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autor
MARCO NICOTARI
1ª edição
SESES
rio de janeiro 2015
Conselho editorial solange moura; roberto paes; gladis linhares; karen bortoloti;
jessamine thaize sartorello salvini
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2015.
isbn: 978-85-60923-64-9
Prefácio 7
Objetivos 32
2.1 As funções do administrador varejista 33
2.2 Classificação do setor varejista 40
2.2.1 Funções do Varejo como Canal de Distribuição 43
2.2.2 Tipos de varejo e suas características 43
2.3 Administração e Planejamento de Vendas 58
Atividades 70
Reflexão 70
Referências bibliográficas 72
3. Estratégias para o Varejo: o Composto de
Marketing e suas Decisões 73
Objetivos 74
3.1 As Estratégias de Marketing para o Varejo 75
3.2 O Composto de Marketing do Varejo 89
Atividades 92
Reflexão 93
Referências bibliográficas 94
Objetivos 96
4.1 Estratégias de produtos do marketing de varejo 97
4.2 Estratégias de preços do marketing de varejo 107
4.2.1 Políticas de preços 110
Atividades 117
Reflexão 117
Referências bibliográficas 119
Objetivos 122
5.1 Estratégias de localização do Marketing de Varejo 123
5.1.1 Estratégias de Localização do Varejo 123
5.1.2 Tipos de Localização Varejista 126
5.1.3 Outros fatores de avaliação de Pontos Varejistas 129
5.2 Estratégias de Promoção de Vendas e
Comunicação do Marketing De Varejo 134
5.2.1 Ferramentas do composto promocional varejista 140
5.2.2 Calendário Promocional 143
5.2.3 Apresentação, Layout e Exposição de Produtos 144
Atividades 156
Reflexão 157
Referências bibliográficas 158
Gabarito 158
Prefácio
Prezados(as) alunos(as),
7
Então, não perca qualquer ponto tratado neste conteúdo.
Estude, pesquisa, exercite, enfim, dedique-se o máximo para não perder nada.
Bons estudos!
Definições Histórico
de varejo Tipologia do varejo
do varejo
Administração do varejo
Análise e Pesquisa,
depuração controle e
dos conceitos Planejamento de vendas observação das
com base modificações
na prática ocorridas no
mercadológica Composto de cenário
marketing varejista
do varejo
Localização Layout
Promoção Decisões
de vendas de produto
Estratégias de
marketing para
o varejo
OBJETIVOS
• Conceituar as principais definições relativas ao varejo.
• Traçar um breve histórico do varejo no Brasil e no mundo.
• Identificar o panorama do varejo no Brasil, assim com suas perspectivas de crescimento.
• Definir as tendências que influenciam as estratégias de varejo.
• Explicar a importância das classes C e D e da Geração Y para o varejo.
• Analisar o uso da tecnologia no varejo eletrônico.
10 • capítulo 1
1.1 Introdução ao Marketing do Varejo
Entende-se por varejo “Todas as atividades que englobam o processo de venda
de produtos e serviços para atender a uma necessidade pessoal do consumidor
final” (Parente, 2000 apud Silva, 2009). Segundo Silva (2009), varejo é uma ativi-
dade que adiciona valor aos produtos e serviços que são vendidos aos consumi-
dores. À medida que se foca na importância de oferecer serviços diferenciados
e que realmente façam a diferença para o público-alvo, o conceito de varejo evo-
lui assumindo um importante papel na cadeia de distribuição.
Se você observar os varejos, poderá perceber que atualmente as lojas estão
se tornando mais do que apenas um lugar para comprar produtos. Silva (2009)
comenta que a abertura do mercado brasileiro e a estabilização da economia ge-
raram a oportunidade de o varejista desenvolver e implementar ações cada vez
mais voltadas para superar as expectativas de seus clientes, pois, qualidade nos
produtos e preços baixos já não é o bastante para a atração e retenção de clientes.
Desta forma, como afirma Silva (2009), a adoção de ações estratégias de
marketing e a criação de melhores serviços de atendimento que facilitem o pro-
cesso de compra e proporcionem conveniência, prazer e novas experiências ao
consumidor tornou-se uma prática constante no cotidiano do gestor de varejo.
Mas, antes de você conhecer marketing varejista, vamos apresentar a você
alguns conceitos importantes relacionados ao varejo.
capítulo 1 • 11
A importância do varejo
A palavra varejo (retail) deriva da palavra francesa retailler, que significa cortar um pe-
daço ou em pequenas quantidades (SILVA, 2009). Daí surgem as importantes funções
exercidas pelos varejistas.
12 • capítulo 1
Fatores que afetam as decisões sobre canais de distribuição
capítulo 1 • 13
As condições de mercado também influenciam a decisão
quanto à determinação de canais. Um mercado concen-
trado pode determinar uma estratégia de vendas direta,
devido à facilidade de contatar os consumidores próximos.
Por outro lado, um mercado onde os consumidores estão
muito espalhados pode determinar uma estratégia de ca-
nal de distribuição mais longo. Mudanças nos hábitos de
MERCADO compra também são consideráveis determinantes para
a decisão de canal. Exemplo: alguns produtos que eram
vendidos somente em farmácias e drogarias, como anal-
gésicos, hoje podem ser encontrados praticamente em
supermercados, mercearias, padarias, etc. Essa mudança
do hábito de compra dos consumidores certamente exigiu
modificações no canal de distribuição dos fabricantes de
analgésicos.
14 • capítulo 1
1.2 O Varejo até os Tempos Atuais
Os mercados nacional e internacional estão passando por um processo de
transformação. A presença das mulheres no mercado de trabalho, o número de
casais sem filhos, a diminuição do tamanho das famílias, o aumento da expec-
tativa de vida, o desenvolvimento das cidades do interior, a preocupação com
questões sociais e ambientais, enfim, um cenário de mudanças em diferentes
esferas da sociedade, que estão alterando significativamente as estratégias de
negócios.
capítulo 1 • 15
Richter apud Las Casas (2009), cita com referências históricas, que o varejo
tem origens longínquas: “Atenas, Alexandria e Roma foram grandes áreas co-
merciais, e os gregos antigos eram conhecidos como grandes comerciantes”.
Existem registros que durante o Império Romano, inúmeros pontos de co-
mercialização foram construídos, inclusive estruturas comerciais congregando
grande número de lojas, lembrando os contemporâneos “shopping centers”.
Na metade do século XIV, os ingleses foram referência na comercialização
de produtos, com estruturas denominadas “guilds”, cuja tradução livre seria
grêmios, ou seja, comerciantes atuando em conjunto para exercer sua atividade
de maneira satisfatória.
A Revolução Industrial não só aperfeiçoou a atividade varejista, como pro-
moveu grande impulso à comercialização, haja vista o aumento da capacidade
produtiva em função da máquina a vapor, o surgimento de novos meios de es-
coamento de produtos, como transporte ferroviário e o incremento do trans-
porte marítimo, e também a melhoria da qualidade na comunicação, com o
advento do telégrafo e posteriormente do telefone.
A Inglaterra e os Estados Unidos foram importantes centros de aperfeiçoa-
mento do que hoje conhecemos como varejo, com a criação de lojas com inú-
meros itens de consumo, chamadas de “general stores”, precursoras das lojas
de departamentos.
16 • capítulo 1
Segundo Kotler e Keller (2006), “O varejo inclui todas as atividades relativas
à venda de produtos ou serviços diretamente ao consumidor final, para uso pes-
soal e não comercial.
Um varejista ou uma loja de varejo é qualquer empreendimento comercial
cujo faturamento provenha principalmente da venda de pequenos lotes no
varejo”.
A American Marketing Association – (AMA) - define varejo como uma uni-
dade de negócio que compra mercadorias de fabricantes, atacadistas e outros
distribuidores e as vende diretamente a consumidores finais e eventualmente a
outras classes de consumidores.
Qualquer empresa que venda diretamente para os consumidores finais –
seja ela um fabricante, atacadista ou varejista – está fazendo varejo.
Não importa como ou onde os produtos estão sendo vendidos: porta em
porta, correios, telefone, máquinas de vendas, internet.
Sendo assim, o varejo é impulsionador social e econômico, pois desempe-
nha funções primordiais na comercialização de produtos e serviços.
capítulo 1 • 17
1.2.2 Varejo no Brasil
18 • capítulo 1
self-selection, modalidade de autosserviço em que o cliente escolhe a mer-
cadoria, sendo a venda finalizada por vendedores especializados em cada
departamento.
Em meados da década de 1940 surgem as lojas especializadas em roupas
que começam a se utilizar de vitrines para exposição de produtos, propagandas
em rádios e jornais, lançamento de promoções aproveitando datas como Natal,
Carnaval e Festas Juninas, o Dia das Mães, lançando em 1948.
São dessa época lojas como Exposição, O Camiseiro, Esplanada, Casa
Tavares e Segadaes, no Rio de Janeiro, e Mappin, Garbo, Casa José Silva, Everest,
Colombo e Ducal em São Paulo.
Esse período marca o nascimento do crediário, que passa a ser amplamente
utilizado por tais lojas.
Conta-nos Silva (2009) que até a década de 60 a concorrência era apenas
interna, predominavam as lojas independentes com modelo de gestão fami-
liar. Parente (2000) apud Silva (2009), ressalta que se voltássemos no túnel do
tempo, veríamos que nesta década não existia a maioria dos atuais formatos de
loja, como os shopping centers, hipermercados, lojas de conveniência, autos-
serviços de materiais de construção, lanchonetes fastfood, franquias e empre-
sas globalizadas. O primeiro shopping center do Brasil, o Iguatemi, foi instala-
do na cidade de São Paulo no ano de 1966.
Desde o primeiro shopping, esse setor tem apresentado grandes índices de
crescimento, dobrando de tamanho a cada período de cinco anos. Com o pas-
sar dos anos, características como comodidade, segurança e facilidade de esta-
cionamento começaram a ganhar a preferência do consumidor e os shoppings
centers conquistaram seu espaço.
Silva (2009) relata que na década de 70, destacavam-se as lojas de depar-
tamento tradicionais, as redes especializadas como as Pernambucanas e lo-
jas de materiais de construção com atuação local. Nesta década nasceram os
shopping centers nas capitais e no varejo alimentar predominava-se o formato
de supermercado de vizinhança. Em 1975 o formato de hipermercados foi in-
troduzido no Brasil pelo Carrefour.
A autora Silva (2009) comenta que nos anos 80, as dificuldades econômicas
da época provocaram um período de racionalização nas operações varejistas
para que viabilizasse as empresas. Silva (2009) diz que esta década foi marcada,
também, por uma grande expansão das franquias, tanto no setor de confecções
capítulo 1 • 19
por meio de redes como a Ellus, Benetton, Zoomp e Forum, quanto de cosmé-
ticos – O Boticário, Água de Cheiro e Clorofila. No segmento de fast-food, o Mc
Donald’s liderou a expansão do setor de franquias, seguido pelo Bob’s.
Silva (2009) ainda afirma que a década de 90 foi marcante, principalmente
para o varejo alimentar, pois houve um grande desenvolvimento neste tipo de
varejo impulsionado pela vinda de grandes multinacionais para o Brasil. Souza
e Serrentino (2002 apud Silva, 2009) afirmam que nesta década houve um gran-
de crescimento da internacionalização do varejo e que várias fusões e aquisi-
ções foram feitas provocando um grande processo de consolidação. Parente
(2000 apud Silva, 2009) destaca a associação do grupo francês, Cassino ao gru-
po Pão de Açúcar; do grupo português Sonae que assumiu o controle de várias
redes varejistas; do grupo holandês Ahold que associou-se ao Bompreço, que,
por sua vez, foi adquirido pelo líder mundial de vendas no varejo alimentício e
não alimentício, a norte-americana Walmart.
A estabilidade econômica no Brasil iniciada em 1994, desencadeou uma
série de mudanças no modelo de relacionamento entre fabricante, fornecedo-
res e varejo. Antes trabalhava-se com preço, volume e prazo. Com a estabiliza-
ção da moeda, a política comercial passou a priorizar aquilo que o cliente quer
comprar. A concorrência aumentou e os preços passaram a ser comparados do
ponto vista internacional. As margens de comercialização foram reduzidas, em
função do aumento do custo das mercadorias e da mão de obra, o que impôs ao
varejo gastos adicionais.
Outro fator que trouxe grande impacto para o Varejo foi o Código de Defesa
do Consumidor, que se por um lado representou um grande avanço nos direi-
tos dos cidadãos, por outro, gerou novas despesas para o fabricante e para o
varejista, que precisaram se enquadrar em outros requisitos de qualidade. Para
isso, foram criadas ouvidorias, centrais de atendimento, SAC ou CAC.
A década de 2000 representa um marco na história varejista do Brasil, com
destaque para o crescimento de redes oriundas de segmentos populares, o
crescimento vertiginoso das classes C e D e as fusões e aquisições ocorridas en-
tre grandes representantes do varejo.
Levando este segmento a perseguir ganhos de produtividade, oferecen-
do um serviço de melhor qualidade, otimizando a integração e o relaciona-
mento entre fabricantes e fornecedores, reduzindo custos e ampliando sua
rentabilidade.
20 • capítulo 1
Silva (2009) explica que no ano 2000 o varejo eletrônico consolidou-se como
um importante canal de vendas, e o investimento em tecnologia da informação
e o desenvolvimento de novos serviços está se tornando cada vez mais impor-
tantes para gerar maior entrega de valor ao consumidor. A autora explica que
percebe-se no decorrer destas quatro décadas muitas mudanças ocorreram no
setor varejista. A autora cita que formatos de lojas deixaram de existir, novos
formatos surgiram, e com estes o uso da tecnologia de informação e de novas
formas de gestão passaram a ser importantes para que haja uma adequação ao
novo perfil do mercado. No entanto, como explica Silva (2009), o varejista que
não acompanhou esta evolução teve como consequência a diminuição de sua
participação no mercado, ou o fechamento de suas lojas ou a aquisição destas
por outras lojas maiores. Silva (2009) ainda comenta que mesmo com todas as
mudanças, o varejo atual continua buscando alternativas para atingir a exce-
lência, levado por algumas tendências que impulsionam estas transformações,
conforme demonstra a tabela 1.1:
ASPECTO DEFINIÇÃO
capítulo 1 • 21
ASPECTO DEFINIÇÃO
Tabela 1.1 – Tendências no varejo. Fonte: SILVA, Lúcia A. da. Atitude do consumidor em
relação às marcas próprias de supermercados: um estudo exploratório.
22 • capítulo 1
Diante do fenômeno da concentração do varejo, tornou-se muito mais van-
tajoso para a indústria trabalhar com redes médias e pequenas do que com
grandes. No passado, essas indústrias já tiraram proveito de uma grande dis-
persão no lado do varejo.
As classes C e D oferecem oportunidades de crescimento para a indústria e o
varejo, já que representam cerca de 50% da população economicamente ativa no
Brasil. Esse potencial é superior ao de que dispõe isoladamente as classes A e B.
Se até o final de 1980 aproximadamente 75% das vendas dos fabricantes de bens
de consumo provinham dos consumidores ricos e da classe média dos países de-
senvolvidos, durante os anos 90 os BRICS1 lideraram as vendas de refrigeradores,
televisores e diversos itens rotineiros, gerando mais de um terço das receitas glo-
bais de gigantes como Colgate, Coca-Cola, Gillette, Nestlé e Unilever.
Uma pesquisa realizada pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP)
apontou que que a maioria dos paulistanos não se preocupam em consumir
marcas conhecidas, apostando no custo x benefício na hora de comprar um de-
terminado produto. Entre as classes sociais, 40% dos consumidores que inte-
gram a A e a B mostram-se preocupados em consumir marcas conhecidas. Para
consumidores da classe C, esse número cai para 36,8% e despenca para 21%
entre os consumidores das classes D e E.
Este é o maior grupo consumidor em alguns dos mais importantes segmentos
da economia, além de ser criador de tendências para muitos outros setores. No en-
tanto, seus hábitos de consumo são bastante diferentes dos hábitos das gerações
anteriores, o que influencia diretamente nas estratégias de marketing de varejo.
CONEXÃO
Para que você compreenda um pouco mais sobre tendências e inovações no varejo, acesse o
link a seguir: <http://cev.fgv.br/sites/cev.fgv.br/files/inovacao%20no%20varjeo.pdf>.
Geração Y
1 – BRICS: sigla que identifica os cinco países emergentes, quer dizer, em processo de franco crescimento – Brasil.
capítulo 1 • 23
• Já são considerados como o maior segmento em importantes setores da eco-
nomia mundial em termos de volume de compras e quantidade de consumidores.
• Representam cerca de 20% da população brasileira (40 milhões) e outros
210 milhões no restante do mundo em desenvolvimento.
• Geralmente são vistos como descompromissados, superficiais, egoístas,
sem ideologias ou causas genuínas.
• Cresceram com disponibilidade tecnológica e acesso instantâneo a in-
formações e foram os primeiros a adotar tecnologias como redes sociais, re-
definindo a forma de pessoas se relacionarem entre si e com a tecnologia. São,
portanto, o maior grupo de internautas da web.
• Apresentam expectativas sobre as questões de responsabilidade social
corporativa, ambiental e trabalhista, mais próximas ao comportamento de
membros de uma ONG do que de qualquer outro grupo.
CONEXÃO
“Inovar é questão de sobrevivência”. Por: NARDI, Sergio
Disponível em: <http://www.varejista.com.br/artigos/tendencias/507/inovar-e-questao-de-
sobrevivencia>. Acesso em: 27 fev. 2015
24 • capítulo 1
e-commerce da fusão entre Grupo Pão de Açúcar, Globex e Casas Bahia, já tem
mais da metade dos rendimentos da B2W, soberana nas compras online no
Brasil.
Bom para o consumidor, que encontra fornecedores para os mais diferen-
tes produtos que precisa em qualquer lugar do mundo, literalmente a um “cli-
que” de distância. Hoje é possível a comunicação interativa e a distribuição de
informações a um custo irrisório à uma velocidade nunca antes vista.
A cada dia surgem novos negócios e novas oportunidades.
Como será o futuro do varejo diante da tecnologia? Um infinito de oportuni-
dades que certamente mudará a lógica do consumo.
©© JORUBA | DREAMSTIME.COM
CONEXÃO
“Inovação no Varejo”. Disponível em: <http://cev.fgv.br/sites/cev.fgv.br/files/inovacao%20
no%20varjeo.pdf>. Acesso em: 27.fev.2015
capítulo 1 • 25
1.3 Tendências do Varejo
Segundo Las Casas (2006), no Brasil, na medida em que a economia cresce, a
tendência do marketing é desenvolver-se, como ocorre em outros países. Con-
sequentemente, com o crescimento do marketing, o departamento de vendas
estará ocupando lugar de destaque nas organizações. Em vista disso, a admi-
nistração de vendas deve exigir um maior nível de profissionalismo dos admi-
nistradores e funcionários do futuro.
O consumidor está se tornando cada vez mais exigente, pois, com a tendên-
cia ao maior consumo, ele passa a exigir mais de seus fornecedores. Além dis-
so, existe maior conscientização de seu próprio papel de consumidor. Nessa
conjuntura, o departamento de vendas desempenha papel essencial na adapta-
ção das empresas à nova tendência, principalmente quanto ao esclarecimento,
orientação, informação aos clientes e no pós-venda. O vendedor passa a ser um
assessor e o departamento de vendas um prestador de serviços.
Como a concorrência está ficando cada vez mais acirrada, as empresas es-
forçam-se em colocar no mercado melhores serviços e melhores produtos. Os
vendedores, como vimos, por estabelecerem contato mais íntimo com os clien-
tes, têm melhores condições de informar às empresas a que estão ligados sobre
tendências mercadológicas. Assim, o departamento de vendas também é im-
portante vetor do departamento de marketing.
No entanto, esta função dos vendedores e do departamento de vendas, vem
gradativamente mudando a forma pela qual a atividade é conduzida. Por um
lado, surgem novidades nos recursos utilizados para a comercialização, en-
quanto do outro há mudanças na própria forma de vender.
Entre as principais ocorrências que afetam a forma de vender estão as ace-
leradas revoluções tecnológicas e organizacionais, adicionada à globalização.
O conceito de globalização mudou a forma com que as empresas prospectam
os seus consumidores. Atualmente são considerados clientes potenciais das
empresas, grupos de consumidores que agregam características semelhantes
em qualquer parte do mundo. Não há mais limitações de barreiras geográficas.
São vários os clientes que têm as mesmas necessidades e desejos, independen-
temente de sua nacionalidade. Ao mesmo tempo, há grupos muito específicos
que ainda querem produtos diferenciados, formando-se diversos nichos que
variam de acordo com suas origens e nacionalidades. Portanto, as empresas
modernas enfrentam mercados paradoxais, que são globais e regionais ao
26 • capítulo 1
mesmo tempo exigindo mudança dos velhos padrões de gestão e de organiza-
ção. Contudo, a gerência de vendas deve adaptar-se aos requisitos do paradoxo
global da comercialização de forma rápida e eficaz, devendo “pensar global-
mente e atuar regionalmente”.
As empresas, para atuarem mais eficiente e eficazmente, necessitam se
adaptar, usando novas estruturas. Agilidade e rapidez passaram a ser uma ne-
cessidade, muito mais do que termos de moda.
Com o avanço da tecnologia e da informática, a atividade de vendas está ten-
do um novo dimensionamento. Muitos consumidores mudaram de comporta-
mento. São várias as alterações que estão ocorrendo, conforme cita Las Casas
(2006):
capítulo 1 • 27
CONEXÃO
Leia o artigo: “Classe C: a verdadeira classe média brasileira.” Disponível em: <http://www.
revistamarketing.com.br/materia.aspx?m=52>. Acesso em: 27 fev. 2015
ATIVIDADES
01. Comente sobre a importância do varejo como canal de distribuição de bens de consumo
e descreva suas principais funções.
02. Escolha pelo menos três tendências do setor varejista e discorra sobre elas.
28 • capítulo 1
REFLEXÃO
Neste primeiro capítulo foi proporcionado a você um maior entendimento sobre o setor de
varejo. A compreensão acerca do conceito de varejo, sua importância estratégica como canal
de distribuição de bens de consumo, bem como, suas características do varejo, são funda-
mentais para o bom gerenciamento do setor.
Em suma:
LEITURA
Para melhor entendimento do assunto apresentado, acesse os sites e leia sobre mais sobre
o tema.
capítulo 1 • 29
Texto 4: “Instituto para Desenvolvimento do Varejo”
Disponível em:<http://www.idv.org.br/14/>.
Autor: idv.org.br
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KOTLER, Philip; KELLER, Kevin. Administração de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2006.
LAS CASAS, Alexandre L. Marketing de Varejo. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2006.
________. Administração de Vendas. 8ª ed. São Paulo: Atlas, 2009.
PARENTE, Juracy. Varejo no Brasil: gestão e estratégia. São Paulo: Atlas, 2000.
SILVA, Lúcia A. da. Atitude do consumidor em relação às marcas próprias de supermercados:
um estudo exploratório. Defesa de Mestrado na Universidade de São Paulo (USP). Orientador: Prof. Dr.
Edgard Monforte Melor. Ribeirão Preto: Departamento de Administração, 2009.
30 • capítulo 1
2
As Funções do
Administrador
Varejista,
Classificação e
as Estratégias de
Marketing para o
Varejo
Nesta aula abordaremos as funções do administrador varejista e da correlação
de suas atribuições com o composto de marketing do varejo. Serão analisados
aspectos relativos à: compra, gestão de produtos, formação de preços, promo-
ção, oferta de serviços, venda pessoal e demais elementos que concorrem para
uma gestão de varejo efetiva.
Os referidos aspectos compreendem novos formatos e combinações do va-
rejo, crescimento da concorrência intraformatos, concorrência entre o varejo
lojista e não lojista, crescimento dos mega varejistas, declínio dos varejistas
do mercado médio, crescente investimento em tecnologia, presença global de
grandes varejistas, vantagens e ameaças das marcas próprias.
Apresentaremos a definição de administração de vendas e a sua importân-
cia no marketing estratégico de uma organização. Nesse sentido, conhecer as
etapas do processo de vendas e as perspectivas futuras é essencial ao bom pro-
fissional de marketing.
Destaque para a importância estratégica do Planejamento de Vendas como
ferramenta de geração de capital, redução de estoques, obtenção de menor
custo total e consequentemente de vantagem competitiva. Demonstraremos os
passos para se obter melhor produtividade e êxito comercial por intermédio do
planejamento de vendas.
OBJETIVOS
• Identificar as funções do administrador varejista.
• Discutir as atribuições do administrador varejista e sua correlação com o composto de
marketing.
• Identificar as funções do vendedor.
• Entender quais as tarefas de um vendedor, apresentando o seu papel em uma empresa na
criação de valor para os clientes e na construção de relacionamentos para com eles.
• Descrever as etapas do processo de vendas por que passam as empresas.
• Definir as diferentes classificações do varejo.
• Identificar os formatos de varejo.
• Discutir a importância do planejamento de vendas.
• Entender qual a diferença entre marketing e vendas.
32 • capítulo 2
2.1 As funções do administrador varejista
Como acontece em qualquer outro tipo de negócio, a administração varejista é
também muito importante, porém os gestores devem estar preparados para as
mais diversas situações que podem ocorrer no ambiente corporativo.
Las Casas (2009) nos diz que “o administrador do varejo desempenhará fun-
ções típicas dos administradores, principalmente as de planejar, organizar, di-
rigir e controlar os negócios”.
Porém, o varejo exige que todas as ações realizadas sejam voltadas para o
cliente, por isso é muito importante conhecer suas necessidades, apresentando
soluções que fujam do lugar comum. Mas, atenção, o cliente não aguenta mais
scripts prontos, padronizados pelo senso comum, engessados e burocráticos.
Qualquer empresa sofre influências de variáveis controláveis e incontrolá-
veis, de forma que a administração varia de acordo com essas variáveis.
É necessário que os administradores tomem conhecimento do que pode in-
fluenciar suas empresas, para que possam fazer as modificações necessárias
em suas estratégias para que assim os objetivos sejam alcançados.
As atividades do administrador varejista são muitas, mas podemos destacar
as mais importantes:
capítulo 2 • 33
• Distribuição;
• Organização da empresa e delegação de autoridade e responsabilidade
para desempenho.
Produtos do varejo
34 • capítulo 2
ticas diferenciadas para atingir seu público-alvo e projetar a imagem desejada.
Daí, podemos perceber tamanha a importância da decisão do administrador
no que tange a produto. Esta é uma forma de apresentar “algo mais” (plus), que
adicionado à boa prestação de serviços pode tornar um concorrente imbatível.
Ao revelar a receita de sucesso das Lojas Marisa, por exemplo, o empresário
Bernardo Godfarb afirmou que o negócio é comprar bem e vender barato, sem-
pre mais barato que a concorrência.
Para tanto, as Lojas Marisa adotaram os “dez mandamentos da Marisa”:
1. Comprar bem para vender barato.
2. Fugir do empréstimo em banco.
3. Fechar bons negócios na hora.
4. Aplicar sobras no mercado financeiro.
5. Ficar longe de pendengas judiciais.
6. Comprar imóveis para evitar aluguel.
7. Exigir pagamento à vista.
8. Trabalhar com grandes volumes.
9. Operar com estoques mínimos.
10. Liquidar imediatamente encalhes.
CONEXÃO
Acesse o endereço eletrônico das Lojas Marisa para saber um pouco mais sobre essa rede.
Disponível em:<http://www.marisa.com.br/>.
Formação de preços
capítulo 2 • 35
Geralmente, os preços são estabelecidos nos:
Las Casas (2009) fala ainda que os procedimentos básicos de uma estratégia
de comunicação bem-sucedida para o varejista incluem:
36 • capítulo 2
• Definição da tarefa de comunicação;
• Identificação de alternativas de comunicação;
• Identificação de incertezas dos consumidores;
• Compilação de dados apropriados para avaliar alternativas;
• Síntese dos elementos de campanha.
É verdade que hoje o cliente compra muito mais do que produto, ele compra
ambiente, estilo e conceito. Enfim, compra prazer...
a) Atendimento
capítulo 2 • 37
b) Pós-Compra
• Entregas
• Empacotamento regular
• Empacotamento para presentes
• Ajustes
• Devoluções
• Alterações
• Alfaiataria
• Instalações
• Gravações
c) Serviços Auxiliares
• Descontos de cheques
• Informações gerais
• Estacionamento gratuito
• Restaurantes
• Consertos
• Decorações do interior
• Crediário
• Sanitários
• Serviços de berçário/carrinhos para bebês
• Consultoria
• Presente para casamento (listas nas lojas)
• Porteiros, manobristas
38 • capítulo 2
©© © HONGQI ZHANG (AKA MICHAEL ZHANG) |
Figura 2.2 – Profissional de Vendas de Varejo.
capítulo 2 • 39
importante que o desempenho dos funcionários seja acompanhado, já que são
os vendedores os principais responsáveis pela imagem do estabelecimento co-
mercial. Esta imagem é o resultado da interação do cliente com o vendedor.
Diante desta questão, torna-se imperativo o desenvolvimento de um progra-
ma de seleção e capacitação que garanta a criação de um padrão de qualidade.
Além da implantação de programas motivacionais, que são de fundamental
importância para elevar a qualidade do atendimento ao cliente.
Abrir uma pequena loja não é difícil. O grande desafio é a manutenção do
negócio, frente ao cenário atual, marcado pela alta competitividade.
Os profissionais que atuam no varejo precisam:
40 • capítulo 2
Silva (2009) explica que o varejista faz parte dos sistemas de distribuição en-
tre o produtor e o consumidor, desempenhando um papel de intermediário,
funcionando como um elo entre o nível do consumo e o nível do atacado ou da
produção. Conforme demonstra a figura 2.3, a atividade varejista está presente
nos três níveis da estrutura de canal, consolidando seu papel e sua importância
como intermediário.
Atacadista
Atacadista
Varejista Atacadista
Varejista
Varejista
Figura 2.3 – Esquema típico de estrutura de canal para bens de consumo. Fonte:
Rosembloom (2002, p. 38) apud (Silva, 2009).
capítulo 2 • 41
Varejo com loja
SKU o que é? SKU é a sigla de Stock Keeping Unit e significa unidade de manutenção
de estoque. Um posto de abastecimento de combustível trabalha com poucos SKUs:
gasolina comum, gasolina aditivada, álcool e diesel. Um supermercado pode trabalhar
com 60 mil SKUs. Enquanto o primeiro tem apenas quatro produtos para comprar,
armazenar, vender e controlar, o segundo tem que gerenciar dezenas de milhares de
itens de estoque. Note-se que qualquer diferença na mercadoria, como por exemplo o
tamanho da embalagem, mesmo sendo da mesma marca, é outra SKU.
42 • capítulo 2
banheiro sempre limpo e bem cuidado. Alguns tipos de serviço podem ser
cobrados separadamente, porém os varejistas que atendam a consumidores
orientados por serviço oferecem a maioria desses serviços gratuitamente.
Agora que você já conhece vários aspectos entorno do setor varejista, apresenta-
mos os principais tipos de varejo e suas características.
Kotler e Keller (2006) afirmam que qualquer organização que esteja venden-
do para o consumidor final está praticando o varejo, não importa como e nem
onde os produtos ou serviços estejam sendo vendidos, ou seja, pelo correio,
capítulo 2 • 43
pessoalmente, por telefone ou pela internet; na rua, em uma loja ou na residên-
cia do consumidor. A partir desta definição, nota-se que o varejo é uma ativida-
de que apresenta várias realidades e que o dinamismo e a versatilidade estão
presentes como características do setor.
O varejo, como qualquer outro empreendimento, precisa de uma boa admi-
nistração e de administradores, que planejem, organizem, dirijam e controlem
o crescimento, a sobrevivência e o futuro dos seus negócios. Caso contrário,
verão seus esforços desmoronar mediante a concorrência e a competitividade
existente no setor.
Parente (2000) classifica as instituições varejistas em três grandes grupos:
a) de acordo com a propriedade
b) varejos com lojas
c) varejos sem lojas
· Independentes
· Redes
Classificação de · Franquias
acordo com a · Departamentos alugados
propriedade · Sistemas verticais de marketing
· Alimentícias
Instituições Instituições · Não alimentícias
varejistas com lojas · Serviços
· Marketing direto
Instituições · Vendas diretas
sem lojas · Máquinas de venda
· Varejo virtual
44 • capítulo 2
varejistas estabelecendo as principais características.
Lojas independentes:
Redes de lojas:
capítulo 2 • 45
Lojas franquias:
46 • capítulo 2
©© TOMNEX | DREAMSTIME.COM
Figura 2.5 – Ilustração da franquia SubWay.
CONEXÃO
Para que você compreenda um pouco mais sobre as franquias, acesse o link a seguir e nave-
gue no site. Você vai encontrar notícias, dados sobre o desempenho do setor e artigos sobre
este tipo de varejo que está em constante crescimento.
Disponível em: <http://www.portaldofranchising.com.br/>.
capítulo 2 • 47
LOJAS (DEPARTAMENTOS) ALUGADAS
Tabela 2.1 – Vantagens e Desvantagens de loja alugada dentro de outra loja. Fonte: elabo-
rado pelo autor.
48 • capítulo 2
um membro do canal passa a ser proprietário de
SMV COORPORATIVO outros do canal.
Outra grande tendência é o autosserviço, em que, como explica Silva (2009), o próprio
consumidor escolhe e se serve do produto que deseja comprar, refletindo uma liberda-
de de escolha em que os varejistas têm que se adaptar, pois isto reflete na mudança
de layout das lojas, postara dos vendedores e exposição dos produtos, que passa a ser
vendidos por ele próprio.
Alimentícias
capítulo 2 • 49
• Supermercados Convencionais:
Não alimentícias
Lojas especializadas:
• São supermercados de maior porte, com área de 3.000 a 5.000 m2, que
operam com cerca de 14 mil SKUs, onde as vendas de itens não alimentares
representam cerca de 12% e o número de check-outs varia de 25 e 36.
• Além dos produtos normalmente encontrados em supermercados, é co-
mum que haja padaria, bazar, artigos têxteis e eletrodomésticos.
50 • capítulo 2
Lojas de Departamentos:
de Linha Completa:
de Linha Limitada:
capítulo 2 • 51
Lojas da Fábrica:
Os clubes atacadistas:
Lojas off-price:
52 • capítulo 2
• Os preços sofrem desconto, pois as mercadorias são de sobras de estoque,
quebras de grade ou fora de temporada.
Ponta de Estoque:
• São muito parecidas com as lojas off-price, a diferença é que a loja é de
propriedade do varejista.
• Faz parte de uma das lojas da rede, porém sempre com produtos em
liquidação.
capítulo 2 • 53
Existem muitas lojas cuja atividade principal consiste na prestação de servi-
ços: cinema, locadora de vídeos, lavanderia, lanchonetes, academia, cursos de
idiomas etc.
As inovações tecnológicas e a globalização têm contribuído para uma mu-
dança no estilo de vida e nos hábitos de consumo.
As empresas estão ampliando seu alcance e mobilidade através de diferen-
tes canais de varejo.
Compra de produtos ou serviços por consumidores sem deixar suas casas.
• Venda Direta:
• Catálogos:
• A estabilidade econômica no país, tornou a venda por catálogos uma
realidade no Brasil a partir de 1994.
• A Hermes, pioneira neste tipo de varejo, faturou R$312 milhões em
2000 e tem 300 mil consultoras e 735 franqueados.
54 • capítulo 2
• Envia uma média de 20 milhões de catálogos por ano, ofertando mais
de 1.700 produtos a 5 milhões de clientes cadastrados.
• Além disso, lançou sua estratégia no varejo eletrônico, com o site
www.comprafacil.com.
• Televendas:
capítulo 2 • 55
• Quanto mais movimentado os locais onde as máquinas são instaladas,
maiores são as vendas, por isso é possível encontrá-las no Metrô, Shopping
Centers, escolas, fábricas, universidades etc.
• O sucesso desse canal de vendas depende da gestão de estoques e
abastecimento.
©© BIGAPPLESTOCK | DREAMSTIME.COM
• Varejo virtual:
56 • capítulo 2
• Ao visitar uma loja, vê-se primeiro a fachada externa, no virtual a home
page é a que desperta a atenção.
• Na loja, o consumidor percorre os corredores para procurar os produ-
tos, na loja virtual, conecta-se pelas home pages com os departamentos e
por uma busca sucessiva de níveis de informações, preços, detalhes do pro-
duto, condições de entrega e pagamento.
• A coleção total das páginas de informações no site do varejista consis-
te na loja virtual.
• A loja está localizada num espaço geográfico e a loja virtual no espaço
cibernético.
• Da mesma forma que facilidades nas vias de acesso favorecem uma loja,
também, na loja virtual, quanto mais links ela tiver em outros endereços da
Internet, tanto maior deverá ser o número de consumidores que navegarão em
seu site.
CONEXÃO
Para que você compreenda um pouco mais sobre comércio eletrônico, acesse o link:
<http://www.ebitempresa.com.br/ebit-informa-2010.asp>.
Você observou que o varejo está passando por transformações para ade-
quar-se às novas tendências do setor. Novos formatos de lojas estão surgindo,
serviços que agregam conveniência, como a venda por telefone ou internet,
lojas 24 horas, maior diversidade de produtos está sendo oferecidos para que
haja um ajuste às novas expectativas dos clientes.
Silva (2009) afirma que à medida que o consumidor se torna mais seletivo
e exigente, os varejistas vão se adequando para atrair e reter os clientes em sua
loja. De acordo com McGoldrick (2002 apud Silva, 2009), o fundamental para a
formulação de uma estratégia varejista é o claro entendimento das necessida-
des do consumidor, dos motivos e do processo de decisão de compra.
Porém, como reforça Silva (2009), independentemente do tamanho da loja
e do formato da mesma, cresce a importância do desenvolvimento de um com-
posto mercadológico eficaz, capaz de proporcionar ao varejista o posiciona-
mento desejado.
capítulo 2 • 57
2.3 Administração e Planejamento de
Vendas
58 • capítulo 2
Importância do vendedor
Mudanças no mercado
capítulo 2 • 59
O grau de eficiência para o desempenho dessas funções depende, de certo
modo, do nível de influências internas e externas que o departamento recebe.
Vamos ver quais são os principais tipos de influência.
De modo geral, os principais fatores influenciadores da ordem interna são
(LAS CASAS, 2006):
60 • capítulo 2
Influências externas na atividade de vendas:
O papel do vendedor
capítulo 2 • 61
oferta de vários serviços aos clientes – consulto-
ATENDIMENTO ria, assistência técnica, intermediação em finan-
ciamentos, agilidade nas entregas.
62 • capítulo 2
Métodos de vendas: soft e hard
Castro e Neves (2006) destacam que os métodos de vendas devem ser muito
mais baseados em métodos soft do que hard. Métodos hard são aqueles em
que o vendedor tentará vender sem considerar a real necessidade do cliente (o
produto será vendido mesmo se o cliente não estiver certo de que precisa dele).
É uma orientação de curto prazo, porque após a venda ser feita o cliente certa-
mente se dará conta de que não precisava daquele produto. Métodos soft são
aqueles em que os vendedores estão preocupados com a resolução dos proble-
mas dos clientes e, consequentemente, constroem relacionamentos baseados
em confiança e em um bom nível de serviços.
Segundo Cobra (1994), em função dessas contingências, dentre as qualifi-
cações exigidas pelo profissional de vendas incluem-se entre outras atividades:
capítulo 2 • 63
Força de vendas
Uma boa gestão da força de vendas deve seguir o seguinte fluxo (figura 2.8):
Capacitação de vendedores
Supervisão de vendedores
Motivação de vendedores
Avaliação de vendedores
Figura 2.8 – Fluxo de gerenciamento da força de vendas. Fonte: elaborado pelo autor a partir
de KOTLER, P.; KELLER Kevin L., 2006.
64 • capítulo 2
O cenário enfrentando pelo varejo torna clara a necessidade de mais
planejamento.
Planejar é uma forma de precaver-se contra as eventualidades futuras. Estudar
e entender o mercado, estudar e entender o cliente, permitindo que soluções se-
jam criadas para questões como sazonalidade, mudança de clima e de demanda.
O planejamento além de tudo contribui para a redução de custos, pois as
operações passam a ser estabelecidas dentro de padrões de racionalidade e de
eficiência, para melhor aproveitamento dos recursos disponíveis.
Marketing
É certo que o Marketing não cria necessidades, mas sem dúvida estimula a de-
manda de produtos e serviços. E é isso que o varejo precisa: de estratégias de
vendas que estimulem a demanda, através de uma variedade de produtos, de
formas de pagamentos facilitadas e de atendimento personalizado.
• Compilação de dados.
• Percepção e estudos dos fatores que possam reduzir a eficiência e o cres-
cimento futuro da empresa.
• Formulação das suposições fundamentais.
• Determinação dos objetivos e metas.
• Determinação das atividades que precisam ser exercidas para alcançar os
objetivos.
• Preparo de um cronograma dessas atividades.
capítulo 2 • 65
Logicamente que este planejamento parece muito com o que é desenvolvi-
do pelos demais setores da economia, somente adequando aspectos específi-
cos do varejo.
Planejamento
Hoje está cada vez mais difícil prever os movimentos do mercado. Os gestores
devem trabalhar com tendências, baseadas em estudos. A partir de um estudo
considerando percepções, julgamentos, projeções, é possível fazer previsão de
vendas e, em consequência disto, definir orçamento, objetivos e metas.
Os objetivos formam a base do planejamento. Servem como instrumentos
de controle, como parâmetro para diferentes análises. Devem responder às se-
guintes questões:
66 • capítulo 2
ETAPAS SIGNIFICADO DETALHAMENTO
Tabela 2.2 – Etapas de um Planejamento de Vendas. Fonte: elaborado pelo autor a partir de
Las Casas (2006).
Plano De Vendas
capítulo 2 • 67
Para executar o plano de vendas, o planejador precisa ter profundo co-
nhecimento dos passos mencionados nas providências necessárias para o
planejamento.
O varejo precisa de uma gestão profissional, que conheça as características
técnicas específicas do negócio.
Potencial do Mercado
É necessária a determinação do potencial do mercado para criar o plano e
definir os objetivos da empresa, além de favorecer a divisão de territórios de
vendas, a definição de quotas, bem como de permitir o conhecimento da parti-
cipação de mercado da empresa.
Segundo definição da American Marketing Association (AMA), o potencial
de mercado são as vendas esperadas de um bem, um grupo de bens ou de um
serviço, para todo um ramo industrial, num mercado e durante um período
determinado.
Estimar a demanda é uma das principais tarefas administrativas, sendo
a base do planejamento empresarial. Ela fornece informações para a área de
produção sobre volumes de compra, de finanças sobre captação e aplicação de
recursos necessários para as atividades previstas, de recursos humanos sobre o
número de pessoas necessárias na organização e assim por diante. Em vendas,
a previsão de demanda é fundamental para quase todas as decisões. A defini-
ção de territórios, a avaliação dos vendedores, o estabelecimento de quotas, a
escolha de representantes ou vendedores contratados, entre diversas outras
decisões, têm na previsão de vendas uma informação fundamental a ser consi-
derada (CASTRO e NEVES, 2006).
Cobra (1994) destaca que vários autores de marketing têm tentado distin-
guir potencial de mercado e potencial de vendas e raramente conseguem che-
gar a um consenso.
Segundo Cobra (1994), o potencial de mercado é calculado para represen-
tar a capacidade de um mercado de determinada área ou a de um ramo de ati-
vidades em absorver uma quantidade específica de vendas de um produto. O
potencial de vendas é uma parcela do potencial de mercado que uma empresa
pode razoavelmente esperar obter.
Segundo a definição da Associação Americana de Marketing (AMA), “poten-
cial de mercado são as vendas esperadas de um bem, um grupo de bens ou de
68 • capítulo 2
um serviço, para todo um ramo industrial, num mercado e durante um período
determinado”. O potencial, portanto, é a capacidade máxima de um mercado
absorver determinado produto (LAS CASAS, 2006). A figura 2.9 ilustrativa mos-
tra a diferença conceitual.
Potencial
de mercado
Figura 2.9 – Diferença entre potencial de mercado e potencial de vendas. Fonte: LAS
CASAS, (2006).
capítulo 2 • 69
Em suma
Os gestores que atuam na área de vendas devem ser bons em convencer os ven-
dedores de que podem vender mais, trabalhando mais ou sendo treinados para
trabalhar de maneira adequada. Além disso, devem mostrar a sua equipe de
que a recompensa oferecida sempre vale um esforço adicional.
Enfim, a gerência deve ser boa ao informar aos vendedores suas metas, seus
objetivos e diretrizes, mas também deve ser boa ao motivar a equipe. Para isso
precisa acompanhar e avaliar o desempenho. Isso pode ser pelos relatórios
mensais e histórico de vendas, além de observação in loco e do feedback de
clientes. É importante ressaltar que esta análise deve ser quantitativa e qualita-
tiva, pois hoje vender muito não significa fidelização.
Uma gestão de vendas efetiva deve considerar o consumidor cada vez mais
digital e informado, que hoje compra eletronicamente e que exige comunica-
ção interativa que funcione, além de atendimento personalizado e adaptado às
suas necessidades.
ATIVIDADES
01. Discuta como a compreensão de cada etapa do processo de compra industrial pode ser
útil ao desenvolvimento do trabalho de uma equipe de vendas.
02. De que maneira a atividade dos vendedores que trabalham com comércio pode ser in-
fluenciada?
REFLEXÃO
Nesse tema, vimos e analisamos:
70 • capítulo 2
• A descrição das etapas do processo de vendas;
• O entendimento do conceito de potencial de mercado e a diferença que existe entre esse
conceito e potencial de vendas;
Por fim, observamos que para desenvolvermos as estratégias de marketing varejista pre-
cisamos definir o público que queremos atingir e o posicionamento; a partir daí um esforço
de marketing coordenado poderá proporcionar à instituição varejista resultados satisfatórios.
LEITURA
Texto 1: “Home Page”
Disponível em: http://www.abrasnet.com.br/
Autor: Abrasnet
Texto 2: “Franquias”
Disponível em: http://www.portaldofranchising.com.br/
Autor: Portal Franchising
capítulo 2 • 71
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CASTRO, L. T.; NEVES, M. F. Administração de vendas. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
COBRA, M. Administração de vendas. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1994.
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing: a bíblia do marketing. 12. ed. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2006.
KELLEY, T.; LITTMAN, J. A arte da inovação: lições de criatividade da IDEO. A maior empresa
norte-americana de design. 2. ed. São Paulo: Futura, 2002. 341 p, il. Tradução de: The art of
innovation. In: Servico de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná – SEBRAE/PR. Citado
por Roselie de Faria Lemos em www.anpedesign.org.br/artigos/pdf/Solu%E7%F5es%20de%20
Inova%E7%E3o%20em%20D esign.pdf. 2010.
LAS CASAS, A. L. Administração de vendas. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
LEVY, Michael; WEITZ, Barton A. Administração de varejo. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
PARENTE, Juracy. Varejo no Brasil: gestão e estratégia. São Paulo: Atlas, 2000.
SILVA, Lúcia A. da. Atitude do consumidor em relação às marcas próprias de supermercados:
um estudo exploratório. Defesa de Mestrado na Universidade de São Paulo (USP). Orientador: Prof. Dr.
Edgard Monforte Melor. Ribeirão Preto: Departamento de Administração, 2009.
SOUZA, Marcos G.; SERRENTINO, Alberto. Multivarejo: na próxima economia. São Paulo: Pearson,
2002.
72 • capítulo 2
3
Estratégias para o
Varejo: o Composto
de Marketing e
suas Decisões
Nesta aula, serão apresentadas as estratégias de marketing para o varejo, que
compreendem proposições para a consolidação das empresas varejistas, seg-
mentação de mercado, diferenciação, posicionamento organizacional e ferra-
mentas de fidelização, marketing de relacionamento e a utilização dos siste-
mas de gerenciamento.
Demonstraremos que, além do marketing mix tradicional, é necessário um
aprofundamento das variáveis ambientais que regem a atividade varejista, ana-
lisando as particularidades envolvidas no ambiente do varejo.
No mix do varejo, analisaremos as variáveis controláveis do mix de marke-
ting tradicional, isto é, produtos, preços, distribuição e comunicação, acrescen-
tando mais duas variáveis: apresentação e pessoas.
OBJETIVOS
• Entender a importância das decisões de marketing para a estratégia de Marketing de
Varejo.
• Explicar a importância do desenvolvimento de estratégias de marketing para o varejo.
• Definir os elementos do composto de marketing como base na atuação do varejo.
• Explicar o processo de segmentação de mercado no varejo.
• Explicar a importância das classes C e D e da Geração Y para o varejo.
• Definir estratégias de diferenciação para o varejo.
• Analisar a importância da estratégia de posicionamento de mercado para o varejo.
• Definir os elementos do composto de marketing como base na atuação do varejo.
• Analisar o uso da tecnologia da informação e comunicação para uma gestão mais efetiva
do varejo.
• Identificar as diferentes estratégias para o planejamento do mix de marketing.
• Conhecer as decisões táticas e estratégicas relacionadas a composição do mix de
produtos.
74 • capítulo 3
3.1 As Estratégias de Marketing para o
Varejo
capítulo 3 • 75
Para responder a essas perguntas é preciso ter bem definido os valores e a
missão da empresa. Saiani (2001) ensina que os valores são a alma da empresa,
como age, como se relaciona e que visão tem do que quer ser no futuro, que
sonho quer realizar.
É importante destacar que a visão e a missão devem ser compartilhadas com
os funcionários da empresa, de modo que saibam definir prioridades que ge-
rem um direcionamento para o negócio. Neste sentido, a liderança terá um pa-
pel estratégico na mobilização da equipe no atingimento de metas e objetivos.
Não esquecer: as pessoas que atuam no atendimento fazem a estratégia
acontecer, por isso são tão importantes para o sucesso do varejo. Sendo assim,
devem o RH deve ser hábil na identificação de perfis adequados às funções,
além de treinamento e reciclagem constante, possibilitando que o atendimen-
to seja de excelência, a fim de criar um posicionamento de mercado adequado
às necessidades de seu público-alvo.
É comum que o desempenho de marketing pode ser medido utilizando-se
dois atributos: volume de vendas e o fluxo de clientes. Já o tamanho do mercado
e o seu próprio percentual de participação nem sempre são dados acessíveis ao
varejista, mas devem ser mensurados, mesmo que de maneira informal.
O que não é aceitável é o varejista não estudar o mercado e o seu próprio
desempenho.
Os resultados em termos de desempenho financeiro incluem a rentabilidade,
que pode ser expressa através do lucro líquido, percentual de lucro em relação a
vendas, taxa de retorno sobre o capital investido e a liquidez. Ambos os objetivos,
de marketing e financeiro, precisam ser simultaneamente considerados ao deli-
near-se uma estratégia. Não se deve traçar Estratégias de marketing para o varejo
que só contemplem o ganho de market-share e o aumento do volume de vendas
a qualquer preço, sem considerar os seus efeitos na rentabilidade e liquidez do
negócio. Todos os aspectos da estratégia devem ser meticulosamente avaliados.
76 • capítulo 3
Bernardino et al (2004) alertam que a estratégia é uma linha de ação que in-
dica claramente como a empresa pretende utilizar seus recursos para alcançar
objetivos estabelecidos. É um plano que, quando executado, deverá produzir o
desempenho desejado pela empresa, de tal forma que os competidores só pos-
sam reagir muito tempo depois ou a um custo proibitivo.
Uma estratégia de marketing bem desenvolvida identifica os seguintes
elementos:
CONEXÃO
Para você conhecer um pouco mais sobre varejo e estratégias de marketing, acesse o link
abaixo: <http://www.popaibrasil.com.br/noticia/index.php>.
capítulo 3 • 77
O negócio concentra-se em alcançar um desempenho
DIFERENCIAÇÃO superior numa área importante de benefícios para o
cliente e valorizada por grande parte do mercado.
78 • capítulo 3
O MARKETING MIX composto de marketing;
d) Segmentação de mercado
Qualquer estratégia de marketing exige foco no cliente, com o varejo não é
diferente. Uma das decisões mais importantes do varejo diz respeito ao merca-
do-alvo. Para que o varejista tome decisões consistentes sobre o sortimento de
produtos, a decoração da loja, a propaganda, a mídia, os preços e os serviços, é
necessária a correta definição do público-alvo, bem como um estudo aprofun-
dado sobre seus hábitos, costumes, desejos, necessidades.
O varejo está utilizando técnicas cada vez mais sofisticadas, adotando a
segmentação para dividir o mercado em perfis, com características comuns,
lançando novas linhas de lojas para oferecer um conjunto de ofertas mais re-
levantes, atendendo às demandas específicas, a fim de explorar cada nicho de
mercado.
Como exemplo, podemos citar a H.Stern, que além das tradicionais joalhe-
rias, a marca aposta desde 1989 em outros segmentos, como a H.Stern Home e
a H.Stern Spa, diversificando sua oferta, a fim de atender diferentes demandas
de seus clientes.
capítulo 3 • 79
CONEXÃO
Conheça um pouco mais da HStern. Disponível em: <http://www.hstern.com.br/>.
Veja o caso das Lojas Puket, que vendem meias e pijamas infanto-juvenis di-
vertidos e modernos. As vendedoras trabalham de pijama, criando um conceito
diferenciado e irreverente.
80 • capítulo 3
CONEXÃO
Conheça mais a loja virtual da Puket. Disponível em: <http://loja.puket.com.br/?gclid=C-
j0KEQiAsdCnBRC86PeFkuDJt_MBEiQAUXJfLRNGMNrMLaIRQdqD6_fSiwaX8FrbvAl8pt-
cVfl-fTSsaAoeD8P8HAQ>.
• O que oferecer,
• Com que amplitude,
• Com que profundidade,
• Com que marcas e modelos,
• Em que níveis de qualidade e
• De que forma apresentar e oferecer ao público.
capítulo 3 • 81
Principais desafios da segmentação
Duas tarefas são fundamentais para o varejo: escolher bem e comprar bem.
e) Diferenciação
A diferenciação permite ao varejista distinguir-se de seus concorrentes em
função da oferta de linhas de produto, opções de serviços, horários de funcio-
namento, localização, preço, atendimento e postura da equipe, ambientação e
forma de utilizar a comunicação.
No caso do varejo, às vezes é difícil diferenciar a linha de produtos, princi-
palmente quando os fornecedores são restritos. Nessas circunstâncias, Kotler
e Keller (2006) sugerem que a chave para a competitividade está na adição de
serviços valorizados e na melhoria de sua qualidade.
82 • capítulo 3
No varejo, ocupar uma posição marcante significa não apenas vender deter-
minados produtos, como também difundir e identidade da marca e o conceito
da loja. O produto passa a ser a própria loja, e esta é que se torna a marca, com
todas as variáveis de marketing:
Neste aspecto o varejo é muito bom, já que pelo menos 2 meses antes do
Natal, as lojas começam a ser enfeitadas, preparando o ambiente e criando o
clima que o Natal envolve.
posicionamento nada mais é do que a maneira pelo qual o cliente enxerga a sua loja,
o que seu cliente acha que sua loja é, com tudo o que ela tem dentro”. Segundo ele, o
posicionamento eficaz é obtido quando o cliente percebe o que ela loja quer ser. Mas
adverte “quem quer ser tudo para todos é nada para ninguém.
capítulo 3 • 83
Várias configurações se apresentam, tais como:
O modelo de margem baixa e alto giro foi orientado para gerar alta efici-
ência operacional, passando-se ao cliente as economias geradas. Os varejistas
devem seguir essa estratégia somente se os consumidores estiverem dispostos
a aceitar os níveis mais baixos de serviço que costumam acompanhar as mar-
gens baixas.
Perceber as melhores oportunidades para a empresa alcançar seus objetivos
financeiros é fundamental na determinação de rumos. Uma joalheria tende a
ter giro baixo e alta margem. Já uma loja de conveniência costuma ter margens
mais altas do que um supermercado, por exemplo. E uma loja de descontos tem
alto giro e baixa margem.
Segundo Morgado e Gonçalves (2001) “o que um varejista deve evitar é ter
baixa margem e baixo giro, situação na qual provavelmente não obterá rentabi-
lidade no negócio”.
Definido o posicionamento competitivo, é necessário identificar as bases
em que se pretende construir as vantagens competitivas sustentáveis.
Como podemos observar a estratégia de posicionamento do Walmart, que
promete “preço baixo todo dia”.
84 • capítulo 3
Para Levy e Weitz (2000), vantagem competitiva significa uma vantagem so-
bre a concorrência que possa ser mantida ao longo do tempo. A definição des-
sas vantagens constitui o elemento final de uma estratégia de varejo. Significa a
oportunidade para conquistar e manter determinado posicionamento diferen-
ciado em relação à concorrência na mente do consumidor, criando uma barrei-
ra de proteção contra a movimentação dos diversos integrantes do mercado. As
vantagens competitivas podem basear-se em relacionamentos externos e inter-
nos e se revelar duradouras ou efêmeras, dependendo da visão proativa de cada
negócio e da rapidez da reação dos concorrentes.
Uma loja terá conquistado a fidelidade do cliente quando este não deixar
de frequentá-la nem mesmo quando um concorrente forte abrir uma loja por
perto e passar a oferecer alguma seleção mais ampliada ou preços um pouco
menores. Saiani (2001) ressalta que “produto, o cliente paga preço.
Por serviço, ele começa a dar valor. Com, relacionamento, ele virá fã do seu
negócio”. Eis as formas mais usadas pelos varejistas para construir fidelidade:
capítulo 3 • 85
é a utilização de bancos de dados de clientes e do CRM
(Customer Relationship Management) onde se registram
informações sobre o perfil e os padrões de compra dos
MARKETING clientes. Cada vez mais, com a massificação do tratamen-
RELACIONAMENTO to dado às pessoas e com a sensação de insignificância
vivenciada por muitos, torna-se estratégico oferecer ao
cliente um tratamento individualizado que o faça sentir-se
especial, considerado e importante.
86 • capítulo 3
gerenciais, dada a possibilidade de reduzir custos de armazenamento, frete e
estocagem. Além disso, aumentam a eficiência no manuseio das mercadorias,
otimizando o tempo de entrada e saída dos estoques, o que maximiza o giro das
mercadorias e causa impacto financeiro positivo.
O Walmart, espalhado por todo o território norte-americano e várias cida-
des do mundo, incluindo o Brasil, é um exemplo do uso inteligente desses sis-
temas fundamentais para o sucesso da rede.
A utilização de sistemas de informação bem desenvolvidos também ajuda
o varejista a evitar os excessos e as faltas de estoque, situações que podem ser
extremamente prejudiciais à loja.
A estratégia de varejo não deve se limitar à escolha de uma única vantagem
competitiva. É importante procurar desenvolver múltiplas opções que se inte-
grem, fortalecendo a sua diferenciação no mercado e a sustentabilidade dessas
vantagens. A estratégia de varejo não deve se limitar à escolha de uma única
vantagem competitiva. É importante procurar desenvolver múltiplas opções
que se integrem, fortalecendo a sua diferenciação no mercado e a sustentabili-
dade dessas vantagens.
Sendo assim, iniciativas com efeitos mais imediatos, não necessariamente
sustentáveis, também não devem ser descartadas, como o estabelecimento de
parcerias e alianças estratégicas não apenas com fornecedores, mas com ou-
tras empresas que aparentemente nada têm a ver com o ramo do varejista. O
importante é que a parceira traga benefícios para ambos, gerando um diferen-
cial competitivo.
capítulo 3 • 87
©© © ALEXMILLOS | DREAMSTIME.COM
88 • capítulo 3
Dados sobre giro de mercadorias, venda diária, produtos em estoque e trân-
sito, preço médio, prazo de compras e entrega, tudo isso pode ser verificado a
qualquer momento do dia. A disponibilidade dessas informações gera um po-
der de negociação bastante forte perante a indústria e os fornecedores.
Na atualidade é possível combinar o tempo e o clima com a produção, lo-
gística, marketing, arrumação das vitrines e, principalmente, com as compras,
buscando maximizar os lucros e disponibilizar os produtos na hora certa.
Tudo isso graças à tecnologia. O Clima Tempo oferece previsão de tempo
para diversos setores da economia, permitindo uma maior adequação entre
produção e demanda, aumentando os lucros.
a decisão mais importante de um varejista diz respeito ao mercado-alvo. Até que este
seja definido e tenha seu perfil avaliado, o varejista não pode tomar decisões consis-
tentes sobre o sortimento de produtos, a decoração da loja, a propaganda, a mídia, os
preços e os serviços.
capítulo 3 • 89
proposta complexa de produtos e serviços. É destacada do pelo autor que o ob-
jetivo do marketing vai da estratégia central do varejista até a extremidade das
operações desenvolvidas. Torna-se muito evidente que as funções do marke-
ting devem influenciar e interagir com diversas áreas relacionadas.
McGoldrick (2002 apud SILVA, 2009) ainda enfatiza que as funções do
marketing devem estar alinhadas à missão e à visão da empresa. Estes elemen-
tos são construídos com base em uma análise ambiental, o que torna possível a
seleção de mercado alvo para o qual diferenciais competitivos sejam atingidos.
O composto de marketing (ou composto mercadológico ou mix marketing)
adotado deve ser coordenado para o alcance de objetivos e metas desenvolvi-
dos, bem como fortalecer o posicionamento de mercado adotado pela empre-
sa. A missão e objetivos do varejista devem ser claros a todos os funcionários da
empresa que, ao desenvolverem as atividades de gestão do varejo, realizam-nas
de forma correlacionada à missão estabelecida. Algumas ações estão relacio-
nadas às compras, finanças, criação de serviços e gestão das operações da loja.
90 • capítulo 3
LOCALIZAÇÃO acesso, visibilidade e conveniência.
(PONTO, PDV 4 , PLACE)
4 – PDV: iniciais de Ponto De Venda. Expressão comumente utilizada nas academias e no mercado.
5 – Lembre-se: quanto mais agradável o ponto de venda (PDV), mais o cliente compra.
capítulo 3 • 91
VARIÁVEIS DO COMPOSTO EXEMPLO DE DECISÕES
VAREJISTA
Tabela 3.1 – Composto Varejista – os 6P’s. Fonte: Parente (2000, p.61 apud SILVA, 2009).
ATIVIDADES
01. Pensando em casar literatura e gastronomia, a pizzaria Fiammetta acaba de inaugurar
sua 5ª loja, dentro da Livraria Travessa, no Barra Shopping. Possui sofás laterais e aconche-
gantes, o projeto é assinado por um famoso arquiteto e traz em vermelho o atraente forno à
lenha, marca registrada do grupo alimentício. Qual o objetivo desse tipo de parceria promo-
vida no varejo?
92 • capítulo 3
Marque a alternativa adequada para o proposto caso.
a) Oferecer ao cliente o melhor em termos de qualidade de atendimento, através de um
trabalho diferenciado e único, criando um posicionamento de mercado singular à marca
Livraria Travessa.
b) Atender a objetivos exclusivamente financeiros.
c) Atender apenas a objetivos comerciais.
02. Sintetize alguns assuntos tratados neste capítulo: Segmentação, Diferenciação e Posi-
cionamento do varejo.
REFLEXÃO
Nesta aula, você:
LEITURA
Texto 1: “A força do varejo”
Disponível em: http://rae.fgv.br/gv-executivo/vol5-num1-2006/forca-varejo
Autora: Adriana Wilner – RAE FGV
capítulo 3 • 93
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERNARDINO, Eliane de Castro et al. Marketing de Varejo. 8.ed. Rio de Janeiro: Editora FGV,
2008. Cap. 4.
HOOLEY, Graham J. Estratégia de marketing e posicionamento competitivo. São Paulo, SP:
Prentice Hall, 2001.
KOTLER, Philip; KELLER, Kevin. Administração de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson/Prentice
Hall, 2006.
LAS CASAS, A. L. Administração de vendas. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
LEVY, Michael; WEITZ, Barton A. Administração de varejo. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
PARENTE, Juracy. Varejo no Brasil: gestão e estratégia. São Paulo: Atlas, 2000.
ROSENBLOOM, Bert. Canais de marketing: uma visão gerencial. São Paulo: Atlas, 2002.
SAIANI, Edmour. Loja viva: revolução no pequeno varejo brasileiro. Rio de Janeiro: SENAC, 2007.
SILVA, Lúcia A. da. Atitude do consumidor em relação às marcas próprias de supermercados:
um estudo exploratório. Defesa de Mestrado na Universidade de São Paulo (USP). Orientador: Prof. Dr.
Edgard Monforte Melor. Ribeirão Preto: Departamento de Administração, 2009.
94 • capítulo 3
4
Estratégias de
Produtos e Preços
no Varejo de
Marketing do Varejo
O capítulo 4 trata das aplicações das estratégias de marketing baseada no mix
de marketing.
Apresentaremos a importância fundamental do principal dos Ps do com-
posto: o Produto. É a partir dele que as demais variáveis do composto equili-
bram suas estratégias. O portfólio de produtos da loja tem de ser o indicador
das estratégias no mercado.
Outro elemento do composto de marketing é o Preço. Este é o único que
efetivamente gera resultados financeiros, quer sejam positivos quer negativos.
Portanto, prepare-se para conhecer como gerenciar dois dos demais Ps de
marketing pelo varejo.
OBJETIVOS
• Estudar o processo de análise de sortimentos de produtos, bem como o gerenciamento
de categorias.
• Analisar a cadeia de suprimentos de produtos no varejo.
• Entender o estabelecimento dos preços relativos à proposta do varejo.
• Lidar com a precificação em circunstâncias tranquilas e quando necessitar gerar resulta-
dos a curto proza; falamos das promoções de vendas.
96 • capítulo 4
4.1 Estratégias de produtos do marketing de
varejo
CONEXÃO
Conexão Para que você compreenda um pouco mais sobre gerenciamento por categorias,
acesse o link e navegue no site do ECR Brasil. Você terá acesso a artigos, filmes e notícias
sobre o tema: <http://www.ecrbrasil.com.br/ecrbrasil/page/boletim_ecr.asp>.
capítulo 4 • 97
Mix de produtos
98 • capítulo 4
©© GEORGE TSARTSIANIDIS | DREAMSTIME.COM
Figura 4.1 – Ilustração de portfólio de produtos cosméticos.
capítulo 4 • 99
Um supermercado pode apresentar na categoria refrige-
rantes 20 itens considerando diferentes marcas, sabores
e tamanhos. Já um segundo supermercado pode oferecer
PROFUNDIDADE um número bem maior de refrigerantes, disponibilizado 80
itens. O primeiro supermercado apresenta profundidade
pequena e o segundo tem grande profundidade.
100 • capítulo 4
9. Preço e qualidade
Estas dimensões estão interligadas, pois é muito comum o consumidor in-
ferir sobre a qualidade do produto, a partir do preço que está sendo praticado.
Você pode observar que a imagem de uma marca varejista está muito as-
sociada ao binômio preço/qualidade de seus produtos. Ex: Grupo Pão de
Açúcar – Pão de açúcar e Barateiro: diferencia o mix de produtos das duas mar-
cas; boutiques como a Lelis Blanc e Levis se posicionam como produtos de alta
qualidade e alto preço; lojas de departamento como a C&A já estão posiciona-
das como preço baixo e qualidade média, dentre outros exemplos.
capítulo 4 • 101
Segundo Parente (2000), em um supermercado localizado na periferia a ca-
tegoria “frangos” desempenha um papel muito mais importante que a catego-
ria “vinhos”. A categoria “frangos” é consumida semanalmente pela maioria
dos clientes da loja, enquanto os vinhos são comprados, ocasionalmente, por
apenas um pequeno percentual de clientes. Desta forma, a capacidade de atrair
clientes para a loja que deve definir os diferentes papéis que as categorias irão
exercer, e assim, os diferentes varejistas elegem as diferentes categorias para
desempenharem diferentes papéis em suas lojas. Na tabela 5.1 estão apresen-
tadas as funções das categorias, de acordo com a classificação de papéis que
vem sendo adotada por muitos varejistas.
CAPACIDADE DE PAPÉIS E
PAPEL DE ATRAIR CLIENTES E CATEGORIAS. EX.:
CATEGORIA DEFINIR A IMAGEM SUPERMERCADO
DO VAREJISTA
Categoria de ocasional/
Média Artigos para festas
sazonal
Tabela 4.1 – Os papéis das categorias. Fonte: Fonte: Parente (2000, p. 197).
102 • capítulo 4
utilizando uma ferramenta denominada planograma (es-
quema gráfico que mostra exatamente onde cada SKU
GERENCIAMENTO deve ser colocada), visa fornecer um sortimento eficiente
DO ESPAÇO que maximizará a lucratividade da categoria, reduzindo o
índice de falta de mercadorias.
ACTIVITY BASED
COSTING (ABC)
OU CUSTEIO visa analisar os custos de cada operação dentro do varejo.
BASEADO EM
ATIVIDADES
capítulo 4 • 103
Visa colher opiniões e sugestões do consumidor, seja atra-
vés de grupos fechados ou de pesquisa quantitativa, no
intuito de corrigir certos pontos da oferta ou buscar novas
oportunidades; o objetivo é que o consumidor encontre o
produto certo, no local certo, com a apresentação dese-
jada e a um preço justo. É óbvio que todas as ações de
PESQUISA marketing são direcionadas para atender às necessida-
des do consumidor, assim é possível vender mais e mais.
A situação dos estoques no varejo brasileiro mostra uma
enorme dispersão das coberturas, com evidente desequi-
líbrio. Portanto, é importante atacar os dois grandes vilões
no segmento: o excesso de estoque e a falta de estoque.
Planograma é o esquema visual que retrata a exposição dos produtos de uma ca-
tegoria, ou que mostra o mapa da distribuição da loja por departamento e categoria
(PARENTE, 2000, p. 322).
Visando maximizar o volume de vendas, o varejo deve oferecer o mais complexo mix de
produtos e atender diferentes necessidades de vários segmentos.
Em grande parte atacadistas agem como agentes de compras para seus vare-
jistas clientes, da mesma maneira que os varejistas atuam como agentes de
compra para os clientes de uma loja. Atuar como agente de compras de clientes
envolve importantes decisões, tais como a escolha da mercadoria certa, com o
melhor preço possível, na quantidade certa e qualidade adequada, através de
fornecedores idôneos.
No varejo, o acerto na definição do mix de produtos e sua constante revisão
e atualização são fundamentais para o sucesso da operação, bem como o per-
manente esforço do varejista para ser competente no processo de compra.
104 • capítulo 4
Gestão de serviços
capítulo 4 • 105
Segundo Kelley e Littman (2001), os princípios básicos relativos ao setor
varejista:
106 • capítulo 4
4.2 Estratégias de preços do marketing de
varejo
Formação de preços
capítulo 4 • 107
Algumas empresas erram no momento de estabelecer o preço, às ve-
zes estabelecem os preços muito orientados para custos e ou determinam
o preço independente dos demais componentes de marketing; ao invés de
considerá-lo como importante elemento para estratégia de posicionamento no
mercado (Kotler e Keller, 2006).
Segundo Parente (2000), “na maioria dos setores varejistas, o nível de pre-
ços afeta direta e rapidamente a atratividade da loja entre seus consumidores
e, consequentemente, seu volume de vendas.” Ainda, de acordo com o autor,
a empresa pode basear seus preços nos objetivos que visam mantê-la em um
nível satisfatório de lucratividade, competitividade e volume de vendas. Estes
objetivos são: objetivo de vendas, objetivo de imagem de preço e objetivo de
lucro, os quais estão descritos a seguir.
Quem estabelece os preços?
Geralmente, os preços são estabelecidos nos:
108 • capítulo 4
©© OXLOCK | DREAMSTIME.COM
Figura 4.2 – Ilustração de loja com promoção de preços.
capítulo 4 • 109
Para cada momento de compra, o consumidor tem uma percepção de valor,
estando disposto a pagar um determinado preço. Comentando a respeito da
equação de valor, Souza e Serrentino (2002) dizem que o consumidor quer:
CONEXÃO
Para você conhecer um pouco mais sobre estratégia de preços, acesse o link a seguir:
<http://www.provar.org/artigos_amqv_XI.asp>.
110 • capítulo 4
De maneira simplificada, diz-se que o preço é determinado:
• De dentro da empresa para fora;
• De fora da empresa para dentro;
• Por uma combinação das duas formas.
capítulo 4 • 111
é relacionada com a imagem de cada categoria e impor-
tância do departamento dentro da loja. Algumas cate-
ESTRATÉGIAS NO gorias, como exemplo, a categoria destino ou rotina, os
GERENCIAMENTO preços serão muito competitivos, com o objetivo de atrair
DE CATEGORIAS consumidores e transformar a loja em uma alternativa pre-
ferida para os consumidores comprarem a categoria.
112 • capítulo 4
o elevado nível de inflação caracterizou a economia bra-
sileira durante várias décadas o que levou os varejistas
a darem ênfase excessiva na variável preço. Com a eco-
INFLAÇÃO nomia mais estabilizada, os varejistas começam a dedicar
esforços na prestação de melhores serviços e na entrega
de maior valor para os seus clientes.
capítulo 4 • 113
é comum os varejistas usarem esta prática quando os
PREÇO VARIÁVEL preços não podem ser fixos, pois, os custos e a demanda
variam.
114 • capítulo 4
o varejista monitora os preços que estão sendo praticados
pelos principais competidores para decidir como fixará os
PREÇOS DA seus: acima, em linha ou abaixo. Alguns varejistas, como
CONCORRÊNCIA Walmart e Lojas Americanas, utilizam a estratégia de preços
baixos todos os dias (every day low price - EDLP) como for-
ma de se posicionarem na mente dos consumidores.
capítulo 4 • 115
geralmente os produtos de marcas próprias têm preços in-
MARCA feriores às marcas líderes e exercem grande influência na
PRÓPRIA imagem de preços do varejista.
Preço
de pacote
CONEXÃO
Para você conhecer um pouco mais sobre preços no varejo, acesse o link abaixo e leia várias
notícias sobre o tema: http://www.varejista.com.br/busca/preco>.
116 • capítulo 4
ATIVIDADES
01. O que é amplitude e profundidade?
03. Comente sobre as decisões estratégicas que devem ser tomadas ao precificar produtos
no varejo.
04. Discorra sobre os fatores que influenciam na sensibilidade do consumidor aos preços.
REFLEXÃO
Foram apresentados nessa unidade, os primeiros elementos do composto de marketing va-
rejista. Você pode compreender os diversos fatores que influenciam na definição do mix de
produtos da loja e também foi abordado aspectos relacionados a atendimento e serviços
que se referem ao elemento do composto de marketing denominado “pessoas”. A definição
do sortimento do varejo, como foi visto, envolve decisões estratégicas e táticas que devem
ser tomadas para que o gestor do varejo disponibilize um mix de produtos adequado ao
público-alvo. Já o atendimento e serviços são importantes, pois, poderão ser determinantes
para o cliente ao escolher o varejo que irá efetuar suas compras. Para que aprofunde ainda
mais os seus conhecimentos acerca do tema apresentado, faça as leituras complementares
recomendadas a seguir.
Também foram apresentados nesta unidade os principais fatores que afetam as decisões
de preços no varejo. Os objetivos e políticas de custos que guiam as práticas de preços no
varejo, as decisões estratégicas e táticas foram abordados para que consiga orientá-lo para
compor valores de maneira mais eficaz no varejo. Você conheceu também, os fatores que
afetam a sensibilidade do cliente ao preço. Compreender estes fatores é importante, pois,
você pode analisar diferentes situações e estabelecer custos que considerem o nível de
sensibilidade do cliente a este.
capítulo 4 • 117
LEITURA
Para melhor entendimento do assunto apresentado, acesse os sites e leia mais sobre o tema.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KOTLER, Philip; KELLER, Kevin. Administração de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson/Prentice
Hall, 2006.
118 • capítulo 4
KELLEY, T.; LITTMAN, J. A arte da inovação: lições de criatividade da IDEO. A maior empresa
norte-americana de design. 2. ed. São Paulo: Futura, 2002. 341 p, il. Tradução de: The art of
innovation. In: Servico de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná – SEBRAE/PR. Citado
por Roselie de Faria Lemos em www.anpedesign.org.br/artigos/pdf/Solu%E7%F5es%20de%20
Inova%E7%E3o%20em%20D esign.pdf. 2010.
LEVY, Michael; WEITZ, Barton A. Administração de varejo. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
MCGOLDRICK, Peter J. Retail marketing. London: McGraw-Hill, 2002.
NAGLE, Thomas T.; HOGAN, John. Estratégia e táticas de preço: um guia para crescer com
lucratividade. 4. Ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2007.
PARENTE, Juracy. Varejo no Brasil: gestão e estratégia. São Paulo: Atlas, 2000.
SAIANI, Edmour. Loja viva: revolução no pequeno varejo brasileiro. Rio de Janeiro: SENAC, 2007.
SOUZA, Marcos G.; SERRENTINO, Alberto. Multivarejo: na próxima economia. São Paulo: Pearson,
2002.
capítulo 4 • 119
120 • capítulo 4
5
Estratégias de
Localização,
Promoção e
Comunicação de
Marketing do Varejo
Neste capítulo, será compreendida a importância estratégica da localização
como item fundamental na obtenção de vantagem competitiva.
Demonstraremos os diferentes tipos de centros comerciais de acordo com
sua origem, localização, perfil de público e concorrência.
Apresentaremos a você aspectos relacionados à localização varejista. Serão
abordados os tópicos mais importantes a serem considerados ao decidir sobre
a melhor localização para a loja.
Apresentaremos a você o composto promocional ou o composto de comu-
nicação varejista. Você verá que são várias ferramentas de comunicação que o
varejista dispõe para comunicar com o seu público-alvo.
Serão abordados os aspectos primordiais para a promoção de vendas. A uti-
lização de instrumentos de comunicação/divulgação que otimizem os investi-
mentos e gerem fluxo de caixa para as empresas que compreendem tipos de
layout, distribuição de espaços, relações públicas, propaganda, marketing dire-
to, indicadores de desempenho “ticket count” e “ticket medium”.
OBJETIVOS
• Compreender as estratégias e os diferentes tipos de decisões de localização.
• Entender os diversos fatores que influenciam na escolha do local da loja.
• Ressaltar a importância da estratégia de localização para o sucesso no varejo.
• Identificar as áreas de influência.
• Definir os diferentes tipos de estratégia de localização
• Entender a importância da promoção para o sucesso do varejo.
• Identificar os diferentes tipos de ferramentas promocionais utilizadas pelo varejo.
• Estudar as diferentes ferramentas promocionais e suas técnicas.
• Analisar o varejo como espaço para formação, comportamento e cultura.
• Compreender as diferenças entre as ferramentas de comunicação varejista.
• Entender as diferentes ações de comunicação desenvolvidas nos varejos.
• Compreender a importância do plano de comunicação formal.
• Compreender os objetivos e formas de cada ferramenta de comunicação varejista.
122 • capítulo 5
5.1 Estratégias de localização do Marketing
de Varejo
É uma decisão crítica, pois a localização de uma loja não pode ser modificada
constantemente sem alocação de muitos esforços e recursos. A seleção da loca-
lização irá influenciar a atratividade da loja junto aos consumidores de sua área
de influência. Já para os tipos de “varejo sem loja”, o fator localização deixa de
ser relevante; o parâmetro passa a ser a acessibilidade.
A escolha do ponto na estratégia de varejo é fundamental. Segundo Kotler
e Keller (2006) os varejistas costumam dizer que as três chaves para o sucesso
são “localização, localização, localização”. O que importa é que seja escolhido
o local mais vantajoso para sua loja.
A escolha da localização comercial é estratégica, pois pode assegurar ao va-
rejista uma importante vantagem competitiva. Muitas vezes, a própria locali-
zação é o principal motivo de escolha de uma loja por parte de um cliente. Las
Casas (2010) fala que a estratégia de praça proporciona utilidade de tempo e
lugar.
Neste sentido vale usar estratégias para avaliar localizações, incluindo a me-
dição do tráfego de pessoas, pesquisas de hábitos de compra dos consumidores
e análises da localização da concorrência.
CONEXÃO
Para você conhecer um pouco mais sobre os critérios para a escolha de uma boa localização,
acesse o link: <http://www.provar.org/artigos_mv_VI.asp>.
capítulo 5 • 123
o espaço para expor suas mercadorias da mesma forma com que há uma inter-
ferência deste espaço no processo de compra do consumidor:
124 • capítulo 5
o) Dispersão geográfica é adotada por aqueles varejistas que querem ter as
suas unidades varejistas localizadas em regiões distintas. Um dos grandes obje-
tivos destes varejistas é reduzir os riscos associados à concentração de todas as
atividades em uma só região. Alguns exemplos são: Makro, C&A, Leroy Merlin.
Decisões táticas
Cuidam da avaliação e seleção de pontos específicos, respondendo ques-
tões como:
capítulo 5 • 125
• Aluguel baixo é um erro bastante comum, pois, ao iniciar o negócio, mui-
tos empresários estão com pouco capital para investir e procuram reduzir cus-
tos. Ao encontrar um ponto com valor de aluguel mais baixo, acabam optando
por aluga-lo na busca de redução dos custos, deixando de considerar se o local
é apropriado ou não para o tipo de estabelecimento e público-alvo.
• Muitos concorrentes ao procurar um local para abrir sua loja, alguns vare-
jistas optam por locais onde se concentram muitos concorrentes. Dependendo
do produto que irá trabalhar esta não é a melhor escolha, pois, muitos vare-
jistas podem competir pelos mesmos consumidores, e caso haja, varejistas
com melhor estrutura de loja e nível de serviço, a probabilidade de insucesso é
maior para este novo varejo que se instalará no local.
CONEXÃO
Para você conhecer um pouco mais sobre localização varejista, acesse o link: <http://www.
convibra.com.br/upload/paper/adm/adm_2992.pdf>.
126 • capítulo 5
não contam com outras lojas próximas para alavan-
car sua atratividade. Geralmente são unidades que
LOJAS ISOLADAS conseguem exercer forte poder de atração, como
(FREE STANDING) exemplo: clubes de compra, revenda de carros, hi-
permercados, etc.
capítulo 5 • 127
©© AGUINA | DREAMSTIME.COM
128 • capítulo 5
c) Lojas isoladas (free standing):
a) Potencial da demanda
b) Tráfego de pedestres
c) Facilidade de estacionamento
capítulo 5 • 129
• Porte e força dos concorrentes.
• Atração da concorrência.
130 • capítulo 5
e) Avaliação dos aspectos físicos do local
Na avaliação dos aspectos físicos do ponto, alguns detalhes devem ser con-
siderados, tais como:
capítulo 5 • 131
Dependendo do tipo do negócio, é importante que o con-
sumidor possa avistar, a uma determinada distância, al-
gum “totem” (grande placa de identificação no alto de um
poste, muito usados pelo McDonald’s e postos de com-
VISIBILIDADE bustível) ou mesmo a fachada da loja. No segmento de
combustíveis, o consumidor deve poder avistar o “totem”
a uma distância de pelo menos 300 metros para que seu
acesso seja seguro.
132 • capítulo 5
Pode-se conhecer a história do ponto através de informa-
ções de vizinhos, moradores antigos e funcionários que
trabalham no bairro. É importante obter informações a
HISTÓRICO DO respeito de eventuais mudanças no fluxo de tráfego, no
PONTO nível de segurança, nas condições de drenagem em dias
de chuva forte, no crescimento e na densidade populacio-
nal da região, bem como sobre os formatos de varejo que
ali já existiram e por que fecharam.
capítulo 5 • 133
5.2 Estratégias de Promoção de Vendas e
Comunicação do Marketing de Varejo
134 • capítulo 5
• O que seus concorrentes oferecem e quais promoções estão realizando.
• O que os estimula os consumidores da região e os atuais clientes da loja a
tomar decisões de compras.
• A promoção de eventos importantes na região.
Para lançar promoções não basta criatividade, é preciso também utilizar da-
dos quantitativos que vão muito além do controle de volume de vendas, como
veremos a seguir. Destaca-se dois indicadores que servirão de base para toda a
estratégia promocional:
Quais os objetivos da promoção? Las Casas (2010) diz que os principais ob-
jetivos de uma promoção são:
capítulo 5 • 135
©© ©WELCOMIA | DREAMSTIME.COM
Las Casas (2010) fala ainda que os procedimentos básicos de uma estratégia
de comunicação bem-sucedida para o varejista incluem:
136 • capítulo 5
Pacotes combinados Colocação de itens de Programas de fidelidade. Campanhas de vendas
(preços especiais para impulso à caixa aos vendedores.
o pacote; valor registradora.
adicionado ao pacote).
Figura 5.3 – Ações que podem aumentar as vendas do varejo. Fonte: Webaula 7 - Estácio.
Reduzir estoques.
capítulo 5 • 137
Ações visando estimular a experiência ou primeira visita à loja:
138 • capítulo 5
Levy e Weitz (2000) complementam, enfatizando que o papel das estratégias
de comunicação é informar os clientes sobre o varejista, sobre as mercadorias
e serviços oferecidos; persuadir, ou seja, motivar os clientes a visitar a loja e a
comprar mercadorias e serviços; lembrar os clientes de suas ofertas e serviços
para que haja compras repetidas e um maior número de clientes fiéis à loja.
Shimp (2002) sugere uma estrutura que integra todos os aspectos da toma-
da de decisões gerenciais referentes às estratégias e táticas das de comunica-
ção de marketing. A figura 21 ilustra o processo de decisão da comunicação de
marketing sugerida pelo autor.
A B
III. Tomando decisões de comunicação de marketing no nível da marca
Escolhas
Escolhas gerais específicas Avaliação
· Escolhendo o · Escolhendo os de programas
público-alvo elementos do · Medindo resultados
· Estabelecendo mix criando
mensagens
capítulo 5 • 139
em como a empresa toma decisões a respeito da comunicação de marketing e
o modelo demonstra que é necessário monitoramento e gerenciamento cons-
tante do ambiente de marketing para que o programa seja ativo e não reativo às
forças do ambiente. O objetivo final das comunicações de marketing é aumen-
tar o valor da marca (Shimp, 2002).
O varejo precisa se comunicar com o cliente e, para tal lança mão de várias
técnicas, tais como a promoção de mercadoria, programas educacionais, prê-
mios e concursos, promoções institucionais, degustação, entre outras.
A tabela 5.2 a seguir é apresentar uma breve definição dos principais ele-
mentos do composto de comunicação:
FERRAMENTAS DEFINIÇÃO
Cominucação indireta e impessoal com os clientes, é paga, anun-
PROPAGANDA cia nercadorias, serviços e promoções de vendas, utiliza a mídia
de massa como jornais, as revistas, a TV, o rádio.
Incentivos a curto prazo para encorajar a experimentação ou a
compra de um produto por impulso ou em maior quantidade. Prin-
PROMOÇÃO DE VENDAS cipais ferramentas de promoção de vendas utilizadas pelos vare-
jistas: liquidações ou pacotes com preços promocionais, demons-
traçõesdentro da loja, cupons, brindes, concursos e sorteios.
Atividades e programas patrocinados pelo varejista em épocas
EVENTOS E EXPERIÊNCIAS especiais que objetivam uma maior interação com a marca da
empresa. Por exemplo, esportes, atividades de rua.
140 • capítulo 5
FERRAMENTAS DEFINIÇÃO
Programas elaborados para promover ou proteger a imagem da
loja. São comunicações feitas por meio de apresentações não
RELAÇÕES PÚBLICAS E ASSESSORIA pagas sobre o varejistas, em mídias impessoais, como exemplo:
DE IMPRESA a notícia de abertura de uma nova loja no jornal ou revista, a co-
bertura pela televisão de algum evento beneficente promovido
pela loja.
Comunicação direta com clientes específicos e potenciais por
MARKETING DIRETO meio de correio, telefone, fax, email ou internet
Processo de comunicação entre vendedor e consumidor onde há
um auxílio, quando necessário, para que os clientes sintam-se a
VENDAS PESSOAIS vontade e satisfeitos por satisfazer suas necessidades por meio
de uma troca de informações cara a cara ou interação pessoal.
Combinação das características físicas da loja, como a arquite-
tura, o layout, os sinais e as exposições, as cores, a iluminação, a
ATMOSFERA DA LOJA temperatura e os aromas que juntos constroem uma imagem na
mente do cliente.
Qualquer técnica, ação ou material promocional usado no ponto
de venda que proporcione informação e melhor visibildade a pro-
MERCHANDISING VISUAL dutos, marcas ou serviços, com o propósito de motivar e influên-
ciar as decisões de compra dos consumidores.
Tabela 5.2 – Ferramentas de comunicação varejista.
CONEXÃO
Para você conhecer um pouco mais sobre mídias sociais como estratégia de interação no va-
rejo, acesse o link abaixo e leia o artigo sobre o tema: <http://www.varejista.com.br/artigos/
tendencias/108/redes-sociaisuma-nova-interacao-com-omercado>.
capítulo 5 • 141
dispostos a pagar. Necessita fazer uso destas informações para desenvolver
produtos e serviços que gerem maior valor para o consumidor.
A propaganda, por exemplo, é uma comunicação indireta, que “falará” com
o cliente através de diferentes mídias, tais como guias de compras, TV, revis-
tas, jornais, rádios e outdoors, redes sociais e blogs. As vantagens são muitas.
Afinal, a propaganda atinge o cliente certo através da mídia certa, a um custo
mensurável. Qual a mulher que não se viu atraída a “dar um pulinho” em uma
loja por causa de uma promoção.
Objetivos da propaganda:
Lógico que, para fazer propaganda, exige verba. A definição da verba de pro-
paganda é definida segundo as seguintes possibilidades:
142 • capítulo 5
A verba é definida segundo um plano mercadológi-
PLANO DE MARKETING co, a fim de atingir objetivos específicos.
A mensagem divulgada deve ser curta e atrativa e deve ser adequada ao público-alvo.
Para ganhar a atenção dos consumidores, algumas estratégias são eficazes.
É comum o uso de mensagens que retratam:
• estilo de vida – mostra como os produtos dos varejistas adaptam-se ao estilo de vida
do consumidor;
• fantasia – cria uma fantasia para o consumidor, construída em torno do produto do
varejista;
• humor – relaciona humor ao produto varejista;
• aspectos da vida cotidiana – usa imagens do consumidor utilizando produtos do vare-
jista em atividades do dia a dia;
• atmosfera / imagem – constrói a atmosfera e ou imagem utilizando os produtos dos
varejistas.
capítulo 5 • 143
Alguns varejistas, especialmente do varejo alimentar usam os períodos
abaixo no calendário promocional:
* Páscoa Abril
* Natal Dezembro
* meses com maior pico de vendas – o varejista deve ficar atento ao estoque.
144 • capítulo 5
se em criar uma atmosfera exclusiva. McGoldrick (2002) afirma que o rápido
desenvolvimento de grandes e novas lojas a partir da década de 70, desper-
tou a atenção para a necessidade de considerar o ambiente da loja como um
todo, para assegurar uma experiência de compra atrativa e conveniente para o
consumidor.
A partir de agora você conhecerá os principais conceitos relacionados a este
tema.
Atmosfera da loja
ARQUITETURA DA
POSIÇÃO DA LOJA COMUNICAÇÃO
LOJA
Tabela 5.3 – Fatores que influenciam a apresentação externa da loja. Fonte: adaptado em
Parente (2000)
capítulo 5 • 145
b) Apresentação Interna da Loja - Segundo Ferracciù (2002, p.54) “a loja
‘fala’ muito, “mudamente”. Pode transmitir simpatia ou antipatia ao consu-
midor.” Para a construção de uma apresentação interna agradável os varejistas
precisam desenvolver ações relacionadas a vários elementos que a influenciam
por meio de ações que estimulam os cinco sentidos do ser humano, que facili-
tam a comunicação e o processo de compra do consumidor e proporcione con-
forto; o gestor do varejo poderá desenvolver uma imagem satisfatória da loja.
Estes elementos estão destacados na tabela 5.4 a seguir.
ARQUITETURA DA
POSIÇÃO DA LOJA COMUNICAÇÃO
LOJA
Tabela 5.4 – Elementos que influenciam a apresentação interna da loja. Fonte: Parente
(2000, p. 296).
O ser humano aprende 1,0% pelo paladar, 1,5% pelo tato, 3,5% pelo olfato, 11,0% pela
audição e 83,0% pela visão. Este é um fator importante que tem levado os varejistas a
investirem em cores, iluminação e em uma exposição adequada dos produtos, pois “o
que os olhos veem, o coração sente.” Blessa (2003, p.29-30).
146 • capítulo 5
Ambiente da loja: Estados
Exemplos emocionais:
Satisfeito
Excitado
Fatores de design:
Orgulho Resultados
Layout, sinais,
Chateado imediatos:
texturas e displays
Mais agradável
Fatores de ambiente: Maior permanência
Música, iluminação, Menos stress
Experiências
cores, cheiros diretas:
Confortável
Eficiente
Consumidores
Bem informado
alvo:
Amigável
Exemplos
Sócio-econômicos:
Idade, renda, sexo
Imagens
formadas: Resultados
Confiável a longo prazo:
Estilo de vida:
Moderno Visitas repetidas
Sem tempo, culto à
Alto status Visita mais frequente
moda, parcimonioso
Econômico
Figura 5.5 – Um modelo da influência dos ambientes de varejo nos resultados de compra.
Fonte: McGoldrick (2002).
capítulo 5 • 147
CONEXÃO
Para você conhecer um pouco mais sobre ambiente de loja e seus impactos, acesse o
link a seguir: <http://cev.fgv.br/sites/cev.fgv.br/files/Ambiente%20de%20loja%20e%20
seus%20impactos%20no%20varejo.pdf>.
148 • capítulo 5
• Reorganização da sequência da combinação de atividades.
• Mudança de móveis e equipamentos.
• Qualquer combinação das formas anteriores.
capítulo 5 • 149
TIPO DE LAYOUT DEFINIÇÃO TIPODE LOJA
Tabela 5.5 – Principais tipos de layout.. Fonte: Levy e Weitz (2000); Parente (2000).
Adaptado.
150 • capítulo 5
Neste caso são avaliados os índices finan-
ANÁLISE DE ÍNDICES ceiros de retorno que o produto gera para a
FINANCEIROS empresa.
Planograma é o esquema visual que retrata a exposição dos produtos de uma ca-
tegoria, ou que mostra o mapa da distribuição da loja por departamento e categoria
(PARENTE, 2000, p. 322).
Mousse, creme
modelador,
Seda
Seda
Seda
Seda
Seda
Seda
Seda
Seda
sprays
Reparador
Gel
Tráfego
capítulo 5 • 151
d) Exposição de produtos - Para decidir qual a melhor forma para expor
os produtos na loja, alguns aspectos devem ser considerados, segundo Levy e
Weitz (2000), como:
152 • capítulo 5
No checkstand expõem-se produtos de venda por impulso e outro equipa-
mento bastante utilizado pelos varejistas são os displays oferecidos pelos for-
necedores que ajudam na organização da loja, mas deve-se ter o cuidado para
não colocar produtos de marcas concorrentes no mesmo display, utilizá-lo pre-
ferencialmente fixo na gôndola e não soltos em corredores o que poderá causar
acidentes. É de extrema importância cuidar de todos os equipamentos da loja,
não basta tê-los, deve-se atentar para conservação e limpeza dos mesmos. Caso
haja descuido a imagem da loja fica totalmente comprometida.
Parente (2000, p. 321) descreve seis diferentes métodos de apresentação das
mercadorias, conforme ilustra a tabela 5.6:
capítulo 5 • 153
itens pequenos como lã de aço, balas, sabonetes, po-
dem ser amontoados ou jogados dentro de um cesto
AMONTOADOS ou expositor e colocados em gôndolas, que ajudam a
criar fonte impacto promocional.
154 • capítulo 5
Gillispie (1970) ressalta que alguns princípios ajudam na entrada da loja.
São eles:
Em suma
DIVISÃO DAS
DESPESAS DE Esse tipo de propaganda tem a vantagem de barate-
PROPAGANDA COM OS ar os custos, mas com grande poluição visual.
ANUNCIANTES
capítulo 5 • 155
Ocorre por meio da observação de incremento do
CONTROLES trânsito em uma loja, bem como o relatório de vendas
em diferentes períodos.
ATIVIDADES
01. Não há como vender muitos produtos fabricados sem contar com o varejo. Cada loja
possui uma estratégia e neste quesito encontramos de tudo. Desde modelos utilizados mi-
lenarmente como o mercado de pulgas, lojas com o mais alto requinte e glamour, até lojas
virtuais, com um número ilimitado de itens. Sobre isso, classifique em V de verdadeiro, ou
F de falsa, as alternativas a seguir:
a) ( ) Fatores culturais influenciam diretamente no processo de compras, por isso encon-
tramos o famoso “mercados de pulgas” em vários lugares do mundo.
b) ( ) O varejo precisa se modernizar, independente da cultura.
c) ( ) O varejo eletrônico é uma forte tendência em breve estará à frente de outros tipos
de varejo
156 • capítulo 5
02. O cliente está cansado, sobrecarregado e estressado. É muito bom para ele encontrar
bens e serviços de forma fácil e prática. Se o cliente precisa comprar móveis para sua nova
casa, onde será mais fácil encontra-los?
Opção A – Irmãos Carvalho – loja especializada.
Opção B – Centro comercial não planejado.
Opção C – Morumbi Shopping – shopping center.
03. Quais são as ferramentas do composto promocional que os varejistas podem utilizar
para comunicar com o seu público alvo? Discorra sobre elas.
REFLEXÃO
Foram apresentadas nesta unidade as principais decisões relacionadas a localização. Você
percebeu o quanto é importante analisar com profundidade os fatores relacionados a loca-
lização, para que não cometa erros que leve o varejista a perder dinheiro e não conseguir
desenvolver o seu varejo de maneira eficaz.
Conheceu a importância da estratégia de localização para o sucesso no varejo. Estudou
os diferentes tipos de estratégias de localização. Avaliou os diferentes tipos de ferramentas
promocionais utilizadas pelo varejo.
Foram apresentadas nesta unidade as principais ferramentas do composto de marketing
varejista. As diferenças entre elas, bem como, as etapas para o desenvolvimento do planeja-
mento promocional foram abordadas para que você consiga compreender a importância de
desenvolver e implementar um programa de comunicação de marketing eficaz.
Foram apresentados nesta unidade os conceitos de atmosfera, apresentação interna e
externa, exposição de produtos dentre outros. Você pode perceber que o ponto de venda
é um importante elemento do composto de marketing varejista, pois é na loja que está o
cliente, o dinheiro e o produto, que são peças-chaves para a efetivação de qualquer venda.
Com a apresentação desta unidade, finalizamos o nosso livro e você, a partir de agora,
já tem conhecimento sobre os elementos que compõem o mix de marketing do varejo e as
demais variáveis relacionadas ao tema. Chegou o momento de aproveitar o conhecimento
adquirido e aplicar no dia a dia de sua vida profissional.
capítulo 5 • 157
LEITURA
Texto 1: Sustentabilidade no Varejo”
Disponível em: <http://www.varejista.com.br/artigos/marketing/658/a-importancia-
da-experiencia-do-consumidor-no-ponto-de-venda>.
Autores: Fernando Guazzelli
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KOTLER, Philip; KELLER, Kevin. Administração de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson/Prentice
Hall, 2006.
LEVY, Michael; WEITZ, Barton A. Administração de varejo. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
MCGOLDRICK, Peter J. Retail marketing. London: McGraw-Hill, 2002.
PARENTE, Juracy. Varejo no Brasil: gestão e estratégia. São Paulo: Atlas, 2000.
SHIMP, Terence A. Propaganda e promoção: aspectos complementares da comunicação
integrada de marketing. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2002.
GABARITO
Capítulo 1
01. Las Casas (2006) define distribuição física como “a grande variedade de atividades
relacionadas com a eficiente movimentação de produtos acabados desde o final da linha de
produção até o consumidor”. Por isso o conceito inclui não somente os vários caminhos que
158 • capítulo 5
o produto segue do produtor ao consumidor, como também decisões de transporte, armaze-
nagem, localização de depósitos, filiais, estoques, processamento de pedidos, etc. Em suma,
inclui todas as atividades relacionadas com a transferência física do produto. Resumindo, o
varejo é um canal de distribuição de produtos até o consumidor; isto contribui para os fabri-
cantes escoem seus produtos para serem consumidos sem ter que investir em lojas; o varejo
terceirizado faz esse papel.
02.
a) Concorrência entre varejo COM loja e varejo SEM loja – à medida que o varejo virtu-
al começou a ocupar espaços importantes no mercado varejista, o varejo tradicional,
isto é, com loja, percebeu que as lojas virtuais são mais competitivas em termos de
custo e divulgação; com isso, percebeu-se intensa competição entre os 2 formatos
ficou acirrada. Chegou um certo momento que muitas redes varejistas tradicionais
passaram e estão a incluir em suas estratégias mercadológicas ambos os formatos.
b) Crescente investimento em tecnologia – a tecnologia aplicada a muitas áreas fun-
cionais do varejo, facilmente acessíveis e menos caras para as empresas, está con-
tribuindo para o varejo evolua em seu modelo de gestão. Com a tecnologia, a res-
posta ao cliente é mais rápida, a gestão financeira, estoques e contábil ficaram mais
precisas. Dessa forma, o processo de gestão de uma pequena loja até uma grande
rede varejista está ganhando espaços e alternativas para serem mais competitivos.
c) Presença global dos grandes varejistas – as grandes redes varejistas transnacio-
nais, como Walmart (norte-americana), Carrefour (francesa), HM (espanhola), Zara
(espanhola) e tantos outros exemplos estão diversificando e ampliando o seu cam-
po de ação territorial.
03.
e) Classe Média (B) Até o final de 1980, 75% das vendas dos
fabricantes de bens de consumo provinham
dessas classes.
capítulo 5 • 159
POSIÇÕES SOCIAIS CARACTERÍSTICAS
Capítulo 2
01. Considerando que o varejo canaliza os produtos dos fabricantes até o consumidor, ou
comprando mercadorias direto da fábrica ou de outros intermediários, como atacadistas, dis-
tribuidores, agentes etc.; considerando que o varejo geralmente não altera as características
da mercadoria comprada, o lojista deve continuamente prospectar fornecedores alternativos;
dessa forma não se fica dependente de poucos parceiros. Além disso, saber gerenciar as
compras nada mais é um decisivo ponto do negócio varejista; comprar permite vender bem.
02. Há várias situações que os vendedores são envolvidos no exercício das suas atividades.
Qualquer empresa sofre influências de variáveis controláveis e incontroláveis, de forma que
a administração varia de acordo com essas variáveis. Por variáveis controláveis entende-se
aquelas no interior da loja; por exemplo, funcionários, qualidade de atendimento, localização
da loja, capital etc. Por variáveis incontroláveis são as que estão fora da empresa, ou seja,
no ambiente de negócios que o lojista e qualquer outra organização não controlam porque
não há como exercer na dinâmica de suas alterações; por exemplo, economia, política, meio
ambiente, concorrentes, compradores, fornecedores, tecnologia etc.
Capítulo 3
01.
a) Oferecer ao cliente o melhor em termos de qualidade de atendimento, através de
um trabalho diferenciado e único, criando um posicionamento de mercado singular
à marca Livraria Travessa.
Comentários:
(A) está correta porque as empresas devem ser boas em criar ações que reflitam o uni-
verso do cliente, tanto em termos de atendimento, tanto do ponto de vista do marketing mix.
160 • capítulo 5
(B) INCORRETA: porque além de vender, a Livraria da Travessa tem como objetivo refor-
çar seu posicionamento de mercado.
(C) INCORRETA: No varejo, ocupar uma posição marcante significa não apenas vender
mais, também difundir a identidade da marca e o conceito da loja.
02.
a) Segmentação (de mercado) - significa que o lojista divide o mercado total de com-
pradores em grupos que consomem produtos, possuem hábitos de consumo se-
melhantes, têm preferências de compra de produtos similares, são equivalentes na
classe social. Tais grupos, nem todos, passam a ser os alvos do varejista, porque
se procura grupos de consumidores com afinidades à proposta comercial da loja.
b) Diferenciação – é tudo que o varejista pode criar para inovar, fazer diferente em re-
lação aos seus concorrentes; exemplos: serviços especiais de entrega de produtos,
qualidade superior a despeito da qualidade, sala especiais e confortáveis na compra
de produtos etc.
c) Posicionamento – é estabelecer uma posição da marca, da qualidade, do atendi-
mento, de preços etc., no cérebro do comprador; isto é fundamental para que o
consumidor saiba exatamente o significado, conceito e proposta da loja.
Capítulo 4
capítulo 5 • 161
02. As decisões estratégicas do mix de produtos do varejo compreende definir (a) Amplitude
e Profundidade do mix; (b) os posicionamentos de Preço e Qualidade relativos ao mix; (c) se
vai operar com marcas próprias e/ou marcas de fabricantes; (d) estabelecer o gerenciamen-
to do mix considerando as categorias que existem no mix de produtos. As decisões táticas
cuidam da avaliação e seleção de pontos específicos, respondendo questões como: Que tipo
de localização é mais adequada a nossa atividade varejista? Será uma loja em um shopping
center, no centro da cidade, ou uma loja isolada? Qual a demanda de mercado e a estimativa
de vendas para um ponto específico? Como a nova localização deverá afetar as vendas das
outras lojas próximas?
Capítulo 5
01.
a) (V) - Fatores culturais influenciam diretamente no processo de compras, por isso
encontramos o famoso “mercado de pulgas” em vários lugares do mundo.
b) (F) - O varejo precisa se modernizar, independente da cultura.
c) (F) - O varejo eletrônico é uma forte tendência em breve estará à frente de outros
tipos de varejo.
02. Opção A – Irmãos Carvalho – loja especializada de móveis
Comentários:
(A) CORRETA – é natural que o cliente procure um tipo de varejo voltado para um mix
específico de lojas de determinado grupos de atividades, tais como, moda, decoração, mó-
veis, náutica, esportes, automóveis.
(B) INCORRETA – Embora o comércio de bairro seja uma alternativa bastante utilizada
pelos consumidores por oferecer grande variedade de lojas de compra comparada, lojas es-
pecializadas e varejistas de conveniência, os shoppings especializados oferecem mais con-
forto, comodidade, opções e segurança.
(C) INCORRETA – este tipo de shopping não oferece a concentração de lojas especia-
lizadas que garanta ao cliente variedade necessária para sua tomada de decisão.
162 • capítulo 5
03. O varejo precisa se comunicar com o cliente e, para tal lança mão de várias técnicas,
tais como a Propaganda, Promoção de Vendas, Eventos e Experiências, Relações Públicas e
Assessoria de Imprensa, Marketing Direto, Vendas Pessoais, Atmosfera da loja, Visual Mer-
chandising, entre outras.
FERRAMENTAS DEFINIÇÃO
Cominucação indireta e impessoal com os clientes, é paga, anun-
PROPAGANDA cia nercadorias, serviços e promoções de vendas, utiliza a mídia
de massa como jornais, as revistas, a TV, o rádio.
Incentivos a curto prazo para encorajar a experimentação ou a
compra de um produto por impulso ou em maior quantidade. Prin-
PROMOÇÃO DE VENDAS cipais ferramentas de promoção de vendas utilizadas pelos vare-
jistas: liquidações ou pacotes com preços promocionais, demons-
traçõesdentro da loja, cupons, brindes, concursos e sorteios.
Atividades e programas patrocinados pelo varejista em épocas
EVENTOS E EXPERIÊNCIAS especiais que objetivam uma maior interação com a marca da
empresa. Por exemplo, esportes, atividades de rua.
Programas elaborados para promover ou proteger a imagem da
loja. São comunicações feitas por meio de apresentações não
RELAÇÕES PÚBLICAS E ASSESSORIA pagas sobre o varejistas, em mídias impessoais, como exemplo:
DE IMPRESA a notícia de abertura de uma nova loja no jornal ou revista, a co-
bertura pela televisão de algum evento beneficente promovido
pela loja.
Comunicação direta com clientes específicos e potenciais por
MARKETING DIRETO meio de correio, telefone, fax, email ou internet
Processo de comunicação entre vendedor e consumidor onde há
um auxílio, quando necessário, para que os clientes sintam-se a
VENDAS PESSOAIS vontade e satisfeitos por satisfazer suas necessidades por meio
de uma troca de informações cara a cara ou interação pessoal.
Combinação das características físicas da loja, como a arquite-
tura, o layout, os sinais e as exposições, as cores, a iluminação, a
ATMOSFERA DA LOJA temperatura e os aromas que juntos constroem uma imagem na
mente do cliente.
Qualquer técnica, ação ou material promocional usado no ponto
de venda que proporcione informação e melhor visibildade a pro-
MERCHANDISING VISUAL dutos, marcas ou serviços, com o propósito de motivar e influên-
ciar as decisões de compra dos consumidores.
04. A promoção de vendas é a ação que visa alavancar os números de vendas de produtos;
por exemplo, liquidações, pacotes de produtos a preços especiais, demonstrações na loja,
cupons, brindes, concursos, sorteios. Já o objetivo do visual merchandising é gerar informa-
ção sobre os produtos da loja, melhor visibilidade a produtos, motivando e influenciando os
compradores em suas decisões de compra.
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ANOTAÇÕES
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ANOTAÇÕES
capítulo 5 • 165
ANOTAÇÕES
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ANOTAÇÕES
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ANOTAÇÕES
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