Vamos analisar os setores componentes da estrutura funcional do almoxarifado:

Controle

Embora não haja menção na estrutura organizacional do almoxarifado, o controle deve fazer
parte do conjunto de atribuições de cada setor envolvido, qual seja, recebimento,
armazenagem e distribuição.

O controle deve fornecer a qualquer momento as quantidades que se encontram à disposição


em processo de recebimento, as devoluções ao fornecedor e as compras recebidas e aceitas.

Recebimento

As atividades de recebimento abrangem desde a recepção do material na entrega pelo


fornecedor até a entrada nos estoques. A função de recebimento de materiais é o módulo de
um sistema global integrado com as áreas de contabilidade, compras e transportes e é
caracterizada como uma interface entre o atendimento do pedido pelo fornecedor e os
estoques físico e contábil.

O recebimento compreende quatro fases:

a) 1a fase : Entrada de materiais;

b) 2a fase : Conferência quantitativa;

c) 3a fase : Conferência qualitativa;

d) 4a fase : Regularização

Armazenagem

A guarda dos materiais no Almoxarifado obedece a cuidados especiais, que devem ser
definidos no sistema de instalação e no layout adotado, proporcionando condições físicas que
preservem a qualidade dos materiais, objetivando a ocupação plena do edifício e a ordenação
da arrumação.

Gestão em Logística 30
Distribuição

Os materiais devem ser distribuídos aos interessados mediante programação de pleno


conhecimento entre as partes envolvidas.

Documentos utilizados

Os seguintes documentos são utilizados no Almoxarifado para atendimento das diversas


rotinas de trabalho:

a) Ficha de controle de estoque (para empresas ainda não informatizadas): documento


destinado a controlar manualmente o estoque, por meio da anotação das quantidades de
entradas e saídas, visando o seu ressuprimento;

b) Ficha de Localização (também para empresas ainda não informatizadas) : documento


utilizado para indicar as localizações, através de códigos, onde o material está guardado;

c) Comunicação de Irregularidades: documento utilizado para esclarecer ao fornecedor os


motivos da devolução, quanto os aspectos qualitativo e quantitativo;

d) Relatório técnico de inspeção: documento utilizado para definir, sob o aspecto


qualitativo, o aceite ou a recusa do material comprado do fornecedor;

e) Requisição de material: documento utilizado para a retirada de materiais do


almoxarifado;

f) Devolução de material: documento utilizado para devolver ao estoque do almoxarifado


as quantidades de material porventura requisitadas além do necessário;

CENTROS DE DISTRIBUIÇÃO

O Centro de Distribuição, comumente chamados de “CD” é uma configuração regional de


armazém onde são recebidas cargas consolidadas de diversos fornecedores. Essas cargas
são fracionadas a fim de agrupar os produtos em quantidade e sortimento corretos e então,
encaminhados para os pontos de venda, mais próximos, como pode ser ilustrado pela figura a
seguir:

Gestão em Logística 31
FORNECEDOR CLIENTE

ABC
A
CD
ABC
B

ABC
C CARGA
CONSOLIDADA CARGA
FRACIONADA

Fluxo básico de Centro de distribuição

O CD é um conceito moderno, cuja função ultrapassa as tradicionais funções dos depósitos,


galpões ou almoxarifados, as quais não são adequadas dentro do sistema logístico. Alguns
autores apontam uma grande diferença entre os depósitos e os CDs: os depósitos, operados
no sistema push, são “instalações cujo objetivo principal é armazenar produtos para ofertar aos
clientes”; já os CDs, operados no sistema pull, são instalações cujo objetivo é receber produtos
no tempo e na quantidade certa de modo a atender às necessidades dos clientes.

Funções básicas

As funções básicas de um CD são: recebimento, movimentação, armazenagem, separação de


pedidos e expedição.

Resumidamente a mercadoria chega do fornecedor e é recebida pelo CD; essa pode ser
armazenada para futura expedição ou pode ser diretamente encaminhada para expedição
(crossdocking - é a operação na qual o produto é recebido e encaminhado diretamente para a
expedição, com o mínimo de tempo possível a fim de não manter estoque); quando destinada à
armazenagem, a mercadoria é movimentada até o seu devido local no estoque, até que seja
solicitada em um determinado pedido; é então separada e encaminhada para expedição, onde
será transportada até o destino adequado. Cada etapa realizada no CD será detalhada a
seguir.

Recebimento

A atividade de recebimento é a primeira etapa da trajetória do produto no CD. Essa etapa é


essencial para a realização das outras atividades, envolvendo o descarregamento das cargas e
a conferência da quantidade e da qualidade dos produtos entregues pelos fornecedores. Após
registrar os produtos, o sistema de gerenciamento do armazém (Warehouse Management

Gestão em Logística 32
Systems) indica o endereço na área de armazenagem ou em outras áreas organizacionais
onde os produtos deverão ser alocados.

Movimentação

A movimentação interna dos produtos é o transporte de pequenas quantidades de produtos no


armazém. Invariavelmente, a movimentação e o manuseio de materiais absorve tempo, mão-
de-obra e dinheiro. Assim, é preciso minimizar o manuseio dos materiais, a fim de não provocar
movimentos desnecessários, além de aumentar o risco de dano ou perda do produto. A
oportunidade de reduzir a intensidade da mão-de-obra e aumentar sua produtividade reside
nas novas tecnologias de movimentação e manuseio de materiais que estão emergindo
atualmente. Segundo Moura (1998), o tipo de equipamento utilizado na movimentação de
materiais afeta a eficiência e o custo de operação do CD.

Armazenagem

A armazenagem é a guarda temporária de produtos para posterior distribuição. Os estoques


são necessários para o equilíbrio entre a demanda e a oferta. No entanto, as empresas visam
manter níveis de estoques baixos, pois estes geram custos elevados: custos de pedir – custos
administrativos associados ao processo de aquisição das mercadorias; custos de manutenção
– referentes a instalações, mão-de-obra e equipamentos; custo de oportunidade – associado
ao emprego do capital em estoque.

A área de armazenagem dos CDs é composta, por estruturas como porta-paletes, drive-in,
estanterias, racks, dentre outros equipamentos, que são separadas por corredores para ter
acesso às mercadorias. Esses corredores são sinalizados para facilitar a operação do CD.

Separação de pedidos

A separação de pedidos (picking) é a “coleta do mix correto de produtos, em suas quantidades


corretas da área de armazenagem para satisfazer as necessidades do consumidor”. É uma
etapa fundamental do ciclo do pedido, pois consome cerca de 60% dos custos operacionais de
um CD.

Gestão em Logística 33
Profissional de Logística realizando a operação de separação de pedidos

A área de estocagem na maioria dos armazéns ocupa um grande espaço, devido ao


acondicionamento dos estoques. Assim, a separação de pedidos, que é realizada nessa área,
implica em grandes deslocamentos por parte dos operadores. No entanto, existem algumas
alternativas intermediárias, para diminuir esse tempo gasto com o deslocamento, como:
algoritmos para definição das rotas de coleta, lógicas de endereçamento e métodos
alternativos de organização do trabalho.

Expedição

A expedição é a última etapa a ser realizada no CD. Consiste basicamente na verificação e no


carregamento dos produtos nos veículos, podendo envolver algumas atividades como:
conferência do pedido, preparação dos documentos de expedição e pesagem da carga para
determinação do custo de transporte.

Alguns complicadores são encontrados na operação da expedição que podem afetar sua
eficiência: atrasos de transportadoras, atrasos na emissão da lista de separação, quebra da
sincronia entre os processos de recebimento e expedição nas operações de crossdocking e
picos de demanda que não foram adequadamente planejados.

Gestão em Logística 34
Tipos de distribuição no CD

Vantagens na adoção do CD no sistema logístico

Diversas vantagens são identificadas na literatura quanto à adoção do CD no sistema logístico.


Essas vantagens obtidas pela centralização de estoque podem beneficiar todos os elos da
cadeia: fornecedor, empresa e consumidor:

• Redução do custo de transporte, liberação de espaço nas lojas, redução de mão-de-


obra nas lojas para o recebimento e conferência de mercadorias e a diminuição da falta
de produtos nas lojas.

• A capacidade de agregar valor ao produto (postergação);

• Diferentes tipos de operações que podem ser realizadas no CD – consolidação, break


bulk, crossdocking e formação de estoque;

• Ganho relacionado com a qualidade do atendimento ao cliente, agora servido mais


rapidamente a partir de pontos mais próximos.

Utilização de CDs nos diferentes segmentos

Os investimentos em CDs entre 1998 e 2005 – considerando os projetos e empreendimentos já


concluídos e em andamento – deverão somar US$ 1,05 bilhão, conforme dados da Gazeta
Mercantil. O autor afirma que os segmentos que mais investem em CDs são: a indústria de
bens de consumo, os operadores logísticos e o setor supermercadista. Descreveremos a
seguir a Análise Setorial de Centros de Distribuição:

Gestão em Logística 35
Supermercados

Um dos segmentos que mais investem em CDs. Tais investimentos têm sido estimulados pelas
transformações por que passou o setor supermercadista nos últimos anos, como a estabilidade
econômica, a entrada de empresas estrangeiras no mercado, mudanças no perfil dos
consumidores e o acirramento da concorrência. Além disso, a grande diversidade de produtos
faz com que os supermercados obtenham distintas operações em seus CDs.

2
CD das Lojas Americanas localizado na BR 101-Sul no município do Cabo de Santo Agostinho/PE – área de 35.550 m

Varejo de Eletroeletrônicos

A concentração dos estoques nos CDs não é uma estratégia nova para as redes desse
segmento, por comercializarem produtos de grande porte, como geladeiras e fogões, sendo
inviável estocá-los nas lojas. Produtos de menor porte, como barbeadores e relógios,
atualmente, também têm seus estoques centralizados. Nas lojas, estoca-se a quantidade
correspondente à expectativa de vendas do dia ou de um período determinado pela empresa.

Farmácias e Drogarias

Muito pulverizado, o mercado brasileiro de farmácias e drogarias é geralmente abastecido por


atacadistas distribuidores. Apenas as grandes redes são atendidas diretamente pelas
indústrias.

A armazenagem no interior das farmácias é feita com base nas classes de medicamentos,
onde os medicamentos sujeitos a controle especial devem permanecer em local de acesso
restrito, sob monitoramento do estabelecimento. Esse setor deve manter um rigoroso controle
de estoque, a fim de evitar perdas por prazo de validade vencido.

Gestão em Logística 36
Vendas Diretas via Catálogo

A venda direta via catálogo é um sistema de comercialização de bens de consumo e serviços,


realizado por meio de contato pessoal entre o vendedor e o consumidor fora de
estabelecimento comercial. Devido à grande complexidade de operação, a atuação nesse
mercado pressupõe investimentos em armazenagem e distribuição ou a terceirização desses
serviços a operadores especializados.

A partir dos CDs, é feita a distribuição dos produtos para seus revendedores espalhados por
todo o país, uma demanda bastante pulverizada. Os pedidos dos revendedores são compostos
por uma grande variedade de itens. Em geral, poucas unidades de diversas linhas com
apresentações, tamanhos e volumes variados.

Centro de Distribuição da Hermes no Rio de Janeiro – Terceira maior empresa de vendas diretas do país.

Comércio Eletrônico

Para atuar no varejo eletrônico, as empresas buscam se capacitar para atender pedidos
fracionados feitos diretamente pelo consumidor. Para atender a essa demanda, é necessário
possuir CDs que permitam a execução de picking de itens individuais, além de incluir
atividades de etiquetagem, embalagem e gerenciamento de retornos.

Várias lojas virtuais surgiram nos últimos anos e algumas empresas criaram estruturas
independentes para o varejo virtual, como é o caso da Americanas.com e da Saraiva.com. A
logística é apontada por especialistas como o grande gargalo do comércio eletrônico,
principalmente na modalidade B2C (Business to Consumer).

Gestão em Logística 37
Atacadista Distribuidor

Centros de distribuição ágeis, bem estruturados e integrados com toda a estrutura logística da
empresa são fundamentais para os atacadistas distribuidores ou de entrega. Considerada a
modalidade mais importante do setor atacadista, concentra 64,5% do faturamento, de acordo
com a Associação Brasileira dos Atacadistas e Distribuidores (Abad). Esse tipo de atacadista
não possui lojas, sua infra-estrutura é composta basicamente por CDs, onde são recebidas as
mercadorias da indústria, separadas e enviadas para os varejistas.

Esse segmento abastece pequenos e médios varejistas, em diferentes regiões geográficas do


país. Seus CDs operam diversos tipos de carga, com variadas apresentações de tamanhos e
embalagens, aumentando a complexidade da operação.

Centro de Distribuição do Grupo Martins, Líder nacional do mercado no setor atacadista distribuidor

Indústria

Para reduzir os custos de distribuição de seus produtos, uma das principais estratégias
adotadas pela indústria é a utilização de CDs. De administração própria ou terceirizada, essas
unidades contribuem para o maior controle das operações de logística e permitem a obtenção
de melhores níveis de serviço aos clientes no tocante ao atendimento do pedido.

As mudanças na relação dos fornecedores com os canais de distribuição podem ser


observadas em diversos aspectos. O preço, por exemplo, que até 1995 era a variável mais
importante na decisão de compra nos últimos anos, foi superado pelo produto. Por outro lado,
os serviços aos clientes conquistaram maior importância. Aspectos como disponibilidade das
mercadorias, tempo de ciclo do pedido, consistência do prazo de entrega e freqüência da
entrega estão influenciando cada vez mais a decisão de compra dos varejistas.

Gestão em Logística 38
Operadores Logísticos

Entre os serviços prestados pelos operadores logísticos, está o gerenciamento dos estoques
de seus clientes, considerado como um dos principais focos de seu negócio. Para tanto, esses
agentes estão investindo em modernos CDs próprios, para dedicar as operações de um ou
mais clientes, mantendo sua competitividade.

EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO

1. Transtainer

Transtainer é um pórtico rolante em estrutura de portais, montada sobre um veículo apoiado


em rodas férreas ou sobre pneus. É utilizado na movimentação e armazenamento de
contêineres, possui uma lança que se prolonga até o mar, deslocando as cargas por sobre um
trilho. Possui spreader de 20 e 40 pés (unidade de medida com cerca de 30,48 cm), já
Spreader é uma mesa que acopla o contêiner pela parte superior.

2. Empilhadeira

Uma empilhadeira ou empilhador é uma máquina usada principalmente para carregar e


descarregar mercadorias em pallets. Existem diversos tipos e modelos. Os mais comuns, em
galpões fechados e centros de distribuição são as empilhadeiras de combustão em gás
liquefeito (GLP) e elétricas.Possuem capacidade de carga que vão de 1.000 kg a 16.000 kg, e
de 2,00 metros até mais de 14 metros. São disponibilizados também vários acessórios que
podem aumentar a capacidade, autonomia e adequação a trabalhos específicos. Existem
diversos tipos e modelos, tais como: elétricas, manuais, combustão e portuárias.
Gestão em Logística 39
3. Carrinho Hidráulico

O transpalete ou carrinho hidráulico é um equipamento indispensável a qualquer empresa que


efetue movimentação de cargas. Especialmente projetada para o manuseio de cargas
paletizadas, é destinada ao transporte e locomoção de cargas postas sobre pallet com
agilidade e segurança. Evitando assim alguns acidentes que podem ser causados por
desequilíbrio do equipamento. O sistema de rodas de carga dupla permite que entrem no pallet
com maior facilidade e passem por trilhos e canaletas de portas, além de superar eventuais
obstáculos no solo, como lombada ou buracos. O macaco hidráulico robusto e as chapas de
aço de 4,7 mm que constituem a sua carcaça completam esta paleteira de alta qualidade e
durabilidade.

Gestão em Logística 40
4. Reachstacker

Equipamento utilizado para movimentação de Container Reachstacker Capacidade de 42000 –


45000 kg. Um grande percentual de cargas no mundo é movimentado em containeres em
ocupados portos ou terminais de carga espalhados pelo globo. Esta contínua e competitiva
expansão requer um equipamento altamente eficiente na movimentação de contêineres, que
assegure rapidez e segurança. O equipamento Reachstacker foi desenhado e construído por
engenheiros com foco na movimentação de containeres, este soberbo equipamento traz uma
nova dimensão à eficiência de movimentação. O equipamento movimenta-se com alta
performance, confiabilidade e durabilidade

.
5. Paleteira

Transpallet ou Paleteira manual usado na movimentação de carga com até 3000 kg, para
movimentar no próprio piso, ou seja, não pode ser utilizada para elevação. Possui garfos que
se elevam a uma altura suficiente para elevar a carga do chão. É excelente para uso de pallets.

Gestão em Logística 41
6. Empilhadeira Manual

Utilizada na movimentação de cargas com elevação máxima de 1,6 metros de altura. Funciona
com acionamento elétrico e tem capacidade de carga de 1000 a 1500 kg.

7. Esteiras transportadoras

São muito usadas no transporte de cargas como sacarias. Uma esteira transportadora consiste
em duas ou mais polias que movimentam uma superfície em que determinados materiais ou
objetos são transportados.

Gestão em Logística 42
8. Pallets

Pallets são estruturas feitas para facilitar o transporte de carga através de empilhadeiras, e
facilitar o processo de armazenagem tornando-o padronizado. Podem ser feito de madeira,
compensado, plástico ou metal, dependendo da destinação, porém os modelos mais populares
de pallets no Brasil atualmente são os pallets de madeira.

Os padrões de pallets variam internacionalmente, já que cada país possui suas próprias
normas técnicas que regulamentam a produção de pallets. Essas normas são
excepcionalmente importantes, já que uma das funções do pallet é justamente a racionalização
do estoque e espaço.

No Brasil, não poderia ser diferente: O pallet nacional é o chamado pallet pbr, modelo que foi
padronizado em 1990. AS medidas padrão do Pallet PBR são de 1,00×1,20m.

Vantagens do uso de Pallets

A adoção de pallets para o controle de estoque traz uma série de vantagens, tanto no controle
de espaço de estoque, quanto em tempo para organização do estoque, que listaremos a
seguir:

• Eficiência no transporte de cargas: A primeira, e talvez mais evidente vantagem no uso


de Pallet é que eles permitem o transporte de cargas do estoque através de
empilhadeiras e paleteiras. Isso é essencial para o gerenciamento de médios e grandes
estoques, ou em empresas que trabalham com estoques de matérias que tenham o
Pallet como unidade de medida padrão, como fornecedoras de Papel, e algumas
fornecedoras de peças para pavimentação;

Gestão em Logística 43
• Racionalização do espaço: Outra dos Pallets é que otimizam o espaço de estoque.
Como as mercadorias são colocadas sempre de maneira padronizada sobre os pallets,
a perda de espaço no estoque é mínima, considerando métodos convencionais de
estocagem;

• Pallets Facilitam controle de estoque: Uma grande vantagem dos Pallets é que permitem
fácil controle do espaço de estoque por manterem as cargas com os quais estão
carregados em um sistema padrão, agilizando e tornando mais eficiente o controle do
estoque;

• Menos danos aos produtos: como os pallets permitem a movimentação dos produtos por
empilhadeiras e paleteiras, em estado inerte, isto é, sem mexer nos produtos em si, há
redução significativa nos danos à produtos transportados.

• Como o Pallet aumenta o volume total da carga, pode haver incremento nos preços
relacionados ao transporte de mercadorias;

Desvantagens dos pallets

• Espaço perdido na armazenagem – caso o produto a ser transportado na tenha sido


dimensionado especificamente para ser transportado em pallets, pode haver sobras de
espaço nas bordas do pallet ou mesmo entre os produtos, acarretando perda de espaço
útil de estoque.

• Necessidade de investimentos na compra dos pallets para o estoque, além de


empilhadeiras para o transporte das cargas.

Tipos de pallets: Ferro e Plástico

Gestão em Logística 44
TIPOS DE EMBALAGENS

Introdução

Uma embalagem é um recipiente ou envoltura que armazena produtos temporariamente e


serve principalmente para agrupar unidades de um produto, com vista à sua manipulação,
transporte ou armazenamento. Outras funções da embalagem são: proteger o conteúdo,
informar sobre as condições de manipulação, exibir os requisitos legais como composição,
ingredientes, etc e fazer promoção do produto através de gráficos.

A embalagem possui um impacto significativo sobre o custo e a produtividade dentro dos


sistemas logísticos. Seus custos mais evidentes se encontram na execução de operações
automatizadas ou manuais de embalagem e na necessidade subseqüente de descartar a
própria embalagem. A embalagem pode ser visualizada tanto dentro do sistema logístico total e
seu papel nos mercados industrial e de consumo; as três principais funções da embalagem
(utilidade e eficiência de manuseio, proteção contra avarias e comunicação); e materiais de
embalagem tradicionais, tecnologias emergentes e implicações ambientais.

O custo da embalagem afeta toda a cadeia produtiva, desde o estoque até o transporte ao
ponto de vendas, influenciando inclusive na sua aquisição pelo consumidor final, que tende a
apresentar preferência por embalagens melhores elaboradas, desde que isso não apresente
grande impacto no preço do produto.

Chocolates embalados de forma a atrair atenção do consumidor.

Gestão em Logística 45
Embalagem industrial com ênfase na Logística

Os produtos e as peças são embalados geralmente em caixas de papelão, caixas, sacos, ou


mesmo barris, para maior eficiência no manuseio, são embalagens usadas pra agrupar
produtos e são chamadas de embalagens secundárias. O peso, a cubagem e a fragilidade das
embalagens secundárias utilizadas nas operações de linhas de produção determinam as
necessidades de manuseio e de transportes.

As embalagens secundárias eram projetadas de forma que sua cubagem deveria ser
totalmente preenchida para que não ficassem espaços evitando a avaria. A importância da
padronização da embalagem secundária proporcionou substancial redução do custo total, bem
como a adoção de um sistema de manuseio muito mais eficiente, tanto no depósito como na
loja varejista.

Proteção Contra Avaria

Existe a importância das embalagens secundárias para proteger os produtos contra avarias
durante o manuseio e a armazenagem, como também protege contra furtos. Para proteger a
embalagem contra avarias é necessário adequá-la ao produto e selecionar seu material,
levando em conta o grau desejado de proteção ao produto. É proibitivo, no entanto, o custo de
proteção total para a maioria dos produtos, tendo como fatores determinantes do grau de
proteção o valor e a fragilidade do produto.

Embalagem especialmente projetada para evitar avarias em ovos, possibilitando exposição segura nas prateleiras dos
supermercados.

A fragilidade de um produto pode ser medida através de testes, tanto do produto como da
embalagem, com o uso de equipamentos de choque e de vibração; e seu resultado permite
determinar o nível de acolchoamento ou de forração nas caixas.

Gestão em Logística 46
O ambiente também deve ser estudado quanto as suas características físicas e aos fatores que
o compõem. O ambiente físico que envolve um produto é o ambiente logístico, ele influencia e
é influenciado pela possibilidade de avaria. Neste ambiente ocorre a avaria por transporte,
armazenagens e manuseio. Nos depósitos próprios os produtos movem-se para seus destinos
num ambiente relativamente controlado. Já com transportes fretados os produtos entram num
ambiente sem controle.

Características dos Produtos

A embalagem dos produtos sob determinadas configurações e as quantidades padronizadas


contribuem para aumentar a produtividade das atividades logísticas. A redução do tamanho da
embalagem, por exemplo, pode melhorar a utilização do espaço cúbico.O peso pode ser
reduzido com alterações do produto da embalagem.Substituindo-se garrafas de vidro por
garrafas de material plástico, por exemplo, pode aumentar significativamente a quantidade de
garrafas que pode ser transportadas.

Unitização

É o agrupamento de caixas numa carga única, formando um só volume. O desenvolvimento de


uma unitização de cargas no Brasil e sua padronização tem o objetivo de reduzir
significativamente o preço de custo dos produtos. A unitização modula e a adoção do palete
PBR são os elementos iniciais da unitização de cargas (figura abaixo).

As cargas unitizadas apresentam muitas vantagens. São reduzidos o tempo de descarga e o


congestionamento no ponto de destino, é facilitado o manuseio de materiais pela verificação
das mercadorias, em sua entrada e no rápido posicionamento para a separação de pedidos.

Gestão em Logística 47
Classificação dos tipos de embalagens

1. Embalagem de venda ou embalagem primária: envoltório ou recipiente que se encontra


em contato direto com os produtos. Ex.: frasco ou blister de remédio;

2. Embalagem grupada ou embalagem secundária: é a embalagem destinada a conter a


embalagem primária ou as embalagens primárias. Ex.: caixinha de remédio que contém
o pote de remédio;

3. Embalagem de transporte ou embalagem terciária: utilizada para o transporte, protege e


facilita a amarzenagem dos produtos, Ex: pallet.

Classificação dos tipos de embalagens

Embalagens tipo sacos Big-Bag – usados para granulados

Gestão em Logística 48
PROPOSTA DE ATIVIDADES EXTRAS

1. Estoque de segurança é ato de manter níveis de estoque suficientes para evitar faltas de
estoque diante da variabilidade da demanda e a incerteza do ressuprimento do produto.
Amplie seu conhecimento pesquisando mais sobre esse tema;

2. Aumente seu conhecimento sobre estoques, respondendo a seguinte questão: Por que
existem estoques?

3. No mercado existem várias embalagens emblemáticas de alguns produtos. Se


pensarmos em alguns produtos, logo nos vem em mente a embalagem associada, tais
como: Coca-cola, Bombom Garoto, etc. Com isso, pesquise a história da embalagem e o
que deve ser considerado na concepção de uma embalagem?

Gestão em Logística 49
Gestão em Logística 50
INTRODUÇÃO

O transporte representa o elemento mais importante do custo logístico na maioria das


empresas e tem papel fundamental na prestação do Serviço ao Cliente. Do ponto de vista de
custos, podemos afirmar que o transporte representa, em média, cerca de 60 % das despesas
logísticas. Ele pode variar entre 4% e 25% do faturamento bruto, e em muitos casos supera o
lucro operacional. Dessa forma, iniciativas como a intermodalidade (integração de vários
modais de transporte) e o surgimento de operadores logísticos, ou seja, de prestadores de
serviços logísticos integrados, apresentam relevante importância para redução dos custos de
transporte, pois geram economia de escala ao compartilhar sua capacidade e seus recursos de
movimentação com vários clientes.

Neste capítulo vamos definir, caracterizar, classificar os modais de transporte de carga,


estabelecendo uma comparação entre eles, a fim de enriquecer a discussão acerca do tema.

Termos como logística, multimodalidade, intermodalidade e operadores logísticos serão


utilizados e rapidamente tratados, já que fazem parte da discussão do tema transportes. Será
exposta também, uma breve abordagem sobre o panorama atual dos transportes no Brasil.

TRANSPORTE RODOVIÁRIO – MODAL RODOVIÁRIO

É o mais expressivo no transporte de cargas no Brasil, atingindo praticamente todos os pontos


do território nacional, pois desde a década de 50 com a implantação da indústria
automobilística e a pavimentação das rodovias, esse modo se expandiu de tal forma que hoje é
o mais procurado. Difere do ferroviário, pois se destina principalmente ao transporte de curtas
distâncias de produtos acabados e semi-acabados. Por via de regra, apresenta preços de frete
mais elevados do que os modais ferroviário e hidroviário, portanto sendo recomendado para
mercadorias de alto valor ou perecíveis. Não é recomendado para produtos agrícolas a granel,
cujo custo é muito baixo para este modal.

Em relação aos serviços, além da distinção entre transportadoras regulares e frota privada,
existem também transportadores contratados e isentos. Quando os clientes desejam obter um
serviço mais adequado as suas necessidades, isentando-se de despesas de capital ou
problemas administrativos associados a frota própria, estes se utilizam de transportadores
contratados. Os transportadores contratados são utilizados por um número limitado de usuários
em contratos de longa duração. Já os transportadores isentos são aqueles livres de

Gestão em Logística 51
regulamentação econômica, como por exemplo, veículos operados e contratados por
fazendeiros ou cooperativas agrícolas.

O transporte rodoviário apresenta custos fixos baixos (rodovias estabelecidas e construídas


com fundos públicos), porém seu custo variável (combustível, manutenção, etc.) é médio.

As vantagens deste modal estão na possibilidade de transporte integrado porta a porta e de


adequação aos tempos pedidos, assim como freqüência e disponibilidade dos serviços.
Apresenta como desvantagem a possibilidade de transportar somente pequenas cargas. Veja
todas as Vantagens e Desvantagens deste Modal:

Vantagens:

- Vendas na condição de entrega porta a porta;

- Menos manuseio da carga, portanto, mais segurança, já que o caminhão é lacrado no local de
carregamento e aberto no local de entrega;

- Rapidez na entrega da carga em curta distância;

- O transporte vai até a carga em vez de obrigar o exportador a levá-la até ele;

- A carga vai até o importador ao invés de obrigá-lo a ir retirá-la;

- Possibilidade de utilização de embalagens mais simples e de menor custo;

- Peça fundamental da multimodalidade e da intermodalidade.

Gestão em Logística 52
Desvantagens

- Frete mais alto do que alguns outros modais que são ou estão apresentando-se como seus
concorrentes;

- A menor capacidade de carga entre todos os modais;

- Custo elevado da sua infra-estrutura;

- Um modal bastante poluidor do meio-ambiente;

- A quantidade excessiva de veículos ajuda a provocar congestionamentos, trazendo


transtornos ao trânsito bem como a toda população, inclusive aumentando o consumo de
combustíveis, agravando a situação do país que é importador líquido de petróleo;

- Obriga a construção contínua de estradas, ou a sua manutenção, com recursos do poder


público, ou seja, da população. Isto faz com que, além do frete visível, tenhamos também um
alto frete invisível que recai sobre os contribuintes.

Atividades do transporte rodoviário

TRANSPORTE FERROVIÁRIO – MODAL FERROVIÁRIO

No Brasil, o transporte ferroviário é utilizado principalmente no deslocamento de grandes


tonelagens de produtos homogêneos, ao longo de distâncias relativamente longas. Como
exemplo destes produtos estão os minérios (de ferro, de manganês), carvões minerais,
derivados de petróleo e cereais em grão, que são transportados a granel. No entanto, em
países como a Europa, por exemplo, a ferrovia cobre um aspecto muito mais amplo de fluxos.
Como exemplos de meios de transporte ferroviário, pode-se citar o transporte com vagões,
containeres ferroviários (1 a 5 toneladas) e transporte ferroviário de semi-reboques rodoviário
(piggyback).

Existem duas formas de serviço ferroviário, o transportador regular e o privado. Um


transportador regular presta serviços para qualquer usuário, sendo regulamentado em termos

Gestão em Logística 53
econômicos e de segurança pelo governo. Já o transportador privado pertence a um usuário
particular, que o utiliza em exclusividade.

Com relação aos custos, o modo ferroviário apresenta altos custos fixos em equipamentos,
terminais e vias férreas entre outros. Porém, seu custo variável é baixo. Embora o custo do
transporte ferroviário seja inferior ao rodoviário, este ainda não é amplamente utilizado no
Brasil, como o modo de transporte rodoviário. Isto se deve a problemas de infraestrutura e a
falta de investimentos nas ferrovias.

Atividades do transporte ferroviário

TRANSPORTE AEROVIÁRIO – MODAL AEROVIÁRIO

O transporte aeroviário tem tido uma demanda crescente de usuários, embora o seu frete seja
significativamente mais elevado que o correspondente rodoviário. Em compensação, seu
deslocamento porta a porta pode ser bastante reduzido, abrindo um caminho para esta
modalidade, principalmente no transporte de grandes distâncias.

Este tipo de transporte é utilizado principalmente nos transportes de cargas de alto valor
unitário (artigos eletrônicos, relógios, alta moda, etc) e perecíveis (flores, frutas nobres,
medicamentos, etc). Como exemplos deste meio de transporte estão os aviões dedicados e
aviões de linha.

Atividades do transporte aeroviário


Gestão em Logística 54
No modo aéreo existem os serviços regulares, contratuais e próprios. O serviço aéreo é
oferecido em algum dos sete tipos: linhas-tronco domésticas regulares, cargueiras (somente
cargas), locais (principais rotas e centros menos populosos, passageiros e cargas),
suplementares (charters, não tem programação regular), regionais (preenchem rotas
abandonadas pelas domésticas, aviões menores), táxi aéreo (cargas e passageiros entre
centros da cidade e grandes aeroportos) e internacionais (cargas e passageiros).

O transporte aeroviário é o que tem custo mais elevado em relação aos outros modais. Seu
custo fixo é alto (aeronaves, manuseio e sistemas de carga), bem como seu custo variável,
apresenta alto custo de combustível, mão-de-obra, manutenção, etc. As vantagens deste modo
de transporte são a velocidade elevada, distância alcançada, segurança (roubos, danos e
extravios), redução de custo com estoque. Suas principais desvantagens são o custo de frete,
tempos de coleta e entrega, manuseio no solo e dimensões físicas dos porões de transporte
dos aviões.

TRANSPORTE HIDROVIÁRIO – MODAL HIDROVIÁRIO

O transporte hidroviário ou aquaviário é utilizado para o transporte de granéis líquidos,


produtos químicos, areia, carvão, cereais e bens de alto valor (operadores internacionais) em
contêineres. Os serviços hidroviários existem em todas as formas legais citadas anteriormente.
Como exemplos de meios de transporte hidroviário, pode-se citar os navios dedicados, navios
containeres e navios bidirecionais para veículos (roll-on, roll-off, vessel).

Este tipo de transporte pode ser dividido em três formas de navegação, são elas: a cabotagem
que é navegação realizada entre portos ou pontos do território brasileiro, utilizando a via
marítima ou entre esta e as vias navegáveis interiores (até, aproximadamente, 12 milhas da
costa); a navegação interior que é realizada em hidrovias interiores, em percurso nacional ou
internacional e por fim, a navegação de longo curso, realizada entre portos brasileiros e
estrangeiros.

Atividades do transporte hidroviário


Gestão em Logística 55
Em relação aos custos, o transporte hidroviário apresenta custo fixo médio (navios e
equipamentos) e custo variável baixo (capacidade para transportar grande quantidade de
tonelagem). É o modal que apresenta o mais baixo custo.

Este modal apresenta como vantagens a capacidade de transportar mercadoria volumosa e


pesada e o fato dos custos de perdas e danos serem considerados baixos comparados com
outros modais. Suas principais desvantagens são a existência de problemas de transporte no
porto; a lentidão, uma vez que o transporte hidroviário é, em média, mais lento que a ferrovia e
a forte influência do tempo. Sua disponibilidade e confiabilidade são afetadas pelas condições
meteorológicas.

TRANSPORTE DUTOVIÁRIO – MODAL DUTOVIÁRIO

A utilização do transporte dutoviário é ainda muito limitada. Destina-se principalmente ao


transporte de líquidos e gases em grandes volumes e materiais que podem ficar suspensos
(petróleo bruto e derivados, minérios). A movimentação via dutos é bastante lenta, sendo
contrabalançada pelo fato de que o transporte opera 24 horas por dia e sete dias por semana.
Os direitos de acesso, construção, requisitos para controle das estações e capacidade de
bombeamento fazem com que o transporte dutoviário apresente o custo fixo mais elevado. Em
contrapartida, o seu custo variável é o mais baixo, nenhum custo com mão de obra de grande
importância. É portanto, o segundo modal com mais baixo custo, ficando atrás apenas do modo
de transporte hidroviário.

O modal dutoviário pode ser usado para: oleoduto, gasoduto e poliduto (o transporte de diferentes produtos.)

Como vantagens, o transporte dutoviário se apresenta como mais confiável de todos, pois
existem poucas interrupções para causar variabilidade nos tempos e os fatores meteorológicos
não são significativos. Além disso, os danos e perdas de produtos são baixos. Como

Gestão em Logística 56
desvantagem está a lentidão na movimentação dos produtos, o que inviabiliza seu uso para o
transporte de perecíveis.

Gestão em Logística 57
COMPARAÇÃO ENTRE AS CARACTERÍSTICAS OPERACIONAIS DOS
DIVERSOS MODAIS

Para se escolher o modal certo para o transporte do produto que se deseja entregar, deve-se
observar as características operacionais relativas por modal de transporte. Em relação aos
modais, há cinco pontos importantes para se classificar o melhor transporte: velocidade,
disponibilidade, confiabilidade, capacidade e freqüência.

No Quadro abaixo, pode-se observar estas características, sendo que a pontuação menor,
significa que o modal possui excelência naquela característica.

Características operacionais entre os Modais

A velocidade é o tempo decorrido em dada rota, sendo o modal aéreo o mais rápido de todos.
Já a disponibilidade é a capacidade que cada modal tem de atender as entregas, sendo melhor
representado pelo transporte rodoviário, que permite o serviço porta a porta. A confiabilidade
reflete a habilidade de entregar consistentemente no tempo declarado em uma condição
satisfatória. Nesta característica, os dutos ocupam lugar de destaque. A capacidade é a
possibilidade do modal de transporte lidar com qualquer requisito de transporte, como tamanho
e tipo de carga. Neste requisito, o transporte hidroviário é o mais indicado. Finalmente, a
freqüência é caracterizada pela quantidade de movimentações programadas, é liderada pelos
dutos, devido ao seu contínuo serviço liderado entre dois pontos.

Na pontuação total percebe-se que a preferência geral é dada ao transporte rodoviário. Este
ocupa o primeiro e segundo lugar em todas as categorias, exceto em capacidade. No Brasil,
ainda existe uma série de barreiras que impedem que todas as alternativas modais,
multimodais e intermodais sejam utilizadas da forma mais racional. Isso ocorre devido ao baixo
nível de investimentos nos últimos anos em conservação, ampliação e integração dos sistemas
de transporte, pois houve mudanças pouco significativas na matriz brasileira, mesmo com as
privatizações.
Gestão em Logística 58
TRANSPORTE INTERMODAL E MULTIMODAL

A multimodalidade pode ser definida como a integração entre modais, com o uso vários
equipamentos, como conteiners. Já a intermodalidade caracteriza-se pela integração da cadeia
de transporte, com o uso de um mesmo conteiner, um único prestador de serviço e documento
único. No Brasil utiliza-se a multimodalidade. Uma das principais barreiras ao conceito da
intermodalidade no Brasil diz respeito a sua regulamentação da prática do Operador de
Transporte Multimodal (OTM). Com a implantação de um documento único de transporte,
alguns estados argumentam que seriam prejudicados na arrecadação do ICMS.

Distribuição de cargas entre modais

A integração entre modais pode ocorrer entre vários modais: aéreo-rodoviário, ferroviário-
rodoviário, aquário-ferroviário, aquário-rodoviário ou ainda mais de dois modais. A utilização de
mais de um modal agrega vantagens a cada modal, caracterizados pelo nível de serviço e
custo. Combinados, permitem uma entrega porta a porta a um menor custo e um tempo
relativamente menor, buscando equilíbrio entre preço e serviço.

Integração ferrovias com portos faz intermodalidade entre Modal Ferroviário e o Hidroviário
Gestão em Logística 59
PANORAMA ATUAL DOS TRANSPORTES NO BRASIL

Atualmente, uma das principais barreiras para o desenvolvimento da logística no Brasil está
relacionado com as enormes deficiências encontradas na infra-estrutura de transportes e
comunicação. Dados publicados na revista As Maiores do Transporte (2001:11) mostram que o
transporte brasileiro apresenta uma exagerada dependência do modal rodoviário, o segundo
mais caro, atrás apenas do aéreo. Com a expressiva participação de 65 % a 75% na matriz dos
transportes brasileiros, seguido por cerca de 20% da ferrovia, o transporte rodoviário é o
grande eixo de movimentação de cargas no transporte brasileiro. Em países como Austrália,
EUA e China, os números são de 30%, 28% e 19% respectivamente. Para o mesmo autor,
grande parte destas distorções na matriz dos transportes brasileiros e as ineficiências
observadas, são explicadas pelos longos anos de estatização dos portos, ferrovias e dutos no
Brasil, bem como os subsídios implícitos no passado e que ainda perduram com menor ênfase
para o modal rodoviário. Neste sentido, percebe-se que o potencial para redução de custos é

verificado se a participação do modal rodoviário vier a seguir os padrões internacionais,


permitindo o crescimento da participação de modais mais baratos. Residem nos portos e
ferrovias oportunidades para reduzir custo. Por isso, novos investimentos devem ser realizados
nestes modais.

Matriz de transporte de cargas Brasil x Estados Unidos

As mudanças que devem ser realizadas para que o Brasil atinja os padrões internacionais são
muitas, mas embora de forma lenta, observa-se que estas vem ocorrendo, como por exemplo,
a reforma institucional na estrutura de transportes do governo federal, possibilitando a
Gestão em Logística 60
aplicação de recursos não só em rodovias, mas também em ferrovias, hidrovias e instalações
portuárias.

Gestão em Logística 61
PROPOSTA DE ATIVIDADES EXTRA

1. No Brasil o transporte ferroviário é pouco explorado. No entanto, em outros países a


situação é muito diferente. Para entender as diferenças entre transporte ferroviário no
Brasil e em outros países, busque pesquisar sobre o assunto para ampliar seu
conhecimento.

2. Piggy Back é o termo em inglês equivalente à “levar no cangote”. Nos transporte


refere-se às operações multimodais onde contêineres e semirreboques são colocados
sobre um vagão ferroviário, prancha ou porta-contêiner. Existem outras Operações
Multimodais, tais como: Trailer On Flat Car, Container On Flat Car, Swap Bodies, etc.
Pesquise mais sobre cada uma dessas operações.

3. Pesquise um pouco mais sobre o sistema "Ro-Ro" - "Roll on-Roll off": O que é? Quais
são os produtos transportados? Para que serve? Quais são as vantagens e
desvantagens?

4. Boa parte dos produtos transportados pelo modal hidroviário são feitos através de vários
portos espalhados ao longo da costa brasileiro. Amplie seu conhecimento e pesquise
sobre os maiores portos do Brasil e os maiores de sua região.

Gestão em Logística 62
CURIOSIDADES SOBRE: EADI – ESTAÇÃO ADUANEIRA DO INTERIOR

Porto seco ou EADI (Estação Aduaneira Interior) é um terminal intermodal terrestre diretamente
ligado por estrada e/ou via férrea e/ou até aérea, sendo um depósito alfandegado localizado na
zona secundária (fora do porto organizado), geralmente no interior. Recebe as cargas ainda
consolidadas, podendo nacionalizá-las de imediato ou trabalhar como entreposto aduaneiro.
Dessa forma, o Porto Seco armazena a mercadoria do importador pelo período que este
desejar, em regime de suspensão de impostos, podendo fazer a nacionalização fracionada.

O mesmo pode acontecer na exportação, este sistema permite que o exportador utilize o Porto
Seco para depositar sua carga e, a partir do momento que esta entra no Porto Seco, todos os
documentos referentes à transação podem ser negociados normalmente como se a mercadoria
já estivesse embarcada. Pelo sistema, o custo de armazenagem fica a cargo do importador e,
assim que a carga é colocada dentro do Porto Seco, cessam as responsabilidades do
exportador sobre ela. A recusa do importador em pagar o valor da armazenagem não é
determinante no fato de o dispositivo ser pouco utilizado. Os custos de armazenagem no Brasil
são mais baixos do que os praticados no exterior. O problema é que os exportadores ainda não
conhecem bem este sistema.

Além de seu papel na carga de transbordo, portos secos podem também incluir instalações
para armazenamento e consolidação de mercadorias, manutenção de transportadores
rodoviários ou ferroviários de carga e de serviços de desalfandegamento.

Com o uso dos portos secos, as mercadorias exportadas já chegam aos portos marítimos
prontas para o embarque, enquanto que no caso das importações pode-se tirar as mercadorias
dos portos marítimos mais cedo, onde a armazenagem custa substancialmente mais caro.Hoje
no Brasil já existem 63 portos secos, sendo 35 unidades em 14 estados diferentes, 1 no Distrito
Federal e 27 unidades apenas no estado do São Paulo. O maior porto seco da América Latina
e terceiro maior do mundo está localizado em Uruguaiana.

Gestão em Logística 63
Vista aérea do EADI da COIMEX em Cariacica/ES.

IMPORTANTE:

Entreposto Aduaneiro

O regime de Entreposto Aduaneiro, na importação e na exportação, permite o depósito de


mercadoria, em local determinado, com suspensão do pagamento de tributos e sob controle
fiscal. A mercadoria permanece armazenada por 1 ano, prorrogável por igual período. Em
condições especiais poderá ser concedida nova prorrogação, obedecendo ao limite de 3 anos.
As mercadorias admitidas no regime de entreposto aduaneiro poderão ser submetidas às
seguintes operações:

• Exposição, demonstração e teste de funcionamento;

• Industrialização;

• Manutenção ou reparo.

As mercadorias armazenadas em recinto alfandegado de uso público sob o regime de


entreposto aduaneiro na importação ou na exportação poderão ser objeto:

I - de etiquetagem e marcação, para atender a exigências do comprador estrangeiro;

II - de exposição, demonstração e teste de funcionamento;


Gestão em Logística 64
III - das seguintes operações de industrialização:

a) acondicionamento ou reacondicionamento;

b) montagem;

c) beneficiamento;

d) renovação ou recondicionamento das partes, peças e outros materiais nas condições citadas
acima;

e) transformação, no caso de preparo de alimentos para consumo a bordo de aeronaves e


embarcações, utilizadas no transporte comercial internacional ou destinados a exportação.

O recinto alfandegado credenciado para a realização de atividades de industrialização receberá


as seguintes denominações:

I - aeroporto industrial, se localizado em aeroporto;

II - plataforma portuária industrial, se localizada em porto organizado ou instalação portuária de


uso público; ou

III - porto seco industrial, se localizado em Estação Aduaneira de Interior - EADI.

Vamos lá! Pesquise mais sobre os vários assuntos da Logística. Tudo que
você aprendeu até aqui, não se esgota aqui. Essa é uma das disciplinas que
está presente em todas as organizações e é a que mais evolui no Brasil e no
mundo.

Gestão em Logística 65
PROPOSTA DE PESQUISAS DO CONTEÚDO

1. Enumere as diferenças entre Logística e Gestão da Cadeia de Suprimentos?

2. Mostre como funciona o fluxo de informações e de produtos na Cadeia de Suprimentos?

3. Pesquisem quais são as funções dentro da Logística que o Profissional de Logística


pode ocupar?

4. Usando o modelo da apostila (Capítulo 3), pesquise e faça exemplos sobre Estoque
Mínimo ou Estoque de Segurança?

5. Sobre Classificação ABC dos itens em estoque: Pesquise na Internet uma empresa bem
sucedida em estabelecer este tipo de classificação de estoques e outra empresa que não
utiliza este método.

6. Pesquisem quais são as fórmulas para determinação da classificação ABC.

7. Busque alguns documentos que são utilizados no Almoxarifado para atendimento das
diversas rotinas.

8. Mostre outros fluxos distribuição de cargas/mercadorias dos CDs – Centro de


Distribuição.

9. Faça uma pesquisa bem elaborada na internet sobre “crossdocking”.

10. Separação de Pedidos é uma atividade crítica num Centro de Distribuição. Tente
explicar essa sentença.

11. Cite 3 empresas que utilizam simultaneamente, o equipamento chamado


“Reachstacker”.

12. Por mais simples que seja uma embalagem, ela deve sempre ser pensada por uma
questão de Logística para que não sofra avarias. Faça uma pesquisa em 3 tipos de produtos
diferentes que pensa em Movimentar e Transportar, sem que seja possível danificar o produto.

13. De acordo com o conhecimento adquirido nesta disciplina, responda a seguinte


questão: Qual o melhor Modal de transporte a ser utilizado no Brasil?

14. Diferencie: ESTAÇÃO ADUANEIRA DO INTERIOR X ENTREPOSTO ADUANEIRO

Gestão em Logística 66
Gestão em Logística 67
Glossário de Logística

Abastecimento - é objeto de estudo da administração de materiais. Trata-se do suprimento, a


um processo administrativo ou operacional, dos elementos necessários (recursos) a um órgão
ou instituição para que possa atingir seus objetivos. É a fase em que o consumidos (interno ou
externo) recebe o material de que necessita para realizar sua atividade ou, então,
consumir/utilizar o material.

Acondicionamento – atividade que visa proteger e acomodar materiais e equipamentos


embalados ou para os quais não se utiliza embalagem, por ser inaplicável (em função de suas
dimensões) ou desnecessário.

Administração de Categorias – Category Management – Técnica de gestão de categorias de


produtos como centros de resultados, de forma a garantir que todas as categorias de produtos
contribuam com margens de lucros positivas. Visa minimizar a possibilidade de que algumas
categorias de produtos subsidiem outras categorias.

Administração de Materiais - disciplina da ciência da Administração. Segmento da logística


empresarial, também chamada de logística de entrada (inbound logistics), que corresponde ao
conjunto de operações relativas ao fluxo de materiais e informações desde a fonte de matéria-
prima até a entrada no processo produtivo. Pode ser chamada, também, de logística dos
insumos de uma empresa.

Afretador - Aquele que aluga um navio para sua utilização ou exploração comercial.

Agilização – em termos logísticos, significa agilizar o atendimento de um pedido através de


todo ou parte do sistema logístico.

Almoxarifado - Órgão da Administração de Materiais destinado a depósito, guarda e controle


dos diversos materiais que uma organização transporta, usa ou produz, a fim de evitar os
desvios, deterioração e mantê-los de forma que possibilitem pronta utilização/consumo. Local
de entrada, controle e saída dos materiais utilizados por uma organização.

Armazém – expressão genérica para indicar qualquer área, ou espaço físico, destinada à
guarda de materiais em geral.

Armazém Geral – armazém operado por terceiro que presta serviços, operações logísticas de
armazenagem e movimentação, a clientes do mercado.

Armazenagem - denominação genérica e abrangente que inclui todas as atividades de um


local destinado à guarda temporária e à distribuição de materiais (consolidação,
desconsolidação, triagem etc.) e engloba as denominações relativas a: depósitos,
almoxarifados, centros de distribuição etc.

ASLOG – Associação Brasileira de Logística. Entidade que reúne empresas, profissionais,


acadêmicos e demais interessados na área de Logística, com atuação no território brasileiro.
(www.aslog.com.br).

Back to Back – operação de comércio internacional que consiste na aquisição, por empresa
de determinado país, de produto no exterior, sendo que a entrega do bem adquirido é feita em
um terceiro país. O bem adquirido não transita pelo país do comprador, uma vez que o
vendedor embarca diretamente, por conta do comprador, para o local determinado pelo
comprador. O comprador paga ao vendedor e recebe do destinatário no terceiro país.
Gestão em Logística 68
Bar code - código de barras, utilizado para identificação automática de itens, em pontos de
venda ou em processos de movimentação. Método de codificação de dados alfanuméricos
para leitura ótica rápida e precisa. São constituídos por uma seqüência de barras e espaços
alternados impressos ou estampados em produtos, etiquetas ou outra forma de fixação,
representando informações codificadas que podem ser reconhecidas por leitores eletrônicos,
utilizados para facilitar a entrada de dados em sistemas de processamento de dados.

BI-TREM – é um semi-reboque conjugado que se constitui em uma combinação de dois semi-


reboques, acoplados entre si através de uma quinta roda na traseira do primeiro semi-reboque.
Esta combinação possui um peso bruto total combinado (PBTC) de 57 T, o que possibilita um
aumento de 27% no PBTC, em comparação com uma combinação tradicional de 03 eixos com
cavalo mecânico 6 x 2 ou 6 x 4.

Cabotagem (navegação de) - trata-se da navegação em águas territoriais de determinado


país (próxima a sua costa). Navegação doméstica.

Cadeia de Abastecimento – Supply Chain – a cadeia de abastecimento (supply chain) é


constituída pelo conjunto de organizações que se inter-relacionam, agregando valor na forma
de produtos e serviços, desde os fornecedores de matéria-prima até o consumidor/usuário
final.

Calado - expressão de transporte marítimo que significa a profundidade dos canais dos portos
e a capacidade dos navios para atracagem ao cais.

Canal de Distribuição – caminho percorrido pelos produtos/serviços de uma empresa até


chegarem aos seus clientes/usuários finais, ou o roteiro pelo qual uma empresa distribui seus
produtos/serviços. Pode ser definido, ainda, como todos os indivíduos ou organizações
envolvidos no processo de movimentação de produtos/serviços desde o fabricante até o
consumidor/usuário final.

Canal Logístico – Logistics Channel ou a rede de intermediários (indivíduos ou organizações)


envolvidos na transferência, armazenagem, movimentação e comunicações ao longo do canal
de distribuição, exercendo as funções necessárias para um fluxo eficiente de
produtos/serviços.

Carga a granel – designação dada para qualquer tipo de carga homogênea não embalada.

Carga Conteinerizada – carga geral unitizada (acondicionada) em contêineres intermodais ou


multimodais.

Carga fracionada – carga geral solta, não unitizada (acondicionada).

Carga paletizada – carga geral unitizada (acondicionada) em paletes.

CD - Centro de Distribuição. É um armazém que tem por objetivo realizar a gestão de estoques
de mercadorias na distribuição física. Trata-se de armazém de produtos acabados, prontos
para serem encaminhados a pontos de vendas de uma empresa ou diretamente a seus clientes
finais. As atividades desenvolvidas nos CD’s englobam a recepção, expedição, manuseio e
armazenamento de mercadorias, administração de informações, emissão de notas fiscais,
conhecimentos de transporte e outros documentos. Além disso, em alguns casos, envolvem a
agregação de valor intrínseco (físico) como embalagem, rotulagem e preparação de kits
comerciais (compre dois e leve três, por exemplo).

Gestão em Logística 69
Ciclo de Estoque – Compreende o período desde a necessidade de um material, sua
aquisição, recebimento e utilização.

CIF - Expressão do transporte internacional (INCOTERM) que significa Custo, Seguro e Frete
(Cost, Insurance and Freigth) para indicar que o material/produto cotado já está com tudo
embutido no seu preço final, ou seja, é posto no destino. É a operação em que o vendedor se
incumbe de fornecer o seguro contra o risco de perdas e danos dos produtos no decorrer do
transporte. É o vendedor que firma contrato com a seguradora e paga o prêmio do seguro.

Classificação ABC – No final do século XIX, o economista italiano Vilfredo Pareto constatou
que a maioria da riqueza dos países é controlada por uma minoria de pessoas. Posteriormente,
verificou-se que esse mesmo princípio aplicava-se a uma série de outros aspectos da atividade
empresarial e passou a ser conhecido como Curva de Pareto, Curva 80-20 ou Curva ABC.
Trata-se de classificação estatística de materiais, baseada no Princípio de Pareto, em que se
considera a importância dos materiais, baseada nas quantidades utilizadas e no seu valor.
Também pode ser utilizada para classificar clientes em relação aos seus volumes de compras
ou em relação à lucratividade proporcionada; classificação de produtos da empresa pela
lucratividade proporcionada, etc.

CLM - Council of Logistics Management ou Conselho de Administração da Logística. Trata-


se do órgão máximo da Logística, em termos mundiais. (www.clm1.org).

Co-Carregar – ato de combinar cargas, compartilhadas, para atingir o menor custo de frete
possível. Normalmente é o processo de recebimento, por um transportador, de cargas de outro
transportador para transporte, com o objetivo de obter o menor custo de frete possível.

Coletor – leitora ótica (scanner) de códigos de barras utilizada para o reconhecimento de


volumes (coleta de dados) em centros de distribuição. Utilizado em conjunto com sistemas de
Rádio Freqüência e de Administração de Armazéns se constitui numa das principais
ferramentas para operações de alta velocidade nos centros de distribuição.

Conhecimento de Transporte – documento emitido por transportador, que confirma o


recebimento das mercadorias a serem transportadas e constitui um contrato de transporte
entre o embarcador e o transportador, para os diversos modais de transporte. É o documento
que representa o transporte de um bem de um ponto a outro. É enviado pelo embarcador ao
recebedor para sua retirada no destino, com o transportador. No caso do comércio
internacional, um importador somente pode fazer o desembaraço aduaneiro de seus bens se
estiver de posse do conhecimento de transporte original respectivo. Ver tipos de conhecimento
na descrição dos diferentes tipos de Transporte (diferentes modais).

Consignatário – parte que recebe uma carga, conforme mencionado no conhecimento de


transporte. Também chamado de destinatário.

Consolidação – (em operações de transporte) operação logística que implica em agrupar


várias remessas pequenas de produtos em uma remessa maior, com o objetivo de facilitar
manuseio e reduzir custos de movimentação e transporte.

Consolidação de Frete – agrupamento de expedições visando obter reduções de custos ou


utilização aperfeiçoada de determinado modal de transporte. A consolidação pode acontecer a
partir do agrupamento por áreas geográficas do mercado, conforme as entregas de
programação ou utilizando-se serviços de terceiros, como armazéns públicos e agentes de
transportes de frete. Trata-se do embarque de cargas de pequeno porte em conjunto com
outras cargas, com o objetivo de evitar desperdício financeiro através do encarecimento do
frete, onerando, assim, o preço final do bem.
Gestão em Logística 70
Container - Contenedor. Equipamento de transporte, de diferentes tipos, com dimensões
padronizadas próprio para unitização de carga geral, granéis sólidos e líquidos.

Conteinerizar - termo utilizado para expressar a unitização de cargas em contêineres. Trata-se


de um método de expedição em que os produtos são colocados em contêineres e, depois do
carregamento inicial, os produtos não tornam a ser movimentados na expedição, até o
momento da descarga no destino.

Contenedores Padrão – Standard Containers ou contenedores especificamente


dimensionados, utilizados para armazenagem e movimentação de componentes. Esses
contenedores têm por objetivo proteger os componentes de danos ou avarias e, além disso,
simplificar o processo de contagem de componentes.

Cross Docking - é uma operação logística de rápida movimentação de produtos acabados


para expedição entre fornecedores e clientes. Utilizado também pelos operadores de
transportes de carga, para garantir ganhos de tempo nos processo logísticos. Trata-se de
sistema de distribuição em que os produtos recebidos em um depósito ou Centro de
Distribuição (CD) não são armazenados, mas sim preparados para serem enviados aos
pontos-de-venda de destino, com outro caminhão. Essa operação necessita de grande
exatidão quanto aos tempos de entrada e saída dos produtos e permite aumentar o giro do
estoques. Pode englobar atividades de recebimento, desconsolidação, separação, roteirização
e despacho de produtos e, em alguns casos, atividades que agregam valor físico como
etiquetagem e re-embalagem.

Custo Logístico - usualmente, define-se como a somatória dos custos de Transportes, com os
custos de Armazenagem e com os custos de Manutenção de Estoques.

CVCs – Combinações de Veículos de Carga. São composições utilizadas para veículos de


transporte rodoviário, regulamentadas pela Portaria nº 68 – de setembro de 1998 – do
CONTRAN, chamadas de Bi-trens, rodotrens ou tritrens.

DEC - Delivered ex QUAY ou Entrega no Cais. Termo do transporte marítimo em que o


vendedor entrega a mercadoria/produto no cais do porto de destino.

Demand Chain Management - Administração da Cadeia de Demanda.

Demurrage ou Sobreestadia - multa determinada em contrato, a ser paga pelo contratante de


um navio quando este demora mais do que o acordado nos portos de embarque ou de
descarga. Valor aplicado quando o importador descumpre os prazos acordados para a
utilização de um contêiner, ou seja, quando o contêiner é utilizado por um tempo além do
concedido pelo free-time.

Despacho Aduaneiro – é o procedimento fiscal pelo qual se processa o Desembaraço


Aduaneiro das mercadorias, mediante o qual se verifica a exatidão dos dados declarados pelo
Importador em relação a mercadoria importada. Também é o procedimento fiscal do
desembaraço aduaneiro de mercadoria destinada ao exterior. O Desembaraço Aduaneiro é
processado através do SISCOMEX – Sistema Integrado de Comércio Exterior.

Despatch ou Presteza - prêmio determinado em contrato, a que faz jus o contratante de um


navio, quando este permanece atracado menos tempo do que o acordado, nos portos de
embarque ou de descarga.

Gestão em Logística 71
Desconsolidação – operação inversa à consolidação, que implica em desagrupar remessas
únicas para re-despacho.

Direct Store Deliver - Método de entrega de produtos dos fabricantes diretamente nas lojas,
sem passar pelo distribuidor/atacadista ou Centro de Distribuição do varejo. Seria aquilo que,
em marketing, se considera como um Canal de Distribuição de nível zero (sem intermediários).

Distribuição Física – segmento da logística empresarial relativo ao conjunto das operações


associadas ao fluxo físico de materiais desde o local de sua produção até o local de
consumo/utilização final e do fluxo de informações relacionado. Também chamado de
outbound logistics, ou logística externa, tem o objetivo de garantir que os materiais cheguem ao
destino em condições de consumo/utilização, no tempo certo e com custos competitivos. De
forma simplificada, é o processo de fazer com que os produtos/serviços de uma organização
cheguem ao cliente/usuário final de forma eficaz e lucrativa.

DPS - Digital Picking System ou Sistema de separação (de pedidos) digitalizado.

Drawback - regime de comércio internacional que envolve a importação de componentes, com


a suspensão temporária de tributos, destinados a serem agregados a um produto destinado a
exportação. É uma forma de incentivo às exportações, uma vez que compreende a suspensão
ou isenção do recolhimento de impostos e taxas, que incidem sobre a importação de
mercadorias que sejam utilizadas na industrialização ou acondicionamento de produtos
destinados à exportação.

EADI - Estação Aduaneira do Interior. São terminais alfandegados de uso público, situados em
zona secundária. Destinam-se a prestação de serviços de movimentação e armazenagem de
mercadorias que estejam sob controle aduaneiro.

ECF – Emissor de Cupom Fiscal, que permite conexão com outros equipamentos de
automação comercial.

Embalagem – invólucro ou recipiente utilizado para embalar determinado produto. A


embalagem tem o objetivo de expor o produto e/ou proteger de riscos facilitando movimentação
e transporte.

Embarcador – parte que embarca uma determinada carga, conforme mencionado no


conhecimento de transporte.

Empilhadeiras - Equipamentos com garfos, utilizados para movimentação e empilhamento de


pallets.

Endereçamento – Sistema de localização de materiais dentro de um armazém. O sistema visa


estabelecer locais específicos dentro dos armazéns para a armazenagem dos materiais,
providenciando “endereços” para cada material, visando facilitar as operações de
movimentação, inventários etc.

Endereço Aleatório – Random Adress. Trata-se de processo de endereçamento que aceita a


armazenagem sem endereço fixo para qualquer material acondicionado em UNIMOV. O
processo é gerido por um sistema de informações e objetiva gerar maior produtividade.

Gestão em Logística 72
Entreposto Aduaneiro – trata-se de uma alternativa oferecida a importadores e/ou
exportadores para armazenagem de mercadorias em recintos alfandegados com a suspensão
de tributos, em consignação e sob controle fiscal.

Entreposto Industrial – é um regime aduaneiro especial, que permite a determinado


estabelecimento industrial importar, som suspensão de tributos, mercadorias que, após
submetidas a um processo de industrialização, sejam destinadas ao mercado externo.

Equipamentos de Armazenagem – são todos os equipamentos utilizados em armazéns,


podendo ser: prateleiras, empilhadeiras, porta-paletes, sistemas para armazenagem dinâmica
etc.

Estocagem – Storage. É uma das atividades da armazenagem. Trata-se de uma das


atividades do fluxo de materiais em um armazém e o local físico destinado à locação estática
dos materiais/produtos. Dentro de um armazém podem existir vários locais de estocagem
(endereços).

Estrados – Skids. São peças utilizadas sob estruturas, caixas ou embalagens para mantê-las
elevadas do solo e permitir fácil acesso para empilhadeiras ou outros equipamentos de
movimentação.

ETA - Expressão do transporte marítimo que significa Dia da Atracação (chegada do navio ao
cais).

ETS - Expressão do transporte marítimo que significa Dia da Saída do navio do porto (ou o dia
que o navio zarpa rumo a outro porto).

Expedição de Ordem (ou de Pedido) – Order shipment. É a atividade que se dá a partir do


momento em que uma ordem (ou pedido) é carregada num veículo até o momento de seu
recebimento, verificação e descarga no destino final.

Exportação – é a venda de produtos e/ou serviços para um comprador localizado em outro


país.

Fábrica Focalizada – também chamada de focada ou dedicada, é a unidade fabril que é


especializada de alguma maneira. Seja no atendimento a um único cliente, na fabricação de
um único produto, ou fabricação de uma única linha de produtos.

FAS - Free Alongside Ship ou Livre no Costado do Navio. Modalidade de comércio


internacional em que o vendedor entrega a mercadoria ao comprador no costado do navio, no
porto de embarque e, a partir daí, todos os encargos passam a ser por conta do importador.

Fator de Ocupação (ou de Carga) – Load Factor. Trata-se do quociente de carga real de
determinado equipamento produtivo (ou grupo de recursos de produção) ou unidade produtiva
(departamento, armazém/estoque etc.) e a capacidade disponível durante um período
específico. Esse quociente indica até que ponto a capacidade é utilizada durante um período
específico.

Fatura Comercial – é o documento fiscal que formaliza a transferência de propriedade de um


bem para um comprador.

Gestão em Logística 73
FCA - Free Carrier ou Transportador Livre. Modalidade de comércio internacional em que o
vendedor está isento de responsabilidades a partir do momento em que entrega a mercadoria
para o agente ou transportador indicado pelo importador.

FCS - Finite Capacity Schedule ou Programação de Capacidade Finita. Metodologia de


Programação da Produção.

FEFO – First to expire first out – Primeiro que vence, primeiro que sai. Trata-se de sistema de
controle de estoques semelhante ao PEPS, com uma única diferença relacionada à questão do
vencimento dos materiais. Assim, o material com prazo de validade mais curto deve sair
primeiro. Visando minimizar perda por produtos vencidos no estoque.

Fila – Ou Linha de Espera. Nos processos fabris, trata-se das tarefas que estão em dado
centro de trabalho aguardando para serem processadas.

Fill-in Order – Trata-se de pedido que conta com tempo de entrega prolongado. O objetivo é
que esse pedido possa ser concluído nos períodos em que a capacidade disponível não está
sendo utilizada, ou completamente utilizada para pedidos normais.

FILO – First in Last Out – Primeiro que entra último que sai. Trata-se de sistema de controle de
estoques semelhante ao UEPS, em que o material que entra primeiro deve ser utilizado por
último.

Flexibilidade - a facilidade de um sistema ou processo em ser manejado, maleabilidade, a


aptidão para várias coisas ou aplicações. Podemos entender por flexibilidade a capacidade que
tanto o cliente quanto o fornecedor devem ter para rapidamente adaptarem-se a alterações e
solicitações de mercado.

Flow Shop – tipo de unidade fabril com focalização no produto, em que grandes lotes de
produtos padronizados são produzidos no mesmo sistema de produção.

FOB - Free on Board ou Livre a Bordo. Modalidade de contrato de Comércio Exterior


(INCOTERM) em que o preço é cotado sem frete incluso, devendo a mercadoria ser carregada
no navio às custas do exportador. Existem algumas variações, entre as quais: FOB Fábrica,
quando o material tem que ser retirado na indústria e FOB Cidade, quando o fornecedor coloca
o material em uma transportadora escolhida pelo cliente. No Brasil, a expressão FOB é usada
indistintamente para qualquer modal de transporte, quando existe terminologia própria para
cada modal (FOT - Free on Truck - para caminhões, FOR - Free on Rail - para o modal
ferroviário etc.).

Follow Sourcing – é a política que algumas empresas estão adotando, de trabalhar com o
mesmo fornecedor de um item em todas as suas unidades produtivas, independente da
localização geográfica dessas unidades.

FOOD TOWN - Local que reúne vários fornecedores de um mesmo cliente em comum.

Forecasting - previsões de tempos. Planejamento em que se incluem previsões de demanda


ou de vendas ao longo do tempo. Recorrendo-se a métodos e sistemas de previsão, procura-
se estimar os resultados futuros e nestes dados baseia-se a reposição dos materiais. Este
instrumento revela-se aplicável quando o lead time de ressuprimento é demasiado elevado e a
acuracidade da previsão é elevada.

Fornecimento Único – Single Sourcing. Trata-se da eleição de um único fornecedor para


trabalhar com a empresa no atendimento de determinado produto e/ou material.
Gestão em Logística 74
Frete – Valor cobrado pelo transporte de mercadorias. Transporte de mercadorias de um local
para outro. É o rendimento resultante da movimentação de cargas.

Frete Porta a Porta – Door to Door Freight. Trata-se do processo de transporte em que o
transportador coleta a mercadoria na origem (fornecedor) e a entrega no destino final (local
designado pelo destinatário da mercadoria).

Fullfilment - expressão para indicar o atendimento em tempo e no prazo acordados (de


pedidos) entre fornecedor e cliente/usuário.

Gargalo – Ponto de determinado processo produtivo em que se formam filas devido a este
ponto possuir capacidade inferior ou idêntica à demanda por sua utilização. Tal ponto pode ser
um departamento, setor, seção ou recurso.

GED - Gerenciamento Eletrônico de Documentos.

Gerenciamento por Categoria - é um processo no qual categorias/grupos de produtos são


gerenciados como unidades estratégicas de negócios (UENs), sendo, portanto, avaliadas em
função dos resultados atingidos.

Giro de Inventário – Número de vezes que o inventário movimenta durante determinado


período (normalmente um ano).

Global Sourcing - – trata-se de uma visão mais abrangente da Cadeia de Suprimentos, pois
se procura comprar de fornecedores/parceiros independentemente da sua localização
geográfica no globo terrestre.

Giro de Estoque - importante indicador contábil que demonstra o número de vezes em que o
estoque "girou" em determinado período; é obtido pela fórmula: CMV (ou CPV) dividido pelo
estoque médio do período. Alternativamente, utiliza-se a Demanda anual dividida pelo estoque
médio mensal. Também chamado de Quociente de Rotação do Estoque.

GPS - Global Positioning System ou Sistema de Posicionamento Global. Trata-se de sistema


de rastreamento de objetos (normalmente veículos ou cargas) baseado em satélites. Ver
NAVSTAR GPS.

Handheld - Computador de mão que possui teclado real/físico (não digital) como nas agendas
eletrônicas. Bastante utilizado em CDs e Armazéns para utilização no controle de inventário.

IATA - International Air Transport Association - Associação Internacional de Transporte Aéreo -


organização internacional de companhias de transporte aéreo, fundada em 1945, com o
objetivo de regulamentar e promover o tráfego aéreo comercial. Sua influência se dá através da
cooperação entre as partes envolvidas e o cumprimento de certas regras, procedimentos e
pagamento de tarifas relacionadas ao transporte de cargas e de passageiros.

IBC - Intermediate Bulk Container ou Contenedor Intermediário para Granel. Trata-se de


equipamento com padronização internacional, utilizado para o transporte de mercadorias a
granel.

Importação – é a atividade comercial que consiste na compra de bens no exterior por parte
dos países que deles necessitam e na entrada de mercadorias/produtos num determinado
país, provenientes do exterior.

Gestão em Logística 75
INCOTERMS - International Commercial Terms ou Termos de Comércio Internacional.
Conjunto de Termos internacionais que uniformizam as 13 condições usuais de venda (EXW,
FCA, FAS, FOB, CFR, CIF, CPT, CIP, DAF, DES, DEQ, DDU e DDP), uniformes e imparciais,
válidas para todo o mundo e emitidas pela Câmera Internacional de Comércio, em Paris, cuja
edição em vigor é de 1990. Quando agregados a um contrato internacional passam a ter força
legal, com significado jurídico preciso e interpretado uniformemente por todas as cortes
internacionais.

Intermodalidade – é a prática de transportar bens através de mais um modal de transporte,


utilizando-se de diferentes operadores de transporte, em que cada operador se responsabiliza
pelo seu trecho.

Inventário – Estoques ou itens que servem para dar suporte à produção (matéria-prima,
insumos e materiais em processo), atividades de apoio (itens MRO - suprimentos de
manutenção, reparo e operação) e atendimento ao cliente (produtos acabados e
sobressalentes).

KLT - Klei Lagerung und Transport ou acondicionamento e transporte de pequenos


componentes.

Leitor de Código de Barras - equipamento que permite a leitura de códigos de barras


impressos em embalagens ou diretamente em produtos. Muito utilizado em PDVs - Pontos de
Vendas e em Centros de Distribuição e/ou armazéns para controlar a entrada e saída de
mercadorias.

Linha Azul – trata-se de um regime aduaneiro implantado de forma pioneira no aeroporto de


Viracopos (São Paulo) que permite a liberação de cargas com considerável redução do tempo
de permanência das mercadorias/produtos importados em local alfandegado.

Lista de Materiais – Bill of Material – BOM. Lista de todas as peças, submontagens e


matérias-primas que constituem uma montagem específica, indicando a quantidade necessária
de cada item. A lista pode, ou não, ser estruturada de forma a demonstrar os níveis de
montagem pertencentes a cada item da lista.

MAM – Movimentação e Armazenagem de Materiais. Em inglês: Material Handling Storage.

Manifesto de Carga – Lista, ou relação, contendo todos os itens de carga expedidos em


determinado modal de transporte.

MANTRA – é o sistema integrado eletrônico que possibilita o controle aduaneiro sobre os


veículos, as cargas procedentes do exterior, os trânsitos pelo território brasileiro e sobre a
movimentação e a colocação dessas cargas em armazéns alfandegados.

Milha – unidade de medida itinerária britânica e norte-americana, equivalente a 1609m.

Milha Marítima – ou milha náutica. Unidade de distância utilizada em navegação, igual ao


comprimento de um minuto de meridiano terrestre, equivalente a 1852m.

Milk Run - processo de suprimento que consiste na busca do material diretamente junto ao(s)
fornecedor(es) da empresa, normalmente instalados numa mesma planta industrial.

ML – Abreviatura utilizada para indicar Milha Terrestre.


Gestão em Logística 76
Modal – expressão simplificada para referir-se a modal de transporte.

Modal de Transporte – expressão utilizada para indicar a modalidade de transporte que se


utiliza para a movimentação de materiais/produtos de um ponto a outro. As modalidades de
transporte existentes são divididas em: a) transporte rodoviário; b) transporte ferroviário; c)
transporte aéreo; d) transporte aquaviário (marítimo –de cabotagem e de longo curso, lacustre
ou fluvial - hidroviário); e, e) transporte dutoviário.

Montagem de Carga - trata-se de definir a melhor distribuição da carga em um veículo.


Normalmente, utiliza-se de softwares do tipo TMS com o objetivo de prestar excelentes
serviços aos embarcadores, com preços competitivos.

NAVSTAR GPS - Navigation System With Time and Ranging Positioning System. Sistema de
radionavegação por satélites, que fornece ao usuário, com equipamentos apropriados,
coordenadas precisas de posicionamento tridimensional e informações de navegação e tempo.
(Controlsat - Brasil 1999).

NL – abreviatura utilizada para indicar Milha Marítima.

NVOCC - Non-Vessel Owning (Operating) Commom Carrier ou Operador de Transporte


Marítimo sem Embarcação (não proprietário). Trata-se de armador sem navios, que se utiliza
de navios de armadores estabelecidos e emite seu próprio Conhecimento de Embarque.
Através de acordo com armadores, o NVOCC compra espaço em navios em número de
contêineres.

Operador Logístico – um operador logístico é um provedor de serviços logísticos


terceirizados. São empresas que, embora terceirizadas, atuam independentemente de seus
clientes oferecendo ampla gama de serviços logísticos realizados internamente. São
prestadores de serviços que combinam serviços físicos (armazenagem e transporte) com
serviços gerenciais. Podem ser divididos em operadores baseados em ativos e operadores
baseados em informação e gestão. Os primeiros são caracterizados pelo fato de possuírem
investimentos próprios em transporte, armazenagem e equipamentos para execução das
operações logísticas. Os do segundo tipo vendem know-how de gerenciamento, baseando-se
em sistemas de informação e capacidade analítica, buscando soluções customizadas para
cada cliente, utilizando ativos de terceiros.

OPT – Optimized Production Technology. Tecnologia otimizada de produção. Trata-se de um


software, destinado aos processos produtivos, criado pelo físico israelense Eliyahu Goldratt,. O
OPT é um sistema de informação de planejamento e controle da produção completo
especialmente apropriado para ambientes de job-shop complexos.

OTM - Operador de Transporte Multimodal. Empresa apta a executar um transporte em vários


modais com um único documento de transporte. Qualquer pessoa jurídica, transportador ou
não, que celebre um contrato de transporte multimodal e atue como principal, e não como
agente, assumindo a responsabilidade pela execução do transporte porta-a-porta frente ao
contratante.

OTS - One Time Shipping ou Recipiente de Apenas uma Viagem.

Gestão em Logística 77
Paleteiras - Equipamentos com garfos utilizados para movimentação de pallets no próprio piso
do armazém.

Paletização - ato de unitizar determinada carga sobre um pallet, permitindo o arranjo e o


agrupamento de materiais em UNIMOV ou UNICOM’s, possibilitando o manuseio, estocagem,
movimentação e transporte como carga unitizada.

Pallet - unidade semelhante a um estrado, em geral de madeira, utilizado para unitização de


cargas com peso de até 2000 Kg. Tal “estrado” pode ser formado por dois planos separados
por vigas, ou uma base única sustentada por pés, cuja altura é reduzida ao mínimo compatível
com seu manuseio por empilhadeiras, paleteiras ou outros sistemas de movimentação de
cargas. Pode ser construído de madeira, plásticos, metal, papelão, ou combinações desses
materiais. Pode ter dimensões variadas, embora no Brasil se utilize o pallet denominado PBR.

Payload - Carga útil. Quantidade de carga possível de ser embarcada em um veículo de


transporte.

PBTC – Peso Bruto Total de Carga. Trata-se do peso bruto total permitido para carga, em
caminhões, pelo CONTRAN.

PDV – Ponto de Venda – é o termo utilizado para designar cada terminal de venda de uma
loja (caixa), onde se utiliza um scanner para a leitura de códigos de barras de identificação de
produtos, visando automatizar o controle de faturamento e de estoques e, em alguns casos,
permitir a reposição automática de estoques (ECR).

PEPS - Primeiro que Entra, Primeiro que Sai. É a nomenclatura para o controle de estoques e
processos de armazenagem em que o primeiro produto a entrar no estoque é o primeiro a sair.
O mesmo que FIFO.

PICK AND PACK - Processo de separação, etiquetagem, ou rotulagem, embalamento e outras


providências relacionadas ao despacho. Também chamado de picking.

Picking List – Lista de separação. O atendimento de pedidos dos clientes, a partir de um


armazém, é feito por separação do conjunto de produtos contidos no pedido, podendo ser: a)
separação de caixas ou paletes fechados, por separação direta ao longo do armazém; e, b)
separação de unidades de produtos, por separação direta ou em linha de produção.

Pick Order – ou ordem de separação que ordena a retirada de certas quantidades de produtos
do estoque para expedição a clientes e/ou para o processo produtivo.

POKA-YOKE - métodos simples, dentro da "filosofia japonesa" de produção, que servem como
prova de falhas no processo.

Ponto de Pedido – Order Point. É uma metodologia utilizada para a reposição de estoques,
em que se determina um ponto (definido quantitativamente) em que se deve disparar uma
ordem de abastecimento. Normalmente inclui certa quantidade de materiais para o
funcionamento durante o tempo de ressuprimento, acrescida de um estoque de segurança.
Quando a quantidade de determinado item em estoque atinge o ponto de pedido, dispara-se o
processo de ressuprimento.

Gestão em Logística 78
Postponement - ferramenta logística e de produção que trata do retardamento, ou adiamento,
da finalização de produtos, ou processos, até o recebimento de fato de pedidos customizados.
Trata-se de uma estratégia de produção que procura retardar, até o último momento possível, a
caracterização final de produtos e/ou serviços, com o objetivo de facilitar a redução dos
estoques e incrementar capacidade de personalização daquilo que se oferece ao mercado com
o objetivo de aumentar o nível de serviço.

PROEX – Programa de incentivo às exportações. É um programa instituído pelo governo


federal, com o objetivo de proporcionar às exportações brasileiras condições de financiamento
equivalentes ás do mercado internacional.

Rádio Freqüência – sistema utilizado para a comunicação em tempo real, via rádio, entre o
sistema de administração de armazéns e os coletores (scanners), em um armazém.

Rastreabilidade – é o registro e o rastreamento (acompanhamento) de materiais, peças e


processos utilizados nos processos produtivos através de números de série e/ou de lotes,
visando garantir a rápida localização de um material/produto em qualquer ponto da cadeia de
valor. Em alguns casos a rastreabilidade é uma exigência legal, como no caso dos
medicamentos, por exemplo.

Reachstacker - Empilhadeira para movimentação e empilhamento de containers, que pode


pegá-los de qualquer posição com seu braço flexível.

Redespacho – trata-se do processo de expedição em que um operador de transporte recebe o


frete por outro transportador e o entrega a um terceiro.

Retail Managed Inventory (RMI) - ou Inventário Administrado pelo Varejo. Trata-se do sistema
tradicional de suprimentos, em que é o varejo que calcula as suas necessidades e envia seus
pedidos diretamente para o fornecedor. É uma das ferramentas utilizadas pelo ECR.

RFDC - Radiofrequency Data Colection ou Coleta de Dados por Radiofreqüência.

Road Railer - carreta bi-modal que, ao ser desengatada do cavalo mecânico, é acoplada sobre
um bogie ferroviário e viaja sobre os trilhos.

Rodotrem – trata-se de uma combinação de dois semi-reboques ligados através de um dolly


de dois eixos. Esta combinação possui um PBTC de 74 T, o que aumenta em 64% a
capacidade de carga transportada, comparando-se com uma combinação tradicional de 03
eixos. Um rodotrem necessita, obrigatoriamente, ser tracionado por caminhões 6 x 4, além de
ter que definir previamente o trajeto a ser percorrido usualmente, na Autorização Especial de
Trânsito – AET.

Rodotrilho – é um equipamento de transporte que faz o transporte bi-modal, podendo trafegar


tanto em rodovias quanto em ferrovias. É um equipamento que otimiza custos, evitando o
transbordo de cargas e reduzindo o tempo de operação de transporte. O Rodotrilho tem
capacidade de engate nas carretas convencionais e pode ser acoplado em composições
ferroviárias, com capacidade de transporte de 30 toneladas e, dependendo das condições da
ferrovia, pode formar composições com até 50 equipamentos dessa natureza, o que possibilita
operações porta-a-porta a custos mais baixos.

Romaneio – do inglês Packing List. Simplificação para Romaneio de Carga, é o documento


utilizado em transporte, que lista a carga transportada. Usualmente, refere-se a cópias da guia
de carga. É a relação dos volumes transportados, com descrição do conteúdo de cada um. No
comércio internacional, auxilia a conferência e o desembaraço aduaneiro.
Gestão em Logística 79
SFC - Shop Floor Control ou Controle do Chão de Fábrica. Trata-se de software que,
utilizando-se da tecnologia do código de barras, faz o apontamento da mão-de-obra,
reportando da ordem de produção à baixa dos componentes em tempo real, permitindo sua
total rastreabilidade.

Shelf Life – Prazo de validade de um produto; também chamado de vida de prateleira, é o


tempo que um determinado item pode ser mantido em estoque antes de tornar-se inadequado
ao uso.

Shrink - Filmes plásticos, encolhereis, utilizados para unitizar cargas.

Sider - Tipo de carroceria de caminhão, e de alguns containeres, que têm lonas retráteis em
suas laterais para permitir operações de carga e descarga mais rápidas.

SISCOMEX – Sistema Integrado de Comércio Exterior. É um sistema informatizado que integra


as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de Comércio Exterior
brasileiras, através de um fluxo único de informações.

Sistema de Duas Caixas – também chamado de sistema de duas gavetas; é um método de


controle de estoques em que os itens são armazenados em dois contenedores fisicamente
diferentes, e as quantidades necessárias dos itens são retiradas da primeira caixa (ou gaveta)
na medida da necessidade de utilização; consumo. Ao término dos itens da primeira caixa,
inicia-se a retirada dos itens da segunda e, imediatamente, coloca-se um pedido para a
reposição da primeira.

Sistema Locacional de Estoque – Stock Location System – SLS. Trata-se de um sistema de


organização de áreas de estocagem em que todos os espaços de um armazém são nomeados
e numerados para facilitar a estocagem e recuperação de itens em estoque.

Stock Options - Programa de Opções de Ações. Programa de incentivo que permite aos
funcionários comprar ações da empresa onde trabalham por preços abaixo do mercado.

Stretch - Filmes plásticos, estiráveis de polietileno, utilizados na unitização de cargas.

STV - Veículo de Transferência Ordenado.

Tact Time – é o tempo necessário entre a conclusão de unidades sucessivas de um produto


acabado. O tact time é utilizado para definir o ritmo das linhas em ambientes de produção.

Tempo de Transporte – Transit Time - É o período compreendido entre a data de entrega do


material, ao transportador, até a chegado do mesmo para o requisitante (destino).
Normalmente se estabelece um tempo-padrão permitido considerado em qualquer pedido
determinado para as movimentações de materiais de uma operação até a próxima operação.

TKU - Toneladas por quilometro útil.

Top Sider - Tipo de carroceria de caminhão, e de alguns containeres, que têm lonas retráteis
no teto e em suas laterais para permitir operações de carga e descarga mais rápidas.

TPA - Transportadores Portuários Avulsos.

Gestão em Logística 80
Trading Company – empresa Comercial Exportadora com características próprias, que
assume as funções de comercialização para diferentes empresas. Serve como um canal
alternativo de exportação. Apresenta como vantagem ao produtor o fato de receber todos os
benefícios fiscais decorrentes da exportação, como se estivesse exportando diretamente.

Transbordo - Passar mercadorias/produtos de um para outro veículo de transporte. Operação


muito utilizada quando ocorre multimodalidade ou intermodalidade de transportes.

Transporte combinado – é o transporte de um veículo de transporte por outro (piggy back),


como por exemplo, o transporte de uma carreta em cima de um vagão ferroviário, ou sobre
uma chata ou um ferry boat.

Transtainers - Guindastes montados sobre grandes estruturas, que correm sobre trilhos ou
rodas, utilizados para movimentação de containeres em portos e terminais de carga.

Tri-trem – é uma combinação de veículo de carga – CVC – formada por três semi-reboques
interligados através de quinta roda, como acontece na combinação bi-trem. Esta CVC
possibilita um PBTC de 74 toneladas, a mesma do rodotrem, mas, devido às características
específicas, são desenvolvidas especialmente para o transporte florestal e canavieiro.

3PL – abreviatura de third-party logistics, expressão utilizada para indicar provedores de


serviços logísticos terceirizados.

UEPS - É a nomenclatura para o método de armazenagem, em que o produto que é o último a


entrar no estoque é o primeiro a sair. É o método oposto do PEPS/FIFO.

UNICOM - Unidade de Comercialização. Conceito de unitização de cargas em Embalagens


que serão um padrão para comercialização.

Unidade de Transporte Intermodal – Intermodal Transport Unit – ITU. São contêineres,


recipientes intercambiáveis e semi-reboques que podem ser utilizados no transporte
intermodal, sem desunitizar a carga.

UNIMOV - Unidade de Movimentação. Conceito de unitização de cargas em Embalagens que


serão movimentadas como se fosse uma única unidade.

Unitização - Ato de unir vários volumes pequenos, em um recipiente (embalagem) maior, com
o intuito de facilitar a sua movimentação. Trata-se da conversão de diversas unidades de carga
fracionada numa única unidade (consolidação), para fins de movimentação e armazenagem.

Unitização de cargas – Unit Load. Trata-se da carga constituída de materiais (embalados ou


não) arranjados e acondicionados de modo a possibilitar a movimentação e armazenagem por
meios mecanizados como uma única unidade (UNIMOV). Constitui uma das bases para um
sistema integrado de acondicionamento, movimentação, armazenagem e transporte de
materiais. Ver Unitização e Paletização.

Valor Agregado – importante conceito derivado do conceito de Cadeia de Valor. Em termos de


manufatura, trata-se do aumento real na utilidade de um item do ponto de vista do cliente na
medida em que um material é processado ao longo da cadeia de abastecimento. É a
contribuição de operações e de cada elo da cadeia de valor para a utilidade e valor final de um
produto do ponto de vista do cliente. Busca-se, com esse conceito, eliminar toda e qualquer
atividade que não agregue valor no fornecimento, na manufatura e entrega de um produto ou
serviço.

Gestão em Logística 81
VUC - Veículo Urbano de Carga.

WCS - Warehouse Control Systems ou Sistemas de Controle de Armazéns.

Gestão em Logística 82
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