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Educação presencial

GESTÃO DO FRETE
Série Gestão
Diretoria Executiva Nacional
Coordenação de Desenvolvimento Profissional
Educação Presencial
Gestão do Frete
Material do aluno

Julho/2016

Fale conosco
0800.7282891
www.sestsenat.org.br

Gestão do frete : material do aluno. – Brasília: SEST/SENAT,


2016.
41 p. : il.

1. Transporte de carga. 2. Lucro. 3. Custo.


I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço Nacional de
Aprendizagem do Transporte.

CDU 656.1:330.143
GESTÃO DO FRETE
Unidade 1 - Por que administrar o frete?.......................................................................... 9
1 Administração do frete e conceito de lucro ......................................................................10
2 Preços x custos médios e conceito de demanda................................................................13
Resumindo................................................................................................................................13
Consolidando conteúdos........................................................................................................13

Unidade 2 - Metodologias de definição de preços.......................................................... 15


1 Metodologias para o cálculo do preço do frete..................................................................16
1.1 Preço a partir da concorrência.........................................................................................17
1.2 Preço a partir dos custos...................................................................................................18
1.3 Preço a partir do valor percebido pelo consumidor......................................................19
Resumindo................................................................................................................................20
Consolidando conteúdos........................................................................................................20

Unidade 3 - Classificação de custos e seus componentes............................................... 23


1 Classificação dos custos.......................................................................................................24
1.1 Custos diretos e indiretos.................................................................................................25
1.2 Custos fixos e variáveis......................................................................................................26
1.2.1 Componentes dos custos fixos......................................................................................28
1.2.2 Componentes dos custos variáveis...............................................................................28
Resumindo................................................................................................................................30
Consolidando conteúdos........................................................................................................30

Unidade 4 - Exemplo de formação do valor do frete...................................................... 31


Exemplo de formação de preços a partir dos custos, com o uso da planilha Excel .........32
Resumindo................................................................................................................................38
Consolidando conteúdos........................................................................................................39

Referências....................................................................................................................... 40

5
Comprometido com o desenvolvimento do transporte no País, o SEST SENAT oferece um
programa educacional que contribui para a valorização cidadã, o desenvolvimento profissional,
a qualidade de vida e a empregabilidade do trabalhador do transporte, por meio da oferta de
diversos cursos que são desenvolvidos nas Unidades Operacionais do SEST SENAT em todo
o Brasil.
Sempre atento às inovações e demandas por uma educação profissional de qualidade, o SEST
SENAT reestruturou todo o portfólio de materiais didáticos e de apoio aos cursos presenciais
da instituição, adequando-os às diferentes metodologias e aos tipos de cursos, alinhando-os
aos avanços tecnológicos do setor, às tendências do mercado de trabalho, às perspectivas da
sociedade e à legislação vigente.
Esperamos, assim, que este material, que foi desenvolvido com alto padrão de qualidade
pedagógica, necessário ao desenvolvimento do seu conhecimento, seja um facilitador do
processo de ensino e aprendizagem.
Bons estudos!

6
APRESENTAÇÃO

Prezado Aluno
Desejamos boas-vindas ao Curso de Gestão do Frete! Vamos trabalhar juntos para desenvolver
novos conhecimentos e aprofundar as competências que você já possui!
O curso Gestão do Frete está dividido em unidades para facilitar o aprendizado. No início
de cada unidade, você será informado sobre o conteúdo a ser abordado e os objetivos que se
pretende alcançar.
Contaremos com a carga horária de 16 horas-aula, divididas em quatro unidades de 4 horas-
aula, conforme especificado na tabela a seguir.

Unidade Carga horária


1. Por que administrar o frete? 4 horas-aula
2. Metodologias de definição de preços 4 horas-aula
3. Classificação de custos e seus componentes 4 horas-aula
4. Exemplo de formação do valor do frete 4 horas-aula
O texto contém ícones com a finalidade de orientar o estudo, estruturar o texto e ajudá-lo na
compreensão do conteúdo. Você encontrará, também, situações extraídas do cotidiano, con-
ceitos, exercícios de consolidação do conteúdo, filmes e links da Internet para complementar
os estudos.
Nesse sentido, esperamos que este curso seja muito proveitoso para você! Nosso intuito maior
é o de lhe apresentar dicas, conceitos e soluções práticas para ajudá-lo a resolver os problemas
encontrados no seu dia a dia de trabalho.
Bons estudos!

7
UNIDADE 01
POR QUE ADMINISTRAR O FRETE?

1 Administração do frete e conceito de lucro

2 Preços x custos médios e conceito de demanda


UNIDADE 01 - POR QUE ADMINISTRAR O
FRETE?

O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Você compreende a importância econômica do transportador administrar o frete? Conhece
os conceitos de lucro e custo médio? Entende a definição de demanda?

A empresa transportadora de cargas que não estipula com precisão e cuidado o valor
do frete tende a sofrer prejuízos constantes, a perder mercado e a fugir do foco de
acumulação do capital. Na pior das hipóteses, a empresa pode ser levada à falência.
Conscientes disto, perceberemos a importância de saber administrar o frete e de como
calculá-lo. É o que começaremos a estudar nesta unidade.

1 ADMINISTRAÇÃO DO FRETE E CONCEITO DE


LUCRO
O mundo atual dos negócios tem demonstrado que os modelos de formação de preços (frete)
são imprescindíveis para orientar as empresas de transporte em sua busca por sucesso. A
administração do frete é essencial para lidar com a concorrência.
Todas as empresas, pequenas, médias ou grandes, devem praticar preços que cubram seus
custos totais médios, além de propiciarem lucro. É o que os especialistas recomendam e o que
vamos demonstrar.
Em termos matemáticos, podemos usar a seguinte
equação para calculá-lo:
Π
= RT − CT (1)
Você sabe como o lucro é
Por outro lado, a receita total é definida assim:
definido? O lucro é igual à
diferença entre receita total RT= P × Q (2)
(RT) com a venda de bens/
Onde P é o preço e Q é a quantidade de bens/serviços
serviços e o custo total (CT )
vendidos.
de produção de bens/serviços.

O custo total é dividido em custos fixos e custos variáveis (nas


Unidades 3 e 4 deste curso estudaremos tais custos em detalhes).
LEMBRE-SE

Para obter lucro positivo, é preciso que o preço unitário seja maior do que o custo total médio.
Antes de continuarmos, você sabe qual é a definição de custo médio?
Vamos prosseguindo. Agora vamos igualar o lucro a zero.
Use as equações (1) e (2) acima!
Custo total médio (CMe ) é Isto é:
igual à razão entre o custo
= = 0
Π PQ − CT , ou (3)
total e a quantidade produzida
de bens/serviços. O custo total PQ = CT
médio é também chamado de
custo total unitário. Agora, divida os dois lados da equação (3) por Q para
obter:

CT
=
P = CMe
Q (4)
Resultado: se o lucro é zero o preço é igual ao custo médio. Neste caso, a empresa cobrirá seus
custos, mas não terá lucro.

11
Podemos dizer também que:
• se o preço for menor do que o custo médio a empresa
incorre em prejuízo;
• se o preço for maior do que o custo médio obtém-se lucro.

Ou seja:
Quando P<CMe Prejuízo
Quando P>CMe Lucro

Diante dessas expressões, fica demonstrado porque se deve preocupar com o preço (frete)
cobrado pelos bens/serviços vendidos.
DICAS

Para praticar preços rentáveis é necessário apurar os custos precisamente.


Os custos devem ser constantemente monitorados!

12
2 PREÇOS X CUSTOS MÉDIOS E CONCEITO DE
DEMANDA
Muitas vezes, quando têm folga de caixa, podem ser encontradas empresas praticando preços
abaixo ou iguais aos custos totais médios. Com certeza estas empresas não estarão obtendo
lucro!
Ainda assim, diversas empresas adotam essa estratégia mesmo sabendo que este comportamento
é muito arriscado. Cobrando preços mais baixos, a empresa pode pretender aumentar sua
participação no mercado. Para reduzir o risco nesta operação é preciso que a empresa conheça
bem sua demanda, que pode ser assim definida:

Demanda é a relação entre Muita atenção, pois se a empresa continuar se comportando


a quantidade e o preço dessa forma por longo tempo, pode desencadear uma
de um bem/serviço que guerra de preços — o que não é bom nem para ela e nem
os consumidores desejam para seus concorrentes.
adquirir.

RESUMINDO
No ambiente de negócios de hoje, para se obter sucesso e crescimento, é imprescindível
que a empresa administre o preço, ou o frete, nas empresas transportadoras de carga.
O desempenho econômico-financeiro da empresa está fortemente relacionado à
cuidadosa administração do frete e aos resultados almejados por todos aqueles que
dependem da empresa: proprietários, trabalhadores, fornecedores, clientes, governo etc.
O lucro é o resultado entre a diferença da receita e dos custos da empresa.

1. Qual é a definição de lucro?


( ) Lucro = Receita - Despesas
( ) Lucro = Receita - Margem
( ) Lucro = Receita - Custos
( ) Todas as alternativas estão corretas.
13
2. Assinale com Certo (C) ou Errado (E):
( ) O custo total divide-se em custo variável e fixo.
( ) O custo médio é igual à divisão do custo total pela quantidade
produzida de bens/serviços.
3. Como é denominada a relação entre a quantidade de um bem/
serviço que os consumidores desejam adquirir e o preço dele?
( ) Receita
( ) Oferta
( ) Gastos
( ) Demanda
4. Quando a receita for menor que os custos, temos um prejuízo.
( ) Certo ( ) Errado

14
UNIDADE 02
METODOLOGIAS DE DEFINIÇÃO DE PREÇOS

1 Metodologias para o cálculo do preço do frete


UNIDADE 02 - METODOLOGIAS DE DEFINIÇÃO
DE PREÇOS

O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Você conhece alguma metodologia para usar no cálculo do frete? Sabe como podem ser
formados os fretes para a cobrança do serviço de transporte fornecido ao cliente? Discuta
com seus colegas.

Diversas metodologias são utilizadas pelas empresas para definir sua estratégia de
preços, contudo, qual deve ser a estratégia utilizada? Este é um dos desafios diários
com que as empresas se deparam e seu impacto poderá reverter em sucesso ou fracasso
no mercado. Nesta unidade, vamos conhecer alguns métodos práticos de definição de
preços (frete)

1 METODOLOGIAS PARA O CÁLCULO DO PREÇO DO


FRETE
As metodologias utilizadas para a definição do preço são caracterizadas pela referência utilizada
para o cálculo. Dentre as utilizadas pelo mercado iremos estudar as seguintes metodologias:
a preço a partir da concorrência;
b preço a partir dos custos;
c preço a partir do valor percebido pelo consumidor.

1.1 Preço a partir da concorrência


Este é o método mais simples. O que você deve fazer é acompanhar os preços praticados pelos
seus concorrentes diretos e seguir, se houver, as alterações de preços.

É recomendável que o preço seja superior ao custo total médio!

LEMBRE-SE

Para que a sua empresa seja bem-sucedida no acompanhamento do preço da concorrência, é


importante responder a algumas perguntas:
a Seus custos são iguais aos do concorrente?
b Sua produção tem os mesmos custos variáveis do concorrente?
c Seus investimentos foram iguais?
d A rentabilidade objetivada é a mesma?
e O valor percebido pelo consumidor em relação ao seu produto/serviço não é diferente
dos concorrentes?

O método de definição do preço a partir da concorrência não


é tão simples como parece! Perceba que é bom responder aos
questionamentos referidos, antes de decidir sobre qualquer fixação
de preço que a empresa venha a praticar.

Vamos entender o que é rentabilidade.

17
LL
Em termos matemáticos, temos: RSPL = PL , onde RSPL
é o rentabilidade sobre o patrimônio líquido, L é o lucro
A rentabilidade de uma líquido de impostos e PL é o patrimônio líquido. O
empresa pode ser medida indicador RSPL é medido em percentual.
pela razão entre o lucro
líquido de impostos e o Enfim, a rentabilidade é o que determina a viabilidade da
patrimônio líquido (igual ao empresa. Você deve, sempre, comparar a rentabilidade de sua
patrimônio dos acionistas ou empresa com a rentabilidade média do setor. Por exemplo:
capital próprio). Empresa Rentabilidade Comentário
Empresa Média do setor
A 14,2% 17,8% Deficiente
B 2,7% 5,9% Deficiente
C 15,1% 13,5% Bom

1.2 Preço a partir dos custos


Esta metodologia foi desenvolvida utilizando como base os custos de produção, de distribuição
e de comercialização, além, é claro, da margem de lucro. Com isto, assume-se que estes custos
estão sendo repassados totalmente para os clientes.
Em termos matemáticos temos:
P=( 1+ Mk ) × ∑CMe j
(5)

Onde P é o preço, Mk representa a margem de lucro e ∑ CMe j = custo médio de produção,


mais custo médio de distribuição, mais custo médio de comercialização.
DICAS

A margem de lucro é um percentual, por exemplo, 15%. Mas, na equação


(5) usa-se assim: Mk=0,15. Neste caso, a soma dos custos totais médios
será multiplicada por 1,15.

Obviamente que se pode calcular o frete por meio de uma expressão como a equação 5. Para
tanto, basta apurar com profundidade os custos totais médios ( CTMe ) e definir a margem de
lucro. Então, para empresas de transportes, pode-se trocar na equação 5 o preço pelo valor do
frete, ou seja:
Fret e =( 1+ Mk ) × CTMe (6)

18
Essa metodologia procura garantir que o valor do frete não seja menor que os custos das
atividades que apoiam a realização da atividade principal, ou seja a prestação do serviço
de transporte. É preciso, entretanto, manter os custos controlados e competitivos para não
ultrapassar muito os preços de frete praticados no mercado.

Uma boa prática pode ser a de comparar o preço definido pelos custos
DICAS

com os preços praticados pela concorrência. Isto lhe dará parâmetros


para analisar se seus custos estão altos ou baixos em relação aos praticados
pelas outras empresas, ou então, se a sua margem está mais elevada que
a dos concorrentes.

1.3 Preço a partir do valor percebido pelo consumidor


Muitos especialistas criticam o método de formação do preço a partir dos custos totais médios
porque ele não considera qual é o preço que o consumidor estaria disposto a pagar pelo bem
ou serviço. Esta percepção que os consumidores têm em relação aos preços dos produtos e
serviços é conhecida como valor percebido pelo consumidor.

Cobrar um preço pelo bem/serviço vendido a


partir do valor percebido pelo consumidor é
Valor refere-se ao total de benefícios ou idealmente vantajoso, pois normalmente gera
satisfação que o consumidor recebe de um lucros maiores. Isto porque se poderia vender
bem/serviço. a preços maiores para aqueles clientes que
valorizam mais o bem/serviço.

Mas não se iluda. Cobrar preços iguais ao valor percebido pelo


consumidor é tarefa não trivial. Isto requer pesquisas e mais
pesquisas junto aos prováveis compradores. Por isto é um processo
LEMBRE-SE
relativamente dispendioso.

Grandes empresas podem investir em empreitadas para conhecer o valor percebido pelos seus
consumidores, ao passo que as pequenas empresas, normalmente, têm menos disponibilidade
financeira para isto.

19
RESUMINDO
São três as metodologias de definição do valor do frete: a partir da concorrência, a partir
dos custos e a partir do valor percebido pelo consumidor.
O método a partir do valor percebido pelo consumidor é mais vantajoso do que os
demais. Todavia, parece de pouca aplicação para empresas de pequeno e de médio porte,
uma vez que as pesquisas necessárias são custosas para o tamanho da estrutura destas
empresas.
O método de formação dos preços a partir dos custos considera uma margem de lucro
adicionada aos custos totais da empresa.

1. São metodologias de definição do preço de venda (falso – F, ou


verdadeiro – V):
( ) Preço a partir da concorrência
( ) Preço a partir das receitas
( ) Preço a partir do valor percebido pelo consumidor
( ) Preço a partir dos lucros
20
2. Preencha a coluna quatro (comentário) da tabela com: deficiente,
boa e razoável.
Empresa Rentabilidade Comentário
Empresa Média do setor
(2) (3)
(1) (4)
D 16,2% 16,3%
E 6,9% 3,0%
F 13,1% 21,5%
3. Assinale a alternativa correta. Muitos especialistas criticam o
método de formação do preço a partir dos custos totais médios.
Por quê?
( ) Porque ele não considera a margem de lucro.
( ) Porque o método não considera a demanda.
( ) Porque o método não considera os custos fixos e variáveis.
( ) Porque não considera qual é o preço que o consumidor estaria
disposto a pagar pelo bem ou serviço.
4. A rentabilidade de uma empresa pode ser medida pela razão
entre o lucro líquido de impostos e suas dívidas.
( ) Certo ( ) Errado

21
UNIDADE 03
CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS E SEUS COMPONENTES

1 Classificação dos custos


UNIDADE 03 - CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS
E SEUS COMPONENTES

O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Você conhece os componentes de custos na sua empresa? Sabe como classificar os custos para
exercer melhor gerência e controle?

Para manter um controle acurado dos custos é de suma importância que você os
classifique em direto e indireto, e fixos e variáveis. Vamos, nesta unidade, conhecer as
formas mais comuns de classificação dos custos e entender quais são seus componentes
em uma empresa de transporte

1 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS


Os custos podem ser classificados de diversas maneiras, contudo, as classificações mais
utilizadas e que estudaremos neste curso são as seguintes:
a Custos diretos ou custos indiretos
b Custos variáveis ou custos fixos
Veremos também quais são os componentes de custos para as duas classificações acima.

SAIBA Muitos autores dividem os gastos da empresa em


custos e despesas. Nessas abordagens, os custos
são aqueles gastos que se referem à atividade-fim,
à atividade produtiva da empresa. Por exemplo:
no transporte a atividade produtiva é o serviço de
transporte, ou a movimentação de cargas e de pessoas.
Por outro lado, existem as atividades de apoio da
empresa, tais como as administrativas, as de vendas,
as de distribuição e de comercialização etc. Os gastos
referentes a essas atividades são classificados como
despesas, pois não se referem à atividade principal.
Aqui neste curso, vamos simplificar e considerar todos
os gastos como custos. Isso é comum na prática do
meio empresarial.
Veja o vídeo https://www.youtube.com/watch?v=7_
U4FNJRaIo sobre custos e despesas.

1.1 Custos diretos e indiretos


Por definição, qualquer custo que pode ser relacionado diretamente com um objeto de custo
é um custo direto.

O que é um objeto de custo? Vamos


ajudá-lo! Um objeto do custo representa Assim, numa empresa de transporte, o custo
itens aos quais custos são atribuídos. direto é aquele relacionado à prestação do
Em empresas, os objetos do custo são serviço de transporte, ou seja, à movimentação
geralmente os departamentos. Outros das cargas ou das pessoas.
exemplos de objetos de custos são: um
produto, uma linha de produtos etc.

Logo, alguns componentes do custo direto em empresas de transporte são: o combustível gasto
pelo veículo, os salários dos motoristas e ajudantes, os custos com pneus, com manutenção do
veículo, entre outros.

25
Em geral, os componentes dos custos indiretos
são:
Por outro lado, qualquer custo que não
pode ser relacionado diretamente com a Pessoal de escritório e respectivos
um objeto de custo é um custo indireto. encargos sociais
Logo, custos indiretos são aqueles b Impressos e publicidade
gerados pelos outros setores para apoiar o
funcionamento da empresa, mas que não c Aluguéis de escritório
estão diretamente ligados ao serviço de d Impostos e taxas legais (exceto dos
transporte propriamente dito. caminhões de carga)

e Gastos com comercialização e administração da empresa


f Conservação e limpeza
g Despesas financeiras
h Diárias e passagens
i Despesas diversas

Você percebeu que quando o custo referente a taxas e impostos


não são relacionados ao veículo, eles são classificados como custos
indiretos. Isto acontece porque em uma empresa de transporte, os
veículos são considerados os principais objetos de custo.
Neste sentido, as taxas e impostos (IPVA, seguro etc.)_relacionados
ao veículo são classificados como custos diretos.

1.2 Custos fixos e variáveis


Outra forma de classificação muito utilizada para diferenciar os custos de uma empresa é
dividi-los em fixos e variáveis.

Os custos fixos são gastos que não variam em função do


nível de atividade empresarial, ou seja, em função da
quantidade produzida do bem ou serviço.
Já os custos variáveis são aqueles que oscilam com o nível
de atividade da empresa, ou com a quantidade produzida.
26
Mas, como é definida a produção do serviço de transporte de cargas ou seu volume de
atividades?

SAIBA Em uma empresa de transporte rodoviário de cargas


o volume de atividades pode ser dado em função
das toneladas transportadas em uma determinada
distância (toneladas x quilômetros). Assim, o gasto
com combustível é um custo variável.
Por outro lado, o salário do gerente de transporte da
empresa é um custo fixo, pois não varia com a quantidade
de toneladas transportadas, nem com a distância
percorrida pelos veículos. Assista a esta análise:
https://www.youtube.com/watch?v=NEVLaYd9pXE

27
1.2.1 Componentes dos custos fixos
Vamos imaginar os custos de uma transportadora de cargas. Os principais componentes dos
custos fixos são:

Componente Descrição
Depreciação dos Corresponde à redução de valor que o caminhão sofre com o
veículos decorrer do tempo
Remuneração do capital Para todo investimento pressupõe-se um retorno sobre
o capital aplicado. O empresário do transporte espera
exatamente isto quando aplica recursos em caminhões, por
exemplo
Salários do pessoal Corresponde ao pagamento de salários ao pessoal
administrativo administrativo, inclusive com encargos sociais
Licenciamento do É uma taxa legal e o pagamento é obrigatório mesmo se o
veículo veículo não estiver em trabalho/uso
Seguro obrigatório Taxa legal

1.2.2 Componentes dos custos variáveis


No caso da transportadora de cargas, os componentes dos custos variáveis mais usuais são:
a Combustível
b Lavagem e lubrificação
c Óleo lubrificante do motor
d Material rodante (pneus)
e Óleo lubrificante da transmissão
f Peças e outros materiais
g Salário dos motoristas
h Manutenção

28
Em algumas situações, o salário do motorista pode ser considerado
fixo em relação a um veículo, mas ser considerado variável para a
frota total da empresa, já que esta pode aumentar ou diminuir ao
longo do tempo.

Veja a seguir uma estimativa do quantitativo dos custos fixos e variáveis para uma empresa de
transporte realizada pela Revista Transporte Moderno.
DICAS

Para melhor tomada de decisões é conveniente possuir um sistema eficaz


de controle de custos, que pode ser manual ou informatizado.

29
SAIBA Atualmente, muitas empresas usam planilhas
eletrônicas para controle de custos, e outras,
principalmente as grandes, utilizam sistemas de
gestão empresarial informatizados, os chamados
ERP (Planejamento de Recursos Empresariais).
Assista ao vídeo https://www.youtube.com/
watch?v=2ujdn5G7W20 para conhecer melhor a
utilidade desses sistemas.

RESUMINDO
Os custos podem ser classificados em fixos e variáveis.
Outra forma de classificação dos custos é separá-los em diretos e indiretos.
Custos fixos não variam com o volume de produção. Já os custos variáveis são
proporcionais ao volume produzido do bem ou serviço.

1. Verdadeiro (V) ou Falso (F)


( ) Qualquer custo que pode ser relacionado diretamente ou não
com um objeto de custo é um custo direto.
( ) Qualquer custo que não pode ser relacionado diretamente
com um objeto de custo é um custo indireto.
( ) Os custos diretos dividem-se em custos explícitos e implícitos.
2. Assinale (D) para custo direto (D) e (I) para indireto.
( ) Depreciação
( ) Despesas financeiras
( ) Aluguel do escritório
( ) Licenciamento e seguro
3. O custo com o salário do pessoal administrativo é um custo
direto.
( ) Certo ( ) Errado
4. Os gastos de uma empresa representam a soma de todos os
custos e despesas.
( ) Certo ( ) Errado
30
UNIDADE 04
EXEMPLO DE FORMAÇÃO DO VALOR DO FRETE

Exemplo de formação de preços a partir dos custos,

com o uso da planilha Excel


UNIDADE 04 - EXEMPLO DE FORMAÇÃO DO
VALOR DO FRETE

O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Você já calculou os preços do frete de sua empresa, na prática? Você já conhece algum
instrumento de informática (software) que possa ajudá-lo no cálculo?

Esta unidade tem o propósito de ilustrar o método de formação de preços a partir dos
custos. Para isso, usaremos a planilha eletrônica Microsoft Excel.

1 EXEMPLO DE FORMAÇÃO DE PREÇOS A PARTIR


DOS CUSTOS, COM O USO DA PLANILHA EXCEL
Desde que as planilhas eletrônicas se popularizaram, tornou-se simples fazer cálculos como
formar preços a partir dos custos.

Você encontrará nas livrarias inúmeros livros dedicados ao uso de


DICAS

planilha eletrônica para fins de cálculo financeiro, estatístico etc. Visite


também os sites de diversas editoras: http://www.portaldelivros.com.br/
default.asp
Esta é a planilha Microsoft Excel:

Vamos ao procedimento de cálculo dos preços? Você poderá repetir todos os passos a seguir
no seu computador — basta abrir uma planilha no software Excel.
Abra a planilha Microsoft Excel. Posicione o cursor na célula 1A (1 = linha, A = coluna) e
escreva: Empresa Transportadora de Cargas DANGER Ltda. Posicione-se na célula 2A e
escreva: Preço a partir dos custos.
Vamos registrar agora os custos fixos.
Posicione-se na célula 4A e escreva: Itens de custos fixos. Na célula 4D você deve escrever:
R$. Marque as células 4A a 4D. Na barra de ferramentas clique em bordas e, depois, clique em
Borda Superior e Inferior. Marque a célula 4D e, na barra de ferramentas, clique em Centralizar.
Nas células 5A, 6A, e assim sucessivamente, escreva o nome dos itens de custos fixos como:
depreciação do caminhão, aluguel, seguro obrigatório etc. Na célula 5D, 6D, 7D etc. lance os
respectivos valores de custos para os itens de custos fixos.
Depois de digitar o último item de custos, escreva na coluna A: Total de custos fixos. Posicione-
se nessa linha e na coluna D. Na barra de ferramentas clique em AutoSoma (∑). Você perceberá
que a planilha somará os valores dos itens de custos fixos da coluna D (R$ 1.900,00). Sua
planilha ficará assim:

33
DICAS

Faça essa mesma conta com o uso de uma máquina de calcular, para
verificar o resultado.

Chegamos agora ao registro dos custos variáveis.


Posicione-se na célula imediatamente abaixo da célula Total de custos fixos, sempre na coluna
A. Salte uma linha! Escreva: Itens de custos variáveis. Nas linhas seguintes, escreva os itens de
custos variáveis como: combustível, pneus, óleo lubrificante de motor etc. Depois, posicione-
se na coluna D e na respectiva linha do item de custo variável. Digite os valores de custos.
Ao término, vá para a linha imediatamente após o último item de custo variável, na coluna A.
Escreva: Total de custos variáveis. Não se esqueça de centralizar a célula que contém R$ e de
colocar as bordas.
Em seguida, posicione o cursor nessa linha e na coluna D. Na barra de ferramentas clique em
AutoSoma (∑). Você perceberá que a planilha somará os valores dos itens de custos variáveis
da coluna D. Sua planilha ficará assim:

34
DICAS

Faça essa mesma conta com o uso de uma máquina de calcular, para
verificar o resultado.

Finalmente, posicione-se na célula imediatamente após a célula, contendo: Total de custos


variáveis, na coluna A. Salte uma linha! Escreva: Total de custos. Mantenha-se nessa linha,
salte para a coluna D. Esta célula deve conter a soma dos custos fixos e variáveis. Escreva:
=D9+D18 e pressione ENTER. Este procedimento soma os valores totais dos custos fixos (D9)
e dos custos variáveis (D18), respectivamente.
Marque a célula que contém a palavra Total de custos, na coluna A, e as células B, C e D. Na
barra de ferramentas clique em bordas e, em seguida, clique em Borda Inferior. Sua planilha
ficará assim:

35
Tanto os custos fixos quanto os custos variáveis estão em R$/ano.
Vamos agora incluir os impostos no cálculo.
Para isso, posicione-se na célula 4G. Escreva: Impostos. Na célula 4H, digite:%. Marque as
células 4G e 4H.
Nas células 5G, 6G, 7G etc. digite os títulos dos impostos que sua empresa paga, como por
exemplo: IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica), CSSL (Contribuição Social sobre o Lucro)
e COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social). Lance as respectivas
alíquotas na coluna H.
Logo após o último título de imposto, na coluna G, escreva: Total. Salte para a coluna H.
Na barra de ferramentas clique em AutoSoma (∑). Você perceberá que a planilha somará as
alíquotas dos impostos.
Marque as células 4G e 4H. Na barra de ferramentas clique em bordas e, depois, clique em
Borda Superior e Inferior. Marque a célula 4H e, na barra de ferramentas, clique em Centralizar.
Marque a célula que contém a palavra Total, na coluna G, e a célula H. Na barra de ferramentas
clique em bordas e, em seguida, clique em Borda Inferior. Sua planilha ficará assim:

36
Enfim, agora podemos calcular o preço de venda.
Posicione-se na célula 15G. Escreva: Mark-up. Na célula 15H digite o valor do mark-up
desejado pela sua empresa — 15%, por exemplo.
Digite o valor do mark-up assim: 0,15, se o valor for de 15%.
Na célula 16G digite: Custos. Iguale a célula 16H à célula que contém o total dos custos fixos
e variáveis, assim: (a) posicione-se na célula 16H; e (b) escreva: =20D e pressione ENTER. Na
célula 17G escreva: Quantidade. Salte para a célula 17H e lance o número de viagens a realizar
(valor estimado), considerando o caso de um transportador de carga.
Na célula 18G digite: Impostos. Posicione-se na célula 18H. Faça a seguinte operação: =H8/100.
Na célula 19G escreva: Preço. Posicione-se na célula 19H. Agora, proceda assim:
=(1+15H)*((16H/17H)*(1/1-18H)), e pressione ENTER.
DICAS

O sinal * significa multiplicação. Já o sinal / significa divisão.

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Finalmente, a célula 19H conterá o preço de venda estimado. Se você mudar um ou mais dos
valores lançados na planilha, o preço de venda se alterará automaticamente. O preço do frete é
de R$ 489,01, supondo que sejam feitas quatro viagens por mês e dados os valores hipotéticos
de custos, impostos e mark-up. Sua planilha ficará assim:

SAIBA Assista ao vídeo https://www.youtube.com/


watch?v=2vA3VuF7YNY para conhecer melhor a
montagem de uma planilha em Excel.

RESUMINDO
A planilha Excel é ferramenta poderosa para ajudá-lo a formar seus preços.
Você pode lançar seus custos e despesas e realizar simulações e alterações de valores de
rubricas e ter o resultado do preço instantaneamente.
Para realizar os cálculos é necessário possuir todos os valores dos custos, mark-up e
impostos.

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1. Na planilha Microsoft Excel a direção de uma célula é dada pela
linha e coluna.
( ) Verdadeiro ( ) Falso
2. Na planilha Microsoft Excel o símbolo ∑ significa:
( ) Somatório
( ) AutoSoma
( ) Produtório
( ) Nenhum item anterior
3. Na planilha Microsoft Excel a barra de ferramentas contém,
entre outras opções:
( ) Aumentar casas decimais.
( ) Mesclar e centralizar.
( ) Negrito, itálico e sublinhado
( ) Todos os itens acima
4) O símbolo de divisão na planilha Excel é o *.
( ) Certo ( ) Errado

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REFERÊNCIAS
ASSEF, R. Manual de gerência de preços. Rio de Janeiro: Campus, 2002.
BRUNI, A. L.; PAIXÃO, R. B. Excel aplicado à gestão empresarial. São Paulo: Atlas, 2ª edição,
2011.
BUARQUE, C. Avaliação econômica de projetos. Rio de Janeiro: Campus, 1994.
CASAROTTO FILHO, N.; KOPPITKE, B. H. Análise de investimentos. São Paulo: Atlas, 11ª
edição, 2010.
DOLAN, R.; SIMON, H. O poder dos preços: as melhores estratégias para ter lucro. São
Paulo: Futura, 1998.
KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. São Paulo: PHB, 1995.
PINDYCK, R.; RUBINFELD, D. Microeconomia. São Paulo: Pearson, 2007.
VALENTE, A. M.; PASSAGLIA, E.; NOVAES, A. G. Gerenciamento de transporte e frotas.
São Paulo: Pioneira, 1997.

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