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SÉRIE LOGÍSTICA

LOGÍSTICA DE
EXPEDIÇÃO
SÉRIE LOGÍSTICA

LOGÍSTICA DE
EXPEDIÇÃO
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações
SÉRIE LOGÍSTICA

LOGÍSTICA DE
EXPEDIÇÃO
© 2013. SENAI – Departamento Nacional

© 2013. SENAI – Departamento Regional da Bahia

A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, me-
cânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.

Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI
Bahia, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos
os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional da Bahia


Núcleo de Educação à Distância - NEAD

FICHA CATALOGRÁFICA

S491l

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.


Logística de expedição/ Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial,
Departamento Regional da Bahia. - Brasília: SENAI/DN, 2013.
92 p.: il. - (Série Logística)

ISBN 978-85-7519-737-0

1. Armazenagem. 2. Expedição e distribuição. 3. Almoxarife. I. Serviço


Nacional de Aprendizagem Industrial. II. Departamento Nacional. III.
Departamento Regional da Bahia. IV. Logística de Expedição. V. Série
Logística.

CDU: 658.7

SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (61) 3317-9001
Departamento Nacional Fax: (61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 -  Carregamento de caminhão.....................................................................................................................15
Figura 2 -  Cadeia de distribuição.................................................................................................................................16
Figura 3 -  Almoxarifado..................................................................................................................................................17
Figura 4 -  Cadeia logística do gás................................................................................................................................19
Figura 5 -  Planejamento da arrumação de carga..................................................................................................27
Figura 6 -  A logística integrada....................................................................................................................................29
Figura 7 -  Peação de carga.............................................................................................................................................35
Figura 8 -  Unitização........................................................................................................................................................37
Figura 9 -  Embalagem: paletes.....................................................................................................................................38
Figura 10 -  Isotanque montado em uma estrutura metálica nas dimensões do contêiner...................38
Figura 11 -  Big-bag...........................................................................................................................................................39
Figura 12 -  Movimentação de contêiner..................................................................................................................40
Figura 13 -  Movimentação manual.............................................................................................................................41
Figura 14 -  Movimentação mecânica.........................................................................................................................42
Figura 15 -  Transporte aquaviario...............................................................................................................................49
Figura 16 -  Trem de carga...............................................................................................................................................51
Figura 17 -  Dutovia...........................................................................................................................................................52
Figura 18 -  Intermodalidade.........................................................................................................................................53
Figura 19 -  Etiqueta RFID uma das ferramentas do comércio eletrônico.....................................................58

Quadro 1 - Procedimentos fundamentais da separação de materiais............................................................20


Quadro 2 - Técnicas de movimentação de materiais............................................................................................64
Sumário
1 Introdução ........................................................................................................................................................................11

2 Importância da expedição...........................................................................................................................................15
2.1 Atividades envolvidas na logística.........................................................................................................17
2.2 Objetivo da programação da distribuição..........................................................................................21

3 Formas de expedir..........................................................................................................................................................25
3.1 Etapas do processo de expedição..........................................................................................................26
3.2 Controle do processo de expedição......................................................................................................28
3.3 Tendências......................................................................................................................................................29

4 Preparação da carga para expedição......................................................................................................................35


4.1 Embalagem....................................................................................................................................................36
4.2 Classificação das embalagens pelo tipo de Movimentação.........................................................40
4.3 Utilização do sistema WMS no processo de expedição..................................................................42
4.3.1 Funcionalidades.........................................................................................................................43

5 O transporte.....................................................................................................................................................................47
5.1 Os modais de Transporte...........................................................................................................................48
5.1.1 Modal Rodoviário.......................................................................................................................48
5.1.2 Modal Aquaviário.......................................................................................................................48
5.1.3 Modal Ferroviário.......................................................................................................................50
5.1.4 Modal Aeroviário........................................................................................................................51
5.1.5 Modal Dutoviário.......................................................................................................................52
5.2 Monomodal ou Unimodal.........................................................................................................................53
5.3 Multimodalidade..........................................................................................................................................53
5.4 Intermodalidade...........................................................................................................................................53

6 Conhecendo o plano de logística de expedição.................................................................................................57


6.1 Tecnologias a serviço da logística de expedição..............................................................................58
6.1.1 Rastreamento de carga............................................................................................................59
6.2 Processos a serviço da logística de distribuição................................................................................59
6.3 Logística inbound e logística outbound..............................................................................................60
6.4 Sistemas de picking.....................................................................................................................................60
6.5 Frete..................................................................................................................................................................61
6.6 Operador logístico.......................................................................................................................................62
6.6.1 Atividades de um operador logístico.................................................................................62
6.6.2 Conferência entre nota fiscal e físico..................................................................................62
6.7 Manuseio interno.........................................................................................................................................63
6.8 Tipos de produtos........................................................................................................................................64
6.9 Tipos de equipamentos de movimentação........................................................................................65
6.10 Segurança na movimentação de materiais......................................................................................66
6.11 Legislação.....................................................................................................................................................67

7 Procedimentos conforme a natureza do negócio..............................................................................................71


7.1 Padrão de procedimento para separação de materiais..................................................................72
7.1.1 Objetivo.........................................................................................................................................72
7.1.2 Documentação de referência ...............................................................................................72
7.1.3 Siglas...............................................................................................................................................72
7.1.4 Abrangência................................................................................................................................73
7.1.5 Conceitos e definições.............................................................................................................73
7.1.6 Diretrizes.......................................................................................................................................75
7.1.7 Responsabilidades.....................................................................................................................75
7.1.8 Procedimento..............................................................................................................................76
7.1.9 Registros........................................................................................................................................76
7.1.10 Histórico de alteração............................................................................................................77
7.2 Padrão de procedimento para expedição de materiais.................................................................77
7.2.1 Objetivo.........................................................................................................................................77
7.2.2 Documentação de referência ...............................................................................................77
7.2.3 Siglas...............................................................................................................................................78
7.2.4 Abrangência................................................................................................................................78
7.2.5 Conceitos e definições.............................................................................................................78
7.2.6 Diretrizes.......................................................................................................................................80
7.2.7 Responsabilidades.....................................................................................................................80
7.2.8 Procedimento..............................................................................................................................81
7.2.9 Registros........................................................................................................................................82
7.2.10 Histórico de alteração............................................................................................................82

Referências
Minicurrículo dos autores
Índice
Introdução

Sejam bem-vindos ao universo da Logística com o curso de Qualificação Profissional em


Almoxarife, que tem como objetivo formar profissionais capazes de utilizar as terminologias
da área, tendo em vista as principais vertentes da logística: armazenagem, expedição e dis-
tribuição. Por meio de exemplos e atividades práticas, a operação dos processos logísticos é
estudada em conjunto com os sistemas de qualidade, segurança, meio ambiente e saúde do
trabalho, seguros e manutenção.
Durante o processo de aprendizagem, o aluno será capacitado para executar as operações
dos processos logísticos, atendendo a suprimentos de bens e serviços; executar as operações
dos processos logísticos, atendendo à produção de bens e serviços; executar as operações dos
processos logísticos, atendendo à área de transporte de bens; conhecer as principais opera-
ções executadas pelos operadores de processos logísticos; além de desenvolver uma consci-
ência social focada no ambiente organizacional no qual será inserido.
Neste terceiro livro, abordaremos as atividades que proporcionarão ao Almoxarife agen-
dar a expedição, verificar disponibilidade de recursos, conferir quantidades físicas separadas,
dentre outras ações. De forma integrada, desenvolveremos também as capacidades sociais,
organizativas e metodológicas necessárias, adequadas a diferentes situações profissionais, fa-
vorecendo uma base consistente para a construção das competências específicas, conforme
abaixo:

CAPACIDADES TÉCNICAS:
a) agendar a expedição;
b) verificar as especificações do pedido;
c) verificar a disponibilidade de recursos;
d) verificar prioridades e nível de urgências;
e) conferir o pedido ao expedir materiais;
f) conferir quantidades físicas separadas;
g) solicitar a emissão do documento fiscal;
LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
12

h) seguir norma de segurança de movimentação de materiais;


i) inspecionar veículo;
j) elaborar plano de carregamento de carga;
k) liberar veículo carregado.

CAPACIDADES SOCIAIS, ORGANIZATIVAS E METODOLÓGICAS:


a) buscar o autoaprimoramento;
b) conservar os equipamentos e instrumentos;
c) consultar manuais, catálogos e publicações técnicas;
d) estudar e pesquisar;
e) manter a organização e limpeza do local de trabalho;
f) ter atenção;
g) ter dinamismo;
h) ter proatividade;
i) ter raciocínio lógico e ser analítico;
j) trabalhar em grupo e individualmente.

Os conhecimentos, as habilidades e as atitudes necessárias para o alcance do


objetivo desta qualificação serão apreendidos através dos conteúdos apresenta-
dos nos capítulos que abordam o processo de expedição, conferência entre nota
fiscal, contagem física, utilização do Sistema WMS no processo de expedição, dis-
tribuição sem armazenagem prévia, controle no recebimento, o crossdock na lo-
gística de expedição, o plano de logística de expedição, finalizando este volume
com noções de procedimentos conforme a natureza do negócio, que será impor-
tante para realização de suas atividades.
Esta unidade curricular está dividida em sete capítulos. O capítulo 1 apresenta
o objetivo e as capacidades propostas por esta unidade curricular. A partir do ca-
pítulo 2, aprenderemos a diferenciar conceitos básicos da cadeia de suprimento
e da logística de expedição e a identificar o fluxo da distribuição. No capítulo três,
veremos técnicas utilizadas na expedição de materiais. Assim, você será capaz
de identificar os tipos de expedição e processos dentre outras capacidades. Nos
capítulos seguintes, aprenderemos os tipos de carga que estão relacionadas a
este processo.
1 INTRODUÇÃO
13

Você será capaz de identificar um plano de logística de expedição. Por fim,


no último capítulo, veremos exemplos de procedimentos de trabalho que estão
relacionados às funções da qualidade com foco na segurança e meio ambiente.
Construiremos um conhecimento que o habilitará a desenvolver-se como pes-
soa, mas, sobretudo, como profissional Almoxarife, objetivo principal deste e de
todos os outros materiais que você verá ao longo do curso. Esperamos que você
consiga atingir este objetivo ao passo que se empenhe em dar o melhor. Não es-
queça de que você é o principal responsável por sua formação.

Siga em frente e bons estudos!


Importância da expedição

A disponibilização dos suprimentos necessários para a produção e montagem de produ-


tos e execução dos serviços em uma organização é uma das principais responsabilidades do
administrador de materiais. Grande parte dos lucros de uma organização não se dá somente
pela venda dos seus produtos e aplicações financeiras, mas também pela disponibilização de
produtos com qualidade superior por preços mais baixos dentre os oferecidos pelos demais
fornecedores.
Programar a expedição dos suprimentos necessários para uma empresa significa planejar
as necessidades da empresa, a fim de que haja a redução dos estoques, o aumento da com-
petitividade na cadeia de suprimentos e a eliminação das paradas na linha de produção dos
clientes por falta de suprimentos.

Figura 1 -  Carregamento de caminhão


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2012b.
LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
16

Segundo Ballou (2001), existem duas abordagens na programação da expedi-


ção para os suprimentos que os profissionais podem utilizar. A primeira é a ob-
tenção dos suprimentos da produção dos bens e serviços somente quando for
necessário, também conhecida como filosofia just-in-time. A segunda se refere à
manutenção de estoques a partir da técnica do Planejamento das Necessidades
de Materiais (MRP-Manufacturing Resources Planning), de maneira que os supri-
mentos estejam sempre à disposição.
Olhando para as vantagens que cada uma destas abordagens possui, observa-
mos que existem profissionais que optarão apenas por uma delas, ressaltando as
suas vantagens. Ambas possuem características positivas e negativas, que depen-
dem das circunstâncias em que serão aplicadas.
Em ambos os casos, é importante que ocorra um sincronismo entre os forne-
cedores e a empresa para que não aconteçam desabastecimentos de itens consi-
derados essenciais à produção dos produtos e serviços da empresa.
Neste capítulo, veremos a expedição na programação de suprimentos. Além
disso, serão abordados temas paralelos, como contratos, a forma de tratar garga-
los e outros problemas relacionados à programação de suprimentos.

Algumas empresas transportadoras optam em estender


FIQUE a carga de trabalho dos motoristas, correndo o risco de
acidentes. Satisfazer as necessidades do cliente, tais como
ALERTA atendimento no prazo, não significa desconsiderar normas
de segurança e legislação vigentes.

RASTREABILIDADE NA
CADEIA DE DISTRIBUIÇÃO

INSUMOS PRODUÇÃO DISTRIBUIÇÃO TRANSPORTE CONSUMIDOR

Figura 2 -  Cadeia de distribuição


Fonte: SENAI, 2013.
2 IMPORTÂNCIA DA EXPEDIÇÃO
17

2.1 ATIVIDADES ENVOLVIDAS NA LOGÍSTICA

As atividades logísticas estão agrupadas em três grandes etapas, a saber: Su-


primento, Armazenagem e Distribuição física.
Suprimento: atividade relacionada ao cadastro e a aquisição de produtos de
fornecedores externos. O principal objetivo é dar apoio à produção ou à revenda,
proporcionando a aquisição em tempo hábil, ao menor custo total. As atividades
envolvidas são:
a) planejamento do cadastro;
b) localização de fontes de suprimentos;
c) negociação;
d) colocação de pedidos;
e) garantia de qualidade do produto adquirido.
Armazenagem: atividades relacionadas ao planejamento, programação e
operações de armazenagem, que incluem:
a) planejamento do recebimento;
b) armazenagem do produto;
c) manuseio;
d) transporte;
e) sequenciamento de pedidos.

Figura 3 -  Almoxarifado
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.
LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
18

1 CICLO DE VIDA DO Distribuição Física: atividades relacionadas com o fornecimento de serviço


PRODUTO:
ao cliente final. O objetivo principal é ajudar na geração de lucro, atingindo os ní-
É a história completa veis de serviço desejáveis com o menor custo total. As atividades que se aplicam
do produto através de são:
suas fases de vendas:
introdução, crescimento,
amadurecimento e declínio. a) processamento de pedidos;
b) separação;
c) embalagem;
d) montagem de roteiros;
e) transporte.
Além dessas cinco principais vertentes, a logística também atua na preserva-
ção dos estoques:
a) controle de validade dos produtos;
b) especificação de áreas de armazenagem;
c) estabelecimento de padrões de armazenagem;
d) manuseio de mercadoria;
e) acompanhamento do ciclo de vida do produto1.

SAIBA Para conhecer maiores detalhes sobre a preservação dos ma-


teriais, consulte o livro Preservação de Materiais: prevenção
MAIS da falha prematura, de Vitório Donato, editora Érica, 2011.

Durante o curso, você aprenderá, em detalhes, os principais procedimentos


técnicos para executar a atividade de expedição de materiais.

Existe uma pequena diferença entre armazenagem e


estocagem. Armazenagem está relacionada ao acondi-
VOCÊ cionamento físico de produtos ou à maneira como são
SABIA? acomodados. Estocagem é o ponto de vista contábil e
financeiro da mesma atividade, no qual se realiza o con-
trole dos estoques, como um inventário.
2 IMPORTÂNCIA DA EXPEDIÇÃO
19

2.1.1 A CADEIA DE SUPRIMENTO

Uma rede, cadeia ou sistema é um conjunto de atividades correlacionadas ou


interligadas, portanto, pode-se dizer que a logística caracteriza-se por um sistema
interligado de atividades correlacionadas, que não podem ser vistas de manei-
ra isolada, pois são interdependentes. A esta integração das atividades logísticas
chamamos de cadeia logística, cadeia de suprimentos ou SCM.
O gerenciamento da cadeia logística refere-se às empresas que colaboram en-
tre si para elevar o posicionamento estratégico e para melhorar a eficiência das
operações e,obviamente, não é realizado por uma única empresa, pois as opera-
ções exigem processos gerenciais que ultrapassam as áreas da empresa e contam
com a cooperação de parceiros comerciais e clientes. Podemos demonstrar esta
cadeia da seguinte forma:

Centro Distribuidores Revendedores Usuário


petroquímico doméstico

Mercado Importadores Hotéis


externo hospitais Indústria
Figura 4 -  Cadeia logística do gás
Fonte: SENAI, 2013 (Adapitado).

2.1.2 ADMINISTRAÇÃO DE ENTRADA E SAÍDA DE MATERIAIS

Segundo Viana (2002), a administração do movimento de entradas e saídas


dos materiais com eficiência e exatidão não é uma tarefa fácil. É imprescindível
que o técnico em logística saiba o que deve ser expedido, quanto,como,quando
e onde deverá ser expedido, além de quem será responsável pela separação.
LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
20

Para melhor entender como funciona a administração da expedição de mate-


riais, veja o Quadro1 apresentado a seguir.

AÇÃO ESCLARECIMENTOS

O que deve ser expedido? Especifica as quantidades e itens a serem separados.

Como deve ser feita Revela qual o melhor procedimento de separação de


a expedição? materiais na organização.

Determina qual o melhor período para uma organização


Quando deve ser expedido?
separar e entregar os pedidos.

Identifica quais os melhores roteiros para


Como deve ser entregue?
a entrega dos pedidos.

Quadro 1 - Procedimentos fundamentais da separação de materiais


Fonte: SENAI, 2013.

A desconsideração dos procedimentos acima poderá levar à interrupção da


produção, das vendas, da manutenção ou quaisquer outras atividades relacio-
nadas. Por isso, é de fundamental importância estabelecer as diretrizes para os
grupos de produtos que serão separados através do Planejamento da Expedição,
tendo como referências as previsões de vendas e a disponibilidade de recursos
da empresa.
Através do Plano de Expedição, são detalhadas as metas estipuladas no Plane-
jamento da Expedição. O objetivo é que se atinja a demanda do mercado, usando
os recursos muitas vezes limitados da empresa no longo prazo. As atribuições
apresentadas pelo plano de expedição deverão contemplar:
a) ampliação da área de separação;
b) aquisição de novos equipamentos;
c) incorporação de novas tecnologias;
d) contratação de mão de obra.
2 IMPORTÂNCIA DA EXPEDIÇÃO
21

CASOS E RELATOS

O caso do supermercado da Ribeira


Sr. Moura, proprietário de um supermercado no bairro Ribeira, instalado há
mais de trinta anos, teve como concorrente direto a filial de uma grande
rede de supermercados. Preocupado com as grandes promoções que o seu
concorrente realizava, percebeu que não conseguiria sobreviver como co-
merciante diante daquela situação.
Porém, com seus conhecimentos em logística, Sr. Moura conseguiu manter
o seu negócio. Ele sabia que a expedição é o setor responsável por organi-
zar as saídas dos produtos de um armazém e sua relevância está relaciona-
da ao controle do produto embarcado, que exige muito cuidado.
Ele descreve justamente isso: que a expedição foi a sua salvação, pois foi
montado em seu supermercado um sistema de entrega de compras nas
residências dos moradores do bairro, oferecendo um serviço diferenciado
desde a concepção do pedido, em que os clientes realizavam o pedido das
compras, passando pela seleção e embalagem dos produtos feita pelos
funcionários, até a entrega na residência do destinatário que é o consumi-
dor final, isto é, moradores do bairro Ribeira.
Desta forma, ele aumentou o relacionamento com a sua antiga clientela,
garantindo a fluidez nos seus negócios.

2.2 OBJETIVO DA PROGRAMAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO

A programação da distribuição em uma empresa tem como finalidade evitar a


saída dos suprimentos em quantidades indesejadas, a antecipação ou atraso da
produção de produtos ou serviços.
Para entendermos o objetivo da programação da distribuição, precisamos
entender o contexto em que ela está inserida atualmente. Após a Revolução In-
dustrial, um número crescente de empresas passou a atender mercados consu-
midores que, até então, eram carentes de produtos de consumo, especialmente
no período pós-guerra. Com a globalização e o avanço tecnológico, assim como
o aumento do consumo em geral, as empresas logo atingiram níveis de qualidade
de produtos satisfatórios bastante parecidos. Então, como garantir que o produto
LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
22

2 NÍVEL DE SERVIÇO: seja entregue diante de tamanha concorrência? O foco desde então tem sido o
nível de serviço2. Dentre as diversas características deste fator, podemos destacar:
Base de exigência mínima
para orientação da a) a rapidez com a qual o produto chega às mãos do cliente. isso pode signifi-
qualidade dos serviços
prestados. O nível de car surpreender o cliente por atendê-lo antes do prazo esperado;
serviço em geral é medido
por indicadores que b) a customização oferecida para o cliente. adaptar o produto às necessida-
demonstram um índice
percentual dos serviços des e desejos específicos do cliente ou grupo de clientes;
prestados que atingiram a
qualidade esperada. c) o serviço pós-venda3, com o objetivo de verificar o nível de satisfação do
cliente, recebendo críticas, sugestões e solicitações.
Assim, o objetivo da distribuição é providenciar a saída dos materiais, na hora e
na quantidade certas, em condições adequadas, levando as empresas e organiza-
3 SERVIÇO PÓS-VENDA: ções ao aumento de produtividade, ampliação do nível de satisfação dos clientes
É a fase que se inicia e a redução de custos. Ao entregar o produto certo, no momento e quantidade
logo após o momento da preestabelecidos, no local combinado, utilizando meios adequados e ao cliente
aquisição de um Produto ou
Serviço de uma empresa ou certo, a logística aumenta a eficiência e a eficácia da empresa, ganhando agilida-
organização.
de e reduzindo os custos totais.

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você aprendeu a importância da distribuição, fundamental


para o desenvolvimento de um técnico em logística. O breve histórico nos
fez entender como as atividades envolvidas no processo de distribuição
há anos fazem parte da rotina humana e o quanto são significativas para o
sucesso das empresas.
Foi possível compreender como funciona a cadeia logística ou de supri-
mentos, que inicia com o fornecedor, passa para a etapa de produção e
distribuição para chegar ao cliente final. Vimos ainda que dentro destes
processos estão envolvidas atividades essenciais e interligadas, como a ar-
mazenagem, a movimentação de materiais, embalagem e distribuição.
2 IMPORTÂNCIA DA EXPEDIÇÃO
23

Anotações:
Formas de expedir

Agora vamos tratar das formas de expedir os materiais, uma das vertentes da Logística.
Serão abordadas as etapas da expedição, o controle do processo de distribuição, além das
tendências desta atividade.
LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
26

3.1 ETAPAS DO PROCESSO DE EXPEDIÇÃO

As principais etapas do processo de expedição são:


a) processamento de pedidos:
Nesta etapa inicial do processo de expedição, estão envolvidos procedimen-
tos como:
-- verificação das reservas de estoque;
-- liberação de estoque reservado;
-- criação do pedido;
-- processamento do pedido;
-- geração da fatura;
-- emissão de documentos para separação da mercadoria e verificação
de pedidos;
-- atendimento ao pedido;
-- liberação do pedido totalizado;
-- verificação da expedição para entrega e transporte (conhecido como
romaneio de cargas).
b) separação de materiais:
-- etapa responsável pelo sequenciamento de todos os materiais solicita-
dos. Podem ser considerados:
-- expedição tradicional;
-- utiliza equipe de separadores de matérias-primas e insumos;
-- equipamentos para coletar os produtos;
-- materiais de apoio;
-- embalagens;
-- identificação manual das embalagens.
-- expedição informatizada:
-- sequenciamento do mix de produtos;
-- composição das embalagens;
-- identificação e roteirização.
3 FORMAS DE EXPEDIR
27

c) embalagem de materiais:
É a atividade que está ligada à maneira como os produtos são embalados. Ela
afeta tanto a produtividade quanto a eficiência logística. São consideradas as se-
guintes etapas:
-- projeto de embalagem;
-- arrumação;
-- identificação.
d) montagem de roteiros:
Etapa responsável pelo sequenciamento de todos os pedidos liberados para
a expedição.

98”
(244 cm)

(31 125”
7c
m)
98” )
cm
(244
Figura 5 -  Planejamento da arrumação de carga
Fonte: SENAI, 2013.

FIQUE Para evitar doenças ocupacionais, o técnico em logística


pode implantar cinco minutos de ginástica laboral antes
ALERTA de iniciar a jornada de trabalho.
LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
28

1 TEMPO DO CICLO DO 3.2 CONTROLE DO PROCESSO DE EXPEDIÇÃO


PEDIDO:
O controle rigoroso no processo de expedição é de grande importância para
É o processamento
de várias atividades, o bom desempenho do sistema logístico. Trata-se do momento de comparação
que correspondem a:
preparação, transmissão, entre o planejado e o executado no atendimento de modo que atender às neces-
recebimento e expedição, sidades dos clientes. Para Ballou (1993), estratégia para o controle das operações
além do relatório da
situação do pedido. logísticas envolve a execução das seguintes etapas:
a) definição de metas e padrões de desempenho;
b) medidas de desempenho;
c) tomada de ações corretivas.

Ao conhecer a história da logística, você percebeu que


VOCÊ o ambiente empresarial era composto por atividades
departamentalizadas, ou seja, cada departamento da
SABIA? empresa cuidava de determinadas atividades logísticas
sem interagir com os demais departamentos.

3.2.1 DEFINIÇÃO DE METAS E PADRÕES DE DESEMPENHO

Esta etapa define em que nível de desempenho a empresa deseja chegar. Se


ela deseja ser líder de desempenho em alguma medida, deve obter um nível de
desempenho superior ao dos seus concorrentes. Portanto, deve-se considerar se
os custos exigidos para esta meta compensam os resultados e se é compatível
com a estratégia da empresa.

3.2.2 MEDIDA DO DESEMPENHO

O objetivo da medida de desempenho das atividades logísticas é obter infor-


mações sobre o desempenho das atividades, identificando pontos de melhorias.
A avaliação das atividades logísticas pode ser feita por meio de avaliações para, a
partir daí, determinar medidas de desempenho. Outra maneira é através da com-
paração dos resultados obtidos com os indicadores das empresas que possuem a
excelência neste item. Ambas as situações serão vistas em capítulos posteriores.
Dentre os diversos indicadores de desempenho, podemos mencionar:
a) prazo para entrega;
b) percentual de produtos defeituosos entregues;
c) tempo de processamento de pedidos;
3 FORMAS DE EXPEDIR
29

d) tempo de separação de pedidos;


e) tempo do ciclo do pedido1.

3.2.3 AÇÕES CORRETIVAS

Após a obtenção dos resultados gerados através da medição do desempenho


das atividades, parte-se então para o processo comparativo entre estes resulta-
dos e os padrões de desempenho predefinidos. De posse destes resultados, e se
for necessário, executa-se uma ação corretiva.
A aplicação de um modelo para o controle logístico possibilita o acompanha-
mento das atividades logísticas. Isto fornece aos administradores da organização
uma transparência de todo o processo produtivo.

3.3 TENDÊNCIAS

Com o aumento da competitividade de mercado, surgiu a necessidade da inte-


gração dos componentes da cadeia, originando assim o conceito de Logística In-
tegrada, que passa a ser o grande diferencial e a tendência visível para a logística:
integração das atividades, conforme observado na Figura 6. Independentemente
de as atividades logísticas serem realizadas entre empresas (logística externa) ou
dentro da própria empresa (logística interna), todos dependem da sincronia das
atividades listadas na parte inferior da figura.

Planejamento de
Produção e Materiais Matéria-Prima

Atendimento
ao cliente Produção
na Linha

Distribuição Expedição
Figura 6 -  A logística integrada
Fonte: SENAI, 2013.
LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
30

2 LOGÍSTICA VERDE: Observa-se, então, a tendência para uma competição não mais generalista en-
tre empresas, mas entre cadeias logísticas ou cadeias de abastecimento. A van-
É a área da logística que
analisa os aspectos e tagem competitiva sustentável tende a se basear em custo e serviço, enquanto a
impactos da atividade
logística.
qualidade continuará sendo pré-requisito.

SAIBA Para conhecer mais sobre a logística integrada, consulte o


livro Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento
MAIS de Paulo Roberto Bertaglia, editora Saraiva.

Além desses fatores já mencionados, podemos relacionar cinco grandes ten-


dências na logística:
a) de ordem estrutural, a primeira tendência das empresas é transferir suas
funções logísticas para empresas terceirizadas. Relata-se que 80% das em-
presas não mais realizam o transporte de seus produtos e 40% terceirizam
ou pretendem fazer isso com a atividade de armazenagem. Até mesmo ativi-
dades de gestão de estoques e projetos estão seguindo o mesmo caminho;
b) uso cada vez maior da tecnologia da informação tanto para a gestão como
para as atividades operacionais. Em breve será possível decidir automatica-
mente sobre uma situação operacional existente, baseando-se nos possíveis
cenários para as próximas horas de operação;
c) existe uma forte tendência para operações colaborativas e integradas, vi-
sando aos ganhos para todas as partes. O sucesso do negócio de hoje, de-
pende não mais das atuações individuais, mas sim da competitividade da
cadeia logística. A tendência, portanto, é o crescimento de parcerias estraté-
gicas, que são motivadas pela facilidade de planejamento, melhor serviço ao
cliente e redução ou compartilhamento de custos;
d) tornar as atividades logísticas ecologicamente corretas através da Logística
Verde2. A tendência está em deixar de olhar a logística como uma atividade
que não gera impacto ambiental, para olhá-la sob a ótica dos aspectos e
impactos ambientais e de inclusão social. Assim, a logística verde norteará
a cadeia produtiva minimizando os impactos ambientais, promovendo me-
lhorias sociais e garantindo rentabilidade econômica;
e) por fim, outra grande tendência e oportunidade da logística brasileira são as
pessoas. Cada vez mais, espera-se que conhecimento tecnológico por parte
dos profissionais da logística seja um fator diferencial nas operações logísti-
cas. Antes se acreditava que, com o investimento do lucro, a empresa cresce-
ria; agora, nota-se que o domínio do conhecimento e a troca de experiências
tornam as pessoas e, consequentemente, as empresas, mais competitivas.
3 FORMAS DE EXPEDIR
31

Este grau de conhecimento requer requalificação e atualização permanente


dos profissionais nas suas respectivas áreas de atuação. Isto ocorre através da pes-
quisa, do ensino e com o próprio desenvolvimento das ferramentas tecnológicas.
Algumas destas ferramentas são utilizadas para a movimentação de materiais.

CASOS E RELATOS

Transporte Intermunicipal de carga


Cassandra é uma empreendedora do ramo de artesanato. Recentemente,
um representante de uma multinacional gostou do seu trabalho e indicou
os produtos da microempresa de Cassandra para serem dados como brin-
des.
Cassandra recebeu um pedido para o fornecimento de cinco mil peças por
mês, o que nunca tinha acontecido antes, pois esta era a sua produção anu-
al. De imediato ela contratou diversas pessoas para reforçar o quadro de
pessoal da sua empresa das quais a maioria nunca havia trabalhado antes.
Então chegou o momento do embarque do primeiro lote de peças e foi
aquele tumulto, pois não havia uma embalagem padrão, o pessoal da ex-
pedição não tinha conhecimento de arrumação de cargas, entre outros
problemas.
Quando a mercadoria chegou à empresa compradora ficou constatado
que 33% das mercadorias haviam sido danificadas na movimentação e no
transporte, e a empresa de Cassandra teve que repor toda a carga danifi-
cada. Desta forma Cassandra aprendeu que não adianta contratar pessoas
sem qualificação profissional, pois poderá ocasionar prejuízos.

RECAPITULANDO
LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
32

Neste capítulo, você aprendeu os conceitos básicos do processo de expe-


dição, atividade fundamental para o desenvolvimento profissional do téc-
nico em logística. Com a apresentação dos conceitos do controle dos pro-
cessos de expedição, entendemos as atividades envolvidas no processo de
distribuição das empresas.
Foi possível ainda compreender as tendências logísticas através do fun-
cionamento da cadeia de suprimentos, que inicia com o fornecedor, passa
para a etapa de produção e distribuição para chegar ao cliente final.
3 FORMAS DE EXPEDIR
33

Anotações:
Preparação da carga para expedição

As matérias-primas podem ser de natureza primária e secundária. A primária ocorre quan-


do os insumos são de fontes que ainda não tiveram qualquer tipo de beneficiamento em seu
processo produtivo. Já as secundárias são aquelas que já passaram por algum tipo de benefi-
ciamento anterior.
Na preparação da carga, os produtos devem ser acondicionados em embalagens para via-
gem. Estas embalagens devem atender às condições da distribuição, atuar na promoção e pro-
teção dos produtos envolvidos, além de servir como instrumentos para o aumento da eficiên-
cia na distribuição devido a facilidade no manuseio.
Além da embalagem, outro componente indispensável para o transporte é a peação de
carga1, ou seja, a amarração ou acondicionamento correto da carga na embalagem, de forma
que garanta a segurança necessária para o produto que será transportado seja qual for o meio
de transporte escolhido.

Figura 7 -  Peação de carga


Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, 2009.

No interior de um armazém, os produtos são acomodados em caixas, tambores e sacos. Em


um grande navio, visto de perto ou pela televisão, observamos grandes e numerosas caixas re-
LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
36

1 PEAÇÃO DE CARGA: tangulares empilhadas. Em uma prateleira de supermercado, nos surpreendemos


escolhendo um produto essencialmente porque visualmente nos parece mais
Fixação da carga em
porões, lastros ou conveses, atrativo.
visando evitar sua avaria
pelo choque resultante O que esses objetos têm em comum? Todos são embalagens, que identificam
do balanço do veículo
transportador. e protegem os produtos contidos nelas. Identificar, proteger e comunicar são as
principais funções de uma embalagem. A diferença básica está no enfoque dado.
Enquanto o marketing está voltado para o desenvolvimento de embalagens que
sensibilizem o consumidor, a logística está focada em escolher e desenvolver em-
balagens eficientes para uso no sistema logístico. Portanto será este o nosso en-
foque. Para começar, o que é embalagem?

4.1 EMBALAGEM

Podemos definir embalagem como todo equipamento de uso repetitivo des-


tinado a conter, proteger e identificar produtos e materiais no ciclo de movimen-
tação, armazenagem e transporte em todos os modais. Ao desempenhar essas
funções, a embalagem ocupa espaço, adiciona peso e custo ao produto. Este cus-
to deverá ser compensado pelo aumento da eficiência no sistema logístico que a
embalagem pode oferecer.

4.1.1 A INFLUÊNCIA DA EMBALAGEM

A logística de distribuição de mercadorias possui uma relação direta com a


embalagem e com o modal de transporte a ser utilizado. Características de re-
sistência, tamanho e configuração dos envoltórios determinam os equipamen-
tos necessários para a movimentação, empilhamento máximo e estabilidade das
mercadorias no armazenamento e durante o transporte. O grau de exposição a
danos físicos, o meio onde será armazenado e a frequência de manuseio devem
ser considerados no projeto da embalagem. O aprimoramento no embarque de
cargas teve um grande impulso com a utilização em larga escala do conceito de
unitização da carga.
O planejamento do transporte, segundo Arbache et al. (2006), deve ter como
principais objetivos:
a) garantir que as operações ocorram de forma segura;
b) minimizar os custos operacionais;
c) manter o nível de serviço da operação;
d) mostrar flexibilidade para absorver variações durante processo.
4 PREPARAÇÃO DA CARGA PARA EXPEDIÇÃO
37

4.1.2 UNITIZAÇÃO DE CARGAS

Segundo Moura e Banzato 2003, o processo de unitização é o agrupamento de


um ou mais itens de carga geral que serão transportados como uma unidade indi-
visível e tem a finalidade de facilitar o manuseio, movimentação, armazenagem e
transporte da mercadoria. As principais vantagens da unitização são:
a) diminuição das avarias e roubos de mercadorias;
b) incentivo da aplicação do sistema door-to-door (porta a porta);
c) melhoria no tempo de operação de embarque e desembarque;
d) padronização internacional dos recipientes de unitização;
e) redução do número de volumes a manipular;
f) redução dos custos de embarque e desembarque;
g) redução de custo com embalagens.

Figura 8 -  Unitização
Fonte: SENAI, 2013.

4.1.3 DISPOSITIVOS UTILIZADOS PARA UNITIZAR CARGAS

Os dispositivos mais comuns de unitização são: palete, isotanque, Big-Bag e


contêiner. A seguir, detalharemos cada um destes dispositivos.
a) palete:
É uma unidade semelhante a um estrado plano, construído com madeira, alu-
mínio, aço, papelão, isopor ou outro material resistente, de modo a permitir a mo-
vimentação por meio de equipamentos de movimentação de cargas, bem como
um perfeito empilhamento nos veículos e nos locais de armazenagem;
LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
38

Figura 9 -  Embalagem: paletes


Fonte: SENAI, 2013.

VOCÊ Os primeiros paletes tiveram sua aplicação no transpor-


te marítimo. Eles eram utilizados na forma de estrado
SABIA? para facilitar as operações de estiva.

SAIBA Para saber mais sobre o processo de distribuição de mate-


riais, consulte o livro Logística e gerenciamento da cadeia de
MAIS abastecimento, de Paulo Roberto Bertaglia, editora Saraiva.

b) isotanque:
É um recipiente em aço inox, aço carbono, material plástico ou a combinação
de diversos materiais, criado para facilitar o transporte de mercadorias a granel
e suficientemente forte para resistir ao uso repetitivo e em condições adversas,
podendo-se, ainda, utilizar produtos à temperatura ambiente ou temperatura
controlada. Na figura seguinte, um exemplo de contêiner com um isotanque;

Figura 10 -  Isotanque montado em uma estrutura metálica nas dimensões do contêiner


Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, 2013.
4 PREPARAÇÃO DA CARGA PARA EXPEDIÇÃO
39

c) big-bag:
É construído em fibras ou lonas de material plástico, criado para facilitar o
transporte de mercadorias e suficientemente forte para resistir ao uso repetitivo
e em condições adversas. Com a vantagem de ocupar pouco espaço quando do
retorno (logística reversa);

Figura 11 -  Big-bag
Fonte: SENAI, 2013.

d) contêiner:
É um recipiente de aço criado para facilitar o transporte de mercadorias e su-
ficientemente forte para resistir ao uso repetitivo e em condições adversas. Nor-
malmente são construídos em aço, tendo como características principais a resis-
tência e a facilidade de identificação, que visam dar ao contêiner vantagens sobre
os demais equipamentos para unitização, como a movimentação e redução de
custos nos transportes.
O contêiner teve origem no final do século XIX e teve sua introdução na área
empresarial a partir da década de 1960. Com sua entrada em operação, os termi-
nais ganharam maior agilidade, já que mecanizaram a operação de movimenta-
ção de carga, diminuindo sobremaneira a utilização de mão de obra. Geralmente,
no transporte marítimo, os contêineres mais utilizados medem 20’ pés (Twenty
Feet Equivalent Unit- TEU) 40’ pés (Forty Feet Equivalent Unit- FEU), que são padro-
nizadas para definição dos veículos transportadores e também como referência
para medir a performance de movimentação dos portos.
LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
40

Figura 12 -  Movimentação de contêiner


WIKIMEDIA COMMONS, 2006.

Estufar ou ovar é o ato de encher o contêiner com merca-


FIQUE dorias, enquanto desovar é o ato de retirar mercadorias do
ALERTA mesmo, podendo ser estas a granel, embaladas ou paleti-
zadas.

Anteriormente, vimos os tipos de cargas e o modo como devemos prepará-las


para o correto transporte, evitando avarias e acidentes. A seguir, veremos o que é
modal de transporte e conheceremos seus principais tipos.

As primeiras embalagens informativas foram feitas pe-


VOCÊ los romanos. A partir da confecção de garrafas de vidro,
os romanos informavam o nome do fabricante e se o
SABIA? produto nas tampas dos recipientes era feito de argila
ou chumbo.

4.2 CLASSIFICAÇÃO DAS EMBALAGENS PELO TIPO DE MOVIMENTAÇÃO

Já vimos anteriormente que a atividade de embalagem faz parte do sistema


logístico e tem como objetivo oferecer proteção, utilidade e comunicar o produ-
to. Entretanto, a embalagem em si, enquanto objeto, possui diferentes funções
de acordo com sua aplicação. Baseado nisso, como é possível classificar os tipos
de embalagens utilizadas especificamente na movimentação de materiais?
4 PREPARAÇÃO DA CARGA PARA EXPEDIÇÃO
41

Para o deslocamento de materiais, em pequenas distâncias, dentro de arma-


zéns ou fábricas, normalmente são utilizadas embalagens de movimentação co-
nhecidas como contentores ou contenedores. Este tipo de embalagem é adequa-
do à movimentação mecânica, sejam os equipamentos automatizados ou não.
Os contentores são frequentemente equipados com divisores e camadas que
facilitam a movimentação e também a inspeção por manterem as peças em uma
determinada posição.
A versatilidade dos contentores se refere, usualmente, às suas vantagens du-
rante o processamento interno dos materiais. O produto pode ser retirado do
depósito ou área de armazenagem, pode ser deslocado entre as unidades de tra-
balho (máquinas), e pode ser transferido para o estoque ou para a plataforma de
embarque na expedição, tudo isso de forma prática e segura.
As embalagens ainda podem ser classificadas quanto ao tipo de movimenta-
ção, se manual ou mecânica.

4.2.1 EMBALAGENS DE MOVIMENTAÇÃO MANUAL

São embalagens que permitem o manuseio de materiais apenas com uso da


força humana. Este tipo de embalagem deve ter características específicas físicas
que permitam o seu manuseio de forma manual. Cargas pesadas demais, que
não podem ser empilhadas, são movimentadas por arrasto. A movimentação ma-
nual pode ser auxiliada por equipamentos mecânicos e objetos como alavancas,
cordas, ganchos e pranchas para apoio da carga. Em outras situações, é possível
combinar a movimentação manual com equipamentos motorizados, como uma
esteira rolante, desde que a velocidade de trabalho do pessoal seja sincronizada
com a do equipamento.

Figura 13 -  Movimentação manual


Fonte: MOURA, 2005.

4.2.2 EMBALAGENS PARA MOVIMENTAÇÃO MECÂNICA

São embalagens adequadas ao uso de equipamentos, com ou sem a partici-


pação humana. São utilizadas quando a frequência e o número de movimentos,
a quantidade de produtos, as distâncias percorridas, os pesos ou as alturas são
LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
42

2 PICKING: grandes. Para isso, faz-se necessário uma padronização através da unitização de
cargas. Esta unitização possibilitará a adequação da embalagem aos equipamen-
Atividade responsável
pela coleta do mix correto tos utilizados na movimentação da carga. Verifique e compare os movimentos
de produtos, em suas manuais e mecânicos das Figuras 13 e 14.
quantidades corretas da
área de armazenagem para
satisfazer as necessidades
do consumidor.

Figura 14 -  Movimentação mecânica


WIKIMEDIA COMMONS, 2010.

SAIBA Veja mais sobre embalagens, fornecedores, legislação, meio


ambiente e reciclagem, feiras e eventos, transporte e logísti-
MAIS ca no Portal Guia de Embalagens.

4.3 UTILIZAÇÃO DO SISTEMA WMS NO PROCESSO DE EXPEDIÇÃO

O sistema de gerenciamento de armazém – WMS – controla e fornece


relatórios gerenciais da rotatividade de estoques, realizando procedimentos de
picking2, consolidação automática para maximizar o uso do espaço do armazém.
Com um sistema WMS operacional, a empresa depende menos da experiência
das pessoas.
Os sistemas WMS podem agregar tecnologias de captura de dados, como có-
digo de barras, dispositivos móveis, redes locais sem fio e RFID. Todas estas ferra-
mentas para monitorar o fluxo de produtos no armazém.
O banco de dados pode então ser usado para fornecer relatórios sobre o status
dos estoques. Uma vez que os dados tenham sido coletados, é feita uma sincro-
4 PREPARAÇÃO DA CARGA PARA EXPEDIÇÃO
43

nização com uma base de dados centralizada, tanto por processamento em batch
de todo um lote, como por transmissão em tempo real através de redes sem fio
WI-FI.
Os sistemas WMS podem ter interface com outros sistemas como:
a) ERP - Enterprise Resource Planning;
b) MRP- Planejamento de Recursos da Empresa;
c) Outros softwares de gestão.
Isto permite uma forma de se receber automaticamente dados de inventários,
processar pedidos, controlar prazos de validade e, ainda, lidar com todo o proto-
colo de devoluções.

4.3.1 FUNCIONALIDADES

O sistema WMS viabiliza as seguintes operações logísticas:


a) recebimentode materiais;
b) operacionalização do recebimentodos materiais;
c) endereçamento;
d) armazenamentoatravés do mapeamento das áreas de armazenagem;
e) a separação de pedidosindicando onde está o item solicitado;
f) a expedição enviando uma mensagem SMS através de equipamentos dota-
dos de tecnologia 3G, informando que o item foi entregue.
LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
44

CASOS E RELATOS

Racionalização da logística através do novo design de embalagens


Uma empresa no ramo da construção civil pretendia se destacar um merca-
do cada vez mais concorrente. Para isso, investiu R$ 500.000,00 para refor-
mular a maneira como suas mercadorias eram armazenadas.
As mudanças realizadas não se limitaram ao plano da armazenagem. Revi-
sões do layout foram implantadas para atender as embalagens primárias,
secundárias e terciárias, que garantiriam à empresa uma série de ganhos.
Inicialmente, a padronização no tamanho das embalagens rendeu ganhos
nos despachos dos baús dos caminhões. O novo layout permitiu o armaze-
namento de mais peças por metro quadrado e, com isso, foi possível trans-
portar 5% a mais de produtos por embarque no caminhão. Isso significa
quase 3000 caixas extras distribuídas para os clientes.
No total, o novo projeto do armazém atingiu 3300 itens, distribuídos em
treze famílias. A padronização das embalagens permitiu inclusive um me-
lhor aproveitamento de material dentro da empresa. As embalagens pri-
márias são posteriormente acomodadas em caixas de papelão ondulado,
reaproveitadas, representando verdadeiros ganhos para a empresa, para o
cliente e para a natureza.

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você estudou as principais funções de uma embalagem,


que são conter, proteger e comunicar o produto. Além do conceito, foram
examinadas as principais classificações das embalagens, de acordo com
suas características e funcionalidades. Você aprendeu que uma embalagem
pode ser diferenciada pelo seu nível, finalidade, movimentação e utilidade.
Você viu também a importância da embalagem na eficiência logística, po-
dendo significar racionalidade e redução de custos.
4 PREPARAÇÃO DA CARGA PARA EXPEDIÇÃO
45

Anotações:
O transporte

Neste capítulo, objetivando melhor conhecer as técnicas de transporte de cargas, passa-


remos a abordar questões relacionadas a operadores logísticos, modais de transportes, movi-
mentação e rastreamento de cargas, frete e incoterms1. A seguir, será apresentado um breve
histórico do surgimento de cada um deles.
No início da civilização humana, todo transporte era realizado basicamente com o uso da
força física, o que tornava esta atividade limitada em função da distância percorrida e do tem-
po utilizado.
Segundo Donato (2010), era através do sistema de arrasto que se transportava os materiais,
que consistia em arrastar alimentos ou outros materiais de subsistência por meio de casca de
árvores ou peles de animais e, depois da invenção da roda, deu-se origem aos primeiros trans-
portes com tração animal, gerando uma maior agilidade nos deslocamentos tanto de cargas,
quanto de pessoas. Surge então, o primeiro modal de transporte: o modal rodoviário.
No século XV, durante o processo da expansão europeia, cresce a necessidade da busca de
novos mercados fornecedores de especiarias. Motivado por este contexto, surgem, então, as
primeiras embarcações, dando origem assim ao modal aquaviário. Já no início do século XVIII,
com a invenção da máquina a vapor e, consequentemente, da locomotiva, surge então o trans-
porte ferroviário. Este modal revoluciona os transportes terrestres, aumentando os volumes de
cargas a serem transportadas.
Além destes três modais apresentados anteriormente, estudaremos também outras duas
modalidades: modal aeroviário, cuja origem data de 1843, e o modal dutoviário surgido no
século I d.C.
Assim sendo, e como já apresentamos anteriormente, em seus processos históricos, exis-
tem cinco tipos básicos de modais de transporte. Cada um destes possui características es-
pecíficas, tornando-os mais ou menos adequados e vantajosos a cada tipo de produto a ser
transportado. Vamos agora conhecer as características básicas de cada modal.
LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
48

1 INCONTERMS: 5.1 OS MODAIS DE TRANSPORTE


São regras que definem, O transporte de cargas, parte integrante do processo logístico, possui papel de
através de um contrato
internacional de compra e grande importância para o resultado global da empresa. Seu nível de eficiência é
venda, quais são os direitos
e deveres, previamente responsável pela manutenção e crescimento dos níveis de desempenho das em-
acertados, entre o presas e, consequentemente, do desenvolvimento do sistema econômico como
exportador e o importador.
um todo.
O contínuo crescimento populacional mundial tem elevado, consideravel-
mente, a necessidade também, cada vez maior, de produtos e serviços. Especifi-
camente falando de Brasil, este movimento não é diferente. Como consequência
deste movimento, amplia-se a necessidade por mais investimentos em infraestru-
tura de transporte.
Ainda analisando a realidade brasileira, dentre os diversos sistemas de trans-
porte existentes, destaca-se o rodoviário. Desta forma, e levando-se em conside-
ração as grandes extensões territoriais brasileiras, são necessários, cada vez mais,
grandes quantidades de veículos e estradas para atender a esta demanda. Esta
situação aumenta significativamente o custo do transporte e,por conseguinte,o
valor final dos produtos.

FIQUE Grande parte dos acidentes que ocorrem na logística tem


ALERTA sua origem no transporte e movimentação de cargas.

5.1.1 MODAL RODOVIÁRIO

Este modal é caracterizado pela utilização de estradas para deslocamento de


veículos como ônibus, motocicletas, caminhões, carretas e outros diversos tipos
de utilitários.

5.1.2 MODAL AQUAVIÁRIO

Modal caracterizado pelo uso de água como parte integrante do mecanismo


de transporte. Pode ser executado em dois locais distintos, complementares ou
não, marítimo e fluvial.
Eles podem ser complementares quando parte do transporte ocorre em mares
e parte em rios.
5 O TRANSPORTE
49

Figura 15 -  Transporte aquaviario


WIKIMEDIA COMMONS, 2012.

a) marítimo – navegação em mares


O Transporte marítimo é o mais utilizado para realização de comércio exte-
rior, podendo ser realizado também para transações comerciais que envolvam
regiões diferentes de uma mesma nação. Como características básicas, podemos
destacar:
- atendimento a grandes distâncias entre o exportador ou vendedor e o
importador ou comprador;
- custo médio baixo e tempo médio de entrega alto se comparado ao
transporte aéreo; capaz de atender a grandes volumes;
- supre barreiras geradas pela não possibilidade de atendimento via trans-
porte rodoviário ou ferroviário, decorrente da inexistência de fronteiras
terrestres entre os mercados produtor e consumidor.
Este transporte deve ser realizado por embarcações devidamente qualificadas
e que atendam a todas as legislações nacionais e internacionais vigentes para
esta atividade.
b) fluvial – navegação em rios
O Transporte hidroviário, a exemplo do marítimo, também pode acontecer
entre países ou entre regiões de uma mesma nação. De modo geral, possui as
mesmas características apresentadas pelo transporte marítimo, sendo divergente
nas seguintes questões:
- apresenta um custo médio inferior ao marítimo, pois não necessita ser
realizado por embarcações de grande porte que possuam tecnologias
avançadas;
LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
50

- seu tempo médio pode, em alguns casos, ser maior, sobretudo em função
dos níveis dos rios, o que pode dificultar a navegação;
- podem atender a pequenos e médios volumes, em um único transporte,
diferente do transporte marítimo, que necessita compor a carga com
produtos de diferentes origens, formas e volumes para atender a este
universo, objetivando manter os parâmetros de custo desejáveis, que
tornam esta modalidade de transporte competitiva diante das outras
existentes.
No que se refere à realidade brasileira, este modal possui um papel de gran-
de importância econômica, aproximando regiões mais desenvolvidas de outras
onde o sistema de transporte ainda apresenta grandes limitações. É o que pode-
mos verificar na região norte do país.

5.1.3 MODAL FERROVIÁRIO

Para que esta modalidade de transporte atenda, em sua plenitude, aos seus
objetivos básicos, faz-se necessário o atendimento de dois requisitos básicos:
possuir uma extensão ferroviária adequada às necessidades e que estas estejam
em condições mínimas de uso.
Da mesma forma que acontece com os outros modais, este possui caracterís-
ticas próprias. São elas:
a) exige grandes volumes de recursos financeiros para sua implantação;
b) necessita de um processo de manutenção preventiva sistemática e contí-
nua;
c) é capaz de atender a regiões muito remotas e a grandes distâncias;
d) possibilita transportar grandes volumes;
e) custo operacional médio pode ser considerado baixo.
Em função dos seus elevados custos de implantação já mencionados, como
também devido às grandes extensões territoriais brasileiras, a saída encontrada
foi a adoção de um processo de privatização, que poderá ser capaz de ampliar
consideravelmente a atual malha.
5 O TRANSPORTE
51

Figura 16 -  Trem de carga


Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, 2009.

VOCÊ A malha ferroviária brasileira possui aproximadamente


SABIA? 29.000 km em sua extensão.

5.1.4 MODAL AEROVIÁRIO

O modal aeroviário é o meio de transporte mais usado para cargas que pos-
suem características específicas. Dentre os tipos de cargas a serem transportadas
por este modal, podemos destacar três: aquelas que possuem elevado valor agre-
gado, as que apresentam pequenos volumes, e aquelas que necessitam chegar
aos seus destinos com o menor tempo possível.
Como exemplos de cargas transportadas, normalmente, por este modal, po-
demos citar: peças de reposição para máquinas e equipamentos, cargas perecí-
veis, animais, pessoas, bagagens, remessas de amostras, dentre outras.
Como pontos negativos deste modal, podemos apresentar não só seu elevado
custo de implantação, com a construção de aeroportos e aquisição de equipa-
mentos e aeronaves, como também a necessidade de profissionais com elevado
grau de qualificação.
LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
52

5.1.5 MODAL DUTOVIÁRIO

Este modal consiste no transporte através de dutos de transmissão, sendo


capaz de transportar materiais tanto de natureza sólida, líquida e gasosa. Este
modal pode ser definido em três modelos, oleodutos, minerodutos e gasodutos,
conforme caracterizados a seguir.

Figura 17 -  Dutovia
Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, 2009.

O Gasoduto Bolívia-Brasil, responsável por interligar a


VOCÊ Bolívia e o Brasil, possui 3.150 km de extensão, sendo
557 km dentro da Bolívia e 2.593 km em solo brasileiro.
SABIA? Seu custo total de implantação foi de dois bilhões de
dólares.

Independentemente do modal a ser escolhido, existe uma técnica que facilita


o transporte de mercadorias, melhor acondicionando as mesmas. Para esta técni-
ca, é dado o nome de unitização, como veremos a seguir.
5 O TRANSPORTE
53

5.2 MONOMODAL OU UNIMODAL

Classificamos o transporte como monomodal ou unimodal quando a carga é


transportada diretamente, utilizando um único veículo, em uma única modalida-
de e com apenas um contrato de transporte. É a forma mais simples de distribui-
ção de carga até o seu destino.

5.3 MULTIMODALIDADE

O transporte multimodal é a articulação entre vários modais de transporte,


executado pelo mesmo fornecedor e em um único contrato. Sua adoção, normal-
mente, decorre do desejo de atendimento às necessidades do cliente, em menor
tempo possível, caracterizando-se como a forma mais rápida e eficaz para opera-
ções de transporte. Podem ser utilizados caminhões, navios, aviões ou qualquer
outro modal que atenda a tais necessidades.

5.4 INTERMODALIDADE

A intermodalidade é caracterizada por operações logísticas utilizando modais


de transportes diferentes, sendo todos os serviços contratados separadamente a
diferentes fornecedores de serviços, que terão a seu cargo o transporte da carga
da origem até o destino.

Figura 18 -  Intermodalidade
WIKIMEDIA COMMONS, 2009.
LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
54

Para reforçar seu entendimento sobre o que acabamos de


SAIBA apresentar, Bruno Paoleschi, em seu livro “Logística Indus-
MAIS trial Integrada” de 2008, pág. 174, apresenta definições que
podem auxiliá-lo.

CASOS E RELATOS

Mudança no fluxo produtivo provoca redução de custos


Uma empresa brasileira fabrica peças de carro para exportação. Em uma
dessas peças, cada ciclo (recebimento-expedição) custava R$ 46,36. Em um
dia, uma média de 31 peças eram despachadas, o gasto diário com esta
movimentação somava R$ 1437,16.
Ao ser analisado o fluxo dessa peça desde o processo de fabricação até a
expedição, foi verificado que a peça percorria 1.800 m, sendo 1.100 m ape-
nas entre o departamento de produção e o departamento de embalagem.
Notou-se que a distância total poderia ser reduzida para apenas 700 m se a
atividade de embalagem fosse transferida para o próprio departamento de
produção. Com isso, foram registrados os seguintes resultados positivos:
a) eliminação do desperdício de movimentação de materiais e de pessoas;
b) menor tempo de resposta ao mercado externo;
c) qualidade do produto (redução de danos por manuseio);
d) eliminação da área de armazenamento temporário no departamento de
embalagem;
e) redução de gastos com combustível e de manutenções com as empilhadei-
ras.
Este relato nos mostra como a melhoria no fluxo logístico pode ser feita
através de ajustes dentro da própria empresa, como no roteiro da movi-
mentação de materiais. No caso desta empresa, a melhoria resultou numa
redução de custo mensal de R$ 37.998,62 e anual de R$ 455.983,44.
REVISTA INGEPRO, 2009 (Adaptado).
5 O TRANSPORTE
55

RECAPITULANDO

Estudamos, neste capítulo, as técnicas de transportes de cargas, conhe-


cemos os modais e suas características, apresentamos as modalidades de
transportes rodoviário, aéreo, aquaviário, ferroviário e dutoviário, estuda-
mos as vantagens e desvantagens entre os modais, abordamos o significa-
do do frete perante a logística, conhecemos as definições dos operadores
logísticos, assim como os transportes planejados em unimodal, multimodal
e intermodal, assunto que você conhecerá mais a fundo nos decorrer do
curso. Ampliamos, assim, nosso conhecimento pelo mundo da logística.
Conhecendo o plano de
logística de expedição

O Plano de Logística para a expedição tem por objetivo identificar as intervenções necessá-
rias para o melhor desempenho e integração dos sistemas que integram a atividade de expe-
dição. Essa iniciativa visa facilitar o deslocamento de bens da forma mais conveniente e com
menor tempo e custo, utilizando os mais adequados meios para esse fim.
Sabe-se que, para potencializar o desempenho dos modais de transporte e, ainda, para que
a empresa possa crescer em ritmo mais acelerado, é necessária a implantação de um Plano de
Logística para a expedição.
Assim, o presente capítulo abrange um conjunto de propostas de adequações. Trata-se de
uma proposição intermodal que esboça a infraestrutura ideal para a empresa, englobando
toda a cadeia associada à expedição.
A proposta do Plano de Logística para a expedição está distribuída em três grandes grupos:
Tecnologias a Serviço da Logística de Distribuição, Processos a Serviço da Logística de Distri-
buição e os Operadores Logísticos.
Nesse contexto, ressalta-se que todas as propostas deste plano são indispensáveis à melho-
ria e à integração física, econômica e social gerada pela qualificação da infraestrutura de trans-
porte. Cada etapa do plano apresenta dados, como origem, destino, extensão e capacidade,
necessários a sua implantação. A implantação do plano sugerido permitirá atingir, de forma
racional, o melhor aproveitamento do potencial intermodal e a eficiência do setor como um
todo.
LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
58

6.1 TECNOLOGIAS A SERVIÇO DA LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO

Muitas tecnologias presentes no dia a dia do relacionamento entre empresas


e clientes têm aumentado a interação entre eles. Algumas delas já foram mencio-
nadas neste curso, como:
a) troca eletrônica de dados (EDI);
b) identificação por radiofrequência (RFID);
c) gerenciamento do relacionamento com o consumidor (CRM);
d) utilização de códigos de barras;
e) planejamento dos Recursos da Organização (ERP).
Além destas tecnologias descritas, uma grande quantidade de processos dis-
poníveis no mercado, como e-procurement, catálogos e leilões eletrônicos, têm
facilitado muito a programação de suprimentos das empresas.

TecWorld Inc.

Figura 19 -  Etiqueta RFID uma das ferramentas do comércio eletrônico


Fonte: SENAI, 2013.

VOCÊ O Brasil, com seus 8.511.965 km², é o 5º maior país do


mundo em extensão territorial, e o que possui o maior
SABIA? número de rodovias ativas do planeta.

Mesmo com o surgimento de todas estas tecnologias e processos que auxi-


liam a distribuição dos suprimentos, muitas empresas ainda dependem do tele-
fone, fax e correio eletrônico para realizar esta atividade. Apesar das inovações,
estas ferramentas ainda são úteis no dia a dia das empresas, visto que qualquer
6 CONHECENDO O PLANO DE LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
59

recurso pode apresentar problemas que interfiram nas negociações e no relacio-


namento entre fornecedores e clientes.
Outras ferramentas usadas pelas empresas na distribuição de materiais são
o plano de orçamento e a gestão de estoques. O orçamento especifica o valor
monetário a ser utilizado pela empresa, trata do valor e da quantidade de mate-
rial a ser movimentado. Já a gestão de estoques trata do planejamento e da ad-
ministração dos níveis de estoque, do controle e da análise deste planejamento.
Nos últimos anos, temos experimentando sucessivos avanços tecnológicos. Tal
contexto tem alterado substancialmente nossas vidas, tanto pessoal como pro-
fissional, com a disponibilização de um número cada vez maior de informações
processadas quase instataneamente.
Para as empresas, este movimento tem impactado decisivamente seu sucesso
ou insucesso.
Neste sentido, especificamente nos referindo à área de logística, tal movimen-
to também se faz presente. Você conhecerá, a seguir, formas de comunicação na
área logística, que permitem, além de rastrear e monitorar cargas, informar aos
clientes toda a sua movimentação, desde a compra até a entrega de mercadorias.

6.1.1 RASTREAMENTO DE CARGA

A evolução da internet, aliada a novas formas de fazer tecnologia de informa-


ção, tem cada vez mais subsidiado as operações logísticas, sobretudo no que
se refere ao planejamento e controle. Esta crescente utilização em sistemas de
rastreamento e monitoramento tem sido frequentemente impulsionada pelo au-
mento no nível de exigência dos clientes.

SAIBA A norma que regulamenta o transporte, movimentação, ar-


mazenagem e manuseio de materiais é a NR 11, que está à
MAIS disposição no site do ministério dos transportes.

6.2 PROCESSOS A SERVIÇO DA LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO

Para atender a todo este movimento, as empresas especializadas em opera-


ções logísticas têm ampliado sistematicamente seus recursos no desenvolvimen-
to, aprimoramento e uso destas novas tecnologias, fidelizando, assim, seus atuais
clientes e buscando atender a novas oportunidades de parceria.
LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
60

1 MIX DE PRODUTO: 6.3 LOGÍSTICA INBOUND E LOGÍSTICA OUTBOUND


É uma linha de produtos O grande desafio dos operadores logísticos é fazer com que as operações se-
com que o cliente
comercializa e suas divisões. jam executadas com a máxima eficiência possível, tanto no que se refere a custo,
O mix é composto por
famílias ou subfamílias quanto no atendimento às expectativas dos clientes, com destaque especial ao
de produtos que cumprimento dos prazos. As operações tanto podem acontecer inbound como
procuram responder a
uma necessidade global outbound.
e idêntica de vários
consumidores. A introdução a) operações logísticas inbound - é a parte da logística que corresponde ao
de um novo produto no mix
pode exigir a retirada de conjunto de operações associadas ao fluxo de materiais e informações, des-
outro. de a fonte de matérias-primas até sua entrada na fábrica;
b) operações logística outbound - passado o processo produtivo, os produ-
tos acabados precisam chegar até o consumidor final. A forte evolução apre-
sentada na logística e em seus processos é consequência da conjunção de
diversos fatores, dentre os quais podemos destacar o crescimento no consu-
mo, quer seja em função do aumento do poder aquisitivo, quer seja pelo au-
mento no mix de produtos1 ofertados com lançamento de novos modelos,
cores e embalagens.
Você conhecerá, a seguir, a importância das atividades de picking, fundamen-
tais ao bom desempenho da atividade logística.

6.4 SISTEMAS DE PICKING

Dessa forma, estaremos focando a atividade de coleta do pedido, conhecido


como orderpicking, ou simplesmente picking, como passaremos a nos referir da-
qui em diante. A atividade de picking é definida como a atividade responsável
pela coleta do mix de produtos, em quantidades corretas visando satisfazer as
necessidades do consumidor.
Existe um número grande de sistemas desenvolvidos para ajudar a atividade
de picking, e a sua escolha deve considerar as características específicas da ope-
ração como:
a) variedade dos itens;
b) tamanho das unidades de separação;
c) velocidade de operação;
d) as características dos produtos manuseados (como peso, forma e grau de
fragilidade);
e) tolerância a erros na separação;
f) orçamento disponível.
6 CONHECENDO O PLANO DE LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
61

Toda atividade de transporte de produtos deve ser regida por contrato entre
as partes envolvidas. Neste contrato, entre as diversas cláusulas existentes, uma
especificamente tem importância fundamental, uma vez que se refere ao paga-
mento do serviço executado ou a ser executado. Este pagamento é denominado
frete. A seguir, você conhecerá as modalidades para pagamento de fretes.

6.5 FRETE

Frete é um termo utilizado para definir o custo de transporte de produtos. É


quanto uma empresa de logística ou transportadora deverá ser remunerada para
executar determinado serviço de transporte de mercadoria entre a origem e o
destino.
Normalmente, o valor cobrado é calculado levando-se em consideração a dis-
tância percorrida, porém outros fatores também exercem forte influência sobre
o valor, são eles: o peso, o volume, o valor da carga, as condições de transporte,
dentre outros.
Numa operação de transporte de carga, dependendo do tipo de modal esco-
lhido e do caminho a ser percorrido, a operação pode atender a clientes distintos,
podendo gerar otimização no tempo, redução de desgaste no modal e diminui-
ção nos custos. Existem duas modalidades básicas de pagamentos de fretes que
você conhecerá a seguir: CIF e FOB.
a) Frete – Cost Insurance and Freght (CIF)
Nesta modalidade, o custo pelo pagamento do frete é de inteira responsabili-
dade do fornecedor, não incidindo qualquer custo adicional ao cliente;
b) Frete – Free On Board (FOB)
Ao contrário do que ocorre com o frete CIF, nesta modalidade, o custo pelo pa-
gamento do frete é de inteira responsabilidade do cliente, ficando o fornecedor
isento de qualquer custo adicional.
Apesar das duas definições acima, pode existir uma terceira possibilidade na
responsabilidade pelo pagamento do frete. Esta se verifica quando em função de
acordo preestabelecido, o frete é dividido entre as partes envolvidas (fornecedor
e cliente). O percentual e a forma de divisão diferem de caso a caso. A evolução
nas mais diversas formas e modalidades para se transportar produtos e ou servi-
ços ampliou o segmento de transportes, transpondo maiores fronteiras cada vez
mais.
LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
62

2 CONHECIMENTO DE 6.6 OPERADOR LOGÍSTICO


TRANSPORTE:
Agora que você conheceu os conceitos básicos da logística, confira mais in-
Documento fiscal que
acompanha a carga formações sobre uma importante entidade da logística, o Operador Logístico. Ao
transportada. Contém
informações como o final deste capítulo, você será capaz de identificar os processos de operação.
remetente, destinatário,
consignatário (terceiro Para começar, o que é movimentação de materiais?
autorizado para receber
a carga) se houver Cada vez mais, as empresas têm focado atenções para suas atividades-fim.
mercadoria transportada
e composição do valor do Com isso, atividades-meio tendem a ser realizadas por outras empresas especiali-
frete. zadas em determinadas atividades. Como exemplo disso, podemos citar os Ope-
radores Logísticos, empresas especializadas em executar todo processo logístico
para as empresas que optam por não realizá-lo. Assim, uma vez estabelecida a
principal competência da empresa, a terceirização de serviços logísticos é ato
3 UNITIZAÇÃO:
contínuo, o que gera uma oportunidade imensa neste campo.
Agrupamento de caixas ou
embalagens numa carga
única, formando um só
volume para manuseio
ou transporte. (Bowersox, 6.6.1 ATIVIDADES DE UM OPERADOR LOGÍSTICO
1999, p.368)
Operador logístico é o fornecedor de serviços, especializado em gerenciar e
executar todas ou partes das atividades logísticas nas várias fases da cadeia de
abastecimento de seus clientes, prestando serviços em todas as atividades como,
4 AVARIA: por exemplo: controle de estoques, armazenagem e gestão de transportes. Esta
gestão engloba desde tarefas mais simples, como administrar o estoque dentro
Dano ou prejuízo
imprevisto no produto. A do armazém do próprio cliente, até operações complexas de suprimentos de li-
movimentação de materiais nhas e distribuição de produtos.
pode ser causada pelo
transporte inadequado,
queda, ou sobrecarga de O operador logístico que atua com transporte opera com as seguintes moda-
peso na mercadoria. lidades: monomodal, intermodal e multimodal.

6.6.2 CONFERÊNCIA ENTRE NOTA FISCAL E FÍSICO


5 MATERIAIS DE CONSUMO: Esta etapa inclui o desembarque físico de materiais, a atualização dos níveis
Todo material que não de estoque, a inspeção de avarias e conferência dos pedidos. O início da etapa
faz parte do negócio do recebimento é marcado pela conferência da documentação. A documentação
da empresa não será
comercializado, mas fiscal consiste basicamente da nota fiscal e do conhecimento de transporte2. Em
é utilizado por ela. Ex:
material de escritório, capítulos posteriores veremos mais informações sobre estes documentos.
limpeza, manutenção etc.
O próximo procedimento é o desembarque físico dos materiais. Esta atividade
normalmente é realizada com o auxílio de equipamentos. Em geral, o descarre-
gamento de veículos é uma atividade que demanda tempo. Portanto, quando as
cargas estão unitizadas3, o descarregamento torna-se mais ágil.
Após a conferência da documentação (confronta da Nota Fiscal e o físico), o
funcionário que assume o recebimento deve realizar a inspeção da carga. Nes-
6 CONHECENDO O PLANO DE LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
63

ta inspeção, também é verificado se os produtos não sofreram avarias4. Se for


necessário passar por outra inspeção, as mercadorias são enviadas para a área
competente.
Em algumas empresas, é a área de Controle de Qualidade que verifica a con-
tagem física e as especificações do produto. Se as mercadorias estiverem dani-
ficadas, estas devem ficar retidas para serem tomadas providências futuras. Se,
por fim, estiverem em conformidade tanto em quantidade como em integridade
(sem avarias), os níveis de estoque são atualizados e os produtos seguirão para as
próximas etapas.
Os materiais recebidos podem ser matérias-primas, insumos, embalagens e
produtos semiacabados e produtos acabados, no caso de um armazém de dis-
tribuição, os quais ocorre apenas a reorganização das cargas de acordo com o
pedido do cliente. Nas duas situações, a empresa também poderá receber peças,
equipamentos ou materiais de consumo5.

6.7 MANUSEIO INTERNO

O manuseio de materiais se refere a toda e qualquer movimentação realiza-


da dentro de um armazém ou fábrica. As funções principais do manuseio são a
transferência de materiais e a seleção de pedidos. A transferência de materiais
envolve o movimento físico de produtos para a armazenagem, consolidação6 e
embarque. Já a seleção de pedidos envolve movimentos como o reagrupamento
de produtos dentro da combinação desejada pelo cliente.

Por razões práticas, utiliza-se o termo Manuseio de Ma-


VOCÊ teriais unicamente para os processos por via seca (ter-
restre). As tecnologias para os processos de movimen-
SABIA? tação por vias aquáticas são denominadas Manuseio de
Polpa.

A escolha de um sistema de manuseio de materiais é uma das primeiras con-


siderações no processo de planejamento de armazéns e centros de distribuição
(CD). Podemos classificar as técnicas de manuseio de acordo com os tipos de ro-
teiro, produtos, embalagens e equipamentos. E é sobre cada uma dessas classifi-
cações que falaremos a seguir.
LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
64

6 CONSOLIDAÇÃO: 6.8 TIPOS DE PRODUTOS


Combinação de materiais A movimentação de materiais toma formas diferentes quando se trata de car-
de diferentes fontes em um
grande carregamento para ga geral (solta ou unitizada) e carga granel. Isso porque a carga granel, diferente-
um destino específico e/ou
para determinado cliente. mente da carga geral, não utiliza embalagens secundárias7. Assim, sejam os gra-
(Bowersox 2002, p. 316). néis sólidos, líquidos, em pellets ou gasosos, a estrutura de movimentação exige
equipamentos e materiais auxiliares específicos, como dutos e esteiras.
Para a carga solta, especialmente se estiver unitizada, o manuseio é facilitado
7 EMBALAGEM por inúmeros equipamentos manuais e automatizados disponíveis no mercado.
SECUNDÁRIA:
Esses equipamentos serão estudados no tópico tipos de equipamentos e em li-
Contentores usados vros posteriores deste curso. Verifique abaixo o quadro comparativo entre carga
para agrupar produtos
específicos já embalados
solta e carga granel.
individualmente.

GERAL GRANEL

Pode ser medida, porém não é


8 EMBALAGENS
SECUNDÁRIAS: contada individualmente;
Recebe embalagem secundária; Pode ser acondicionada, mas
A menos que a carga seja
fracionada. Característica Pode ser unitizada; não em embalagens secundá-
Pode ser contada. rias 8;
Não possui marca de identifi-
cação.

Líquida: gasolina.
Solta: embrulhos, fardos, paco-
Sólida: Minério de ferro, grãos.
tes, sacas, caixas, tambores.
Tipos Gasosa: Gás liquefeito de petró-
Unitizada: em paletes ou contê-
leo (GLP).
ineres.
Empellets: ração animal

Equipamentos e materiais auxi-


liares específicos;
Equipamentos manuais a auto- Dutos;
matizados. Esteiras;
Manuseio
Em geral, com participação Silos;
humana. Big-bags;
Pouca participação humana.

Quadro 2 - Técnicas de movimentação de materiais


Fonte: SENAI, 2013.
6 CONHECENDO O PLANO DE LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
65

67,8% dos trabalhadores (que manuseiam cargas pesadas


manualmente) avaliados em uma pesquisa de medicina
FIQUE do trabalho apresentavam problemas crônicos, com defor-
ALERTA mações da coluna. 71,4% destes apresentaram problemas
agudos, com dores ou desconfortos na região lombar.
(Merino, 1996).

6.9 TIPOS DE EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO

Os equipamentos de movimentação são classificados e utilizados na movi-


mentação em quatro tipos básicos: veículos industriais, equipamentos para ele-
vação e transferência, transportadores contínuos e embalagens. Vejamos, a se-
guir, as definições e os exemplos de cada tipo:
a) veículos industriais: são equipamentos, motorizados ou não, que movi-
mentam cargas em caminhos variados. É necessário que o piso e o espaço
sejam apropriados. Manobrar e transportar são a principal função dos veícu-
los industriais. Ex: Carrinho de mão, carrinhos porta-palete, empilhadeiras;
b) equipamentos para elevação e transferência: são equipamentos aéreos
ou elevados destinados a elevar e transferir cargas variadas para qualquer
ponto dentro de uma área limitada pelos trilhos de apoio e guias. Transferir
em curtas distâncias materiais pesados, volumosos ou disformes é a sua fun-
ção básica. Ex: Pontes rolantes, guindastes, elevadores;
c) transportadores contínuos: são equipamentos mecânicos ou por gravida-
de que transportam continuamente cargas uniformes de um ponto a outro
em uma trajetória fixa. Transportar é a principal função dos transportadores
contínuos. Ex: rampas, transportadores de rolos, de correia, aéreos, pneumá-
ticos;
d) embalagens, recipientes e unitizadores: dispositivos de uso repetitivo
destinados a conter e proteger o material no ciclo de movimentação e arma-
zenagem. Podem ter características compatíveis com granéis ou com cargas
unitárias. Variam também de acordo com o tipo de movimentação a ser rea-
lizada (manual ou mecânica). Ex: Caixas, contentores e paletes.

A fonte de energia para os equipamentos de movimen-


VOCÊ tação pode ser humana, elétrica, hidráulica ou de com-
SABIA? bustão interna, com adoção de gasolina, diesel ou gás
liquefeito (GLP).
LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
66

6.10 SEGURANÇA NA MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS

Em geral, a segurança em um armazém depende de três fatores: a organização


do espaço, a utilização dos equipamentos e o treinamento dos funcionários. A
seguir, conheça algumas orientações úteis sobre cada um destes aspectos:
a) organização do espaço:
-- ruas e corredores largos;
-- sistemas de mão única;
-- sinais claros de direção e localização;
-- eliminação de curvas acentuadas;
-- iluminação adequada;
-- sistema de combate ao fogo;
-- separação do tráfego para pedestres e para os veículos.
b) utilização dos equipamentos:
-- identificação da necessidade de equipamentos auxiliares;
-- escolha de equipamentos corretos;
-- manutenção preventiva;
-- evitar manobras arriscadas (virar o veículo carregado rapidamente e/ou
acelerando).
c) treinamento dos funcionários:
-- levantamento manual de cargas considerando aspectos ergonômicos;
-- supervisão das áreas de plataforma;
-- ter interesse positivo nas atitudes do colega e tentar resolver quaisquer
conflitos;
-- treinamento específico para cada equipamento ou veículo;
-- treinamento para primeiros socorros.

FIQUE É quase impossível falarmos de Expedição de Materiais


sem mencionarmos a segurança. Lembre-se de conhecer
ALERTA em detalhes as diversas NR´s e, em particular, a NR- 11.
6 CONHECENDO O PLANO DE LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
67

6.11 LEGISLAÇÃO

A principal norma legislativa referente ao Direito do trabalho é a Consolidação


das Leis de Trabalho (CLT). Ela foi criada em 1943, através de decreto de lei sancio-
nado pelo então presidente Getúlio Vargas. Esta norma unificou toda a legislação
trabalhista existente no Brasil e seu objetivo principal é a regulamentação das
relações individuais e coletivas do trabalho.
Mais informações sobre legislação serão vistos em capítulos futuros deste cur-
so. Na área de Movimentação de Materiais, entretanto, os principais artigos da
CTL que se aplicam a esta área estão presentes no capítulo 5, Seção X, e dizem
respeito à Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais. Segundo o Ar-
tigo 182 – O Ministério do Trabalho estabelecerá normas sobre:

I - as precauções de segurança na movimentação de ma-


teriais nos locais de trabalho, os equipamentos a serem
obrigatoriamente utilizados e as condições especiais a
que estão sujeitas a operação e a manutenção desses
equipamentos, inclusive exigências de pessoal habilitado;

II - as exigências similares relativas ao manuseio e à arma-


zenagem de materiais, inclusive quanto às condições de
segurança e higiene relativas aos recipientes e locais de
armazenagem e os equipamentos de proteção individual;

III - a obrigatoriedade de indicação de carga máxima per-


mitida nos equipamentos de transporte, dos avisos de
proibição de fumar e de advertência quanto à natureza
perigosa ou nociva à saúde das substâncias em movimen-
tação ou em depósito, bem como das recomendações de
primeiros socorros e de atendimento médico e símbolo de
perigo, segundo padronização internacional, nos rótulos dos
materiais ou substâncias armazenados ou transportados.

Parágrafo único - As disposições relativas ao trans-


porte de materiais aplicam-se, também, no que cou-
ber, ao transporte de pessoas nos locais de trabalho.

(BRASIL. CLT, 1943)


LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
68

Baseado no CTL, o Ministério do Trabalho estabeleceu normas regulamenta-


doras relativas a essas leis. Entre as principais, aplicáveis à movimentação de ma-
teriais, podemos citar:
a) NR5: comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). A CIPA tem por
objetivo a prevenção de doenças e acidentes do trabalho, através do contro-
le dos riscos presentes no ambiente de trabalho e na organização;
b) NR9: riscos ambientais. São considerados riscos ambientais os agentes físi-
cos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho e capazes
de causar danos à saúde do trabalhador em função da sua natureza, concen-
tração ou intensidade de exposição;
c) NR11: transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais.
Essa norma tem como finalidade a normalização das atividades de manuseio
de cargas, especificamente no caso de sacarias;
d) NR15: atividades e operações insalubres. São consideradas atividades e
operações insalubres, as que afetem a saúde do trabalhador durante o tem-
po de trabalho. No caso das atividades de manuseio de cargas, devem-se
considerar as taxas de metabolismo regulamentadas nesta norma;
e) NR17: ergonomia. A melhoria das condições de trabalho e bem-estar dos
trabalhadores é o objetivo da ergonomia.

CASOS E RELATOS

Historia da qualidade
Podemos dizer que a história da qualidade começou com a Revolução In-
dustrial e a disseminação da produção em série. A qualidade como conhe-
cemos hoje só surgiu por causa da segunda guerra mundial. Naquela época
já existia certa preocupação com a qualidade dos produtos, o que signifi-
cava garantir que todos os produtos fabricados teriam as mesmas caracte-
rísticas e não apresentariam defeitos, na hora de utilização. Para isso, foram
criados os inspetores de qualidade, responsáveis por inspecionar produto
por produto. Um método não muito eficiente e foi logo substituído pelas
“técnicas estatísticas de controle da qualidade”, criadas por Walter Andrew
Shewhart que, então, trabalhava na Western Eletric, por volta de 1920. Fin-
da a guerra, surgem os japoneses. Com uma dívida para pagar devido à
derrota, os japoneses começam a investir em suas indústrias. O que fez com
que logo se sobressaíssem foi o fato de que a maioria de sua população
6 CONHECENDO O PLANO DE LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
69

era estudada, possuía pelo menos o nível médio, ao contrário dos ameri-
canos, e era disciplinado, o que facilitou, e muito, o desenvolvimento de
suas indústrias. O próximo grande passo da história da qualidade pode ser
chamado de “normalização” a partir de 1987, com a criação da ISO 9000
criando um padrão de certificações dos “sistemas de garantia da qualida-
de” segundo padrões adotados internacionalmente.

RECAPITULANDO

Veja quanta informação valiosa sobre Movimentação de Materiais você ob-


teve neste capítulo. Aqui você aprendeu a diferença entre a Movimentação
de Materiais e o Transporte de cargas. Viu os principais critérios de classi-
ficação da movimentação de materiais. A ilustração o ajudou a conhecer
alguns equipamentos de movimentação e os fluxos de movimentação em
um armazém e em um processo produtivo. Descobriu também as principais
etapas da Movimentação – Recebimento, Manuseio e Expedição. Aprendeu
ainda que, para um bom funcionamento dessa atividade, é preciso cuidar
muito bem da segurança no uso dos equipamentos e ter interesse pessoal
no bem-estar de todos os funcionários e que a investigação e identificação
do problema também são partes fundamentais para a solução dele.
Procedimentos conforme
a natureza do negócio

Um procedimento de tabalho é uma descrição detalhada de todas as operações necessárias


para a realização de uma atividade, ou seja, é um roteiro padronizado para realizar uma ativi-
dade.
Os principais passos para elaborar um procedimento são:
a) nome do Procedimento (nome da atividade/processo a ser trabalhado);
b) Objetivo do Procedimento (a que ele se destina, qual a razão da sua existência e impor-
tância);
c) documentos de referência (quais documentos poderão ser usados ou consultados quan-
do alguém for usar ou seguir o Procedimento? Podem ser manuais, normas outros Proce-
dimentos, Códigos etc.);
d) local de aplicação (em que local se aplica aquele Procedimento? Ambiente ou Setor ao
qual o POP é destinado);
e) siglas (caso siglas sejam usadas no Procedimento, dar a explicação de todas, por exem-
plo, DT = Diretor Técnico e MQ = Manual da Qualidade);
f) descrição das etapas da tarefa com os executantes e responsáveis.

Que um procedimento de trabalho é uma descrição


VOCÊ detalhada de todas as operações necessárias para a rea-
SABIA? lização de uma atividade, ou seja, é um roteiro padroni-
zado para realizar uma atividade.

A empresa deve definir um padrão para procedimento de trabalho que deve ser sempre
apresentado neste padrão. Outro cuidado é de sempre manter as cópias atualizadas com a
última versão. Todas as cópias da versão anterior devem ser destruídas.
LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
72

A seguir, serão apresentados dois exemplos de Procedimento de trabalho. O


Padrão de Procedimento para Separação de Materiais e o Padrão de Procedimen-
to para Expedição de Materiais.

7.1 PADRÃO DE PROCEDIMENTO PARA SEPARAÇÃO DE MATERIAIS

Tipo Código
Padrão de Procedimento 001
Título Revisão
Separação de Materiais 00
Data de vigência Entidade
17/05/2012 SENAI

7.1.1 OBJETIVO

Tem o objetivo de definir critérios para recebimento de materiais e equipa-


mentos do almoxarifado no SENAI, mantendo conformidade em relação aos re-
quisitos organizacionais.

7.1.2 DOCUMENTAÇÃO DE REFERÊNCIA

a) ISO 9001: 2008 – Sistema de gestão da qualidade – Requisitos;


b) Documentação normativa;
c) Portaria 3.214 de 08 de julho de 1978 NR 06 EPI;
d) F-031 Conta de aviso de irregularidade no fornecimento;
e) PG-83-01 Controle de material não conforme;
f) F-013 Inspeção Recebimento de bens;
g) F-049 Lista de bens e serviços críticos.

7.1.3 SIGLAS

a) EPI (Equipamento de Proteção Individual);


b) NAF (Núcleo Administrativo Financeiro);
c) NATM (Núcleo de Automação);
7 PROCEDIMENTOS CONFORME A NATUREZA DO NEGÓCIO
73

d) N.F. (Nota Fiscal);


e) NGPL (Núcleo de Gestão da Produção de Logística);
f) NGQ (Núcleo de Gestão da Qualidade);
g) O.C. (Ordem de Compra);
h) WMS (Sistema de Gerenciamento de Armazém);
i) SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).

7.1.4 ABRANGÊNCIA

Setor de Almoxarifado com circunscrição das áreas de NGPL e NATM do SENAI.

7.1.5 CONCEITOS E DEFINIÇÕES

Veja abaixo, os principais conceitos e definições do processo de separação de


materiais:
a) almoxarifado
É o local destinado ao recebimento, conferência, guarda e conservação de ma-
teriais. Pode ser um recinto coberto, adequado a sua natureza, tendo a função de
destinar espaços onde permanecerá cada item aguardando a necessidade do seu
uso, ficando seu sistema de localização interna acondicionadoà política geral de
armazenamento da empresa;
b) almoxarife
Profissional responsável pelo recebimento, armazenamento, requisição e ex-
pedição de materiais no almoxarifado e pela conferência dos pedidos, notas fis-
cais, verificando quantidades, qualidade e especificações;
c) recebimento
Ação de receber. Ato que assegura que o material entregue esteja em confor-
midade com as especificações constantes no pedido de compra;
d) materiais
Elementos palpáveis ou tangíveis de alguma aplicação;
e) cadastro
Registro detalhado de informações de materiais de empresa ou estabeleci-
mento comercial;
LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
74

f) termo de doação
Documento jurídico pelo qual uma pessoa transfere a outra gratuitamente
uma parte ou a totalidade de seus bens;
g) requisitora
Aquela que pede, solicita, requer;
h) relatório
É um conjunto de informações organizado em um padrão, utilizado para re-
portar resultados parciais ou totais de uma determinada atividade, experimento,
projeto, ação, pesquisa ou outro evento, esteja finalizado ou ainda em andamen-
to;
i) especificações
É uma descrição detalhada, rigorosa e minuciosa das características que um
material, uma obra ou um serviço deverão apresentar. Relatório de dados ou par-
ticularidades dos materiais;
j) fatura
Documento comercial que representa a venda para clientes domiciliados em
território nacional;
k) produto
É algo que pode ser oferecido em um mercado para satisfazer a um desejo
ou necessidade, podendo representar também o resultado de atividades ou de
processos.
l) nota fiscal - NF
Documento que tem por fim o registro de uma transferência de propriedade
sobre um bem ou uma atividade comercial prestada por uma empresa a uma
pessoa física ou jurídica;
m) avaria
Dano ou prejuízo causado a algum material ou equipamento que comprome-
ta a sua utilização;
n) registro
É uma forma de fazer persistir determinada informação durante um período
de tempo.
7 PROCEDIMENTOS CONFORME A NATUREZA DO NEGÓCIO
75

7.1.6 DIRETRIZES

Veja, a seguir, as diretrizes para separação de materiais:


a) não são permitidos acessos de pessoas não autorizadas às dependências do
almoxarifado;
b) é obrigatório o uso de EPI pelos funcionários, durante todo o período de
trabalho;
c) é proibido beber e fumar nas áreas fechadas ou semiabertas no âmbito do
almoxarifado;
d) a área destinada ao recebimento de materiais deve dispor de local adequa-
do a sua conferência;
e) os materiais entregues devem estar perfeito estado de conservação e apro-
priados para uso;
f) no ato do recebimento do material, a conferência será feita àvista dos do-
cumentos hábeis que rotineiramente acompanham: nota fiscal, nota fiscal/
fatura, termo de doação;
g) no ato do recebimento do material ou equipamento é necessário verificar
se o mesmo possui alguma não conformidade que se refere à especificação,
quantidade e avaria;
h) no ato do recebimento do material, havendo alguma irregularidade,o(s)
material(is) não deve(m) ser recebido(s), e a situação deve ser informada ao
NAF;
i) todos os materiais recebidos devem ser registrados no WMS.

7.1.7 RESPONSABILIDADES

Veja, a seguir, as responsabilidades para separação de materiais:


a) núcleo de gestão da produção e logística (NGPL)
-- gerenciar o recebimento de materiais do almoxarifado, observando as
disposições constantes nas diretrizes desta norma;
-- coordenar atividades operacionais de recebimento do setor de almo-
xarifado;
-- orientar o almoxarife para a busca de melhorias na execução dos proces-
sos operacionais.
LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
76

b) almoxarife
-- operacionalizar o recebimento de materiais do almoxarifado, observan-
do as disposições constantes nas diretrizes desta norma;
-- cumprir rigorosamente com o determinado pelas diretrizes 6 - a, b e c;
-- verificar se os materiais estão em condições adequadas de uso ou avari-
ados no momento do recebimento;
-- zelar pela guarda e integridade física dos materiais e equipamentos re-
cebidos no almoxarifado;
-- registrar toda entrada de materiais no WMS.

7.1.8 PROCEDIMENTO

a) o profissional, no desempenho das atividades de recebimento, deve aten-


der às diretrizes e regulamentos desta norma;
b) no ato do recebimento do material, o almoxarife procederá a sua conferên-
cia a vista dos documentos hábeis que rotineiramente o acompanham: nota
fiscal, nota fiscal/fatura, termo de doação;
c) no ato do recebimento do material, o almoxarife deverá observar cuidado-
samente os seguintes elementos que deverão constar, necessariamente,no
documento de entrega:
-- dados cadastrais do fornecedor e da empresa requisitora;
-- especificação do material;
-- peso, qualidade e quantidade;
-- preço unitário e total.
d) no ato do recebimento deve-se verificar se a descrição contida na N.F. con-
diz com a O.C. e com o(s) material(is) apresentado(s);
e) no ato do recebimento, o almoxarife deverá observar se os materiais estão
conformes, havendo avaria ou irregularidade, os produtos devem ser devol-
vidos e o ocorrido deve ser informado ao NAF;
f) após conclusão dos procedimentos 8.1 a 8.4, todo material deverá ser regis-
trado no WMS.

7.1.9 REGISTROS

a) Relatório de Recebimento.
7 PROCEDIMENTOS CONFORME A NATUREZA DO NEGÓCIO
77

7.1.10 HISTÓRICO DE ALTERAÇÃO

ITEM DESCRIÇÃO DA REVISÃO DATA

00 Geral 17/05/2012

SAIBA Para conhecer mais sobre qualidade leia o livro A máquina


que mudou o mundo de Womack, James P.. Rio de Janeiro:
MAIS da editora Campus, 1992.

A seguir será apresentado um modelo de procedimento de trabalho ser utili-


zado na atividade de Expedição de Materiais.

7.2 PADRÃO DE PROCEDIMENTO PARA EXPEDIÇÃO DE MATERIAIS

Tipo Código
Padrão de Procedimento 001
Título Revisão
Expedição de Materiais 00
Data de vigência Entidade
17/05/2012 CIBRATEC

7.2.1 OBJETIVO

Definir critérios para expedir os materiais e equipamentos do almoxarifado no


CIBRATEC, mantendo conformidade com relação aos requisitos organizacionais.

7.2.2 DOCUMENTAÇÃO DE REFERÊNCIA

a) ISO 9001: 2008 – Sistema de gestão da qualidade – Requisitos;


b) Documentação normativa;
c) Portaria 3.214 de 08 de julho de 1978 NR 06 EPI;
d) PG-83-01 Controle de material não conforme;
LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
78

e) F-013 Inspeção Recebimento de bens;


f) F-049 Lista de bens e serviços críticos.

7.2.3 SIGLAS

a) EPI (Equipamento de Proteção Individual);


b) NAF (Núcleo Administrativo Financeiro);
c) NATM (Núcleo de Automação);
d) N.F. (Nota Fiscal);
e) NGPL (Núcleo de Gestão da Produção de Logística);
f) NGQ (Núcleo de Gestão da Qualidade);
g) O.C. (Ordem de Compra);
h) WMS (Sistema de gerenciamento de armazém);
i) SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial);
j) CIMATEC (Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia).

7.2.4 ABRANGÊNCIA

Setor de Almoxarifado com circunscrição das áreas de NGPL e NATM do CI-


BRATEC.

7.2.5 CONCEITOS E DEFINIÇÕES

a) almoxarifado
É o local destinado ao recebimento, conferência, guarda e conservação de ma-
teriais. Pode ser um recinto coberto, adequado a sua natureza, tendo a função de
destinar espaços onde permanecerá cada item aguardando a necessidade do seu
uso, ficando seu sistema de localização interna acondicionado à política geral de
armazenamento da empresa;
b) almoxarife
Profissional responsável pelo recebimento, armazenamento, requisição e ex-
pedição de materiais no almoxarifado e pela conferência dos pedidos, notas fis-
cais, verificando quantidades, qualidade e especificações;
7 PROCEDIMENTOS CONFORME A NATUREZA DO NEGÓCIO
79

c) expedição
Ação de expedir. Ato que assegura que o material entregue esteja em confor-
midade com as especificações constantes no pedido de venda;
d) materiais
Elementos palpáveis ou tangíveis de alguma aplicação;
e) cadastro
Registro detalhado de informações de materiais de empresa ou estabeleci-
mento comercial;
f) termo de doação
Documento jurídico pelo qual uma pessoa transfere a outra gratuitamente
uma parte ou a totalidade de seus bens;
g) requisitora
Aquela que pede, solicita, requer;
h) relatório
É um conjunto de informações organizado em um padrão, utilizado para re-
portar resultados parciais ou totais de uma determinada atividade, experimento,
projeto, ação, pesquisa ou outro evento, esteja finalizado ou ainda em andamen-
to;
i) especificações
É uma descrição detalhada, rigorosa e minuciosa das características que um
material, uma obra ou um serviço deverão apresentar. Relatório de dados ou par-
ticularidades dos materiais;
j) fatura
Documento comercial que representa a venda para clientes domiciliados em
território nacional;
k) produto
É algo que pode ser oferecido em um mercado para satisfazer a um desejo
ou necessidade, podendo representar também o resultado de atividades ou de
processos;
l) nota fiscal - NF
Documento que tem por fim o registro de uma transferência de propriedade
sobre um bem ou uma atividade comercial prestada por uma empresa a uma
pessoa física ou jurídica;
LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
80

m) avaria
Dano ou prejuízo causado a algum material ou equipamento que comprome-
ta a sua utilização.;
n) registro
É uma forma de fazer persistir determinada informação durante um período
de tempo.

7.2.6 DIRETRIZES

a) não é permitido o acesso de pessoas não autorizadas às dependências do


almoxarifado;
b) é obrigatório o uso de EPI pelos funcionários durante todo o período de
trabalho;
c) é proibido beber e fumar nas áreas fechadas ou semiabertas no âmbito do
almoxarifado;
d) a área destinada à expedição de materiais deve dispor de local adequado
para a sua conferência;
e) os materiais entregues devem estar em perfeito estado de conservação e
apropriados para uso;
f) no ato da expedição do material, a conferência será feita à vista dos docu-
mentos hábeis que rotineiramente a acompanham: romaneio de carga, nota
fiscal/fatura, termo de doação;
g) no ato da expedição do material ou equipamento, é necessário verificar se
o mesmo possui alguma não conformidade no que se refere à especificação,
quantidade e avaria;
h) no ato de expedir o material, havendo alguma irregularidade(s), o(s)
material(is) não deve(m) ser expedidos, e a situação deve ser informada ao
técnico responsável;
i) todos os materiais expedidos devem ser registrados no sistema WMS ou
similar.

7.2.7 RESPONSABILIDADES

a) Núcleo de Gestão da Produção e Logística (NGPL)


-- gerenciar o recebimento de materiais do almoxarifado, observando as
disposições constantes nas diretrizes desta norma;
7 PROCEDIMENTOS CONFORME A NATUREZA DO NEGÓCIO
81

-- coordenar atividades operacionais de expedição do setor de almoxari-


fado;
-- orientar o almoxarife para a busca de melhorias na execução dos proces-
sos operacionais.
b) Almoxarife
-- operacionalizar o recebimento de materiais do almoxarifado, observan-
do as disposições constantes nas diretrizes desta norma;
-- cumprir rigorosamente com o determinado pelas diretrizes 6.1, 6.2 e 6.3;
-- verificar se os materiais estão em condições adequadas de uso ou avari-
ados no momento da expedição;
-- zelar pela guarda e integridade física dos materiais e equipamentos;
-- registrar toda saída de materiais no WMS.

7.2.8 PROCEDIMENTO

a) o profissional, no desempenho das atividades de expedição, deve atender


às diretrizes e regulamentos desta norma;
b) no ato da expedição do material, o almoxarife procederá a sua conferência
à vista dos documentos hábeis que rotineiramente acompanham: romaneio,
nota fiscal/fatura, termo de doação;
c) no ato da expedição do material, o almoxarife deverá observar cuidadosa-
mente os seguintes elementos que deverão constar necessariamente no do-
cumento de entrega:
-- dados cadastrais do fornecedor e da empresa requisitora;
-- especificação do material;
-- peso, qualidade e quantidade;
-- preço unitário e total;
-- embalagem.
d) no ato da expedição deve-se verificar se a descrição contida na N.F condiz
com o pedido e com o(s) material(is) apresentado(s);
LOGÍSTICA DE EXPEDIÇÃO
82

e) no ato da expedição, o almoxarife deverá observar se os materiais estão


conformes, havendo avaria ou irregularidade, os produtos devem ser substi-
tuídos e o ocorrido deve ser informado;
f) após conclusão dos procedimentos do item 8, toda movimentação de mate-
rial deverá ser registrada no WMS.

7.2.9 REGISTROS

a) relatório de recebimento.

7.2.10 HISTÓRICO DE ALTERAÇÃO

ITEM DESCRIÇÃO DA REVISÃO DATA

00 Geral 17/05/2012

FIQUE Procedimentos de trabalho são uma garantia para evitar


ALERTA acidentes nas empresas.

CASOS E RELATOS

A gestão da qualidade nas empresas KOR


A função Qualidade vem, ao longo dos anos, assumindo um papel cada
vez mais importante dentro da organização KOR. Inicialmente, na era do
Controle de Qualidade, havia um foco estritamente operacional, através
das atividades que objetivavam as inspeções dos produtos nas linhas de
produção da KOR. No entanto, essas atividades tinham caráter somente
de buscar a eliminação dos problemas, sem resultar em processos mais
eficientes. Novos requisitos, conceitos e princípios de gestão foram agre-
gados aos controles da empresa KOR, resultando em uma nova fase – A
Gestão da Qualidade.
7 PROCEDIMENTOS CONFORME A NATUREZA DO NEGÓCIO
83

Desta forma, a Qualidade vem se tornando cada vez mais uma ferramenta
estratégica para a organização KOR que busca um diferencial competiti-
vo, por meio da demonstração da capacidade de gestão sobre os dados
gerados, através da implantação dos novos conceitos e princípios, e pró
atividade na tomada de decisões gerenciais objetivas e diferenciada, o que
torna a KOR uma empresa referência em sua área de atuação.

RECAPITULANDO

Neste capítulo, tivemos a oportunidade de rever alguns conceitos sobre


Recebimento e Expedição de materiais. Aproveitamos também para apre-
sentar alguns padrões de procedimentos de trabalho criados especifica-
mente para esta disciplina.
REFERÊNCIAS
ARBACHE, Fernando S.; SANTOS, Almir G.; MONTENEGRO, Christophe. Gestão de logística,
distribuição e trade marketing. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006.
ARNOLD, J. R. Tony. Administração de materiais: uma introdução. São Paulo: Atlas, 1999.
BALLOU, Ronald H. Logistica empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição
fisica . São Paulo, SP: Atlas, 1993.
______. Gerenciamento da cadeia de suprimentos. São Paulo: Bookman, 2001.
BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. São Paulo:
Saraiva, 2003.
BOWERSOX, Donald J. e CLOSS, David J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia
de suprimento. São Paulo: Atlas, 1999.
BOWERSOX, Donald J.; CLOSS, David J.; COOPER, M. Bixby. Gestão logística de cadeias de
suprimentos. Porto Alegre: Bookman, 2006.
BRASIL. Consolidação das leis do trabalho. Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a
consolidação das leis do trabalho. 104. ed. São Paulo: Atlas, 2000. Coletânea de Legislação.
______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 11: transporte, movimentação, armazenagem e
manuseio de materiais. Brasília, 1978.
DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: princípios, conceitos e gestão. 5. ed. São Paulo:
Atlas, 2006.
DONATO, Vitório. Introdução à logística: o perfil do profissional. Rio de Janeiro: Ciência Moderna,
2010.
______. Manual do almoxarife: o guia básico do profissional de logística. Rio de Janeiro: Ciência
Moderna, 2010b.
_____. Metodologia para preservação de materiais: prevenção da falha prematura. São Paulo:
Érica. 2011.
DUARTE, P. C. (1999). Modelo para o desenvolvimento de plataforma logística em um terminal:
um estudo de caso na Estação Aduaneira do Interior - Itajaí/SC. (Dissertação de Mestrado).
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. Florianópolis. UFSC, 100 p.
LAMBERT, D., STOCK, J., VANTINE, J. Administração estratégica da logística. Vantine Consultoria:
São Paulo, 1998.
MERINO, E. A. D. Efeitos agudos e crônicos causados pelo manuseio e movimentação de
cargas no trabalhador. Florianópolis: UFSC, 1996. 128 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de
Produção e Sistemas) – Universidade Federal de Santa Catarina, 1996.
MOURA, R; e BANZATO J. Embalagem, unitização e conteinerização. São Paulo: IMAM, 2003.
MOURA, Reinaldo A. Sistemas e técnicas de movimentação e armazenagem de materiais. São
Paulo:IMAM, 2005.
PAOLESCHI, Bruno. Logística industrial integrada: do planejamento, produção, custo e qualidade
à satisfação do cliente. São Paulo: Érica, 2008.
VIANA, João José. Administração de materiais: um enfoque prático. SÃO PAULO: Atlas, 2002.
WIKIMEDIA commons. Peação de carga. 2009. Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/
wiki/File:Lashing_application_flat_rack.jpg>. Acesso em: 20 mar. 2013.
______. Movimentação mecânica. 2010. Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/
File:US_Navy_100125-N-9402B_Paul_Reardon_of_Empire_Cargo_loads_pallets_of_food_and_
humanitarian_supplies_onto_a_transport_aircraft_for_shipment_to_Naval_Station_Guantanamo_
Bay,_Cuba.jpg>. Acesso em: 20 mar. 2013.
WIKIMEDIA commons.Transporte aquaviario. 2012. Disponível em: <http://commons.wikimedia.
org/wiki/File:Cargo_Ship_Yantian_Sea.jpg>. Acesso em: 20 mar. 2013.
______.Trem de carga. 2009. Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Cargo_
Sprinter_beim_Auvernier.jpg>. Acesso em: 20 mar. 2013.
______. Dutovia. 2009. Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:NWO-
Tanklagerverteiler.jpg>. Acesso em: 20 mar. 2013.
______. Intermodalidade. 2009. Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/
File:FEMA_-_42212_-_Generators_Rolling_Off_Of_Antonov_Cargo_Plane_in_American_Samoa.
jpg>. Acesso em: 20 mar. 2013.
MINICURRÍCULO DOS AUTORES

VITÓRIO DONATO
Vitório Donato, Engenheiro de Materiais pela UFPB, Pós-graduado em Logística pela UESA e
mestre em Administração pela UNEB. Apresenta uma ampla experiência com mais de trinta anos
de trabalho nas áreas do comércio varejista, indústria, mineração, empresas de consultoria e
instituição de ensino superior como: Comercial DD Ltda., CEMAN – Central de Manutenção de
Camaçari S/A, JaakkoPoyri Engenharia Ltda., Copene Petroquímica S/A, Braskem S/A, UNIFACS,
UNEB e SENAI. Atualmente exerce atividade acadêmica no SENAI-Cimatec/BA nos cursos: Técnico
e de Graduação Tecnológica em Logística, Especialização em Gestão da Manutenção, MBA em
Logística e Gestão da Produção, Especialização em Soluções Ambientais para Polos Industriais
e Especialização em Gestão de Projetos. Exerce também atividade de consultoria nas áreas de
logística, qualidade e produção.
Autor dos livros:
1. Logística Verde: uma abordagem Socioambiental. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna.
2008. ISBN 978-85-739-3705-3.
2. Manual do Almoxarife: O guia básico do profissional de logística. Rio de Janeiro: Editora Ciên-
cia Moderna. 2010. ISBN 978-85-739-3883-8.
3. Introdução à Logística: O Perfil do Profissional. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna. 2010.
ISBN: 978-85-739-3968-2.
4. Metodologia para Preservação de Materiais: Prevenção da Falha Prematura. São Paulo: Edi-
tora Érica. 2011. ISBN: 978-85-365-0335-6.
5. Logística para a Indústria do Petróleo, Gás e Biocombustíveis. São Paulo: Editora Érica.
2012. ISBN: 978-85-365-0399-8.
ÍNDICE

A
Armazengem
Avarias 39, 42, 64, 65

B
Big bag

C
CD
Ciclo de vida do produto 18
Conhecimento de transporte 62
Consolidação 42, 63, 64, 67
Contêiner
CRM
Customização

D
Distribuição física

E
Embalagens secundárias 64
ERP - Enterprise Resources Planning
Expedição

F
FEU - Fort feet Equivalent Unit

I
Incoterms 47

J
Just in time

L
Logística de distribuição e operadores logísticos
Logística integrada
Logística inbound
Logística outbound
Logística verde 30

M
Manuseio
Materiais de consumo 63
Mix de produtos 26, 60
MRP - Manufacturing Resources Planning

N
Nível de serviço 22, 36
NR11
NR - Normas regulamentadoras

P
Palete
Peação de carga 35
Picking 42, 60
Plano de logística

R
RFID

S
SCM
Serviço pós-venda 22
Suprimentos

T
Tempo do ciclo do pedidos 29
Tendências
TEU - Twenty feet Equivalent Unit

U
Unitizadas 62

W
WMS
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP

Rolando Vargas Vallejos


Gerente Executivo

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo Adjunto

Diana Neri
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros

SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DA BAHIA

Ricardo Santos Lima


Coordenador do Desenvolvimento dos Livros no Departamento Regional da Bahia

Carlos César Ribeiro Santos


Denilson Nunes dos Santos
Vitório Donato
Elaboração

Vitório Donato
Revisão Técnica

Vitório Donato
Coordenação Técnica

Marcelle Minho
Coordenação Educacional

André Costa
Coordenação de Produção

Igor Nogueira Oliveira Dantas


Coordenação de Projeto

Ticianna Castelhano
Design Educacional
Débora Maria Mangueira Gomes
Revisão Final

Joseane Maytê Sousa Santos Sousa


Revisão Ortográfica e Gramatical

Antonio Ivo Ferreira Lima


Alex Romano Lima
Fabio dos Santos Passos
Karina Lima Soares Santos
Thiago Ribeiro
Vinícius Vidal da Cruz
Ilustração, Tratamento de Imagens

Antonio Ivo Ferreira Lima


Fabio dos Santos Passos
Leonardo Silveira
Diagramação e Fechamento de Arquivo

Rita Fonseca
Normalização

i-Comunicação
Projeto Gráfico

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